On Fire



A memória se desvaneceu e voltaram à sala do diretor. Harry mantinha o rosto paralisado de terror, enquanto Dumbledore o encarava, atentamente.


– Harry, entendo e compartilho do seu choque, mas é importante que nos mantenhamos focados: que feitiço Tom fez, após matar Lúcio?


O garoto apenas olhou para o diretor, sem voz e sem acreditar no que havia acontecido. Mesmo ciente de que ainda teria um caminho longo e árduo a percorrer, pensava ter riscado da sua lista a caça por horcruxes.


– Ele... a cobra... ele transformou a cobra em uma nova horcrux. – admitiu, após o silêncio ter ficado insustentável.


Dumbledore suspirou pesadamente, ao encarar Harry.


– Eu tinha esperança de que você não confirmasse as minhas suspeitas, mas, infelizmente... – não havia o que o diretor pudesse argumentar para confortar Harry neste momento. – Infelizmente a criação de uma nova horcrux, especialmente na situação que presenciamos, me leva a crer que Tom descobriu que as outras foram encontradas.


Dumbledore se levantou e foi até a janela de sua sala, abrindo-a e lançando um feitiço para a escuridão.


– Quando recebi esta lembrança, imediatamente entrei em contato com Jonathan, que se prontificou a percorrer os locais onde encontramos as horcruxes originais, para conferir se as cópias que deixamos estão intactas ou mesmo se há algum vestígio da passagem de alguém. Agora que temos certeza do que ocorreu, encaminhei mensagem para que ele triplique o cuidado nesta perigosa jornada.


– Professor, quem trouxe esta lembrança até o senhor? – o perigo que outras pessoas estavam passando acordou Harry do torpor. – A pessoa precisaria estar naquela sala para ter registrado isso... E, pelo que me consta, só havia comensais lá!


– Decerto, Harry. Inclusive, de acordo com a minha fonte, Tom ficou desacordado por alguns minutos, até que, muito fraco, voltou a si e os expulsou do local. Como você pode ver, a Ordem da Fênix tem membros trabalhando pela causa em todas frentes, inclusive nas mais perigosas.


– O senhor está me dizendo que há um comensal da morte membro da Ordem da Fênix? – Harry exclamou, num misto de choque e revolta.


– Pelo contrário: há um membro da Ordem da Fênix infiltrado entre os asseclas de Tom. – explicou, calmamente.


– O senhor não pode estar falando sério! E quem seria tão escorregadio assim? Snape?


– Professor Snape, Harry.


– O QUÊ? NÃO ACREDITO QUE O SENHOR CONFIA NO RANHOSO! ELE ME ODEIA E ODEIA A MINHA FAMÍLIA! E COMO O SENHOR PODE TER CERTEZA DE QUE ELE NÃO ESTÁ LEVANDO INFORMAÇÕES NOSSAS PRA LÁ? COMO VOLDEMORT PODERIA TER DESCOBERTO SOBRE AS HORCRUXES? ISSO É UM ABS –


– Já chega, Harry! – Dumbledore o interrompeu, em voz baixa. – Severo é de minha inteira confiança, ele tem nos ajudado muito, tanto trazendo estas informações com a maior celeridade, permitindo que nós tenhamos como nos preparar para as investidas de Tom, como plantando falsas informações de nossa parte.


– Mas Professor...


– Não há “mas”, Harry. Desconfiar de Severo é o mesmo que desconfiar de mim. E se você não confiar em mim, não vejo motivos para continuarmos conversando.


Dumbledore apoiou as mãos no colo e as costas no espaldar da sua cadeira, aguardando a decisão de Harry. Quase dava para ouvir as engrenagens na cabeça do garoto girando ruidosamente, enquanto ele ponderava o que faria.


Harry se encontrava em uma encruzilhada e, após escolher o caminho, não haveria volta. Mas não havia dúvidas: o caminho a ser escolhido teria que ser o que tivesse Dumbledore, mesmo que o diretor arrastasse consigo uma mala oleosa e pesada como Snape. Mas se manteria de olho no antigo professor de poções, por via das dúvidas.


– Eu confio no senhor, me desculpe pela explosão... – Dumbledore aceitou as desculpas com um cumprimento de cabeça. – Mas, se o senhor não se importar, eu gostaria de saber que informações nossas Snape passou para Voldemort.


– Mais uma vez, é Professor Snape. – corrigiu-o novamente. – E você se recorda de quando publicaram na Tribuna Bruxa que você era “O Menino que Sobreviveu”? – Harry assentiu, intrigado. – Essa história nos atrapalharia, de fato, se tivéssemos sido pegos de surpresa. Da forma como ocorreu, pudemos minimizar os efeitos e, ao mesmo tempo, Severo pôde sedimentar a confiança de Tom nele, o que fez com que ele tivesse acesso a informações a que poucos comensais têm. – explicou. – Mas acho que temos assuntos muito mais urgentes a tratarmos aqui do que quais informações foram repassadas a Tom: asseguro-lhe que nada de relevante dos planos da Ordem foram divulgados, e isso nos basta, no momento.


Harry anuiu, em concordância. Voldemort havia criado uma nova horcrux, Lúcio Malfoy havia sido brutalmente assassinado; realmente, havia coisas muito mais urgentes a serem discutidas.


– Professor, será que Draco já sabe do que aconteceu com o seu pai?


– Severo já lhe deu a notícia. Neste momento, ele está com a mãe, velando o corpo de Lúcio.


– Ele vai querer vingança, o senhor sabe!


– Sei disso. Só não sei ainda se ele vai querer se vingar de Tom ou –


– Ou se vai me culpar e vir atrás de mim?


– É uma possibilidade, Harry. Mas Severo o acompanhará de perto, e espero que Draco consiga entender quem é, de fato, o inimigo.


– Draco nunca teve os valores muito certos... Acho melhor nos prevenirmos em relação às suas potenciais investidas.


– Concordo em parte, Harry. Precisamos, sim, tomar cuidado, pois Draco é imprevisível e não medirá consequências enquanto estiver de cabeça quente. Mas ele nada mais é do que fruto de onde foi criado. Valores são ensinados, mas índole não. Acredito que, quando ele se acalmar, pode até ficar no nosso lado.


Harry bufou em descrença, mas Dumbledore ignorou a sua reação, encerrando o assunto.


– Com a confirmação da criação de nova horcrux, acredito que devemos nos concentrar em como destruir as que estão em nosso poder. Não podemos prever quanto tempo Tom ficará em, digamos, convalescença, após ter se mutilado uma outra vez. Tampouco podemos dizer com certeza se ele não sentirá quando as destruirmos... Mas acho que o tempo de esperar já passou: precisamos agir o mais rápido.


– Concordo. O que o senhor tem em mente?


– Diante da natureza das horcruxes, tenho receio de elas terem algum tipo de proteção que possa ricochetear de volta em quem as tentar destruir. Por isso, nunca permiti que fosse tentado nada, enquanto não encontrássemos um feitiço ou um objeto absolutamente mágico que pudesse suportar o que quer que seja desencadeado. O problema é que não achamos nada ainda.


– E como vamos fazer, Professor?


– Precisaremos tentar com as possibilidades que temos hoje, Harry. Tenho algumas ideias sobre como podemos tentar destruir o diário, única horcrux que não tem o peso mágico dos demais objetos escolhidos por Tom, pois trazem também a força dos fundadores de Hogwarts... Mas, em relação a eles, o ideal seria termos alguma relíquia tão poderosa quanto...


– Como o quê?


– Como a espada mágica de Godric Griffindor, que está perdida há muitos e muitos anos. É por ela que estamos procurando, esse tempo todo.


– E se não a encontrarmos? Como faremos?


– Então precisaremos fazer uso de artifícios tão vis quanto as próprias horcruxes, mas as consequências disso são imprevisíveis, Harry.


– Eu não entendo, Prof –


Foram interrompidos por um barulho na janela. Dumbledore levantou a mão, fazendo sinal para que Harry se calasse e, num aceno de varinha, a abriu. Por ela entrou um patrono em forma de gato, postou-se na frente do diretor e disse “Alvo, eles chegaram”, antes de se desfazer.


Dumbledore conjurou o seu próprio patrono, e a fênix saiu pela mesma fresta por onde o gato entrara segundos antes, enquanto Harry olhava curiosamente para o diretor.


– Seus pais e os Weasley chegaram, Harry. Pedi que Minerva os encaminhassem para cá, mas que ela não se afastasse de Gina.


O alívio que sentiu ao ouvir que os pais estavam em Hogwarts foi tão grande que nem questionou o motivo que os havia levado até lá.


– Harry, vamos aguardar notícias de Jonathan e, tão logo quanto possível, testaremos o que tenho em mente para destruirmos o diário. Agora, se me permite, preciso encaminhar algumas outras instruções, enquanto as nossas visitas não chegam. Por favor, você poderia guardar a Penseira no armário pra mim?


Harry pegou a Penseira e o que mais estava na mesa do diretor e colocou dentro do armário. Nesse meio tempo, ele olhou os curiosos objetos que estavam ali dentro, mas nenhum lhe parecia tão importante ou poderoso quanto seria a espada de Godric Griffindor.


Olhou para o surrado chapéu seletor, inerte, em um canto escuro de uma prateleira mais baixa. Dumbledore continuava ao pé da janela, soltando feixes brancos que Harry sabia serem mensagens urgentes.


Segurou o Chapéu Seletor com curiosidade e o colocou na cabeça. O chapéu desceu sobre seus olhos, da mesma forma de quando foi selecionado para a Grifinória, no seu primeiro ano.


– Muitas caraminholas, Harry Potter... – falou com a voz preguiçosa o chapéu, como que acordando de um longo sono. – A procura mais difícil é pelo que está à sua frente e, mesmo assim, você não enxerga. Tudo o que você precisa está na sua cabeça e no seu coração. Una necessidade, vontade e oportunidade, que tudo se resolverá!


– Mas eu não sei como fazer isso!


– Melhor do que “como fazer”, você saberá “quando fazer”. Por mais que eu tenha cogitado lhe mandar para a Sonserina, realmente, você não caberia lá... Nenhum sonserino teria dúvidas sobre o que fazer agora, já teria fugido. Não esqueça, Harry Potter: só tem dúvidas quem sabe o que pode perder com uma decisão mal tomada.


Harry se sobressaltou com a batida na porta e tirou o chapéu rapidamente, surpreendendo-se por Dumbledore ter voltado à sua mesa e o observar. O chapéu voltou à forma, como se nada tivesse acontecido, e Harry o devolveu ao seu lugar, constrangido.


A porta da sala se abriu, dando passagem para uma chorosa Sra. Weasley, amparada por Lily, e os dois pais, preocupados. O diretor conjurou mais cadeiras e pediu que todos se sentassem. Lily deu um abraço apertado no filho e se sentou ao seu lado.


– Alvo, o que aconteceu com a minha menina? Ela... ela... Oh, Merlin! – perguntou a Sra. Weasley, caindo no choro.


– Molly, Ginevra sofreu um aborto espontâneo durante a partida de Quadribol.


– O QUÊ? – exclamaram, ao mesmo tempo, Harry e Sr. Weasley.


– Eu tinha certeza de que você não sabia que ela estava grávida, meu filho! – suspirou aliviada Lily.


– É claro que eu não sabia! Nunca teria concordado com ela indo jogar! E nem ela devia saber, não teria se arriscado numa partida tão perigosa e... Merlin! Gina estava grávida! Nos últimos dois dias ela estava tão pálida e estranha, eu devia ter desconfiado que havia algo errado, mas achei que fosse tensão, por causa das provas e da final de quadribol! – lamentou-se.


– Mas como você pode afirmar que ela sofreu um aborto espontâneo se levou um balaço no estômago, que a derrubou da vassoura? – Sr. Weasley inquiriu.


– Minerva estava observando Ginevra a meu pedido, durante toda a partida, enquanto eu mesmo observava Harry. Éramos a guarda deles na arquibancada. Gina começou a sangrar antes de receber o balaço. Ela não caiu porque foi atingida; ela foi atingida enquanto escorregava da vassoura, já desfalecendo.


– Por que ninguém havia me dito nada disso? – Harry perguntou.


– Porque não queríamos chamar a atenção de ninguém na ala hospitalar de que ela estava grávida ou mesmo que vocês estão juntos, Harry. – explicou Dumbledore. – E asseguro-lhes que Ginevra já foi medicada, está fora de perigo e, de acordo com Pomona, não deve ter sequelas. Ela ainda está muito fraca, pois perdeu muito sangue, e deverá ficar os próximos dois dias na ala hospitalar.


Os Weasley agradeceram e pediram para ficar com a filha naquela noite. Dumbledore se prontificou a levá-los até a ala hospitalar e deixou os Potter sozinhos na sua sala.


– Mãe, o que está havendo? Por que vocês vieram para a escola hoje?


– Meu filho, desde a noite das Fogueiras de Beltane eu estou monitorando vocês dois. Como você bem deve se lembrar, aquela foi uma noite muito poderosa, em que vocês praticaram um ritual ancestral de fertilidade. A chance de Gina engravidar era imensa e depois do que lhe aconteceu naquela noite, o encontro com o Sr. Olivaras... bem... nós tivemos receio de... de que...


– Tivemos receio de que a parte de Voldemort que estava em você fosse para a criança. – Tiago completou.


– E isso é possível? Merlin, esse cara não morre nunca?


– Harry, esse aborto não foi comum. Gina estava fraca demais, quase consumida. O corpo dela lutou contra o feto como pôde, até quando não suportou mais. Eu a examinei antes de sairmos de lá, e posso lhe garantir que ela conseguiu se livrar daquela... daquela coisa!


– Mas era nosso filho! Seu neto! Como a senhora pode se referir a ele desse jeito?


– Sinto muito, mas aquilo não era filho ou neto de ninguém, era fruto de um ritual de magia ancestral com algo muito, muito perverso e desprovido de qualquer humanidade... Estou feliz pois vocês estão, dentro do possível, bem. Sei que é difícil, mas vocês vão precisar superar isso juntos.


– Mas é só o que a gente faz: tentar superar as coisas loucas todas que nos acontecem! E muito me admira vocês desconfiarem disso e não nos alertarem! – desabafou, a zangado por terem, mais uma vez, ficado no escuro.


– Era uma chance pequena de acontecer, vocês já tinham sofrido tanto, não queríamos sobrecarregá-los com isso... – Lily tentou justificar.


– MAS SERÁ POSSÍVEL QUE VAMOS SER TRATADOS COMO IDIOTAS INCAPAZES DE LIDAR COM OS ACONTECIMENTOS PARA SEMPRE?


– Ei! Fale direito com a sua mãe! Ela tentou te poupar de uma preocupação com algo que poderia não se realizar, entre as milhares de ameaças reais a que vocês estavam submetidos!


– Pode deixar, Tiago! – Lily pediu que se calasse. – Não seja mimado, Harry! O mundo não gira ao seu redor! Você está sendo ingrato com todas as pessoas que se arriscaram para manter você vivo e bem! – respirou fundo, antes de prosseguir. – Entendo a sua frustração, concordo que, no caso específico do que ocorreu com Gina, teria sido melhor que tivéssemos lhes dito as nossas desconfianças, mas você não pode se esquecer de que sou sua mãe e que eu quero te proteger e que eu tenho medo que... que você... – não conseguiu continuar a falar, começou a chorar.


Harry a abraçou apertado, pedindo desculpas e tentando reconfortá-la. Ele sabia que não poderia garantir que os medos dela não se concretizariam, mas ia tentar, como todas as forças, sobreviver. Ela o abraçou de volta, enquanto se recompunha.


Então Harry escutou uma voz fraca e sonolenta na sua cabeça: “Harry? O que está havendo? Onde você está, que não está aqui, comigo?”. Tocou na sua tatuagem e respondeu: “Foguinho, estou a caminho! Fique calma, estou chegando!


– Gina acordou, preciso voltar para a ala hospitalar agora! – levantou-se e saiu da sala, antes que os pais pudessem reagir.


Correu ruidosamente pelos corredores, seguido ao longe por Tiago e Lily. Chegou à porta da ala hospitalar e encontrou Ron, Hermione e Liam lá, como se estivessem de plantão.


– Dumbledore chegou com meus pais e pediu que nós aguardássemos aqui fora, enquanto conversam com Gina, que acabou de acordar. – explicou Ron à pergunta não feita pelo amigo, que estava sem fôlego da corrida.


– Pai? – exclamou Liam, divisando Tiago se aproximando, também ofegante, seguido de Lily. – Mãe? O que está havendo?


Tiago deu uma batida de leve no ombro de Harry, incentivando-o a entrar na ala hospitalar, indicando que eles explicariam aos garotos a situação, quando recuperassem o fôlego.


Harry abriu a porta e recebeu um olhar reprovador da Madame Pomfrey, mas, antes que ela pudesse expulsá-lo de lá, correu até onde Gina estava, ainda confusa, ladeada pelos pais e pelo diretor.


– Harry! – exclamou a garota quando o viu, e começou a chorar.


O garoto sequer ouviu a enfermeira lhe chamando atenção, ou mesmo o que o Sr. Weasley conversava com Dumbledore, enquanto a Sra. Weasley ainda chorava. Não parou enquanto não subiu na cama onde a ruiva estava e a abraçou, com cuidado.


– Eu... Harry... Desculpa... Eu não sabia... Não sabia que... – ela tentava falar entre acessos de choro.


– Foguinho, calma. Eu sei que você não sabia... Nenhum de nós dois poderia ter imaginado isso...


Os adultos se afastaram da cama, dando-lhes privacidade, e Harry contou para ela o que, de fato, havia acontecido. Gina não conseguiu reprimir um esgar de nojo, ao saber que tinha carregado brevemente um parte de Voldemort no ventre.


– Eu não sei te explicar o que eu estava sentindo, Harry. Estava sempre cansada, dormindo mal, mas achava que era por estar preocupada com você e também por conta das provas de final de ano... Havia momentos em que eu chegava em lugares sem saber como tinha ido até lá... Essa semana me perdi nos corredores do 2º andar, e olha que as minhas aulas eram para o outro lado!


– E agora, como você está se sentindo?


– Ainda me sinto fraca, como se tivesse passado semanas acordada! Mas, ainda assim, sinto-me muito melhor do que antes!


Gina se aninhou aos braços de Harry e, em instantes, caiu no sono. O garoto desvencilhou-se lentamente dela, a contragosto, mas sabia que ela precisava descansar. Além disso, não poderia passar a noite com ela, precisavam manter a relação deles em segredo.


Ainda ficou uns minutos velando o sono da ruiva, deu-lhe um beijo e foi ter com os demais. Os Weasley deram um abraço no garoto e voltaram para próximo de Gina.


– Acredito que não será problema algum você ficar de plantão aqui, Lily! Pomona agradecerá a ajuda!


– Claro que sim, Alvo! Será um prazer tê-la aqui, Lily! Venha comigo, vou lhe mostrar onde você poderá ficar.


As mulheres seguiram para perto dos aposentos de Madame Pomfrey, e a porta da ala hospitalar se abriu mais uma vez, dando passagem para Sirius e Lupin.


– Apesar de ter me dado um pouco mais de trabalho para entrar na escola, preciso admitir que vocês fizeram um excelente trabalho em fechar as entradas de Hogsmead à escola! – Exclamou Sirius, ao cumprimentar Dumbledore.


– Agradeço ao peculiar conhecimento do nosso Professor de Defesa Conta Artes das Trevas das entradas e saídas desta escola. – o Diretor apontou, fingindo não perceber a troca de olhares entre os marotos. – Também foi ideia dele que apenas os professores conseguissem permitir a entrada na propriedade.


– Assim podemos restringir o acesso de eventuais visitantes indesejados... – completou Lupin.


Lily retornou, abraçou os filhos e o marido e pediu que os visitantes fossem embora, pois Madame Pomfrey queria garantir o pleno descanso dos que passariam a noite na ala hospitalar. Os adultos acompanharam os garotos até o retrato da Mulher Gorda.


– Qualquer coisa, use o espelho! Almofadinhas e eu ficaremos por perto! – o pai sussurrou ao seu ouvido, quando se despediram.


Dado o avançado da hora, a sala comunal estava vazia. Ron e Hermione estavam claramente ansiosos para conversar com Harry, e esperaram Liam se despedir para irem para uma sala de aula vazia próxima. Imperturbalizado o ambiente, o garoto lhes contou o que havia acontecido à Gina, sob o olhar incrédulo dos dois. Depois, falou da criação da nova horcrux e da morte brutal de Lúcio Malfoy.


– Caraca! Você Sabe Quem conseguiu ultrapassar todos os limites! Tenho até medo de pensar no que mais ele pode fazer!


– Não quero nem pensar nisso agora, Ron! E espero que ele demore para se recuperar dessa última atrocidade, porque ainda precisamos descobrir como destruir estas malditas hoscruxes! – Harry completou.


– Acho que precisamos pensar em um problema por vez, senão, enlouqueceremos! – Hermione ponderou. – Sobre o ocorreu com Gina, não há nada que possamos fazer agora, que não seja deixá-la descansar e apoiá-la, é a parte fácil. O difícil vai ser, realmente, a destruição desses pedaços malignos dele...


– Dumbledore falou que, diante da situação em que estamos, talvez precisemos usar de armas tão malignas quanto as próprias horcruxes!


– É isso o que me preocupa, Harry! Tudo o que se faz traz consequências, e utilizar magia negra corrompe as pessoas... É como se ela cobrasse um pedágio para quem a utiliza, sabe? Se Dumbledore planeja utilizar essas coisas, realmente, não faço ideia de quais serão as consequências...


Um silêncio pesado caiu entre eles, cada um perdido em seus próprios pensamentos, tentando prever que coisas ainda piores poderiam acontecer.


– E Malfoy? Vocês acham que ele vai se manter fiel a Você Sabe Quem?


– Não faço a menor ideia, Ron. Espero que a raiva e vontade de se vingar de Voldemort sejam maiores do que a sua inclinação para as artes das trevas! Caso contrário, Draco poderá ser tão perigoso quanto o seu mestre, pois é imprevisível e descuidado...


Mesmo não tendo chegado a nenhuma conclusão que pudessem ajudar na destruição das horcruxes, desabafar com os amigos lhe ajudou a ver as coisas com mais clareza.


Sob protestos por ter sido, mais uma vez, acordada e promessas de que os deixariam do lado de fora da Torre da Grifinória, a Mulher Gorda finalmente os deixou entrar, depois de Ron ameaçar cantar pra ela.


Só quando deitou na cama, após um banho demorado, Harry teve real noção do seu cansaço. Antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa, afundou no sono.


* * * * * * * * *


Harry acordou quase na hora do almoço, naquele domingo. Levantou-se apressado, rumo à ala hospitalar. Ao chegar lá, todo o time de Quadribol da Grifinória estava visitando Gina, que aparentava estar muito bem, a despeito das circunstâncias.


Falou com ela formalmente, sentou-se numa das camas, juntos a alguns dos colegas, um pouco mais longe dela. Tocou discretamente a sua tatuagem – quem o olhasse, achava que estava se alongando –, e disse, para que só ela ouvisse:


– Foguinho, precisei sair ontem, para que você descansasse melhor. Como se sente?


Gina passou a mão displicentemente pelo pescoço, olhando para Dino, que contava como havia sido encerrada a partida.


– Imaginei, Harry! Estou melhor, sua mãe estava conversando comigo hoje pela manhã, antes de ser aberto o horário de visitas.


– Onde ela está?


– Ela prefere não ser vista pelos alunos, para que não percebam a nossa ligação... No momento, ela está descansando um pouco, no quarto que Madame Pomfrey reservou pra ela.


– Falando na enfermeira, acho que nosso tempo se esgotou... – Harry comentou, ao ver a senhora se aproximando de onde o ruidoso grupo estava.


– O horário de visitas está encerrado! Por favor, vão saindo! Srta. Weasley precisa descansar!


O time se despediu da garota, que agradeceu alegremente a visita. Harry se encaminhou com os outros, sem olhar para a ruiva, mas “falou” um “Mais tarde eu volto, ruiva!”, a que ela respondeu com um “É bom mesmo!”.


* * * * * * * * *


Harry e Ron sentaram-se para almoçar, quando foram abordados por Hermione, beirando a histeria, porque as provas começariam na manhã seguinte, e eles não tinham feito revisão alguma no dia anterior.


Ela os puxou para fora do castelo, mais precisamente para a grande faia perto do lago, para que pudessem aproveitar um pouco o raro dia ensolarado e estudar.


Harry não estava com muita cabeça pra estudar, então não compartilhou da neurastenia da amiga, que folheava livros e pergaminhos furiosamente, deixando Ron e Neville, que os tinham acompanhado, tontos.


Ficariam sob a árvore até o último raio de sol, e depois seguiram para o salão principal, cheio de alunos para o jantar. Harry havia reparado que a mesa da Sonserina estava de luto desde o almoço, mas à noite as grandes faixas pretas se destacavam mais, trazendo à mente de Harry os acontecimentos da noite anterior: “Será possível que isso tenha ocorrido há apenas 24h?”, perguntou-se.


Terminou o jantar e seguiu com os demais rumo à Sala Comunal da Grifinória. No meio do caminho, aproveitando a cobertura dos amigos, desgarrou-se do grupo, pôs a sua capa e foi até a ala hospitalar.


Ao abrir a porta, encontrou Gina impaciente, argumentando com Madame Pomfrey:


– Mas eu já me sinto bem, será que eu não podia voltar para a Sala Comunal? As provas começam amanhã, eu não revisei nada estes últimos dias!


– Srta. Weasley, para o seu pleno reestabelecimento, é recomendável que você pernoite aqui hoje. Mas não se preocupe, amanhã bem cedo você provavelmente será liberada.


– E eu virei te buscar, Foguinho!


– Harry! Achei que você não viria mais! – falou, com uma ponta de mágoa.


– Eu lhe disse que vinha, não foi? Só consegui despistar os demais por agora, mas não deixaria de vir ver com as mãos se você tinha melhorado! – deu aquele sorriso de amolecer pernas, e ela agradeceu por estar deitada.


– Meu filho, nunca imaginei que você herdaria as péssimas cantadas do seu pai... Quanto desgosto! – Lily fez graça, aproximando-se do grupo. – Pomona, eu estava precisando de um pouco de essência de mandrágoras, será que você poderia me ajudar?


A enfermeira levou Lily até os armários. A ruiva deu uma piscada de olho significativa para o casal e começou a fazer perguntas para Madame Pomfrey sobre diversas substâncias, deixando os dois mais à vontade para conversarem.


Conversaram sobre o que fizeram durante aquele dia, mas nenhum dos dois quis tocar nos assuntos dolorosos dos últimos tempos. Fizeram um acordo tácito de apenas aproveitar a presença um do outro, evitando mergulhar nas sombras, que só cresciam.


Já passavam das 23h quando Lily voltou, para dar o recado de que Dumbledore havia pedido que Harry fosse até a sua sala. O garoto se levantou, alerta, despediu-se das duas ruivas e foi até os aposentos do Diretor.


Foi uma voz abatida e fraca que pediu que Harry entrasse na sala. O garoto olhava atentamente para Dumbledore, registrando os olhos rasos d‘água.


– Perdão por tê-lo chamado em hora tão avançada, mas é realmente um assunto urgente.


– Professor, o que houve?


– Jonathan morreu. Há pouco.


– Oi? Como assim?


– Não sei como aconteceu, tampouco onde está o corpo dele neste momento, mas não são muitas as opções, Harry. Ele morreu conferindo os locais onde encontramos as horcruxes...


– E como o senhor sabe que ele morreu?


– Jonathan era o último de uma linhagem ancestral bruxa, tão antiga quanto os Malfoy e tão “traidora do próprio sangue” quanto os Weasley. E, a exemplo daquele relógio fantástico de Molly, Jonathan também tinha um relógio que marcava os acontecimentos da sua vida.


Dumbledore mostrou a Harry um relógio de bolso, dourado, ricamente incrustado de rubis. O garoto manuseou o objeto, mas não havia ponteiros.


– Eu não entendo, senhor.


– Desde a ascensão de Tom, o ponteiro de Jonathan marcava “perigo mortal”. Ele deixava o relógio comigo, para que eu soubesse que ele estava vivo, durante as perigosas pesquisas que ele fazia. E hoje, o nome dele desapareceu e o ponteiro sumiu, como ele havia me alertado que aconteceria, quando morresse.


Harry afundou na cadeira atrás de si. Escutou o eco das palavras da mãe no dia anterior, lembrando-lhe de quantos se arriscaram e ainda se arriscam por ele. Isso não podia continuar! Não era justo!


– Eu sinto muito, senhor! A perda do Professor Ellis é inestimável!


Dumbledore conjurou duas taças e uma garrafa envelhecida de hidromel. Levantou-se, encheu-as e ofereceu uma a Harry.


– A Jonathan! – falou o diretor, com a voz embargada.


Harry repetiu o brinde e bebeu da sua taça. O garoto reparou que os antigos diretores também saudaram Professor Ellis, e o garoto percebeu quão pouco sabia da história da vida dele.


– Harry, é hora. – sentenciou Dumbledore, depositando a taça na escrivaninha. – Jonathan acreditava que Tom tentará nos atacar no solstício de verão, daqui a dois dias, e não duvido que isso ocorra. Inclusive, não duvido nem mesmo que, diante das circunstâncias, ele adiante o ataque! Mas, antes de darmos prosseguimento, eu preciso que você me prometa uma coisa: que seguirá as minhas ordens.


– Claro, senhor!


– Você seguirá as minhas ordens, não as questionará e nem hesitará, mesmo que eu peça que você me deixe e se salve?


– Mas, mas...


– Posso contar que você seguirá o que eu lhe pedir, Harry? – reforçou, incisivamente.


– Sim, senhor. Farei tudo o que o senhor determinar.


– Ótimo! Precisamos correr, então! Ponha a sua capa e me siga.


Dumbledore abriu várias arcas, uma dentro da outra, como se fossem matrioskas, até tirar, de lá, uma caixa menor, contendo as horcruxes encontradas. Seguiram até a torre da Grifinória, para que Harry pegasse o Diadema que estava sob o seu poder, enquanto o diretor conversava animadamente com a Mulher Gorda.


De posse do que tinham ido pegar, rumaram para o sétimo andar, e Harry entendeu que estavam se dirigindo para a Sala Precisa. Dumbledore pediu, baixinho, que o garoto permitisse que ele imaginasse o local, e deram as três voltas no corredor, enquanto Harry se esforçava para não pensar em nada.


Quando abriram a porta, deram para a mesma sala que Harry havia encontrado o Diadema perdido.


– Pedi para acessar a todas as coisas que estivessem escondidas na sala. – Dumbledore respondeu à pergunta muda.


– E nós vamos procurar a espada de Gryffindor?


– Infelizmente, ela não está aqui, meu caro. Desde que você achou o Diadema nesta sala, a frequento, esporadicamente, desejando encontrar a espada. Após muitas tentativas, posso garantir que aqui ela não se encontra.


– Então o que vamos procurar?


– Potenciais objetos malignos que tenham o poder de destruir as horcruxes. Mas tome cuidado, não toque em nada! Vamos nos dividir e, se você achar alguma coisa, solte faíscas verdes. Se estiver com problemas, faíscas vermelhas.


– Voltamos ao Labirinto do Torneio Tribruxo, senhor?


– Espero que não, Harry... Espero que não...


Percorreram muitos metros de estantes. Ocasionalmente, Harry chamava o diretor, que analisava as coisas que o garoto achava, separando algumas. Achou esqueletos de criaturas com 5 pernas, freesbees dentados e muitos itens proibidos em Hogwarts, como penas de repetição rápida.


Não era difícil se distrair dentro daquela sala. Harry levou um choque ao tocar em uma máscara estranha, saltou para trás e esbarrou num grande armário, que se abriu, mostrando sete vassouras de aparência antiga.


Dumbledore apareceu onde o garoto estava, guaido pelo barulho, varinha em punho. Harry lhe mostrou o armário de vassouras e o diretor soltou um risinho.


– Quando eu estava no segundo ano, o time da Sonserina desistiu de jogar a final de Quadribol, pois as suas vassouras tinham estranhamente sumido, e não queriam jogar com as da escola... À época, Professor Dippet não conseguiu achar os culpados, e suspendeu a premiação daquele ano. Lembre-me de contar a ele que encontramos estas vassouras! – falou, divertido, tocando as gravatas da Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa, amarradas a cada uma delas. – Vou voltar para o outro lado, tome cuidado!


Harry voltou à procura pelo que não sabia que devia achar. Depois do que considerou horas, Dumbledore o chamou para o que parecia ser o centro da sala, um ambiente circular, sem estantes.


O diretor abriu a caixa das horcruxes, tirou o Diário de dentro dela e a depositou no chão, próximo dos seus pés. Harry colocou o Diadema junto da caixa e acompanhou com o olhar Dumbledore distribuir, numa grande mesa, os objetos que haviam catalogado na sala.


– Professor, porque não tentamos fazer isso antes?


– Como eu já havia lhe explicado, o que vamos fazer agora é bastante perigoso, não queria ter que chegar a este ponto... Além disso, as coisas muitas vezes acontecem quando têm que acontecer!


Dumbledore afastou Harry da mesa, pediu-lhe que se mantivesse atento e alerta, e começou a tentar utilizar os objetos, em vão. Nada parecia danificar o Diário, e Harry começou a se desesperar.


– Harry, por favor, se afaste. Precisarei atacar diretamente o Diário, e pode ser que algo seja desencadeado nesse processo.


O garoto foi para detrás de uma estante próxima, postou-se alerta ao que estava para acontecer. Dumbledore começou a lançar variados feitiços na horcrux, refletindo no teto alto da Sala Precisa diversas cores.


O diretor baixou o braço, ofegante. Neste momento, o Diário se abriu, e começou a passar as folhas rapidamente. A poucos metros dele, as demais horcruxes começaram a vibrar, aproximando-se. Do Diário ergueu-se a imagem translúcida de Tom Riddle, que Harry reconheceu da lembrança de Hagrid.


– Dumbledore? – exclamou a versão de Tom Riddle, reconhecendo o diretor.


– Olá, Tom. – responder Dumbledore calmamente, fazendo um gesto para que Harry se mantivesse atrás da estante.


Quando as horcruxes se uniram, a imagem dele ficou mais opaca. Seus olhos sem vida percorreram a sala, reconhecendo a sua localização.


– Não sabia que você conhecia esta sala, Dumbledore! – provocou a imagem, ainda percorrendo furiosamente com o olhar os arredores da sala.


– Admito que soube da sua existência a relativo pouco tempo. Se a conhecesse na época da escola, talvez as coisas tivessem sido bastante diferentes, não acha?


– Então você encontrou todas as minhas horcruxes, hã? Como um velho como você fez isso?


– Não foi nada difícil. Qualquer um que as quisesse encontrar o faria, você sempre pecou pela obviedade, Tom.


O rosto da imagem ficou reluzentemente branco, e Harry imaginou que a sombra de Voldemort estava corando de raiva. O garoto desejou que Dumbledore não o ficasse provocando. Sentia arrepios na nuca, mesmo mais distante da criatura.


– Não é o que me contaram, “professor”! – cuspiu a imagem, apontando para as demais horcruxes no chão.


– Se você completo sempre foi equivocado, o que se pode dizer de seus fragmentos?


Harry quase gritou para que Dumbledore parasse de provocá-lo, mas precisava se conter. O diretor havia lhe pedido que obedecesse, e era o que podia fazer, neste momento.


– Se você precisou procurar pelas minhas horcruxes, é porque eu realmente me tornei o maior bruxo das trevas deste século! – exclamou, de forma petulante, a imagem.


– Sem dúvida alguma, Tom. Você conseguiu se tornar exatamente isso, embora eu não entenda como algo para se orgulhar... O que você nunca compreendeu é que a vida é como uma partida de Quadribol: mesmo que você tenha chance de ganhar, se não agir de forma correta com os demais, estes podem se unir e boicotar, com toda a razão, o seu momento.


A imagem de Voldemort olhava confusa para o diretor, mas Harry havia captado a mensagem. Foi, pé ante pé, até o armário onde havia encontrado as vassouras, montou em uma e pegou outra para Dumbledore, voltando em seguida para o seu esconderijo.


– Agora, eu só preciso que você me mostre que está pronto! – falou Dumbledore, para a estupefata imagem de Tom Riddle.


– VOCÊ ESTÁ LOUCO? NÃO FALA NADA COM NADA! O QUE MAIS EU PRECISO FAZER PARA QUE VOCÊ RECONHEÇA QUE EU ESTOU MAIS DO QUE PRONTO?


Enquanto Voldemort bradava, impaciente, Harry percebeu deixa e voou até Dumbledore, entregando-lhe a vassoura.


– Agora vá, Harry, que o seguirei em breve!


– Mas, senhor...


– Vá agora! – Dumbledore ordenou.


Harry guindou a vassoura em direção à porta. Só neste momento ele percebeu o quanto se deslocaram dentro da Sala. Então Harry ouviu uma explosão e, quando olhou pra trás, viu o fundo da sala ardendo em chamas.


Conseguiu divisar Dumbledore se aproximando e fez menção a esperar por ele, mas o diretor gritava para que ele continuasse em frente. O fogo avançava muito rápido, e Harry ficou com medo de não conseguirem chegar até a porta. Por ter momentaneamente parado, o garoto perdeu velocidade e o diretor acabou emparelhando com ele, nos últimos metros.


Dumbledore fez um feitiço que abriu a porta rumo ao corredor, Harry passou e ele o seguiu, fechando a porta atrás deles. Por conta da velocidade que vinham, trombaram na parede com estrépito, e ouviram a onda de fogo bater na parte interna da porta da Sala Precisa, que se consumiu, até desaparecer na parede.


– O senhor acha que as horcruxes foram destruídas?


– Nada sobrevive a fogomaldito, Harry. Infelizmente, nem a Sala Precisa. – falou o diretor, levantando-se e passando os dedos por onde antes era a porta. – Perdão pela situação, mas foi a única ideia que me ocorreu, no momento.


– O senhor está brincando? Conseguimos nos livrar de todas as horcruxes de uma vez, isso é motivo para comemorarmos! Professor, será que –


Foram interrompidos pela chegada de um patrono, em forma de cervo.


– Lorde das Trevas e seus comensais entraram na escola.


A cor sumiu do rosto de ambos. Dumbledore pediu que Harry pusesse a capa e o seguisse, pois deviam ter chamado muita atenção para a sua localização, com todo esse barulho.


Enquanto desciam lentamente as escadas, analisavam os andares em busca dos invasores, mas não encontraram nada.


– Professor, poderíamos ir até a ala hospitalar? Minha mãe e Gina estão lá, estou preocupado. – pediu o garoto, após terem perguntado a alguns dos quadros se tinham visto alguma movimentação estranha e eles terem dito que estavam dormindo, mas que teriam acordado, caso tivesse havido barulho.


Entraram na enfermaria silenciosa e, quando se aproximaram da cama onde deveria estar Gina, viram-na vazia e, no chão, descordados, Madame Pomfrey, Lily e Snape.


* * * * * * * * *


Sim, sei que é inconcebível tanta demora, mas esse capítulo não foi fácil de ser escrito/planejado.
Além disso, infelizmente o meu tempo no trabalho está ainda mais corrido...


Bom, de qualquer forma, o exercício de fazer este capítulo já praticamente definiu os próximos dois (que, acredito eu, serão os últimos).


Beijo grande a todos, especialmente para o pessoal do comments: allissandra, AJTB, brunissimaaa, Juh Tralba, LuaVenas, Lulu Braga, Martha Weasley, MilaPotter, MP__Potter, potter e weasley, sophya black e Stehcec!


Nos vemos no #42!


:***

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Comentários (7)

  • sasa lovegood

    Muito boa a sua fic. Comecei a ler ontem e agora já estou ansiosa para o proximo cap.Parabéns!!! 

    2014-12-13
  • Fláh Tanganelli

    psrsbens adoro suas fics. a muito tempo que nao a lia paarabens 

    2014-12-11
  • Mariano Silva

    ótimo, você se superou nessa!   agora com Gina sequestrada, Dumbledore usando fogomaldito, e sem saber como apagar... o que acho muito estranho, por sinal... vamos esperar os últimos capítulos desta fanfic que SEMPRE tive esperança de ler até o seu final...

    2014-12-08
  • Prado Soares

    Heeeeeyyyyy... sabe, eu ja tinha lido a outra fic ha mt mt mt tempo... sempre soube da ‘‘continuação‘‘, mas acho que ela ainda tinha poucos capitulos... aí eu fui pegando esses dias fics antigas q eu sabia q gostava e - bem, é óbvio - cheguei até aqui :p fico feliz q saber q tem relativamente tao pouco tempo q vc postou, mesmo parecendo q esse cap demorou pra sair :p espero q nao deixe a fic sem final, pq ela eh realmente mt boa :D bjao!

    2014-11-14
  • Juh Tralba

    Oie oie! Como você pode?  Eles me raptam a Gina e você simplesmente pra colocar um mini sirto alá Harry Potter? AJOAKAOAAKOAKAOAEspero qur você poste mais rápido da próxima vez, fazia tanto tempo que tive qur reler alguns capítulos pra lembra do qye estava ocorrendo!  KAOAKAOAKAOAKAPAAKNão acredito que já tá acabando!  ;/Bjus até o #42 ;* 

    2014-11-03
  • Larissa Granger

    Aaaamando a fanfic! Quase que voce me mataa achando que nao ia postar mais! Reli a fan denovo toda tambem!! Apaixonadissima! Podia muuuito ter uma continuaçao a fanfic ne?De qualquer forma parabens!! Ta perfeeeito 

    2014-10-13
  • Láh Jane Weasley

    Aii meu Deus!!!!!Como é que tu tem  CORAGEM de terminar o capítulo nessa parte!?!?!?Ja tava entrando em abstinencia!Comecei, inclusive, a reler a fic, pois nem lembrava mais em que pé estava a fic desde a última atualização. S:Não consigo acreditar que já está acabando, lá vou eu de novo, começar o processo de desapego.Demais, demais, demais!Espero que encontres mais tempo para escrever para não deixar os leitores tão ansiosos.Até o próximo cap. Bjs, Láh. 

    2014-10-13
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