De repente tudo muda.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 01.


De repente tudo muda




Afrouxou a gravata em seu pescoço ao conferir o relógio. Agradeceu por ser mais um dia de trabalho terminado. Estava demasiadamente cansado. Aquele dia no Ministério da Magia pareceu sugar mais suas energias do quê outros.


Organizou alguns papéis sobre sua mesa para que pudesse encontrá-los com facilidade no dia seguinte. Os mais importantes seguiram para dentro de sua pasta, onde os examinaria antes de dormir. Recolheu-a junto com seu paletó e saiu de sua sala.


Durante o caminho pelos corredores desejou boa noite para alguns conhecidos. Assim que conseguira sair do prédio, aparatou. Reapareceu segundos depois diante de sua casa. Seu corpo implorava por um bom e demorado banho antes que pudesse cair em sua cama.


Caminhava até a porta de entrada sem reparar nos brinquedos espalhados pelo chão. Ao terminar de subir os três degraus para a varanda, chutara involuntariamente uma bola de futebol, que batera na janela da sala e, por sorte, não quebrou o vidro.


Certamente aprontaram na ausência dos pais naquela tarde.


Quando entrou em casa, encontrou uma garota sorridente vir correndo da cozinha com uma vasilha cheia de pipocas.


- O que você e Ben fizeram essa tarde? - Perguntou após beijar a filha na testa.


- Agente fez uma bagunçona, e a Katrina ficou procurando e procurando agente.  – a menina riu gostosamente. – E eu pintei o vaso das plantinhas da mamãe!


Harry sorriu, olhando para o lado, onde o vaso de cerâmica de Hermione estava todo cheio de flores e marcas de dedos coloridos.


- E cadê o Ben? - Harry retirou o paletó e o guardou no pequeno armário ao lado da porta de entrada. - Vocês precisam recolher aquela bagunça toda na varanda.


- Ben foi na casa do Kevin. – respondeu olhando para o pai, sorrindo docemente. – A bagunçona o papai faz sumir com a varinha. – os olhinhos verdes cintilaram. Lily adorava uma demonstração de magia.


- Lily. - Harry abaixou-se para ficar da altura da filha, esboçando um sorriso. - Nem tudo nesse mundo se resolve à base de magia. Muito menos a preguiça. Por isso, quando o Ben voltar, vocês dois vão arrumar aquela bagunça na varanda.


A garotinha mordeu o pequeno lábio rosado, e hesitou um instante... Tirando os olhos, ela era uma cópia fiel da mãe quando pensativa. Sorriu ainda mais por isso.


- Tá bom papai, mas os binquedos grandes vou deixar lá.


- Deixe. Você é uma princesa. O Ben cuida dos maiores. - Sorriu beijando-a na face. - E onde estão James e Jared?


- Jared está no quarto devorando um livro, e James... – a voz de Hermione preencheu o ambiente, fazendo o coração de Harry acelerar. – Você o conhece bem, saiu com a tal Emma.


O moreno voltou seu olhar para ela. Hermione descia as escadas, prendendo os cabelos cacheados e compridos. Harry se ergueu, sorrindo saudoso, enquanto a mulher descia os últimos degraus, para se jogar em seus braços.   


- Não é por acaso que ele puxou a você. - Comentou divertido antes de beijar a esposa suavemente nos lábios.


- A mim? – indagou rindo. – Se refere a qual dos filhos? – tornou a perguntar em tom divertido.


- A todos. - Respondeu entre risos ao observar Lily fazer uma careta pela cena melosa de trocas de carinho que os pais protagonizavam.


- Bem, vou preparar o jantar. Essa moçinha aqui está com cara de fome, você não acha? – perguntou ao marido.


Lily sorriu, fazendo outra careta esquisita.


- Você acha? - Questionou Harry aproximando-se da filha e a examinando com os olhos. Então ele a pegou nos braços. - Pra mim ela está com cara de quem fez muita arte o dia todo.


- Só um pouquinho... – ela disse juntando os dois dedinhos.


- Um pouquinho? – Hermione comentou. – Katrina estava de cabelos em pé. Não vou me assustar se ela pedir demissão qualquer dia desses.


- É melhor você ir tomar um bom banho moçinha. - Sugeriu Harry colocando-a no chão. - Enquanto isso sua mãe coloca fogo na cozinha tentando preparar o jantar.


- Que engraçadinho. – resmungou prendendo o riso. – Sou uma ótima cozinheira. Não há nada que não consigo fazer... Mas acho melhor subir e tomar banho, meu amorzinho. Eu já apareço por lá, está bem?


Lily assentiu mesmo a contragosto, e antes de sair correndo escada à cima, beijou as bochechas do pai. 


- Aparecer no banho é? - Harry esboçou um sorriso malicioso.


Aproximou-se de Hermione, segurando a cintura da esposa e colando seus corpos. Beijou-a no pescoço lentamente, animado com o que ela acabara de revelar. A morena riu, sentindo os lábios dele percorrerem um caminho delicioso, até chegarem a sua boca. Onde o beijo fora intenso desde o começo.


Encostou-a perto de um móvel, e uma de suas mãos entrarem por dentro da camisa que ela vestia. Uma das suas que adorava ver no corpo esguio e perfumado. Sentindo a pele quente, arder ainda mais com seu toque. 


A morena ofegou ao senti-lo encaixar uma das pernas entre as suas e aumentar o ritmo do beijo, tornando-o mais quente e prazeroso. Ele mordiscou-lhe o lábio inferior de leve enquanto uma de suas mãos apertou com certa força a cintura alva de Hermione. Sentia uma das mãos da esposa bagunçar seus cabelos e arranhar de leve sua nuca.


Ambos gemeram, se olharam tão intensamente que poderiam decifrar suas almas refletidas ali. Harry riu, e inclinou-se para beijá-la novamente, mas o barulho da porta dos fundos sendo aberta bruscamente o fizera parar.


O moreno pensou em praguejar contra quem entrara em casa naquele momento, mas poderia ser um de seus filhos e isso não seria papel de um pai como ele. Então esperou a pessoa aparecer, escondendo-se atrás do sofá para que pudesse "se recuperar" do que acabara de acontecer.


Ele, assim como a esposa, arregalou os olhos surpresos ao verem o pequeno garoto entrar na sala coberto de lama da cabeça aos pés.


- Benjamim Alexander Potter! – Hermione exclamou, colocando as mãos na cintura. – Isso é jeito de aparecer em casa? Meu Merlin olhe seu estado!


- Só estou um pouco sujo, mamãe. – o garoto explicou. – Foi na guerra. Você sabe, eu tinha um inimigo de pontaria invejável. E depois acabamos por nos encontrar em um duelo terrível. – terminou e sorriu. Os dentes brancos aparecendo mais por conta da lama quase negra.


As roupas dele não esboçavam mais suas cores originais, nem os tênis, nem nada. Tudo era marrom escuro.


Hermione reclamou outra vez, e Harry riu.


- Pelo menos conseguiu derrotá-lo? - Perguntou ao filho entre risos. Hermione o fulminou com o olhar.


- Mas é claro! – exclamou eufórico. – A bola de lama com folhas e outras coisas valia um bônus, então eu acertei bem na cabeça do Kevin, e ganhei a guerra.


- Coitada da mãe do Kevin, se eu já achava que estava com um “sujinho” em casa, então ela está em apuros maiores. – comentou Hermione e o marido explodira uma gargalhada.


- Seu filho é um campeão. - Comentou Harry arrancando um pequeno sorriso dos lábios de Hermione. - Vá se limpar no jardim dos fundos. Ainda está de dia.


- Está bem! – respondeu feliz, e saíra pulando e cantando uma canção da vitória.


- Vou ganhar umas rugas a mais hoje. - Hermione disse, indo para a cozinha.


- Vai continuar linda do mesmo jeito. - Harry a abraçou por trás enquanto iam para a cozinha, beijando-a no ombro.


- Não vou nada. – resmungou, sorrindo.


- Sabe que vai. - Ele a beijou na face. - Vou tomar um banho. - Completou antes de sair da cozinha e subir para seu quarto.


...


Admirou-se novamente quando mais uma linda cena apareceu no grande telão em sua frente. Nunca se envolvera tanto no mundo dos trouxas e, graças a James, estava tendo esta oportunidade. Seus pais, embora não odiassem os trouxas, não eram a favor de tal relacionamento com eles. Para eles os bruxos eram melhores.


Sorriu ao sentir o garoto ao seu lado fingir se espreguiçar e colocar o braço no encosto de sua poltrona. Ele fazia de tudo para tocá-la. Inventava até mesmo as mais ridículas das desculpas. Saboreou-se novamente com o refrigerante, nunca tinha tomado algo tão gostoso.


O filme então acabara e as pessoas começaram a se levantar e se retirar da sala. Ela olhou para os lados, confusa.


- Para onde eles vão? - Perguntou ao garoto do seu lado.


- Infelizmente o filme acabou. – James disse sorrindo. - Temos que ir também.


- Por quê? - Perguntou novamente, parecendo decepcionada.


- Não podemos ficar aqui Emma, a sessão acabou. Agora eles limpam a sala, pra começar tudo de novo. – explicou. – Embora eu ficasse aqui com você por muito mais tempo. – sorriu maroto.


- Então vamos ficar. - Sugeriu esboçando um sorriso atraente, mordendo de leve a ponta do canudo de seu refrigerante.


- Ah... – suspirou. – Não me tente assim, Emmy. – ele disse olhando para os lados.


- Aqui é bom sabe. - A garota passou os dedos pelo peitoral de James. - É escuro. - Completou em um sussurro e com uma piscada nada indiscreta para ele.


- Exatamente. – ele respondeu num tom igual, e aproximou-se mais da namorada. Acariciou o rosto dela, e depois a nuca. – Acho que não vão se importar se ficarmos aqui um pouquinho.


- Não mesmo. - Emma sussurrou provocante contra os lábios de James antes de beijá-lo.


Suas mãos enlaçaram-no pelo pescoço, acariciando os cabelos lentamente. Porém, tiveram que interromper o beijo assim que um funcionário entrou na sala pedindo para que se retirassem.


- Idiota mal amado. - Resmungava Emma de braços cruzados ao sair do cinema. - Ele não deve ter namorada.


- Concordo com você sabia. Ele estava olhando demais pra suas pernas, bem que eu disse que essa saia não é muito legal. – reclamou James jogando o copo de refrigerante no lixo. – Mas se quiser, podemos comprar ingressos para um filme mais longo...


- Minha saia? - Indagou a morena surpresa sem dar importância ao último comentário do namorado. - James eu escolhi essa saia porque pensei que você gostasse de me ver com ela.


- E eu gosto! – exclamou. – Você não sabe o quanto... – emendou sorrindo malicioso, mas depois ficou sério. – O problema, é que os outros caras também gostam... E muito por sinal.


- Eu não me importo para o que os outros pensam. - Disse cruzando os braços e virando-se de costas para o namorado. - Eu me importo com o que o meu namorado pensa.


James suspirou, e sorriu. Chegou mais perto dela e a abraçou. Rodeando seus braços na cintura dela. Colou a boca no ouvido delicado que ostentava um brinco de pedrinha, e disse:


- Saiba que seu namorado adora essa saia. Adora ainda mais a dona dela.


- Isso é injusto. - Emma respirou fundo, virando-se para olhá-lo e colocando seus braços em volta do pescoço dele. - Sabe que eu não resisto ao seu charme. - Completou beijando-o levemente nos lábios. - O que vamos fazer agora?


- O que quer fazer? – indagou erguendo a sobrancelha. – Eu disse a minha mãe que não tenho hora...


- Eu estou com fome. - Murmurou fazendo bico ao passar os dedos pelo peitoral do namorado. - Acho que a pocota não saciou minha fome.


- Sim, eu acho que a “pipoca” não te satisfez... – riu-se.


- Isso. - Concordou rindo e fazendo uma careta em seguida. - Não entendo essas coisas de trouxas. Poderíamos jantar... Na sua casa. - Sugeriu distribuindo beijos na face do moreno.


- Na minha casa? – ele perguntou. – Lá tem meus irmãos, eles vivem no meu pé, sem falar da minha mãe.


- James. - Emma afastou-se, erguendo uma sobrancelha. - Não acha que está na hora de eu conhecer sua família? Estamos namorando há três meses.


Ele coçou a nuca. Estava adiando muito esse momento, porque na verdade nunca levara garota nenhuma para que sua família conhecesse. Nenhuma que valesse a pena, mas Emma era diferente. No entanto, tinha medo do que poderia acontecer... Havia várias opções de tragédia: Lily poderia fazer uma magia involuntária e fazer os dentes de Emma crescer exageradamente, Ben poderia derrubar algo nojento nela, e Jared poderia deixá-la tão entediada que ela sairia correndo porta a fora... E a pior de todas as coisas, seria se a mãe não gostasse dela. Quanto ao pai, não tinha nenhuma preocupação.


- Eu não sei Emmy, não sei mesmo se é uma boa idéia.


- Quer saber? Pensei que eu fosse sua namorada. - Disse Emma segurando as lágrimas em seus olhos. - Mas eu acho que não passei de uma diversão pra você. Deixa pra lá James.


A garota se virou, decepcionada pela resposta do moreno. Estava apaixonada por James e não fazia questão de esconder isso de ninguém. Porém, não sentia o mesmo em relação a ele. Toda vez que tocava nesse assunto o moreno desconversava e ela sempre aceitara. Mas aquele dia fora a gota da água. Caminhou pela rua cabisbaixa, estava anoitecendo.


- Emma! – ele gritou atravessando a rua atrás dela. – Espere... – a alcançou e a virou para si.


Emma parou, virando seu rosto para o lado e suspirando. Não iria chorar na frente dele. Ele não merecia. Mas também não iria aparentar estar tudo bem depois do que aconteceu.


- Não é que eu não queira levar você pra minha casa conhecer os meus pais. Na verdade, eu... – hesitou, corado, despertando a curiosidade dela. – Eu nunca levei ninguém lá. Nenhuma namorada...


- James eu te apresentei a minha família e você sabe o quanto eles são superficiais. - Emma forçou um sorriso. - Sua família deve ser maravilhosa. Com certeza eu... - Parou de repente ao se dar conta do que ele dissera. - Espera. O problema não é sua família, é a garota não é?


- Não! – disse rapidamente. – Emmy, eu realmente gosto muito de você, nunca havia me apaixonado antes, e... – encaixou as mãos no rosto dela, e suspirou. – Certo, vamos pra minha casa, e que Merlin me ajude!


- Tem certeza? - Perguntou em um sussurro olhando-o nos olhos.


- Absoluta. – respondeu, beijando-o suavemente. – Nunca nego nada pra você, agora não posso rir do meu pai.


Emma sorriu entusiasmada antes de beijá-lo nos lábios. Estava ansiosa para conhecer a família de James. Ouvira histórias maravilhosas sobre seus pais. Tinha muito que agradecer ao Sr. Potter já que ele destruíra Voldemort e o mundo bruxo hoje vivia em paz.


...


- Então Honcleawn vendeu todos os seus artefatos mágicos para Fortmor. - Explicava Jared eufórico ao seguir a mãe, que andava de um lado para o outro na cozinha enquanto seu pai, sentado a mesa, ouvia tudo atentamente. - Dizem que é uma pedra capaz de conceder qualquer desejo obscuro que você possua. James acha que isso é lenda, não existe. Eu penso ao contrário. Segundo a professora McGonagall, Honcleawn estudou em Hogwarts há muito tempo atrás.


- Possivelmente ele estudou sim, há muitas lacunas que não foram preenchidas em sua biografia. – Hermione dizia enquanto temperava algo que estava no fogão, e uma colher de pau se movimentava sozinha mexendo o conteúdo de outra panela. – Eu tenho um exemplar na loja, vou trazer pra você, querido. Mandei restaurá-lo no mês passado, foi uma das primeiras edições lançadas. Honcleawn e sua pedra dos desejos têm uma grande importância na grade acadêmica, deveria se aprofundar no assunto.


Harry os encarava, mas não conseguia acompanhar o ritmo dos dois, então lançou um olhar a Lily que fazia desenhos num papel em cima da mesa. 


- Eu agradeceria mãe. - Jared sorriu empolgado. - Honcleawn foi um grande bruxo. Só não fora melhor que Dumbledore. - Completou trocando sorrisos com o pai. - Mas quero estudar ao máximo sobre ele.


- O que está desenhando? - Perguntou Harry à Lily ao desistir de tentar entender a conversa.


- O meu amigo imaginado. - ela respondeu sem erguer o olhar.


- Seu amigo o quê? - Harry a olhou surpreso e confuso ao mesmo tempo.


- Imaginado papai. Imaginado...


Harry coçou a cabeça, confuso. Estava pronto para ter uma conversa com a filha de que ela não precisava de um amigo imaginário, mas Ben entrando correndo na cozinha chamou sua atenção.


- Ei rapaz. - O pai o chamou fazendo com que ele o olhasse. - O que eu disse sobre correr dentro de casa?


- Desculpe pai. – ele disse, murchando os ombros. Escondendo as mãos atrás das costas.


- O que tem aí Benjamim? – indagou Hermione que parara de conversar com Jared e fitara o filho mais novo.


- Nada...


- Ben. - Harry levantou e se aproximou do filho. - O que tem nas mãos?


Os olhares interessados de Lily e Jared fixaram-se no irmão, encurralado pelos pais. Ele andava recuando, a passos pequenos, até que bateu as costas na pilastra perto da porta que levava ao porão. O sorriso dele se tornava mais e mais sem jeito, e suas mãos apertando seu novo “amiguinho”, suavam.


- Não vou perguntar outra vez, o que tem aí escondido?


O menino suspirou, olhou para Harry, ele estava sério. A mãe estava ainda mais resoluta. Sem saída, levara as mãos para frente, revelando um bichinho gosmento, amarronzado e tinha uma cauda que se mexia de um lado para outro. Hermione gritou assustada, se afastando.


- É só uma salamandra, estava perto da fonte lá no jardim. – explicou Ben. – Mas olhando assim, acho que é um tritão.


- Eu cuido disso. - Disse Harry para a esposa, que ainda estava assustada com o bicho nas mãos do filho. - Ben vamos conversar lá fora.


O pai guiou o filho até o jardim em frente sua casa. Abaixou-se para ficar na mesma altura que ele.


- Onde o encontrou? - Perguntou apontando para as mãos do garoto.


- Na fonte, eles gostam de água. – respondeu. – Jared me mostrou no livro, esse aqui é um macho, porque tem pintas pretas. – virou o bichinho. – E tem a barriga laranja.


- Interessante. - Harry observou o bicho com curiosidade e então olhou para o filho. - Sabe que sua mãe não gosta desse tipo de bicho não sabe?


- Eu vi – disse e riu. –, ela gritou!


- Pois é. - Ele riu junto com o filho. - Você pode criá-lo se quiser, mas aqui fora. Não o leve pra dentro e não deixe que sua mãe o veja. É o nosso segredo. - Completou com uma piscada.


- Jura? – indagou sorrindo largamente. – Não vai contar pra mamãe? – Harry então negou com a cabeça. O sorriso de Ben crescera mais, e ele abraçou fortemente ao pai. – Obrigado!


Harry o abraçou e beijou-lhe a face antes que ele saísse correndo para o jardim dos fundos. Ao se levantar e olhar para trás viu James, seu filho mais velho, se aproximar ao lado de uma garota.


- Hoje o dia vai ser cheio. - Sussurrou passando a mão em sua nuca, olhando para James e sorrindo. - Pensei que fosse voltar mais tarde.


- Mudei de idéia. – disse ruborizando, ao perceber o olhar do pai sobre a garota ao seu lado. – Er... – pigarreou sem jeito. – Pai, esta é Emma... Minha... – olhou para ela, e sorriu. – Minha namorada!


- Namorada? - Perguntou franzindo o cenho e esboçando um sorriso maroto ao mesmo tempo assim que pegou a mão de Emma para cumprimentá-la. - É um prazer conhecê-la Emma.


- O prazer é todo meu, Sr. Potter. - Emma sorriu entusiasmada ao segurar a mão do moreno.


James arregalou os olhos quando viu o irmão mais novo se aproximar deles. Tinha algo nas mãos.


Céus... Ele tinha algo nas mãos...


- Olha Jimmy, eu tenho um tritão! – exclamou Ben.


- Fica aí, Ben... – murmurou baixo.


- Que máximo. - Comentou Emma aproximando-se do garoto e observando o bicho em suas mãos. - Sabia que as fêmeas são maiores que os machos? - Emma olhou para o garoto. - Adorava caçar tritões quando era criança.


- Filho. - Murmurou Harry ao lado do garoto. - Casa com ela.


- Casar? – indagou num sussurro. – Pai, só estamos namorando há três meses... – emendou vendo Emma engatar uma conversa sobre tritões com Ben.


- Casamentos começam com namoros. - Disse Harry como se fosse óbvio. - Você nunca namorou James. Se está namorando essa garota agora é porque algo nela lhe agrada.


- Agente fala sobre isso depois. – desconversou, quando os outros dois se aproximaram mais.


- O nome dele é Félix, eu vou construir uma casa perto da fonte. – Ben comentou alegre.


- Lembre-se, sua mãe não pode vê-lo. - Harry o lembrou antes de ver Ben se afastar.


- Ele é um fofo. - Emma sorriu ao abraçar James.


- Achou isso mesmo? – perguntou surpreso.


- Claro. - Emma o olhou sorridente. - E muito inteligente também. Tem uma linda família senhor Potter.


- Obrigado Emma. - Agradeceu Harry cheio de orgulho, fazendo James segurar uma gargalhada. - Vamos entrar? Acho que o jantar está quase pronto.


Entraram depois de Harry dizer ao outro filho para se apressar e James nunca se sentira tão nervoso antes. Ouvia a voz da mãe a conversar com Jared, e suou frio. Olhou para Emma, e sorriu amarelo. Não sabia qual seria a reação de Hermione, e isso o assustava.


Assim que apontaram na cozinha a morena sorridente, os encarou. Seu sorriso se congelou assim que vira o filho abraçado com a...


- Sua namorada... – Ela deixou escapar.


- Mione, esta é Emma. - Harry a apresentou ao notar que a esposa permanecia imóvel. - Namorada do James.


Emma afastou-se de James e se aproximou de Hermione. Forçava um sorriso, mas estava bastante nervosa ao conhecê-la.


- É um grande prazer conhecê-la senhora Potter.


- O prazer é meu, querida. – Hermione cumprimentou, sorrindo, também forçadamente. – Er... Como vai?


James trocou um olhar rápido com o pai, até agora tudo ia conforme a civilidade.


- Namorada do James é? - Perguntou Jared analisando Emma de baixo para cima. - Se eu fosse você terminava com ele. O cérebro dele é do tamanho de uma ervilha. - Completou arrancando uma gargalhada da garota.


- E eu nem falo do tamanho da sua chatice... - retrucou. – Ela é tão grande que espanta as garotas, por isso sua namorada é um livro de capa vinho.


- James Potter, não fale assim com seu irmão. – repreendeu Hermione.  Ben entrou pela porta da cozinha dispersando a atenção dos presentes. – Se livrou daquele bicho asqueroso?


- Ele se chama Félix, mamãe. – o menino disse, suspirando.


- Que seja... Livrou-se dele?


Assentiu, sentando-se a mesa, junto a Lily. Ele sorria, pois o que a mãe não sabia era que seu tritão estava muito bem instalado perto da fonte, onde pela manhã construiria uma casa confortável para ele, e contaria com a ajuda do pai para manter seu segredo.


- Me desculpe, por isso... – disse a bruxa a Emma.


- Tudo bem senhora Potter. - Emma sorriu. - Sou filha única, mas quando fico em uma família assim me sinto muito bem.


- An... Mãe. - Jared puxou a blusa da mãe. Ele não era o único ao notar um cheiro diferente na cozinha. - Ou é o cérebro do James ou a sua janta está queimando.


- Argh, mais que merd... – parou ao ver que todos olhavam para ela. -... Que coisa! – exclamou seguindo apressada par ao forno.


Abriu-o com cuidado, e de lá saíra uma fumaça cinzenta e espessa, sufocando todos na cozinha. Harry a ajudou a tirar de lá o refratário.


- Que droga! Meu assado... – lamentou-se chorosa, ao ver a carne tostada.


- Agora ficou bem passado. – James comentou, prendendo o riso.


- James. - Emma sussurrou em forma de repreensão ao beliscá-lo na barriga.


O moreno soltou um baixo gemido surpreso. Harry olhou para o assado que a esposa havia preparado e que, com certeza, estaria delicioso se não estivesse queimado. Então olhou para os filhos.


- Alguém quer pizza? - Sugeriu sorrindo.


- É, pizza! – exclamou Ben animado.


- Pizza é boa... – murmurou Lily. – Papai, o Rufus quer de só de queijo.


 - Quem é Rufus? - Perguntou Jared confuso ao olhar pela cozinha certificando-se de que se esquecera de alguém.


- O amigo imaginário da sua irmã. - Respondeu Harry indo para a sala.


- É imaginado! O papai é tão bobinho. – a menina disse séria, fazendo todos rirem.


- Você tem sorte de ser a princesinha dele. - Comentou Jared com desdém ao se sentar em uma cadeira. - Se eu o chamasse de bobinho ficava de castigo por uma semana.


- Precisa de ajuda com algo senhora Potter? - Perguntou Emma retirando seu casaco e entregando-o para James, deixando o garoto boquiaberto.


- Não, tudo bem. – sorriu. – Vou jogar isso fora, Harry pode pedir o que quiserem...


- Ela tem uma irmã gêmea? - Perguntou Jared jogando a cadeira para trás, analisando melhor Emma começando uma conversa com Hermione.


- Achei que seu lance amoroso fosse a Kira. – provocou James, dando um tapa na nuca do irmão.


- Ai. - Resmungou o garoto massageando sua nuca. - Talvez seja. E daí?


- Então para de olhar, para a namorada alheia… - resmungou, sentando-se também.


As pizzas levaram cerca de vinte minutos para chegarem. Todos se sentaram à mesa e aproveitaram aquele jantar, que era exceção pelo menos uma vez por mês.


Hermione ainda parecia um pouco chateada com o seu jantar perdido. Lily conversava sozinha, o pedaço de pizza no prato ao seu lado não tinha sido tocado. Jared tagarelava algo entusiasmado com o regresso para Hogwarts. James explicava algumas coisas sobre o mundo trouxa para Emma, como a pizza que a garota amara.


Harry notou, o interesse da esposa nos dois namoradinhos a sua frente. A morena enrolava uma mecha de cabelo nos dedos, e ansiava por falar alguma coisa. E ele tivera que esconder o sorriso quando levou o copo a boca.


- Er... – tossiu sutilmente. – Emma... – a garota ergueu o olhar para ela. – Seus pais são bruxos?


- São sim. - Respondeu Emma sorrindo. - Meu pai é treinador do time de quadribol, os Cannons. Minha mãe é supervisora de artefatos internacionais da magia que entram no Beco Diagonal. Diz ela que ainda tem alguns objetos com magia das trevas.


- Ela tem razão, todo cuidado é pouco para barrar aqueles que ainda visam fazer o mal. – a morena discursou, e nenhum dos garotos ou o marido a interromperam. – Estuda em Hogwarts, certo?


- Estudo. - Os olhos de Emma brilharam ao responder. - Grifinória.


Hermione sorrira em aprovação. James suspirou aliviado, era um ponto positivo.


- Gosta de ler? – perguntou, e Harry a cutucou levemente. – Só quero saber... – resmungou a ele.


- Mãe, isso não é um interrogatório. Emma não é uma bruxa condenada.


- Ora, está falando como se eu estivesse sendo neurótica, e possessiva. Só quero conhecer mais a Emma, e de que outra forma farei isso se não perguntar?!


- Ela adora perguntar. - Comentou Harry esboçando um largo sorriso para não intimidar a garota. - Não é querida? - Emendou entre dentes.


Hermione deu de ombros enquanto cortava mais um pedaço de pizza e o levava na boca. Olhou fixamente para Emma, que estremecera ao recebê-lo.


- Ler não é o meu forte. - Disse com um pequeno sorriso. - Aprendo com facilidade, mas não tenho paciência pra leitura.


- Que pena... – murmurou desgostosa. Menos um ponto, pensou James. – Meu filho lhe contou que sou proprietária da Floreios e Borrões? Eu adoro livros, eles são objetos inestimáveis para mim, e eu prezo muito a dádiva da leitura.


James olhou para o pai, seus olhos verdes expressavam uma súplica intensa.


- Vamos mudar de assunto? - Sugeriu Harry atendendo o olhar suplicante do filho e recebendo um olhar furioso da esposa. - Estão animados para voltarem à Hogwarts?


- Sim. E muito. - Emma sorriu após tomar um gole de seu refrigerante. - Pretendo fazer o teste para entrar no time de quadribol esse ano.


- Ainda bem que ela não vai disputar minha vaga. – James disse. – Só existe um apanhador para aquele time, e sou eu.


- Joga... Joga quadribol? – Hermione murmurou estarrecida.


- Desde criança. - Respondeu deixando o sorriso em seus lábios aumentar. - Realmente não sou melhor que o James, mas meu pai diz que sou uma ótima artilheira.


- Isso é ótimo. - Disse Harry sorridente. - Ai. - Reclamou ao receber um chute na canela dado por sua esposa.


- Eu também gosto de quadribol, vou ser batedor. – Ben disse, fazendo o pai sorrir, mesmo sentindo a canela latejar.


- Quadribol, é um esporte violento, não vai montar numa vassoura enquanto não for da altura combinada! – ela resmungou. – Não sei como podem gostar de ficar a metros de altura, sentir aquele vento terrível bater em suas faces... Francamente!


- Ela tem medo de altura... – sussurrou James ao ouvido da namorada.


- Eu amo. - Emma suspirou. - Quando estou no ar esqueço-me de todos os meus problemas. Muito bom.


- Também acho. - Harry lhe sorriu. - Já voou em um hipogrifo? É magnífico e... AI! - Exclamou novamente ao sentir Hermione chutar sua canela.


- Um hiprogifo. É grandão. – Lily disse rindo.


- É... E voa rápido... Muito rápido... – Hermione disse, estremecendo.


- Então. - Harry coçou a cabeça ao pensar em algo para quebrar o clima que Hermione causava. - Qual é sua matéria preferida em Hogwarts?


- Adoro Adivinhação. - Respirou fundo e não notou o olhar pasmo de Hermione sobre si. - É incrível poder imaginar o futuro.


- Adivinhação? Que matéria mais frívola. – desdenhou a morena. – É uma idiotice... Sibila Trelawney pode não ser uma charlatã, mas existem muitos por aí, lecionando esta matéria. Em Hogwarts, por exemplo, essa nova professora... Como é mesmo o nome dela? – indagou-se. – Ah, Fiona Mathews. Ela é uma exibicionista que gosta de aparecer em revista bruxa adolescente – comentou fazendo uma careta. - Não podemos prever nosso futuro. O destino está em constante mudança!


- Disseram que ela tem dois maridos. - Comentou Jared pela primeira vez, pois se divertia com a conversa e a expressão de desespero do irmão. - E um amante. O professor Claus, de aritmancia.


- Isso não é da sua conta, é Jared? - Perguntou Harry ao filho erguendo uma sobrancelha.


Emma abaixou seu olhar para o pedaço de pizza em seu prato. De repente perdera o apetite. Talvez tivesse se precipitado ao forçar James em apresentar sua família, mas não sabia que a senhora Potter fosse discordar de todos os seus gostos.


- Draco Malfoy foi promovido. - Comentou Harry ao notar o desapontamento da garota. - Chefe do departamento de uso indevido da magia.


- Você o promoveu?! – Hermione perguntou. – Da última vez me disse que iria rebaixá-lo.


- Ordens do ministro. - Respondeu com certo tom de raiva em sua voz. - Draco anda puxando o saco dele para tudo e então o ministro me ordenou que eu o promovesse.


- Argh, odeio puxa-saquismo, mas não esperava nada mais de Draco Malfoy. Ele sempre foi assim com o Snape... – relembrou a morena.


- Bem, acho que podemos ir pra sobremesa, não é? – sugeriu James.


- Torta! – festejou Lily.


- Acho que vou dispensar a sobremesa. - Disse Jared empurrando seu prato. - Tenho um livro pra terminar de ler antes de voltarmos para Hogwarts e...


- Jared você conhece as ordens. - Começou Harry autoritário. - Não se retira da mesa antes de todos.


- Na minha casa nem fazemos as refeições juntos na mesa. - Comentou Emma terminando seu pedaço de pizza.


- Por isso todos nós vamos ficar à mesa, não podemos fazer feio diante dos convidados. – Hermione retrucou, sentindo pena da garota.


Jared bufou, continuando sentado, mas visivelmente contrariado. Cruzou os braços, mas nem mesmo questionou a ordem do pai, com emenda da mãe. Vira esta se levantar e ir buscar a torta.


James sentiu-se relaxar por um instante, segundos depois Hermione gritara da cozinha chamando Harry para ajudá-la.


Harry se levantou e caminhou para a cozinha assobiando. Ao chegar próximo a esposa, perguntou com o tom de voz baixo para que não escutassem na sala de jantar.


- Sobre o que quer falar? - Hermione o olhou, confusa. - Você não me chamou para ajudá-la, Mione.


- Na verdade não. – confessou. – Ai... isso está sendo uma tortura, Harry! Eu não vou conseguir voltar pra lá... Como meu filho pode gostar de uma garota que não aprecia a leitura, joga quadribol, e tem por matéria preferida Adivinhação?!


O moreno a olhou erguendo uma sobrancelha e cruzando os braços, demonstrando seu tom de sarcasmo para o que ia dizer.


- Embora eu deteste Adivinhação, fui jogador de quadribol em Hogwarts e você sabe muito bem que não aprecio ler. Mesmo assim você está casada comigo e temos quatro filhos.


- É diferente... – resmungou, dando as costas a ele. – Nunca pensei que James fosse trazer uma garota aqui tão cedo. Ele sempre foi aventureiro, deveria ter me preparado.


- Mione. - Harry suspirou, pensando nas palavras certas para dizer. - Uma coisa você tem que aceitar. Nosso filho está crescendo e as responsabilidades vem junto. James se cansou de levar a vida que levava.


- Eu gostava da vida que ele levava – ela disse chorosa. – Está certo que eu esteja sendo infantil nesse caso, mas não estou pronta. Merlin, meu filho já é quase um homem! – exclamou mordendo o lábio. – E parece que foi ontem que ele era um bebezinho que precisava de mim, agora, nem sequer me dá atenção.


- Hermione você... - Harry tentava pronunciar as palavras entre as gargalhadas que soltava. - Você está com ciúmes do James?


- E não ficou obvio? É claro que estou com ciúme, sou a mãe dele. Duvido muito que quando for à vez da Lily, você não vai ficar assim!


- Hei. Isso está bem longe de acontecer com a Lily. - Retrucou Harry levemente contrariado. - Daqui a uns vinte ou trinta anos. E é melhor você engolir esse ciúme porque você está assustando seu filho. Vamos voltar antes que eles pensam que você está fazendo à torta.


Ela pegou a torta, comprimindo os lábios pela repreenda que levou.


- Odeio você! – disse antes de sair.


- Odeia nada. Você me ama. - Disse Harry sorrindo convencido ao pegar os pratos e talheres e levar para a sala de jantar.


...


Subiu as escadas, cansado por aquele dia agitado. Queria mais do que qualquer coisa deitar em sua cama e descansar. Precisava descansar. Porém, ao chegar ao corredor, pode ouvir Jared e James discutindo no quarto.


Revirou os olhos, aquilo sim era rotina. Aproximou-se da porta do quarto e bateu nela com força antes de dizer severamente.


- Podem deixar a briga para amanhã quando eu não estiver em casa?


- Desculpe pai. - Disseram os dois antes de darem por encerrada a discussão.


Seguiu para seu quarto, fechando a porta ao passar e começando a tirar a desconfortável camisa que usava de seu corpo. Pode ouvir o som do chuveiro e soube que sua esposa estava tomando banho. Sentou-se na cama e decidiu esperá-la ali. Não demorou muito para Hermione aparecer no quarto, enrolada em uma toalha.


- Eu pretendia dormir, mas com você assim fica difícil resistir. - Comentou Harry mordendo o lábio inferior ao examinar a esposa.


- Pois vá dormir logo, então. – ela disse, seguindo para o closet, de onde tirou uma camisola de seda em um tom de bege. Deixou a toalha escorregar, tentando ainda mais o marido.


- Mione, ainda ta zangada comigo? - Harry se levantou e abraçou a esposa por trás, beijando-a no pescoço. - Ou está tentando me provocar? - Completou alisando lentamente a barriga da mulher.


- Sim para a primeira pergunta, e talvez para a segunda. – respondeu, tentando não sorrir.


- Como eu posso me redimir com você? - Perguntou mordiscando-lhe de leve uma orelha enquanto suas mãos passeavam prazerosamente pelo corpo da esposa, despertando sentidos em Hermione.


Ela se deixou levar por algum tempo, mergulhando nas sensações que o toque de Harry a faziam experimentar. Suspirou, gemera baixo, fechando os olhos. Mas logo sua sanidade a impedira de apreciar mais do contato maravilhoso das mãos deles sobre sua pele.


- Eu acho... Eu acho que não pode se redimir. – disse se afastando um pouco, para vestir a camisola. – Você foi muito mal comigo, não sendo justo com meus motivos. Condenou-me, e ainda ajudou a James a me ignorar.


- Mione você foi cruel com a moça. - Justificou-se Harry ao receber um olhar furioso da esposa. - Não adianta me olhar assim que você sabe. James me disse que evitou ao máximo trazê-la em casa com medo da sua reação. Você acha que isso não aconteceria mais cedo ou mais tarde?


- Não fui cruel, está bem! – defendeu-se. Ele não mudou o semblante acusador. – Eu fui muito megera?


- Dolores Umbridge perdeu pra você esta noite. - Confessou com um pequeno sorriso no canto dos lábios. – Mione, o James não vai deixar de ser seu filho e te amar porque está namorando agora. Você é a mãe dele. Emma é uma garota incrível. E se James assumiu compromisso com ela e a trouxe aqui em casa é porque ele está apaixonado.


Hermione mordeu o lábio, e sentou-se na cama, fitando os pés. Suspirou longamente... Até que Harry tinha razão em suas palavras. E era mais do que merecido o gelo que recebia do filho mais velho.


Se o que o marido havia comentado fosse realmente verdade – porque não vira particularmente nada -, ela fora muito mais que uma megera. Ser comparada com Dolores Umbridge fora o fim da picada. E sua consciência não a deixaria em paz.


Harry suspirou ao vê-la daquela forma. Talvez fora rude com as palavras que escolhera, mas precisava fazê-la abrir os olhos e enxergar a realidade. Aproximou-se da esposa e se abaixou, segurando as mãos dela entre as suas.


- Me desculpe pelo que eu disse, mas você tem que entender que não foi nada fácil para o James passar por essa situação. Amanhã vocês conversam e resolvem tudo isso.


- Não sei se ele vai querer falar comigo. Mas eu mereço! – ela disse. – E não foi rude, apenas verdadeiro.


- É claro que ele vai querer falar com você. - Harry sorriu na esperança de confortá-la. - Embora seja um pouco ciumenta é uma ótima mãe.


- Me lembre de dizer o mesmo, daqui uns 12 anos, quando Lily trouxer o namorado para casa. – provocou sorrindo.


- Vinte anos. - Corrigiu-a Harry contrariado novamente pelo assunto. - De preferência trinta.


- Bobinho... – murmurou rindo. – Doze anos no máximo. – ainda teimou.


- É o que veremos. - Rebateu o moreno sorrindo ao aproximar seu rosto do de Hermione. - Então, eu não mereço um beijo por ser um perfeito marido?


- Acho que merece...


Inclinou-se mais, e tocou os lábios dele com os seus. Roçando-os ali de uma forma a provocá-lo inteiramente. Harry riu, e a deitou na cama, antes de aprofundar o beijo.


Harry pressionou mais seu corpo ao dela enquanto suas mãos, ágeis e desesperadas acariciavam o corpo de Hermione, arrancando suspiros e gemidos durante a trilha percorrida. Levantou a camisola da esposa lentamente ao sentir as mãos dela abrindo o botão de sua calça. Estavam preenchidos pelo desejo novamente.


Parou de beijá-la um instante, e a fitou nos olhos, enquanto a mesma terminava de abrir sua calça. A camisola dela estava na altura da cintura, revelando a pele alva e macia das pernas. Ele a acariciou ali, e fora subindo os dedos, penetrando-os por debaixo do tecido frio.


Sorriu maroto, quando a vira corar. Mesmo depois de tantos anos, ela ainda o fazia, aumentando sempre seu desejo. Hermione gemera abafadamente, quando sentira o toque dele, sutil e ao mesmo tempo firme, em seus seios.


Precisava sentir não só a excitação de Hermione, mas também o gosto dela em seus lábios. Então ele tirou a camisola da esposa, revelando um corpo com curvas e ainda atraente, mesmo após ter quatro filhos.


Ele beijou-lhe os seios com cautela, deliciando-se com a onda de prazer que provocava em Hermione. Ela gemera, arranhando-o nas costas e deixando Harry fora de si. Uma de suas mãos acariciou lentamente o interior da coxa da morena, deixando-a entorpecida de excitação.


Hermione deixou escapar um murmúrio longo, quando o marido tocou em sua intimidade, - crescente de desejo -, ao mesmo tempo em que sua boca brincava com a pele de seu pescoço. Ela murmurava seu nome, e isto era como um afrodisíaco, acendendo mais o seu corpo.


Harry a beijou nos lábios com desejo e ardor. Hermione despertava nele sensações inimagináveis cada vez que se amavam. Ele relaxou o corpo ao senti-la despir o restante das peças de roupa que estavam em seu corpo. Ambos estavam desesperados e ansiavam por aquilo.


O moreno a olhou nos olhos, sentindo sua respiração cada vez mais precária durante aquele jogo de sedução. Então, lentamente, Harry a penetrou, arrancando um alto gemido de Hermione e fazendo com que ela erguesse o quadril.


A morena apertou os lábios, Harry se movimentava ora lenta, ora rapidamente. Incitando-a com cada gesto, com cada gemido. Então o homem outra vez buscou por sentir o néctar que se desprendia dos lábios da esposa.  Beijaram-se. Sentiram-se cada vez mais unidos. Seus corpos, seus corações.


Os corpos se moviam em sincronia perfeita, arrancando gemidos e ofegos dos dois. A respiração ficava cada vez mais ofegante. O suor brilhava intensamente no corpo do casal, que estava se amando. Sentiu as mãos de Hermione puxar seu cabelo com força enquanto ela aprofundava o beijo, fazendo com que Harry aumentasse as investidas de seu corpo sobre ela.


As sensações em ambos eram indescritíveis, e intensas. Sempre tinham a impressão de que seus corpos foram moldados um para o outro. Encaixavam-se, se saciavam perfeitamente. Os gemidos roucos se uniam aos barulhos da noite. Silenciosa, com seus ruídos comuns.


Harry sentiu que se aproximava velozmente do clímax, e ele a levaria consigo. Então aumentou as investidas, murmurando ao ouvido dela, até que Hermione explodisse em seus braços num gemido longo que o levara ao ápice logo depois.


As batidas de seus corações diminuíam aos poucos, assim como a respiração. Harry acariciou a face de Hermione suavemente, olhando-a nos olhos. Seus lábios roçaram aos dela delicadamente, provocando-a como ela fizera consigo.


- Eu te amo... – ela murmurou por sobre seus lábios. Afagando os cabelos negros, úmidos de suor.


- Eu também te amo Mione. - Sussurrou contra os lábios dela, beijando-a levemente.


Acomodaram-se sob as cobertas, as cabeças repousadas nos travesseiros macios. Hermione sorriu, suspirando em seguida. O marido acariciava sua pele, tão logo passou aos cabelos cheirosos.


- Agora me deixou realmente cansada. – ela comentou.


- Também estou cansado. - Harry a beijou na testa. - Já quer dormir?


- Você quer? – indagou de volta, fitando-o.


- Vai depender do quão cansada você está. - Respondeu lhe acariciando a nuca por entre os cabelos.


Hermione riu, erguendo-se. Levantou uma das sobrancelhas.


- Sabe... Acabei de recuperar minhas forças.


Harry virou-se nos lençóis, ficando sobre Hermione. A mulher lhe lançou um olhar e um sorriso maroto antes de morder o lábio inferior do marido de leve.


- Isso é tentador Mione. - Murmurou apertando a cintura fina de Hermione.


- Teremos uma longa noite de amor, não é?


- Com certeza teremos. - Disse Harry com um sorriso malicioso antes de beijá-la ternamente nos lábios. Mesmo com tanto tempo de casados as noites de amor eram frequentes e ardiam em paixão.


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N/A Jessy: Está aí o primeiro capitulo, espero que gostem! Muita confusão num capt gigantesco. Aguardo comentários aos montes, assim o segundo capt chega rapidinho.


Beijokas.


E ah! Os homens da família Potter não estão disponíveis! LEU ISSO Mah KKKKK.




N/A Taís: Primeiro capítulo quente né?
É um bom jeito de se começar a fic. Mas vamos lembrar pro casal do pcn. Programa de controle de natalidade. kkk
Vão lá e comentem gente. Digam o que estão achando da fic e tudo mais. Somos movidas a comentários viu? kk
Aah e para as meninas que estão pedindo Harry, James, Jared e os demais garotos da fic nós já avisamos: Não daremos para ninguém. Eles são nossos. (autoras malvadas on) kkkk
Até o próximo capítulo gente.

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