Hermione Granger



Harry cruzou o gramado desviando dos convidados e subiu os degraus de dois em dois, quando passou pelo quarto de Gina freou abruptamente e se não fosse pelo corrimão teria despencado quatro andares abaixo. Ele tomou fôlego e bateu na porta. Hermione atendeu.


- Harry! Você não pode ver a noiva vestida antes do casamento!


- É que a Sra. Weasley pediu para avisá-las de que falta só meia hora.


- Mas eu ainda não estou vestida! – Harry ouviu Gina argumentar.


- Obrigada por avisar, Harry – ela fechou a porta e Harry ainda pôde ouvi-la falar para Gina:


- E despida somente depois!


 


CAPÍTULO 2 – HERMIONE GRANGER


 


 


- Calma filha – pediu a Sra. Granger, que estava cuidando dos tules e rendas do véu – deste jeito no seu casamento você estará morta antes do “sim”.


- Mamãe! – ela riu, indignada – eu não vou me casar tão cedo!


- Seu noivo parece muito nervoso, Hermione, não pára de fazer gestos e está conversando com Harry na porta da tenda – Luna estava observando a agitação no gramado através da janela. Graças a Deus ela estava vestindo um tom de amarelo discreto.


- Ele não é meu no...


- Filha! Pegue leve com Luna, ela parece tão amável! – desde que deixara de ser Mônica Wilkins, a Sra. Granger desenvolvera um afeto muito estranho com Luna.


- Falando em amável – Gina cortou a discussão – como foi o julgamento da Umbridge?


Hermione, nesse último ano, havia se tornado Subsecretária Júnior do Ministro, e após aquele julgamento, fora promovida à Sênior.


- Até que foi divertido – ela deu de ombros – bem mais que esses espertinhos que se aproveitam das Gemialidades Weasley para causar seus danos.


- Como se você já não tivesse feito isso – completou Gina, e Hermione riu.


- É verdade. No fim, a fiz ler a carta de sentença “três vezes para assegurar máximo entendimento” – todos no quarto riram – de qualquer forma, isso não vai triplicar a sua sentença de cinco anos em Azkaban, para a alegria dos aurores que agora cuidam de lá.


- Gina, sua mãe está nervosa – Luna continuava narrando os acontecimentos do gramado.


- Acho que isso é um bom sinal – ela riu – mas vamos demorar muito mais?


- Oh não – garantiu Fleur, seu inglês agora estava quase perfeito – mais arguns minutos sé. Este vesstido cai muito bem em você.


- Obrigada, foi muita gentileza sua emprestá-lo pra mim.


- De nada.


- Hermione seu... – Luna começou.


- AH! Eu vou ver o que eu posso fazer por ele!


-... e ajude a Sra. Weasley com o bolo, parece que um dos gnomos atacou novamente. Pelo menos vamos todos ser abençoados com a saliva dele.


 Hermione cruzou o gramado a passos largos, mas o que Rony queria a final? Talvez estivesse apenas nervoso pelo amigo, ou quisesse apenas chamar a atenção. De qualquer forma, ela ainda pôde ouvir alguns fragmentos de conversa ao se aproximar dos dois:


-... ela vai gostar mais se você fizer isso...


- Sobre o que é que vocês estão falando? – ela os interrompeu de repente, e Rony ficou roxo.


- Nada não – Harry pigarreou – coisa de homem.


- Sei – ela deu um sorrisinho e se afastou – desculpe se eu interrompi, vou ver se a Sra. Weasley precisa da minha ajuda.


- Boa sorte – disse Rony.


Luna estava certa: os gnomos haviam atacado novamente. Desta vez parecia que eles estavam escondidos detrás da toalha e roendo as pernas da mesa.


- Quer ajuda Sra. Weasley? – ela se aproximou cautelosa. A Sra. Weasley estava de quatro, ofegante e vermelha, no chão, enquanto revistava cada uma das diversas camadas de tecido com a varinha em punho como se fosse uma adaga pronta para decepar qualquer coisa que dali saísse.


- ATÉ QUE ENFIM UMA ALMA CARIDOSA! – ela ergueu as mãos para o céu e acabou se desequilibrando um pouco – Pode cuidar dos docinhos enquanto eu olho aqui em baixo?


- Claro – de fato, havia um trio de gnomos espertinhos se aproveitando da distração da Sra. Weasley para furtar dezenas de aperitivos da mesa. Ao que parecia, eles tinham um gosto todo especial em atirá-los nos convidados desavisados e em escondê-los debaixo do tapete para causar quedas seguidas de furto.


Após uns dez minutos, ambas conseguiram espantar os gnomos, consertar e reabastecer a mesa. Por precaução, Hermione protegeu-a com um Feitiço Escudo.


- Obrigada Hermione, não sei o que eu faria sem você – ela enxugava o suor da testa com um lencinho de renda.


- De nada – ela sorriu – sou madrinha, estou aqui pra isso...


- Você é um amor.


- A propósito Sra. Weasley, você sabe se o Rony tem...


- AH MEU DEUS FALTAM QUINZE MINUTOS! – ela saiu em disparada para dentro da casa após consultar o relógio, deixando Hermione no vácuo.


Sem mais opções, ela resolveu voltar para onde Harry e Rony estavam. Eles estavam conversando com Hagrid, que carregava uma estranha bolsa retangular e um cavalete.


- Olá Hagrid – ela cumprimentou o amigo, no seu costumeiro terno peludo.


- Olá Hermione, soube que está fazendo bastante sucesso no Departamento de Execução de Leis em Magia – Rony pigarreou e olhou torto para o meio-gigante, como se perguntasse “como assim?” – quero dizer, profissionalmente, é claro – ele emendou – a propósito Harry, sabia que Bicuço vai ser pai? Até ele!


Rony de repente pareceu muito desconfortável.


- Que ótimo – Harry sorriu – podemos ir ver quando os filhotes nascerem?


- Claro, ele está morrendo de saudades de vocês três. Não pôde vir, obviamente por que ele não agüenta o meu peso e não tem permissão para sair de Hogwarts sem um tratador.


- Mas eu pensei que Lúcio já havia retirado a queixa – Harry divisou os Malfoys se aproximando. Se por ali houvesse um buraco, com certeza eles se enfiariam nele rapidamente.


- Mas o Ministro prefere assim, para que ele não vá tirar outras pessoas do exílio – ele suspirou ao olhar para os Malfoys – bom, pelo menos ele não está morto.


- Isso é bom – Rony afrouxou a gravata – Mas Hagrid, os hipogrifos são ovíparos ou vivíparos?


- Isso depende da espécie, mas acho que a espécie de Bicuço é vivípara.


- Interessante – comentou Hermione – mas o que tem nessa bolsa?


- Você vai ter uma surpresa – ele abriu um sorriso malicioso e entrou na tenda.


Nem bem tiveram tempo de discutir e os Malfoy já vieram cumprimentar Harry pelo casamento:


- Meus parabéns, Harry – Narcisa abraçou Harry com simpatia, e dirigiu um cordial “olá” aos outros dois.


- Obrigado – ele agradeceu – Lúcio, Draco – ele acenou com a cabeça, respeitoso.


- Boa noite – disse Lúcio com sua voz macia ao apertar a mão de Harry – meus parabéns pelo casamento.


- Draco? – Harry chamou e ele fez um leve aceno de cabeça na sua direção. Draco lembrava em muito Duda na última vez que Harry o vira, tentando traduzir em palavras conceitos demasiado difíceis de compreender.


- Nós não mordemos – disse Hermione, desta vez Draco foi forçado a sorrir:


- Eu sei, me desculpem.


- Você não fez nada de errado – disse Harry – estava de mãos atadas. Eu não culpo você – ele repetiu o que havia dito dois anos antes.


- Obrigado – ele sorriu sem jeito, e abraçou Harry.


- Eu sei como era difícil lutar com tantos tormentos – Rony também parecia um pouco atordoado. Depois que os Malfoy entraram na tenda, Hermione lhe deu um beijo. Isso não fez muito sentido, mas ela compartilhava da mesma tonteira.


- Ei! De quem é o casamento? – Jorge apareceu de mãos dadas com Angelina.


- É meu – respondeu Harry, sorrindo.


- Acho que você vai gostar dos presentes que eu mandei – ele sussurrou no ouvido de Harry – são de uma divisão especial dos meus produtos, uma linha mais adulta, entende? – ele deu uma piscadela.


- Jorge, ela é sua irmã! Como pode financiar uma coisa dessas? – Angelina estava indignada.


- É claro que ela é a minha irmã! E o Harry logo vai se casar com ela, que tem isso de ruim? Além disso, não estou obrigando ele a usar o meu presente! A gente por acaso usa aquela toalha de renda ridícula que a Muriel mandou de presente de noivado??? Hein?


- Não, não – Angelina se contentou – cadê ela afinal?


- Graças a Deus, e a mim, num cruzeiro pelas Ilhas Canárias! – Jorge ergueu a mão, orgulhoso – presente especial de aniversário de cento e dez anos!


- Tenho pena da tripulação desse navio! – disse Hermione, arregalando os olhos.


- Oh não! – Jorge gesticulou negativamente – É um cruzeiro para surdos! O que significa que ela não vai ter com quem fofocar por um bom tempo!


- Só você mesmo! – Angelina e todos os outros riram – Olhem! O Ted não está um amor? – ela apontou para o portão, aonde Andrômeda, Ted Tonks e Ted Lupin vinham andando lado a lado.


O pequeno Ted estava agora com quase três anos e já conseguia andar e falar as primeiras palavras. Ele vestia um terno azul claro e parecia muito descontente com os sapatos engraxados. Seu cabelo estava penteado para cima e conservava o mesmo tom de azul do terno, dando a impressão de que o menino era uma imensa taça de sorvete de menta.


- Parabéns Áuri – era assim que ele chamava a Harry, que no último mês passava todos os dias de folga na casa dos Tonks, ajudando o pequeno Ted a controlar as suas transformações.


- Obrigado Ted – Harry o pegou no colo – vejo que você melhorou bastante desde a última vez que o vi.


- Ele andou praticando – explicou Ted – é melhor ficar de olho nesse menino ou quando chegar à puberdade ele não vai sair do banheiro!


- Manere um pouco, você já está ótimo assim – Harry afagou a cabeça do menino, que acabou ficando inteiramente azul. De volta ao chão, ele cumprimentou a todos em volta com bastante educação, como se fosse adulto. Só voltou a sua cor normal quando Hermione lhe deu um beijo na bochecha.


- Desse jeito eu vou ficar com ciúmes... – disse Rony, que deu outro beijo em Hermione, mas parou logo depois que Jorge e Angelina entraram na tenda, pois desta vez quem vinha eram os pais de Hermione:


- Meus parabéns Harry! – a Sra. Granger deu um abraço bastante apertado em Harry.


- Hermione nos falou muito de você Harry – completou o Sr. Granger – foi bom poder conhecê-lo melhor nesses dias.


- Eu é que agradeço por toda a ajuda – Harry ficou sem jeito.


- Isso não é nada – a Sra. Granger sorriu um sorriso perfeito e branco de um dentista – não se esqueça que você salvou as nossas vidas!


Aquele episódio em Sidney dois anos antes era realmente difícil de esquecer, mas se Harry fosse receber um favor de cada pessoa de quem salvara a vida, poderia viver sem se preocupar com nada exceto respirar.


- Por favor – Hermione interveio – Harry já salvou a vida de muita gente!


- Devia ser um pouco mais grata em relação a isso, filha!


- É claro que eu sou! Já fiz muita coisa para compensar tudo o que ele fez por mim, e por todos os que passaram por aquele portão hoje – ela apontou para fora do jardim.


- Hum – os pais dela suspiraram, Harry ficou imaginando se os pais dela iriam perguntar por que então era Gina quem estava casando com Harry e não ela.


- Parrabáins Harry – a voz de Vítor atrás de Harry encerrou a discussão, pois Rony agarrou Hermione pela cintura e deu um beijo sem se importar com o fato dos pais dela estarem ali.


- Olá Krum – Harry cumprimentou – que bom que você veio, obrigado.


- Eu que agrradeço o convite, você tem mesm muita sorrte de casarr com éla – ele ficou alguns segundos observando Rony e Hermione se beijando e perguntou – então querr dizerr que eles estáo namorrando?


- Na verdade nós somos no... – Rony descolou os lábios de Hermione, mas continuou abraçado com ela, antes que ela o beijasse de novo.


- Eles estão namorando? – perguntou o Sr. Granger, e Harry acentiu, quase rindo – mas... isso é ÓTIMO!


Rony ficou tão perdido com a aprovação por parte do pai de Hermione que acabou mordendo a língua da namorada.


- Querido, teremos mais um bruxo na família! – ao ouvir o comentário da Sra. Granger, Rony engasgou com a saliva, e ele e Hermione disseram em uníssono:


- Acho que é um pouco cedo para pensar nisso – embora todos vissem que os dois estavam na verdade doidos para casar.


- E estamos atrasados demais para organizar outro casamento – Molly surgiu de braço dado com Artur, praticamente arrastando o marido pelo gramado, Percy vinha atrás, com sua noiva – faltam só cinco minutos! Vão, entrem! Não quero que falem que não sou pontual! Não, Hermione querida, você vai lá pra dentro ajudar Luna e Fleur com a cauda do vestido! Rony fique AQUI e espere o Neville, só Deus sabe onde ele se enfiou! Sr. e Sra. Granger, podem entrar. Sr. Krum, você também. Harry você viu onde estão Gui e Carlinhos?


- Não sei, eu não...


- Ótimo! Obrigada, agora entre! – ela empurrou-o para dentro da tenda – NÃO! NÃO POR AÍ! Dê a volta na tenda e entre pelo altar! CARLINHOS!!! ALGUÉM VIU AQUELE TRATADOR DE LAGARTOS?

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Comentários (3)

  • AUGUSTO.

    Sim, sim, há dois Teds. Um deles é o pai da Tonks (Ted Tonks) e o outro é o filho da Tonks com o Lupin (Ted Lupin) este último tendo herdado a matamorfogamia de Ninfadora. Depois de escrito o capítulo, eu vi em algum lugar que o pai da Tonks havia morrido, mas, a princípio, achei uma boa ideia que o filho dela (Ted Lupin) fosse criado pelos avós (Ted Tonks e Andrômeda Black) já que no Epílogo há uma citação que diz que Ted Lupin era muito próximo dos Weasleys, e pro consequência, do Harry. Espero ter esclarecido a sua dúvida, obrigado pelo comentário e boa leitura!

    2011-06-11
  • Renato A. B.

    Fic maravilhosa comecei a ler agora mais esta ótima, nao entendi o que você quis diser com "Olhem! O Ted não está um amor? – ela apontou para o portão, aonde Andrômeda, Ted Tonks e Ted Lupin vinham andando lado a lado"tem mais de um Ted?

    2011-06-11
  • Luh Broekhart

    Ai Jesus... Nemo, por que não me disse antes que sua fic era tããão legal??? rsrsrs Só uma coisa: Desde quando sorvete de menta é azul???????????? Me cafundiu os neurônio. Bom, já te incomodei o bastante no twitter... Beijos ;**

    2011-03-31
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