O Último Segundo



Brandon ficou branco novamente.


- O que aconteceu? – ele estava incrédulo – você só pode estar brincando!


Frederich ignorou a pergunta de Brandon, e repetiu para Harry:


- Ela está acordando! Ela está melhorando!


- V-você tem certeza disso, Professor? – Harry estava receoso.


- Absoluta! Ela falou comigo!


- Tem certeza? – perguntou Hermione, agora todos estavam ignorando Brandon, aquela pequena chama de esperança havia mudado tudo.


- O que ela disse? – Rony perguntou.


- Ela disse “avise o Harry” – ela já está vindo pra cá! Ela está perfeitamente bem!


- NÃO! Não deixe-a vir aqui, já que Brandon...Brandon...


Harry foi interrompido no meio da fala. O Especialista estava arcado, branco como cal, respirava com dificuldade.


 


CAPÍTULO 8 – O ÚLTIMO SEGUNDO


 


 


- Está nervoso? – zombou Harry.


- Não, não! – exclamou Hermione – Não é óbvio para vocês?


Os dois negaram.


- Ora, Brandon planejou a morte de Lavalle! – explicou Hermione, sem obter sucesso – Brandon PLANEJOU a morte de Lavalle! – ela repetiu.


- E isso quer dizer que... – Rony começava a entender.


- Isso quer dizer que se ela viver ele morre! – Harry completou.


- Eu não ent-tendo! Não teria como d-dar errado! A única pessoa que poderia ter ajudado vocês est-tá morta há muito tempo! – gaguejou Brandon.


- Quem? Lawliet está vivo! Ele é um Professor! – explicou Rony.


Brandon arregalou os olhos, as coisas iam de mal a pior.


- Exatamente! – exclamou Hermione – Brandon nunca leu “Os Segredos do Tempo” porque ele já sabia o que Adalberto iria escrever, e também porque nunca teve acesso ao livro! O máximo que ele conseguiu fazer foi prever que o autor descreveria erroneamente no apêndice a “morte” de uma pessoa!


Rony continuou:


- Ele também nunca poderia ter previsto que Lawliet estava vivo pelo simples motivo de que...


- LAWLIET É UM PROFESSOR! – os três exclamaram em uníssono.


- Parece que vocês acertaram na mosca!


Lavalle estava no batente da porta os observando fazia algum tempo. Estava perfeitamente bem, como dissera Frederich, nem parecia ter sido afetada por um potente veneno.


Ninguém teve tempo de abraçá-la ou de fazer qualquer outra coisa:


- Eu não comemoraria tão cedo – a voz agora rouca de Brandon interrompeu-os – o fato de ela estar viva não melhora a situação – ele estava com a cabeça baixa – Eu ainda vou me recusar a organizar o d-diagrama de vocês, além disso...


- Se ela está viva, significa que Brandon vai morrer – finalizou Hermione.


- É bastante simples – disse Brandon, ainda com a cabeça baixa – por isso eu t-tinha certeza de que vocês ficariam presos aqui. Eu morro e o diagrama f-fica incompleto.


- Você está errado – Derose apareceu – eles ainda podem usar o diagrama antigo, correm riscos de alguma coisa dar errado, mas mesmo assim...


- E você p-pode me dizer onde está essa diagrama? – Brandon ergueu a cabeça e Harry ficou em choque, parecia que a pele dele...


O Especialista estava envelhecendo naquele minuto tudo o que não havia envelhecido naqueles anos. Com “Harry” fora imperceptível, já que ele era mais “novo”. No caso de Brandon, parecia mesmo que sua pele estava derretendo.


- Você escondeu, não foi? – Lavalle aproximou-se, erguendo-o com violência.


- NÃO ME TOQUE! – sua voz recuperou-se de repente. Ele tentou empurrar Lavalle para longe de si, mas não conseguiu.


Ele caiu novamente naquela poltrona, os olhos fixando o teto, sua face cada vez mais disforme, irreconhecível. De certa forma, estava mostrando ao mundo sua forma original, a sua máscara estava caindo.


- Você está com o diagrama? – Harry apontou a varinha para o rosto do Especialista, cujos olhos agora estavam focalizados em sua ponta.


- N-não – ele respondeu – vai ser divertido vê-lo procurar por ele.


Harry não se conteve e uma pequena fagulha vermelha irrompeu de sua varinha. Não foi o suficiente para estuporá-lo, mas sim para fazê-lo rolar pelo chão. Brandon levantou-se e deu um passo com dificuldade, quando seus pés assentaram no chão um tremor anormal se fez.


- Mas o que é isso? – Harry olhou indignado para Brandon. Ele parecia ter crescido sob todos os aspectos; estava inchado, mais alto e coberto de suor; seus olhos saltando das órbitas não eram agradáveis de ver.


- Parece que finalmente você vai entender como essa mansão realmente funciona...


Ele aproximou-se mais um pouco, Harry ia recuando. Os tremores se sucediam enquanto a aparência de Brandon piorava cada vez mais.


- Eu disse que você não tinha alternativa! – Brandon investiu contra Harry, e conforme dizia aquelas últimas palavras, tudo parecia estar se desfazendo. O reboco das paredes caía, os painéis de madeira se desintegravam, as cortinas rasgavam, a tapeçaria apodrecia... Harry recuou para o mais perto possível da porta.


- O que é isso?! – Hermione sussurrou.


- Isso, minha jovem, é o som da sua derrota! – Brandon respondeu, no exato momento em que o cômodo inteiro começou a rugir. A vidraria em cima dos móveis estava explodindo, os cacos de vidro girando displicentemente ao redor de Brandon. Tudo na sala parecia estar sendo atraído na direção dele, e aquilo não era um bom sinal...


Antes que pudessem fazer qualquer coisa, ele murmurou:


- Adeus.


Aquilo foi como o pino da granada sendo puxado. Tecidos, móveis, pedras e fogo da lareira; tudo estava envolvendo Brandon. Seu grito era de furar os tímpanos, conforme aquela massa ao seu redor ia se adensando. Harry desviou rapidamente antes que porta – que fora arrancada das dobradiças – o atingisse. Quando o som do ar sendo sugado se intensificou, constataram que era hora de correr para longe dali.


A destruição tomava proporções apocalípticas conforme iam se afastando. A mansão toda estava sendo sugada por Brandon, e isso era uma amostra de quão grande era o poder do Especialista. A energia que ele adquirida antes de falhar estava agora toda ela voltando-se contra Brandon, destruindo tudo ao seu redor. Ninguém podia impedir aquilo, eles só podiam correr.


Correr para onde? Primeiro porque não tinham para onde ir, já que estavam presos numa ilha no meio do Atlântico; e segundo: o diagrama de que precisavam estava escondido lá, em algum lugar naquela imensidão – e seria destruído se não agissem rápido – Harry não queria nem pensar o que aconteceria se fosse sugado por aquela nuvem agora perolada que estava tomando conta da mansão, mas devia arriscar-se e procurar o diagrama.


Os corredores, outrora branco-cegantes e impecáveis, exibiam agora enormes rachaduras no chão, e isso causava grandes dificuldades na corrida.


A sucção do ar era muito intensa, Harry teve que gritar para ser ouvido:


- COMO É QUE FOMOS ESQUECER DO DIAGRAMA?


- EM SITUAÇÕES COMO ESTA – respondeu Lavalle – SOMOS LEVADOS A ESQUECER DAS COISAS MAIS ÓBVIAS!


- E BRANDON ESTÁ MORTO? – perguntou Rony.


- NÃO TEMOS TEMPO PARA PENSAR NISSO! – retrucou Derose – MAS EU SABIA QUE ISSO IA ACONTECER MAIS CEDO OU MAIS TARDE!


- VOCÊS TÊM ALGUMA IDEIA DE ONDE O DIAGRAMA POSSA ESTAR? – perguntou Harry.


- EU SEI QUE NO QUARTO DELE NÃO ESTÁ! – respondeu Derose – SE ESTIVESSE EU TERIA VISTO QUANDO ENCONTREI AS ANOTAÇÕES! E JÁ ACHEI AQUILO SORTE DEMAIS!


- VAMOS TENTAR QUALQUER PORTA! – sugeriu Hermione – SEGUREM-SE UNS NOS OUTROS!


Eles fizeram o que Hermione disse. A velocidade com que eram obrigados a correr era propícia para que se separassem. Ela abriu a primeira porta em que pôs os olhos.


Era a sala dos relógios.


O barulho de sucção do ar deu lugar àquele tique-taque infernal que parecia uma metralhadora. E se antes os relógios estavam organizados nas paredes, agora formavam uma gigantesca montanha que desmoronava sobre eles. Era quase impossível ficar de mãos dadas ali, o peso dos relógios fazia Harry perder o equilíbrio, e o som deixava-o desnorteado.


Quando pensava ter chego ao topo, a montanha se abria aos seus pés, seguindo uma corrente desconexa como um mar revolto.


- Accio diagrama! – ele ordenou, sem esperar efeito.


- Vamos sair daqui! – disse Rony, puxando-o para baixo. Ele não havia percebido que o número de relógios aumentava a cada segundo, e logo não haveria espaço para mais nada naquela sala.


Harry sentia que várias partes do seu corpo estavam amortecidas ou formigando. Aqueles relógios eram mais pesados do que pareciam.


Encontrar a porta foi mais fácil do que pensou. Foi só se deixar levar pela corrente, esforçando-se para não afundar no mar de relógios que se estendia até onde seus olhos podiam ver. A porta se abriu e o corredor foi tomado pelos relógios; e Harry começou a arrastar os outros para longe dali assim que seus pés tocaram o chão.


Ainda de mãos dadas, passaram por outras portas que davam para corredores idênticos. Não havia como checarem seus quartos sem que se separassem, e Harry não queria perdê-los de vista. Olhou para trás: a montanha de relógios estava sendo sugada aos poucos, e lhes dava cobertura.


Sem perder tempo, abriu outra porta.


O cheiro do mar atingiu suas narinas e ele soube imediatamente onde estava. Só que desta vez a praia estava vazia, e não havia sol. Um furacão assustador havia se formado, e ondas enormes estavam açoitando a costa. Foi a vez de Hermione tentar, em vão:


- Accio diagrama!


- Vamos! – Lavalle puxou-a antes que uma onda de doze metros de altura os varresse dali.


Agora o corredor fora tomado pela água do mar. Eles estavam encharcados até os ossos e não podiam mais correr: tinham que nadar,mas a correnteza era realmente forte. Relógios passavam boiando ao redor deles, anunciando que a destruição estava cada vez mais próxima. Harry não poderia sentir maior desespero do que aquele que sentiu ao perceber que o corredor havia se enchido até o teto. Ele respirou fundo, ainda estava segurando as mãos dos amigos quando apontou a varinha para trás e ordenou:


-Expulso! – ele usou a mesma tática de Hermione, e surtiu efeito, uma vez que sentiu o peso da água sobre ele diminuir. O nível da água havia baixado o suficiente para que abrissem mais uma porta.


Estavam agora na sala de vidro.


A árvore e o balanço estavam cobertos de gelo, as vidraças estavam repletas de neve acumulada. Harry sentia a sua roupa molhada congelar contra seu corpo, aquilo era doloroso.


O mais estranho é que não havia vento nem neve ali. Todo o frio parecia estar vindo de fora, conduzindo-se através do vidro e esfriando o ar como uma enorme geladeira.


- V-vamos embora daqui antes que morramos congelados! – Frederich não gritou, mas sua voz fora suficientemente alta para que as vidraças quebrassem.


Os cacos de vidro despencando daquela altura eram o menor dos seus problemas, já que agora estavam sendo soterrados por toneladas de neve.


- Incêndio! – ordenou Rony, mas o ar estava tão cheio de neve e umidade que era impossível produzir fogo. Foram arremessados contra a parede pela avalanche.


Harry sentia seu corpo ser espremido contra a parede de tijolos frios como blocos de gelo, mas antes que pudesse ser sufocado pelo frio, a própria parede cedeu, devolvendo-os ao corredor. Ao entrar em contato com a água quente do mar, a neve derreteu-se instantaneamente, fazendo o corredor encher-se novamente.


Desta vez a água era gelada e Harry não conseguia respirar. Estava exausto quando sentiu que Rony o puxava para longe dali, para a superfície.


- Expulso! – ele ouviu Hermione conjurar o feitiço que os levou para longe dali


Demorou em pôr os pés no chão, e não soube se teria forças para correr, mas quando o fez, deu de cara com uma porta dupla que se abriu para uma escadaria. Ele conseguia ver as estrelas.


Subiram correndo a escadaria e Harry identificou adiante as três cúpulas do observatório de Brandon, e soube logo em seguida onde ele havia escondido o diagrama.


Agora queria chegar o mais rápido possível no observatório. Tentou aparatar, mas viu que era impossível. Só era possível fazê-lo de fora para dentro da mansão e vice-versa, mas não entre os cômodos da mesma. O lago de ambos os lados daquele corredor aberto só não estava mais revolto que o mar, mas ainda assim várias trombas d’água se erguiam na direção do céu, tombando perigosamente sobre a estrutura.


Quando estavam na metade da travessia, para horror geral, o piso quebrou em vários blocos, que ficaram à deriva entre os redemoinhos do lago. Estavam sozinhos e separados vários metros uns dos outros.


- MANTENHAM A CALMA! – Harry pediu, mas sua voz não transmitia nem um pouco de calma.


- A MINHA MÁQUINA ESTÁ LÁ DENTRO! – Frederich apontou para o observatório – EU A TRANSFERI PARA LÁ SEM QUE BRANDON SOUBESSE! DEPOIS QUE ELE ATACOU LAVALLE!


Isso só serviu para aumentar o desespero.


- EI! – Hermione pareceu ter uma idéia – COLOQUEM SUAS VARINHAS NA ÁGUA!


Harry entendeu o que a amiga queria. Sem pestanejar, pôs a varinha de azevinho e pena de fênix na água revolta. Um turbilhão se formou, aquele feitiço estava sendo realmente útil! Em menos de um segundo, eles foram lançados em alta velocidade para dentro do observatório.


Harry viu a máquina de Frederich escondida num canto e soube que a sua volta estava próxima. Ele sentia que o diagrama estava ali.


Mas sua alegria diminuiu consideravelmente ao ver no que aquilo havia se transformado. O sol assumia proporções descomunais, os planetas giravam fora das suas órbitas, os cometas e asteróides vinham de todas as direções e eram verdadeiros mísseis em miniatura.


Os arcos lançados pelas erupções solares estavam atingindo o ponto mais alto da cúpula, e Harry presenciou num piscar de olhos o imenso telescópio de latão vitoriano ser engolido pelo astro, que cresceu ainda mais, com um rugido assustador. O ar aquecia cada vez mais e os livros nas estantes começavam a pegar fogo. As luminárias nas mesas começavam a explodir quando Hermione finalmente entendeu o que Harry pretendia fazer.


- HARRY NÃO! NÃO FAÇA ISSO!


- É a nossa última chance! Tenho certeza de que está lá!


- O que você quer fazer, Harry? – perguntou Rony.


- Ele acha que Brandon escondeu o diagrama dentro do sol – respondeu Lavalle.


- NÃO! – Rony juntou-se à Hermione – É LOUCURA!


- VOCÊ PREFERE SER ENGOLIDO POR AQUELA NUVEM OU O QUÊ? – Harry apontou para a porta.


Rony e Hermione olharam para a porta, para Harry e para o sol diversas vezes antes que dissessem em uníssono:


- Nós vamos com você!


Ignorando o calor e os rugidos da destruição que se aproximava cada vez mais do observatório, os três se posicionaram exatamente abaixo do sol. Aquela bola fogo ficava maior a cada segundo, alimentando-se dos livros incandescentes que despencavam das estantes.


Harry ergueu o braço, podia sentir o calor infernal que emanava daquela estrela chamuscando sua roupa. Rony e Hermione apertando sua cintura.


Ele fechou os olhos quando a estrela estava prestes a engoli-lo.


Não sentiu nem frio, nem calor.


Era como estar flutuando no ar.


Harry observou as correntes do plasma incandescente circundando-o, mas de onde estava parecia ser um gigantesco balão de ar quente vermelho dentro do qual ele se encontrava com Rony e Hermione. Eles ainda estavam de olhos fechados.


Olhou para cima e viu uma minúscula esfera de gás arroxeada, dentro da qual estava aquele pedacinho de papel tão valioso. Quis aproximar-se para pegá-la, mas não era tão simples assim. Harry sentiu como se estivesse no útero materno, a ausência de gravidade dificultava os movimentos.


Os seus amigos, mesmo de olhos fechados, perceberam isso, então Harry sentiu que estava se movendo. Eles abriram os olhos e passaram a empurrá-lo para mais perto da esfera. Apesar do grande esforço dos dois, ainda estava só na metade do caminho, assim, ele mesmo passou a fazer força, embora não tivesse nenhum apoio exceto os amigos.


Desejando que aquele último esforço valesse a pena, esticou o braço o máximo que pode e ficou a centímetros da esfera.


- Você consegue Harry – Hermione sussurrou, mas para Harry foi perfeitamente audível.


- Vai lá! Só mais um pouco! – Rony estimulava.


Harry fechou os olhos, quase teve o ombro deslocado, mas ficou extremamente grato quando as pontas dos seus dedos tocaram a esfera.


Imediatamente ele foi lançado para fora do sol, colidiu contra a parede dura do observatório e estava quase perdendo os sentidos.


- HARRY! HARRY! ACORDE! – era a voz de Lavalle chamando-o


- HARRY ACORDE! – sentiu Hermione ao seu lado, mas não conseguia fazer nada.


- LEVANTE! – Harry foi erguido sem cerimônia por Rony, e graças a ele recordou a gravidade da situação. Abriu os olhos e ficou de pé num pulo. Tateou desesperadamente os bolsos, e percebeu que o diagrama estava em suas mãos, intacto.


- Frederich! Aqui! – ele entregou a carta para o Professor, que tentava a todo custo ligar a máquina.


- Desculpem, eu estou muito nervoso!


Harry quis falar que aquilo não tinha importância, mas não tinha cabimento dizer aquilo. Já podia ver a nuvem assustadoramente grande que avançava sobre o lago. Dentro de alguns segundos tudo estaria perdido.


- VAI! – todos estavam desesperados, inclusive Derose e Lavalle. Felizmente naquele instante a máquina foi ligada.


O trio subiu na plataforma enquanto a porta se materializava diante deles. Harry tornava a ouvir a sucção do ar, e se deu conta de que nunca mais veria Lavalle, nem Derose ou Frederich.


- NÃO HÁ TEMPO PARA DESPEDIDAS! – Lavalle empurrou-o de volta para a plataforma antes que ele pudesse abraçá-la. Era ridículo, mas Harry estava chorando como criança.


A porta estava pronta, Hermione e Rony apertaram suas mãos com força, o coração estava saltando pela boca.


Era agora ou nunca.


- Adeus! Obrigado! – ele repetia.


- Vai logo ou tudo isso será em vão! – Harry sorriu pela forma como Lavalle estava preocupada com ele. Seria eternamente grato, a todos eles.


Ele abriu a porta e foi sugado para dentro dela rapidamente. Ainda assim teve tempo de ver Lavalle e Derose serem engolidos pela nuvem. Provavelmente Frederich teria o mesmo destino.


 


*******


 


 Harry estava de olhos fechados, ansioso para saber onde pararia, mas também temendo seu destino como nunca antes.


A badalada de um relógio chegou aos seus ouvidos.


Ele já estaria em casa? Já estaria a salvo?


BONG!


O som se repetiu. Sentiu suas costas acomodadas em algo macio.


BONG!


Era algo macio e desproporcional.


BONG!


Estava aquecido.


BONG!


Ele queria abrir os olhos, mas não tinha forças.


BONG!


Sentiu o vento em seu rosto.


BONG!


O vento trazia o perfume de Gina.


- Bom dia meu amor! Parece que dormiu demais, não foi? Já é meio-dia!


Ela estava bem! Ele estava de volta! Conseguiu abrir os olhos, mas não teve coragem de falar. A imagem de Gina, seus cabelos ruivos e seu olhar profundamente apaixonado o deixavam mudo.


BONG!


- Bom dia! – ele respondeu – onde eu estou?


- Ora, em casa onde mais?! – ela riu, Harry havia esquecido a sua risada.


Juntou forças e sentou-se o sofá.


BONG!


Estava abismado. Estava tudo como antes, mas...


- O sofá não estava na bolsa da Hermione? – ele sussurrou.


- O que disse? – Gina não havia escutado direito.


- Nada não! – aquilo era surpreendente, tudo estava certo! Tudo estava acontecendo como deveria ser!


BONG!


- Você já marcou sua consulta no St. Mungus? – Harry tinha que verificar aquilo...


- Claro! E suponho que o pai deva ir junto...


- E quem é o pai? – ele perguntou.


- Ora, VOCÊ É CLARO, seu bobo – ela abraçou-o


BONG!


Harry notou que Rony e Hermione dormiam de mãos dadas ao seu lado.


- Uma última pergunta – começou Harry – Eu estou sonhando?


- É claro que não!


BONG!


E Gina deu-lhe o melhor beijo da sua vida.


Ele tinha sua vida de volta.

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Comentários (2)

  • Matheus Domingues

    Cara... adorei o final da fic! (apesar de estar na esperança de ter mais) . Essa história muitos dizem ser complexa ou enigmática mas foi totalmente detalhado pra mim (sim, eu reparo os detalhes ~risos~) Essa fic que terminei de ler em 3 dias pra mim foi fantásticamente planejada e que você tem um talento nato! Essa fic mostra que Harry Potter nunca desiste de seus amigos e que a esperança nunca morre. (apesar de eu sentir pena da Girdanius Calostoporus) Se tiver continuação, por favor , me diga! E agradeço novamente por tpdas essas horas de leitura de maravilhosa fic. Parabéns, continue assim!   P.S. Se quiser conversar meu msn é: [email protected]. Ah e mais uma coisa: Você tem conta no Pottermore? 

    2011-08-04
  • AUGUSTO.

    Olá! Venho aqui agora não só para me despedir de vocês, mas também para agradecê-los por tudo o que fizeram nesses quase oito meses de postagens. Eu voltarei a escreber em breve, e garanto que há muito mais desse tema para ser explorado, no entanto, preciso de umas merecidas "férias". Pretendo focar até julho no meu vestibular, e quero arpoveitar as minhas míseras uma semana e meia de férias para assistir à Parte 2 o máximo de vezes possíveis! Estarei escrevendo sim, mas num ritmo bem mais lento. Dar acabamento às minhas outras fics - as coitadas foram esquecidas depois que iniciei este projeto. Sinceramente, não sei quando vou postar a continuação, já que ela será bem maior do que esta fic - acreditem, ainda há assuntos a discutir nessa história - por enquanto, fiquem apenas na curiosidade. Não preciso dizer que estou extremamente feliz em finalizar pelo menos esta etapa do projeto, e creio que seria impossível sem o apoio a mim dirigido todo esse tempo. Quero agradecer àqueles que comentaram, votaram, adicionaram a fic aos favoritos, etc. Vocês não têm ideia da diferença que isso fez! Muito obrigado novamente pela paciência e compreensão que tiveram - principalmente agora na reta final. Meus mais sinceros votos para essas pessoas valiosas aqui: Pedro, Luisa(s), Artemis, Náyara, Todos aqueles que conheci através do caht. Foi uma experiência muito divertida e espero encontrá-los aqui quando retornar, pois eu vou retormar para conversar com vocês (Mil perd~es se esqueci alguém, ou se escrevi algum nome errado, faz TEMPO que não entro no chat). Vocês são pesoas de muito talento, e desejo sucesso para suas fics, as quais estarei lendo nos próximos dias! Novamente agradeço a todos que votaram e de alguma forma colaboraram com esse projeto! Já esqueci quando iniciei o texto, só sei que faz MUITO tempo que trabalho com ele. E por último, mas não menos importante, quero agradecer à Marry_Krefeta (usuária hoje inativa, e não tenho certeza se é este o nick, mas SOU ETERNAMENTE GRATO POR ELA TER ME APRESENTADO AO FeB) Rafaela, Melanie e Carla (estas por emprestarem seus nomes, mesmo que modificados, aos Especialistas. REPITO: SOMENTE OS NOMES!) Rafaela novamente, por ter me apresentado ao Death Note, de longe o melhor anime que já vi, cuja trama cheia de reviravoltas e os títulos curtos dos episódios me inspiraram bastante. Isso sem contar a pequena homenagem (tosca) feita ao L nos capítulos finais (Lawliet é baseado em partes no detetive L). Graças e ela hoje eu tenho um vira-tempo de verdade *-* A Melanie devo o fato dela ter poluído meus comentários certa ocasião, causando algum reboliço, mas sou grato a ela por ter lido pelo menos um capítulo! Também devo citar Murilo, Matheus e as Vanessas, por emprestarem seus nomes (não tenho criatividade para nomes) e também a minha irmã, por me explicar meticulosamente e com enorme paciência o funcionamento da London Eye. Devizes realmente existe, e eu tenho o cartão postal visto por Harry, ela morou lá (e por isso a invejo eternamente). E por último, queria agradecer a própria JKR, por permitir que escrevamos histórias sobre o nosso personagem preferido. Eu devo muito a ela (embora já tenha gastado quase R$1000,00 com a série) e posso com firmeza dizer que eu sou o que hoje sou, porque um dia ela brigou com o marido e decidiu ir de Manchester à Londres a bordo de um trem. Muito obrigado JKR! Muito obrigado a todos, estou disposto a reesponder qualquer dúvida, seja por e-mail ou no próprio chat. Ficaria MUITO feliz se comentassem só mais uma vez :) Eu prometo voltar o meis brevemente possível,  Um abraço, AUGUSTO.          

    2011-03-27
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