Capitulo 1 – Decisão



Capitulo 1 – Decisão

Em pleno verão a Inglaterra encontrava-se mergulhada em um clima tempestuoso, o céu esta sempre recheado com nuvens negras, embora ninguém consiga explicar o motivo e nem o porque da densa neblina que havia se formado por todo o país. Pessoas mortas apareciam todos os dias assim como o numero de desaparecimentos havia alcançado proporções gigantescas.
Em Surrey, um distrito próximo a Londres a situação não era muito diferente. Na Rua dos Alfeneiros, nº 4 encontrava-se um garoto muito diferente do normal que sabia exatamente o que vinha acontecendo. Sentado em uma poltrona de frente para a janela de seu quarto no segundo andar encontrava-se um garoto magricela e alto, que usava roupas folgadas e que claramente não pertenciam a ele. Aquele garoto era diferente dos outros garotos da sua idade, não apenas no mundo trouxa, mas também no mundo da magia.
Ele possuía cabelos negros da cor do carvão, que eram desalinhados e rebeldes como se ele nunca os houvesse penteado, tinha também os olhos mais verdes que a mais brilhante das esmeraldas, esse garoto era ninguém mais ninguém menos do que Harry Potter, o Menino-Que-Sobreviveu, ou como o chamam agora o Eleito, aquele que fora escolhido para deter as trevas.
Naquele momento o garoto estava esperando que um feitiço de proteção realizado por Alvo Dumbledore terminasse para poder, finalmente, ir embora, pois se ele pudesse já estaria bem longe dali. Aquela casa não lhe trazia boas recordações, a casa de seus era o último lugar em que ele pensaria em voltar. Aquela noite o feitiço seria desfeito e ele então poderia partir para a toca para se encontrar com seus dois melhores amigos, e com Gina, completou mentalmente.
O moreno nunca sentira-se tão miserável e solitário, ele já quase não conseguia mais comer de tão perturbado que encontrava-se com seus pensamentos. Quando Harry estava parado como agora, as lembranças o atravessavam como se fossem facas afiadas rasgando-lhe as entranhas e enchendo-o de dor e sofrimento. Ele não conseguia lembrar do dia da morte de seus pais afinal era apenas um garotinho de um ano de idade, mas isso não diminuía a dor menos intensa, pois o moreno ouvia claramente a voz de seu pai pedindo para que a mulher fugisse com o filho e depois as suplicas de sua mãe para aquele monstro poupasse a vida de seu precioso filho.
Mas as vezes ouvir não é tão ruim e doloroso quanto presenciar. Há cerca de três anos a verdadeira guerra e tristeza impregnara de maneira brusca e dolorosa na vida de Harry com o assassinato de seu colega de escola Cedrico Diggory que morreu na sua frente sem que ele pudesse fazer nada para deter, aquilo ocorrera na mesma noite em que Lorde Voldemort ressurgira.
Pouco mais de um ano atrás Harry descobrira sobre uma profecia que ligava seu destino diretamente a Voldemort. No mesmo dia seu padrinho, Sirius Black, e a última conexão que ele ainda possuía com sua família morreu, o homem a quem o moreno havia acostumado a tal modo que praticamente o considerava como um pai para si. Ainda hoje ele revia a cena de seu padrinho caindo em forma de arco pelo Véu da Morte no Departamento de Mistérios, enquanto a maldita assassina que o matara ria sadicamente.
No ano anterior Harry entrara em seu sexto ano e começara a ter lições secretas com o diretor Alvo Dumbledore. Aprendera o que pudera sobre Tom Marvolo Riddle, a verdadeira identidade de Lorde Voldemort. Naquela época o moreno não compreendia exatamente os verdadeiros motivos das lições do diretor, mas agora tudo estava tão claro quanto a água. Precisava encontrar e destruir as Horcruxes do Lorde das Trevas antes de poder enfrenta-lo cara a cara. Seria um caminho difícil e árduo, afinal não seria nada fácil encontrar e destruir as Horcruxes. Duas delas já se encontravam destruídas, o velho diário de Voldemort que ele próprio liquidara e um anel da família Gaunt que o moreno suspeitava ter pertencido a Salazar Sonserina que o próprio diretor Dumbledore destruíra.
As outras Horcruxes eram um medalhão de Salazar Sonserina, que alguém denominado R.A.B havia roubado da caverna onde ele fora com o diretor, uma taça que pertencera a Helga Hufflepuff, a cobra massiva de estimação de Voldemort, além de um sexto Horcrux que deveria ser um objeto que pertencera a Godric Gryffindor ou a Rowena Ravenclaw. E quando finalmente todas as Horcruxes estivessem destruídas Harry Potter mataria o Lorde Negro.
Esses pensamentos passavam rápidos pela mente do moreno e ele simplesmente não conseguia controlar a onda de dor e o desamparo que o assolavam. Não respondia as cartas dos amigos ou de Gina, já havia recebido varias delas que demonstravam as preocupações deles.
Harry direcionou seus olhos para o pacote que recebera da Professora McGonagall, ela o havia abordado enquanto ele ia em direção do expresso de Hogwarts e praticamente ordenara que ele apenas o abrisse quando estivesse na casa dos tios, o que ele obedeceu sem questionar. Aproximando-se lentamente da caixa o moreno a abriu. Era uma caixa fechada e selada com magia que o próprio Dumbledore pedira para lhe entregar. Em seu interior havia alguns objetos muito interessantes.
Havia um envelope com documentos e escrituras de varias casas, mansões e construções de prédios em nome da família Potter. Varias fotos de seus pais enquanto eles ainda eram adolescentes, fotos de quando namoravam e até mesmo enquanto eram casados. Havia três livros que simplesmente o surpreenderam e que deram-lhe um animo renovado. O primeiro livro estava intitulado “Magia Antiga e Avançada”, que ensinava magia antiga, magia defensiva avançada, contra-maldições poderosas, contra-feitiços e encantamentos evasivos, aqueles eram feitiços a muito tempo esquecidos e que poucos bruxos conheciam.
Um segundo livro de autoria do próprio diretor de Hogwarts continha feitiços simples e úteis em uma batalha com dicas escritas pelo próprio diretor, onde ele comentava de forma muito clara as melhores maneiras de se utilizar um determinado feitiço. Já o terceiro livro era o que o moreno lia com mais anseio, pois era intitulado “A Supremacia das Artes das Trevas”, era um livro de aparência antiga e velha que continha os maiores segredos da Magia Negra. Sabia que o diretor não queria que ele se interessasse pelo livro, o dera apenas porque continha as informações sobre Horcruxes, mas o moreno lia avidamente o livro, queria conhecer o maior numero de encantamentos para poder combater Voldemort, sabia que ainda era fraco e que precisava evoluir muito.
Um barulho de coruja o despertou de seus devaneios sobre os últimos acontecimento e deixando os livros de lado o moreno abriu a janela deixando que uma coruja parda entrasse em seu quarto com o profeta diário seguro em sua pata esquerda, Edwiges piou indignada com a presença de uma outra coruja no quarto, mas ignorando-a o moreno colocou uma moeda de um nuque na bolsinha na pata direita da coruja que foi embora enquanto o moreno desenrolava o jornal para poder ler. Assim que seus olhos passam pela manchete principal o moreno sente o ar de seus pulmões sendo expelido com força, aquilo era impossível e tinha de ser uma mentira, não podia ser verdade. Seus olhos percorreram avidamente as linhas desejando que aquilo fosse uma mentira.

Família de bruxos exterminada
Durante a madrugada aconteceu a maior chacina a uma única família desde os tempos da Primeira Grande Guerra, uma família foi encontrada morta durante essa manha, pela maneira em que foram encontrados os corpos os Weasley foram claramente torturados até a morte. Alem de toda a família Weasley, que morava no local, também foi encontrado o corpo de Hermione Granger que estava visitando a família e de Fleur Delacour, noiva de Guilherme Weasley, o casamento deles seria em cinco dias. As suspeitas sobre o ocorrido recaem diretamente aos comensais da morte de Você-Sabe-Quem, uma vez que a marca negra brilhava acima da residência dos Weasley...

Harry não conseguiu mais ler nada, abaixo havia a foto da toca onde vários corpos estavam espalhados pela sala, seguindo-se por uma explicação detalhada do que cada membro da família havia sofrido. O moreno estava tão pálido quanto mármore, mal conseguia respirar, estava tremendo tanto que sabia que não conseguiria ficar um segundo mais em pé, por isso sentou-se, o ódio que sentia por Voldemort voltou com toda a força tomando conta de si como uma droga, o moreno sentia a magia envolvendo-o de maneira instintiva, mas não se importou.
- Maldito desgraçado. – Berrou Harry.
Harry deixou a dor extravasar por todos os poros de seu corpo, agora ele não tinha mais nada na vida. As pessoas que ele considerava como uma família estavam mortas, assassinadas e torturadas pelos malditos comensais, e o que mais doía, Gina estava morta e tudo o que ele mais queria é que ela ficasse segura e protegida.
De repente uma brusca tentativa de entrar em sua mente o interrompeu e o tirou de seus devaneios, estava tão furioso que havia se desconcentrado de sua oclumência, que ele aperfeiçoara graças ao livro de artes das trevas, sabia que era Voldemort tentando invadir sua mente, e dessa vez deixou que o Lorde Negro invadisse seus pensamentos.
Imagens explodiram na mente do moreno, imagens dos Weasley sendo mortos e torturados, enquanto gritavam em dor e agonia, as imagens escorriam por sua mente como se fossem facas afiadas perfurando sua alma e seu coração, enquanto seu ódio aumentava. Depois de quase uma hora sendo forçado e forçando-se a si mesmo de ver aquelas imagens elas cessaram e o moreno viu-se novamente em seu quarto, ainda podia ouvir a risada insana de Voldemort em sua cabeça rindo dele e de sua dor.
Harry jurou a si mesmo que o mataria de forma lenta e dolorosa, e foi nesse momento em que ele se lembrou do livro de artes das trevas, lembrou-se claramente do ultimo capitulo que lera, falava sobre as viagens no tempo. Levantando-se rapidamente o moreno pegou o livro e folheou-o até a pagina em que ele estivera lendo na noite anterior.
Ali estava o capitulo que ele procurava, falava claramente sobre a viagem no tempo, as possibilidades e as dificuldades, mas havia uma maneira. Enquanto lia o moreno descobriu que se ele conseguisse realizar o ritual o presente que ele conhecia seria destruído e um novo mundo seria formado com as mudanças. Harry pensou em todas as possibilidades, poderia voltar para quando Sirius morreu e salva-lo ou até mesmo antes de Cedrico ser morto, pensou entusiasmado. Então uma idéia louca e completamente insana surgiu em sua mente, aquilo seria loucura demais, mesmo para aquilo, mas por que não? Pensou Harry, não tinha mais nada a perder mesmo.
Caminhando até seu armário o moreno pegou uma mochila que ele havia comprado via coruja em uma loja do beco diagonal, era magicamente ampliada e ele havia a comprado justamente para a longa jornada que enfrentaria, mas serviria perfeitamente bem agora. Abrindo seu malão o moreno pegou algumas mudas de roupas que iria precisar, apenas o básico, pois sabia que teria de comprar roupas novas em breve, colocou todos os livros que ele usara em Hogwarts, incluindo o livro do Príncipe Mestiço, que ele havia resgatado antes de partir de Hogwarts no dia do enterro do diretor. Colocou algumas fotos que ele possuía, apenas uma de cada pessoa que ele prezava, sabia que não poderia levar muitas, e também planejava vê-las ao vivo. Colocou os livros que ganhara da Professora McGonagall, a capa de invisibilidade que fora de seu pai, o mapa do maroto que poderia ser útil e sua vassoura Firebolt, e por fim fechou a mochila a colocando em suas costas.
Sacou sua varinha e murmurando o encantamento começou a desenhar um circulo no ar a sua frente, em seguida em cima dói circulo desenhou um pentágono de luz, que juntou-se ao circulo formando uma única figura, depois de realizar um amplo movimento com a varinha o moreno gritou.
- Reversus Tempus. – o desenho brilhou então o moreno gritou – 1980.
O símbolo no ar brilhou e então abriu-se uma espécie de portal, levemente arroxeado. Sorrindo satisfeito Harry deu uma ultima olhada ao redor e despedindo-se para o nada entrou no portal que fechou-se no segundo seguinte.




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