Faíscas



- Isso é um acinte! - bufava Karkaroff, andando de um lado para o outro.


- Dumbledorrre, o que significa isso? Só pode serrr uma brrincadeirra!! - Madame Maxime segurava com força os ombros de Louise, que fazia uma careta de dor, mas não se atrevia a falar nada.


- Talvez Potter tenha feito alguém pôr o nome dele no cálice, uma amiga próxima, quem sabe... - falou perfidamente Snape, que, assim como todo o corpo docente e os representantes do Ministério, estava na sala.


- Deve ter sido isso mesmo! E deve ter posto o seu nome como se fosse de outra escola, para não haver dúvidas quanto à sua escolha! - completou o diretor de Durmstrang.


- Eu não fiz nada disso! - indignou-se Harry, que até então estava em completo torpor, sem acreditar no que estava acontecendo. Karkaroff e Snape deram um riso sarcástico em resposta.


- Harry, você se inscreveu no Torneio Tribruxo? - perguntou Dumbledore, muito sério.


- Não. - respondeu de pronto.


- Você pediu pra alguém te inscrever?


- Também não.


- Se ele não fez nada, porque está inscrito? - inquiriu Karkaroff.


- Eu já disse que não fiz nada disso! - quase gritou de ódio, agora.


- Igor, por favor. - interveio Dumbledore. - Harry disse que não se inscreveu no Torneio e eu acredito nele.


- Então traga o Cálice e faremos a escolha novamente! Ou escolheremos mais um campeão para Beauxbatons e Durmstrang.


- Impossível, Igor! O Cálice se apagou, e só se acenderá daqui a cinco anos!


- Isso é um absurdo! - estourou. - Estamos na sua escola, sob a sua tutela, e você vai poder ter dois campeões? Eu lhes pouparei o trabalho de mudar o nome do Torneio! Vamos embora, Vitor! - puxou seu campeão pelo braço.


- Você não pode levá-lo, Karkaroff. - falou com uma voz monótona, pela primeira vez, Bartolomeu Crouch. - Ele está sob contrato mágico, e não pode abandonar o Torneio, assim como os outros três campeões.


- Bartô está certo. - apressou-se em dizer alguma coisa também Ludo Bagman.


Um silêncio constrangido pairou, e Harry sentiu o peso de boa parte dos olhares da sala. Karkaroff lançava um olhar cheio de ódio para todos de Hogwarts, e Madame Maxime também bufava de indignação.


- Estamos de acordo, então? - quebrou o silêncio o Sr. Crouch. A pergunta era apenas retórica; independente de acordo, o Torneio teria que se seguir. - Ludo, por favor...


- Obrigado Bartô! Pois bem, meus queridos. - sorriu, do seu jeito bonachão. - Antes de mais nada, parabéns por serem os Campeões. Chegar até aqui já é muito, e já prova quão valorosos são todos. - deu uma piscadela para Harry. - Então! A primeira prova acontecerá no dia 24 de novembro, e para testar o seu arrojo e coragem perante o desconhecido, não diremos o que será.


Entendendo que estavam dispensados, cada diretor estrangeiro pegou seu campeão e saiu confabulando, na sua língua, sobre o que poderia ser e o que fazer. Harry e Cho saíram juntos e seguiram em silêncio, até os corredores.


- Você é mesmo impressionante, Harry Potter! - a chinesa quebrou o silêncio.


- Você também acha que eu pus meu nome naquela porcaria de Cálice? - exasperou-se. Ela não se abalou.


- Isso é bem o seu feitio, Harry! E não precisa negar para mim... Eu sempre achei que faríamos uma dupla e tanto! - deu-lhe um sorriso cheio de segundas intenções.


- Olha, garota, eu sabia que você era doida, mas não imaginava que era tanto! Ponha uma coisa nessa sua cabecinha oca: Esse jogo não é em dupla, e, mesmo se fosse, eu nunca faria uma parceria com você.


- Quem desdenha quer comprar, meu querido. - ela mantinha a pose, inabalada.


- Talvez você tenha razão. - mudou o tom. - Talvez eu queira comprar, mesmo... - aproximou-se dela. - Um remédio pra demência, pra você! - virou-se e a deixou sozinha.


"Cada uma que me aparece!" - pensava, chutando tudo pela frente, até chegar ao retrato da Mulher Gorda. Ainda estava de cara fechada, quando cruzou a passagem e foi puxado para a Sala Comunal.


- Parabéns, Harry! - gritavam.


- Como você fez isso, hein? - McLaggen atravessou o mar de pessoas para lhe perguntar.


Harry estava com uma terrível dor-de-cabeça de raiva, passava direto pelas pessoas, procurando os amigos com o olhar. Encontrou Neville, Mione e Gina.


- Mione, cadê o Rony? - entreolharam-se e não disseram nada. - Hermione Jane Granger! Você também acha que eu pus o meu nome naquele Cálice idiota? - nem olhou para Gina; sabia que ela sempre pensava o pior dele.


- Não, Harry! - negou, rápida. - Eu sei que você não faria isso. Especialmente depois de se lembrar do aviso que você recebeu no trem. - Gina olhou de um para o outro, e viu que eles não iam dizer nada. - Mas Harry, você tem que entender -


- Eu não tenho que entender nada! Estou cansado de as pessoas sempre pensarem o pior de mim! Eu não tenho o mínimo interesse nesse Torneio! - explodiu, e foi para o dormitório, deixando os três boquiabertos.


Chutou a porta do quarto com raiva, e viu Rony sentado na cama, olhando para a lua, pela janela.


- Por que, Harry? - perguntou, magoado.


- Rony, eu não acredito!


- Eu é que não acredito! Você sabia o quanto eu queria participar desse Torneio!


- Você acha que eu enganei toda a escola e o Ministério, para ser famoso? É isso Rony? Eu achava que você era meu amigo, e que me conhecia o suficiente para saber que eu nunca faria isso. - jogou-se na cama e cerrou as cortinas.


- Eu também achava que você era meu amigo. - foi o murmúrio baixo de resposta do ruivo.


* * * * * * * * *


Dois longos dias depois da escolha, os campeões foram chamados para a pesagem das varinhas e para dar uma entrevista para o Profeta Diário. Harry atravessava o Salão Principal sob as vaias dos alunos da Sonserina, mas o que realmente o chateava era essa briga com Rony. "Como é que aquele ruivo idiota pensou que eu podia ter me inscrito?" - perguntava-se pela enésima vez desde a noite de 31 de outubro.


Entrou na sala reservada para a pesagem, e finalmente deu o seu primeiro sorriso desde o fatídico dia das bruxas. Correu para dar um abraço apertado nos pais, que vieram acompanhar o "campeão".


- Pai, eu tentei falar com o senhor desde sábado! O que houve?


- Harry, eu estava em missão pelo Ministério. - o pai era auror. - Pra ser bem sincero, eu acabei de saber que você é um dos campeões de Hogwarts. - falou sorrindo, e Harry fechou a cara, acompanhado por Lily.


- Tiago, tem horas que eu penso que tem titica na sua cabeça! - sibilou a mãe. - Você não para pra pensar nos perigos que o Harry vai passar?


- Por favor, eu não aguento mais discussões. - Harry pediu, cansado. - Eu tenho algo a contar, vamos para aquele canto. - e disse para os pais a história de Dobby. Lily e Tiago se entreolharam, e o pai assumiu um tom sério.


- Harry, vou averiguar o que pode estar acontecendo. Até termos uma resposta, quero que você me prometa que, qualquer coisa estranha, você vai procurar Dumbledore, certo? Ele tem como te ajudar, além de ser mais seguro para que ele nos ache.


- Pai, - perguntou, num tom baixo. - o senhor acha que eu me inscrevi nesse Torneio?


- Eu sei que você não se inscreveu. - respondeu, sem titubear. Aproximou-se, para que apenas Harry escutasse: - Mas se eu ainda estivesse na escola, com certeza teria me inscrito! - Harry sentiu o aperto no seu coração se desfazer um pouco. Ao menos os pais não duvidavam dele.


- Senhores Campeões, por favor, aproximem-se da mesa. - A voz de Ludo Bagman foi ouvida no salão.


O Sr. Olivaras olhava atentamente para cada uma das varinhas, agora depositadas na mesa de inspeção e pesagem.


- Lembro-me dessa varinha... Mogno, 23 centímetros, pena de hipogrifo fêmea... É uma excelente varinha, Srta. Chang. - com um feitiço, fez sair faíscas azuis de sua ponta. - Esta aqui está muito bem conservada, - falou, pegando a varinha de Louise. - Cedro, 30 centímetros, cauda de unicórnio... - com um gracejo, fez flores saírem da varinha.


Harry olhava preocupado para a sua, que, comparada às outras, parecia uma estaca de tão gasta e mal conservada; tinha marcas de dedos e estava um pouco lascada na base, enquanto que as outras varinhas reluziam, como se fossem novas.


- É uma Gregorovitch, certo? - Krum assentiu. - Bétula e corda de coração de Dragão? - impressionou-se. - 26 centímetros, um pouco mais grossa que o usual... - conjurou uma cadeira com ela. - Perfeito estado!


Então Olivaras virou seus olhinhos azuis para a varinha que sobrara, mal contendo a excitação.


- Ah, azevinho, 28 centímetros, cauda de Fênix. - ficou um tempo divagando, murmurando "interessante". Então percebeu que todos o olhavam, jorrou vinho da ponta da varinha e devolveu-a ao dono, aprovada na inspeção.


Então foram levados ao outro lado do Salão, para poderem tirar as fotos oficiais e serem brevemente entrevistados. Harry odiava aquilo tudo; não era tímido, mas não gostava de superexposição. Se tinha uma coisa que ele prezava, era privacidade.


* * * * * * * * *


A despeito da vontade de Harry, faltava apenas dois dias para a tal prova, e ele começava a se desesperar. Os Campeões de Hogwarts estavam proibidos de ficarem sozinhos na companhia de qualquer professor, para evitar favorecimentos e fraudes. Harry bem que queria conversar com Lupin melhor, mas o professor de DCAT não parava na escola; se não estava dando aulas, estava fora, fazendo sabe-se lá o quê.


O moreno agora estava cada vez mais sozinho; Mione tinha a sua pilha habitual de deveres a fazer, além de seus afazeres como monitora. Neville também tinha que se manter estudando, para poder passar no teste para o próximo curso que a profª. Sprout tinha arranjado pra ele, de Plantas Exóticas, no Brasil. E Rony agora era todo amores com o "cunhado" Dino, o que conseguia aumentar ainda mais a raiva de Harry.


Era um sábado já frio, e Harry estava perambulando em Hogsmead, pesando na tal tarefa, que ia se realizar na segunda. Fazia mais de uma semana que andava embaixo da Capa da Invisibilidade, sempre que possível. Especialmente depois dos "belíssimos" bottoms que os sonserinos fizeram, com os dizeres: "Apoiem Cho Chang! Potter Fede!". Estava cansado de ser vaiado e apontado, especialmente por algo que não tinha feito.


- Harry, é você? - perguntou Mione, quando ouviu a cerca em que estava apoiada, perto da Casa dos Gritos, ranger sob o peso de alguém se encostando.


- Desculpa o atraso. - ela fizera questão que ele saísse da escola, e agora a seguia até o Três Vassouras.


Depois de um grande esforço para passar sem que Harry fosse descoberto, sentaram-se numa mesa na ponta esquerda do salão. Ficou vermelha quando pediu as duas cervejas amanteigadas, Madame Rosmerta iria pensar que era doida.


- Você tem que parar de se esconder, Harry! - sussurrou a amiga, depois que a dona do bar trouxe as cervejas e se afastou.


- Mione, não começa. - retrucou, no mesmo tom. - Eu não quero - foi interrompido pela sonora gargalhada de Hagrid, que entrava no bar acompanhado por Moody e Tonks.


- Aurores? Em Hogsmead? Por quê? - perguntou à amiga. Então seu olhar se encontrou com o do olho mágico do auror, que cochichou algo e foi mancando até a mesa deles, sentando-se.


- Bela capa, Potter! - rosnou Moody, baixo.


Hagrid e Tonks sorriam, e Harry percebeu que Moody havia dito que ele estava ali. Foi uma boa tarde, apesar de ele não poder participar efetivamente da conversa (alguém poderia ouvir). Quando se despediam, Hagrid se aproximou.


- Vá com a capa até a minha casa hoje às dez da noite. - e saiu.


* * * * * * * * *


"Droga, eu devia ter colocado um casaco!" - pensou, com raiva. Tremia; estava apenas com as vestes, e a capa não o aquecia em nada. Não contente, tinha que se mexer devagar, já que há um bom tempo a capa não o cobria totalmente, e tinha que andar meio agachado.


Chegou à porta do amigo, e quando ia bater, ouviu alguém se aproximando. Correu meio desajeitado para a horta, rezando para que não tivesse sido percebido. Então viu Madame Maxime batendo à porta de Hagrid, que apareceu com um grande sorriso, e com a sua melhor roupa.


Deram os braços e começaram a caminhar. "Eu não acredito que Hagrid me chamou para segurar vela!" - resmungou, precisando quase correr para acompanhar o passo dos dois. Depois de uns cinco minutos de "caminhada" pela orla da Floresta, Harry boquiabriu-se.


Havia quase vinte homens, cuidando de quatros dragões. Os ouvidos do garoto zumbiam; ele estava francamente apavorado. "O que eles vão querer que a gente faça? Mate um deles?" - quase gemeu, quando viu o maior dos quatro debater-se em fúria, e cinco homens mandando sucessivos estupora para pará-lo.


- Oi, Carlinhos! - saudou o guarda-caça.


- Hagrid, não sei se é certo você trazer pessoas até aqui... - olhou, receoso, para a diretora de Beauxbatons.


- Ah, mas eu não podia guardar estes anjinhos só pra mim! Não são lindos, Olímpia? - Madame Maxime também tinha um olhar apavorado, mas concordou com Hagrid.


- Por que estão tão agitados? - perguntou o guarda-caça.


- Pediram que trouxéssemos dragões em período de nidação, e esse é uma fase muito conturbada para elas; são quatro fêmeas. - deu de ombros, desistindo de mandar Hagrid embora. - Este menor aqui é um Verde-Galês Comum, aquele cinzento-azulado é um Focinho Curto Sueco, e o vermelho é uma Meteoro-Chinês. O monstro negro - apontou para o maior de todos. - é um Rabo-Córneo Húngaro.


- E você acha que os campeões vão ter que fazer o quê? Lutar com eles?


- Acredito que só tenham que passar por eles. Mas eu não invejo o campeão que tiver que enfrentar o Rabo-Córneo Húngaro; a extremidade de trás é tão perigosa quanto a da frente. - apontou para o rabo do bicho, coalhado de pequenos chifres cor de bronze.


Harry arrepiou-se todo, e respirava aos borbotões. "Merlin, como eu vou passar por eles?" - olhava apavorado para o dragão negro. Depois que Hagrid e Madame Maxime se seguiram Carlinhos, para ver de perto os outros dragões, o garoto se virou e correu de volta para a escola, a cabeça a mil. Enquanto fazia o percurso, viu uma sombra se esgueirando pelas árvores, e ele a reconheceu como Karkaroff. "Só Cho ainda não sabe o que a espera..."


* * * * * * * * *


Harry passou o domingo todo na biblioteca. Mione e Neville ajudaram como puderam, mas não acharam muita coisa, já que não sabiam exatamente o que seria a prova. Estava desolado, pois sabia que não conseguiria deixar um dragão inconsciente nunca, se fosse isso o que pedissem.


Já era noite, e agora estava sozinho. A mesa transbordando de livros, e Madame Pince sempre trazendo mais, solícita como Harry nunca a vira. O semblante estava abatido, e o desespero aumentava a cada segundo.


- Oi, campeão. - Gina sentou-se ao lado dele, depois de ficar um bom tempo o observando, sem que ele percebesse.


- Por favor, Gina, eu não quero brigar. - falou, num tom baixo e triste.


- Olhe, eu vim aqui porque tenho algo a te dizer. - sabia que ia se arrepender, mas tinha que dizer. - Eu acredito em você. Sei que não pôs o nome no Cálice.


- Você acredita em mim? - perguntou, de queixo caído. - Liam me disse que você havia apostado que eu seria um dos campeões!


- Não sei por que, mas sei que você não fez isso. E quanto a essa aposta, talvez eu tenha algum parentesco com a profª. Trelawney. - gracejou, e Harry riu. - Você quer ajuda?


Harry não sabia o que estava acontecendo, mas não ia negar ajuda tão bem-vinda, especialmente dela. Ficaram muito tempo lá, olhando todos os livros que estavam na mesa. Quando terminaram, viram Madame Pince dormindo no balcão, e perceberam que era mais de duas da manhã.


- Harry, não adianta mais procurar nada; você tem que descansar.


Agradeceram a bibliotecária, e foram para a Sala Comunal. Harry ainda não sabia o que fazer, e o desespero voltar a tomar conta dele, e ela percebeu.


- Talvez estivéssemos pensando por um viés errado, Harry! - ele a olhava, confuso. - Olhe: se você só tiver que passar pelo bicho, não necessariamente tem que feri-lo; você pode arranjar outro meio de fazer isso. - ela sorria, confiante.


- Gina, eu não estou entendendo...


- Harry, você acha que um bicho do tamanho de um dragão teria agilidade suficiente para te pegar, naquela sua vassoura perfeita? - ele olhou para ela, começando a entender. - Basta um bom feitiço -


- Convocatório! - completou, sorrindo, aproximando-se dela. Ela sorriu de volta e ele a rodopiou no ar.


- Harry! Para! - ria, tentando fazer com que ele a pusesse no chão. Quando o fez, os corpos ficaram próximos, e não a soltou.


- Eu sei que vou estragar tudo, mas não posso evitar. - disse baixinho e a beijou.


Ela não queria corresponder ao beijo, mas seu corpo decidiu por ela. As mãos subiram pelo peito dele, e ela passou os braços pelo pescoço dele, acariciando seu cabelo. Ele a enlaçava pela cintura, feliz demais para acreditar que a estava beijando e ainda estava vivo!


Ela nunca tinha sido beijada desse jeito, tão urgente e carinhosomente, ao mesmo tempo. Quando percebeu, estava sendo deitada no sofá, em frente à lareira. Ele tentou se afastar quando, ao deitar o corpo sobre o dela, a ouvir dar um gemido, mas ela não permitiu.


Puxou-o para mais perto, e se perderam um no outro. Arrancou a gravata dele, e começou a desabotoar-lhe a camisa. Ele a beijava no pescoço agora, e uma das mãos acariciava seu rosto, enquanto que a outra subia perigosamente pela sua coxa. Ambos arfavam, esquecidos de onde estavam.


- Hem, hem!


Parecia que tinham jogado um balde de água fria na cabeça dela. Pior pro Harry, que foi jogado longe pela ruiva, que agora tentava se recompor. Ele não tinha escutado nada, e a olhava embasbacado, sentado no chão.


- Harry, - falou a cabeça nas chamas da lareira. - desculpa a interrupção, mas eu preciso falar com você.


- Sirius! O que houve?


- Tenho pouco tempo, e é realmente importante. As lareiras estão sendo vigiadas pelos três Ministérios, para que os Campeões não tenham ajuda externa.


Nesse momento, Gina se levantou, vermelhíssima, e tentou subir para o seu quarto, mas Harry não deixou e a fez sentar-se ao seu lado, segurando-lhe firmemente a mão. Ela estava tão passada de vergonha que não conseguia nem reagir. Sirius percebeu o constrangimento e deu uma risadinha.


- Vocês dois não se preocupem, que eu não vou contar a ninguém o pouco que vi aqui. Essa não foi a primeira vez que vi uma cena dessas, e algo me diz que não será a última. - Gina ficou ainda mais vermelha, e baixou a cabeça. - Mas Harry, me conte direito que história foi essa de que querem te matar!


O garoto sentiu a mão de Gina crispar, e ela levantou o olhar pra ele, que tentou ignorá-la, e contou tudo o que tinha havido rapidamente ao padrinho.


- O nome dele é Dobby? Você tem certeza?


- Tenho sim. Por quê? Você o conhece?


- Não tenho certeza, mas vou averiguar! - deu um sorriso fraco. - Preparado? É amanhã, não é?


- É sim. Dragões, Sirius.


- Dragões? Você tem certeza? - Harry assentiu. - Então é simples; o ponto fraco do dra - a conexão foi cortada. Harry ainda tentou evitar o olhar da ruiva, mas ela não ia desistir assim fácil.


- Que história é essa, Potter?


- Gina, você escutou, não foi? - rebateu, cansado. - Foi isso o que contei.


- Você deve dizer isso a Dumbledore! Alguém te inscreveu no intuito de te matar!


- Eu sei disso, e quem quer que tenha me inscrito, pensou nisso também; estou sob o tal ato contratual mágico; só saio da competição morto, ou quando acabar.


Um silêncio pesado caiu entre eles. Os dois ficaram ainda um bom tempo sentados, com seus pensamentos, nem se lembrando que ainda estavam de mãos dadas. Gina subitamente tirou a mão da dele e se levantou.


- Sobre o que aconteceu hoje... - ele também se levantou, e estava perigosamente perto dela, agora. - Esqueça.


- O quê? Tá doida, ruiva?


- Não estou, mas estava! Esqueceu-se de que tenho namorado?


- Acho que quem se esqueceu disso foi você! - retrucou, impaciente. Aquela briga não tinha pé nem cabeça! Ela se virou e subiu para o seu dormitório, pisando duro.


"Não adianta, ruiva! Nada vai tirar da minha mente a noite que tivemos!" - subiu para o seu dormitório, sorrindo. nem se lembrava que teria um dragão no café-da-manhã.


* * * * * * * * *


AVISOS: 1º. Aos que puseram a fic como favorita, por favor, não se irritem com os trocentos emails que receberão, ou então tirem a fic dos favoritos. Mesmo.


É que eu escrevo no bloco de notas, posto e reviso.


Se a cada alteração de capítulo for um email, sei que vocês vão encher o saco.


Essa alteração do Potterish foi errada; eles deviam dar a opção para que o autor mande avisar aos que puseram a fic como favorita por email.


2º. Não sei se vai dar pra postar algo até o fim de semana; então fiz esse capítulo meio gigante para os padrões da fic, tá?


3º. O de sempre, né? Obrigada pelos comments e votos! Bjos e até o #7. =D

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