DRAGÕES, LEÕES E...LUNA?



CAPÍTULO 45:

DRAGÕES, LEÕES E...LUNA?


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Harry, naquele momento, abriu os olhos e então viu fracos focos de luzes surgirem distantes. Estava em uma sala, uma sala que estivera apenas uma vez e havia poucas velas acezas deixando o ambiente sombrio e bastante escuro. Em um canto do quarto, presa em uma cadeira, podia se avistar Madame Rosmerta adormecida, a cabeça caída.

_Não se preocupe – uma voz fria falou surgindo por detrás de uma porta escura - Dumbledore está desesperado na tentativa a achar a Horcruxe que resta, ele realmente quer atacar o núcleo da guerra e sabe que está agindo da forma certa, embora, na verdade, seja a errada... - Harry fitou a figura de Voldemort se aproximando vagarosamente enquanto algo preso em uma das mãos de Madame Rosmerta o chamou a atenção, um molho de chaves douradas, e mais atrás, próximo a um sofá surrado com uma luz brilhante, um baú. Definitivamente estava em uma das salas do Três Vassouras – Ele nunca vai achar a Horcruxe que está procurando, ele nunca vai conseguir me tornar mortal e sabe por que, sabe por que Potter? – Harry se virou para Voldemort – PORQUE POTTER? – e então ele sacudiu sua varinha – CRUCIO! – Harry sentiu seu peito arder e como se estivesse sendo atacado por Explosivins em todo o corpo fechou seus olhos por um instante, a dor em seu corpo fazendo o tremer muito – Porque a Horcruxe que ele quer não está aonde pensa que está. E eu não o matarei Potter – Voldemort disse friamente, sua face cadavérica e pálida iluminada pelas velas, Harry, naquele momento, apenas o encarava prestando atenção no que falava enquanto pensava como poderia escapar dali – E eu explicarei a você o porque de não o matar – ele disse – Não até que eu o faça! – e então Voldemort deu às costas, olhando distante para uma janela fechada, embora as cortinas estivessem afastadas – Há muitos anos – ele começou – O mundo bruxo foi surpreendido com a notícia de que haviam quatro varinhas de extremo poder em nossa terra, as quatro únicas varinhas que possuíam pêlo de unicórnio em sua formação. Como sabe Potter – ele parou por um instante, Harry se manteve quieto, estava preso em uma cadeira assim como Madame Rosmerta e seu corpo estava ficando dormente devido à dor – sua varinha, colocada sob uma mesa em meio à sala – Eu produzi sete Horcruxes para que me tornasse imortal e enquanto restavam três a serem feitas eu fui informado da existência de uma Profecia – Voldemort se virou para Harry encarando-o, a cicatriz de Harry formigou muito nesse instante então desviou seu olhar – Eu precisava de apenas mais duas Horcruxes e eu seria a terceira, e então meu plano estaria completo, perfeito como eu imaginava. Naturalmente, como todos sabem, uma dessas quatro varinhas de poder inestimável pertencia a Rowena Ravenclaw e estava na loja do velho Olivaras – Voldemort fez mais uma pausa encarando Harry com desprezo, que apenas manteve seus olhos no chão – Eu roubei a Varinha e iria torná-la uma Horcruxe, mas sendo ela de extremos poderes eu descobri que possuia habilidades desconhecidas, como a de possuir almas e guardá-las em seu interior, tornando-a mais forte, característica principal de cada varinha com pêlo de unicórnio.
A Varinha de Ravenclaw não se tornou minha Horcruxe mesmo depois de várias tentativas e então eu percebi que a reposta era que ela precisava possuir almas para fazer isso – Harry nesse instante encarou Voldemort, ele sabia que somente restavam duas Horcruxes para serem destruídas e uma delas era o próprio Voldemort, ou seja, a outra seria a Varinha de Ravenclaw, uma varinha que encontrara quebrada durante uma busca na loja do Sr.Olivaras – E então eu fiz o melhor que deveria ter feito, eu decidi que iria por fim a Profecia no mesmo instante que iria finalizar minha Horcruxe com a varinha. Sendo assim eu parti para a sua casa naquela noite de Halloween – nesse momento Harry estava tão entretido na história que nem mesmo a dor em todo seu corpo parecia lhe incomodar – disposto a matar o escolhido que a Profecia dizia e também para possuir as almas que a Varinha precisava. Essas almas, naturalmente, deveriam ser sangue-puro, no caso, você e o seu pai... – o coração de Harry estava acelerado a essa altura da história, Voldemort fora até sua casa não somente para matá-lo, mas para possuir sua alma e aprisionar numa varinha maligna – Eu cheguei a sua casa Potter, com outra pretensão além dessas duas, a de que sabendo que vocês eram descendentes de Gryffindor poderiam possuir um artefato muito raro dele, e caso encontrasse algo valioso, essa seria a minha outra Horcruxe que faltava. – Harry tinha sua mente trabalhando rapidamente, Dumbledore lhe dissera isso uma vez, que Voldemort fora até sua casa também no objetivo de achar uma relíquia de Godric Gryffindor – Eu cheguei a sua casa já com a Varinha de Ravenclaw em mãos e então matei seu pai, mas deixei de possuir sua alma até que matasse você, seria mais digno – Voldemort deus as costas a Harry – Rabicho então rapidamente encontrou a Profecia de Gryffindor em um dos cômodos, sendo que estava muito bem coberta e eu rapidamente, já pronto para fazer, aprisionei meu pedaço de alma naquele objeto, fazendo com que ele se tornasse mais uma das minhas Horcruxes. Sem demora encontrei sua mãe com você no quarto acima e então não a quis matar pois sendo uma sangue-ruim sujaria a varinha com isso – Harry sentiu seu corpo interio tremer de ódio, se sacudindo violentamente da cadeira, Voldemort apenas continuou a história, sabia que nada que Harry fizesse o faria escapar – Então eu matei sua mãe com a minha própria varinha. Depois que eu fiz iria matá-lo, possuir as duas almas e levar a Profecia comigo para escondê-la, mas então o erro aconteceu – Voldemort se virou para Harry novamente, em um movimento que fez sua capa erguer muito alto – Quando eu fui matá-lo, a proteção, o amor que sua mãe sentia por você, criou uma espécie de magia antiga e isso fez com que a varinha de Ravenclaw se quebrasse em duas, a primeira metade Potter – Voldemort pareceu odiar intensamente esse momento – Foi parar no seu crânio – Harry sentiu seu peito arder nesse momento, seus olhos cruzaram o de Voldemort e sua cicatriz queimou, seu coração estava acelerado e seu corpo trêmulo – E a segunda parte foi encontrada pelo Olivaras meses depois, nos escombros da casa e ele então a guardou em sua loja – Harry sabia disso, ele encontrara aquele pedaço de varinha quebrado na loja meses atrás – E então surgiu uma ligação entre mim e você Potter, uma ligação que fez com que podessemos penetrar na cabeça um do outro todo esse tempo e eu pensei que isso não fosse mais existir com o tempo, mas não, eu percebi que isso não estava acontecendo e a certeza veio quando eu possui seu corpo no Ministério aquela noite. – Voldemort pegou sua varinha e a colocou sob o baú próximo ao sofá – Naquela noite Potter – ele falou – Eu não me conectei a você, e sim a Horcruxe – Harry estava demasiado interessado e surpreso com história para pensar em algum plano para escapar dali – Você não perdeu a consciência durante o momento que estivesse em seu corpo não foi? – Voldemort perguntou rispidamente e Harry, muito agitado, apenas balançou a cabeça positivamente, não perdera a consciência um instante sequer, somente sentira dor extrema – E isso aconteceu pois eu não me conectei verdadeiramente à você e sim à Horcruxe que está em seu corpo, em sua testa – Harry sentiu tudo em seu mundo parar nesse instante, não havia ar, não havia visão, sons ou qualquer dor, havia apenas uma dormência – Você é um Horcruxe Harry – Voldemort falou e então Harry sentiu, algo como um choque percorrer todo seu corpo, não pensava em nada, não sentia nada, não falava nada, apenas deixou com que as lágrimas caíssem dos seus olhos ardentes – A cicatriz em forma de raio na sua testa representa, na verdade, a varinha quebrada de Ravenclaw, a varinha que se quebrou aquela noite, a metade que está presa em seu crânio. – Harry sentiu sua cicatriz arder muito nesse instante – E quando digo que Dumbledore está muito longe de achar a Horcruxe que espera, digo pois ele sabe que você é uma Horcruxe, ele sempre suspeitou, mas preferiu não dizer nada pois não possuía certeza, nem eu possuía até até aquela noite no Ministério – Harry viu a figura de Voldemort se mover pelo quarto – Vocês destruíram cinco das minhas sete Horcruxes – ele falou com ódio – Sendo você a sexta e eu a sétima, ou seja Potter, se eu o matar eu estarei me tornando mortal, eu estarei acabando com a minha própria imortalidade e isso não é algo que eu queira – Voldemort apanhou sua varinha – Mas como você tem percebido, eu descobri que você estava na caça às Horcruxes muito tarde, mas não o bastante para descobrir que havia uma Poção muito poderosa em suas mãos – Harry naquele instante percebeu que o frasco da Doce Alma não estava mais em seu bolso, fora pego. – Uma poção que eu tenho tentado apanhar todos esses meses, uma poção que faz qualquer um ter uma segunda alma, dessa forma, mesmo eu sendo morto terei outra alma para continuar vivendo.

Voldemort, naquele instante apanhou sua varinha e produzindo um movimento fez com que o baú brilhante se abrisse, dele, flutuando, surgiu o frasco com o líquido vermelho, o mesmo frasco que imediatamente voou até as suas mãos.

_Assim que eu beber a poção, eu estarei ganhando a segunda alma e então matar você não será mais um problema Potter.

Harry, atordoado com tudo que acabra de saber, encarou Voldemort por um instante, jamais esperara que houvesse uma Horcruxe dentro de si e ainda mais que no final, deveria ser morto para que ele se tornasse mortal.
No instante seguinte o qual Voldemort elevou o frasco da Doce Alma para abri-lo, houve uma explosão do lado de fora e então a sala dos Três Vassouras aonde estavam explodiu, a figura de um dragão negro de olhos vermelhos inundou a visão de Harry enquanto vários aurores surgiam por todos os lados, Dumbledore entre eles.

_DESISTA TOM RIDDLE! – a voz de Nicholas Hooper gritou e então houve jatos verdes por todos os lados e Voldemort deixou que o frasco escapasse da sua mão, e então Fawkes, veloz e astuta, mergulhou pela sala e com seu bico agarrou o frasco ainda tampado. Naquele momento Voldemort rapidamente rodou sua capa desaparecendo da direção das Maldições que haviam sido lançadas contra ele.

_HARRY! – a voz de Hermione surgiu próxima e então ela brandiu sua varinha fazendo com que as cordas que prendessem Harry na cadeira fossem desamarradas com velocidade.

_HARRY, VÁ! – a voz de Dumbledore o ordenou – VÁ ATÉ LUNA, E LEVE A POÇÃO! – Fawkes entregou o frasco à Harry e então Dumbledore se virou rumo aos aurores partindo da sala com pressa – Eu confio em você... – disse e rodando sua capa como Voldemort fizera também desapareceu.
Harry guardou o frasco em seu bolso e apanhou sua varinha sob a mesa ao centro da sala, nessa altura, completamente destruída.

Ouvindo, muito próximo dali alguma criatura rugir ferozmente, Harry olhou para o dragão que o salvara e então viu que fora aquele mesmo dragão que impedira de morrer, o dragão que saira do ovo de Hagrid e que eles haviam pegado seu sangue para Harry controlar o sangue de Vampiro que corria em suas veias após ser mordido.

_Tudo bem? – ele perguntou com um sorriso e o dragão, absurdamente gigante, se abaixou até ele. – Acho que estamos quites agora não é? – o dragão sacudiu sua cabeça. Harry olhou para Hermione e Rony e então correu a abraçá-los, ali era a possível despedida entre eles, dali, Harry seguiria para o Departamento de Mistérios e talvez, nunca mais voltasse ou se caso fizesse isso, fosse apenas para confrontrar Voldemort finalmente.

_Você soube o tempo todo não é? – perguntou à Hermione. Ela estava com os olhos úmidos.

_Suspeitei por um bom tempo – ela respondeu emocionada – Mas Dumbledore achou que era algo forte demais para dizer à você sem termos certeza, Luna também sabia, foi isso que ela foi fazer aquela noite, no gabinete de Dumbledore enquanto ele ainda estava no quadro, perguntar a ele se suas suspeitas eram reais, infelizmente, ele ainda estava dormindo.

_Você tem que ir – Rony disse com pesar – Mas não esqueça disso, nós pegamos para você – e Rony puxou de um dos bolsos um espelho cuidadosamente embrulhado em um pano, só depende de você agora e bom... hum... da Luna também... - Harry sorriu por um instante e então saltou nas costas do dragão. Abrindo suas grandiosas asas negras o dragão auçoou vôo com uma velocidade extraordinária e então Harry pode ver que eles já partiam para o Ministério. Harry evitou olhar para trás naquele instante, somente quis prosseguir e sentir a brisa em seu rosto, ele sabia que Luna possuía um plano muito grandioso e sabia, mais de todos, que todo esse tempo ela estivera na porta trancada no Departamento de Mistérios, a porta que Dumbledore dissera conter algo mais terrível do que a morte. Luna era especial, ela tinha um coração puro e poderia entrar na sala caso o motivo para querer isso fosse bom, e confiava nela para que a Horcruxe em sua cabeça fosse destruída sem que precisasse se sacrificar, pela primeira vez em sua vida, confiava que Luna era, sem dúvida alguma, a sua salvação e a do mundo bruxo afinal.

Sobrevoando por longos e grandes campos negros, Harry sentiu sua cicatriz arder por vários momentos e quando pensou que o frio já não poderia estar pior, percebeu que o dragão estava descendo aos poucos e com uma manobra bastante rápida, chegaram ao beco daonde Harry partiria para o Ministério.

Pousando em meio a rua deserta, Harry atravessou as caçambas de lixo entulhadas e chegou ao escuro beco com as paredes pichadas e com o velho telefone público quebrado a um canto.

Correndo, abriu a porta da cabine e esperou a voz de mulher lhe falar, mas isso não aconteceu, nenhuma voz estava ali para recebê-lo.

_Eu preciso entrar... – Harry falou e então nada aocnteceu. O dragão negro ainda continuava parado, no meio da rua, assustadoramente grande. – Harry Potter, vim para um encontro no Departamento de Mistérios. – a cabine tremeu por alguns instantes e então ela começou a descer, Harry não entendeu o que havia acontecido, apenas que havia dado certo e que agora, as luzes claras vindas do grande saguão de entrada do Ministério estavam inundando seus pés.

Chegando vagarosamente, pode já observar as estátuas douradas no centro da fonte, as torrentes de água saindo de cada uma e caindo ao redor.
Havia muitos bruxos ali, muitos aurores que encaravam cada pessoa que chegava com uma expressão séria.

A mesa com o guarda que verificava varinhas estava lá, e ele sentado, verificando um bruxo naquele instante, que parecia estar partindo levando uma grande caixa de madeira com um feitiço de levitação.

Assim que Harry alcançou o piso de mármore mais abaixo, dois aurores vieram em sua direção, as varinhas ao alto. Harry continuou seu caminho pelo saguão como se nada estivesse acontecendo, apenas sacou sua varinha e avistou os elevadores com portas douradas mais ao fundo, sua cicatriz ardia muito naquele momento e seus pés andavam firmes em direção ao seu objetivo.

Os aurores, vendo que Harry não parava ou apenas se incomodava com a presença deles se aproximaram rapidamente.

_PARE! – um ordenou em uma voz alta e grave e vários bruxos no saguão olharam assustados, alguns deles chegando pelas lareiras naquele instante.

Harry ignorou o chamado e apenas seguiu em frente.

_PARE IMEDIATAMENTE! – outro auror ordenou e Harry continuou a ignorar. – PARE OU ATACAREMOS! – Harry sentiu sua cicatriz formigar absurdamente naquele instante e então parou. Desviou um rápido olhar ao auror que falara isso e voltou ao caminho.

“É Harry Potter, tudo bem, Hooper autorizou” – ouviu um dos aurores lembrar aos outros e então continuou seu caminho sabendo que Nicholas dera carta branca para que fosse e voltasse com liberdade pelo Ministério, Dumbledore já providenciara isso.


Harry passou pelo guarda que verificava varinhas e nem ao menos o olhou, seguiu sério e concentrado rumo ao Departamento de Mistérios.
Atingindo um dos elevadores com grande rapidez logo um outro bruxo, de cabelos vermelhos quase pretos parou ao seu lado, aguardando o mesmo elevador.

Quando o elevador parou, Harry entrou e fechou a porta deixando o bruxo do lado de fora que o olhou com surpresa.

_Departamento de Mistérios – disse assim que a porta havia se fechado e tendo certeza que o bruxo não o poderia ouvir. Nenhuma voz o respondeu, apenas o elevador começou a descer e então o coração de Harry, a essa altura, já começava a bater mais rápido, na mesma velocidade que sua cicatriz formigava.

Então, após poucos minutos, o elevador parou e as portas se abriram. Harry encarou o corredor escuro e longo que vinha pela frente e seguiu, não tão confiante como antes, não havia qualquer luz ali, tudo era tão escuro como jamais fora. A porta, que levava a sala circular negra, estava ali, bem no final.

Havia algo naquele lugar que parecia incomodar Harry, algo que estava anormal, tudo permanecia muito quieto, muito fácil, qualquer um poderia chegar se quisesse e então, esse era o erro, qualquer um poderia chegar, isso não era algo muito bom, sendo que qualquer Comensal da Morte ou até mesmo Voldemort poderiam fazer.

Harry andou só mais alguns passos e então parou, ouviu um rugido não muito distante e passos logo em seguida. Avançando em direção a porta, viu um flashe de fogo passar perto de uma das paredes e então os passos se tornaram rápidos e sombrios.

Harry se virou e viu que um bando de leões estava vindo pelo fim do corredor e eles não eram leões comuns, eram leões de fogo, leões que atravessavam paredes, voavam em forma de tocha pelos ares e eram muito maiores do que o normal.

Harry elevou sua varinha no mesmo instante que o leão mais próximo o atacou, sentindo sua cicatriz explodir de dor nesse segundo sua varinha escorregou das suas mãos, suas pernas perderam a força e tudo se tornou embaçado, caindo de joelhos logo percebeu que havia desmaiado e havia uma barreira prateada a sua frente.

Ainda sentindo sua cicatriz doer muito viu um vulto a sua frente, o defendendo.

_HARRY! – disse o vulto – ENTRE NA SALA LOGO, NÃO VOU CONSEGUIR SEGURÁ-LOS POR MUITO TEMPO! – Harry, com as pernas trêmulas, correu para a porta ao fundo do corredor, que estava aberta naquele instante e então viu que os leões ficaram bastante ferozes com esse movimento.

Harry adentrando a sala circular olhou para trás e viu que Luna era quem o defendera, ela produzira a defesa.

Vendo que os leões estavam ficando fora de controle, Harry brandiu sua varinha disparando um jato que provocou uma forte luz e então eles se afastaram. Luna correu em direção à porta e os leões, mesmo zonzos pela luz, começaram a persegui-la; Ela saltou para dentro da sala circular e com velocidade Harry fechou a porta.

Luna, ainda caída no chão olhou animada para Harry. Ambos sorriram, os olhos de Luna, azuis e grandes, estavam brilhantes como as chamas das velas flutuantes por todo o lado.

Harry extendeu a mão para Luna e então ela se levantou. Fitando-a por poucos segundos que pareceram estranhos se abraçaram, Harry não esperava que fosse tão bom rever Luna, e foi somente nesse momento, somente nesse instante que teve a certeza, mais do que nunca, que Luna era especial, era brilhante do seu modo, uma bruxa que não se importava com a verdadeira essência da vida que para os outros bruxos era tão visível.

Pode ver Luna derramar lágrimas dos seus olhos e então não pode deixar de fazer também, sua vida seria posta em risco, o maior risco de todos num momento muito próximo e ainda não percebera que poderia morrer sem ter se despedido realmente de Rony, Hermione e a todos que amava.

_É bom rever alguém – Luna disse sonhadora enxugando as lágrimas dos olhos, ela continuava como sempre, com seus cabelos louros pouco arrumados e suas vestes simples, os brincos de rabanete nas orelhas – Eu tenho me sentido sozinha há muito tempo e não posso sair com esses leões guardando as entradas. Eu sei que às vezes parece loucura mas espero que agora tudo faça sentido. – Luna olhou para Harry com alegria e então sorriu. – Eu tenho muita coisa para te contar – ela disse em voz baixa, quase em um sussurro, como se quisesse evitar que mais alguém ouvisse – E muitas coisas para fazermos – e ela sorriu de novo, da mesma forma que sempre sorria, sonhadoramente. – Bom, eu acho que você já sabe não é? – ela perguntou olhando para a cicatriz na testa de Harry.

Harry acenou positivamente com a cabeça, no seu rosto, a expressão triste de quem não deixara de demonstrar grande decepção.

_E acho que você imagina aonde eu estive esse tempo todo não é mesmo? – Harry apenas balançou sua cabeça positivamente. – E você imagina o que há lá?

_Não – Harry disse brevemente – Dumbledore me disse, uma vez, que havia algo mais terrível que a morte, mas ele não quis falar muito sobre isso.

_E estava certo – Luna falou sonhadora, olhando para uma vela ao lado de uma das portas com a cabeça um pouco tombada – Há material de estudo lá Harry – ela falou, os pés balançando para frente e para trás.

_Estudo? – Harry repetiu um pouco surpreso.

_Sim – Luna disse casualmente – E esse tempo todo eu estive estudando – ela continuou como se estivesse contando uma história de contos de fadas para uma criança dormir – O véu – e ela parou por um instante olhando para os seus próprios pés, o rosto refletido no piso negro abaixo – Existe há séculos, ele foi criado antes do Ministério e foi usado como câmara de execução, de morte, matavam bruxos lá – e ela fez mais uma nova pausa aonde voltou a olhar para a vela de antes – Também a usavam como estudo, por muitos, muitos anos estudaram a morte, o universo lá – Harry continuava a olhar para Luna, ela parecia lunática naquele momento, mas dizia tudo com muita segurança – Eu aprendi que tudo no subsolo, como o Ministério e o véu, está ligado à alma.

_E o que você descobriu mais Luna? – Harry perguntou e então ela o olhou.

_Que o véu é um lugar aonde vive as almas boas e ruins e ele é guardado por um cão de três cabeças que impede as almas de voltarem – Harry naturalmente sentiu um mal estar com essa revelação, imediatamente a imagem de Fofo veio a sua mente – Eu explicarei o que teremos de fazer - Luna disse – Mas antes vamos até a sala, você precisa conhecer, é um lugar bem aconchegante – e ela sorriu com os olhos brilhando.

_Como você conseguiu abrir a porta, sendo que aquela noite nós não...

_Amor – Luna o interrompeu com sua voz suave – Vou explicar tudo... – Harry balançou a cabeça positivamente e então Luna elevou sua varinha e produzindo um movimento curto fez com que as paredes da sala começassem a rodar, os fios azuis das chamas nas velas borrando a visão de Harry. Houve mais alguns segundos e então tudo parou novamente. Luna seguiu em frente e abriu a porta na qual fora de encontro, os olhos de Harry arderam naquele momento pois a luz que saiu do cômodo era quase cegante, completamente clara, com uma forte luz branca. Harry sentiu uma briza sair pela porta e então Luna entrou, ela o chamou com um movimento da mão e Harry avançou. Por um instante não pode ver nada além de uma grande claridade, mas então adentrou a sala e a porta às suas costas se fechou.

Como uma cachoeira, a claridade foi sendo quebrada e muitos móveis gigantescos surgiram à sua frente. Grandes cometas e estantes que se perdiam na claridade, não havia teto, tudo parecia estar coberto por uma nuvem muito branca e bonita.

Havia cadeiras grandes e confortáveis por todos os lados e muitas escadarias, absolutamente tudo era de mármore e completamente lustroso, havia estátuas de anjos com grandes trompetes de ouro daonde caiam torrentes de água pelas pontas que chegando ao chão formavam um tapete de água que não molhava o que o tocasse.

Harry, avançando por entre os planetas enormes que flutuavam pelos ares percebeu que ali era tudo muito silencioso e grandioso, a sala se perdia na claridade e alguns objetos estavam cobertos por uma neblina não muito espessa.

Luna, um pouco mais a frente, o chamou novamente e lado-a-lado seguiram pelas escadarias até atingirem um lugar aonde havia a maior fonte que Harry já vira em toda sua vida, nela, não havia água e sim um líquido prateado que brilhava refletindo as nuvens no alto.

_O que é? – perguntou à Luna e por um momento sua voz ecoou por todos os lados.

_Sangue de unicórnio – ela respondeu calma, mesmo sendo o sangue mais puro e bonito que Harry já conhecera não parecia muito comum uma fonte banhada de sangue. – O amor – Luna disse esuas voz também ecoou – Você não conseguiu abrir a porta aquela noite porque seu amor não estava amadurecido, não estava preparado o sulficiente. Eu aprendi isso há pouco aqui.

_E o seu está? – Harry perguntou vendo que agora as torrentes de água estavam cobrindo as escadas em uma cena realmente muito bonita.

_Imagino que sim – Luna falou, eu vim aqui porque queria ver o véu novamente e acabei entrando nessa sala sem nem ao menos querer, aqui eu fiquei por dias e aprendi muitas coisas, eu estava curiosa, curiosa sobre o véu. Eu sabia que poderia rever minha mãe, eu ouvi vozes aquela noite, eu fui perguntar algo ao Dumbledore aquela vez, mas ele estava dormindo no quadro, era justamente sobre sua cicatriz – e ela parou por um instante olhando para a fonte ao lado – Eu sabia que o véu poderia ajudá-lo e também a mim e então eu percebi que não havia lugar melhor senão aqui.

_Luna – Harry disse, sua mente trabalhando rapidamente – Meu amor está amadurecido agora?

_Sim – Luna respondeu olhando para Harry tão profundamente como jamais fizera – Seu coração se sentiu pronto para se sacrificar caso isso fosse necessário e isso foi o mesmo que sua mãe sentiu quando ela se sacrificou por você, e o seu amor por Gina também, ambos são amores amadurecidos que fizeram com que você pudesse vir até aqui, que chegasse ao momento de estar pronto...

_Pronto para quê? – Harry indagou rápido temendo que outras más surpresas fossem reveladas.

_Para lutarmos contra essa Horcruxe que está presa em seu corpo – Luna respondeu calma – Não será nada fácil conseguirmos e caso isso aconteça, muitas coisas mudarão.

_O que vou ter que fazer? – Harry perguntou e então Luna caminhou até uma mesa muito branca aonde acima havia apenas um vaso com flores muito pequenas e ao lado um espelho, muito semelhante ao que Harry ganhara de Sirius.

_Quando se entra no véu tem de se pagar um tributo para voltar depois – Luna respondeu, Harry quis permanecer tão calado nesse momento que pensou ser capaz de ouvir a batida do seu coração – Um tributo com corpo e alma. Esse espelho – Luna continuou mostrando o seu Espelho de Dois Sentidos – É um objeto de intensa relação com a alma e ele poderia desfazer a magia negra feita por Voldemort em você aquela noite, ou seja, a Horcruxe. O espelho sugaria a Horcruxe que está dentro de você se tornando assim uma espécie de corpo e com esse corpo você pagaria o tributo para voltar – Harry pensou que seu coração não poderia pulsar mais alto ou então saltaria por sua gargante, fora a coisa mais brilhante que já ouvira em toda sua vida – Essa transação de Horcruxe que saira da sua alma para o Espelho só poderia ser feita dentro do véu, nenhum outro lugar do mundo teria a magia sulficiente para realizar. Mesmo nós possuindo a poção que faz com que nós entremos sem sermos mortos para que a transação seja realizada um sacrifício deve ser feito – e então ela pareceu triste.

_Mas não é só o tributo? – Harry disse agitado – O espelho com a Horcruxe vai pagar esse tributo, não vai?

_Sim – Luna falou sonhadora – Mas um sacrifício deve ser feito para o cão de três cabeças para que você saia depois, o tributo será pago ao véu para que ele realize a transação do seu corpo para o espelho e o cão cobrara um sacrifício para que você saia depois.

_E o seu espelho, ele irá servir de que ao final das contas? – Harry, decepcionado por saber que deveria haver algum sacrifício, mais um depois de tantos, perguntou.

_Ele não valera nada dentro do véu – Luna falou sem importância – Eu descobri isso há pouco, o meu perderá as habilidades enquanto o seu estiver por perto, esses Espelhos possuem uma magia muito poderosa, magia antiga que rapidamente entra em contradição com as mágicas que existem no véu, o cão nos mataria se entrássemos com os dois espelhos, era como se a magia deles entrasse em colapso com a nossa e então seriamos atacados – Luna olhou para o seu espelho e então o levou até a fonte, mergulhando no sangue de unicórnio tirou suas mãos e então elas não estavam molhadas e muito menos o espelho voltara. – Ele se foi... – Harry fitou Luna por um instante esperando que ela explicasse.

_Se foi para onde?

_Tudo que envolve essa fonte é sobre o amor e a pureza, quando se quer desfazer de algo que você ama muito e tem grande significado para você a fonte faz isso para você e então se o seu amor for realmente verdadeiro, se algum dia você voltar, poderá pegar seu objeto de volta, eu penso que é algo justo. – ela olhou para Harry um pouco séria, embora seu jeito informal estive ali, no seu modo de ser – Minha mãe está atrás do véu – e então ela sorriu – Eu farei o sacrifício, eu ficarei com ela para todo sempre...

_Mas e seu pai? Ele está aflito, te esperando todo esse tempo! – Harry disse.

_Ele nunca gostou do véu, sempre evitou ir lá, mas ele vai saber que quando eu e mamãe estivermos juntas o lugar dele vai ser conosco, pois os medos dele serão as respostas para a coragem que ele tanto desacredita. – Harry olhou para Luna, ela parecia saber definitivamente o que estava fazendo – Eu vou pedir que você leve isso a ele – e então Luna estendeu um pergaminho pequeno até Harry – Eu devo a ele – e então ela sorriu mais uma vez. Harry apanhou o pergaminho e o guardou em um dos bolsos. – Acho que é a nossa vez não é? – e Luna olhou para os lados com tristeza e orgulho – Eu sempre vou gostar daqui, mesmo sabendo que nunca, nunca vou voltar – e então ela acenou em despedida para a fonte grande e bonita. – Obrigado por tudo – ela falou e sua voz ecoou pela sala.

Então ela se virou em direção às escadas e começou a andar, vendo que Harry ainda continuava parado ela o olhou: - Vamos.

Harry a seguiu e então, novamente lado-a-lado eles deixaram a claridade chegando à sala circular negra. Luna desviou um último olhar a sala e fechou a porta devagar. As paredes começaram a rodar rapidamente e com um novo movimento da varinha elas pararam.

Harry olhou para Luna por um breve instante e então seguiu, indo até a porta que havia parado à sua frente a abriu e o véu ficou diante dos seus olhos, estava novamente na sala com bancos de pedra longos que formavam degraus e mais degraus e bem ao centro, feio e sujo, o véu, caído em um arco alto e mais embaixo, um poço escuro. Harry não ouviu nenhuma voz naquele instante, apenas continuou e chegando ao primeiro degrau parou.

_Está ouvindo alguma voz? – perguntou e Luna balançou negativamente a cabeça, sem tirar os olhos do véu, como se estivesse hipnotizada. Eles então desceram os degraus e seguindo em frente pararam.

_Só a poção agora – ela falou sem tirar os olhos do véu um segundo sequer – Vamos precisar do espelho só lá dentro – Harry consultou os bolsos das suas vestes até achar o frasco com o líquido vermelho e então o puxou para fora.

Luna, desviando seu olhar do véu observou intrigada a poção e eles avançaram mais alguns passos.

Houve, naquele momento de silêncio, um estrondo do lado de fora e a porta da câmara se escancarou, Harry e Luna se viraram surpresos e então seus olhos saltaram quando viram quem havia chegado.

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