Ronald Weasley



A vida como auror até que era bem legal, podia trabalhar com o seu melhor amigo e não havia muitos perigos desde a queda de Lord Voldemort. Nesse meio-tempo, Harry pediu Gina em casamento na cerimônia de um ano do fim da Guerra, em Hogwarts. Hermione voltou para completar os estudos junto com Gina, e foi morar com seus pais em Londres, embora todos passassem muito mais tempo n’A Toca. A família Weasley estava prestes a ganhar mais um membro, visto que Fleur estava grávida. E dinheiro não era mais problema, pois Artur havia recebido uma generosa indenização e uma grande recompensa pelos fatos ocorridos dois anos antes; além disso, a filial da Gemialidades Weasley em Hogsmead fazia um sucesso estrondoso, tanto que Rony ia lá ajudar de vez em quando.


A sua situação amorosa com Hermione era um tanto quanto difusa, opaca e disforme. Ninguém mais sabia se eles eram amigos, namorados ou noivos – nem mesmo o casal – visto a freqüência com que discutiam sobre as coisas mais banais. No entanto, era mais preocupante quando o silêncio perdurava por mais de um dia naquela relação.


O problema não era a falta de afeto, nem de nenhum sentimento; pelo contrário: faltavam ações. Aqueles dois anos de namoro haviam se tornado muito repetitivos, e ambos – assim como todo o resto da família – achavam que já estava na hora de dar um segundo passo.


 


CAPÍTULO 1 – RONALD WEASLEY


 


 


Os dois estavam visivelmente ficando para trás: primeiro foram Jorge e Angelina, depois foram Harry e Gina. Rony já chegava em casa todas as noites esperando ouvir de alguém que Neville havia pedido Luna em casamento, embora até ela já demonstrasse encantos por um sobrinho dum famoso naturalista que inesperadamente se interessara por Bufadores de Chifre Enrugado. O segundo indício do atraso estava ali na sua frente, dividindo espaço na sua escrivaninha de mogno polido com pilhas de relatórios pendentes, um punhado de memorandos interdepartamentais com o bico amassado e um tinteiro entupido. E o indício tinha letras douradas garrafais e ondulantes – impressas em papel texturizado:


 


 


 


 


 


Artur Weasley – Molly Prewet E Tiago Potter – Lílian Evans (In Memoriam)


Tem o prazer de convidá-lo para a cerimônia de união dos seus filhos:


 


GINEVRA WEASLEY E HARRY TIAGO POTTER


 


Que será realizada ao dia nove de junho de dois mil


Às dezenove horas e trinta minutos


n’A Toca ( ao vilarejo de Ottery St. Catchepolle)


 


Favor confirmar a sua presença até ás quinze horas do dia sete de junho (indispensável a apresentação do ticket anexo)


 


 


Não que Rony tivesse inveja do amigo, apenas se sentia desconfortável com o fato dele se tornar o único solteiro na família – acredite ou não, mesmo Percy estava noivo – ele tinha que agir, e agir rápido. Não tão rápido, pois Hermione podia meter o pé na bunda dele; nem tão devagar, pois Hermione podia meter o pé na bunda dele e fugir com outro.


Rony procurou direcionar a sua atenção aos relatórios na sua frente, quando ouviu a cadeira do lado sendo arrastada: era Harry.


- O chefe está pedindo os relatórios, você já terminou os seus?


- Ainda não, falta pouco, quer que eu termine os seus para ganhar uma meia hora de bônus?


- Seria ótimo – ele arrastou a cadeira e passou uns cinco papéis para a mesa de Rony – vejo você daqui a pouco – ele pegou o paletó e ajeitou o suspensório. Quando estava quase no elevador, o chefe o abordou:


- Não precisa sair escondido – o chefe deu um tapinha nas suas costas – grande dia hoje não é? – ele fez sinal positivo com o polegar e piscou.


- O senhor vai poder ir?


- Oh não – ele revirou os olhos – parece que alguns delinqüentes estão mexendo nas usinas de energia trouxa. Estamos registrando uma série de pequenos apagões na região de Wiltshire, tenho que verificar, mas Andrea já enviou o nosso presente, espero que gostem.


- Certamente – agradeceu Harry – agora acho melhor eu ir.


- Claro, e aproveite o primeiro dia do resto da sua vida! – ele riu, enquanto o elevador fechava as grades e começava a descer.


- Aqui estão seus relatórios, senhor – cerca de vinte minutos depois, Rony terminou o seu serviço.


- Ah, obrigado Ronald, mas será que você pode me fazer o favor de entregá-los ao Ministro antes de sair?


- Sim, claro.


Rony foi para o elevador e subiu mais um Nível “Ministro da Magia e Serviços Auxiliares”, anunciou a voz metálica, e Rony divisou, sentado ali estava Kingsley, vestindo um impecável terno azul-marinho de risca de giz com seu brinco dourado e a careca lustrosa.


- Boa tarde, Ministro – cumprimentou Rony.


- Por favor, me chame de Kingsley, Rony.


- Desculpe. Eu vim entregar esses relatórios do Quartel General dos Aurores deste último mês.


- Muito obrigado, pode deixá-los em cima da mesa.


- Bonito terno – Rony elogiou.


- Ah – Kingsley olhou para as vestes pouco tradicionais para ele – vou encontrar-me com o Primeiro Ministro trouxa dentro de uma hora.


- Hum! São os apagões em Wiltshire?


- Isso mesmo! Tive que ler alguns livros sobre eletricidade, não quis pedir ajuda ao seu pai por conta da ocasião.


- Fez bem, mamãe anda a beira de um ataque de nervos... Mas então não vai poder ir à cerimônia?


- Infelizmente não, já enviei meu presente. Se puder enviar minhas felicitações ao Harry...


- Claro, vou sim. Até semana que vem e, boa sorte com o outro Ministro.


- Até.


Rony desaparatou e encontrou Harry em seu quarto, já saindo do banho. Apanhara seu smoking no cabide e começava a vesti-lo. Ao ouvir o estalo que denunciou o aparecimento de Rony, Harry não pôde evitar virar na sua direção com a varinha em punho: todos faziam isso, já que era difícil se acostumar com uma vida normal, sem dezenas de feitiços protetores ao redor de si.


- Calma – Rony suspirou – sou só eu!


- Desculpe – disse Harry guardando a varinha no bolso das vestes de gala – Força do hábito


- Sei – disse Rony, tirando a camisa para entrar no chuveiro – ainda mais com tantas pessoas. É estranho não desconfiar que entre elas haja algum Comensal da Morte – Rony ligou o chuveiro.


- É – Harry fechava o zíper da calça – é difícil esquecer as velhas medidas de segurança – ele riu.


- Você sabe quantos convidados são ao todo? – Rony perguntou, enquanto se ensaboava.


- Realmente eu não faço a menor idéia – uns trezentos, talvez?


- Mamãe acha que é bem mais do que isso. Ouço os comandos dela daqui!


- Precisava vê-la quando eu cheguei. Ao que parece um dos gnomos se infiltrou na casa e roubou a grinalda de Gina – suspirou – Só espero que não tenha ocorrido nada às alianças...


- Não se preocupe, elas estão no bolso direito do meu paletó – Rony apontou com a mão molhada para fora do box.


Alguns minutos depois, Harry disse:


- Acho que devemos nos preocupar mais se Vítor não vai se estranhar com o pai da Luna – todos os amigos de Harry haviam sido convidados, os professores, aurores e até mesmo os Malfoy receberam um convite.


- Acho que Hermione já conversou com ele sobre isso.


- Falando em Hermione...


Rony saiu do box.


-... Você já conseguiu dizer aquilo para ela? – Harry enumerou a palavra aquilo.


- “aquilo” o quê? – Rony se confundiu, pois estava pondo a calça.


- O noivado! – Harry fez sinal com o dedo anular – levamos horas para escolher as alianças!


-Eu sei! Eu sei! – mas não é tão fácil... E tem... Os pais dela.


- Eles são trouxas! Não monstros!


- SÃO AVES DE RAPINA! RAPOSAS QUE NÃO DESVIAM O OLHO DA CRIA!


- Menos, Rony.


Rony bufou.


- Quer dizer, você teve uma... Oportunidade.


- Por que não faz isso hoje? Seria perfeito!


- Não sei, é o seu casamento, o dia é seu e da minha irmã!


- Nós somos melhores amigos! E daí?


- Não sei... – ele estava acabando de secar-se quando consultou o relógio – mas acho que estamos um pouco atrasados! – então ele se virou e com um aceno de varinha vestiu seu smolking – Quer ajuda com isso aí? – ele perguntou, ao notar que Harry estava se atrapalhando com o nó da gravata borboleta.


- Por favor...


- Enlaço! – Rony ordenou, e sua varinha produziu um nó tão apertado que Harry começou a ofegar e ficar roxo, lembrando muito ao Tio Valter, durante seus espasmos de fúria.


- Desculpe – Rony apressou-se em ajudar o amigo – nem queira saber o que eu fiz com a braguilha um dia desses... Bem eu me desconcentrei e...


- E-eu imagino – disse Harry, menos vermelho mais ainda rouco.


- Pronto – Rony conseguiu afrouxar o nó – Sabe, eu me sinto um idiota por ter sido tão duro com vocês no começo. Fui mesmo um imbecil.


- Não esquenta.


- Vai me ajudar com a Hermione?


- Vai me ajudar com a Gina?


- Vão me ajudar com isso aqui?


 


Neville apareceu de repente no quarto, com a faixa do smolking amarrada em volta da cabeça. Ele seria um dos padrinhos, com Luna; assim como Rony e Hermione. Os dois ajudaram Neville a prender a faixa ao redor da cintura.


- Sua mãe está chamando, Rony – disse Luna, subindo as escadas – é melhor ir logo, ela parece muito nervosa.


- Se preocupe quando ela não parecer – disse Rony, descendo as escadas com Harry nos calcanhares.


 


- Que bom que você está aqui! – ela o agarrou pelo braço e o puxou para dentro da tenda – pensei que fosse demorar mais!


- R-rony me ajudou no trabalho...


- Até que enfim ele usou o cérebro!


- Sra. Weasley... pode ficar calma, está tudo dando certo... – Harry se esforçava em relaxá-la.


- NÃO FOI VOCÊ QUE QUASE FOI ENTERRADO VIVO POR UM BANDO DE GNOMOS INTROMETIDOS! – então ela se deu conta de que todos estavam olhando para ela, fechou os olhos e suspirou. Quando continuou, tentou parecer que não havia gritado – Bem...é claro, está certo. Mas eu preciso que vocês dois memorizem as suas posições para na fazer vexame na hora do casamento!


- Mamãe, ensaiamos ontem até as duas da manhã!


- Mas você esquece as coisas com muita facilidade! Principalmente enquanto dorme!


- Mas então dá uma folga pro Harry... daqui uma hora ele terá centenas de convidados para cumprimentar!


- Está certo. Mas só mais um ensaio não vai matar ninguém!


Então eles se viram obrigados a ditar em voz alta cada passo da cerimônia para a Sra. Weasley, até que ela concordasse que era hora do ensaio prático.


-...daí, o Harry coloca a aliança na mão da Gina... – Rony notou que o bolso do seu paletó estava vazio – AH MEU DEUS! CADÊ AS ALIANÇAS?


- Seu tonto! – a Sra. Weasley deu um tapa sonoro em sua nuca.


- Eu vou buscar no quarto, deve ter caído do meu bolso enquanto eu me vestia!


- Não, não! Você ainda não me disse em qual dedo de qual mão ele coloca a aliança!


- Deixa, eu vou – se ofereceu Harry.


- Ah Harry, avise as meninas de que falta meia hora para a cerimônia! – ele gritou, pois Harry já estava na metade da tenda – a Rony, esquece! Eu vou ver se os gnomos não acabaram com o bolo!

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Comentários (2)

  • Rosemare Vulchanov

    Muito boa suas descriçôes. Andei procurando fics que realemnte prestem... é dificil encontrar algo bom de verdade. Continue com o seu trabalho, está fantastico e encantador! Espero que não fique só na superficialidade e que a sua trama seja tão boa quanto o jeito que você escreve! Se não for, eu falarei mais a frente! Mas, pela intuição, você é muito bom para fazer fic de qq besteira! Mais uma coisa... a sua foto está Foda! Sinceramente, Marina 

    2011-07-06
  • Luh Broekhart

    NEMO!!! Morri!!! Sério, eu amo o Ron ele é tão engraçado *-* Sra.Weasley tendo ataques cardíacos é sempre algo divertoso de se ler. Então, vou indo para o próximo capítulo!! \o/ Beijos ;**

    2011-03-31
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