Briga e reconciliação.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 02.


Briga e Reconciliação




A manhã seguinte era sábado e o casal sabia que o dia seria mais conturbado e agitado do que de costume. Ao que parece, nos fins de semana os nervos e a agitação de todos estavam à flor da pele.


O dia começara com uma discussão entre Lily e Ben para decidirem quem teria o direito de acordar os pais naquela manhã, mas eles foram acordados pela briga. Jared, ao manter os olhos fixos em um livro na cozinha, esbarrara em seu pai e quebrou um prato. James ainda mantinha a mesma expressão dura e pensativa da noite passada após Emma ir embora.


Harry ocupara-se da tarefa de preparar o café da manhã. Queria deixar Hermione dormir um pouco mais tarde. Ela estava cansada devido à noite anterior. Estava arrumando a mesa quando Lily entrou na cozinha coçando o olho.


- Como minha princesa dormiu essa noite? - Perguntou Harry pegando-a nos braços.


- Dormi bem, um pouquinho só. Tava barulho... – murmurou roucamente.


- Barulho? Eu não escutei nada. – Ben, disse trocando as coisas na mesa de lugar.


- Barulhinho do papai e da mamãe.


Harry arregalou os olhos diante da revelação, sentindo as palavras se perder em sua garganta. Talvez ele e Hermione tivessem exagerado na noite passada.


- Ba... Barulhinho? - Perguntou Harry gaguejando.


- Que barulho? - Questionou Jared servindo-se de suco de abóbora. - Eu não ouvi nada. - Completou antes de sair para o jardim dos fundos.


- Um barulhinho assim... – Lily então imitou o que ouvira, fazendo Harry ficar vermelho da cabeça aos pés.


James não aguentara contrair mais os lábios, e gargalhara alto.


O moreno franziu o cenho, dando um leve tapa na cabeça do filho. Sentou Lily na mesa, puxando uma cadeira e se sentando diante da menina.


- Nunca mais faça esse barulho de novo. - Disse Harry ainda constrangido com a situação. - E... Sua... Sua mãe e eu estávamos conversando. De um... Um jeito diferente.


- Nunca vi gente conversar assim. – Benjamim disse desconfiado.


- É... – James comentou sorrindo. – Você ainda não viu.


- James muito ajuda quem não atrapalha. - Retrucou Harry direcionando o olhar para Ben. - Pois você um dia vai ver, daqui uns dez anos. Quanto a você... - Olhou então para Lily. - Só daqui a vinte anos.


- Por quê? – o mais velho perguntou. – Você está sendo passada para trás Lily.


- Eu não quero conversar assim, não. – a menina disse fazendo biquinho. – Você quer Benji?


O garoto franziu as sobrancelhas, e balançou negativamente a cabeça.


Harry se levantou de sua cadeira e correu atrás de James, que subira escada à cima entre uma sonora gargalhada.


- NÃO VOLTE AQUI TÃO CEDO. - Gritou da porta da sala, voltando-se para Lily e Ben. - Quando vocês forem maiores vão entender esse tipo de conversa.


- Que tipo de conversa? E porque James quase me atropelou na escada? – indagou Hermione entrando na cozinha.


- A conversa que você e o papai tiveram ontem. A Lily escutou tudo! – contou Ben.


A morena abriu a boca e arregalou os olhos. Fitou a Harry e ele assim como ela, estava corado. Definitivamente certos excessos deveriam não acontecer, para que com eles constrangimentos passassem distantes.


- Passamos do limite ontem. - Sussurrou Harry para a esposa. - Já está tudo claro então? Entenderam o que eu disse?


- Sim, papai. – os dois responderam em coro.


- Hei, posso voltar? – escutou-se James perguntar do outro cômodo. – Não tomei meu café da manhã!


- Se não for se intrometer onde não fora chamado, pode. - Respondeu Harry para James. Pegou Lily nos braços e a colocou no chão. - E esqueçam essa conversa que eu e sua mãe tivemos ontem. - Emendou trocando olhares com Hermione.


- Esqueçam mesmo senão quiserem ter mais irmãozinhos para dividir os presentes no natal. – comentou James entrando na cozinha. A mãe rira, vendo que o bom humor do garoto havia voltado.


Harry olhou furioso para o filho mais velho, pegando um pedaço de torrada que estava sobre a mesa e tacando no garoto, que se abaixara antes que o acertasse.


- Errou! Eu tenho um ótimo reflexo... – desdenhou sentando-se à mesa. – Bom dia, mãe.


- Bom dia, querido. – fora até ele e beijou o topo de sua cabeleira castanha.


- Acertei. - Retrucou Harry dando um tapa na nuca de James. - Meu reflexo é melhor que o seu. - Sorriu vitorioso.


- Harry, não bata nele! – Hermione resmungou beliscando o marido.


- Ouviu? Não bata em mim, ou vai ter um monólogo esta noite... – James comentou rindo.


- Ele tá me irritando. - Comentou Harry entre dentes.


- Vocês dois estão parecendo duas crianças da idade do Ben e da Lily. - Disse Jared entrando na cozinha e ocupando uma das cadeiras.


- Já chega disso! – Hermione deu tudo por encerrado. – Tenho que ir pra loja daqui a pouco. – disse rapidamente.


- Mione hoje é sábado. - Protestou Harry revirando os olhos. - Por favor.


- Eu sei, mas estamos a semanas do regresso dos alunos a Hogwarts, sábado é um dia movimentado. Não posso deixar a loja com Stacie, ela é bem capaz de afugentar a clientela. E, além disso, preciso organizar as prateleiras com os novos livros escolares. – ela explicou cortando uma fruta para Lily.


- Faça como achar melhor. - Disse Harry visivelmente magoado ao pegar seu prato e seguir para a sala.


- Opa. - Sussurrou Jared. - Acho que alguém aqui não está satisfeito.


- Harry... – ronronou Hermione se aproximando da porta. – Prometo voltar cedo.


O moreno abaixou seu olhar para o prato, permanecendo em silêncio. Hermione sempre prometia voltar cedo, mas nunca voltava. Fora ela mesma quem acabara de dizer que o dia seria movimentado na loja. Se ela não voltava cedo quando tudo estava calmo, imagina naquele dia.


Um silêncio desconfortável se abateu na cozinha. As crianças sabiam que o aborrecimento do pai tinha fundamento, até mesmo eles estavam chateados. Claro que a Floreios e Borrões era importante para Hermione e sua carreira profissional. Ela conseguira levantar a loja depois da guerra, tornando-a quase uma atração turística muito visitada. Mas tomava bastante tempo dela, o mesmo tempo que passaria com a família.


- Ah, não me olhem assim... – ela murmurou, fitando de um a outro à mesa.


- Você vai ficar o dia todo lá. – disse Ben, tristonho. – Prometeu me levar na sorveteria.


- Mamãe você sabe que o papai fica estressado quando você o deixa a sós com a gente. - Disse Jared brincando com a comida em seu prato. - Aí você chega cansada do trabalho, ele vai pedir pra que você fique em casa no dia seguinte com ele, você diz que não pode e acabam discutindo. É sempre assim. Nunca muda.


- Também acha isso? – perguntou a James.


- É... Eu acho. Mãe, você trabalha demais. Papai é o vice-ministro, mas ele está em casa todos os dias para jantar conosco. Passa os fins de semana sempre com agente e...


- Ora, não deixo vocês pelo trabalho. – defendeu-se, nervosa. – É só uma tarde que passarei fora. É importante para mim.


- Não precisa se zangar com a gente mãe. - Disse Jared levantando-se da mesa assim como os outros. - Deixe que sua consciência responda por você.


Todos se retiraram da cozinha, deixando uma Hermione decepcionada e frustrada com seus pensamentos para trás. Respirou fundo ao dar um gole em seu suco e tentando tomar seu café da manhã normalmente, mas não conseguira.


Não era a mesma coisa naquela mesa sozinha.


...




- EU GOSTARIA DE SABER QUEM SUJOU A LOUÇA QUE EU ACABEI DE LAVAR. - Gritou Harry impaciente na cozinha, desviando-se de Ben que acabara de passar correndo com uma vasilha cheia de água nas mãos. - BENJAMIM PARE DE CORRER DENTRO DE CASA.


- Desculpa pai. - O menino disse antes de sair pela porta da cozinha.


- Hã... Pai. - Jared puxou a camisa do homem. - Eu sei que o senhor não está muito... Bem. Mas a Lily caiu na calçada e ralou o joelho. Já abriu o maior berreiro.


Harry se virou, olhando para a pequena garota. Ela estava com o rosto molhado e vermelho provocado pelo choro. Pegou-a nos braços e a colocou na mesa.


- Vamos fazer um curativo nesse machucado. - Caminhou até o armário e abriu algumas gavetas. - JAMES.


Ele demorou alguns minutos para aparecer.


- Que é? – perguntou enfadonho. – Estou me arrumando, vou encontrar a Emma daqui a pouco. – emendou, fechando os botões da camisa.


Harry soltou uma risada sarcástica diante do filho, tornando a ficar sério segundos depois.


- Em primeiro lugar: mude seu tom de voz comigo. - Começou autoritário. - Em segundo: você não vai sair hoje. Estou à beira de um ataque de loucura e você vai me ajudar a cuidar dos seus irmãos. E terceiro: lave essa louça porque eu sei muito bem que foi você quem sujou.


- Que tremenda injustiça, posso pelo menos usar sua coruja para mandar um bilhete desmarcando o encontro? – perguntou irônico.


- Rapaz é bom não falar assim comigo se não quiser ver sua namorada só quando voltar para Hogwarts. - Sibilou Harry encontrando finalmente o kit de primeiros socorros. - Quero você de volta na cozinha em um minuto lavando essa louça. Jared pegue um pano pra que eu limpe o machucado da sua irmã.


Engolindo tudo, James saiu da cozinha rapidamente. Jared pegou um pano, e entregou ao pai. Sorriu fino ao fazer isso. Desejando tanto quanto Harry que Hermione estivesse em casa.


- Pai, eu não consigo achar o Félix. – Ben disse, entrando em casa. – Eu o coloquei dentro da caixinha e quando cheguei lá fora ele não estava mais.


- Você deixou aquele bicho escapar? - Questionou Harry surpreso. - Ben eu não te disse que era pra cuidar dele para que sua mãe não descobrisse?


- Mas ele fugiu o que eu posso fazer? – perguntou desesperado.


De repente escutaram um berro, e James apareceu na cozinha, trazendo o bicho pelo rabo. Jared riu, assim como Lily, pois Félix se esperneava.


- Que bicho intrometido, quase entra na minha calça! – exclamou, irritado. – E adivinha onde estava? No sofá do escritório...


- No escritório? - Harry arregalou os olhos. - Ben tira esse bicho daqui antes que sua mãe chegue.


O garoto pegou o tritão das mãos do irmão, seguindo para o jardim dos fundos. Harry voltou-se para a filha, que começara do nada a chorar novamente.


- Mas o que foi agora? - Perguntou surpreso e impaciente ao mesmo tempo.


- Quero a minha mamãe... – ela choramingou.


- Eu também queria sua mãe aqui, querida. - Disse Harry após um suspiro, colocando o curativo no machucado do joelho da filha. - Pronto. - Beijou-a no rosto.


Um barulho de vidro quebrando ecoou pela cozinha e Harry pode ouvir um "ops" antes de se virar. James acabara de quebrar um copo.


- Foi mal. – ele disse erguendo as mãos em rendição. – O que eu não daria pra mamãe voltar...  – terminou abaixando-se, ainda não tinha 17 anos completos então não poderia apenas juntar tudo com o auxílio da varinha, teria que fazer do modo trouxa, caco por caco.


- Você também quer sua mãe de volta? - Perguntou Harry exausto à Jared ao se largar em uma cadeira.


- Embora depois da mamãe eu seja o mais ajuizado dessa família. - Disse arrancando risadas de todos da cozinha. - Não seria ruim ela voltar logo pra casa.


- Antes que não tenhamos mais casa... – resmungou James.


- Concordo. - Sussurrou Harry entre um suspiro.


A morena que os observava sorrira torto, sentindo o coração se encher de ternura e alívio por ter tido a idéia de voltar pra casa. Não esperava mesmo que precisassem tanto dela, quanto faziam aparentar no momento.


Deixou as sacolas que levava nas mãos, descansadas no chão e pigarreou deixando-se notar.


- Mamãe! – Lily exclamou, fazendo Harry colocá-la no chão. Então foi de encontro a Hermione, esquecendo-se do joelho machucado.


- Oi, meu docinho. – abraçou-a, içando a menina do chão, pegando-a no colo. Afagava o rostinho dela, enquanto vislumbrava o sorriso dos três na cozinha aumentar.


- Mãe finalmente. - Jared a abraçou antes de relatar tudo o que acontecera. - Papai surtou, Lily machucou o joelho, James quebrou um copo e o Ben deixou o...


- Ben deixou derramar água na cozinha. - Completou Harry tampando a boca do filho e fazendo Hermione olhá-los confusa. - Só isso.


- Puxa, se divertiram bastante hein. – ela sorriu.


- Eu fez dodói no joelho, tá doendo, mamãe.  – Lily disse, enfiando o rosto entre o pescoço e o cabelo da mãe.


- Oh, meu amor, vai passar. – murmurou, beijando a filha. – Bem, não fiquem aí parados. Jared ajude seu irmão com aquelas sacolas. Eu comprei umas coisas.


- Sim senhora. - Obedeceu Jared pegando uma das sacolas.


Harry permaneceu calado durante algum tempo. Ainda estava chateado pelo fato da esposa ter trocado um dia de diversão com a família pelo trabalho, mesmo voltando cedo para casa como prometera. E mais chateado ainda pela casa enlouquecer diante de sua presença.


- Lily, você pode ajudar seus irmãos? – Hermione indagou carinhosamente. A menina assentiu animada, mas não menos manhosa. Desceu-a, e ela foi correndo ajudar James, que lhe entregou um pequeno embrulho. Estavam distraídos com as compras então ela se aproximou do marido. – Me ajuda com algo na sala?


Ele apenas assentiu com a cabeça antes de segui-la para lá. Era uma desculpa típica que Hermione usava quando queria falar a sós com ele.


Quando atingiram o corredor, ela parou virando-se para o marido. Odiava quando tudo que recebia era um silêncio da parte dele, e parecia que os meninos também haviam herdado essa particularidade. Harry se fechava naquilo e ela tinha que ter jogo de cintura para driblar seu aborrecimento.


- Não parei de pensar em vocês em nenhum minuto esta tarde. – Ela disse.


- Deveria ter pensado antes de ir trabalhar. - Resmungou caminhando até a janela, dando as costas para Hermione.


- Harry, não aja assim comigo. Eu voltei cedo como prometi. – mordeu o lábio. – Por favor, seja razoável.


- Tá bom. Eu serei razoável. - Disse em tom irônico. - Alguma outra coisa que deseja de mim?


- Que olhe para mim, pra começar. – falou séria.


Harry respirou fundo antes de se virar. Queria não estar zangado com Hermione, esquecer tudo o que acontecera e desculpá-la. Mas quantas vezes mais teria que fazê-lo toda vez que ela repetisse isso?


Ele então a olhou, relutante.


- Ótimo. – ela murmurou, estava tremendo. – Desculpe-me por não ficar em casa hoje.  Você sabe que eu os amo mais do que tudo em minha vida, mais do que o maldito trabalho. E não quero fazer parecer o contrário.


- Mione eu não te peço pra ficar em casa por minha causa. Ta bem, talvez eu sinta um pouco de ciúmes quando você se dedica muito ao trabalho. Mas na próxima semana James e Jared vão para Hogwarts e só vamos vê-los de novo no natal. E quanto ao Ben e a Lily, você sai tão cedo pra ir trabalhar que eles ainda estão dormindo e quando você volta já é tarde demais. Não dedique tanto tempo ao seu trabalho.


- Quando você tem que se ausentar por um compromisso do ministério eu não fico te acusando. Sei que às vezes trabalho demais, mas... Não negligencio minha família. Sou uma boa mãe, e esposa. Tento pelo menos! – ela riu-se amarga. – Se fosse por você eu não trabalharia fora. Você é machista como todos os outros. Critica-me por algo totalmente normal.


- Hermione eu não passo horas em uma livraria e me atraso pro jantar. Eu não saio pra trabalhar todos os fins de semana e deixo meus filhos em casa. Quando eu tenho que me ausentar por algum compromisso do ministério você não me acusa porque você sabe a verdade. Você é uma ótima esposa e uma mãe maravilhosa, mas mesmo com os olhares suplicantes dos seus filhos você sai pra trabalhar. É pedir demais para que faltasse pelo menos um dia no trabalho?


Ela o encarou, mortificada, seus olhos mais vivos por conta da raiva. A essa altura o tom de voz de ambos estava um pouco acima do tom normal.


- Você não entende! – exclamou. – Só entende quando passa um tempo com as crianças e se vê em apuros como agora. Eu arranjo tempo pra tudo isso, pra ser mãe, para ser sua esposa, e só quando eu tenho tempo para mim, é quando estou na loja.


- O que está querendo dizer? - Harry aumentou sem tom de voz, visivelmente irritado. - Que eu não me dedico à nossa família? Que eu só preciso de você quando a casa está de pernas pro ar?


- É... Eu sou sempre a vilã. A megera que assusta a namorada do filho. A ausente que os deixa para serem criados por uma babá. Sempre sou eu, não é?! – acusou apontando para ele.  – Você vira o jogo... – disse trêmula. – Vira o jogo e eu sou a culpada de tudo!


- Por Merlin, Hermione. Não diga besteiras. - Harry revirou os olhos. - Não sou perfeito e sei bem disso. Mas você ouviu o que eles disseram antes de você sair. Não fui eu quem disse, foram seus filhos!


Ela bufou, e saiu pelo corredor praguejando, e assim subiu as escadas. Harry então foi atrás dela pouco se importando se os filhos ouviam ou não. James provavelmente estava controlando a situação. A ouvira bater a porta com força, tal a força que dominava sua raiva naquele momento.


- Saia daqui! – ela berrou quando o marido entrou no quarto. – Não preciso de você sendo a voz da minha consciência!


- Mas precisa de mim para apontar os meus erros e meus defeitos, não é? - Indagou em tom de voz alto.


- É mais fácil, não é querido? Apontar os defeitos do outro! – vociferou.


- Quer saber Hermione? Faça o que você quiser. Volte pro seu precioso trabalho e fique lá até tarde. Amanhã você volta e trabalha de novo. - Gritou Harry irado. - Só não venha me culpar depois por uma escolha sua. Um erro que você cometeu.


O moreno saiu do quarto, batendo a porta com força ao passar e ecoando pela casa toda. Desceu as escadas, passando pelos filhos que pareciam visivelmente assustados com aquela situação, seguindo para o jardim dos fundos. Ouviram ainda os soluços de Hermione e algumas coisas se quebrando no andar de cima.


Os pais raramente brigavam, mas quando o faziam, era devastador. Tanto para eles mesmos, quanto para os filhos.


James suspirou cansado, agora a mãe ficaria horas dentro do quarto, e o pai horas fora de casa. Pegou Lily no colo e a sentou no balcão, enquanto o irmão menor que havia entrado em casa pouco depois que Harry e Hermione haviam se retirado da cozinha, se encostava perto da menina.


- Bem pessoal... Que tal um lanche? – ele sugeriu, olhando de esgueira para Jared, mais calado do que o de costume.


- James nós não somos bobos. - Jared olhou para o chão. - Quando papai e mamãe brigam assim eles ficam dias sem conversar. Da última vez foram duas semanas. Eles vão se separar.


- O que é separar, Jimmy? – perguntou Lily.


- Separar é que cada um deles vai ter uma casa, e vamos ficar de lá pra cá. – Ben respondeu triste.


- Qual é gente? – o mais velho disse. – Acha mesmo que isso vai durar muito? Estamos falando dos nossos pais, não de qualquer outro casal. Divórcio não é nem uma hipótese.


- O que é hipopotese? – indagou Lily outra vez.


- É hipótese Lily. - Corrigiu Jared rindo da irmã. - É uma escolha, uma suposição que ainda não foi demonstrada e pode ser aceita. - Jared olhou para o irmão mais velho. - E agora o que vamos fazer?


- Esperar...


...


Reapareceu diante de uma casa silenciosa. Provavelmente ele não estaria em casa e teria que procurar outro lugar para distrair-se. Caminhou até a varanda e tocou a campainha, esperançoso para alguém atendê-lo.


Era visível que ainda estava furioso pela discussão que acontecera mais cedo. As expressões em se@ ýïð


Não demorou muito e a porta fora aberta. Um ruivo sorridente o reconheceu, porém o sorriso morreu em seus lábios ao ver o rosto impassível do amigo. Poderia imaginar o que acontecera. Suspirou aliviado por estar sozinho. Sua esposa fora visitar o pai e levara os filhos consigo. Deu passagem para o amigo entrar.


- Harry... O que aconteceu? Parece que foi pisoteado por um gigante. – Rony comentou, assim que entraram.


- Exato. - Rispidou ao tirar seu casaco e jogá-lo na poltrona. - Uma gigante chamada Hermione.


Rony deixou escapar um assovio, enquanto o amigo suspirava longamente.


- Certo...  Acho que precisamos de uísque de fogo.


- É uma ótima idéia. - Harry se sentou em uma poltrona.


- Que maravilha, só precisava de uma desculpa para abrir essa garrafa. – Rony comentou rindo brevemente. – Mas então... – emendou enquanto pegava dois copinhos em cima de uma mesinha que continha as bebidas -... O que a fera Hermione aprontou dessa vez?


- O de sempre. Saiu pra trabalhar no fim de semana. - Respondeu aceitando um dos copinhos que Rony lhe oferecera, virando-o em um único gole. - E quando ela voltou tentou agir como se nada tivesse acontecido.


- Puxa, ela leva àquele trabalho a sério demais. – comentou o ruivo, bebendo o liquido de seu copo. Esvaziando-o rapidamente para torná-lo a encher. Assim como fizera dando mais uísque a Harry.


- É isso que eu estou tentando dizer pra ela. - Harry se levantou impaciente. - Mas toda vez que tocamos nesse assunto ela não aceita os fatos e acabamos brigando. - Apoiou-se na lareira, tomando um gole de seu uísque de fogo.


- Deixe-me adivinhar... – refletiu coçando o queixo. – Ela disse que você é machista? Que é um homem das cavernas, antiquado, que não a entende?


- Bem previsível, mas foi exatamente o que ela disse. E mais um monte de insultos. - Harry colocou o copo vazio sobre a lareira, respirando fundo.


- Luna me falou a mesma coisa, quando eu apenas insinuei sobre a carreira dela no Pasquim. Acho que sua mulher anda contaminando a minha. – resmungou, e os dois sorriram. – Quem as entende, não?


- Ao acaso é pedir demais que trabalhe menos? - Indagou Harry passando a mão entre os cabelos. - Estou com vários processos atrasados no ministério e nem por isso eu passo os fins de semana no trabalho. Nem por isso chego atrasado todos os dias para o jantar.


Os dois ficaram em silêncio olhando para o mesmo ponto fixo, bebendo a mesma coisa. Rony queria dizer algo inteligente, ou que realmente fosse importante, mas não sabia o que dizer. Quando Hermione e Harry brigavam, era muito diferente de quando ele e a esposa faziam o mesmo. Luna era bem mais maleável.


- Bem, tente conversar com ela outra vez. Vocês sempre dão um jeito de resolver as coisas.


- Conversar? - Disse o moreno sarcástico. - Estou farto de conversar Rony. Toda vez é a mesma coisa. E se eu aparecer lá agora é provável Hermione me azarar pelo resto da minha vida.


- Ela não faria isso. Não contra você... – ele disse escondendo o riso. – sinceramente não sei o que dizer. Você sabe que não sou bom com conselhos, ainda mais para brigas de casal, mas espero que se resolvam logo. E posso lhe oferecer mais uísque, e um ouvido amigo.


- Já está me ajudando muito, Rony. Obrigado. - Harry suspirou ao se sentar novamente. - Mas eu não quero incomodá-lo. Irei embora.


- Vai me deixar tomar isso sozinho? O que eu vou dizer pra Luna? – indagou. – Fica aí, sei que tem muito mais pra contar.


- Rony, não posso passar a noite aqui desabafando meus problemas com você. - Disse Harry servindo-se de mais uísque de fogo.


- Eu sei...


Depois daquele murmúrio, muito se ouvira de Harry. Seus lamentos, misturados com coisa do passado, endossados com os tantos outros de Rony, viraram uma cantiga trôpega. A noite já havia caído, e por sorte, ainda continuavam sozinhos. A garrafa havia sido esvaziada e substituída por outra. Aquela já era a terceira.


- Sabe o que me dá vontade de fazer? - Questionou Harry com a voz embargada pela bebida. - Ficar uma semana trabalhando sem parar pra Hermione ver o tanto que é bom.


- Faça isso, amigo. Faça isso! A faça sentir na pele o que você sente toda vez que ela se enfia naquela maldita loja de livros velhos e horríveis! – Rony disse.


- Vou fazer isso mesmo. - Harry soltou um soluço, que provocara uma gargalhada no amigo. - Já que ela acha que o trabalho na preciosa loja é o mais importante.


- Ou... Você deveria se mudar pra lá, já que ela gosta tanto da Floreios e Borrões. – falou e riu. – Que tal se disfarçar de livro?


- Um bem chato de preferência. - O moreno se levantou cambaleando. - Já que ela adora livros chatos.


- Aha! Hogwarts: uma historia. Ela tem uma tara por aquela porcaria. Você ia ficar bem apessoado...


- Quem sabe assim pelo menos uma vez ela me entenda? - Indagou entre risos ao caminhar cambaleante até a poltrona e apanhar seu casaco. Consultou o relógio com dificuldade. - Acho que vou embora. Todos já devem estar dormindo. Está tarde.


- Consegue ir embora? – Rony indagou, gemendo, pois batera o dedo no sofá, ao caminhar. – Só não mando você por via pó de flú, porque não estamos em condições de dizer as coordenadas certas. – emendou e riram.


- Ei. - Harry vestiu seu casaco ao contrário, virando-se para o amigo. - Eu não estou bêbado. Claro que consigo ir embora. Eu me viro. - Emendou seguindo entre tropeços até a porta. - Obrigado pela conversa, Rony.


- Ao seu dispor, eu ainda tenho mais uísque de fogo, se precisar... – ofereceu, e Harry respondera com um sorriso zombeteiro. – Até mais, espero que não morra essa noite.


- Não vou. - Respondeu tirando sua varinha das vestes ao abrir a porta.


Com muita dificuldade Harry desceu os degraus da varanda. O efeito da bebida em sua cabeça não ajudava em nada. Sua visão estava turva e a cabeça girava sem parar. Levou alguns minutos até se lembrar do feitiço que deveria usar para aparatar e, então, aparatou.


Reapareceu diante de sua casa e respirou fundo, desejando imensamente que Hermione e os filhos estivessem em sono profundo. Caminhou cambaleando até a porta e a abriu com cautela. Tentaria fazer o silêncio possível para que sua chegada não fosse notada.


Subiu as escadas com dificuldade, pois além de não querer fazer barulho a visão não o auxiliava. Ao entrar no corredor, sem querer, esbarrou na pequena mesa que tinha encostada a parede, derrubando um vaso de flores.


- Droga. - Murmurou entre dentes.


A terra se espalhou pelo chão, a planta se espatifou. Ele gemeu irritado. Aquele vaso tinha sido presente da mãe de Hermione, e com certeza ela o mataria por tê-lo trincado na queda.


Então com os pensamentos nela, a mulher se materializou bem a sua frente. Seu semblante preocupado se relaxou ao vê-lo. E mesmo com a visão “embriagada” Harry notara o rosto dela vermelho, assim como os olhos.


- Harry, graças a Deus! – exclamou, sufocando-o num abraço, inesperado.


Ele permaneceu imóvel, surpreso, diante da reação inesperada de Hermione. Pensara que seria amaldiçoado, torturado ou então que iniciariam uma nova briga, mas ela o abraçou. Harry franziu o cenho confuso ao se perguntar se a bebida fazia tê-lo tais alucinações, porém parecia bastante real.


- Onde estava? – ela perguntou com os olhos marejados. – Eu fiquei tão preocupada.


- Eu estava na... - Levou a mão na boca para reprimir um soluço. - Estava na casa do Rony. Precisava sair daqui e... - Tentou abraçar o reflexo da esposa, mas acabara abraçando o nada.


- Estou aqui, Harry... – disse sorrindo fino, enquanto acariciava o rosto dele.


- Ah. - Harry se virou para a esposa. - Desculpe pelo vaso. Ele pulou na minha frente, se assustou e caiu.


- Tudo bem, quem não se assustaria, não é? – ela brincou, intrigando-o ainda mais. Será que havia entrado na casa certa? – Venha, sente-se aqui. – Hermione o guiou até o sofá. 


- Eu... Eu preciso... - Harry coçou a cabeça. - Preciso voltar pra casa. Hermione deve estar irritada comigo.


- Ela deveria estar mesmo – comentou enquanto tirava os sapatos dele. -, mas ela não está.


- Por que não? - Questionou erguendo uma sobrancelha.


- Porque ela não consegue ficar com raiva do marido. Sabe como é, ela o ama. – disse após colocar os sapatos dele num canto. – Você precisa de algo forte, um café por exemplo.


Harry se levantou um pouco tonto, mas sentindo o efeito da bebida passar aos poucos. Seguiu com Hermione para a cozinha, sentando-se em uma cadeira. Aceitou o café que ela o oferecera minutos depois e o tomou com calma, permanecendo em silêncio.


- Aposto como Ron está em pior estado. – comentou depois de um minuto em silêncio.


- Ele é mais fraco que eu com bebidas. - Disse sorrindo, abaixando seu olhar para a caneca de café em suas mãos.


- É... – sentou-se perto dele, mesmo bêbado, Hermione notara algo de diferente no marido, e sentia-se tão culpada. Seus olhos se encheram de água outra vez, então ela os desviou.


- Como você está? - Perguntou após outro gole de seu café.


- Bem. – apenas respondeu, pois se prolongasse-se sua voz falharia.


Harry respirou fundo ao terminar seu café. Tinha receio de começar uma nova conversa com Hermione e voltarem a brigar. E a última coisa que queria naquele momento era uma nova briga. Ele então se levantou, sentindo-se tonto.


- Acho que vou me deitar.


- Te ajudo. – levantou-se também, e o amparou. Sentiu-se estremecer quando ficou perto dele.


Fitaram-se brevemente, mas nenhum dos dois falara nada. Apenas se olhavam em silêncio.


Harry a olhou nos olhos e toda a mágoa e decepção que sentira por Hermione devido à briga que tiveram naquele dia desaparecera no momento. Uma vontade de beijá-la percorreu seus lábios ao apreciar a boca da esposa.


Suas mãos, involuntariamente, tocaram o rosto de Hermione e iniciaram uma caricia suave, fazendo-a fechar os olhos. Inclinou sua cabeça e roçou seus lábios aos dela lentamente, fazendo a morena ofegar e ansiar por seu beijo. Então, Harry a beijou.


Ela suspirou quando o marido a envolveu mais em seus braços. Suas bocas saudosas experimentavam o gosto da reconciliação. Sempre tinha um gosto melhor quando faziam as pazes. Era como se tudo estivesse voltando ao seu devido lugar.


O sabor de Harry misturado ao do café que ele acabara de beber conseguiu inebriá-la intensamente. Afundou os dedos nos cabelos dele, puxando-os levemente, enquanto o corpo masculino pressionava-se contra o seu.


Ele apertou a cintura de Hermione, apertando mais seu corpo ao dela. Uma leve mordida em seu lábio inferior o fizera ofegar. Hermione sabia como provocá-lo, sabia fazer com que ele esquecesse todos os problemas e se dedicasse a ela naquele momento.


Suas mãos percorriam uma trilha sinuosa pelas costas da morena, deixando-a arrepiada. Os lábios cobriam os delas com perfeição, conduzindo-a em um beijo lento e apaixonado.


- Harry... – ela murmurou entre os lábios dele. O moreno a encarou. – Me desculpe, por tudo.


- Só te desculpo se você puder me desculpar também. - Harry sussurrou arrancando um sorriso dos lábios de Hermione. - Por tudo.


- Está desculpado. - murmurou sorridente. – Agora acho que precisa de um banho frio...


- Acho que preciso de algo para a dor de cabeça. - Disse levando sua mão na testa.


Hermione riu, achando graça da careta que ele fizera. Beijou-o outra vez, mordendo em seu lábio inferior.


- Vai subindo, eu levo algo pra sua dor de cabeça.


O moreno sorriu assentindo com a cabeça antes de subir. Ao chegar em seu quarto, tirou a camisa e se jogou na cama. Mataria Rony no dia seguinte por tê-lo feito beber tanto. A dor não era tão forte, mas também nada confortável.


No entanto a única coisa que o agradara nisso tudo, fora a preocupação de Hermione e o cuidado com que ela o recebera. Fitou o teto, esperando ela voltar. Suspirou fundo, um peso enorme saíra de suas costas, pois odiava dormir brigado com ela. As noites assim eram frias, estava com ela na cama, mas parecia estar sozinho.


Fechou os olhos por um momento para descansar. Deveria sentir sono pela quantidade grande de uísque que tomou, mas não estava com sono. Estava arrependido por ter levado uma discussão com Hermione. Mas estava feliz por finalmente terem acertado tudo. Não ficariam mais dias sem se falar como fizeram da última vez.


Ela entrou no quarto, silenciosa, e o pegou com um sorriso nos lábios. Jogado na cama, displicentemente. Caminhou até Harry, e depositou o copo com água em cima da mesa de cabeceira. Sentou-se na cama, e sentiu uma das mãos dele em sua cintura.


- Trouxe uns comprimidos que mamãe deixou aqui da última vez, creio que quer algo mais eficiente que uma poção.


- É o que eu mais quero.


Harry se sentou na cama e pegou os comprimidos que ela trouxera, colocando-os na boca e tomando água em seguida. Sua única opção agora era esperar que eles fizessem efeito e a dor de cabeça desaparece.


- Obrigado. - Sussurrou beijando Hermione na testa.


- Agora é melhor dormir, vou desligar as luzes. – disse ela, levantando-se.


Ele concordou deitando-se na cama. Hermione apagou as luzes e se deitou ao seu lado. A claridade que entrava no quarto pela lua permitiu que ela o visse fechar os olhos e adormecer.


...


Os carrinhos com malões e as corujas deslizavam na plataforma da estação. O grande e vermelho trem que levaria os alunos para Hogwarts estava ali, parado e de portas abertas para receber novos e veteranos estudantes.


Alguns pais faziam questão de dar sermões nos filhos, lembrá-los de estudar e se esforçar mais e evitar uma detenção. Outros faziam drama ao deixarem os filhos partirem, afinal só os veriam novamente no natal.


- Não chore Lily. - Disse Jared para a irmã caçula. - Nós mandaremos uma tampa de privada de Hogwarts para você.


- Não é assim que se conquista as mulheres, idiota. – James retrucou, vendo a cara de interrogação da irmãzinha mais nova. – Vou mandar um caixa de doces da Dedos de mel  pra você. – Lily então sorrira largamente. – Viu, é assim.


- Mãe tem certeza que não trocaram de filho quando te entregaram o James? - Jared revirou os olhos fazendo os pais rirem. - Ainda tenho esperança de que meu irmão inteligente e simpático está sozinho neste grande mundo.


- Jared, não fale besteiras. – Hermione disse ainda rindo.


- Você ainda duvida que eu não seja um Potter? Francamente... – James resmungou, ao mesmo tempo em que se mantinha atento a movimentação de pessoas.


- É bom saber que minha reputação está sendo bem preservada. - Disse Harry com sarcasmo.


- Realmente, não há dúvidas. – a morena disse. Ela olhou no relógio. – Céus, temos que correr, não quero que se atrasem.


- O que foi James? - Perguntou Jared ao notar o irmão olhando por cima da cabeça das pessoas em sua volta. - Já sei. Faz tempo que não vê a namorada, não é? Ta com medinho que ela não consiga embarcar no trem.


- Emma já deve estar lá dentro, fora à mamãe não sei qual pessoa nessa Terra é mais pontual. – ele disse, bufando. – E você, irmãozinho... Ansioso por rever a Kira?


- Não enche. - Retrucou antes de abraçar a mãe. - Vou embarcar. Quero terminar meu livro antes de chegar a Hogwarts. - Completou antes de abraçar o pai.


O viram partir rapidamente, o constrangimento do garoto deixara Hermione um tanto intrigada. Jared era tão reservado que não se surpreenderia se tivesse um amor platônico. Só não imaginava que era por Kira. Sondaria depois...


- Então acho que já vou embarcar também. – James anunciou sorridente.


- Se cuida, meu filho. – disse Hermione dando um passo à frente para abraçá-lo. – E juízo.


- Juízo? – ele sorriu torto. – É meu segundo nome, mãe.


Hermione apertou suas bochechas, dera um leve tapinha ali. E depois o beijou.


- Estou falando sério, garoto! – exclamou, abraçando-o outra vez.


- Se cuida rapaz. - Disse Harry bagunçando os cabelos do filho. - E eu disse para Hagrid não salvar mais sua pele. É bom você se cuidar esse ano.


- Podem ficar tranquilos, seu querido filho vai se comportar esse ano. Vai mandar uma caixa de doces para Lily, algumas coisinhas para o Ben, e nenhum desgosto pra vocês. – ele brincou.


- Assim espero James. - Harry sorriu aliviado.


- Tchau Jimmy. – Lily falou chorosa nos braços do pai.


- Tchau gatinha. – beijou a irmã. – Até logo, gatona. – então beijou a mãe. – Arrivederci. – emendou num sorriso maroto.


- Ele realmente se acha o melhor. - Comentou Harry olhando o filho se afastar.


- Com esse vocabulário em italiano, e os olhos verdes que herdou de você, ele pode se considerar assim. – replicou Hermione rindo.


- Ainda bem que você não disse isso perto dele. - Disse Harry rindo e olhando para Lily em seus braços. - Vamos tomar sorvete, gatinha?


- Sorvete sim. De morango...


- Temos que pegar Ben na casa do Kevin. – Hermione disse.


- Então vamos buscar seu irmão primeiro. Depois tomamos sorvete. - O moreno riu ao ver a filha emburrar.


- Você ainda não sabe como conquistar as mulheres – Hermione riu, caminhando a frente, enquanto Harry sorria seguindo-a.


- Já conquistei a que eu queria. - Disse orgulhoso de si mesmo.


- Sim. – ela virou-se quando pararam perto da passagem. – Conquistou. – terminou olhando em seus olhos.


- Bom saber. - Sorriu beijando-a levemente nos lábios, sendo cutucado por Lily.


- Quero beijo também, papai. – ela disse franzindo a testa.


- Ciumenta. - Disse cobrindo-a de beijos na face.




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N/A: Segundo capítulo postado. xD
Agora é só vocês comentarem muito que a gente posta rapidinho. Somos movidas à comentários. kkk
Não se esqueçam de dar opiniões sobre a fic.
Temos muitas idéias pra ela e só vai funcionar se vocês nos ajudarem.
Beijoos

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