Capítulo 33



Aclarações:


Itálico– ‘esclarecimentos‘ de Harry. Pensamentos dele. POV‘s Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.


Negrito – ‘esclarecimentos‘ de Hermione. Pensamentos dela. POV‘s Hermione.




Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.


Observação: Capítulo NÃO betado. Pode conter atrocidades...




Capítulo 33


"Genial" eu falei sarcasticamente.


Então agora tínhamos que nos tocar – Bem, ao menos se não quiséssemos afetar outras pessoas. Como aconteceu mais cedo, quando estava com Luna.


Isso me faz lembrar o inicio do pacto (ou seja lá o que é essa maldita coisa): quando Hermione e eu nos sentíamos mais confortáveis um perto do outro. Quando descobrimos que o Miosótis tinha poderes. Quando tudo ainda era novo e chocante.


Pra ser franco, as coisas só foram ladeira a baixo desde então... E é patético as diversas vezes em que somos surpreendidos por essa maldição. Nós temos um livro dedicado exclusivamente à "tradição" do Miosótis. Que não ser pra nada, aparentemente.


Então tudo ainda é novo e chocante. Só que pior (?!).


Enquanto inicialmente, voltando há meses atrás, tínhamos certa... compulsão pelo toque – não havia como nos concentrar senão tocando um ao outro, mesmo que neste caso mãos entrelaçadas bastassem. O que era perfeitamente satisfatório. E conveniente. Principalmente depois do "incidente" no salão principal e subsequente detenção... Minha culpa.


Desta vez éramos meio que obrigados a tocar, se quiséssemos menos problemas. Tais como: Hermione e eu colocando a escola abaixo por conta de ciúmes. Acredite-me: eu via isto acontecendo. Se Hermione sentisse prazer em tocar outro cara... Digamos simplesmente que não ia prestar. Admitir Ron era mandatório. Outros rapazes... nem tanto.


Eu, por incrível que pareça posso me controlar - sejamos francos, em que universo alguém pensaria que seria eu a pessoa mais centrada entre nós dois? A resposta é: num universo muito perturbador -, acho que em parte é porque sempre tive ciência de que, se não fosse por mim, Ron e ela estariam juntos ainda.


Ron e Hermione eram apaixonados e eu era a terceira roda idiota. O miosótis fez de mim um obstáculo monumental. Então tudo que sinto sob o poder dessa florzinha é não relevante. Acho que minha resignação sempre tornou mais fácil lidar com a possessão e ciúme.


Vamos aos fatos, tudo bem?


1. Ron e Hermione eram apaixonados. Sem qualquer acréscimo de uma flor que tem poderes mágicos que podem te transformar em um homem das cavernas. Todo esse caso de "minha" é bem bizarro.


2. Acidentalmente (!) ofereci meu amor eterno a ela e por tê-lo aceitado de forma equivocada (eu não tenho outra palavra para sua reação), Hermione e eu seriamos um casal de fato assim que selássemos com um beijo de amor (?) o pacto.


3. A verdade é que, quando nós nos beijamos – eu a beijei (semântica!) – no salão principal, só queríamos sair do ostracismo social que toda a escola nos impôs - na verdade, tudo que eu queria era tirar Mione da minha cabeça.


4. Infelizmente, mas não tão surpreendente se fomos prestar atenção no meu histórico de "situações exóticas", o tal "Pacto" que pensamos que iria acabar num beijo (nota: para lá de inadequado na frente de meio mundo), era de fato uma espécie de magia arcaica que ligava Hermione e a mim de uma maneira... fundamental. Como se fossemos um par.


Vamos facilitar as coisas.


Sem o miosótis: Hermione ama Ron.


Com o miosótis: Hermione precisa de Harry. E Harry precisa de Hermione. Harry se sente culpado.


Você vê o problema?


Eu não tenho qualquer direito de sentir ciúmes da Mione. Ela nunca foi minha – não que ela seja um objeto. Quero dizer no sentido de se doar ao outro, como um parceiro, companheiro. E esse direito não é meu. Nunca foi. Eu só estou ocupando o lugar de passagem.


Então, yeah, focar nesses pensamentos torna mais fácil...? Não, essa não é a palavra, "suportável", sim, torna mais suportável manter o controle.


Ao menos ao que diz respeito ao Ron.


Ainda que com os outros rapazes não fosse tão complicado: Mione achava metade da ala masculina cretina e a outra metade sequer era digna de nota. O que estava bom pra mim. Apesar de lembrar alguns episódios onde fui resgatado por um simples "eu só tenho olhos para você". Deus, aquela fase horrível...


-x- Miosótis -x-


Enquanto voltávamos para o castelo, uma das mãos entrelaçada à de Harry e uma divertida Luna a tiracolo, pensava cuidadosamente em nossa nova situação. Ou melhor, possível situação. Harry e eu tentando. Um casal real, bem, eventualmente. Era... Era... Eu não fazia ideia.


Honestamente, a perspectiva não me assustava. Devagar mas seguramente, o pensamento de que talvez essa coisa não tenha mesmo volta foi se instalando em minha mente. Não é como se eu tivesse desistido... ainda. Mas quanto mais leio o livro sobre o miosótis mais procurar por brechas parece um exercício de futilidade.


Estava falando sério quando indaguei ao Harry sobre nossos toques (ainda que os choques agora sejam um incrível bônus). Depois da estranheza inicial, tocar um ao outro nunca foi um problema. O que a principio era razão para culpa, agora era apenas um fato.


Quando chegamos às escadas, nos despedimos de Luna – finalmente – e seguimos para o salão comunal, enquanto a loira partiu para a biblioteca. Ainda estávamos de mãos dadas, e não tenho intenção de soltá-lo.


Eu suponho que parte de mim está aliviada por saber que tudo que preciso fazer é tocar Harry para que ninguém mais compartilhe do frisson. A outra parte se sente culpada por: 1- não permitir que ele sinta isto com Luna. Não há maneira no inferno. E 2- atormentá-lo com toques – terrivelmente divertido e prazeroso.


A sensação é delirante e tenho outra vez minha mente vagando em... experimentos.


Hmm.


-x- Miosótis -x-


Ao adentrarem o salão comunal da grifinória, o casal se deparou com uma cena, no mínimo, inusitada. Harry lançou um olhar ansioso para Hermione tentando medir sua reação, mas a morena aparentava apenas curiosidade.


Não era, afinal, segredo para ninguém que Ron e Parvati tinham uma guerra particular em curso. Mas, ao momento, sentados numa poltrona de dois acenos ao canto da sala, o outro casal parecia entretido numa discussão aparentemente cortês.


Quando registrou a chegada dos companheiros de casa, Ron quase saltou de perto de Parvati. As mãos erguidas como se afirmasse inocência, balbuciando todo tempo como tudo não passava de um mal-entendido e que ele e Parvati não estavam juntos ou coisa parecido. Só conversando. Como pessoas normais. Amigavelmente. Porque pessoas normais fazem isso, certo?


Mordendo o lábio inferior, extremamente divertida, Hermione afirmou:


-Não tem por que se justificar.


O que lhe rendeu um olhar quebrado por parte de Ron. A jovem franziu o cenho. – Eu só... - tentou, mas se viu sem qualquer palavra que pudesse amenizar a situação.


Instintivamente me voltei para Harry, incapaz de recitar as palavras que acalentariam Ron. Não sabia como fazê-lo.


"Eu só" o quê?!


"Eu só não me importo com o que faz"? Ou "Eu só acho que não é da minha conta"?! Ou ainda: "Eu só quis dizer que pra mim é irrelevante". Tantas opções... (Sarcasmo)


Harry, por sua vez, parecia chocado com minha afirmação e precisei dar mais um passo em seu espaço pessoal para que ele saísse de seu torpor. Piscando, o meu melhor amigo fitou Parvati e então Ron e novamente Parvati antes de afirmar, sem expressão:


-Só estamos felizes por não terem destruído o ambiente.


Eu ri – uma horrível risadinha. Francamente tenho sido exposta demais à Parvati - Apertando meu rosto em seu peito tentando me recompor. Mas como poderia? A forma como havia dito... Ele era um idiota.


-Oh Harry.


-O quê? Eu realmente estou! – comentou divertido, me abraçando.


-Que bom que alguém está se divertindo – Parvati sibilou sarcasticamente e apenas esse ar desgostoso de minha amiga poderia me fazer desviar o olhar do meu esconderijo (o peito de Harry) ao momento.


Me afastei e me voltei para encará-la.


-Enquanto eu morria de preocupação aqui, o que estavam fazendo? – a garota postou as mãos na cintura como uma mãe indignada com a atitude de sua prole.


-Morrendo de preocupação? – Harry perguntou com ironia. – Você só não queria perder o meu possível assassinato.


-Ora, a culpa é sua! Com toda essa "amizade colorida" com Luna.


Harry ergueu a sobrancelha sob o tom ferino. Hermione a fuzilou com o olhar enquanto dava um passo para trás, dessa forma encostando as costas no peito do moreno, uma das mãos movendo-se para trás, fechando-se no pulso do rapaz. – Nada que seja remotamente de sua conta, Parvati – ela falou com rispidez.


Eu sabia por que Parvati de repente estava tão agressiva comigo, entendo que esteja tentando proteger Mione. O que também tento fazer a maior parte do tempo, ainda que não de forma efetiva. Às vezes é como se a estivesse ferindo mais vezes do que não.


Obviamente Parvati não conseguia manter seus pensamentos para si. Eu já havia lhe pedido para não tomar minhas dores. E enquanto ligeiramente grata por tê-la ao meu lado, apenas Harry e eu realmente sabemos o que é estar nessa relação estranha. Por mais que o Miosótis, Parvati e toda Hogwarts afirmem que Harry me pertence e eu a ele, isto não é remotamente perto da verdade. Bem, ainda não de qualquer forma.


-Eu só estou tentando entender essa nova dinâmica.


-Nós já resolvemos o problema, era apenas mais uma vertente do Miosótis. E a culpa não é dele. Não de todo, ao menos – acrescentou fitando Harry sobre o ombro.


-Hei!


Rindo-se, Hermione alegou:


-Bem, a culpa é parcialmente sua.


De fato, a culpa também era minha. Quando decidimos evitar nos tocarmos com medo do que poderiam acarretar. Não vai acontecer novamente.


-Sim, por ser amiguinho da Luna. Sabe muito bem como resolver esse problema.


Harry retirou os olhos de Hermione e perdeu o sorriso, fitando Parvati com firmeza. – Você não tem qualquer direito de dizer de quem posso ou não ser amigo.


A garota instintivamente recuou.


Hermione franziu o cenho. - Merlin, Parvati!


-Só estava brincando – murmurou fazendo beicinho. – Jesus, ninguém tem senso de humor nessa casa!


-Yeah, como se estivesse apenas brincando.


-Yeah, como se você não achasse atraente o pensamento de se livrar de Luna – rebateu no mesmo tom, lhe dando língua.


Eu a fitei em mortificação. Antes que pudesse negar até a morte, no entanto, a gargalhada de Harry me pegou de surpresa.


-Harry!


O moreno me fitou tentando parecer culpado. – Me desculpe. Eu só imaginei a cena.


-Oh, você acha meu cuidado divertido?


Parvati bufou zombeteira. – Tente "ciúme psicótico".


-Você não está ajudando. De maneira alguma – Hermione murmurou para a amiga. – Então? – perguntei tornando a encarar Harry.


–Nope. De forma nenhuma. Eu não acho que fique adorável toda superprotetora - Harry meneava a cabeça negativamente. – Não acho nem um pouco bonitinho. Nope.


Parvati escondeu as risadinhas nas mãos, praticamente saltitando em seus próprios pés. Virei os olhos, ignorando-os. O que permitiu que meus olhos caíssem no outro único integrante do local: Ron. Encolhendo-se na poltrona, este parecia estar tentando ficar invisível. O pensamento de que ele havia tido sucesso me cortou tão duramente que desviei o olhar.


Era a forma como o pensamento se apresentou a mim: como uma afirmação simples, despida de qualquer malicia ou entonação. Mas desviei o olhar por conta da sensação... Como naqueles momentos que você fala algo sem pensar e depois o entendimento vem e você apenas se sente uma pessoa horrível.


-Ok. Ok. Vocês podem sentar agora. Parecem dois de paus ai parados. Vamos!


Parvati fez sinal para que o casal ainda em pé se movesse.


Ron pigarreou. – Estou dando o fora.


A garota indiana lhe lançou um olhar azedo, onde se lia claramente a palavra "covarde". Ron a ignorou, oferecendo um "Noite" para ninguém em especial enquanto subia as escadas do dormitório masculino.


-Podia ter sido pior – Harry disse depois de um longo minuto de silêncio. Hermione apertou a mão dele entre as suas.


-Poderia ter sido muito melhor também – Parvati retrucou emburrada. – Por um instante eu pensei que – soltou um muxoxo. – Não importa. Então... – o ar dela mudou completamente para um travesso. - Tocando-se, eu vejo!


-É a única forma de impedir que outras pessoas compartilhem dos choques também – Hermione justificou.


Erguendo a sobrancelha, a morena sorriu ladina. – Interessante. Certo então é por isso que Luna e Harry...?


-Yeah.


-Se eu tocá-lo, eu vou...? – a garota indagou escrutinando Harry, as mãos abrindo e fechando como se tivesse intenção de apalpá-lo.


Hermione lhe ofereceu um sorriso frio. – Não mais.


-Oh.


-Desapontada?


Parvati ergueu a sobrancelha sugestivamente. - Minha decepção não conhece limites - apesar de si mesma, a monitora-chefe riu meneando negativamente a cabeça. Um tanto surpresa por não ter recebido sequer um olhar ameaçador por parte de Hermione, a garota comentou. – Percebo que isto – apontou para o casal. - está fazendo maravilhas para seu autocontrole, amor.


Hermione encolheu os ombros, observando satisfeita sua mão na de Harry.


-Ok, eu preciso saber – inclinou-se para frente e os fitou. – Se os toques são chocantes e tudo mais, como são os beijos?


O casal se entreolhou. - Nós... não sabemos.


Como podemos deixar passar isso? Porque eu definitivamente não esqueci o que a língua de Hermione em minha pele fez. O que um beijo faria?


-O - o que? Como inferno vocês podem não saber?!


Hermione se recuperou primeiro do assalto indignado da amiga. – Honestamente, Parvati! Não é como se fossemos lhe contar de toda forma – afirmou silenciosamente olhando para os lados, mesmo que não houvesse mais ninguém.


-Por que não? - a jovem indiana guinchou, batendo o pé. A monitora-chefe sequer se deu ao trabalho de responder, apenas lançando um olhar de "sem discussão".


-Você tira toda a diversão da minha vida – Parvati resmungou. – Eu vou deixá-los a sós agora. Pelo amor de Merlin, aproveitem esse tempo. Só Deus sabe até quando esses efeitos especiais vão durar.


A garota subiu as escadas, todo caminho se queixando sobre como realmente Deus não dava asas a cobras e o quanto ela aproveitaria aquela oportunidade. Repetidas vezes. Por toda Hogwarts. E além.


Deixados para trás e perdidos em pensamentos, Harry e Hermione tentaram não dar ouvidos a Parvati.


Erguendo a vista, Harry encontrou a amiga já o encarando de volta, o lábio inferior entre os dentes. E ele sabia que sua linha de pensamentos não estava longe da dele.




(continua)




N/a: I know, I know! Eu sou uma pessoa horrível. O pior é que eu nem sinto tanto remorso... Além da culpa pela demora, isto é.


Obrigada por todos os comentários. Novamente desculpem os erros e as divagações. Os pensamentos de Harry e Hermione quase me enlouqueceram, pra ser honesta...

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Comentários (5)

  • Bethany Jane Potter

    Volta Por favor!!!

    2016-08-30
  • Venatrix

    Poxa! Saudades dessa fic! Acabei relendo ela... nossa eu realmente gostaria de ver uma capitulo em que o Harry tivesse um verdadeiro acesso de ciemes, não contra o Ron...mas sla contra o Cormac ou um cara da Corvinal! Isso seria muito interessante 

    2015-11-17
  • sofia cortez

    Por favor, posta mais, é muito boa a sua Fic!!!!!!

    2015-05-05
  • Bethany Jane Potter

    Saudades da sua fic!!!!!Ansiosa por capitulos novos..Amo essa fic.

    2015-02-06
  • Always Potterhead

    achei meio confuso este cap rsrs , talvez pelo fato de fazer bastante tempo em não leo a fic , o geito é rele-la de novo o q não sera nenhum sacrifio adoro sua fic rsrs Tenho uma pergunta a fazer a fic ja esta na reta final , ou ainda tem muita coisa a acontecer ?

    2014-08-03
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