Capítulo 23



Aclarações:


Itálico– 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.


Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.




Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.


Observação: Capítulo NÃO betado. Pode conter atrocidades...




Capítulo 23


Luna bateu palmas. – Tudo bem, preciso ir. Só queria cumprimentar Parvati por sua "performance" – ela riu quando Parvati fingiu indignação. – ou o que quer que tenha deixado a senhora Weasley ciente das atitudes de Ronald. Tenham um bom dia, pessoas.


Eu queria confirmar o que havia visto nos olhos de Luna. Mas sei que, se eu ao menos fizer menção de me erguer, Harry ou mesmo Parvati irá me impedir; provavelmente achando que mataria Luna – ou atrocidade semelhante.


Não é segredo nenhum que tenho sido muito mais agressiva com Luna do que qualquer outra garota que tenha se aproximado de Harry. O que é compreensível, porque parte do tempo ela só gosta de me provocar – não há palavra mais adequada. Ela desfruta ao me ver contorcendo em ciúmes – o encontra "adorável".


Ainda que, analisando a fundo, posso encontrar outra razão para o meu "desprezo": Luna é uma das amigas mais próximas de Harry, na verdade, ela muito bem poderia ser considerada "grande amiga". Ele a estima. O que, após tudo que li sobre o miosótis, sei que gera emoções negativas. É como se a florzinha quisesse que eu repelisse Luna. Como se a visse como uma ameaça.


O que, sejamos francos, ela é. Porque, em primeiro lugar: Harry não me ama como qualquer homem que um dia já ofereceu a miosótis à sua dama. Quero dizer, eu sei que ele me ama, eu sou sua melhor amiga. Mas não é o "amor romântico" do qual a tradição trata. Então, como isso não é um "caso comum" de tradição e, por conta disso, não haver amor, a flor me impele a ver quase todas as garotas como possíveis ameaças até que Harry finalmente demonstre o tipo "certo" de amor – o que... hei, não vai acontecer. Assim, somos obrigados a lidar com meus surtos psicóticos. Ou os dele, neste caso, quando se trata de Ron – Apesar de Harry ser mais controlado. Não, não é essa a palavra. Resignado.Sim, ele sempre soube que Ron e eu nos amávamos, talvez, por conta disso – da inevitabilidade – ele consiga lidar melhor.


E segundo: Harry muito bem pode ser apaixonado por Luna, o que – na verdade – pode fazer meu ódio por ela incomensurável. Simplesmente por conta da contradição: se ele a amava por que o miosótis foi parar na minha mão? – É claro que essa não é uma pergunta minha. Afinal, eu sei que o miosótis me foi entregue for pura ingenuidade de Harry, sem qualquer intenção de declarar amor eterno. De toda forma, isso só faz Luna mais odiável para a tradição.


Harry lhe presenteou um sorriso especial.


Partavi franziu o cenho, fitando Hermione dardejar as costas de Luna. A monitora-chefe havia subitamente empalidecido.


Me faz desejar machucá-la. Muito.


-Amore, você prometeu me ajudar com o dever de transfiguração! – Parvati apertou a cintura de Hermione num abraço. – Nem pense nisso, mocinha – atalhou ao seu ouvido. – Vamos lá, respire fundo.


Harry observou tudo sem uma palavra. Ele percebeu o conflito de Hermione e esperou até que precisasse tomar uma atitude. Não foi necessário graças a Parvati.


Merlim, graças a Deus eu não a segui. Provavelmente estaríamos rolando no chão agora.


Tranquilamente, Harry se ergueu e se moveu mais perto de Hermione, abaixou-se até encontrar seus olhos e carinhosamente distribuiu pequenos beijos em seu queixo, nariz e testa.


-Encontro vocês na aula.


-x- Miosótis –x-


Parvati Patil não ficou chocada ao dar de cara com Ronald Weasley apenas cinco minutos antes do início da aula de adivinhação - A verdade é que havia esperado que ele fosse ao seu encontro bem antes àquele dia. -, Mas ficou chateada quando o rapaz praticamente a rebocou para o mais distante do hall de entrada quanto possível dada a resistência da jovem.


-Que diabos, Ron! Firenze não gosta que nos atrasemos para a aula!


O ruivo, indolente, apenas suspirou. – Por que fez isso, Parvati? Como pode?


A morena franziu o cenho em confusão. Quando o reconhecimento do que Ron falava veio, ela o encarou com descrença e raiva. – Não banque o ofendido comigo, Ronald Weasley! Você não tem o mínimo direito maldito – rosnou.


-Minha mãe. Você enviou uma carta para minha mãe?


A garota riu sem emoção. – É uma pena que não pode fazer o mesmo, não é?


-Quão baixo pode chegar...


-Não vem com essa, Ron. Como se fosse o senhor das virtudes! Ainda estou por aqui com você, e se eu pudesse, pode crer, meu filho, que teria jogado ainda mais pesado.


-Não acredito que me humilhou de propósito na frente de todo mundo só para ter a mão superior - Ron parecia realmente chocado e a vontade que Parvati tinha de socá-lo aumentava a cada instante que os olhos tristes do rapaz a encaravam com espanto. -Eu nunca faria algo assim, ainda que você seja uma pessoa terrivelmente insana. E que mereça, se metendo na minha vida como se tivesse direito – resmungou.


-Cala a boca! Cala essa boca! – O grito de Parvati foi tão estridente que Ron se perguntou como Filch não havia se materializado imediatamente após, enviando-os para detenção. – Eu disse a você... – ela respirou fundo, baixando consideravelmente o tom de voz. – Eu o avisei, Ron. Mas pensou que estava apenas fazendo promessas vazias, não é? Bem, é apenas justo que esteja encrencado com sua mãe. Talvez ela te ponha um pouco de juízo, por fim. Não aja como se não estivesse esperando algo assim depois do que disse a Lilá – os olhos do rapaz se arregalaram. – O quê? Você pensou que eu não descobriria? Por favor.


-Eu só queria que parasse de se meter em minha vida! Não tem esse direito.


-Eu disse para não se meter com minhas amigas, você não me deu ouvidos – ela deu de ombros. – Tenho certeza que pode lidar com sua mãe.


-x- Miosótis –x-


Era final de tarde quando tive oportunidade de falar a sós com Harry, ou o mais próximo a isto que o salão comunal permitia. Ele deslizou para o meu lado assim que me viu.


-Se sente melhor?


-Você quer dizer, "sem impulsos assassinos"? - ela riu amarga. – Yeah, algo assim.


-Não é como se pudesse evitar, Mione...


E então outro impulso veio, eu precisava entender. Estar certa.


Meus lábios formaram as palavras. Uma pequena parte de mim estava horrorizada com o questionamento repentinamente irrefreável, todo o resto parecia em pausa observando cuidadosamente todos os trejeitos de Harry, buscando algo.


-Quanto você gosta da Luna?


Harry parecia chocado com a pergunta e então sua expressão mudou, se tornando neutra. – Você sabe a resposta.


Subitamente eu senti raiva. – Não, não sei! Você acha a companhia dela agradável? Conveniente? A considera uma amiga? Está apaixonado por ela? Você a acha bonita?


As perguntas continuavam a surgir e saltar de minha boca. Isto não sou eu. Essa maldita tradição está me consumindo com ciúmes outra vez. Eu quero fechar meus punhos ao redor do pescoço de Harry e forçá-lo a dizer que não há mais ninguém senão eu. Que sou sua única. E, por outro lado, quero implorar para que ele diga as palavras.


"Eu só tenho olhos para você". Que signifique isto dessa vez. Que pare de me fazer sofrer. Que liberte meu coração.


Você é meu, uma e outra vez surgindo em minha mente.


Harry suspirou. - Luna é nossa amiga, Hermione. É claro que gosto dela. Você sabe disso – ele fez uma pequena pausa. – Luna é adorável. – Ele respirou fundo, olhando para as próprias mãos, antes de acrescentar baixinho:


-Se a amo? Eu não sei – arriscou levantar a vista. - Talvez... E-eu não sei.


-Como pode não saber?


Exasperado, Harry retrucou:


-É difícil dizer quando todo meu corpo quer repelir até mesmo a ideia, me forçando a pensar em você. Não posso lhe dar uma resposta honesta até que saiamos dessa enrascada que é o Miosótis. Mas... como sabemos, isso tampouco lhe importará quando tudo estiver acabado. Então, sinto muito se a única resposta que posso lhe oferecer não lhe satisfaz Hermione.


-Então já teve um pensamento em relação a isto?


-Nós provavelmente não deveríamos falar sobre isto – afirmou categoricamente.


-Oh, sim? E qual foi sua primeira pista?


Ela não estava gritando, o que por si só é uma façanha. E realmente assustador, pra ser honesto.


-Mione...


A morena instintivamente se afastou e o rapaz precisou forçá-la a permanecer no local. – Eu não quero que goste dela – ela soluçou. – Não quero que pense nela. Ou que fale com ela. Oh meu Deus, eu te odeio tanto agora – afirmou, entre ofegos dolorosos, forçando a si mesma a manter pelo menos uma pequena distância entre eles, desde que Harry estava resoluto em mantê-la ao seu lado. – Você me faz mal!


O olhar assombrado e magoado dele, desta vez, pouco a afetou.


Estava cansada de ser um mar tumultuado de emoções enquanto Harry agia de maneira tão racional quase todo tempo. Era irritante, frustrante mesmo. E, como se não bastasse, lá estava ele, com sentimentos confusos sobre Luna. Como se ela precisasse de mais um motivo para ser irracional.


Ironia. Desde que a tradição passara a ditar suas vidas, Hermione perdia as estribeiras mais vezes do que não.


-Então – Harry disse devagar. – Acho melhor cortarmos o mal pela raiz, não é? Eu vou para o quarto agora. Vou tentar me manter distante enquanto... – a voz dele morreu, sem ideia do que falar.


Enquanto o quê? Até que você não me odeie o suficiente? Até que a tradição a faça odiar a si mesma e a force a correr para meus braços? Enquanto estamos sob a tradição?


-Boa noite, Hermione...


-x- Miosótis –x-


Como se não bastasse o dia horrível que estava tendo, ao subir para o quarto, Parvati encontrou Hermione sobre a cama, debruçada sobre um livro enorme, que, Parvati estava certa, era o da tradição. Hermione estava obcecada com aquela maldita coisa, principalmente: queria dar um fim à tradição de qualquer forma.


Já não podia se lembrar das vezes que tentara dissuadir Hermione, ou mais bem, alertá-la, que a sua busca provavelmente era em vão. Como alguém que oferece seu amor – o real -, sua alma e vontades para alguém e simplesmente tomar de volta? Como se estivesse cansado? Como se fosse um pedaço de pano? Aquilo não era um conto trouxa.


Como Hermione, tão inteligente, não conseguia ver que a magia estava ao redor deles ainda mais agora? Que não eram apenas palavras que os obrigaram um ao outro, que essa tradição era mais forte que uma promessa bruxa?


Virando os olhos, a garota se aproximou apenas para se dar conta de que Hermione chorava. Chocada, a morena se aproximou rapidamente, caindo sem cerimonia ao lado da amiga, a mão imediatamente deslizando sobre os cabelos lanzudos de Hermione.


-O que está havendo?


Hermione levantou a cabeça para encontrar os olhos de Parvati, sorrindo de forma aguada ao reparar na evidente preocupação expressa na face da moça a sua frente. – Oh, não é nada, realmente. Apenas a tradição tomando lugar em minha cabeça. Só está um pouco difícil dessa vez de manter a compostura.


-O que aconteceu? – insistiu franzindo o cenho, de forma nenhum comprando a palavra de Hermione.


Hermione lançou um olhar desconfiado a sua volta e, no instante seguinte, Parvati a estava empurrando para conseguir mais espaço na cama, puxando a cortina da cama com uma mão enquanto buscava no bolso de seu sobretudo escolar sua varinha. Com um aceno leviano, ela terminou de fechar a cortina; movendo novamente o pulso, dessa vez num movimento ríspido, ela lançou um feitiço silenciador à volta delas.


-Lumus – resmungou. - Abre o bico.


(continua)




N/a: Obrigada por todos os comentários! Realmente. Desculpem-me a demora...


Esse capítulo foi... realmente estranho escrever, de toda forma, espero que se divirtam. Grande beijo.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (8)

  • Undiscovered

    Pra mim, Parvati e Ron tem e tesao incubado, serio haha. E esse negocio com a Luna nao me agrada nem um pouco... No mais, linda.

    2012-09-04
  • Raio

    Que bom que há mais postagens! Senti saudades da fic... As crises da Mione já tão ficando chatas... Poxa... será que ela não percebe que não é a única afetada? Que a maldição tb prende e faz mal ao Harry, mas que ele com a mania de santo protetor de todo mundo tenta se manter o mais em paz possível? É fato que ninguém manda nas emoções controladas pelo miosótis, mas ele tenta com tanto afinco segurar a barra... inclusive quando ela fica nessa de "somos só amigos"... Enfim... Tô começando a torcer pra Luna! Hunf! ahuahauahuahauahuahauahuahauhaSaudades dos capítulos mais frequentes!!!! 

    2012-08-02
  • Lílian Granger Potter

    Não to gostando de como você conduz isso da Luna, não quero sequer um affair entre eles -.-

    2012-08-01
  • Nand Person

    adorável o capítulo *-* não demora pra postar de novo!beijos 

    2012-07-30
  • luiza potter

    Ai. Dois bestas esses dai viu.E essa raiva toda entre Roniquito e a Parvati é tudo amor encubado. Apenash 

    2012-07-29
  • rosana franco

    Os dois estão mais enrolados que gato em novelo de lã.

    2012-07-29
  • Coveiro

    Posta mais, muito loco o capitulo. To cada vez mais ligado nessa Hermione ciumenta. Mas o harry é um vacilão, como ele não entende o q sente?

    2012-07-29
  • Isis Brito

    Aaaahhhh!!! Fiquei emocionada com o capítulo!! Lindo demais, lindo demais!! *--------*Mesmo demorando a postar, vc tem um jeito de escrever que encanta quem está lendo, fazendo a gente mergulhar na sua história e desejar que tudo fique bem, que Rony e Parvati parem de implicar um com o outro, que Hermione perceba de uma vez que não está mais presa ao Harry só por causa da tradição...Owwn... Coração batendo forte aqui!! *-----*Quando é que eles vão se acertar de vez, hein? Chega me parte o coração vê-los cada vez mais apaixonados, porém cada vez mais distantes... =( Estou simplesmente ansiosa pelas cenas românticas de novo!! ^^"Por favor, não separa eles não... Por favor... ^^"Ai, ai... Capítulo maravilhos, como sempre!! xDPor favor, não demora a atualizar!! Sua fic é INCRÍVEL!! 

    2012-07-28
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.