Capitulo 26 – O Anel dos Gaunt



Capitulo 26 – O Anel dos Gaunt!


 


 


O mês de fevereiro começou frio e conforme os dias foram passando a temperatura foi amainando e aos poucos um pouco de calor foi voltando, o sol já se infiltrava por entre as pesadas nuvens que haviam rondado o céu da Inglaterra durante todo o inverno daquele ano.


 


No dia seguinte ao Dia dos Namorados o esquadrão de aurores estava em mais um treinamento diário, os treinamentos se davam pela manhã, pela tarde e pela noite, mas sempre havia um grupo de aurores de prontidão para casos de emergência, por isso apenas um terço do esquadrão de aurores treinava por vez.


 


Naquele dia em particular os aurores estavam duelando entre si para aumentarem a velocidade de ataques e defesas, assim como os reflexos de reação em um duelo que as vezes poderia significar o espaço entre a vida e a morte.


 


- Mais velocidade nesses feitiços, porra. – gritou um homem loiro de olhos azuis que estava observando atentamente o duelo entre dois aurores novatos, o homem era o instrutor americano que havia sido convidado por Emilia Bagnoud para iniciar um treinamento intensivo com todos os aurores do Ministério Britânico, o homem tinha um porte avantajado, os ombros eram largos e ele tinha mais de um metro e noventa de altura.


 


Joseph Miller. Esse era o nome do homem que estava treinando o esquadrão de aurores ingleses a mais de um ano, Joseph lembrava-se muito bem de como fora decepcionante os primeiros dias em seu emprego novo, de todos os aurores que havia naquele ministério pouco mais de dez eram capazes de duelarem seriamente contra um bruxo de nível maior como ele, os outros mal conseguiam se proteger dos feitiços mais básicos da magia negra, somente aquela descoberta fizera com que Joseph pensasse em desistir daquilo e voltar para os Estados Unidos, mas no fim a persistência que ele possuía acabou vencendo e ele resolvera seguir em frente.


 


Sua persistência havia rendido muitos frutos, pensou Joseph enquanto olhava a maneira como os dois aurores em no meio da sala atacavam e se defendiam. Todos os aurores do Ministério Britânico, sem nenhuma exceção, haviam aumentado seus níveis de magia e suas capacidades em duelo, a maioria deles havia simplesmente dobrado seu desempenho inicial.


 


- Ótimo, rapazes. – exclamou Joseph depois de mais alguns minutos em que o duelo entre os dois aurores prosseguia sem que nenhum deles conseguisse uma vantagem muito aparente, os dois garotos estavam ficando muito bons. – Os próximos.


 


Naquele instante Sirius Black e Tiago Potter avançaram e se colocaram frente a frente no meio da sala de treinamento dos aurores, quando Joseph viu os dois no centro um sorriso divertido curvou seus lábios, afinal de contas aqueles dois estavam entre os melhores aurores do esquadrão e era algo fantástico observar a maneira como eles duelavam entre si.


 


- E então Almofadinhas, pronto para apanhar de novo? – perguntou Tiago em tom debochado quando se posicionaram em frente um ao outro.


 


- Só nos seus sonhos meu caro, Pontas. – exclamou Sirius com um sorriso estranhamente divertido enquanto olhava o amigo, os dois prestavam atenção um ao outro no momento em que o instrutor deu a ordem de iniciarem o duelo e Sirius foi o primeiro a mover sua varinha agilmente enquanto gritava. – Estupefaça.


 


- Protego. – gritou Tiago criando um escudo que absorveu o feitiço lançado por Sirius. – Ah, me poupe Almofadinhas, um feitiço estuporante não da nem para começar. Sorupto.


 


- Protego. – defendeu-se Sirius prontamente antes de iniciar uma seqüência de feitiços rápidos e intensos com Tiago, os dois atacavam e se defendiam em alta velocidade e com extrema habilidade mesmo enquanto usavam os feitiços menos nocivos, não era a toa que aqueles dois eram considerados como alguns dos melhores aurores do Ministério Britânico.


 


- Vamos lá Black, você consegue fazer melhor do que isso... – zombou Tiago quando defendeu-se de mais uma azaração lançada pelo amigo, mas em seguida um feitiço alaranjado conseguiu ultrapassar sua barreira de proteção e o atingiu em cheio no peito.


 


- Olha só, o veadinho não é tão hábil quanto pensa... – debochou Sirius olhando para o amigo que tinha sido atingido por uma azaração cortante, um filete de sangue já deslizava pelo corte que surgira no peito de Tiago Potter.


 


- É cervo. – Tiago grunhiu antes de avançar para cima de Sirius de maneira furiosa, foram feitiços em cima de feitiços que Sirius conseguiu defender de maneira hábil, mas em um momento de descuido uma azaração das pernas bambas o atingiu em cheio e ele não conseguiu mais se manter em pé, no momento seguinte Sirius sentiu sua varinha voando de sua mão ao mesmo tempo em que cordas grossas surgiram ao seu redor prendendo-o firmemente.


 


- Meus parabéns, Tiago. – a voz de Joseph soou alegre e divertida enquanto se aproximava de Sirius e em seguida o desamarrou, ajudando-o a se levantar em seguida apenas para que o auror encarasse o sorrisinho convencido de Tiago Potter.


 


- Tudo bem, Pontas, hoje você venceu. – exclamou Sirius enquanto apanhava sua varinha que havia ido parar a cinco metros de onde ele caíra.


 


- Eu sempre venço, Almofadinhas. – comentou Tiago de maneira convencida enquanto saía do centro da sala dando espaço para outros dois aurores.


 


- Tira esse sorriso da cara, Pontas. – grunhiu Sirius de maneira aborrecida quando se colocaram ao lado do casal Alice e Frank Longbottom.


 


- Foi um belo duelo. – comentou Alice sorridente para os dois amigos recebendo em troca um grunhido de Sirius e um sorriso convencido de Tiago.


 


- Eu sei que sou o melhor. – disse Tiago cheio de si fazendo Alice e Frank rirem enquanto o Sirius ficava mais carrancudo.


 


- E você também é o homem mais humilde da face da terra, Tiago. – disse Frank em tom risonho enquanto de relance observava os outros aurores iniciarem o duelo entre si.


 


- Obrigado. – Tiago disse simplesmente enquanto sorria e observava o novo duelo que durou alguns minutos antes de um dos aurores derrubar o outro.


 


- Muito bem pessoal, agora que vocês já se aqueceram vamos começar o treinamento de verdade. – disse Joseph assim que todos os aurores já haviam duelado entre si, naquele momento ele fez um gesto largo com sua varinha e dezenas de bonecos de madeira surgiram ao redor da sala de treinamento. – Como vocês já sabem, esses bonecos serviram de alvo para vocês. Hoje vamos treinar um novo feitiço, basicamente o efeito do feitiço são ferimentos profundos e que são impossíveis de serem fechados, portanto cuidado com a pontaria, pois se forem atingidos por ele a morte é certa. Tudo bem? Certo, a formula do feitiço é Krions.


 


Durante o restante do treinamento os aurores treinaram o feitiço nos bonecos de madeira, no final do horário marcado par aquela atividade todos os aurores haviam conseguido pelo menos lançar o feitiço contra os bonecos.


 


- A que horas vai começar a festa de aniversario da sua filha, Sirius? – perguntou Alice Longbottom no momento em que eles saíram da sala de treinamento e se dirigiam para o refeitório onde pretendiam almoçar.


 


- As oito horas da noite. – respondeu o animago em tom levemente desanimado, ele estava cansado devido ao treinamento. – Queria que a festa fosse mais cedo, mas como é um dia normal de serviço no ministério...


 


- Relaxe Almofadinhas. – disse Tiago interrompendo as palavras do amigo enquanto entravam no refeitório. – Você está muito tenso.


 


- Você também estaria se sua filha estivesse fazendo três anos de idade. – grunhiu Sirius em tom baixo enquanto se sentava em uma mesa sendo acompanhado pelos amigos.


 


- Aquele canalha. – grunhiu Tiago sem prestar atenção as palavras do amigo, os outros três olharam para Tiago e perceberam que o olhar dele estava em um outro ponto, quando eles acompanharam os olhos do auror deram de cara com ninguém menos do que Lucius Malfoy atravessando o refeitório ao lado do Chefe do Departamento de Transportes Mágicos. – Eu ainda não consigo acreditar que esse miserável escapou de uma condenação...


 


- Ora Tiago, você sabe muito bem como as coisas funcionam. – disse Frank Longbottom em tom baixo, mas não conseguindo esconder a raiva que ele também sentia naquele momento. – As acusações contra ele eram muito poucas e ele também não passaria muito tempo na prisão, um pouco de dinheiro nas mãos dos juízes e a pena dele se tornou branda.


 


- Branda? – questionou Sirius olhando de maneira aborrecida para o amigo com um pouco de incredulidade. – Ele não recebeu pena nenhuma, alguns milhares de galeões não vão fazer falta para o Malfoy.


 


- Ah, por favor, vamos comer em paz. – pediu Alice Longbottom que estava começando a comer sua refeição, os outros a olharam e concordaram silenciosamente com a mulher, em seguida passaram a conversar sobre banalidades enquanto almoçavam.


======


 


 


No dia do aniversário de Ângela Black o dia amanheceu mais ensolarado do que o normal, principalmente devido ao fato de ainda encontrarem-se no inverno, mesmo que esse já estivesse praticamente no final.


 


Aquele dia correu normalmente no Ministério da Magia, principalmente para os aurores e os inomináveis, os treinamentos foram normais e os plantões no Quartel dos Aurores estava completamente calmo, as únicas chamadas que eles vinham recebendo se tratavam de pequenos delitos cometidos por bruxos contra trouxas ou mesmo de venda e comercialização ilegal de produtos na Travessa do Tranco.


 


No Departamento de Mistérios as coisas também correram de maneira usual, os inomináveis trabalhavam cada um em seu próprio projeto, Harry ainda trabalhava na Sala do Véu e aos poucos ia desvendando os mistérios que envolviam aquele estranho objeto que uma vez lhe tirara seu padrinho. O moreno de olhos verdes já havia descoberto que quem entrava lá dentro não morria necessariamente, pois aquilo era uma espécie de entrada para algum outro local, mas o que poderia haver do outro lado ele ainda não conseguira descobrir.


 


Foram poucas as pessoas convidadas para participar do aniversário da primogênita dos Black, entre os principais convidados estavam Lílian e Tiago Potter, Alice e Frank Longbottom, Alastor Moody, a Família McKinnon, os Weasley, além é claro de Harry e Melissa Potter, o aniversário de três anos da menina seria comemorado na própria casa do casal.


 


Harry ficara bastante feliz com o convite, afinal gostava muito da filha de seu padrinho, ela era uma criança muito ativa e que adorava brincar, na verdade a menina lhe lembrava muito uma versão bem feminina de seu padrinho, o moreno apenas imaginava como aquela garota seria quando crescesse, certamente faria Hogwarts ficar de cabeça para baixo, principalmente ao colocarem ela e os outros garotos juntos.


 


Pelo que Harry sabia a festa estava marcada para começar por volta das oito horas da noite naquele dia, o que lhe dava tempo suficiente para fazer o que havia programado para aquele dia, Harry sabia que precisava retirar o anel de uma vez e assim poder se concentrar nas outras horcruxes, uma de difícil acesso e outra que ele não sabia onde estava exatamente.


 


Por isso mesmo, quando chegou em casa naquele dia o moreno dirigiu-se diretamente para a Sala de Treinamento onde trocou de roupa antes de desaparatar silenciosamente para em seguida aterrissar em um piso de pedra suja que naquele momento estava praticamente envolto por sombras, que ele percebeu serem das árvores que cercavam o local.


 


Durante vários segundos o moreno ficou apenas parado enquanto observava o local que ele vira apenas numa penseira na Sala do Diretor Dumbledore em Hogwarts durante seu sexto ano, mas em seguida seus olhos focalizaram seu alvo.


 


Harry estreitou os olhos enquanto observava o ambiente ao seu redor tentando identificar visivelmente os feitiços de proteção que haviam no local, podiam inclusive haver armadilhas espalhadas pelo lugar, mas depois de alguns segundos o moreno sacou sua varinha e fazendo um gesto amplo com seu braço murmurou um feitiço que revelava qualquer coisa que estivesse oculta, principalmente feitiços de proteção.


 


Depois de alguns segundos, tudo o que Harry detectou em volta da propriedade foi um feitiço Anti-Trouxa e um feitiço de ilusão, os dois feitiços foram facilmente desfeitos por Harry que estava com um pouco de pressa e não queria se demorar muito no local.


 


Depois que o feitiço de ilusão foi desfeito o moreno pode observar como a Casa dos Gaunt era por fora realmente, a mansão era enorme e ao mesmo tempo imponente, mas naquele momento encontrava-se abandonada pelo tempo, o telhado estava depredado e velho, as paredes que haviam sido de um tom verde claro estavam envelhecidas e encardidas, os jardins e as sebes encontravam-se descuidadas e as ervas daninhas já haviam tomado conta de tudo ao redor.


 


Com uma leve careta devido ao local mal cuidado o moreno encaminhou-se rapidamente pelo caminho de pedras que havia no meio do jardim e que estava meio tomado pelo matagal também, assim que chegou na porta de entrada Harry tentou abrir a porta, mas a maçaneta não abriu demonstrando que estava trancada.


 


- Alohomora. – murmurou o moreno apontando a varinha para a porta, mas o feitiço chocou-se contra a madeira e o ferro da maçaneta e não houve o clique característico que indicaria que ela fora destrancada.


 


Surpreso por causa desse obstáculo inesperado o moreno deslizou sua varinha por toda a extensão da porta e não conseguiu encontrar nenhum encantamento de proteção que estivesse barrando sua entrada pela porta, então algo clicou na mente de Harry e ele olhou fixamente para a maçaneta imaginando se seria tão simples assim.


 


- Abra. – sibilou Harry em língua de cobra e para a surpresa do mesmo um clique baixo pode ser ouvido na maçaneta, quase incrédulo devido a burrice de Voldemort de proteger aquele local daquela maneira o moreno girou a maçaneta e a porta se abriu revelando o interior da Casa dos Gaunt que estava pior do que ele se lembrava.


 


Enquanto o moreno adentrava mais no interior da mansão ele percebeu que a Casa dos Gaunt ainda estava indescritivelmente mais imunda do que qualquer lugar que Harry já vira em toda a sua vida, o que incluía muitos países que ele visitara e que tinham fama de serem muito pobres, mas pelo menos nesses lugares os habitantes mantinham o ambiente em que moravam limpo e com o máximo de higiene possível.


 


O que não se podia dizer muito da Casa dos Gaunt, pois o teto estava coalhado de teias de aranha, o chão coberto por uma camada de sujeira grossa, havia restos velhos de algo que lembrava muito a comida mofada e podre sobre a mesa, comida que deveria ter mais de vinte anos, havia também várias panelas enferrujadas e com enormes crostas de sujeira. A única luz no interior daquele lugar vinha da varinha de Harry que estava acesa naquele momento, o moreno passou de cômodo em cômodo procurando por vestígios de magia negra, ele já sabia mais ou menos onde estava escondido o anel dos Gaunt, mas antes queria verificar toda a propriedade.


 


Harry andou por toda a casa encontrando quadros velhos e desgastados, toda a mobília estava acabada e destruída pelo tempo, as paredes pareciam corroídas pelos fungos e musgos, algumas plantas já começavam a adentrar pelas frestas das paredes, mas o que mais havia dentro daquele lugar eram os animais roedores, principalmente ratos, sem contas as baratas e as aranhas que encontravam-se por todos os lados e cantos das paredes.


 


Mas para ser sincero consigo mesmo o moreno de olhos verdes não encontrou nada de valor no interior daquela casa, nem uma relíquia sequer, provavelmente a Família Gaunt já havia vendido tudo o que podia antes de Voldemort visitar a família quando ainda era adolescente.


 


Depois de verificar todos os cômodos possíveis Harry dirigiu-se para o porão da casa, onde ele havia sentido alguns resquícios de magia negra ao adentrar aquele local, o moreno desceu alguns degraus de uma escada que dava acesso ao porão e parou a menos de um metro da porta, por um momento estranho Harry pensou em levar a mão até a maçaneta, mas então parou de súbito ao perceber que Voldemort não deixaria uma horcrux tão desprotegida daquela maneira, pois até aquele momento os feitiços que o moreno desfizera qualquer auror principiante poderia muito bem detectar e contornar, certamente aquele local estava mais protegido que o restante da casa, por isso Harry sacou sua varinha e a apontou para a porta murmurando um encantamento e fazendo um feixe de luz esbranquiçada disparar da ponta de sua varinha.


 


O feixe branco atingiu a porta de madeira negra e no mesmo instante o moreno de olhos verdes foi invadido por sensações fortes e demolidoras, mas mesmo assim ele conseguiu controlar a força do poder usado para a proteção do local.


 


Assim que o encantamento perdeu seu efeito o moreno abaixou a varinha enquanto um sorriso debochado torcia em seus lábios, ele não podia acreditar que Voldemort havia colocado aquelas proteções ao redor daquele local, o moreno apenas se perguntava como demônios Dumbledore havia conseguido adentrar naquele porão para pegar o anel, mas no momento seguinte Harry apenas  deu de ombros enquanto respirava fundo.


 


- Muito esperto, mas muito esperto mesmo, Voldemort. – murmurou Harry de maneira sombria enquanto observava atentamente a porta, aquela porta estava enfeitiçada com magia negra poderosa, principalmente em se tratando daquele tipo de magia negra.


 


Havia um Feitiço Definhante protegendo a entrada do porão, se quem quer que fosse tentasse abrir a porta de qualquer maneira que não a correta receberia o feitiço definhante diretamente, sem nenhuma chance de defesa.


 


A única maneira de entrar no porão sem ser atingido pelo feitiço de proteção era utilizando a língua das cobras, mas mesmo assim aquilo não era tudo, ainda precisava de uma parcela mágica de reconhecimento, ou seja, apenas poderia abrir aquela porta de maneira segura a pessoa que a havia enfeitiçado ou alguém da família que soubesse falar a língua das cobras, pois a energia mágica era genética e poderia ser facilmente reconhecida através dos feitiços.


 


Voldemort deveria ter enfeitiçado aquele local especialmente para isso, afinal ele não tinha mais nenhum parente vivo que pudesse abrir aquela porta de maneira segura, qualquer um que tentasse abrir a porta a força seria imediatamente atingido pelo feitiço definhante e dificilmente sobreviveria muito tempo.


 


Nesse momento um sorriso perverso e mau curvou os lábios de Harry, o Lorde das Trevas apenas não sabia que havia outra pessoa que tinha um pouco da magia dele em seu sangue, o moreno lembrava-se muito bem do que havia descoberto em suas pesquisas, no momento em que ele havia sido atingido pela maldição da morte uma parte do poder do Lorde Negro havia entrado no corpo do pequeno bebê, causando a cicatriz que ele possuía na testa, mas aquilo era apenas hipoteticamente falando, nem mesmo era uma certeza absoluta...


 


Murmurando na língua das cobras o moreno ergueu a mão e a tocou na maçaneta que exibiu um brilho avermelhado antes do moreno sentir um pequeno corte ser formado na mão em que ele tocara a maçaneta, Harry viu um filete de sangue escorrer de sua mão e manchar a maçaneta para pingar no chão logo em seguida, no momento seguinte toda a porta de madeira negra brilhou fortemente antes dela simplesmente se abrir.


 


Sem hesitar o moreno abriu caminho para dentro do porão encontrando-o na mais completamente escuridão, a pouca luminosidade que vinha do corredor onde o moreno estivera não servia nem mesmo para enxergar um metro a frente, mas Harry não se intimidou enquanto avançava para o interior do local e ao mesmo tempo apertava fortemente a varinha entre seus dedos preparando-se para se defender de qualquer coisa.


 


Resmungando algo em tom baixo o moreno conjurou uma pequena esfera luminosa que ele lançou para o ar iluminando assim todo o ambiente, o interior do porão não era muito melhor do que o restante da casa, pelo contrário, ali embaixo tudo parecia mais úmido e frio, o pouco de moveis que deveria ter estado por ali estava reduzido a pedaços, mas o moreno não teve muito tempo para pensar, pois nesse momento ele ouviu o som de pedras se movendo acima dele e quando olhou para o ar viu quatro enormes criaturas de pedra mergulhando ferozmente direto contra ele, o moreno piscou os olhos enquanto olhava para as criaturas por um momento sem saber exatamente o que elas eram, mas no instante seguinte ele simplesmente reagiu.


 


Um feixe roxo disparou de sua varinha atingindo uma das criaturas diretamente no peito fazendo-a explodir e reduzindo-a a pó, ao mesmo tempo Harry mentalmente invocou uma barreira azulada acima de si que barrou o ataque das outras três criaturas que ele identificou como sendo gárgulas, o que o deixava levemente surpreso.


 


Somente naquele momento o moreno pode reparar adequadamente naquelas estatuas de pedra, elas eram bem diferentes das gárgulas de pedra que ele vira em Hogwarts na entrada do diretor, aquelas em especial possuíam formas humanóides e gigantescas, devendo chegar mais ou menos na altura de Hagrid, as pernas delas estavam arqueadas para frente e os pés eram muito parecidos com os das aves, as garras brilhavam na escuridão e refletiam pela luz que o moreno havia conjurado, o rosto deles era muito parecido com o de um humano comum, com a diferença de possuir um enorme bico no lugar do nariz.


 


Naquele momento as gárgulas recolheram suas enormes asas e pousaram a cerca de cinco metros de onde o moreno se encontrava, em nenhum momento Harry retirou seus olhos de cima das criaturas, pois sabia que o menor descuido poderia significar um ferimento grave ou até mesmo a morte para ele, pois aquelas criaturas eram ferozes.


 


- Quem é você que ousou adentrar esse local? – uma voz gutural se fez ouvir que Harry identificou ser originada da gárgula do meio.


 


- Isso não importa. – Harry respondeu em tom indiferente enquanto olhava para as três criaturas, o moreno podia sentir o momento em que elas atacariam.


 


- Você vai morrer aqui dentro humano. – rosnou a gárgula da direita olhando para o moreno e maneira ameaçadora.


 


- Você ousou adentrar um local sagrado para nosso mestre, as ordens dele são muito claras, qualquer um que não seja ele próprio deve ser morto ao adentrar esse local. – dessa vez quem falara fora a gárgula da esquerda.


 


- Eu deveria ter trazido minha espada. – murmurou Harry enquanto esperava o melhor momento para atacar as criaturas, mas foi quando sentiu que as criaturas iriam avançar contra ele que resolveu agir, movimentando bruscamente a varinha em direção a gárgula do meio Harry gritou rispidamente. – Khimera.


 


O feitiço explosivo acertou diretamente a gárgula que ainda havia tentado se esquivar, mas a explosão foi inevitável e a gárgula quebrou-se em centenas de pedaços, as outras duas gárgulas urraram de ódio e avançaram juntas contra Harry que jogou-se no chão e rolou para o lado para escapar da investida, em seguida ele lançou novamente o feitiço arroxeado que simplesmente exterminou outra das criaturas deixando apenas uma ainda viva, mas no mesmo instante que o moreno havia lançado o feitiço contra a gárgula a outra aproveitara sua distração e avançou contra Harry que por puro reflexo ergueu a mão esquerda para se defender enquanto pensava em um feitiço paralisante, não foi exatamente uma surpresa para o moreno saber que conseguira utilizar magia sem varinha, afinal já fazia algum tempo que ele vinha desenvolvendo aquela habilidade, mas ainda não conseguia controlá-la completamente, sem contar que o desgaste ainda era muito grande, por isso era melhor ele continuar utilizando sua varinha.


 


- Adeus. – disse Harry de maneira debochada enquanto olhava para a gárgula que ainda estava muito surpresa por ter sido paralisada em pleno ar, no momento seguinte Harry apontou sua varinha para a cabeça da criatura enquanto gritava novamente o feitiço explosivo, o barulho de explosão soou novamente no interior do porão enquanto uma pequena nuvem de poeira erguia-se novamente ao seu redor.


 


No momento seguinte Harry suspirou ao perceber que por muito pouco ele conseguira escapar de um ferimento bem grave, daquela vez fora realmente por muito pouco que ele conseguira, talvez em uma próxima vez ele não conseguisse sair ileso.


 


Balançando a cabeça o moreno espantou aqueles pensamentos enquanto se virava para os fundos do porão, de onde ele sentia exalando a magia de uma horcrux, Harry aproximou-se do local cuidadosamente temendo que houvesse mais armadilhas em volta daquele objeto, mas nada aconteceu enquanto ele se aproximava até perto da parede dos fundos onde ele percebeu uma espécie de altar de magia negra, havia uma mesa quadrada de cerca de dois metros de cada lado, em cima da mesma havia apenas uma caixa de madeira do tamanho de uma caixa de sapatos.


 


Sabendo muito bem que provavelmente haveria algum tipo de proteção naquela caixa o moreno executou o mesmo encantamento que utilizara na porta e com razão, pois ele detectou o mesmo feitiço definhante que havia na porta, com a diferença que daquela vez ele precisava apenas de sangue para abrir o fecho da caixa.


 


Com um suspiro Harry olhou para sua mão esquerda que ainda pingava um pouco de sangue por causa do corte que fora feito quando ele abrira a porta do porão, em seguida o moreno executou um feitiço cortante no mesmo local abrindo ainda mais o corte para então colocar a palma da mão exatamente em cima do objeto e deixar que o sangue escorresse livremente de sua mão esquerda para a tampa da caixa que exatamente como a porta brilhou fantasmagoricamente antes de um clique baixo ser ouvido por Harry que imediatamente lançou um feitiço de cura em sua mão fechando assim o corte e impedindo que ele continuasse sangrando.


 


O moreno levou sua mão direita até a caixa e cuidadosamente abriu a tampa da mesma revelando o interior da caixa, era muito parecido com as caixas de veludo que possuíam jóias em seu interior, com a diferença que aquela era bem maior do que uma pequena caixa de jóias, além de no interior da caixa encontrar-se apenas um anel dourado com a feia e horrível pedra negra no centro, o Anel dos Gaunt estava no interior da caixa.


 


Harry sabia que Voldemort fora muito precavido e também colocara um Feitiço Definhante no anel, fato comprovado devido a mão negra que o diretor de Hogwarts passara a portar depois de ter colocado o anel em seu dedo, mas Harry sabia que no momento que ele tocasse o objeto o feitiço já começaria a fazer efeito, por isso ele sabia que deveria destruir aquele objeto ali mesmo, afinal ele queria deixar aquela caixa exatamente onde Voldemort a havia colocado, seria uma maneira de manter as aparências caso o Lorde das Trevas resolvesse verificar seus sagrados objetos mais tarde, o moreno não queria que Voldemort sequer suspeitasse do que ele estava fazendo, pelo menos não antes que ele conseguisse todas as horcruxes.


 


Primeiro o moreno lançou um feitiço de isolamento ao redor da sala e em seguida executou um encantamento de quebra de feitiço que servia basicamente para desativar um outro encantamento, no caso o Feitiço Definhante, Harry sabia que poderia ter utilizado esse feitiço na porta de entrada do porão, mas mesmo assim ainda haveria o feitiço de reconhecimento mágico que era praticamente impossível de ser anulado.


 


Com um feitiço de levitação o moreno fez com que o anel dourado levitasse de dentro da caixa de madeira para em seguida pousar de maneira suave logo ao lado da caixa de madeira, Harry sabia que precisava ser rápido ou então acabaria chegando atrasado em casa e também ele e Melissa chegariam atrasados na festa de aniversário de Ângela Black.


 


- Avada Kedavra. – gritou Harry fazendo com que um jorro de luz verde disparasse de sua varinha e atingisse diretamente o anel em cima da mesa, no mesmo instante em que a maldição da morte entrou em contato com o anel um grito agourento soou no interior do porão ao mesmo tempo em que uma espécie de poeira negra saía do anel e pairava a poucos centímetros acima da mesa, os gritos apenas aumentavam de intensidade enquanto a poeira negra se juntava e aos poucos ia simplesmente evaporando.


 


Os gritos tornaram-se lamentos dolorosos de um adolescente, mas em nenhum momento Harry sentiu-se meramente comovido com eles, não se importava realmente com aquilo, na verdade até lhe dava um certo prazer saber que estava causando dor a uma pequena parte do Lorde das Trevas, mesmo que fosse uma parte tão ínfima.


 


Assim que a poeira negra que representava a parte da alma de Voldemort que havia dentro do anel evaporou completamente, Harry aproximou-se novamente da mesa e pegou o Anel dos Gaunt em sua mão direita e enquanto observava a pedra negra no centro do anel o moreno o colocou em seu dedo anelar, não houve hesitação da parte do moreno ao colocar o anel, pois ele sabia que as proteções em volta do anel já haviam sido desfeitas ou destruídas e agora aquele objeto havia voltado a ser meramente o Anel da Família Gaunt.


 


Harry retirou o anel de seu dedo e em seguida depositou-o no interior do bolso de seu sobretudo, iria guardar aquele anel junto com os outros objetos que ele já havia destruído a alma de Voldemort, em seguida Harry lançou alguns feitiços no interior da caixa de veludo e a fechou logo depois, no momento seguinte o moreno de olhos verdes retirou o feitiço de isolamento que ele havia lançado em volta da sala e caminhou em direção a porta do porão.


 


Quando chegou a porta Harry voltou-se e com um aceno de varinha a poeira e os pedaços de pedra que um dia haviam sido quatro gárgulas começaram a se ajuntar e aos poucos foram se formando novamente, em poucos segundos as quatro criaturas de pedra estavam exatamente no mesmo lugar de onde estiveram antes de Harry haver adentrado o porão, com a única diferença de que agora não passavam de meras estátuas de pedra.


Em seguida Harry fechou a porta silenciosamente e ouviu uma espécie de clique novamente, ele sabia que aquilo indicava que o feitiço de proteção fora novamente ativado, mas não se preocupou muito com aquele fato enquanto encaminhava-se para a saída da casa.


 


Assim que esteve do lado de fora da casa o moreno voltou-se para a porta e a fechou com um aceno de sua varinha, em seguida ele recolocou os feitiços de proteção que ele havia desativado e então recomeçou a caminhar para fora da propriedade, mas quando chegou a cerca de vinte metros da casa Harry parou e voltando-se para a casa da família de Voldemort o moreno executou novamente um encantamento Anti-Trouxa e um outro de ilusão, afinal se em algum momento Voldemort fosse naquele local ou então mandasse um de seus lacaios não encontraria nada mais do que os feitiços que o próprio Lorde das Trevas havia lançado.


 


Sem esperar um segundo a mais Harry virou as costas e desaparatou com um estalo seco aparecendo diretamente no interior da sala de treinamento que havia na mansão que ele morava com a esposa e o filho, no minuto seguinte Harry desativou os feitiços que protegiam os objetos que ele guardava e em seguida colocou o Anel dos Gaunt ao lado do Medalhão de Salazar Slytherin, fazendo companhia para o Diário de Riddle e o medalhão falso.


 


Com um sorriso estranho brincando em seus lábios o moreno recolocou os feitiços de proteção ao redor da estante e enquanto saía da sala de treinamento e se encaminhava para o segundo andar da casa onde pretendia tomar um banho antes de se arrumar para ir ao aniversário da filha de Sirius, o moreno meramente pensava nos objetos que ainda faltava e nos que ele já encontrara e que estavam em seu poder.


 


Harry já havia conseguido destruir três pedaços da alma de Voldemort e ainda conseguira recuperar os objetos intactos: O Diário de Tom Riddle, O Medalhão de Salazar Slytherin e agora também O Anel dos Gaunt.


 


Ainda faltavam três pedaços da alma de Voldemort para serem destruídas antes dele destruir o próprio Lorde das Trevas, mas agora seria mais difícil encontrar e destruir aqueles pedaços da alma do Lorde das Trevas, pois uma o moreno tinha quase cem por cento de certeza de que encontrava-se no cofre da Família Lestrange, pois Belatriz não tinha nenhum cofre pessoal no Banco Gringotts, o moreno sabia que a única maneira de conseguir essa horcruxe seria roubando-a do banco, pois conhecia os duendes o suficiente para saber que eles não iriam lhe permitir pegar o objeto, mesmo que isso significasse a destruição do bruxo das trevas mais poderoso dos últimos tempos, a única solução seria invadir o banco e o cofre a força.


 


A outra horcruxe o moreno suspeitava que se encontrava em Hogwarts, pois já havia eliminado todos os outros possíveis esconderijos para um objeto tão importante, o moreno sabia que deveria estar na escola, somente não tinha certeza se Voldemort havia escondido o objeto quando ainda estudava ou no momento em que fora pedir emprego para Dumbledore, Harry acreditava mais na segunda hipótese, mas o problema ainda persistia, pois ele não tinha nenhuma certeza de onde estava escondido o objeto, nem mesmo sabia qual objeto era...


 


E a última horcrux do Lorde das Trevas seria sua preciosa cobra de estimação, mas o moreno sabia que somente a destruiria alguns minutos antes de matar o próprio Voldemort, afinal não queria chamar a atenção dele para as preciosas partes de sua alma ou então Voldemort poderia muito bem tentar fazer outras, embora o moreno achasse que seria impossível ele conseguir dividir sua alma novamente depois de ter feito isso varias vezes.


 


Somente depois que conseguisse encontrar os outros dois objetos é que Harry poderia se concentrar e matar Voldemort de uma vez por todas, somente Harry entendia o quanto precisara se segurar nos últimos tempos para não caçar Voldemort através da floresta na Albânia, o moreno sabia muito bem como matar aquele espectro, mas aquilo não adiantaria de nada, pois no momento em que o moreno matasse aquela parte da alma do Lorde das Trevas, uma de suas outras horcruxes que ainda estava intacta seria automaticamente ativada e o pedaço de alma seria livre para andar pelo mundo, exatamente como o espectro atual do Lorde das Trevas, era uma das defesas que havia na magia da horcruxe...


 


Suspirando Harry entrou em seu quarto onde encontrou Melissa terminando de se arrumar, o moreno sorriu para a mulher antes de aproximar-se e beijá-la, alguns minutos depois o moreno se encontrava embaixo do chuveiro tomando banho, mas mesmo enquanto limpava seu corpo o moreno não deixava de pensar que por mais que ele houvesse dado mais um passo importante na destruição do Lorde das Trevas, ainda faltava um caminho muito longo a ser percorrido antes que ele simplesmente pudesse se ver livre de seu destino.


 


 


 


 


 


Agradecimentos especiais:


 


nettie cullen: mais um capitulo postado, espero que goste. Abraços.


 


Kika.Cerridween: o Harry ficou firme e detonou mais uma horcrux, o medalhão já foi e agora o anel também, só faltam três, mas agora serão mais difíceis... Esse Harry é cara de pau mesmo, ainda vai ficar pior, não se preocupe... A morte da Mel no próximo capitulo, que vai ter um salto de alguns anos... mas depois que isso acontecer sai de baixo porque o bicho vai pegar mesmo.... Abraços.


 


gerplex potter: Espero que goste do capitulo cara. Apocalipse foi atualizada semana passada e o Guerreiro ta atualizada. Abraços.


 


Silvia Cecil: Muita gente sente pena do Monstro, mas eu queria era matar ele bem lentamente... Ahahaha, sei que sou um pouco sádico, mas a Nick não me deixou matar o Monstro, uma pena realmente... a Nick manda vários beijos para você e diz que o próximo capitulo a Mel morre e então o bicho pega... Abraços.


 


Gui_Hawk: Isso mesmo cara, além do valor histórico que as Relíquias dos Fundadores possuem ainda tem o fato de que elas possuem certos poderes ocultos, poderes que o Harry vai aproveitar e muito bem... De certa maneira não serão os comensais que vão matar a Mel, mas eles estarão envolvidos, quanto a quem vai receber a fúria do Harry... Bem, isso vai ser surpresa. Abraços cara.


 


Lari sl: Seja bem vinda a minha fic, minha e da minha irmã, Nick... Obrigado pelo elogio e fico muito feliz que tenha gostado. Abraços.


 


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.