Agradáveis momentos.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 07


Agradáveis momentos




Subiu a escada lentamente com a bandeja em mãos, tomando o maior cuidado possível para não derrubar nada. Entrou em seu quarto e, com o auxílio do pé, conseguira empurrar a porta. Colocou a bandeja em seu lado da cama, que estava vazio.


Um sorriso surgiu em seus lábios ao vê-la dormir tão calma e serena. Tinha pena em acordá-la, mas se não o fizesse ela ficaria zangada. Não gostava de acordar depois dos filhos. Acariciou a face da esposa suavemente, depositando um leve beijo sobre os lábios dela. Hermione abriu os olhos lentamente, sorrindo ao vê-lo.


- Bom dia.


- Bom dia, meu amor. – ela disse roucamente. – Alguma ocasião especial? – ergueu-se ajeitando os cabelos.


- Claro. - Harry sorriu ao empurrar a bandeja para perto da morena. - Você é minha esposa. Todos os dias são uma ocasião especial.


- Seu bobo, assim você me faz te amar ainda mais. – brincou sorrindo largamente.


- Verdade? - Perguntou se aproximando de Hermione, vendo-a assentir. Ele a beijou levemente nos lábios. - Vou trazer seu café da manhã na cama todos os dias então.


- Assim ainda vai me deixar mal acostumada. – comentou, docemente. – Então, o que você quer? – perguntou ostentando um sorriso. – Lily arranjou um bichinho enquanto eu dormia?


- Ninguém arrumou nada enquanto você dormia. - Respondeu Harry sorrindo. - E eu também não quero nada. Apenas quis te fazer um agrado hoje. Vou para Azkaban por isso?


Hermione riu, inclinando-se para roubar uns dos morangos robustos e vermelhos da bandeja.


- Eu adoro suas surpresinhas. – disse, seus olhos brilhavam.


- Ótimo. - Harry olhou receoso para a esposa ao se ajeitar na cama. - Recebi uma coruja do James hoje. É de se surpreender que ele tenha levantado tão cedo pra escrever. Mas ele parecia entusiasmado. Emma foi aprovada para o time de quadribol da Grifinória.


- É mesmo? – perguntou pouco interessada, fizera uma careta, de repente o morango que comia ficara deveras azedo.


- É porque você não sabe a outra história. - Sussurrou Harry para si mesmo, respirando fundo.


- Que outra história? – perguntou receosa, iria pegar o café e tivera medo de ele ficar amargo daqui a pouco.


- A coruja do Jared também chegou hoje de manhã. - Respondeu temendo a reação da esposa. - Jared me pediu para comprar uma coisa para ele e mandar até sábado. Pelo que eu pude entender, Jared está namorando a Kira. Filha do Rony.


- Como... Como é que é?! – questionou alarmada. – Jared está namorando a Kira. Meu Jared está namorando? Namorando?!


Num salto levantou-se da cama, e passou a andar de um lado para o outro. Resmungando coisas, e Harry sorria a cada uma delas.


- Ele não pode, é muito novo. Tem que se concentrar nos estudos!


- Mione se ele se concentrar mais do que já se concentra nos estudos é provável que ele se esqueça de viver. - Comentou Harry rindo. - É a Kira, você a conhece desde que nasceu. Não terá que passar novamente pelo transtorno de conhecer uma nova garota.


- Está do lado deles, é por isso que me trouxe café na cama! – exclamou.


- Claro que não. - Exclamou o moreno alarmado. - Eu não vou negar, estou do lado do Jared sim. Sou completamente a favor que ele viva sua vida, conheça uma garota e tenha um relacionamento, como James fizera. Mas não é a primeira vez que eu te trago café da manhã na cama e, com certeza, não será a última.


- Não vou cair nessa, Harry Potter. – disse séria. – Eu não vou aceitar isso, e ainda está dizendo que eu incentivo nosso filho a viver metido nos livros.


- Eu não disse isso. - Defendeu-se assustado. - Hermione isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Jared é um adolescente. E eu já te falei várias vezes sobre o olhar apaixonado que ele tinha quando via a Kira. Você que nunca me deu ouvidos e dizia que era coisa da minha cabeça.


Ela suspirou, e sentou-se numa poltrona. Não suportaria se ouvisse a historia seguinte, a história de que Ben também teria uma pretendente. Seria demais, pois ele era o único que lhe restara. Era o único que ainda a detinha no posto de mulher mais importante.


Não pode controlar o ciúme, era como se estivesse em sua corrente sanguínea. E repreendia-se por isso. Não queria se taxada de mãe possessiva e neurótica.


Harry suspirou ao ver a esposa abaixar a cabeça, enciumada com aquela revelação. Ela ainda não havia superado o choque que recebera ao conhecer Emma, mas se escondesse por muito tempo o que Jared lhe contara ela ficaria furiosa.


Aproximou-se e abaixou diante da esposa, tocando o queixo para que ela o olhasse nos olhos. Ele sorriu ao acariciar a face dela.


- Mione nenhuma garota vai substituir o que você é para eles. Você é a mãe, muito mais importante do que qualquer relacionamento. Embora minha mãe não tenha feito parte da minha vida eu sei até onde ela foi por mim. E eu tenho certeza de que você faria o mesmo. É amor demais você não acha?


- Eu estou sendo uma tola, não é? – indagou suspirando fundo. – Eu tento, mas não consigo. Sei que estou ficando muito chata, mais do que o normal. Mas... – mordeu o lábio. – São meus filhos...


- Não, você não está sendo tola. - Harry sorriu, sentando no braço da poltrona e abraçando-a. - Só não está acostumada com tudo isso. Mas eles não vão deixar de serem seus filhos e te amarem. - Emendou beijando-a na testa.


- Como você me agüenta? – ela perguntou sorrindo fino.


- Porque eu te amo. - Disse afagando os cabelos castanhos. - E porque você não é chata como pensa que é.


- Eu tenho muita sorte, sabia? – ela disse sorrindo.


- E porque tem muita sorte, senhora Potter? - Harry a olhou nos olhos, sorrindo.


- Por ter enxergado a tempo que era o homem da minha vida. Que era você quem sempre sonhei para mim. – Hermione o fitou apaixonada, exibindo além da sinceridade e admiração, um orgulho imenso. – E ainda mais por você ter feito o mesmo.


- Eu tenho mais sorte ainda por ter descoberto à tempo que a mulher da minha vida sempre esteve ao meu lado. - O moreno lhe acariciou o rosto.


- Bem, então eu acho que vou ter que me acostumar com essa nova fase nas vidas de nossos filhos. Queria que me ajudasse, pois não será fácil. – disse fazendo bico. Harry riu, afagando seus lábios com os dedos. A morena sorriu. – Sabe... Acabei de ter uma idéia!


- Farei o possível para ajudá-la. - Harry sorriu. - Que idéia você teve?


- Vou até Hogwarts, convidarei Emma para tomar um chá. Minerva não irá negar sua sala para nós, vai ser uma maneira de me redimir com ela. – disse alegre, enquanto o marido permanecia refletindo sobre isso.


- É uma ótima idéia. - Harry a olhou ainda pensativo. - Mas não a cubra de perguntas como fez da última vez. Acho que ela teve mais medo de você naquele momento do quê Voldemort se ele voltasse.


Hermione abriu a boca indignada. Pegou uma das almofadinhas que estavam na poltrona e lançou sobre o marido, com força.


- Primeiro, Dolores Umbridge, agora Voldemort? – indagou, prendendo o riso. – O que será da próxima vez? Severo Snape?


- Não o compararia com você. Ele é seboso e ranhento. - Disse Harry rindo ao pegar a almofada que ela lhe atirara. - Seria maldade.


- Você me paga! – exclamou, vendo-o se levantar. Ele ergueu a sobrancelha, e esperou, até que ela pulou em seus braços. O moreno a enlaçou pela cintura, sustentando seu peso. – Vai me pagar, Potter.


- Como quiser. - O moreno sorriu beijando-a levemente nos lábios. - O que quer como pagamento?


- Hmm... Prometo pensar, mas enquanto isso, você pode me distrair...


- Te distrair como? - Ele franziu o cenho, curioso.


- Me surpreenda Senhor Potter. Eu sei que é capaz. – murmurou languidamente.


- Mione você... - Harry a olhou surpreso. A morena esboçou um sorriso maroto. - Sério?


- O que? Você não quer? – perguntou inocentemente e muito direta. Quem estava surpreso era ele. E muito surpreso.


- Acho que você quem me surpreendeu. - Harry riu antes de dar uma leve mordida no lábio inferior da esposa. - Jamais diria não para você. - Emendou mantendo-a em seus braços ao caminhar para a cama.


...


O almoço fora demasiado satisfatório para o moreno, que seguia sorridente para o salão comunal da Grifinória. Pelos corredores em que passava, arrancava suspiros e murmúrios de algumas garotas. Outras faziam o possível para chamar sua atenção, mas ele não se importava mais com aquilo. Para ele, apenas uma morena lhe importava.


Disse a senha para o retrato da Mulher Gorda, recebendo elogios dela antes entrar em um salão comunal quase vazio. A maioria dos alunos estava aproveitando o domingo pelo castelo.


Viu-a sentada em um sofá próximo a lareira. Ela sorria em uma conversa animada com a amiga ruiva, na qual não desgrudava quando estava longe do namorado. O garoto se aproximou sorrateiramente, sentando ao lado da morena e beijando-a no pescoço, deixando-a assustada.


- Já vi que eu vou sobrar. - Comentou Kristen revirando os olhos ao se levantar. - Depois conversamos.


- James. Você me assustou. - Emma se virou, ainda observando a amiga se afastar. - Kristen está interessada no Marcus. Tem lógica?


- Tecnicamente, tem sim. Metade das garotas de Hogwarts em idade para namorar está interessada nele. – James respondeu, rindo. – Mas a convença de que ele não é o melhor partido...


- Eu estou tentando. Mas ela diz que ele tem uma beleza inegável. - Emma riu ao colocar suas pernas sobre as do namorado. - E que pode mudar esse jeito mulherengo e enlouquecedor dele.


James riu com gosto, meneando a cabeça, alisando displicentemente as pernas de Emma.


- Mulherengo e enlouquecedor. – comentou rindo. – É hilário. Tenho pena dela, é tão sonhadora... Marcus é mil vezes pior do que eu já fui um dia, não creio que ela será capaz de mudá-lo.


- Não diria isso se fosse você. - Emma sorriu maliciosamente ao puxá-lo pela camisa. - Consegui mudar James Potter, não consegui? - Perguntou beijando-o no pescoço. - Por que ela não conseguiria também?


- Vamos esperar então pelo milagre do milênio. Enquanto isso, agente pode namorar um pouquinho, não é?


As mãos dele subiram mais pelas coxas de Emma, que se arrepiou toda, com o toque sutil e ao mesmo tempo intencionado.


- Com certeza. - Sussurrou provocante.


Seus lábios seguiram lentamente até os lábios de James, acariciando-os tentadoramente antes de beijá-lo. Suas mãos alisaram os cabelos negros e rebeldes, deixando-os mais bagunçados do que de costume. Ele a conduzia em um beijo lento e prazeroso.


Uma das mãos dele, subira sorrateira e infiltrara-se por dentro da blusa que ela vestia, arrancando um suspiro longo e abafado. Quando iria partir para mais um carinho, desta vez, mais ousado, uma coruja cinzenta e mediana, entrara pela janela aberta. Fazendo vôos em volta deles, e piando exageradamente.


James parou de beijar a namorada, e ergueu os olhos.


- Mas que droga! Que maldita coruja... – praguejou.


Emma se levantou rindo, observando a coruja pousar sobre a mesa. Aproximou-se calmamente, retirando o pergaminho de uma das patas da ave. Desenrolou o pergaminho e o viu endereçado em seu nome com uma caligrafia delicada e bonita. Começou a lê-lo e seu corpo se estremeceu de medo e surpresa ao mesmo tempo. Aquilo só poderia ser um engano.


- Ai meu Merlin. - Murmurou se encostando à mesa e observando a coruja levantar vôo e pousar sobre uma cadeira.


- Emma, o que foi? – perguntou o moreno, se aproximando dela.


- Sua... Sua... - Emma entregou o pergaminho para James, que começou a ler também. - Sua mãe. Ela quer... Quer conversar comigo hoje.


- Pelas barbas de Merlin, ela quer tomar um chá com você! – exclamou pasmo.


- O que eu faço? - Emma começara a caminhar de um lado para o outro. - Ela vai me encher de perguntas novamente. Isso não vai dar certo. Você sabe o quanto eu fico nervosa sobre isso.


- Hei, fica calma. Minha mãe pode não ter sido um exemplo de cordialidade naquele dia, mas... – ele sorriu, pousando as mãos sobre os ombros dela, fazendo com que o encarasse. -... Ela é uma pessoa ótima, e talvez queira te mostrar isso. Embora eu esteja muito mais nervoso que você.


- Alguma dica do que eu devo ou não fazer? - Perguntou entre um longo suspiro.


- Não sei... Digo, mamãe é bem imprevisível. Apenas meu pai sabe como dobrá-la, ou o que ela está pensando, mas seja você mesma, minha mãe vai ver a garota incrível que é. E você verá o quanto ela é legal. – disse tentando se convencer também. – Aceite o convite.


- Está bem. - Emma esboçou um pequeno sorriso, mas nada convincente. - Vou aceitar o convite.


James a viu, responder no verso, onde a mãe a coordenara. A coruja permanecia a espera, empoleirada no encosto de uma cadeira. Suspirou fundo, desejando que aquele chá não tivesse gosto amargo para nenhuma das duas.


...


Olhou-se no espelho mais uma vez, e decidiu trocar o vestido que havia acabado de colocar. Dera uma breve olhada no relógio, e apressou-se em pegar um modelo azul claro, jogado sobre a cama. Harry estava sentado na cama, apenas observando-a. Em silêncio, ficava admirando.


- Eu estou nervosa... Quero me desfazer da má impressão, e tenho medo de piorar tudo! – ela comentou, fazendo o laço do vestido.


- Entendo. - Murmurou Harry com o olhar perdido nas curvas que Hermione exibia com aquele simples vestido.


- Entende nada, você ficou sendo o pai super legal, e não vai ter que tomar um chá com ela para se retratar. E se eu estragar tudo de novo, e James nunca mais querer olhar na minha cara? – perguntou dramática, ao passo que o marido sorria, diante de seu nervosismo. Ela suspirou, e fitou sua imagem no espelho. – Fique calma, Hermione. Fique calma!


- Mione para de pensar assim. - Harry desviou sua atenção do corpo para o rosto apreensivo da esposa. Ele se levantou e a abraçou por trás, beijando-a no ombro. - Você vai se sair bem dessa vez.


- Eu espero que sim, realmente espero. – suspirou fundo, virando-se para ele. Afastou-se um pouco, e sorriu. – Como estou?


- Linda como sempre. - Ele sorriu beijando-a nos lábios. - Mas você já sabe disso. Convenceria qualquer pessoa de que quer se redimir.


- Bem, então eu já vou indo. – beijou os lábios dele. – Tem certeza de que pode cuidar das crianças?


- Vai ser tranquilo. Lily não vai se importar comigo já que vai estar com o Rufus. E o Ben se preocupa mais com aquele tritão dele do que com qualquer outro. - Disse em tom enciumado, fazendo a esposa rir.


- Então eu prometo não demorar muito, para você não se sentir sozinho. – brincou. – Vou aproveitar para dar um pulo em Hogsmeade, mas será rápido.


- Não se preocupe. Eu vou ficar bem. - Harry sorriu antes de beijá-la na testa. - Boa sorte.


- Obrigada. – agradeceu-lhe com um beijo, e então pegou sua bolsa, saindo do quarto.


...


Suas mãos suavam frias e sua respiração estava irregular devido ao nervosismo. Estava mais nervosa do que na primeira vez que a conhecera, pois agora não teria James ao seu lado para ampará-la e ajudá-la em um momento de sufoco. Seria apenas ela e Hermione em uma sala, conversando a sós.


Ao parar diante da sala, respirou fundo e criou coragem para bater na porta. Assim o fez, ouvindo a voz dela autorizar sua entrada. Com um pouco de receio e uma vontade imensa de dar meia volta e seguir para o salão comunal da Grifinória e se esconder como uma garota amedrontada, Emma entrou na sala.


Hermione descansou sua xícara de chá sobre a mesa, olhando para a garota que fechava a porta e se aproximava calmamente. A mulher pode perceber o receio no rosto de Emma, mas seguiria até o final. Afinal, fora ela quem provocara esse receio na namorada do filho.


A mais velha levantou-se, e sorriu.


- Olá. – disse alisando a saia do vestido azul. Tal qual era o tom do que a menina vestia. Elas pareciam ter combinado, ou dispor de um mesmo gosto. Ambas riram diante disse.


- Boa tarde, Sra. Potter. - Emma sorriu amarelo ao apertar uma das mãos de Hermione.


- Me chame de Hermione, por favor. – disse tentando soar natural. – Fico feliz que tenha aceitado meu convite.


- Eu não poderia recusar. Confesso que fiquei surpresa, mas seria uma grosseria de minha parte recusá-lo.


- Bem, sente-se. – disse a morena, e Emma sentou-se olhando tudo com certo receio e admiração. Hermione sorriu, lembrando-se de si mesma.


Emma permaneceu em silêncio e sem coragem exatamente para olhar em Hermione. Esperava ansiosamente por mais um bombardeio de perguntas vindas por ela, mas nada viera naquele momento. O que apenas pode ouvir foi o som de Hermione lhe servindo chá em uma xícara e entregando-a. Emma aceitou, forçando um novo sorriso antes de beber o chá.


- Er... Eu a convidei porque queria me retratar com você, pela forma como a tratei em minha casa. – riu-se sem jeito. – Não quero que leve uma má impressão minha.


- Eu jamais levaria uma má impressão sua, Sra. Po... - Emma sorriu ao lembrar-se do que ela disse. - Hermione. Desculpe vou levar um tempo para me acostumar. Mas entendo perfeitamente seus motivos. James me explicou tudo.


- O que ele disse? – perguntou curiosa.


- Que eu era a primeira garota que ele apresentou para a família. E que, possivelmente, não estaria preparada ainda para isso. Disse-me que você o ama demais e tem medo de que ele se afaste, mas ele jurou que isso jamais irá acontecer.


Ela sorriu largamente, sentindo-se ainda mais tola por seu medo bobo. Tudo que Harry dissera inúmeras vezes, Emma repetira nas palavras de James.


- De fato, você foi à primeira, por isso o meu espanto. Sabe, pensei que ele demoraria mais tempo para encontrar a garota certa. Mas, ainda bem que podemos ter uma nova chance de nos conhecermos, porque não quero que me veja como uma inimiga... De verdade, Emma... Quero ser sua amiga. E se você é tão importante para meu filho, quero que tenhamos uma boa vivencia.


- Sei que eu posso ser diferente de todas as garotas que imaginou para o seu filho. - Começou Emma sem travas na língua, deixando Hermione admirada. - Mas eu realmente amo o James. E eu jamais a veria como inimiga, mesmo se não tivesse nos dado essa nova oportunidade de nos conhecermos. Pelo contrário, seu filho é incrível e eu tenho a absoluta certeza de que o mérito é seu e do Sr. Potter.


Hermione sorriu orgulhosa.


- Obrigada, mas que fique só entre nós o que disse. Porque não precisamos mais inflar o ego dele. – brincou deixando o clima mais ameno.


- Com certeza não. - Emma concordou rindo e, pela primeira vez, sentira-se confortável na presença de Hermione.


- Eu soube que passou no teste para o time. Meus parabéns! – Hermione falou.


- Obrigada. - A garota sorriu, entusiasmada. Porém o sorriso se encerrou ao se lembrar do ocorrido depois do teste. - Uma garota acusou o James de me colocar no time só por eu ser a namorada do capitão.


- O que?! – indagou indignada. – James nunca faria isso. Sempre ensinei a ele a prezar a honestidade. Meu filho não usaria de seu cargo para promover alguém, mesmo sendo a namorada dele, se você não tivesse talento, não entraria para o time. Essa garota deve estar é se roendo de inveja!


- Foi justamente por isso que ele ficou furioso. Pra falar a verdade eu nunca o vi tão zangado antes. - Emma colocou sua xícara sobre a mesa. - Acho que certas garotas não aprovam o meu relacionamento com ele e fazem de tudo para nos afetar.


- Sério? – indagou interessada. – Sei exatamente pelo que está passando, ninguém acreditou quando Harry deixou a perfeita Gina Weasley para ficar comigo.


- James é diferente dos outros garotos. - Emma disse após um longo suspiro. - Ele acaba chamando a atenção mesmo sem querer. E antes de conhecê-lo bem eu pensava que ele era um metido e que se achava o melhor de todos. Mas ele não é assim. Só que o resto das garotas não o vêem da mesma forma que eu vejo e acabam julgando que eu não faço o tipo dele e que ele merece alguém melhor.


- Não ligue para isso, as pessoas são preconceituosas e tem julgamentos para lá de errôneos. Se James a escolheu, é porque é muito especial. – Hermione comentou, sorrindo. – E como ele está? Não tem me escrito muito...


- Está bem. - Emma sorriu satisfeita por Hermione pensar de tal forma. - Pelo menos até hoje não aprontou nada de tão grave que lhe desse uma detenção.


- Ah, meus nervos agradecem. – ela riu. – Mas então...


A conversa prosseguiu prazerosa e animada, da forma que Hermione desejara que acontecesse. Percebeu que julgara Emma errado e que, mesmo que seus gostos fossem diferentes, ela a lembrava dela mesma quando adolescente. Estava satisfeita por James ter se apaixonado por uma garota humilde e sincera como ela.


...


Andar de um lado para o outro no salão comunal não estava ajudando-o a se acalmar. Emma estava demorando demais para voltar e as probabilidades absurdas do que poderia ter acontecido começavam a surgir em sua mente. Sabia que a mãe não era tão perversa assim, mas ela poderia ter azarado Emma para se afastar dele.


Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos. Era uma coisa ridícula e inviável pensar de tal forma. Ouviu o buraco de o retrato ser aberto e virou-se para olhar uma Emma sorridente entrar. Sua mãe deveria ter passado dos limites em algum feitiço para deixá-la assim.


- Graças a Merlin! – exclamou indo na direção dela. – Você está bem? Minha mãe também?


- Como assim? - Emma se olhou por um momento e olhou para o namorado, confusa. - Eu estou ótima. E creio que sua mãe também.


James suspirou aliviado, suas hipóteses foram mesmo absurdas. Deveria estar maluco ao pensar nelas. Emma sorriu vendo-o refletir, então estava mesmo tudo nos conformes.


- E então, correu tudo bem? – perguntou mais uma vez.


- Muito bem. - Emma sorriu aliviada, sentindo um enorme peso sair de suas costas após a conversa que tivera com Hermione. - Sua mãe é uma ótima pessoa. E bastante inteligente também. Passamos uma ótima tarde juntas.


- Mesmo? – se certificou e ela assentiu. – Ufa! Não sabe o quanto eu fico contente de ouvir isso. Finalmente mamãe parou com aquela paranóia de ciúme. Eu disse que ela era legal... – coçou a nuca. – Ela não te mostrou nenhuma foto minha, né?


- Não. - Emma esboçou um sorriso maroto. - Mas muito obrigada pela sugestão. Pedirei para que ela me mostre quando for visitá-los na véspera de natal. Ela me convidou. - Completou sentando em uma das poltronas.


- Que boca grande eu tenho. – ele resmungou. – Não vai querer ver nada, senhorita. Eu te proíbo. Porque tenho certeza que mamãe vai mostrar aquela foto que odeio. – disse se lembrando da fotografia, a qual o pai tirara quando ele tinha seis anos, estava molhado de brincar na água da fonte, e estava faltando-lhe um dente. Jared do seu lado, em pior estado, tentava derrubá-lo.


- James deixe de ser bobo. - Emma riu do moreno. - Garanto que você era um fofo.


- Um fofo sem o dente da frente... – murmurou cruzando os braços. – Mas, vamos mudar de assunto. Sobre o que vocês conversaram?


- Ela me pediu desculpas pela forma que me tratou naquele dia. - Disse reprimindo uma risada pelo que ele acabara de dizer. - E que não queria que eu a visse como uma inimiga. Mas eu disse que jamais a veria de tal forma.


- Que ótimo, é bom ver vocês juntinhas e felizes – comentou rindo. Puxou-a até o sofá, e sentou-se com ela do lado. – Vamos, me conte tudinho...


...


Ao entrar em casa, satisfeita após uma tarde agradável ao lado de Emma, estranhou o silêncio que preenchia o ambiente. Não era normal aquela tranquilidade naquele horário. Isso a deixou de certa forma preocupada. Chamou pelo marido ao pé da escada, mas não obteve resposta. Chamou pelos filhos menores, mas o silêncio prevaleceu.


Seguiu para a cozinha, imaginando que teria algum recado na geladeira. Eles sempre faziam isso para avisar algo importante. Nada fora encontrado. Mas pode ouvir conversas e risadas no jardim dos fundos que chamaram sua atenção.


Caminhou até o jardim e se deparou com uma barraca grande armada ao centro e Lily, admirada, olhando para o pai fazer alguns ajustes usando sua varinha.


- Mamãe. - Ben correu em direção de Hermione e a abraçou. - Papai teve uma idéia. Vamos acampar essa noite.


- É mesmo? – indagou surpresa. – Achei que idéias geniais fossem o meu forte. – brincou caminhando ao lado do filho, para perto de Harry.


Ele parou de ajustar a barraca, e a fitou com um enorme sorriso nos lábios. Lily corria em volta da barraca.


- Convencida. - Harry sussurrou antes de beijá-la. - Como foi?


- Muito bem. Emma é uma boa garota, eu a julguei errado e muito precipitadamente. James soube escolher. – admitiu, com um sorriso. – Eu até a convidei para passar o natal conosco. Ela disse que os pais não são chegados a comemorações em família.


- Se saiu melhor do que eu imaginei. - Disse Harry olhando para Lily, que parara ofegante próximo a eles. - Mais alguma sugestão?


- Que tal uma fogueira quando escurecer mais? – Hermione disse.


- Podemos assar marshmallow? - Perguntou Ben sorridente.


- Moshmallow! – Lily bateu palmas, empolgada. – Vamos poder comer?


- Mas é claro. – a morena respondeu risonha. – E vamos contar histórias, e ficar vendo as estrelas.


- Então é bom pegarem o que precisam logo. Já está anoitecendo. - Disse Harry vendo Ben e Lily entrarem correndo em casa. Olhou para a esposa, sorrindo. - Sobre o que você e Emma conversaram?


Ela se deixou abraçar, vendo-o enlaçá-la pela cintura, e a trazer para mais perto.


- Sobre muitas coisas. – respondeu e ele limitou-se a erguer uma das sobrancelhas. – Sabe... Temos mais coisas em comum do que eu pensei, não somente fato de as duas amarem o James. Só que não digo em algumas coisas, porque somos muitos diferentes no que já sabe, mas... Eu me vi muito nela, sabia?


- Sério? - Harry sorriu contente pela aceitação da esposa, vendo-a assentir. - Aposto que James está feliz por você finalmente ter se dado bem com ela.


- Sim, ele deve estar e... – calou-se quando escutou um estrondo vindo de dentro de casa. – Oh, meu Deus, o que foi que aprontaram dessa vez. – mordeu o lábio. - Você vai lá ver?


- Tenho até medo de ir ver o que é. - Comentou Harry suspirando ao se afastar e entrar em casa.


Quando o moreno entrou em casa, avistou Lily em cima do balcão da cozinha, e Ben, de joelhos em cima de uma cadeira. Os dois olharam para o pai, e o menino sorriu sem jeito, escondendo uns pacotes de plástico nas costas, enquanto a irmã sentava-se cruzando as perninhas.


Harry suspirou fundo, fitando o chão repleto de vidro, biscoitos, marshmallows e chocolate.


- Agente colocou tudo dentro do vridro, e quebrou. – Lily explicou, mexendo as pernas. 


- Não podiam levar um de cada vez? - Perguntou olhando para Ben. - O que está escondendo nas costas Ben?


- Só umas coisas... – ele disse. – São balas de frutas... – o pai estreitou os olhos. - E, de caramelo, e de cereja, mas essa foi a Lily quem pediu.


- O Rufus gosta, papai. – a garotinha respondeu.


- Eu não disse que não eram pra exagerarem nos doces? - Fez um aceno com a varinha, juntando toda a bagunça no chão.


- Disse para pegarmos tudo que iríamos precisar. E vamos precisar de muitos doces. – Ben falou seriamente, tentando convencer o pai da veracidade e necessidade daquilo.


- Vai mesmo teimar comigo? - Indagou autoritário, cruzando os braços e olhando para Ben. - Vão lá pra fora. Vou limpar essa bagunça.


Benjamim baixou a cabeça, e ajudou Lily a descer, desviando-se dos cacos. A menina saiu primeiro, chamando pela mãe, certamente para lhe contar sobre a travessura. O garoto ficou para trás, vendo o pai praguejar.


- Desculpe, pai... – disse envergonhado.


- A culpa não foi só sua. Deixa pra lá. - Disse Harry após um suspiro, começando a limpar tudo com sua varinha.


- Está bravo comigo? – perguntou Ben.


- No começo eu estava. - Harry jogou tudo no lixo e se aproximou de Ben, afagando os cabelos dele. - Vocês às vezes me tiram do sério. Mas já passou.


O garoto assentiu, e sorriu fino.


- Vou ver o que Lily está contando pra mamãe.


- Ben. - Harry o chamou antes que ele saísse. - Deixe à próxima marotice para amanhã está bem? - Ele sorriu para o filho.


- Vou pensar. – o pai o olhou severamente. – Está bem, vou deixar pra amanhã. – foi até ele e o abraçou. – Eu te amo, pai.


- Também amo você. - Harry beijou a face do garoto antes de seguir ao lado dele para fora novamente.


...


Depois de algumas horas o silêncio pairou na noite. Ben e Lily finalmente dormiram depois de tantas histórias, risadas e comidas ingeridas. A barraca se tornou um lugar aconchegante para que eles dormissem tranquilamente.


Agora estavam deitados na grama, sob o céu estrelado e uma leve brisa que percorria naquela noite. Hermione estava deitada sobre o peitoral do marido, enquanto este afagava seus cabelos suavemente.


- No que está pensando? – ela perguntou, delicadamente passando os dedos sobre o peito de Harry.


- Em nós. - Harry sorriu ao olhá-la. - Em tudo que passamos para chegarmos até aqui.


- Não foi fácil, nem muito claro – ela riu. – Me refiro a nós dois, como um casal.


- Nem muito claro? - Ergueu a sobrancelha, confuso. - Como assim?


- Ah, eu quis dizer que nosso romance nem sempre, ou melhor, nunca foi evidente. – explicou, erguendo-se um pouco, ao passo que Harry lhe afagava agora, o rosto bonito. – Nunca pensou antes de ter me beijado, que queria ter algo comigo. Não é?


- Na verdade pensei. - Confessou deixando-a surpresa. - Mas eu não podia fazer nada. Rony era apaixonado por você na época. Só criei coragem para tomar iniciativa depois que ele começou a namorar com Luna.


- O que foi depois que eu passei a vê-lo com outros olhos. Nunca pensei que fosse ser tão atiradinho... – ela disse rindo.


- Engraçado. Eu me lembro perfeitamente bem que na segunda vez quem tomou a iniciativa pra um beijo foi você. - Acusou Harry rindo, acariciando a nuca de Hermione.


- Você estava meio devagar. – a bruxa respondeu sorridente. – Mas você gostou de ser pressionado daquele jeito... – corou lembrando-se que o pegara de jeito e o beijou sem se importar.


- Da mesma forma que você gostou quando eu fui 'atiradinho' na primeira vez. - Harry sorriu olhando-a nos olhos. - Mas eu nunca me arrependi de nada que eu fiz para ter você.


- Não se arrepende nem de ter terminado com Gina? – indagou provocando-o, no entanto já sabia a resposta.


- Tão pouco. - Respondeu após revirar os olhos. - Não amava a Gina. E com certeza eu nunca a amaria. Não amaria outra além de você.


Hermione se aproximou dele, seus olhos fitando os verdes intensos. Amava quando ele dizia coisas assim, reafirmando em cada palavra o sentimento forte que sentia por ela. A morena traçou com os dedos, o contorno dos lábios dele. Sentindo a textura inigualável.


Suspirou.


- E eu não amaria outro além de você... – sussurrou antes de beijá-lo.


O moreno acariciou o rosto de Hermione, sentindo-a abrir os lábios para que ele aprofundasse o beijo. Seus lábios e sua língua a conduzia em um beijo suave e apaixonado. Suas mãos apertaram o corpo dela ao seu, sentindo-a entregue em seus braços.


Harry trocou de posição, deitando-a sobre o gramado verde. Sua mão acariciava a parte externa da coxa de Hermione, e ela gemeu, sentindo os dedos perscrutar sua pele. Os lábios dele brincavam com os seus numa sensual carícia.


- Está me provocando, amor... – murmurou contra a boca dele.


- Essa é minha intenção. - Sussurrou afastando seus lábios dos dela.


Ele a olhou nos olhos por um momento e Hermione pode perceber todo o desejo e paixão que ainda brilhava naquela imensidão verde. Os lábios dele tocaram os seus suavemente, em um beijo lento que a deixou demasiada atordoada.


- Mas se prefere não acordar as crianças paramos por aqui. - Esboçou um pequeno sorriso.


Hermione soltara uma risada, vendo-o se deitar, levando-a consigo outra vez.


- Você tem razão, não queremos que Ben ou Lily, ouçam nossa “conversa”. – disse divertida.


- Temos que “conversar” mais baixo na próxima vez. - Sugeriu o moreno sorrindo ao passar a ponta dos dedos no rosto delicado da esposa.


- É tudo culpa sua... – acusou, seus olhos brilhavam, e sua garganta coçava de vontade de rir, imaginando a cara que o marido fazia no momento.


- Minha? - Ele a fitou boquiaberto. - A culpa é minha por você ser tentadoramente irresistível?


- Isso não vale, usou da minha desculpa. – riu junto a ele. – Bem... A culpa é nossa, totalmente nossa.


- Sim a culpa é nossa. - Concordou dando-se por vencido, beijando-a levemente nos lábios. - Eu amo você.


- Eu também... – murmurou rolando para cima. – Que tal sermos silenciosos?


 


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N/A: aah gostamos de ver.
Algumas pessoas que nunca comentaram apareceram. Outras que antes comentavam e com o tempo desacostumaram também comentaram.
Mas não queremos nem saber, vão ter que continuar aqui comentando. Somos exigentes. kkkk

E nós temos que ligar um pouco pra quem não comenta.
Porque é chato passarmos ficarmos horas e horas escrevendo, a pessoa lê e não diz nada, não dá opinião.
Agradecemos muito quem sempre comenta, sempre ta por aqui nos incentivando. Vocês são importantes para nós.
Mas queremos um pouquinho de consideração de quem não comenta, não é? xD

E reforçando ao aviso que deixamos no comentário.
Já estamos com a fic escrita até o capítulo 29. E ela ta maaaaaaaaraaa. *-*
Então comentem, porque quanto mais comentários, mais rápido os capítulos vem.

Tem muitas cenas cutes Harry e Hermione. Vocês vão adorar. *-*

Comentem.

Beijo das autoras.

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