Apologies, kisses, and fights.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 24.
Apologies, kisses, and fights.


 


Os comentários sobre o duelo ainda se estenderam ao decorrer do dia. Jared era parado frequentemente para ser parabenizado pela vitória ou receber algum comentário. Algo que estava começando a incomodá-lo. Não estava gostando nada da atenção que recebia. Diferente do irmão mais velho, ele era reservado. Ser o centro das atenções não era seu intuito.


Contudo vira-se livre das atenções quando encontrara Caleb na metade do caminho, seguindo juntos para o castelo. A conversa tornara animada. Ambos relatavam alguns pontos do duelo, as falhas de Nico e a fúria dele e dos demais italianos com a derrota, fazia-os rirem.


Quando alcançaram os degraus que davam acesso ao saguão principal, Jared fora empurrado para o lado quando alguém esbarrara em si. Pelo visto fora propositalmente, algo que Caleb notara com o sorriso cínico que o italiano exibira. Poderia reconhecê-lo do duelo.


- Ei. Vocês italianos são todos assim, idiotas? - Caleb gritou, chamando a atenção de Nico e de algumas pessoas presentes para si.


Nico cessara seus passos, virando-se para trás. Avaliara Caleb dos pés a cabeça, fazendo uma expressão de asco com o que vira. Aproximou-se dos dois, sorrindo zombeteiro.


- Caleb. Deixa isso pra lá. - Jared sussurrou ao puxar o amigo para voltarem a caminhar.


No entanto o loiro não levara a sério as palavras de Jared. Continuava a encarar Nico com extrema seriedade. Os olhos dos dois se encontravam num “duelo” sem varinhas. O italiano sorrira cinicamente, aumentando a raiva de Caleb. Nem conhecia o tal garoto e sua antipatia por ele era muito grande.


- No. E vocês por aqui, o são? – provocou cheio de si.


- Quer mesmo que eu te responda? - Caleb indagou entre dentes ao ficar na frente de Nico. - Posso dar um soco nessa sua cara de mauricinho...


- Caleb. - Jared o empurrou, sentindo a fúria contida no amigo. - Ignora esse cara. A intenção dele é essa, te provocar.


- Estou morrendo de medo... Juro. - zombou Nico. 


- Quer saber? Não vou sujar minhas mãos com você. - disse Caleb ao sorrir, no intuito de provocar o italiano. - Sua derrota pelo meu amigo aqui... - dera um tapa no ombro de Jared. - Já é humilhação o suficiente pra você. Todos te olham como um perdedor agora.


Nico deixara o sorriso esnobe de lado, e seu rosto bonito se contraíra numa careta feia. Andou em passos grandes até Caleb, e o empurrara.


- Você não é tão vencedor assim, já que se aproveita da vitória do Potter, para poder estar bem consigo mesmo e azucrinar os outros. Deve ser à sombra dele, não? Sempre ficando em segundo lugar.


Caleb o olhara, erguendo uma sobrancelha. Sua paciência desaparecera naquele instante, dando lugar a fúria. Estava fervendo de raiva. E era algo perceptível pela sua face e orelhas extremamente vermelhas, como as do pai em situação semelhante. O loiro bufou ao dar passos largos em direção a Nico, o punho levantado pronto para socá-lo. Porém, Jared fora mais rápido ao parar em sua frente e segurá-lo.


- Tá louco? Quer levar uma detenção? - indagou Jared, mas o que dizia não surtia efeito em Caleb.


- Uma a mais, uma a menos. Não faz diferença. - Caleb sibilou ao empurrar Jared, sua mão fechada socando em cheio o lado esquerdo da face do italiano, que cambaleara com a agressão.


Nico se recompusera depois de alguns minutos, avançando contra o grifinório. Atracaram-se dando golpes um no outro, parecendo dois meninos que brigavam nas ruas ou no pátio das escolas, tal como era a situação. Logo a confusão se armara, e uma rodinha se formou em torno deles. Jared em pânico tentava tirar Caleb dali, mas era inútil. Tanto que sobraram socos até para ele nesta tentativa.


Entretanto os socos e palavrões não duraram muito tempo. Um feitiço fora lançado contra os garotos, fazendo com que se separassem de imediato, e seus corpos lançados em direções opostas. Caleb se levantara furioso e pronto para amaldiçoar que o tivesse separado. Mas vira-se mudar de idéia ao dar de cara com um Severo Snape extremamente sério e rígido.


Olhara para Jared, em uma tentativa inútil de pedir socorro. Porém o Potter estava ocupado ao limpar o canto de sua boca, onde havia um pequeno corte. Caleb suspirou, ficaria em detenção até seu fim em Hogwarts. Isso se não acontecesse coisa pior. Virara-se para o professor, que o encarava fixamente.


- Ora, mas o que seria de se esperar de você, Weasley? – Snape falou gravemente.


- Eu não estava nessa, sozinho, professor. - Caleb se defendera, ignorando as partes doloridas de seu corpo devido à briga. - Esse idiota que começou tudo. - apontara para o italiano, que sorria satisfeito ao lado do professor de Hogwarts.


- É mesmo um baderneiro incorrigível! – o professor exclamou. - E quando foi que não entendeu o discurso de nossa diretora? Sobre o qual ela deixara bem claro, tratar bem os nossos convidados. E este não é o tratamento cordial que se espera de um aluno de Hogwarts.


- E em que momento ela disse que eu teria que suportar os insultos e sarcasmos desse italiano? - Caleb indagara, irritado. Tão pouco lhe importava se estava falando com um professor.


- Cala essa boca. Sua situação já tá ruim e você está deixando pior. - Jared sussurrou para o amigo entre dentes.


- Menos 50 pontos da Grifinória, por insubordinação e desrespeito. Tanto a mim, que sou professor, e ao aluno convidado. – Snape falara em tom calmo, e os grifinórios ao redor resmungaram em sincronia. – E também ficará de detenção comigo, e pode apostar que tem sorte Weasley. Sorte de eu não o tirar do time de quadribol e você ficar sem disputar o torneio, por que se mostrou um verdadeiro pateta.


Caleb olhara incrédulo para o professor. Era uma injustiça ser o único punido por aquilo. Ele não estava brigando sozinho, o italiano recebera tapas e socos também. Abrira a boca para protestar, mas decidira fechá-la. Sabia que seria em vão e, se dissesse uma besteira qualquer, Snape o tiraria do time. E pior do que detenção era a fúria do capitão da Grifinória se isso acontecesse. Então ele apenas assentira calado.


- Vamos. - Jared o chamara, começando a se afastar à imagem do sorriso desdenhoso de Nico.


...


Virou mais um corredor, escondendo-se atrás de uma armadura. Olhou para os dois lados, certificando-se de que o amigo não estava ali. Quando tivera certeza de que não havia sinal de James, Marcus caminhara tranquilamente pelo corredor. Colocou as mãos nos bolsos, assoviando distraidamente. O humor que o amigo mantinha o fazia se afastar o máximo possível. Sempre que o via desviava seu caminho. Não estava nem um pouco a fim de suportar suas ironias, fúria e tapas.


Porém, o som de passos o fizera esconder atrás de outra armadura. Enquanto a pessoa se aproximava, implorava imensamente para que não fosse James. E, para seu alívio, não era. Mas não pode deixar de sorrir ao vê-la se aproximar. Era impressão sua ou Kristen estava bonita naquele fim de dia? Os cabelos lisos e ruivos faziam um ótimo contraste com a pele branca e algumas sardas que ela tinha no rosto...


Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos. Ela não precisava de seus elogios agora. Estava com o russo e, pelo que pudera perceber, ele sempre a elogiava. Aquilo o fizera sentir raiva. Quando dera por si, já tinha saído de trás da armadura e se aproximava da ruiva. Porém Kristen virara quando o viu, caminhando na direção oposta.


- Ah, espera aí. - Marcus correu para alcançá-la, parando em sua frente. - Você não vai fugir de mim. Não agora. Fiquei ali escondido, te esperando. - mentiu.


- Conte suas lorotas, para quem queira ouvi-las, Marcus. – a garota desdenhou, surpreendendo-o por notar que mentia. – Aposto que está fugindo do James... Porque eu estou fazendo o mesmo, só que fujo da Emma.


- Esses dois precisam fazer as pazes logo antes que causem uma guerra mundial. - Marcus comentou a si mesmo, voltando-se para Kristen. - Eu estava fugindo do James, sim. Mas também queria falar com você há muito tempo, porém sempre que a vejo está acompanhada. - disse com sarcasmo.


Kristen sorriu discretamente, enquanto andava ao lado do moreno.


- Dimitri é uma ótima companhia, não pode me culpar. – tentou provocar um pouco. – Mas o queria falar comigo?


- Garanto que não seja uma boa companhia. - retrucou o garoto, indiferente. - Ele parece ser um idiota. Sem falar que é um estrangeiro. Está próxima demais de um adversário nosso, não acha?


- Acaso não acho! – respondeu indignada. – Eu não jogo quadribol, logo ele não é meu adversário direto. E além do mais, o torneio é uma forma de interação entre nós de Hogwarts e os alunos de outras partes do mundo. – o encarou irritada e um pouco triste. - Não fale assim de Dimitri... Ele gosta de mim como sou...


- Ah e você acha que ele é o único que gosta de você como é? - Marcus indagou também irritado, cessando os passos. Arregalara os olhos quando se dera conta do que tinha dito, mas já era tarde demais para mudar ou disfarçar. Kristen já tinha ouvido e estava tão surpresa quanto ele.


- Não conheço outra pessoa que o faça. Não um garoto... – murmurou desviando os olhos.


- Pois deveria prestar mais atenção nas coisas. Olha eu recebi muito por ter agido como um imbecil. Até mesmo uma barba irritante eu ganhei. Mas eu admito que agi mal com você. E eu queria me desculpar com isso. - disse em um tom de voz sincero.


Kristen o fitara curiosamente. Nunca poderia imaginar ouvir tais coisas de Marcus, nem mesmo podia imaginar quão sincero era. Podia ver em seus olhos que ele se arrependia, mas julgou em seu intimo ser um pouco tarde. Desdenhara tanto de seu amor, e agora se redimia por meio dele. No entanto, não daria o braço a torcer, não agora que tinha Dimitri.


- Eu te desculpo sim. Até que veio a calhar tudo que aconteceu... – comentou.


- Claro. - Marcus rira sarcástico ao entender o que ela dissera, cruzando os braços. - Você tem o russo agora. Responda-me uma coisa. Gosta dele?


- Gosto muito. Ele é bonito, educado e inteligente. – o elogiou e o outro revirara os olhos. – Não é muito difícil gostar de Dimitri.


- Pare de falar o nome desse russo. Parece que gosta mais do nome do que qualquer outra palavra. - Marcus dissera impaciente ao se aproximar de Kristen. - Você não gosta dele. Não pode gostar.


- Não pode mandar nos meus sentimentos. – o encarou de igual para igual. – E sim, adoro dizer o nome dele. Dimitri. Dimitri. Dim... – parou quando o vira mais perto de si, tanto que estremecera.


Marcus, no entanto ignorara as últimas palavras ditas pela ruiva ao sentir a respiração dela tão próxima de seu rosto. Ele queria beijá-la, não por obrigação ou para terminar um acordo como fizera da última vez, mas porque Kristen o atraíra. O atraíra tanto que estava sendo difícil evitar. E ele não queria evitar, muito menos lutar para que isso não acontecesse. Então cedera ao que seu corpo pedia, puxando-a para mais perto e pressionando seus lábios aos finos de Kristen.


A garota deixara-se guiar pelo impulso reprimido, correspondendo ao beijo com intenso ardor. Marcus a encostara na parede, impulsionando ainda mais seu corpo ao dela. Kristen gemera entre os lábios dele, sentindo as mãos do grifinório apoiarem-se em sua cintura.


O beijo era novo para ambos, despertando sensações que jamais imaginaram sentir com o outro. Muito menos Marcus sentira-se tão envolvido por uma garota durante um beijo como Kristen o fazia agora. E ele podia sentir os sentimentos dela através daquele beijo. Sabia que o russo era apenas um modo de esquecê-lo, ela ainda gostava dele. O beijo tivera fim minutos depois, quando ambos precisavam de ar.


- Eu posso não mandar nos seus sentimentos. Mas é de mim que você gosta. - Marcus sussurrou vendo-a surpresa. - E não pense que isso tudo vai ficar apenas nesse beijo, porque não vai.


Kristen não conseguia dizer nada, além de estar sem ar, estava confusa com o que sentia, e com o que Marcus falava. Ele então a fitava com extremo carinho, e tivera que se segurar para não agarrá-la outra vez. Ao mesmo tempo em que isso o martirizava por ir contra seus princípios, o encantava.


A ruiva ficara imóvel, se recobrando, então o garoto a beijara outra vez. Suave e lentamente, e como num passe de mágica, saíra sem dizer mais nenhuma palavra.


...


A conversa que tivera com o pai mais cedo tirara um peso de sua consciência e o fizera enxergar a verdade. Algo que o ciúme lhe impedira de fazê-lo. E a única coisa que importava agora para ele era encontrá-la. Afinal a saudade estava sufocando-o, juntamente com a vontade de mantê-la afastada do americano.


Ele entrara no salão comunal da Grifinória. Poucas pessoas estavam ali, mas ele não se importara. Percorreu os olhos pelo local e sorriu ao encontrá-la. Os cabelos estavam presos em um coque frouxo, algumas mechas sobressaiam, o olhar fixo no pergaminho em que escrevia. Seu sorriso aumentara, admirado com a beleza da namorada.


Sem delongas e completamente impaciente para a reconciliação, algo que ansiara por um bom tempo, James se aproximara.


- O que você quer? - Emma perguntou em um tom cansado de voz, deixando-o surpreso. Ela não erguera o olhar do pergaminho para vê-lo se aproximar.


- Falar com você, eu posso? – perguntou ansioso, colocando as mãos nos bolsos para esconder seu nervosismo.


- Depende. - a garota suspirou, erguendo seu olhar para o moreno. - Se você for dizer tudo o que disse da última vez, não. Eu estou cansada e o meu humor não tá nada bom.


James suspirou, se ela soubesse que o humor dele também não andava dos melhores, ganharia alguns pontos? Talvez não... Era besteira demais, para um momento delicado como este.


Deixando os pensamentos de lado, voltou a encará-la.


- Não vai voltar a escutar nada daquilo. Vim em paz – sorriu sem jeito -, acredite!


- Então fale. - Emma cruzou os braços, encostando-se na cadeira e lhe lançando um olhar sério. - E espero que seja bem viável pra você ficar... - calou-se, respirando fundo. - Desculpa. Não dormi direito nessas noites.


- Não vou enrolar muito. Só queria que me desculpasse por minha atitude idiota naquele dia. Eu fiquei extremamente furioso, e descontei em você, que não tinha culpa. Não... Não procurei saber de nada, e fui tirando conclusões precipitadas, então... – suspirou. – Me desculpe Emmy.


Emma o fitara por um momento, mordendo o próprio lábio. Em parte ele lhe pedira desculpa, mas não estava satisfeita ainda com isso. Não sabia os motivos que o levara a agir de tal modo. E essa era a sua maior preocupação. James se guardar em seus sentimentos e não desabafar consigo.


- É só isso que tem pra dizer? - perguntou.


- Não... – murmurou, coçando a nuca com uma das mãos. – Eu... Errei, e já pedi desculpas, mas, além disso, queria dizer que a amo, e não vejo motivo para continuarmos com essa briga idiota.


- James ao contrário de você eu não fiquei zangada pela briga. - Emma confessou ao virar-se na cadeira para olhá-lo. - Eu fiquei preocupada. Sei que você agiu daquela forma por ciúmes, mas você não me contou nada. Você não se abre comigo, não conversa comigo sobre o que sente. E eu tenho medo de que isso te afete um dia.


- Sabe que sou assim, Emmy. É difícil para eu contar o que sinto, me abrir. Mas estou fazendo o que posso. Estou me esforçando... – James dissera, angustiado.


- Eu sei que está. - Emma sorriu compreensiva ao acariciar a face de James e olhá-lo nos olhos. - Mas se esforce um pouco mais. Não vai te machucar. O que aconteceu pra você agir daquele jeito?


- Você já disse a causa, fiquei com ciúmes. Muito ciúme! – James exclamou um pouco mais aliviado. – Vamos esquecer isso, tá?


- James. - Emma insistira, suspirando.


- Que é? – retrucou olhando para ela.


- Eu já estive no seu lugar. Você sabe muito bem disso. Mas eu sempre te contei o que eu sentia ou o que pensava a respeito. Eu quero que você faça o mesmo. Porque eu acho que você não teve apenas um ataque de ciúmes por eu acompanhar um garoto até as masmorras. Alguma coisa além disso aconteceu.


- Fiquei com medo, Emma. Satisfeita? – ela franziu o cenho. – Medo de perder você. Por isso fiquei daquele jeito. Talvez por Jack se parecer comigo, e ser mais simpático e até mesmo mais charmoso, eu pensei que fosse me trocar por ele. Não que eu esteja duvidando do que sente por mim... Mas não pude evitar então me descontrolei.


Emma o olhara calada ao tentar digerir o que ele dissera. E não pode deixar de sorrir quando se deu conta de que ele finalmente tinha desabafado. E ela sabia que eram por motivos bobos. Motivos que o provaria do contrário naquele momento. A morena se levantou da cadeira em que ocupava, aproximando-se do namorado. O tocara carinhosamente na face, fazendo com que ele a olhasse.


- Ele nunca foi e nunca será mais simpático e até mesmo charmoso do que você. E pra mim ele não se parece com você, ele apenas me lembra você. - riu quando o vira bufar, seus dedos agora deslizando por entre os cabelos negros. - Eu te amo, James Potter. E não tem garoto e ninguém nesse mundo que mudará o que eu sinto por você. E se eu não tivesse certeza dos meus sentimentos, se eu não tivesse certeza de que você é o cara certo pra mim, eu não teria me entregado naquela noite. - seus olhos castanhos fitaram os verdes. - Só você tem essa covinha linda no canto da boca quando sorri... - disse fazendo-o sorrir. - Essa mesma. Ergue as sobrancelhas quando quer deduzir alguma coisa. Só você que consegue me deixar arrepiada apenas com um olhar. Só você tem essa boca maravilhosa... - sussurrou roçando seus lábios aos dele. - E você foi e sempre será o único que me fará estremecer quando me beija.


James sorrira encabulado, com as palavras da namorada. Tinha feito bem em vir conversar com ela, e decidido de “última hora” confessar-lhe tudo que estava sentindo. Até que não era tão mal expor seus sentimentos, não com alguém confiável, e Emma o era; confiava muito nela.


Ele levara a mão até o rosto feminino, e o acariciara, assim como os lábios dela, o faziam com os seus. Fechou os olhos, e então se beijaram lentamente. Matando as saudades de um jejum forçado.


Ela correspondera o beijo com a mesma intensidade, aliviada pelo rompimento do afastamento do namorado de si. Aqueles dias separados estavam deixando ambos loucos, pois sabiam que no fundo, era um motivo tolo que os separara por aquele tempo. Entretanto, o que sentiam um pelo outro falara mais alto naquela situação. Afastaram-se minutos depois, ignorando os olhares e comentários dos presentes no salão comunal.


- Se sente melhor? - Emma perguntou ao acariciar a nuca do moreno.


- Muito melhor... – James disse e sorriu. – Obrigado por ter entendido meus motivos. E... Por ter escutado todos eles. Prometo que tentarei não bancar o idiota possessivo. Pode ser amiga desse tal de Jack, que eu não vou me importar. – emendou seguro.


- James eu não quero ser amiga dele. Pra falar a verdade, quanto mais longe dele eu ficar melhor será. - disse a garota ao juntar seus materiais espalhados pela mesa.


- Você tem razão, é melhor assim. – respondeu rindo, mas de alívio. Coçou a nuca, e a fitou ainda pegando seus materiais. – Que tal... – olhou para os lados, dispersando os olhares sobre eles. -... Que tal se nós dois fossemos para um lugar mais quieto? Assim agente pode esquecer Jack Harrison, e comemorar nossa volta...


- Comemorar nossa volta? - Emma o fitara, vendo-o assentir. A garota riu, aproximando-se de James e o beijando no pescoço, sussurrando próximo ao seu ouvido. - Espero que tenha planejado uma comemoração digna para nós. - sorriu para o namorado antes de se afastar.


- James Potter sempre pensa em tudo, meu bem. – murmurou, levantando-se de onde estava exibindo um sorriso maroto nos lábios.


...


A reserva para o jantar fora feita no mesmo restaurante em que havia pedido-a em casamento. Sabia que, assim como ele, a esposa adorava aquele lugar. As lembranças sempre vinham ao chegarem ao local. Ele realmente não havia brincado quando dissera que seria uma noite agradável para ambos. Afinal, ele sempre dava um jeito de agradá-la. Seu casamento nunca era uma rotina.


O local era amplo e aconchegante, um ar romântico predominava e era apropriado para noites de comemorações entre casais ou até mesmo em família. A música calma e suave era ideal para o ambiente, deixando-o mais refinado. Alguns casais dançavam na pista.


Hermione sorriu ao ocupar sua cadeira à mesa, próxima a uma lareira, a mesma mesa em que sentavam todas as vezes que iam lá. Percorreu os olhos pelo local, lembrando-se das noites em que estivera ali. Suspirou ao ser invadida pelas lembranças enquanto o marido olhava a carta de vinhos, selecionando o melhor para aproveitarem aquela noite. Não estavam em um local bruxo, mas adorava quando viviam momentos trouxas.


Estava perdida demais em seus pensamentos para notar que Harry já havia feito seu pedido e o garçom se afastara. Quando se dera conta, pegara o marido olhando-a admirado.


- Já escolheu o vinho? – ela perguntou, encarando-o com um sorriso nos lábios um tanto mais vermelhos. Os olhos dos dois se encontravam, e se estagnavam presos um no outro.


- Sim. - Harry murmurou, ainda atento em qualquer olhar, sorriso ou movimento que a morena diante de si fazia.


- O que foi? Porque está me olhando assim? – perguntou corada e rindo nervosa.


- É que hoje você... - Harry suspirou, sorrindo admirado. - Você está mais linda do que nunca.


- Você acha, é? – indagou e o moreno sorrira. – Estou usando pouca maquiagem, e o vestido é velho e simples.


- E quem disse que precisa de muita maquiagem ou vestidos novos para estar linda? - ele sorriu, tomando uma das mãos de Hermione e beijando-a. - Você é linda de qualquer forma, Mione.


- Devo dizer que você está incrivelmente sexy com essa camisa? – ela indagou divertida, sob o olhar dele.


- Você acha? - Harry olhou da camisa azul escura que vestia para a esposa, sorrindo maroto. - Sabia que iria gostar. Mas não pense que conseguiu despistar minha atenção com esse comentário.


Hermione rira, e baixara os olhos para onde Harry mantinha seus olhos. Corou um pouco, notando que seu pequeno, mas evidente decote, é que prendia a atenção dele por aquele momento. Depois ele voltou a olhá-la nos olhos, e a morena estava surpresa pela clareza do marido. Ele sempre fora tão discreto.


Contudo, naquele momento a discrição não fazia parte do vocabulário do moreno. Muito menos ao fitar a esposa, intensamente. Hermione mordera o próprio lábio ao desviar o olhar e pode jurar que vira o desejo brilhando naqueles olhos verdes. Sua tentativa fora em vão, pois Harry ainda mantinha seu olhar fixo na morena.


- Juro que está me surpreendendo esta noite, meu amor. – Hermione falou, com o coração acelerado. – Eu... Estou tão sem jeito. Parece que estamos no nosso primeiro encontro.


- Não deveria. - Harry sorriu com o constrangimento evidente da esposa. - Já ultrapassamos limites demais pra você se sentir como se estivéssemos no primeiro encontro.


- Não me culpe... E sim aos seus lindos e penetrantes olhos verdes. – Hermione comentou.


- Agradeço pelo elogio. Mas não exagere, estou lutando para me controlar. - sorriu, percorrendo seu olhar pelo restaurante.


- Então porque me trouxe aqui, poderíamos ter ficado em casa @ýïð8@o quarto... – provocou, mordendo o lábio.


- Hermione. - Harry voltou seu olhar para a esposa, respirando fundo. - Não me tente assim. - voltara sua atenção para o local quando o garçom se aproximara, servindo-lhe de vinho. Harry agradecera, levantando-se e estendendo sua mão para Hermione quando o garçom se afastara. - Vamos dançar?


- Dançar? – indagou surpresa. Mas por mais que estivesse não poderia recusar aquele pedido. Então acolhera a mão que ele estendia.


Harry a conduzira até o centro da pista. Suas mãos a enlaçara pela cintura, puxando-a para o mais perto possível. Hermione passara os braços em volta do pescoço do moreno. Começaram uma dança lenta e Harry suspirou quando o perfume doce da morena lhe invadira.


- Por que o espanto quando a convidei pra dançar? - perguntou depositando um beijo na pele suave exposta pela alça do vestido de Hermione. - Admito que não saiba dançar, mas tentarei não pisar no seu pé.


- É por não gostar de dançar que fiquei surpresa... Você mal dançou no dia do nosso casamento. – brincou, afagando a nuca dele, com alguns dedos.


- Era um fiasco na época, admito. - Harry concordou, rindo. Suas mãos acariciavam sutilmente as costas da mulher. - Mas acho que na época tinha mais vergonha do que gosto pela dança. Hoje em dia não me importo com isso.


- Meus pés agradecem pela sua evolução como dançarino. – Hermione falou e riu, beijando-o de leve nos lábios.


- E eu agradeço pelo elogio. - Harry riu, correspondendo ao beijo que não durara muito. Ele sorriu, afagando os cabelos castanhos da esposa. - Eu me lembro que foi dessa forma, aqui nesse restaurante e dançando, que você me disse que estava grávida do James.


Hermione sorriu lembrando-se da ocasião. Estava com tanto medo de contar a ele, que Harry percebera seu receio, convidando-a para sair e descontrair, já que julgava que ela tinha coisas estressantes demais na cabeça. E de fato o tinha. Só que ele não imaginava do que se tratava. E quando vira o brilho dos olhos dele quando contara que em breve iriam ser pais, não valia todo o seu temor.


- Foi uma noite inesquecível... – a morena sussurrou perto do ouvido dele.


- Com certeza foi. - beijou a face da morena, sorrindo. - Quando eu digo que você me traz felicidades, não minto. Eu não seria quem eu sou, não estaria onde estou hoje se não fosse por você.


- Oh, Harry... – ela disse emocionada. – Vai me fazer chorar desse jeito. Lembre-se que estou grávida, e os hormônios acabam comigo.


- Me esqueci desse pequeno detalhe. - Harry sorriu ao beijá-la na testa. - Não vou fazê-la chorar, prometo. - ele a olhou nos olhos, afagando a face dela carinhosamente. - Eu te amo, Mione.


- Eu também... Te amo muito, querido. – respondeu-o, beijando-o novamente, desta vez de forma mais intensa.


Harry aprofundou o beijo, lento e carinhoso. O gesto não era repreendido pelas demais pessoas presentes, já que era apenas um beijo apaixonado que um casal trocava. Hermione suspirou durante o beijo, seus dedos enrolando-se cada vez mais nos cabelos negros do marido. Aquela noite seria mais uma das noites inesquecíveis que o casal colecionava com o passar dos anos.


 



N/A: Capítulo postado. xD (não me digaaa ¬¬')
Não to boa pra fazer N/A hoje, mas teve de tudo nesse capítulo.
Até porrada. kkkk
E teve uma cena cute Harry e Hermione no final. *-*
Aah to sem inspiração pra isso. Então vocês já sabem...
Comentem que logo vem o próximo capítulo. (não digaa ¬¬') xD
Beijo das autoras.


08/11/2010.

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