Herbert Smallder



 


Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 35.

Herbert Smallder.

Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 35.
Herbert Smallder.
 


 


Três dias tinham se passado desde que recebera a terrível notícia. E foram os três mais lentos, cruéis e terríveis dias de toda sua vida. O sofrimento agora a acompanhava com frequência. E o pior, estava se acostumando com ele. Apenas o deixaria ir embora se o marido voltasse. Se tudo aquilo fosse apenas um terrível pesadelo, do qual despertaria a qualquer momento. 


Mas, infelizmente, sabia que não seria assim.


Sentou-se na poltrona do quarto que iria acolher sua pequena que estava a caminho. Lembrara-se do dia em que Harry a ajudara preparar tudo. E por mais que quisesse acreditar que ele poderia estar vivo, só de pensar que sua nova menininha iria vir ao mundo sem a presença do pai seu coração se apertava. Harry partira sem saber que iria ter outra princesa. Respirou fundo, repreendendo as lágrimas e fechando os olhos. Ainda podia sentir a presença dele ali.


O moreno abriu a porta, entrando no cômodo lentamente para não assustá-la. Só estivera ali uma vez desde que voltou para casa. Assim como a mãe, a idéia de que sua irmã nasceria sem o pai por perto o machucava. Ela não iria conhecer aquele homem incrível que ele era. O melhor pai do mundo. Mas ele e os irmãos não lhe poupariam histórias e lembranças para contar.


Caminhou até a mãe, abaixando-se em sua frente e segurando sua mão. Hermione abriu os olhos e um pequeno sorriso triste desenhou seus lábios. Os olhos verdes que a observava eram os mesmos de Harry.


- A vovó disse que você não tomou seu café da manhã hoje de novo. Será que terei que brigar contigo, mamãe? - James disse, porém esboçava um sorriso carinhoso.


- Sua avó exagera tanto, eu comi sim... – respondeu, suspirando. O garoto arqueou a sobrancelha, ainda munindo seu sorriso terno. – É verdade. Só não comi tudo que ela me preparou. 


Ela sabia que tinha que se alimentar bem, para que seu bebê não sofresse por conta disso. Sabia ainda que fosse egoísmo, mas não conseguia pensar em comer, não quando o homem que mais amara na vida não estava mais consigo. Acariciou o ventre protuberante, e fechou os olhos por em breve tempo.


- Não se preocupe comigo, meu amor... Estou bem. – acrescentou.


- É claro que eu vou me preocupar. Você é minha mãe e eu te amo. - replicou, beijando a mão que segurava. - É o meu dever, não é?


- Prometo que me esforçarei no almoço, juro. – disse, sorrindo fino. Seu rosto ainda estava marcado pelo choro, que volta e meia aparecia novamente. Tinha a aparência cansada, e por dentro estava arrasada. 


- Precisa descansar mamãe. - o garoto falou, preocupado. Ergueu uma mão para afagar o rosto da mãe. - Esses cochilos que tira de vez em quando não estão te fazendo bem.


- Não consigo dormir... – murmurou, fitando-o. – Sempre que fecho os olhos, vejo seu pai. Sonho com ele... – as palavras morreram outra vez, seu olhar marejou de repente.


James suspirou. Queria tanto dizer ou fazer algo que amenizasse o sofrimento da mãe ou ao menos a fizesse sentir-se um pouco melhor. Mas era impossível porque ele estava sofrendo com tudo isso também. Mesmo com o passar dos dias ainda não se conformava com a idéia da perda do pai.


- Ele sempre vai estar presente. Não da forma que queríamos, mas vai estar. - James disse. - Tem que se acostumar.


- Não sei se consigo. Harry esteve comigo por tanto tempo, passamos por tanta coisa juntos, e agora simplesmente ele me deixa.  Se não fosse por vocês, eu não suportaria. Se me mantenho de pé, é exclusivamente por vocês. – limpou os olhos embaçados. – Só me dê um pouco de tempo, está bem?


- O tempo que precisar mamãe. - sorriu forçado, sentando-se no chão e repousando sua cabeça no colo de Hermione.


A morena afagava os cabelos dele pacientemente, demonstrando todo o amor que sentia. Tinha razão em suas palavras, se não fosse pelos filhos, teria partido com ele. Estaria morta em vida. E precisava superar, mesmo que tivesse que se massacrar por dentro. 


- Me lembro de quando você nasceu... Seu pai estava fora, e veio correndo quando o avisaram. Entrou no quarto, e você estava nos meus braços... – comentou num devaneio. – O bebezinho mais lindo que até então eu havia visto. 


James ergueu seus olhos para a mãe, sorrindo. Já ouvira aquela história algumas vezes, mas nunca se cansava. 


- E o papai?


- Nunca o tinha visto tão... – sorriu fino. – tão impressionado. Tão bobo. E muito me surpreendeu que ele tivesse tanto jeito quando o segurou nos braços. Foi à cena mais bonita. Os olhos dele brilharam de emoção, e ele jurou que a nossa família seria aquela que ele sempre sonhou. 


O garoto sorriu na medida em que seus olhos verdes marejaram. Tinha orgulho em ser um Potter não pela fama que esse sobrenome carregava, mas pelo fato de ser filho de Harry Potter. Ele sempre fizera questão de lembrar que seria um pai que nunca teve. E de fato o fora.


- Ele era o melhor pai do mundo. - James murmurou.


- O melhor homem do mundo. – acrescentou, e mais lágrimas vieram à tona. – Eu o amava, e vou continuar amando, até o último dia da minha vida.


As lágrimas também percorreram o rosto de James outra vez. Sempre admirou o amor que existia entre os pais. E além do fato de ser injusto ter perdido o pai de tal forma, também era injusto algo tão bonito ser interrompido dessa forma. Levantou-se do chão, sentando no braço da poltrona e trazendo a mãe para o seu peito.


- Eu sei mamãe. - sussurrou acariciando os cabelos castanhos. - Também sei o quanto ele te amava.


***


Enxugou o suor de sua testa enquanto prosseguia com a caminhada. A varinha estava sempre em mãos e os seus sentidos sobre qualquer possível ataque inesperado estavam aguçados. Queria poder aparatar, mas estava longe demais de Londres. E não tinha conhecimento da situação para que pudesse reaparecer assim, do nada. Há três dias estava desaparecido. Nessa altura todos deviam pensar que estava morto. Sua família certamente pensava que estava morto.


Seu corpo ainda latejava pela queda do penhasco, que não fora totalmente coberta pelo feitiço de proteção que jogara contra si próprio quando seu corpo caía na água. Seu abdômen estava dolorido pelo chute que recebera minutos antes da queda. Sua cabeça estava confusa, por mais que tentasse colocar as idéias no lugar para que pudesse fazer algo. Tinha fome, sede e cansaço. Naquele momento contava com a sorte, pois não tinha um vintém nos bolsos. Nem bruxo, muito menos trouxa. E apenas não morrera de fome porque tivera a oportunidade de encontrar pessoas bondosas enquanto caminhava rumo à Londres.


Harry respirou fundo, jogando o casaco sobre os ombros e prosseguindo naquela estrada vazia e deserta. Assim que estivesse perto de Londres poderia aparatar. Mas, para seu desagrado, não poderia ir direto para casa. Tinha que ter conhecimento de toda a situação. Se aparecesse em casa de repente ou até mesmo no ministério, Smallder poderia ficar sabendo. Isso colocaria toda sua família em perigo. O colocaria em perigo outra vez. Precisava ser esperto e esperar por uma oportunidade de reaparecer no momento certo.


A raiva que sentia por Smallder crescia cada vez mais. Hermione provavelmente estaria desesperada, assim como seus filhos. Não queria causar tanto sofrimento para a família. Mas havia um lado bom nisso. Ainda estava vivo. E por mais que a vontade de voltar logo para casa fosse imensa, tinha de reprimi-la. Não era a sua segurança que temia e sim a da família. Isso lhe dava a motivação para continuar em frente.


Um sorriso surgiu em seus lábios ao lembrar-se que nesse momento James e Jared já teriam voltado de Hogwarts. Sentia falta das piadas sarcásticas do filho mais velho e de toda a sabedoria de Jared. Tinha saudades das brincadeiras de Ben e do jeitinho doce e encantador de Lily. E de Hermione...


Seu sorriso aumentou assim como as batidas de seu coração ao lembrar-se da esposa. Merlin, como tinha saudades dela. E como a vontade de revê-la outra vez era imensa. E sua pequena princesa que estava a caminho. Desejou mais do que nunca poder estar em casa nesse momento. Entretanto, ainda tinha um acerto de contas para resolver. 


Pegaria Smallder e o faria pagar caro por tudo que fez. Assim, traria um mundo tranquilo e seguro não só apenas para os demais, mas, principalmente, para sua família.


***


Seguiram para a casa de Rony para o almoço naquele dia. Mesmo com Hermione dizendo que não queria ir, a insistência dos filhos e dos amigos a obrigou. Disseram que seria bom para ela sair um pouco de casa, onde as lembranças de Harry eram mais presentes. Mas de nada adiantaria, qualquer lugar que fosse as lembranças dele a acompanhariam. E na casa dos amigos elas também estavam presentes.


O garoto sentou-se no degrau da varanda ao lado da namorada, observando Lily logo à frente brincando com suas bonecas. Jared sorriu enquanto a olhava. Lily sabia que o pai não estaria mais presente. Às vezes chorava por isso. No entanto, era tão pequena que logo se acostumava com a idéia e voltava com suas brincadeiras. Naquele momento sentiu uma pontada de inveja da irmã. Também queria ser pequeno a ponto de não entender a dor que era a ausência do pai.


- E a tia Mione? – perguntou Kira, em tom de preocupação. Encostou sua cabeça no ombro de Jared, e ele suspirou.


Queria tanto que a mãe tivesse também a mesma sorte de Lily, mas era em vão. Ela sofreria ainda por muito tempo, até que a vida lhe conformasse. Talvez quando sua irmãzinha nascesse ela pudesse ter um novo começo, por mais difícil que pudesse ser, pois nada seria como antes. Nada parecia se encaixar sem Harry. 


- A achei melhor hoje. - Jared respondeu. - Pelo menos ela voltou a se alimentar depois que James e vovó lhe deram uma bronca. Mas ela não consegue dormir. Apenas cochila e logo acorda chorando e dizendo que sonhou com o meu pai. Que ele não estava... - calou-se. Jamais iria conseguir pronunciar aquela palavra quando falava sobre o pai.


Kira o encarou, seus olhos solidários. Ele encontrava bastante força neles, e precisava daquilo. Precisava dela como nunca antes.


- Eu sinto tanto, mas... Como minha mãe disse, somente o tempo vai poder curar a dor. – ela disse, acariciando o rosto contraído do moreno. – A saudade vai existir sempre, mas a dor intensa não. 


- É tão difícil acreditar, sabe? - Jared murmurou e as lágrimas logo cobriram seus olhos. - Meu pai sobreviveu a uma maldição imperdoável com um ano de idade. Sobreviveu em tantos ataques e batalhas e até mesmo a Voldemort. Aí do nada esse cara aparece e acaba com tudo assim. Sem se importar com a minha mãe, com a gente e com a vida dele.


- Foi uma tragédia. Nunca iríamos imaginar tudo que estava acontecendo. – Kira comentou. – Minha mãe só foi saber um pouco antes de meu pai ir. Ele também está abalado... Todos nós estamos. – seus olhos marejaram também. 


- Não pensei que fosse passar por isso tão cedo. - meneou a cabeça, voltando seu olhar para Lily. - Tudo caiu em cima do James. E ele tenta ser forte, mas dá pra perceber o quanto ele também tá arrasado e cansado com tudo isso. O Ben parece que entendeu o que aconteceu com o papai e uma hora ou outra ele tem febre. Tivemos que chamar um médico trouxa sem a mamãe saber pra não deixá-la mais desesperada, mas ele disse que é normal devido ao momento de tristeza. E a Lily é tão inocente... - sorriu, vendo a irmã caçula pentear os cabelos de uma boneca. - Às vezes ela age como a mamãe, dizendo que o papai vai voltar logo.


A garota o abraçou em sinal de conforto, Jared colocou pra fora tudo que sentia, num choro silencioso, mas dolorido. Kira o beijou no rosto, e ele o escondeu, por entre seu pescoço.  Ela afagava seus cabelos lisos e escuros, também compartilhando, mesmo que infimamente da dor que o namorado sentia. Admirava a coragem dele de se abrir, e até mesmo chorar perto de si, mas agora não era o momento para detalhes. 


- Vai ficar tudo bem, Jar. Eu vou ficar do seu lado aconteça o que for. – falou carinhosamente.


Jared fechou os olhos. Precisava de Kira naquele momento de dificuldade mais do que nunca. Se não fosse pelo apoio e carinho da namorada, não tinha idéia do que poderia ter acontecido consigo. E naquele momento desejou ou daria qualquer coisa para ter o pai de volta. Porque sentia que nada seria capaz de preencher aquele vazio que a ausência dele deixaria em sua vida.


Ficou abraçado a ela por mais alguns minutos até conseguir repor toda a calma e controlar seu sofrimento. Afastou-se, respirando fundo e permitindo que Kira enxugasse as lágrimas de seu rosto.


- Obrigado. Eu... Eu não sei o que seria de mim sem você.


Kira iria responder, mas Lily viera correndo até eles, então o garota pudera ver a resposta em seus olhos. Era o mesmo que ele sentia. 


- O papai já chegou, Kira? – a menininha perguntou.


- Ainda não, Lil. – respondeu sem saber muito que dizer. Jared olhou para a irmã, desolado.


- Quer brincar de boneca comigo? Eu te dou a loirinha para ficar igual. E eu pego essa aqui. – apontou a boneca morena. – O Jar pode brincar também, ele pode ser o papai. Que vai cuidar da gente. 


Jared sorriu, por mais que fosse forçado e triste. Ele estava tentando cuidar da família, assim como James vinha fazendo. Mas aquela tarefa estava sendo árdua em um momento tão difícil como aquele. E ninguém conseguiria desempenhá-la melhor do que o pai.


- Vem cá, gatinha. - ele pegou a irmã, sentando-a em seu colo. - Vamos fazer assim. Nós todos iremos cuidar um do outro de hoje em diante, como a família unida que sempre fomos. O que acha?


- Você não quer é brincar comigo. – ela disse, espertamente, cruzando os braços. Kira por mais que estivesse triste, não evitara rir. – Mas eu sempre cuidei de todo mundo, até do Félix. 


- Eu sei que cuidou. - sorriu, beijando-a no rosto. - Mas logo você terá uma irmãzinha pra brincar com você. Eu queria te fazer companhia, Lily. Mas eu estou triste demais pra isso agora.


- Vou chamar o Jimmy, ele é melhor para brincar. – falou um tanto zangada. – Ele imita as vozes igual o papai. É mais legal. – então beijou o irmão também. – Não fica triste, o papai vai chegar. Eu pedi pro papai do céu, quando a vovó e eu ia dormir. Ela disse, e me ensinou de novo.


Jared recebeu o beijo e as últimas palavras de Lily, vendo-a descer de seu colo e entrar na casa. O moreno abaixou sua cabeça, passando os dedos entre os cabelos. Queria acreditar em tal possibilidade também, mas sabia que seria impossível. Naquele momento não tinha a mesma fé e inocência que a irmã tinha de que o pai iria voltar.


***


Hermione seguiu até a Floreios e Borrões no dia seguinte, apenas para avisar à Sarah que fechasse a loja no próximo dia. Seria o funeral de Harry e, consequentemente, o pior dia de sua vida. Aquele seria o último adeus, algo que ela tentou evitar mais seria em vão. Não tinha idéia de quando voltaria para a loja, mas com o passar dos dias a perspectiva de que teria que se acostumar com essa nova vida aumentava.


Evitou falar com as pessoas durante seu percurso no Beco Diagonal. Elas lhe abordavam e faziam perguntas, não respeitando sua dor. Apenas o faziam por curiosidade. E houve momentos em que Sarah tivera de expulsar pessoas da loja que fingiam-se fregueses. Pura desculpa para se aproximarem da viúva de Harry Potter.


Assim que dera o recado para a amiga, deixou a loja com o intuito de voltar para casa e descansar. Reviver as últimas lembranças de Harry até o dia seguinte. No entanto, o som de uma explosão a assustara. Uma loja próxima estava em chamas. As pessoas começaram a correr desesperadas e assustadas. Hermione tentou fazer o mesmo ao voltar para a Floreios e Borrões, pensando na sua segurança e na de sua filha.


Porém a imagem do homem diante de si a fizera parar. Ele bloqueava sua passagem, impedindo-a de prosseguir.


- Eu queria muito encontrá-la, Sra. Potter. - Herbert Smallder fizera uma reverência, empenhando um sorriso cínico enquanto seus comparsas disparavam feitiços por ali. - Meus pêsames pela morte de seu marido.


Hermione recuou, mas notara que alguém estava bem atrás dela, bloqueando também aquela rota de fuga. Não se lembrava do homem que lhe “cumprimentara”, mas não gostava nada do brilho cruel de seus olhos. Muito menos da ameaça em sua voz. 


Ouviram-se mais uma explosão, gritos de pessoas, e mais correria. A morena alarmou-se, e tentou passar, mas o homem sombrio dera um passo em sua direção.


- Por favor, me deixa ir. – ela disse assustada. Olhou por sobre os ombros e vira à fumaça negra invadir o céu antes tão azul. 


- Não sem antes me apresentar devidamente, Sra. Potter. - aproximou-se. - Sou Herbert Smallder, assassino do seu marido. Eu geralmente pegaria na sua mão como um gesto de cumprimento, mas não toco em sangues-ruins.


A morena sentiu o coração se apertar. Seus sentidos além de perturbados com a revelação, lhe alertavam para sair dali. Então, tentou mais uma vez, mas as mãos fortes do outro bruxo lhe agarraram, pelo braço, apertando-o com muita força.


- O que quer de mim? Já arruinou a minha vida! – exclamou tentando soar firme, mas sua voz tremera.


- Francamente, Victor. Foi isso que convidou ao baile de inverno anos atrás? - o homem retrucou, olhando para o homem ao seu lado.


Victor Krum retirou o capuz que cobria seu rosto, revelando-se para Hermione. Lembrara do que Harry lhe disse meses atrás sobre o búlgaro estar envolvido com magia das trevas. E era tudo verdade.


- Ela erra bem atraente na época. - ele disse, sorrindo enquanto a olhava.


- Victor... Como pode? – indagou enojada. Sentia tanto medo que não dava pra calcular. Estava naquela situação perigosa, e temia por sua vida. E pela que carregava no ventre. Uma vida inocente. 


As pessoas ainda corriam sem rumo pelas ruas, algumas se escondendo em lojas em uma tentativa de se protegerem. Logo aurores apareceram no local e iniciaram uma batalha. Algo que não se via à anos, desde que Voldemort tinha sido destruído. Hermione queria lutar. Seu instinto lhe dizia isso. Mas tinha medo, pois não era apenas sua vida que deveria proteger.


- Se bem que posso entender porque a convidou. E também porque Harry Potter se casou com ela. - Smallder dizia ao se aproximar da morena. Ela estremecia. - É uma mulher muito bonita. Pena que esteja grávida e seja uma sangue-ruim. - erguera a mão para lhe tocar a face. Hermione esboçara uma fisionomia de nojo. - Seria útil em minha equipe...


- Se tocar em um fio de cabelo dela eu te mato. - a voz masculina e severa trovejou do outro lado da rua.


Todos se viraram para olharem, incrédulos, o homem parado ali. Victor soltou um muxoxo, quase deixando a varinha em suas mãos cair. Smallder puxou sua mão de volta, fitando pasmado o homem alto e moreno, de olhos verdes e uma cicatriz em forma de raio na testa. Harry Potter estava ali para quem quisesse ver. E isso atraíra a atenção de algumas pessoas no local, que pararam de duelar e foram derrubadas por outras que se aproveitaram do momento de distração. Ou aquilo era loucura ou era um fantasma ali.


- Não disse que ele estava morrto? – Krum indagou ao outro. 


Hermione sentiu aquela chama extinta em seu peito, se reacender. Harry não estava morto... Ele estava ali, altivo e sério, protegendo-a, como sempre fizera. Lutou para não desmaiar, estava tremendo demais, e se Victor não a estivesse segurando ainda, teria de fato desabado.


- Harry... – ela murmurou chorando. Queria ir abraçá-lo, mas estava presa sob os dedos brutos de Krum.


- Ele estava morto. Eu mesmo lancei o feitiço e derrubei esse desgraçado a metros de altura em mar aberto. - Smallder replicou, ainda sem entender.


- Acontece que você é um idiota, Smallder. - Harry bradou, enquanto atravessava a rua. - Quando quiser matar alguém o jogando de um penhasco faça isso sem que ele esteja com uma varinha. Eu disse que se Voldemort não conseguiu tal feito, você muito menos iria conseguir. - olhou para Krum. - Agora solte Hermione, porque eu caminhei por quatro dias, passei fome, sede e frio por culpa de vocês e eu to muito, mas muito irritado.


Ainda não apontara a varinha, por medo de que qualquer feitiço viesse a atingir Hermione. Só o faria quando ela estivesse em segurança. Fizera o pedido mais uma vez, e de novo ele fora negado por Smallder. Victor pelo contrário, parecia hesitar. Era mesmo um covarde. 


- Eu vou dizer só mais uma vez... - o moreno tornou a repetir, olhando furioso para o búlgaro. - Ou você a solta, ou eu juro por Merlin que acabo com você. E você sabe que eu sou capaz, Krum. Se eu já era bom em feitiços no torneio tribruxo, imagine o que eu aprendi durante todos esses anos.


Victor olhou atônito para Smallder, que lhe dava ordens severas em não soltá-la. Mas o búlgaro se rendeu à ordem de Harry, soltando a morena lentamente.


- Vai para a Floreios, Hermione. - Harry disse, querendo-a tirar fora de perigo do duelo que se iniciaria ali.


Ela assentiu, reprimindo a vontade de caminhar até ele. Trocaram um olhar apaixonado, e então ela andara depressa para dentro da loja. Ficara perto da vitrine para que pudesse enxergar algo, mas o movimento constante não permitia.


- É mesmo um covarde Krum, não me surpreende. – Smallder comentou entre dentes. O búlgaro estremeceu, conhecia aquele tom de voz, fora usado muitas vezes antes que fosse torturado por algo que fizera e saíra errado. – Mas me preocupo com você mais tarde... Então Potter, pronto?


- Pra acabar com você? Mais do que pronto. - o moreno sorriu, apertando sua varinha nas mãos. - Esperei quatro dias por esse momento. - apontou sua varinha para ele, aumentando o sorriso em seus lábios. - Me mostra o que sabe fazer, Smallder.


O outro encarou o vice-ministro furioso. A falta de prudência e o sarcasmo contidos naquela voz o irritara. Então lhe lançara o primeiro feitiço, mas Harry o bloqueara com facilidade. Alguns comparsas pararam para assistirem aquele duelo entre os dois, fazendo com que os aurores aproveitassem dessa oportunidade para reverter a situação em seus favores. Harry viu alguns aurores se aproximarem para ajudá-lo, mas ele os barrara erguendo uma mão.


- Ele é meu. - o moreno disse, mantendo seu olhar fixo no bruxo. - Eu disse que iria pegá-lo e é isso que eu vou fazer.


Smallder parecia se irritar cada vez mais com as palavras pronunciadas. Lançou mais alguns feitiços. Não estava sendo guiado pelo saber durante o duelo e sim pela raiva que sentia por Harry Potter ainda estar vivo. E este conseguia esquivar-se dos feitiços com facilidade. Pode ver ainda Draco Malfoy se aproximando, por trás de seu adversário e com a varinha virada. Harry praguejou. 


O feitiço que saíra da varinha de Draco, no entanto não o acertara. O moreno ouviu o baque atrás de si, ele derrubara mais um dos comparsas de Smallder para defendê-lo. Olhou para o loiro, agradecido.


- Não me agradeça Potter. - Draco retrucou antes de se afastar, seguindo para outro duelo que havia ali por perto. 


Hermione encostou-se na vitrine. Ofegava e reprimia a vontade que tinha de seguir para fora e duelar ao lado de Harry, cada vez que um feitiço era lançado em sua direção. E por mais que visse que ele tinha toda a situação sobre controle, temia por ele. Todos esses dias, por mais que não quisesse, acreditou que ele estava morto. Entretanto ele estava ali, no meio de uma batalha. Mas o risco de perdê-lo ainda era evidente.


Harry conseguiu se proteger de outro feitiço. O próximo, porém, o pegara de surpresa. Seu corpo fora lançado para trás, fazendo-o colidir contra a vitrine de uma loja, quebrando todo o vidro e parando dentro dela. Smallder soltou uma gargalhada que ecoara por todo o local. Hermione gritou, dando leves socos no vidro e sentindo o pânico dominá-la outra vez.


- O menino que sobreviveu não tem sete vidas, concordam comigo? - Smallder comentou para quem quisesse ouvir. Todos permaneciam em silêncio, olhando curiosos para a loja.


E lentamente o sorriso de Smallder se esvaiu, assim como o seu ego de vitória ao ver Harry de pé, deixando a loja e voltando para a rua. 


- Posso não ter sete vidas, mas eu desejaria que você tivesse para aproveitá-las em Azkaban. - Harry sibilou, apontando sua varinha. 


Lançara um feitiço, forte o bastante para que o corpo de Smallder colidisse contra a parede sólida atrás. Smallder caiu no chão, praguejando ao tentar se levantar. Antes que o fizesse, Harry já estava próximo o suficiente para apanhá-lo pelo colarinho da capa e desferir um soco em sua face. O bruxo cambaleou, caindo de joelhos no chão.


- Isso é por chamar minha esposa de sangue-ruim. - Harry se aproximou, chutando-o no abdômen. Smallder gritou de dor, caindo deitado. - Isso é pelo chute que me deu e espero que sinta a mesma falta de ar que eu senti. - o levantou novamente, socando-o. - Isso é por me derrubar daquele penhasco e fazer a mim e minha família passar por quatro dias de sofrimento. - dera outro soco, conseguindo arrancar sangue do nariz do bruxo. - E isso é por você ser um idiota e existir.


- Desgraçado... - Smallder murmurou, tentando se soltar. Estava fraco e tonto pelas quantidades de socos que levara. Harry tinha a vantagem naquele momento.


- Eu me considero um homem de sorte. - o vice-ministro sorriu, jogando-o contra a parede.


Smallder caiu no chão e Harry contemplou aquela cena com um sorriso de vitória em seus semblante. Assim como havia dito, o pegaria. E a raiva que sentiu pelo bruxo durante todos esses dias o ajudara naquele momento. Agora tudo estava acabado e o mundo salvo outra vez. Virou-se ao ouvir seu nome sendo chamado.


O outro bruxo se levantou, lentamente, com a varinha em mãos. Mirou-a para Harry, que estava de costas. Hermione abriu a boca para gritar, alertá-lo, mas não conseguia emitir som algum. Harry se virou, rapidamente apontando sua varinha para Smallder.


- Estupefaça!


O feitiço atingiu Smallder em cheio no peito, fazendo-o cair desarmado e inconsciente no chão. Harry se abaixou, apanhando a varinha no solo. Reprimiu a vontade que lhe dera de chutá-lo outra vez. E o teria feito se um auror não tivesse se aproximado.


- Sr. Potter, perdemos um de nossos homens.


- O quê? - Harry percorreu os olhos pelo local, procurando a vítima.


Avistou a poucos metros dali o corpo do homem estirado ao chão. Uma garota, morena, chorava sobre ele. Harry sentiu um aperto no peito ao imaginar que seus filhos fizeram o mesmo durante todos esses dias, porém sem um corpo sobre o qual chorar. Aproximou-se lentamente, e se surpreendeu ao ver Draco Malfoy ali caído. 


Abaixou-se, olhando para a garota. A reconhecera de imediato.


- Pandora, não é? - ele perguntou. A garota ergueu seus olhos para olhá-lo, assentindo. - Pode me dizer o que aconteceu?




N O T I N H A: N/A: Viu só como promessa feita é promessa cumprida?!


Vocês estão comentando bastante e a gente ta atualizando rapidinho. 


Não é por acaso que falamos que vocês são o nosso gás que nos incentiva a continuar. kkk


Mas para quem imaginava ou desejava, pode comemorar...


O HARRY ESTÁ VIVO!!! \o/


Mas pra vocês saberem o que mais vai acontecer, tem que comentar.


E comentar bastante, viu?! Igual estão fazendo agora. *-*


Faltam 4 capítulos para acabar a primeira fase. 


Então nos ajudem, ok?!


Beijo das autoras.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (14)

  • Isis Brito

    AAAAAHHHH!! Cadê a continuação?? ANSIOSA!! =D

    2011-08-05
  • Gabriela

    Estou tão ansiosa para o proximo capitulo que para não ficar sem ler.. vou ler a fic novamente, todinha . Olhar mais os detalhes e me apaixonar mais uma vez

    2011-08-05
  • Fafa

    Que tensão!!! Capitulo perfeito! Quero proximo capitulo logo!!!! bj

    2011-08-04
  • Gabriela

    Vocês são lindas. Estou aqui quase pulando de felicidade ! OMG' que perfeito.. agora eu só quero ver toda a alegria de ter Harry de volta, a conversa dele com a mione, a conversa dele com os filhos, e eu sinto que vou chorar mais uma vez.. e não vai ser pouco. Agora por outro lado, não esperava aquilo de Draco, o que aconteceu com ele ? O.o  E eu fiquei feliz pelo Harry e sua familia, mas fiquei muito triste pela Pandora, ela não merecia isso. Espero que o Rony agora pense diferente.. que ele abra aquela cabeça dura. Ahhh atualiza o mais rapido possivel que nós, leitores fieis, vamos fazer nossa parte e comentar bastante, pq vamos combinar, isso aqui está ficando cada vez melhor. E o proximo post tem que ser enoooorme, para botar toda a emoção, toda a conversa de Harry e sua familia *-* Pooooosta o mais rapido possivel !

    2011-08-04
  • Pacoalina

    o capítulo fico ótimo!!!e melhor ainda q o harry ressuscitou e vcs estão atualizando rapidinho!!!uhu!!!

    2011-08-04
  • matthew malfoy

    "Se tocar em um fio de cabelo dela eu te mato.",me lembrou mt a Sr. Weasley xingando a Belatriz na batalha de hogwarts, mt bom o cap. , continuem e postem o próximo o mais rápido.

    2011-08-04
  • rosana franco

    Ele não tem 7 vidas tem 14,como vai ser agora a reação de todos com a volta do Harry e a morte do Draco espero que o Rony não faça besteiras.

    2011-08-03
  • Isis Brito

    "- Acontece que você é um idiota, Smallder. - Harry bradou, enquanto atravessava a rua. - Quando quiser matar alguém o jogando de um penhasco faça isso sem que ele esteja com uma varinha. Eu disse que se Voldemort não conseguiu tal feito, você muito menos iria conseguir. - olhou para Krum. - Agora solte Hermione, porque eu caminhei por quatro dias, passei fome, sede e frio por culpa de vocês e eu to muito, mas muito irritado." O Harry chegou botando moral... AMEI!! =D

    2011-08-03
  • Karina.

    EU. NÃO. ACREDITO. Eu sabia que o Harry tava vivo, pelo menos não tinha provas o suficiente para dizer o contrário, mas eu chorei mesmo assim. Bastante por sinal e ainda quase gritei quando vi capt novo tão rápido \õSó espero que o próximo seja também, estarei esperando *-*

    2011-08-03
  • Stéfane Carneiro

    ahhh graças a Deus o Harry voltou!!!The man who live,come to his family!!!!! nem comentei no cap passado,mas aqui estoy e muito feliz e triste ao mesmo tempo,apesar de não gostar muito do Draco(ñmematemplease*-*)mas ele teve uma morte digna :/ Well,estou esperando o próximo cap,bjão e a fic esta cada vez espetacular.*-*

    2011-08-03
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.