Gina Weasley



Foi realmente muita gentileza de Gui e Fleur oferecerem o Chalé das Conchas para a lua-de-mel. Afinal, era preciso um local reservado e tranqüilo para os primeiros dias de casados, algo que nem a Toca, nem o Largo Grinmauld tinham a oferecer.


Desaparataram ao lado da sepultura de Doby, onde já cresciam diversas margaridas em miniatura caprichosamente podadas, e um pouco de limo acentuava as inscrições feitas na pedra. As luzes do Chalé estavam acesas, e Monstro logo veio recebê-los, dando os parabéns e oferecendo champanhe gelado e uma tábua de frios.


- Obrigada Monstro, é mesmo muita gentileza da sua parte – agradeceu Gina.


- É uma honra servi-la, senhorita – ele fez uma reverência muito elegante, erguendo um pouco da fronha alvíssima que usava, como se fosse um vestido – amanhã irei preparar um café colonial para vocês, espero que gostem – o elfo não precisou de ordem de Harry para desaparatar e dar privacidade ao casal.


 


CAPÍTULO 4 – GINA WEASLEY


 


 


Harry foi carregando Gina escada acima, com um pouco de dificuldade devido ao excesso de tecido, mesmo assim conseguiu cumprir o protocolo.


Ao chegar ao quarto de Gui e Fleur, tiveram uma surpresa: ele fora ricamente adornado com várias velas perfumadas e tinha uma fina névoa que não se dissipava pelos outros cômodos. Quando Harry deitou Gina na cama, as centenas de borboletas bordadas na colcha levantaram vôo e rapidamente se transformaram em flocos de neve que caíram sobre os dois.


Eles produziam uma sensação muito agradável de frio, que os estimulava a ficar juntos, enquanto Harry ia desabotoando o vestido de Gina até que ela ficasse apenas de lingerie. Depois, foi a vez de Gina tirar o paletó e a camisa de Harry, enquanto os dois iam trocando beijos cada vez mais ousados.


Quando os dois finalmente estavam sem mais o que vestir, Harry deitou Gina na cama com todo cuidado, o perfume dos seus cabelos era intoxicante. Quando ele deitou sobre ela, Gina apenas sussurrou em seu ouvido:


- Eu te amo.


 


No outro dia, Harry acordou nos braços de Gina. Lá fora caía uma fina garoa com um pouco de neblina, e a temperatura havia caído um pouco. Ele virou para o lado e cochilou. Sonhou. Era o primeiro sonho só seu, sem Voldemort nem nenhum trauma de infância. Nesse sonho, um menininho embarcava no Expresso de Hogwarts, botava a cabeça para fora de uma das janelas e acenava freneticamente para ele:


- Vou sentir saudades, papai, eu te amo.


- Eu também – ele respondia.


Harry virou para o lado e sentiu o espaço vazio deixado por Gina. Ela já havia acordado.


Ele levantou. Estava apenas de cueca então vestiu seu roupão. Desceu as escadas e encontrou à Gina, também de roupão sentada na mesa da cozinha, pernas cruzadas e segurando uma xícara de chocolate quente ainda fumegando. Ele absorve aquela cena por alguns instantes e pensa alto:


- Minha vida não pode ser mais perfeita.


Gina olha na direção das escadas e sorri radiante:


- Pode sim – ela pousa a xícara na mesa e vai à direção de Harry, dando-lhe um beijo tão apaixonado que derruba o marido na mesa do café, fazendo um pequeno estardalhaço.


- Acho melhor voltarmos para o quarto – Harry sorri maliciosamente.


- Acho melhor não – Gina então pega um morango da cesta de frutas e o coloca na boca de Harry. Ele o morde e ela lhe dá outro beijo demorado.


- Monstro pode aparecer a qualquer momento – ele pára para respirar.


- Ele só virá se for chamado – lembra Gina.


- Então eu vou ficar quieto – Harry retribui o beijo.


- Não sei se vai ser possível – ela dá uma piscadela e levanta, e pega um pote cheio de chocolate derretido, seu roupão cai.


- Não! – Harry grita, mas não consegue impedi-la de atirar aquele pote sobre ele – Agora acho melhor eu ir tomar banho – e levanta, mas Gina o agarra pelo ombro.


- Tenho uma idéia melhor.


 


Mais tarde naquele dia, depois de tomarem banho, Monstro levou-os até os dois quartos abarrotados de presentes. Gastariam o resto do dia para desembrulhá-los, mesmo assim, Harry dispensou a ajuda de Monstro, que disse ir preparar um delicioso jantar, com torta de caramelo de sobremesa.


Embora fossem grandes, aquelas pilhas de presentes não eram muito sortidas. Basicamente continham roupas de cama, aqui e ali alguns objetos decorativos e utilidades domésticas. A lista que eles fizeram não era muito diversificada, pois a maioria das coisas já havia no Largo Grinmauld. Porém, aquelas pilhas também tinham as suas surpresas.


- Harry – disse Gina após umas duas horas de desembrulho – aqui tem um presente do seu primo.


Harry ficou surpreso, enviara um convite aos Dursleys por mera cordialidade e não esperava que eles fossem ao seu casamento. Mesmo assim, Duda havia enviado um – e Harry teve que admirar o bom gosto do primo – requintado conjunto de taças de vinho.


- Vai ser muito útil – Harry riu – já que Mundungo furtou boa parte dos objetos valiosos da casa.


- Tem um cartão – mostrou Gina.


Harry leu o cartão. Duda havia casado no ano anterior, e morava em Londres com sua esposa. Tinha um endereço, caso quisesse visitá-lo, e também uma foto dos dois. Duda parecia bem mais feliz e bem menos infantil. Talvez isso fosse um bom sinal.


- Podemos visitá-los, não podemos? – perguntou Gina, que não conhecia os Dursleys.


- Podemos – respondeu Harry – depois que terminarmos a outra pilha.


Ela sorriu e lhe deu um beijo.


E a outra pilha foi quase tão surpreendente quanto a primeira. Não pelos “produtos adultos” da Gemialidades Weasley, mas também por um presente específico para Gina, ou, “para nossa mais ilustre torcedora”.


- Gina – Harry mostrou o bilhete das Harpias de Holyhead – aqui diz que você ganhou o direito de jogar um amistoso pelas Harpias de Holyhead, e pode levar quem quiser para assistir!


- Que máximo! – ela pulou – Mas suponho que você queira visitar o seu primo antes?


- Com toda a certeza que não!


- Obrigada! – ela pulou no colo dele, dando mais um beijo.


- Hã... de nada – agradeceu Harry.


 


O jantar que Monstro preparou estava ótimo, mas Gina disse que seria muito bom poder cozinhar para Harry naqueles dias, e foi isso o que ela fez.


Aquelas duas semanas passaram voando, talvez por serem tão perfeitas. Na manhã do último dia, Harry pediu a ajuda de Monstro para arrumar a casa, e ele a arrumou num piscar de olhos.


Gina deixou um bilhete para Gui e Fleur, agradecendo. Os dois assinaram o papel e desaparataram para o Largo Grinmauld.


Harry havia tirado mais uma semana de folga do trabalho para organizar a mudança, mas quando pôs os pés no capacho do número 12, teve uma surpresa: dezenas de elfos domésticos corriam para lá e para cá organizando os objetos mandados por Monstro na noite anterior.


- Eu não sabia que Monstro podia se dividir em quarenta – comentou Gina.


- Espere um pouco – Harry pensou alto e os quarenta elfos domésticos pararam automaticamente com o que estavam fazendo e viraram simultaneamente na direção de Harry.


- Sim? – quarenta vozes perguntaram em uníssono.


- Quem são vocês?


- Somos elfos domésticos – pausa – de Hogwarts – pausa – a Profª. Minerva nos enviou – pausa – para ajudar na mudança – cada dez respondeu um fragmento.


- Ai meu Deus – suspirou Harry, dirigindo-se ao quadro de Fineus – Fineus, por favor...


- Sim? – a figura azeda de Fineus surgiu da moldura.


- Por favor, agradeça à Profª. Minerva por mim, pelos elfos.


- Certamente – e saiu pela mesma moldura que surgiu.


- Eu duvido que ele vá fazer isso – Rony ia descendo as escadas, sendo apenas interrompido pelo abraço da irmã – Hermione o esqueceu por sete meses dentro daquela bolsinha, se lembra?


- Claro – ele disse, apertando a mão do amigo – como vai?


- Vou bem – ele suspirou – só aqueles apagões ridículos pra se preocupar no trabalho...


- Perguntei da Hermione – ele sussurrou, de modo que Gina não ouvisse.


- No mesmo pé – Rony revirou os olhos.


- Olá Harry, que surpresa! – foi a vez de Hermione descer as escadas e cumprimentar.


- Tenho que me lembrar de reforçar o Feitiço Fidelius desta casa – brincou Harry.


- É claro – Hermione riu – a Sra. Weasley está lá em cima, vocês podem ir cuidando da cozinha que eu e Rony ajeitamos os quartos – Hermione ia indicando os cômodos no meio do mar de elfos que dominava o estreito corredor.


Embora visivelmente úteis, os elfos iam ficando irritantes com o passar do tempo, e não deixavam Harry fazer nada. Ele e Gina só puderam retirar o porta guarda-chuvas em forma de pata de trasgo, que naquele dia mais do que nunca atrapalhava a passagem, e coloca-lo no porão; e cobrir as cabeças de elfos da escadaria com uma cortininha, já que elas – assim como quase tudo na casa – estavam impregnadas de um Feitiço Adesivo.


Após um dia de intenso trabalho, cada superfície da casa brilhava como Harry jamais imaginou que pudesse brilhar. Tanto que chegava a disfarçar os vários tons de verde e prata que se espalhavam pela casa. Nos quartos, não se via uma única partícula de pó, as roupas de cama haviam sido lavadas ou trocadas, as cortinas de veludo foram escovadas e os móveis destruídos pelas fadas mordentes haviam sido consertados.


Em resumo, a casa recuperara a atmosfera de lar que deveria ter muito tempo atrás. Até mesmo o quadro de Walfanga Black parecia satisfeito e bem mais silencioso.


Então, Harry agradeceu os elfos e os dispensou, mas eles não foram embora antes de fazer inúmeras reverências que acabaram deixando Harry atordoado.


Harry e Gina ocupariam a suíte do casal, que antes era de Walfanga e Orion Black, os pais de Sirius. Os demais quartos haviam sido fechados, pelo menos até eles terem filhos.


Se bem que Harry estava preocupado com aqueles pôsteres de garotas trouxas de biquíni.

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