Inferno



No dia seguinte, a escola inteira estava a par da aposta. Quando Harry entrou no Salão Principal para tomar café, muitos Corvinais e Lufa-lufas riram e fizeram pouco do desafio, mas nada se comparou à reação dos Sonserinos: tomaram para si a responsabilidade de fazer Harry ter a maior derrota da sua vida; em campo e fora dele.


Depois de uma aula particularmente desgastante DCAT, Harry resolveu reunir com o time durante o intervalo do almoço, para que se preparassem para o contra-ataque do time adversário.


- Ron, vá com Dino até a sala do quinto ano, chamar Sloper, Kirke e Creevey, que eu vou atrás da Gina. A gente se vê na Sala Comunal em 10 minutos.


Gina saíra apressada da aula de poções. Tinha que correr, pois tinha que entregar um livro de aritmancia na biblioteca antes que a fila ficasse muito grande, senão acabaria perdendo o almoço.


Passou célere pelos corredores cheios, esbarrando nos alunos e sentindo o tempo passar. Entrou no primeiro corredor lateral que viu para tentar cortar caminho, já que estes normalmente tinham menos alunos.


- Hey, Gina!


A ruiva se virou, e ficou surpresa por ter sido chamada por Draco Malfoy. Apertou seu material contra o peito, tendo um mau pressentimento.


- Não posso falar agora, estou atrasada, e –


- Por favor, espera! – ele a interrompeu, alcançando-a e segurando firmemente seu braço. – Eu só quero te dar um aviso.


- Se é pra me ameaçar por causa da aposta, não vai adiantar nada!


- Não é sobre isso! – falou num tom mais baixo, preocupado e pressuroso. – Era o que eu ia te dizer no trem, mas o Potter atrapalhou.


Gina o olhou surpresa; Draco Malfoy, preocupado e educado? Esse ela não conhecia! Olhou para o relógio e viu que não daria tempo de chegar à biblioteca. A curiosidade falou mais alto e ela deu de ombros, indicando que ele falasse logo.


- Afaste-se do Potter! – falou, depois de olhar nos corredores se realmente estavam sozinhos. – Estar perto dele é perigoso; daqui a pouco começarão a vir atrás de você!


- Você está me ameaçando? – indignou-se.


- Eu estou te dizendo o que está acontecendo! Harry Potter é uma bomba-relógio, e eu não quero que você exploda junto com ele! – para total espanto da ruiva, ele passou a mão carinhosamente no seu rosto.


- Estupora!


Draco perdeu os sentidos e caiu na direção de Gina. Se ela não tivesse os reflexos bons, teria caído com ele. Olhou para a outra ponta do corredor e viu Harry, fumaçando, ainda varinha em punho, com os olhos escurecidos e faiscando de ódio.


- Você enlouqueceu, Harry? Estuporando alunos em frente a uma monitora?


- Não enrola, Ginevra! – falou lentamente, e ela se sentiu arrepiar. – Quando você ia contar para o idiota aqui que estava ficando com o Malfoy?


- Pirou, garoto? – quase gritou. – Ele estava me dando um aviso –


- Não negue, ruiva! EU VI! Não foi ninguém que me contou, eu vi!


- Não tenho o hábito de mentir, como certas pessoas! E eu estou te dizendo o que aconteceu: ele veio me dar um aviso!


- Num corredor vazio, quase te beijando? O que você pensa que eu sou, para acreditar numa história dessas?


- Quer saber? Acredite no que quiser, eu não me importo! – virou-se para seguir seu caminho.


- Ah, não senhora! – falou, segurando o seu braço bruscamente e a virando para ele. – Você não vai me deixar falando sozinho de novo! Agora é SUA vez de escutar umas coisinhas!


- Me solta! Você está me machucando!


- Isso não é nada comparado ao que você me machucou! – rosnou, apesar de diminuir a pressão quando ela pediu. – Eu nunca esperei que você pudesse trair a sua família assim!


- Não fale pela minha família!


- Eu não imaginava que você fosse fria desse jeito! O que ele está te oferecendo, pra você passar uma borracha por tudo o que ele já fez pra você e para a sua família?


- Eu não te devo satisfações! – indignou-se, por estar sendo acusada de maneira tão cruel. – Não fale do que você não sabe! Você não tem nada com a minha vida!


- Ainda bem! E pensar que até pouco tempo tudo o que eu queria era estar na sua vida! – retrucou magoado.


Gina parou de se debater nos braços dele. Podia suportar qualquer coisa que viesse dele: raiva, indignação, mas desprezo, nunca! Como ia poder provar pra ele que não tinha nada com o Malfoy, se ele não acreditaria nela?


- Harry, eu –


- Me faça um favor: não me dirija mais a palavra; não me chame de Harry, eu não te dou esse direito! – parecia que ela tinha sido esbofeteada. – Serei obrigado a conviver com você, mas não me peça pra falar com você! Pode continuar frequentando a Armada, se quiser, mas farei de conta que não te conheço! – puxou o ar com força, tentando segurar a raiva. - E no quadribol, saiba que eu só não te tiro do time porque, infelizmente, você joga bem, e quadribol, para mim, é muito mais importante do que o que quer que eu sinta quando estou perto de você!


Ele a soltou no corredor, conteve a vontade de dar um belo chute na cara do Malfoy e seguiu por onde veio. “Faça bom proveito!" – falou, antes de sair das vistas dela.


* * * * * * * * *


O tal jogo contra a Sonserina estava marcado para dali a três dias, sábado 15 de março. Tinham que ganhar com uma boa diferença, mesmo, pois Corvinal vencera Lufa-Lufa com uma diferença de 250 pontos, o que os colocava disparados na frente em saldo de gols, no caso de empate.


Estavam treinando exaustivamente desde quatro da tarde; Profª. McGonagall havia liberado os jogadores das aulas da tarde, para poderem se dedicar ao treino, já que os adversários, na sua campanha para desestabilizar o time da Grifinória fora do campo havia reservado o campo nos melhores horários, restando pouca opção para Harry marcar os treinos.


Durante a última semana, a animosidade natural entre as duas casas tomou proporções alarmantes; o time da Grifinória tinha que andar sempre junto, especialmente depois que Creevey fora azarado pelas costas, quando saía da sala de feitiços. O artilheiro ficou dois dias na ala hospitalar, e desde então os sete eram obrigados a andar juntos, e eram escoltados por um bom número de colegas de casa, para onde quer que fossem.


Não contente em cercar o time nos corredores e nas salas, o time da Sonserina ainda conseguiu ‘quebrar’ as portas dos vestiários de tal forma que só abriam via alorromorra.


Neste meio tempo, Gina e Harry nem se olharam; ele firme na sua decisão, e ela indignada por ele ter sido tão estúpido. Mione percebera que algo fora do normal acontecia com o não usual relacionamento deles, mas Gina disse que não era nada. Ela perguntara a Harry também e este apenas disse que era impressão da amiga; não diria por nada no mundo que Malfoy e Gina estavam juntos.


Durante o treino, Harry descarregava na ruiva, gritando com ela até quando não tinha oportunidade, e ela respondia à altura. Na ultima meia-hora, só se ouviam os dois discutindo, mas, milagrosamente, jogando muito bem. Parecia que queriam provar que um era melhor que o outro.


De vez em quando Ron chegava perto de Harry o mandando maneirar.


- Não estou fazendo nada de mais. – se esquivou do amigo, virando a vassoura para onde os artilheiros estavam treinando uma finta.


- Eu tinha resolvido não me meter nessa história de vocês dois, mas não tá dando! – o ruivo o seguiu. – Você não conhece a Gina quando ela fica com raiva! Conselho de amigo, não provoque!


- Não estou provocando! – argumentou, e o amigo arqueou as sobrancelhas, em descrença. – Mais rápido, ruiva! – gritou, quando chegou mais perto dos aros onde os três treinavam.


Não haveria mais treinos até o jogo. Harry tinha que admitir que o time melhorara muito, mas sabia que o mérito não era seu ou dos seus gritos; foi a tal da aposta que motivou a todos a se dedicarem ainda mais.


Fazia mais ou menos meia-hora que o treino acabara; era quase dez da noite, e todos saíram de lá exaustos. Harry ficou o que ele pensou ser horas embaixo do chuveiro, preocupado; apesar de tudo o que estivesse acontecendo fora da escola, só conseguia pensar que tinham esse jogo pra ganhar, e que ele e Gina estavam irremediavelmente separados.


Por mais que não quisesse admitir ou dar algum crédito à ruiva, tinha que assumir que não acreditava que Gina e Malfoy tivessem algo. O tom dela fora sincero demais no dia em que ele os flagrara. Se o que ela disse fosse verdade, que tipo de aviso ele teria para dar a ela?


“Os dois são monitores, esqueceu?” – gritou uma vozinha chata na sua cabeça. – “Claro que eu não esqueci, especialmente depois da senhora detenção que eu peguei por ter estuporado aquele idiota!” – respondeu-se, mal-educado.


O que estava lhe tirando a certeza era a apatia da ruiva na última semana. E sabia que ela não tinha nem falado com o loiro porque, bem ou mal, passaram a semana inteira andando juntos.


“E se ela estiver triste justamente por sentir falta do Malfoy?” – insultou aquela já conhecida vozinha chata. – “Não é por causa dele; eu não sei por que é, mas eu sinto que não é por causa dele.”


Balançou a cabeça, tentando afastar esses dilemas entre seus ‘amigos imaginários’ e saiu do chuveiro. Havia acabado de pôr a calça quando houve um tremor e as luzes apagaram, por alguns segundos. Pegou os óculos às cegas, quando escutou o grito no outro vestiário. Não titubeou; saiu do jeito que estava, descalço e sem varinha.


- O que houve? – ofegou, entrando no vestiário feminino.


- Não houve nada! – ela falou ríspida. Com certeza, também fora pega de surpresa com a queda de energia, e vestira-se de qualquer jeito; estava descalça ainda, a saia estava mais ou menos no lugar, mas a blusa da farda com certeza não estava abotoada, já que ela a segurava firmemente. – Saia daqui!


- Mas você é muito mal-agradecida! – retrucou, sem mover um músculo para sair. – Porque você gritou?


- Já disse que não foi nada! Quer fazer o favor de sair daqui? – ‘pediu’ com raiva.


- Deixa de ser cabeça-dura, garota! Me diz o que aconteceu!


- EU sou a cabeça-dura? Já te disse que não aconteceu nada, pedi pra você sair várias vezes, e a teimosa aqui sou eu?


Os dois ficaram se encarando, medindo forças. Ela respirava aos borbotões, sem acreditar que eles estavam discutindo de novo. Ele apenas a observava, como há muito não se permitia, esperando que ela voltasse a gritar com ele.


- Por favor, saia, me deixe! – ela pediu mais uma vez, sem forças.


Ele entendeu que ela não estava falando apenas de sair da sala. Estava falando deles e do quer que ainda tivessem. Percebeu então que ela fazia um grande esforço para não chorar, e toda a raiva, toda a mágoa passou, deixando uma tristeza imensa, pois sabia que ela estava sofrendo daquela forma por sua causa.


- Eu já tentei, mas não consegui! – balbuciou, depois de seculares segundos.


Ela não entendeu sobre o que ele estava falando, e, aproveitando-se da confusão dela, ele acabou com a distância entre os dois e a beijou.


Fazia muito tempo que não se beijavam, e agora que finalmente estava acontecendo de novo, Harry se perguntava por que deixara tanto tempo passar. Estremeceu quando ela passou as mãos pela nuca dele, aprofundando o contato, e soltando a blusa.


Gina mal conseguia manter-se de pé, ainda mais com Harry a beijando possessivamente daquele jeito, mãos deslizando pelas suas costas, por baixo da blusa. Num arroubo, Harry apoiou as mãos entre as coxas e as nádegas, e a suspendeu.


Ela enlaçou as pernas na cintura dele, sem parar de beijá-lo um minuto, enquanto ele a levava lentamente para uma mesa grande na lateral do vestiário. Ele a sentou na mesa e se afastou um pouco, encarando-a sério.


Foi com muito esforço que ela conteve o sorriso e se manteve também séria ao encarar-lhe os olhos febris, tentando ignorar a boca levemente inchada dele, até porque ela não devia estar muito melhor.


- Senti a sua falta. Muito! – ele falou, com a voz bem mais rouca que o normal, e sentiu a pele dela arrepiar-se de prazer.


- Eu também senti a sua falta. – disse num meio sorriso, acariciando o rosto dele; adorava sentir o roçar da barba por fazer na palma da mão.


Ele começou a beijar-lhe a curva do pescoço; sabia que ela adorava, e dessa vez não foi diferente, mas foi muito melhor. Com a proximidade e a ausência de tecido entre eles em alguns pontos, sentia-lhe os arrepios e estremecimentos de forma óbvia. Sabia que não era privilégio seu sentir os efeitos do corpo dela, e não era hora de pudores; já tinham tido alguns momentos íntimos, é verdade que bem menos próximos que esse, mas não havia como esconder o quanto estava excitado com o cheiro dela, com os seios roçando no seu peito também nu, com a respiração ofegante, com a voz rouca, com as mãos ávidas passeando pelo seu corpo...


- Por que a gente briga tanto? – ele sussurrou no ouvido dela, pouco antes de voltar para a boca.


- Porque fazer as pazes está sendo bom demais! – sorriu, um pouco enrubescida com a ousadia da resposta.


Beijaram-se lentamente, saboreando um ao outro. Harry deslizou a blusa dela pelos braços, deixando-a completamente nua, da cintura para cima. Nunca tinha ido tão longe com nenhum dos seus namorados anteriores. Não que eles não tivessem tentado nada, mas o que quer que ela sentisse com eles não chegava aos pés do que sentia quando estava nos braços de Harry; parecia que, a qualquer momento, ia derreter.


Ela lhe sentia o receio para acariciá-la, e simplesmente arqueou ou corpo para trás, oferecendo-lhe o colo. Ele não se fez de rogado, e ela teve que rever seus conceitos em relação ao que podia sentir com ele; se antes se achava a ponto de derreter, agora era um vulcão à beira de erupção.


Os gemidos que antes eram sufocados agora saiam de sua boca sem que tivesse o menor controle. Não aguentou mais e deitou-se na mesa, puxando Harry para cima dela. Se os olhos dele estavam febris antes, agora estavam totalmente transtornados; beijou-lhe a boca possessivamente, pressionando o corpo contra o dela, que se arqueava para tentar diminuir o espaço já exíguo entre os dois corpos.


Ele sussurrava o nome dela, enquanto passava as mãos pelo seu corpo. Chegou à calcinha e parou um instante, encarando os olhos dela. Gina sabia que daquele ponto não ia ter volta; se assentisse, seria irremediavelmente dele.


Harry esperava a reação dela, contendo-se a muito custo. Há muito sonhara tê-la, mas não faria nada contra a sua vontade, ainda que tivesse que prender as orelhas no forno depois, como ameaçava Dobby, para conseguir, pela dor, fazer com que o corpo se esquecesse um pouco dela.


Gina o beijou em resposta, e ele entendeu que ela também o queria. Tirou-lhe a calcinha rapidamente, e voltou para beijar-lhe os seios. Ela já tinha desistido de tentar acompanhar mentalmente tudo o que o corpo estava passando, totalmente entregue. Nesse momento, vindo não se sabe de onde, ela ouviu uma voz feminina: “Ainda não, Gina! Ainda não é a hora!”.


A garota estremeceu e só então percebeu que estava no vestiário de quadribol, deitada numa mesa desconfortável, e que, realmente, não devia acontecer ali; não a primeira vez deles!


Ele subia lentamente, agora beijando seu pescoço novamente, colocando o peso do corpo por cima do dela.


- Harry! – Gina o chamou uma vez, mas não foi mais que um sussurro. – Harry, para! – ela pediu de novo, mas ele não escutou. “Sinto muito, Harry!” – pediu desculpas silenciosamente, antes de empurrá-lo para longe dela.


A mesa era alta, e ele caiu sentado no chão, sem reprimir uma imprecação. Ela se levantou, pegou sua blusa, sapatos e mochila e saiu correndo, batendo a porta do vestiário atrás de si, deixando um Harry atordoado e confuso a olhar a porta. Estava trancado ali.


* * * * * * * * *


Ai, meu deuso! Esse foi um dos capítulos que mais me deu trabalho (e olha que está bem mais curto que o anterior!)! Foi bem complicado passar para o papel essa cena dos dois, com um linguajar que chocasse o menos possível e que retratasse de maneira mais fiel o que este momento representou para eles. Não sei se conseguirei descrever outra cena dessas, até porque a fic é censura livre, não é? = (


IMPORTANTE:


1. Não, eu não desisti da fic, e me espantei ao ler muitos comments que achavam que eu tinha feito isso. Não se preocupem; esta fic não vai ser abandonada. Pretendo terminá-la nesse mês de março (espero conseguir esse feito!).


2. Quando estiver faltando uns três capítulos por final, eu aviso vocês! (mas não falta muito, posso adiantar.)


3. O título do capítulo faz um leve trocadilho com o anterior (Inverno) e tem relação direta ao tal momento hot, hot, hot!


4. Muito obrigada pelos comments e votos! Agora que as tais férias (que no frigir dos ovos só me livram dos trabalhos para fazer, porque o estágio continua e muitas outras coisas também!) chegaram, vou tentar ler as fics que acompanhava e que estou em falta.


Bjos a todos =D


p.s Vocês não têm noção de como estou vermelha em ter escrito esse capítulo... mas eu tinha prometido que ia ser mais descritiva nessa fic...

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Comentários (1)

  • MP__Potter

    Hahahaha!!! Estou amando a fic! já li a primeira e agr estou adorando essa! Vc arrasa! Bjs

    2014-06-10
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