Capítulo 6




Aclarações:


Itálico – 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.


Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.




Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.




-Sinto muito, mas não posso correr o risco de tê-la em minha cabeça – ele disse quietamente, suas mãos ao encontro do rosto dela e então ele a estava beijando.


Honestamente, eu deveria estar acostumada com os repentes de Harry. Mas eu não. Apesar de me encontrar estranhamente receptiva ao seu surto - ou o que quer que seja isso.


O que quero dizer é que não havia hesitação quando o beijei imediatamente de volta. Qual era meu problema, afinal? Deveria tê-lo empurrado, mas lá estava eu, derretendo contra ele, minha mão fechada em um punho sobre sua camisa, a outra em seu ombro e erguendo-me ligeiramente para conseguir um ângulo melhor. Em pleno salão principal. Com todo corpo discente e docente de Hogwarts nos encarando em choque. E eu só não conseguia parar.


De alguma forma, ele tinha meu lábio inferior entre os dentes, puxando oh tão delicadamente... e eu sabia que precisava tê-lo em minha boca. A descarga elétrica que me atingiu quando sua língua deslizou sobre meu lábio machucado foi insignificante em comparação à que me atingiu quando sua língua encontrou a minha e suas mãos se moveram; a primeira desmanchou meu coque ao se enterrar em meu cabelo e sua outra apertou minha cintura, moldando meu corpo ao seu.


Esse beijo não era em nada parecido com os que havíamos compartilhado.


-x- Miosótis -x-


Quatorze horas antes


Eles se entreolharam, cada qual com uma expressão de desgosto.


Não pode ser.


Não pode ser


Harry franziu o cenho. – Isso foi...


... estranho.


... estranho.


O moreno lançou um olhar horrorizado à amiga. Hermione tentou pensar ordenadamente:


-Não se preocupe, deve ser um efeito da promessa.


-Como isso remotamente deveria me acalmar? E como assim "deve ser"? Isso tem efeitos colaterais?


Meu Deus, ele está histérico.


Harry lhe ofereceu um olhar venenoso. – Não, eu não estou.


A garota ergueu a sobrancelha, zombeteira. Você está em pânico, se acalme.


Eu não estou em pânico. Mas seria bom saber se, sei lá, vai surgir uma nova cabeça no meu pescoço!


Oh Harry! Não seja tolo.


-Pare de fazer isso!


Hermione riu ligeiramente, sua cabeça de lado enquanto o fitava, mas anuiu:


–Se você organizar seus pensamentos vai ser melhor.


-O que quer dizer?


-Sua mente está uma bagunça – ela disse suavemente, tocando seu braço. – Eu preciso que se acalme, está me dando dor de cabeça tentar compreendê-lo.


-Eu não a quero na minha cabeça! – afirmou frustrado. De todas as coisas que podiam acontecer, ter Hermione lendo livremente seus pensamentos entrava na lista das 10 piores coisas, logo abaixo de "ressurreição de Voldemort", na verdade.


Já estou aguentando esquisitices demais para mais essa.


-Harry, está me deixando preocupada!


Você não está me ouvindo. Harry.


Os olhos dele não encontraram os dela enquanto ele procurava não pensar. Sem sucesso.


Perdido em um turbilhão de pensamentos, Harry tentava parar o perigoso rumo que estavam tomando. Respirando fundo, ele meneou a cabeça.


Quando olhou para a amiga, Hermione franzia o cenho, toda sua concentração nele. Definitivamente não precisava disso.


Eu não posso lidar com isso agora. E sem mais ele partiu, toda confusão de seu pensamento silenciando a cada passo mais distante.


-x- Miosótis -x-


Harry estava surtando em algum lugar do castelo, imagino.


Eu deveria estar um pouco mais indignada por sua atitude, no mínimo, bizarra. "Eu não a quero na minha cabeça" vez ou outra se fazendo ouvir e me tornando desgostosa, para não dizer "frustrada" e "magoada".


Não quero pensar no significado disso. Não quero acreditar que Harry não confia totalmente em mim.


Como uma idiota, no entanto, tudo que posso me perguntar é se está tudo bem com ele.


Eu estava tentando ordenar meus pensamentos. Na verdade, limpá-los. Utilizando de Oclumência, eu procurava deixar minha mente em branco, como o grande trapaceiro que me tornei.


Eu não queria que Hermione se sentisse culpada por eu me sentir culpado por ter lhe dado uma flor que tinha um significado inversamente proporcional ao seu tamanho. E definitivamente não queria que ela soubesse o que eu achava de fato da sua "não-relação-estabelecida" com Ron, meus pensamentos tem sido, por um tempo agora, muito mais... parciais.


Tudo era muito patético.


A noite uma passar entretanto, e amanhã eu estaria melhor.




Biblioteca


09h15min (AM)


-Então, vocês... se agarrando às escondidas... Se divertiram muito?


Ergui imediatamente minha vista da redação de poções que fazia, encontrando Ron sentado à minha frente com uma expressão tranquila que me deixou nervosa. Só era estranho encontrá-lo na biblioteca.


Finalmente registrando suas palavras, franzi o cenho, não me dignaria a comentar qualquer coisa. Como posso gostar tanto de uma pessoa por vezes tão cretina?


Com um suspiro resignado, torno ao meu texto. Alegremente ignorando que merecia ser atormentada por Ron àquele momento. Desde que, veja bem, eu havia beijado meu outro melhor amigo – tudo bem, correção: forçado meu melhor amigo a me beijar em uma passagem clandestina, o que claramente ninguém deveria ter presenciado. Pelo menos não Ron.


-Onde está seu amiguinho? – quando não obteve resposta: - Vai me ignorar?


-O que quer que eu fale? – indagou baixinho, sem encará-lo.


A pergunta de um milhão de galeões. Como justificar um beijo em alguém que não é "seu"? Um beijo às escondidas que supostamente não aconteceria nunca.


-A verdade.


Ele não ia acreditar na verdade. Então, decidi lhe oferecer parte dela. Respirei fundo e o encarei. – Eu o beijei. Harry só... permitiu que eu o fizesse.


Tentei duramente não demonstrar qualquer emoção.


-Por que?


Eu queria Harry aqui. Agora. Para me salvar dessa pergunta. Para me resgatar antes que eu derrubasse qualquer lágrima, parecendo tão malditamente culpada. Mas Harry estava se escondendo da pessoa horrível que não pode ter acesso aos seus pensamentos. Da pessoa horrível que sou eu.


-Por que você beija uma pessoa, Ronald? – meu tom é suave, e eu não posso acreditar que estou fazendo isso. A expressão de dor dele está me ferindo e eu desvio o olhar quando sinto meus olhos arderem.


-Bem, bem... Eu não deveria estar surpreso não é? Você deve estar feliz, agora que tem o que quer.


-Harry e eu somos só amigos.


Ron riu. – Uau, é uma bela amizade a que vocês detêm.


Distraidamente, sequei uma lágrima errante antes de voltar para ele. – Você não tem ideia.


-Eu estava sendo sarcástico.


Como se eu precisasse de explicação.


-Se você empregasse tanta vontade em ser apenas um pouco mais sensato, quanto emprega no sarcasmo, nós


-O que? Poderíamos fazer parte de um ménage?


Seu tom alto me horrorizou mais do que suas palavras. Ele havia conseguido, finalmente, a oportunidade para receber os olhares que estava procurando desde o inicio. Ele não tinha o direito de fazer isso comigo, muito menos no meu santuário.


–Não. Harry acha que você não é suficientemente bom para algo assim. Não posso discordar – ela retrucou sarcasticamente. – A propósito: antes que me interrompesse, iria lhe dizer, em palavras mais amenas, é bem verdade, que se não fosse tão egocêntrico e invejoso ainda seríamos amigos. Por favor, se não tem nada relevante a dizer, sinta-se a vontade para sair da minha mesa. Está atrapalhando meu estudo.


-A grande Hermione Granger não pode perde tempo.


-Fico feliz que entenda – ela retrucou, sorrindo com falsidade.


Assim que ele saísse, eu iria vomitar ou chorar como uma criança, o que vier primeiro. Mas não na sua frente.


-x- Miosótis -x-


Salão Principal


Horário do almoço


Talvez dê certo. Merda, eu espero que dê certo.


Ela mal pode evitar se erguer ao ouviu fracamente seu pensamento, seus olhos varrendo o salão a procura dele.


Hermione ficou aliviada ao perceber que Harry vinha ao seu encontro. Ela não iria admitir e principalmente: ela tentou não pensar nisso, mas precisava de colo. Do carinho dele. Ela queria se enrolar em seu abraço e dormir para sempre.


Dessa vez, a grifinória se levantou, absolutamente incapaz de parecer relaxada quando a expressão dele parecia tão séria.


Harry?


-Sinto muito, mas não posso correr o risco de tê-la em minha cabeça.




(Continua)


Compartilhe!

anúncio

Comentários (2)

  • Brunizinha

    Rony, quantas vezes eu vou ter que repetir? Você não presta para um menage... foi isso que eu imaginei que ela diria. Mas ela fez bem melhor kkk

    2013-05-15
  • Isis Brito

    Ele a beijou e meu coração pulou... *-*

    2011-12-05
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.