Capitulo 25 – Largo Grimmauld!



N/A: Atenção pessoal, esse capitulo contém alguns spoilers de Harry Potter e as Relíquias da Morte. Para quem leu o livro, alguns trechos da conversa entre Harry, Rony, Hermione e Monstro quando o elfo é interrogado sobre o Medalhão. Bem, boa leitura a todos e espero que gostem. Abraços do Kiran e da Nick.


 


 


Capitulo 25 – Largo Grimmauld!


 


 


No dia seguinte a destruição do Diário de Tom Riddle, Harry levantou-se normalmente, tomou um banho e depois de se arrumar para ir ao Ministério da Magia desceu para poder tomar seu café da manhã.


 


O moreno sabia que aquele seria um longo dia, pois ele pretendia invadir a Borgin & Burkes naquela noite, logo depois de sair do Ministério da Magia, Harry sabia que estava arriscando em entrar no local enquanto a loja ainda estava aberta, mas era melhor do que precisar anular todos os feitiços protetores que haviam no lugar.


 


Harry adentrou o ministério com seu habitual disfarce, com aquela aparência todos o conheciam como Alex, um nome que ele próprio escolhera para ser sua fachada ali dentro.


 


Quando o moreno estava abrindo a porta do Departamento de Mistérios encontrou Lílian que também encontrava-se devidamente transfigurada, o codinome dela era Mia.


 


Apenas uma pessoa dentro do Ministério da Magia conhecia a verdadeira identidade deles, que no caso era Liam Hargrave, o Chefe dos Inomináveis, e mesmo assim ele ainda estava protegido por um poderoso feitiço de proteção, muito parecido com o Feitiço Fidellius, que o protegia caso alguém tentasse arrancar aquela informação dele a força.


 


Nem mesmo a Ministra da Magia tinha autorização para conhecer a identidade dos inomináveis, apenas mais um meio de proteção.


 


Para Harry aquele dia de trabalho no ministério passou lentamente, passou o dia trabalhando em uma pesquisa sobre o Véu da Morte, mas quando finalmente chegou o momento de ir para casa ele estava mais do que pronto e foi o primeiro inominável a deixar o Departamento de Mistérios não esperando nem mesmo para se despedir de Lílian como ele fazia praticamente todos os dias desde que começara a trabalhar no mesmo departamento que ela.


 


Assim que chegou na área reservada para que os funcionários pudessem aparatar o moreno de olhos verdes desapareceu silenciosamente aparecendo em um lugar deserto onde ele pode rapidamente usar suas habilidades em metamorfomagia para se transfigurar em um loiro alto e de olhos azuis com os cabelos compridos, também mudou o formato do corpo deixando-o mais seco e menos musculoso, afinal não queria chamar a atenção e por isso transfigurou-se em uma pessoa comum, em seguida Harry utilizou um feitiço de transfiguração e modificou as roupas que estava usando deixando-as completamente negras e conjurando um capuz que cobriu parcialmente seu rosto, somente então o moreno aparatou.


 


A figura de Harry reapareceu silenciosamente na entrada do Caldeirão Furado, não perdendo tempo o moreno adentrou o bar e atravessou toda sua extensão indo diretamente até os fundos do local sem nem mesmo ligar para todos os olhares que recebeu das pessoas que encontravam-se no interior do bar, que haviam ficado silenciosas quando o estranho surgira.


 


Poucos segundos depois Harry já estava andando rapidamente pelo Beco Diagonal, devido ao fato de estar encapuzado atraía muitos olhares desconfiados e temerosos, mas como não tinha tempo para perder com bobagens o moreno nem mesmo se preocupava com aquilo e atravessava de maneira imponente a rua, os olhares de suspeita apenas aumentaram quando Harry adentrou pela passagem que dava acesso a Travessa do Tranco.


 


As ruelas da Travessa do Tranco estavam mais vazias do que o moreno se lembrava, afinal de contas desde que Voldemort havia sido derrotado as batidas que os aurores faziam nos arredores aumentaram de freqüência o que espantava clientes que não queriam ser identificados, mas mesmo assim muitas pessoas ainda encontravam-se percorrendo as vielas escuras e sombrias daquele lugar, Harry chamou mais atenção do que havia planejado e se viu alvo de dezenas de olhares, mas mesmo assim o moreno os ignorou e continuou seu trajeto.


 


Virando em uma viela o moreno saiu em uma ruela sombria que parecia totalmente ocupada por lojas que se dedicavam as Artes das Trevas, de longe a loja que chamava mais atenção era a Borgin & Burkes, pois era a maior loja do local e sem dúvida era a que oferecia as melhores mercadorias, em frente da loja encontrava-se outra loja cuja vitrine estava possuía uma grande coleção de cabeças de serpentes negras.


 


Enquanto se dirigia para a loja a que estava interessado Harry passou em frente de uma loja onde encontrava-se uma enorme gaiola que estava pululando com aranhas negras gigantescas, por um instante Harry pensou na reação de Rony se por acaso o amigo visse aquilo, mas logo em seguida balançou a cabeça, afinal não havia nenhuma possibilidade daquilo acontecer, a decisão que ele havia tomado era irreversível, sem contar que o Rony daquela época não seria o mesmo com o qual ele travara uma longa amizade.


 


Saiu de seus pensamentos quando abriu a porta da Borgin & Burkes que fez um barulho audível indicando sua entrada, sem se preocupar muito com o fato o moreno adentrou a loja rapidamente dirigindo-se até uma estante ao fundo da loja, mas mesmo assim foi capaz de identificar o atendente no balcão como o mesmo que vira a tantos anos atrás quando sem querer havia ido parar na Travessa do Tranco ao invés do Beco Diagonal.


 


Deixando para lidar com o homem depois o moreno iniciou a busca que viera fazer na loja, por isso começou a percorrer com os olhos todos os lados do lugar, havia um mostruário muito próximo de si que continha uma mão murcha em cima de uma almofada que ele reconheceu como sendo a Mão da Glória, o objeto que Draco Malfoy havia utilizado para guiar os comensais da morte através do Pó Escurecedor Instantâneo do Peru, no dia em que eles haviam invadido Hogwarts quando Severus Snape matou Alvo Dumbledore.


 


Logo ao lado da Mão da Glória o moreno observou um baralho manchado de sangue e um olho de vidro completamente arregalado, havia também máscaras de aspecto diabólico penduradas pelas paredes que pareciam estar observando todo o movimento da loja, havia inclusive uma variedade impressionante de ossos humanos em cima de um balcão, ossos que Harry sabia que eram utilizados em poções de fortificação e em alguns rituais de magia negra.


 


Instrumentos pontiagudos e enferrujados pendiam do teto, as estantes estavam repletas de livros de Artes das Trevas e rituais proibidos, havia inclusive um compêndio completo sobre todas as Criaturas das Trevas.


 


Harry checou tudo o que estava a vista, alguns dos objetos seriam assustadores para qualquer pessoa que não tivesse ligação com magia negra, havia cabeças encolhidas de elfos domésticos e algumas outras criaturas, colares que pedras que pareciam vivas, caixas com etiquetas que aconselhavam para manter as mãos longe delas, alguns livros de magia negra que possuíam feitiços menos nocivos as pessoas, mas que mesmo assim poderiam causar grandes danos a pessoa que fosse o alvo do feitiço negro.


 


Harry sabia que as possibilidades dele conseguir encontrar alguma Horcrux dentro da Brogin & Burkes era muito remota, mas mesmo assim ele persistia em procurar, afinal de contas Voldemort havia conseguido dois dos objetos para suas horcruxes através daquela loja, sem contar que havia trabalhado ali durante quase um ano inteiro.


 


Enquanto procurava por qualquer indício de que houvesse alguma horcruxe por ali, o moreno havia pegado dois livros de magia negra, incluindo o compêndio sobre as Criaturas das Trevas, mas Harry não conseguiu encontrar nada que indicasse a possibilidade de haver alguma horcruxe dentro da loja, por isso sabia que precisava procurar em outros locais, como as salas secretas que ele sabia que haviam no fundo da loja.


 


Por isso Harry esperou até o momento em que no interior da loja encontravam-se apenas ele e o próprio Burkes antes de se adiantar até o balcão da frente, o moreno sabia muito bem que do exterior ninguém conseguia ver nada do interior da loja através da vitrine que era enfeitiçada para evitar olhares bisbilhoteiros.


 


- Boa noite, Senhor. – disse Burkes olhando para o estranho encapuzado que se adiantava até onde ele encontrava-se, Burkes olhava para o estranho com um misto de curiosidade e cautela. – Posso saber o que mais deseja além dos livros?


 


- Pode largar essa varinha Burkes, você não vai usá-la agora. – disse Harry em tom frio olhando para o homem que ficou chocado por ter sido descoberto apertando fortemente uma varinha embaixo do balcão.


 


- O que você quer? – perguntou Burkes com raiva e fez menção de elevar a própria varinha, mas ela mal começou a se erguer e foi arremessada rapidamente da mão do bruxo que olhou surpreso para o encapuzado a sua frente que estava portando a própria varinha naquele momento. – Quem é você e o que quer?


 


- O que eu quero você provavelmente não poderá me oferecer. Estupore. – a voz de Harry não passou de um sussurro no momento em que proferiu o feitiço, o jato de luz vermelha atravessou o curto espaço que os separava e em seguida Burkes encontrava-se caído e inconsciente no chão da loja. – Mas talvez você possa me ajudar.


 


Com um rápido movimento de varinha Harry trancou a loja e colocou a placa indicando que ela encontrava-se fechada, em seguida colocou um feitiço de silêncio ao redor do local, afinal não queria que Burkes alertasse ninguém.


 


Logo depois Harry fez o corpo de Burkes levitar e encaminhou-se até as portas largas que haviam próximo ao balcão, o moreno girou a maçaneta e saiu em uma sala espaçosa e larga onde ele observou mais estantes e objetos estranhos.


 


Harry conjurou uma cadeira e em seguida amarrou o corpo de Burkes, logo depois ele passou a vistoriar cuidadosamente cada um dos exemplares que encontrou naquela sala assim como os objetos, alguns deles eram bastante interessantes e seriam muito úteis para Harry, depois de guardar os livros e dois punhais de aspecto sombrio em uma mochila que Harry carregava para todos os lados, o moreno decidiu que estava na hora de acordar o dono da loja.


 


- Enervate. – murmurou Harry apontando a varinha para o homem que piscou os olhos ao ser atingido pelo feitiço reanimador, os olhos dele aos poucos foram abrindo-se e quando percebeu que estava acorrentado e amarrado começou a se debater, mas parou ao reconhecer o local em que se encontrava e principalmente o estranho que estava a sua frente.


 


- Quem é você? – perguntou novamente enquanto encarava o encapuzado com intensidade tentando ocultar o medo que estava sentindo. – Mostre seu rosto.


 


- Sabe, você tem uma coleção impressionante de objetos e livros sobre as Artes das Trevas, livros e objetos que certas pessoas dariam um braço para obter. – sussurrou Harry em resposta ao bruxo, mas o moreno decidiu que não havia perigo dele mostrar o rosto transfigurado para o bruxo, então abaixou o capuz revelando cabelos loiros e olhos azuis.


 


- O que você quer? – perguntou Burkes depois de olhar atentamente para o bruxo não o reconhecendo, mas o olhar frio do mesmo deu calafrios ao dono da loja.


 


- Eu vou fazer algumas perguntas e quero algumas respostas. – respondeu Harry friamente e em seguida lançou uma maldição cruciatus no bruxo que berrou de dor, poucos segundos depois o moreno cessou a maldição, quando Burkes olhou para o homem encontrou um sorriso sádico nos lábios do mesmo e soube que estava perdido. – Isso é apenas o começo, cada vez que você mentir ou negar uma resposta para mim, a intensidade da dor irá aumentar. Você decide o quanto quer sofrer, pessoalmente estou torcendo para você mentir bastante...


 


Duas horas depois Harry aparatou silenciosamente de dentro da Borgin e Burkes aparecendo dentro da Sala de Treinamento que havia em sua mansão, de certa maneira ele estava satisfeito por tudo o que descobrira sobre o período em que Voldemort trabalhara naquela loja, mas em parte decepcionado por não ter encontrado nenhuma horcruxe dentro daquela loja mesmo já sabendo que não a encontraria na Borgin e Burkes.


 


Depois de uma longa seção de tortura Burkes havia finalmente soltado tudo o que sabia sobre Voldemort antes, durante e depois do período em que havia trabalhado na loja de artes das trevas, mas principalmente o velho revelara alguns nomes de comensais da morte que ainda não haviam sido revelados e que estavam vivendo entre os bruxos normalmente, alguns nomes que o moreno nem mesmo conhecia.


 


Quando encerrara as perguntas o moreno cuidara de apagar a memória de Burkes, afinal não queria ninguém especulando sobre quem havia torturado um comerciante da Travessa do Tranco, deixara o dono da loja com a sensação de que havia decidido fechar mais cedo e descansar, pois estava cansado demais e precisava repousar.


 


Harry também levara os objetos que havia separado, o moreno sabia que no dia seguinte Burkes perceberia que havia sido roubado, mas aquilo não importaria, pelo menos não para Harry que tinha outras coisas em que pensar.


 


Agora que havia ficado provado que não havia nenhuma horcruxe dentro da Borgin & Burkes as opções diminuíam e o momento de invadir a Mansão Black havia chegado, o moreno sabia que o quanto antes ele encontrasse as horcruxes e as destruísse mais rápido ele poderia ficar sossegado e se concentrar no que estava por vir.


 


Harry invadiria a Casa dos Black em uma semana, seria o tempo que o moreno precisaria para se preparar adequadamente, e também poderia dar uma boa olhada naqueles livros de magia negra que ele trouxera da Borgin & Burkes, afinal poderia encontrar algumas coisas que não sabia e que poderiam ser bastante úteis.


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Era quase uma hora da manhã quando um homem encapuzado apareceu silenciosamente em uma rua suja e que era extremamente familiar a ele, uma rua que também não trazia as melhores lembranças para Harry.


 


Haviam casas grandes e rústicas por todos os lados da rua, olhando para o outro lado da rua o moreno percebeu uma casa enorme com o número 11 e outra com o número 13, o moreno sabia perfeitamente bem que existia uma casa escondida por um Feitiço Fidellius entre aquelas duas casas, a casa onde Sirius Black vivera sua infância.


 


Harry sabia que naquele momento o segredo daquela casa deveria estar em um dos Balck’s, diferentemente da vez em que ele estivera ali quando aquela era a Sede da Ordem da Fênix, pois naquela época Dumbledore era o Fiel do Segredo.


 


O que deixava a única opção que o moreno conhecia para ele ter acesso a mansão, a não ser que ele conseguisse que um dos membros da família o levasse para o interior daquela casa, o que ele duvidava que aconteceria, embora Sirius pudesse ajudá-lo, mas Harry não queria envolver mais ninguém naquela história.


 


Mesmo que praticamente todos os bruxos que conheciam o Feitiço Fidellius acreditassem que ele era invulnerável, Harry conhecia um segredo que apenas um grupo muito seleto de bruxos em todo o mundo tinha conhecimento, o pequeno fator de que o feitiço possui uma pequena debilidade sendo possível quebrá-lo.


 


Embora não fosse qualquer feitiço de proteção desses que pudesse ser desfeito, apenas se a pessoa conhecesse o local que está protegido. Como Harry já conhecia o Largo Grimmauld ele poderia driblar os feitiços de proteção, mesmo que o encantamento necessário seja muito complexo e difícil de se realizar.


 


Harry sacou sua varinha e a apontou para o ponto exato que separava as casas de número 11 e 13, em seguida o moreno começou a murmurar baixinho o encantamento necessário para desfazer as barreiras protetoras que haviam na casa além do próprio Feitiço Fidellius, o que não demorou nem um minuto, então Harry partiu para a parte mais difícil que seria conseguir driblar as proteções que o Feitiço Fidellius fornecia.


 


Não que ele fosse conseguir desativar o feitiço, basicamente a única coisa que Harry conseguiria seria a permissão para adentrar a casa, como se o Fiel do Segredo dos Black houvesse lhe revelado onde estava localizada a casa.


 


- Ank Surit! – murmurou Harry apontando a varinha, primeiro para si próprio e em seguida para o ponto de divisão das duas casas visíveis, uma pequena luz branco perolada emanava da ponta da varinha do moreno.


 


Cerca de dois minutos depois Harry finalmente conseguiu terminar o feitiço e então abaixou a varinha para em seguida concentrar-se no endereço da Mansão Black, quase imediatamente o moreno viu a figura imponente da Mansão Black surgir perante seus olhos, o número doze estava completamente visível naquele momento.


 


- Homenum Revelio. – murmurou Harry apontando a varinha para a Mansão Black, o feitiço de detecção indicou que havia duas pessoas naquela casa, mas o moreno sabia muito bem que o feitiço detectava apenas humanos, mas um elfo doméstico também estava ali dentro. Sem perder tempo Harry começou a atravessar a rua em direção a casa verificando todas as direções para saber se não estava sendo vigiado por alguém ou mesmo sendo observado por algum trouxa perdido, subindo nos degraus de pedra o moreno chegou a porta de metal e então levantou novamente a varinha dessa vez apontando-a para a maçaneta da porta.


 


- Alohomora. – um pequeno estalido indicou que a porta encontrava-se destrancada e então Harry elevou a mão e girou a maçaneta escutando uma série de cliques metálicos antes da porta abrir-se com um pequeno rangido, em seguida Harry adentrou a casa e fechou a porta com suavidade enquanto olhava para todos os lados.


 


Mal o moreno fechou a porta e algumas lamparinas velhas criaram vida jogando uma pequena luz vacilante em toda a extensão do corredor que surgira a frente de Harry que encarava tudo atentamente sabendo que o elfo doméstico poderia aparecer a qualquer momento.


 


A casa estava exatamente como Harry se lembrava de quando estivera ali dentro, um corrimão comprido estava levemente comido por traças, as silhuetas das cabeças dos elfos domésticos que estava pregadas as paredes jogando sombras estranhas pela escadaria, as mesmas cortinas longas e negras escondiam alguns retratos nas paredes, a perna de trasgo que havia na entrada onde se encostavam os guarda-chuvas, a mente de Harry vieram lapsos das vezes em que ele vira Tonks derrubar aquela perna de trasgo fazendo bastante barulho.


 


Ocultando o sorriso que esboçara nos lábios Harry encaminhou-se para a escadaria e começou a subir os degraus de madeira tomando o cuidado para fazer o menor ruído possível, o moreno apenas parou quando encontrou-se em frente a porta do quarto que ele sabia que pertencia a Regulus Black. Haviam profundas marcas arranhadas na pintura embaixo de uma placa pequena que mal dava para se notar por causa da escuridão do corredor do segundo andar da Mansão Black, conjurando um pequeno facho de luz pela varinha o moreno conseguiu visualizar a plaquinha pomposa, que havia sido organizadamente escrita a mão.


 


Não entre


sem a permissão de


Régulus Arcturus Black


 


Harry sabia que não encontraria o Medalhão de Salazar Slytherin no quarto de Regulus, mas estava curioso quanto ao quarto de um comensal da morte, por isso empurrou a porta apenas para descobrir que ela encontrava-se trancada, mas nada que um “Alohomora” não pudesse abrir, então o moreno adentrou o quarto.


 


Harry moveu-se sobre o limiar enquanto observava o interior do quarto de Regulus Black, o quarto era levemente mais pequeno do que o quarto que havia pertencido a Sirius e que Harry conhecera em sua estada na Sede da Ordem, mas ao contrário do quarto que pertencera a Sirius onde o animago havia se esforçado para demonstrar sua diferença do restante da família, o quarto de Regulus era exatamente o que se esperava de um bruxo puro-sangue.


 


O verde esmeralda e o prata de Salazar Slytherin estavam evidenciados por toda parte, a cama estava totalmente guarnecida de verde e prata, assim como as paredes e as janelas. O Brasão dos Black estava meticulosamente pintado sobre  a cama, junto com seu lema: “TOUJOURS PUR” que significava “Sangue é Poder”.


 


Embaixo da cama o moreno encontrou uma coleção imensa de recortes de jornais amarelados e que estavam praticamente colados um ao outro, Harry os observou atentamente descobrindo que as noticias recortadas tratavam exclusivamente de atentados cometidos pelo Lorde das Trevas, o pequeno Regulus parecia ter sido um grande fã antes de se juntar aos comensais da morte.


 


Harry encostou-se levemente a cama de dossel e um monte de poeira elevou-se da colcha, o que revelava que o quarto estava provavelmente fechado desde o dia em que Regulus morrera, mas em cima da pequena cômoda logo ao lado da cama o moreno notou uma foto de uma equipe de quadribol de Hogwarts, todos os jogadores estavam sorrindo e acenando na foto. Nos uniformes dos jogadores as cobras adornadas em seus peitos deixou claro para Harry que se tratava de uma foto do time de quadribol ao qual Regulus pertencera, Harry o reconheceu instantaneamente na fotografia, ele era o garoto sentado no meio da fila da frente, Regulus possuía os mesmos cabelos negros e o olhar presunçoso de Sirius embora fosse pequeno, esguio e com certeza fizesse bem menos sucesso com as mulheres do que o irmão.


 


Por mais que soubesse que não encontraria o medalhão ali dentro o moreno começou a procurar por todos os cantos do quarto de Regulus, na verdade o moreno esperava encontrar alguma coisa sobre o medalhão, afinal Regulus precisava ter descoberto o segredo de Voldemort de alguma maneira, mas mesmo depois de buscar detalhadamente no quarto o moreno não encontrou absolutamente nada, então suspirando Harry ergueu-se e saiu do quarto trancando-o novamente quando saiu, em seguida Harry começou a descer as escadas e foi em direção do local em que ele sabia que o medalhão estava guardado.


 


Harry passou pelo hall de entrada e dirigiu-se para a sala de visitas que fora onde o Medalhão de Salazar Slytherin havia sido escondido, logo ao lado de uma caixinha de música. Tudo encontrava-se exatamente como Harry se lembrava, o mesmo par de pinças, vários selos antigos e uma Ordem de Merlin de Primeira Classe, mas Harry concentrou-se no Medalhão de Slytherin, o medalhão de ouro com um S incrustado em sua superfície.


 


Como conhecia o efeito daqueles objetos ao redor do medalhão Harry ergueu a varinha e murmurou um encantamento que bloqueou esses objetos, em seguida o moreno elevou a mão esquerda e a esticou em direção ao medalhão de ouro, Harry o agarrou sem nenhuma dificuldade e então puxou-o do local em que ele se encontrava.


 


Colocando o Medalhão de Slytherin a frente de seus olhos Harry constatou que se tratava do verdadeiro assim que conseguiu sentir a forte magia negra que havia no interior daquele objeto, mas o moreno foi retirado de seus pensamentos quando uma voz esganiçada gritou a suas costas.


 


- Ladrão. – a voz esganiçada e rascante de Monstro era praticamente inconfundível. – Minha Senhora, um ladrão miserável na casa...


 


Harry voltou-se para encarar o elfo doméstico que ele odiava por ter sido o causador da morte de seu padrinho, o elfo continuava exatamente o mesmo que o moreno lembrava-se, ainda era diminuto e sua pele era pálida caindo em pelancas, alguns pelos brancos cresciam copiosamente em suas orelhas que pareciam de morcego, os olhos negros e desdenhosos estavam do tamanho de pires de chá, Monstro ainda vestia o mesmo trapo sujo de quando ele o conhecera,


 


- Silêncio. – murmurou Harry apontando a varinha para o elfo e atingindo-o com o feitiço, em seguida e antes mesmo que Monstro pudesse desaparatar Harry o paralisou com um poderoso feitiço que impedia o elfo de utilizar os próprios poderes.


 


- Mas que barulheira é essa, Monstro? – uma voz grave surgiu das escadarias e o moreno virou-se no momento em que um homem moreno de olhos azuis com não mais do que cinqüenta anos surgia seguido pela mulher que também parecia ter aproximadamente a mesma idade do marido. Orion Black estacou quando percebeu o intruso dentro da Sala de Visitas, e em seguida perguntou quando viu o elfo doméstico paralisado no canto da sala. – Quem é você?


 


- O que diabos fez com o nosso elfo? – perguntou Walburga Black com uma expressão ameaçadora no rosto.


 


- Eu quero respostas. – murmurou Harry olhando para os pais de Sirius, em seguida o moreno percebeu o movimento do casal de bruxos que estavam sacando as varinhas, então o moreno fez um rápido movimento com sua própria varinha e fez as varinhas de Orion e Walburga serem atiradas para o outro lado da sala. – Não precisarão de varinhas. Incarcerous.


 


Cordas grossas e resistentes foram conjuradas e rodearam o casal Black e com mais um movimento da sua varinha Harry os fez levitar até a parede logo ao lado deles onde eles ficaram praticamente “grudados” enquanto observavam os movimentos de Harry que naquele momento já se encaminhava para os dois bruxos.


 


- Bem, já que vocês dois estão aqui tudo ficará mais simples. Silêncio. – Harry utilizou o feitiço silenciador em Orion black e em seguida o moreno de olhos verdes dirigiu-se suavemente a Walburga Black. – Só peço uma coisa para você e então eu prometo que saio daqui sem machucar você ou seu marido. Tudo o que eu peço é que você ordene para seu elfo que ele responda algumas perguntas minhas...


 


- Nunca, seu sangue-ruim maldito. – gritou a Senhora Black, mas o moreno nem mesmo piscou, pois ele já estava acostumado com aqueles gritos terríveis vindos do quadro dela, que ficara colado na entrada da Sede da Ordem.


 


- Para sua informação eu sou um mestiço. – disse Harry em tom calmo e em seguida apontou sua varinha para a mulher. – Império. – imediatamente os olhos dela ficaram desfocados e os ombros caíram em completo sinal de inatividade. – Agora você irá ordenar ao seu elfo doméstico que ele responda a todas as minhas perguntas...


 


- Sim... – a voz sem emoção da Senhora Black fez Harry sorrir satisfeito e então o moreno desfez o feitiço paralisante no elfo que ameaçou grunhir e avançar na direção de onde Harry encontrava-se, mas ele foi detido pela voz de Walburga Black. – Monstro, ordeno que você responda a todas as perguntas desse homem.


 


- Sim minha Senhora. – disse o elfo com os olhos completamente chocados enquanto fazia uma reverência desajeitada para a Senhora Black. – O que a minha senhora ordenar, o pobre Monstro irá cumprir.


 


- Ótimo. – disse Harry ocultando o sorriso desdenhoso que ameaçara surgir em seus lábios, em seguida o moreno ignorou o olhar irado de Orion Black enquanto se aproximava do elfo doméstico, em seguida Harry estendeu o Medalhão de Salazar Slytherin diante dos olhos do elfo doméstico que arregalou ainda mais os olhos negros do tamanho de pires, no momento seguinte o moreno precisou desviar-se da rápida investida do elfo que havia esticado as mãos para tentar agarrar o medalhão de ouro. – Vejo que você se lembra desse objeto. Quero que me diga o que sabe sobre esse medalhão, Monstro, e quero que me diga agora.


 


- É o medalhão do Mestre Regulus, o medalhão do pequeno mestre, Monstro portou-se muito mal com ele. – nesse momento o elfo acertou a própria cabeça com os punhos seguidamente. – Monstro falhou com as ordens do pequeno mestre.


 


- Medalhão do Mestre Regulus? – Harry repetiu olhando atentamente para o elfo e não se incomodando com os incessantes socos que o elfo se acertava, mas naquele momento Monstro parou de se bater e voltou os olhos para o moreno. – Porque você o chamou dessa maneira? De onde o medalhão veio e como ele veio parar aqui? O que Regulus Black tem a ver com ele? Quero que me conte tudo o que sabe sobre esse medalhão.


 


Monstro encarou Harry durante alguns segundos antes de olhar para a própria senhora e perceber que ela continuava imóvel e olhando para uma parede a frente dela, em seguida o elfo sentou-se e se enrolou como se fosse uma bola antes de começar a se balançar para frente e para trás, mas quando ele falou a voz encontrava-se levemente abafada pela posição em que ele se encontrava, mas mesmo assim foi o suficiente para Harry entendê-lo.


 


- O Mestre Sirius fugiu, problema resolvido, porque ele era um garoto mau e quebrou o coração de minha pobre senhora com seus costumes fora da leu. – disse o elfo mais para si próprio do que para Harry, embora o moreno tenha percebido que Monstro olhava de relance para Walburga Black. – Mas Mestre Regulus tinha costumes adequados, ele sabia o que era por causa do nome Black e a dignidade de seu sangue puro. Por muitos anos ele falou sobre o Lorde das Trevas, que iria tirar os bruxos do sigilo para poder governar os trouxas e os nascidos trouxas. E quando ele completou dezenove anos de idade, Mestre Regulus se uniu ao Lorde das Trevas. Ele era tão orgulhoso, tão orgulhoso e feliz em servir e honrar o nome Black... Mas um dia, cerca de um ano após o Mestre Regulus ter se unido ao Lorde das Trevas, o pequeno mestre desceu até a cozinha para ver o pobre Monstro. Mestre Regulus sempre gostou de Monstro. E Mestre Regulus disse... Ele disse... – nesse momento o elfo pareceu meio reticente em continuar, mas o fez mesmo assim. – Ele disse que o Lorde das Trevas precisava de um elfo doméstico.


 


- Voldemort precisava de um elfo? – perguntou Harry já imaginando porque motivo o Lorde das Trevas havia exigido aquilo, suas suspeitas pareciam estar corretas no fim.


 


- Ah sim. – Monstro murmurou quase em um gemido enquanto erguia os olhos para Harry. – E Mestre Regulus tinha voluntariado Monstro. Seria uma honra, disse Mestre Regulus, uma honra para ele, para a Família Black e para Monstro, que deveria se certificar em fazer qualquer coisa que o Lorde das Trevas ordenasse e depois deveria voltar para casa. – enquanto o elfo falava o moreno não tirava os olhos das mãos retorcidas dele. - Então Monstro foi com o Lorde das Trevas. Ele não quis contar a Monstro o que ele deveria fazer, mas levou Monstro consigo para uma caverna perto do mar, e além da caverna havia uma gruta e na gruta existia um grande lago negro. – apesar da voz em resmungo de Monstro, o moreno conseguiu visualizar claramente o trajeto que o elfo descrevia, afinal estivera naquela mesma caverna duas vezes. – E também havia um barco, no qual o Lorde das Trevas obrigou Monstro a seguir...


 


Nesse momento o moreno sentiu os seus pensamentos a mil quando as palavras de Monstro fizeram total sentido a ele, então havia sido daquela maneira que Voldemort havia testado as defesas que circulavam a sua horcrux dentro daquela bacia, utilizando uma criatura detestável, um pequeno e inofensivo elfo doméstico.


 


- Havia uma bacia cheia de poção na ilha e o Lorde das Trevas fez Monstro bebê-la... – nesse momento o elfo tremeu da cabeça aos pés, o que fez Harry perceber que ele deveria estar recordando-se do que havia acontecido naquela noite. – Monstro bebeu e enquanto Monstro bebia, ele viu coisas terríveis. O interior do pobre Monstro queimava e Monstro gritou para que o Mestre Regulus o salvasse, ele gritou pela sua Senhora Black, mas o Lorde das Trevas apenas ria de Monstro. Ele fez Monstrp beber toda a poção, então ele deixou cair um medalhão dentro da bacia vazia e depois encheu a bacia com mais poção. E depois o Lorde das Trevas entrou no barco novamente e navegou para longe deixando o pobre Monstro na ilha... – nesse momento Harry podia visualizar o motivo pelo qual Voldemort deixara o elfo a beira da morte e não se preocupara em matá-lo, Voldemort acreditara que Monstro morreria em minutos, pois a poção causava uma sede desenfreada a quem a bebia, impossível de alguém resistir a ela, mas Voldemort havia se esquecido dos poderes dos elfos domésticos, mais uma vez Voldemort subestimava as criaturas que ele considerava inferiores. – Monstro precisava de água, então Monstro engatinhou para a borda da pequena ilha e bebeu a água do lago negro, mas então mãos surgiram, mãos mortas saíram da água e puxaram Monstro para dentro do lago...


 


- Como você conseguiu escapar dos inferis? – perguntou Harry quando o elfo doméstico fez uma pausa muito grande no relato.


 


- Mestre Regulus disse a Monstro para voltar e Monstro voltou. – disse o elfo olhando para Harry com os olhos grandes e injetados.


 


- Voldemort é mesmo um tolo, subestimou um pequeno elfo doméstico. – murmurou Harry olhando para Monstro com intensidade. - Como aquele idiota conseguiu esquecer da magia élfica? É claro, ele considera todos abaixo de si próprio, portanto jamais passaria pela cabeça dele algo tão simples quanto isso.


 


- A lei mais alta de um elfo doméstico é o cumprimento das ordens de seu mestre. – disse Monstro olhando para Harry com seus olhos enormes, o casal Black continuava parado no mesmo lugar que Harry os deixara, com a diferença de que Walburga Black continuava olhando fixamente para frente e Orion Black encarava Harry e Monstro enquanto ouvia tudo atentamente. – Monstro foi ordenado a voltar para casa, então Monstro voltou para casa.


 


- Bem, você obedeceu as ordens de Regulus, mas o que aconteceu quando você voltou? – perguntou Harry sabendo que ainda haviam outras coisas a serem ditas pelo elfo. – O que Regulus disse quando você revelou a ele o que aconteceu?


 


- Mestre Regulus ficou bastante preocupado, muito preocupado. – disse Monstro em tom baixo enquanto baixava os olhos novamente. – Mestre Regulus disse a Monstro para ficar escondido e não sair mais de casa. E então, já era tarde na noite seguinte quando Mestre Regulus veio procurar Monstro em seu armário, e Mestre Regulus estava muito estranho, não como ele geralmente era, parecia perturbado na mente, Monstro poderia jurar que sim. E Mestre Regulus pediu para Monstro levá-lo até a caverna, a caverna onde Monstro tinha ido com o Lorde das Trevas.


 


E Monstro continuou revelando como eles haviam surgido na entrada da caverna, como o elfo soube exatamente onde ficava e como abrir a entrada oculta para a caverna subterrânea, soube como puxar o barco e navegar com ele até chegarem a ilha que continha a bacia com a poção esverdeada que continha o Medalhão de Salazar Slytherin.


 


- Quem bebeu a poção? Você ou Regulus? – perguntou Harry em tom levemente baixo enquanto olhava lágrimas surgindo pelos olhos do elfo, o moreno podia muito bem imaginar o restante da história.


 


- Mestre Regulus puxou de seu bolso um medalhão muito parecido com aquele que o Lorde das Trevas tinha colocado na bacia. – disse Monstro enquanto as lágrimas já transbordavam por cada lado do nariz e focinho dele. – E então Mestre Regulus pediu a Monstro para pegá-lo e que quando a bacia estivesse vazia, Monstro deveria trocar os medalhões. – nesse momento soluços irromperam do elfo e o moreno precisou concentrar-se para entender o que ele queria dizer. – E ele ordenou que Monstro... Que Monstro partisse sem ele. Mestre Regulus disse a Monstro para voltar para a casa e nunca contar nada para a Minha Senhora, não mencionar o que ele tinha feito, mas Monstro deveria destruir... O Medalhão. Então Mestre Regulus bebeu a poção, bebeu toda a poção, Monstro trocou os medalhões e assistiu como o pequeno mestre foi arrastado para dentro da água e...


 


- Você trouxe o medalhão para esta casa. – Harry disse interrompendo a narrativa chorosa do elfo, pois sabia que ele iria se lamentar sobre a morte do “pequeno mestre”. – O que aconteceu depois disso? Você tentou destruí-lo como foi ordenado?


 


- Nada que Monstro fez produziu qualquer marca nele. – sussurrou o elfo completamente cabisbaixo quando lembrou-se que falhara. – Monstro tentou tudo, tudo o que ele sabia, mas nada funcionava. Havia muitos feitiços poderosos protegendo o medalhão, Monstro tinha certeza que a maneira de destruí-lo era conseguir abri-lo, mas ele nunca se abriu, então Monstro se castigou, tentou destruir de novo, então se castigou novamente, e tentou de novo. Mas Monstro falhou em obedecer as ordens de seu mestre, Monstro não pode destruir o medalhão. E sua senhora estava louca de tristeza, porque Mestre Regulus tinha desaparecido e Monstro não podia contar a ela o que havia acontecido, não podia porque Mestre Regulus tinha proibido Monstro de contar para alguém da família o que aconteceu na caverna...


 


- Então foi isso que aconteceu. – murmurou Harry para si próprio enquanto o elfo doméstico chorava abertamente naquele momento, mas o moreno não se importou nem um pouco enquanto analisava atentamente o que havia acabado de ouvir, as informações já se encaixavam em sua mente e tudo fazia sentido, havia fugido um pouco do que ele havia imaginado, mas no contexto total era mais ou menos o que ele esperava.


 


Em seguida o moreno olhou para o medalhão que continuava firmemente seguro em sua mão esquerda enquanto em sua mão direita a varinha continuava apontada para sua frente, o moreno podia sentir a essência de Voldemort no interior do medalhão. Quando ergueu o medalhão pesado até diante de seus olhos novamente Harry entendeu porque Monstro não conseguira abri-lo, o fecho era pequeno e tinha uma serpente entalhada, por ser uma relíquia de Slytherin a única maneira de conseguir abri-la seria utilizando a famosa língua das cobras, mas isso seria algo a se fazer quando já estivesse em sua própria casa.


 


- Bom, eu preciso ir agora. Você foi muito útil para mim, Monstro. – disse Harry elevando novamente os olhos e encarando o elfo doméstico que continuava encolhido no mesmo lugar. – É uma pena que eu não posso deixar você se lembrar dessa nossa conversa, mas não se preocupe, você não se sentirá mais culpado de nada, vou apagar suas lembranças sobre as ordens de Regulus e sobre nossa pequena conversa. Obliviate.


 


O elfo doméstico nem mesmo teve alguma chance para esboçar alguma reação e foi atingido pelo feitiço de memória fazendo-o imediatamente ficar com os enormes olhos desfocados e vidrados, em seguida Harry usou um feitiço estuporante nele o que o deixou inconsciente, então o moreno se virou para o Casal Black e desfez a maldição Imperius que ainda havia sobre a Senhora Black que piscou os olhos antes de conseguir focá-los no moreno.


 


- O mesmo cabe a vocês dois, não posso arriscar em deixar vocês com a memória de hoje a noite, isso poderia vazar para Belatriz ou Narcisa, algo que não pode acontecer. – disse Harry antes que Walburga Black começasse a gritar com ele, então rapidamente apontou a varinha para o casal murmurando o feitiço de memória duas vezes, o casal ficou com os olhos desfocados e em seguida Harry também os estuporou.


 


Nos minutos seguintes o moreno trabalhou rapidamente, desfez os feitiços de cordas que haviam em volta do casal Black e os levitou novamente até o quarto deles onde os deixou em cima da cama. E, seguida Harry desceu as escadarias e levitou o corpo de Monstro até o pequeno armário onde ele dormia, somente então o moreno de olhos verdes dirigiu-se para a saída da casa.


 


Quando estava no lado de fora da Mansão Black, Harry se certificou de repor todos os feitiços protetores que ele havia desativado ao entrar, incluindo a tranca na porta, somente depois de se garantir que ninguém estivesse o observando foi que Harry desaparatou novamente, indo diretamente para sua casa.


 


Harry apareceu silenciosamente no interior da Sala de Treinamento em sua mansão, em seguida ele nem mesmo parou para qualquer coisa antes de se dirigir até a mesa que havia no centro da sala, assim que chegou até ela Harry depositou o pesado medalhão na superfície da mesa e afastou-se levemente enquanto encarava o objeto.


 


O moreno sabia que não seria nem um pouco fácil derrotar aquele pedaço de alma, assim como não fora tão simples destruir a alma que  estava dentro do Diário, mas Harry sabia o que era preciso fazer e não podia ficar adiando o inevitável, por isso concentrou-se enquanto olhava diretamente para o S entalhado na lateral do medalhão.


 


- Abra. – sibilou Harry em língua de cobra, o som soando como um assobio áspero, mas no momento seguinte as pequenas travas douradas do medalhão se abriram com um pequeno estalido e então a presença de magia negra intensificou-se dezenas de vezes.


 


Pela pequena abertura que surgiu o moreno percebeu uma espécie de olho que estava parecendo mexer-se, um olho escuro e belo, como os olhos de Tom Riddle quando ele ainda era adolescente e antes das transformações que ele havia sofrido, antes desses mesmos olhos tornarem-se vermelhos e com pupilas verticais.


 


- Eu posso ver seu coração. – a voz sibilante soou de dentro do medalhão o que fez Harry parar o movimento que estava prestes a fazer, a varinha ficou apontada a meio caminho e a maldição da morte ficou presa entre os lábios de Harry. – Eu posso ver seus sonhos, Harry Potter, assim como posso ver seus medos e desejos. Todos os seus desejos são possíveis Harry Potter, mas o que você mais teme também é possível...


 


Nesse momento Harry trincou os dentes quando aquela voz fez algo escamoso deslizar por seu coração, o moreno sabia o que estava acontecendo e como deter o avanço daquela força sobre ele, mas mesmo assim parecia que algo dentro dele quisesse escutar mais, Harry também sabia perfeitamente bem sobre o que a voz de Tom Riddle estava sussurrando, mas recusava-se a pensar naquelas possibilidades, não naquele momento.


 


Então Harry moveu novamente a varinha e começou a gritar a maldição da morte, mas a voz de Harry ficou travada no meio do feitiço quando ele viu os corpos de Brian e Melissa estendidos e mortos, assim como Gina sendo rasgada por um lobisomem, outras cenas surgiram diante dos olhos de Harry, mas com um rugido primitivo o moreno balançou a cabeça e deu um passo para trás antes de erguer novamente os olhos.


 


- Isso é tudo o que você pode fazer? – sibilou Harry em um tom furioso, os olhos que antes estavam verdes esmeralda agora encontravam-se em um tom quase negro, o moreno tremia dos pés a cabeça naquele momento. – Sinto muito Riddle, mas você já era. Avada Kedavra.


 


O jato de luz verde disparou da varinha do moreno e atingiu o medalhão diretamente no local onde os olhos de Tom Riddle haviam aparecido, houve um grito de agonia terrível e então um redemoinho de energia negra pareceu desprender-se do medalhão e pairou no ar logo acima de onde o medalhão se encontrava, foi como observar algo implodindo de dentro para fora, a fumaça acinzentada que representava a parte da lama de Voldemort simplesmente desapareceu em milésimos de segundo, não restando nada, nem mesmo um resquício de magia das trevas.


 


Depois de respirar fundo e se acalmar um pouco o moreno dirigiu-se calmamente até a mesa e observou o pesado medalhão, ele encontrava-se intacto, mas não havia mais nada da alma de Voldemort em seu interior. Agora ele era apenas o Medalhão de Salazar Slytherin que muitos diziam possuir um poder oculto, as lendas diziam que quem usasse aquele medalhão teria os conhecimentos do próprio Salazar Slytherin, Harry não duvidava daquilo e pretendia verificar isso futuramente, assim que terminasse de destruir as Horcruxes mais acessíveis no momento.


 


- Duas a menos. Faltam quatro. – murmurou Harry baixinho enquanto pegava o Medalhão de Slytherin, em seguida ele levou o objeto até o pequeno armário onde já se encontravam o Diário de Riddle e o falso medalhão que ele pegara na caverna, o moreno colocou cuidadosamente o medalhão logo ao lado do diário e depois fechou novamente o armário protegendo-o com os mesmos feitiços. – Merlin, estou acabado.


 


Enquanto saía da sala e começava a caminhar em direção ao quarto dele e de Melissa, Harry pensava em tudo o que havia visto. Realmente, aquele pedaço de alma soubera se defender muito bem, atingindo os pontos fracos dele, seu medo de que sua família morresse, a culpa que ele sentia pelas mortes dos amigos e de Gina, mas acima de tudo o desejo que ele sentia de nunca ter passado por nada daquilo, de ter tido uma vida comum entre os trouxas ou mesmo entre os bruxos, ser apenas mais um entre eles.


 


Mas Harry também sabia que ele não podia mudar aquilo, afinal se ele próprio não houvesse nascido, centenas de outras pessoas teriam morrido, se ele não houvesse parado Voldemort quando ainda era apenas um bebê, milhões de bruxos e trouxas teriam morrido e quem sabe o que teria acontecido ao mundo.


 


Harry abriu levemente a porta do quarto do filho e observou o bebê dormindo pacificamente, aquele era um bom motivo para ele não lamentar pela vida miserável que ele havia vivido quando era pequeno e quando estava em Hogwarts, o moreno entrou no quarto e se aproximou do berço onde Brian dormia pacificamente.


 


- Boa noite, filho. – murmurou Harry inclinando-se sobre o bebê e beijando a testa do filho. – Eu juro que você não passará pelo mesmo que eu, meu filho.


 


Depois de alguns minutos apenas observando o bebê, Harry saiu do aposento e dirigiu-se para o próprio quarto encontrando Melissa profundamente adormecida na cama, com um pequeno sorriso nos lábios o moreno entrou no banheiro onde tomou um banho longo antes de voltar para o quarto e se acomodar ao lado da mulher.


 


- Você me deu uma razão para viver, Melissa. – sussurrou Harry baixinho no ouvido da loira que estava dormindo. – Antes de conhecer você e ter nosso filho, eu estava apenas sobrevivendo por um propósito, mas você me deu uma razão verdadeira para viver.


 


Essa era a mais pura verdade, antes dele casar com aquela garota e descobrir que ela estava grávida, Harry estivera apenas sobrevivendo e levando a vida com um único propósito, encontrar e matar Voldemort, ele não estava se importando se sobreviveria ou não ao processo, somente queria garantir a sobrevivência daqueles que ele gostava, mas agora suas prioridades haviam mudado drasticamente, pois agora ele também queria viver e faria de tudo para que aquilo acontecesse, afinal não pretendia deixar seu filho órfão.


 


E Harry faria o possível e impossível para que aquilo nunca acontecesse.


 


 


 


 


Agradecimentos especiais:


 


Kika.Cerridween: Realmente a Mel deixou o Harry um pouco mais carinhoso e sensível, mas quando ela morrer a coisa vai esquentar, principalmente para os idiotas que a matarem.. Isso mesmo, o diário conta a vida de Voldemort na escola, por isso o Harry quis conserva-lo, principalmente para aprender sobre o Lorde das Trevas. Você acertou, os próximos objetos serão mais complicados para o Harry destruir. Acertou novamente, Harry vai para Hogwarts no primeiro ano do filho, que no caso seria o segundo ano de Edward. Bom, espero que o novo capitulo seja tão bom quanto o anterior. Beijos.


 


Claudiomir José Canan: Que bom que gostou do ultimo capitulo; Quanto aos objetos que o Harry quer preservar, digamos que não é apenas pelo seu valor histórico... Abraços.


 


Anderson potter: Bom amigo, digamos que o Harry tem planos interessantes para os objetos dos fundadores. Abraços.


 


Sirius Padfoot Black: Bom amigo, vamos colocar sua duvida com um exemplo. Uma pessoa pode amar diferentes mulheres durante toda sua vida, um bom exemplo disso são as pessoas que casam e se divorciam a cada cinco anos. Digamos que o Harry percebeu que o que ele sente pela Melissa não é um amor incondicional e irrestrito, ele apenas a ama de uma maneira diferente. Ele sabe que Melissa realmente o ama verdadeiramente, já ele está apaixonado por ela e paixão é diferente de amor... e sim, futuramente ele vai encontrar alguém que ele ame inteiramente. Quanto ao lance de Hogwarts, digamos que o Harry não invadiu o castelo porque não quis, ele sabe que pode entrar pelas passagens secretas e tudo, mas ele quer estar em Hogwarts quando o filho estiver lá, pois ele sabe dos perigos que rondarão a escola, então ele poderá proteger ano apenas Brian, mas como Edward e os outros. Sabe que essa sua idéia de ir até Voldemort e prender o espectro dele em um objeto até que é interessante, mas primeiro as Horcruxes teriam de estar totalmente destruídas ou então ele poderia escapar por um dos outros objetos, pelo menos eu acho que a magia delas funciona dessa maneira.... Sua fic, O Vingador, é demais amigo, fiquei chateado somente pelo capitulo não estar completo, fiquei curioso quanto ao que vai acontecer. Abraços.


 


Gui_Hawk: Que bom que você gosta da fic. A Melissa vai morrer em dois capítulos, infelizmente cara, eu adoro essa garota. O Harry vai invadir gringotts sim. Abraços e até o próximo.


 


 


 


 

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