Capítulo 9



Aclarações:


Itálico – 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.


Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.




Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.


Observação: Linguagem Obscena.




Capítulo 9


'Tá legal. Então eu sou um cara covarde – apesar de todos os meus feitos (claramente mais ligados a impulsos suicidas, por conta de minha infância traumática, que à bravura). Faz todo sentido, também, porque o chapéu seletor teria me posto na Sonserina...


Ainda não quero falar com Hermione; mesmo quando esta se encontra ao meu lado, branca como um papel por causa das revelações fantásticas jogadas em seu colo (mais bem: expelidas em nossas caras, sempre e para sempre conseguindo o pior de cada situação).


Fico me perguntando, com amargor na boca, quando não lidar com minha melhor amiga se tornou uma escolha tão atraente. A resposta é simples: sempre escolhi o caminho mais fácil – o que, no fim das contas, se releva o mais fodido para seguir (é um dom).


Não sei resolver esse tipo de problema. Evadir parecer ser a melhor – e única – opção que cheguei – não sou um gênio. E o gênio para o qual recorro é atualmente a causa da minha covardia. Além disso, tudo em que consigo pensar, mesmo agora, é por que inferno Hermione ainda não tentou me matar. Dramático? Provavelmente. Absurdo? Não mesmo.


Hermione deve me odiar. Eu a agarrei no meio do salão principal com todos olhando. Com RON nos olhando – ou dardejando, se preferir. Eu a fiz entrar em detenção. Seus pais quase souberam da nossa "pequena" aventura, Deus do céu! E nem quero começar o assunto "Ron".


A professora Minerva os liberou minutos depois, pedindo que tomassem cuidado com o livro que lhes emprestara, pois ele era raro.


Eu juro que esperava Parvati e Lilá do lado de fora do gabinete da diretora, mas não havia ninguém; apenas Harry e eu. Num corredor vazio. Essa era minha chance.


-Precisamos conversar – Hermione afirmou apertando o livro contra si, como se fosse uma espécie de escudo. Harry, por sua vez, a fitou com horror, ainda assim, suspirou com resignação e assentiu.


Que Merlim tenha piedade da minha alma, porque é tão claro como o dia que estou ferrado.


Ironicamente, estou muito aliviado. Tudo que vem à minha mente é: obrigado Deus por não podermos mais ler a mente um do outro.


-Olha Hermione, me desculpe, tudo bem? Eu sei que fiz besteira ao beijá-la no salão principal – meneou a cabeça. – Ao beijá-la, quero dizer. Eu só... Eu não gosto de ter minha mente vasculhada.


-Oh, você acredita que eu iria revirar sua mente apenas porque posso? Harry, não é como se eu quisesse estar dentro da sua cabeça! Além disso, você também tinha acesso à minha e não me viu surtar por isso. Eu nunca tiraria proveito do que quer que esteja em sua cabeça. Na verdade, pensei que não houvesse qualquer coisa que não soubesse sobre você.


-Bem, está enganada.


Eu queria retirar as palavras assim que saíram de minha boca. Hermione parecia ter sido estapeada por uma mão invisível.


-O que quero dizer – ele fez uma pausa, incerto de como prosseguir. – Somos melhores amigos e é claro que você é a pessoa que mais me conhece, mas não significa que saiba tudo sobre mim – Harry suspirou. - Tenho certeza que tem segredos bem guardados.


Se tenho segredos? Sim. Se gostaria de preservar alguns deles pela eternidade? Definitivamente.


Harry esperava minha reação e lá estava eu, fitando-o em choque, magoa e raiva. Como posso entender sua lógica e ainda me sentir ferida?


-Queria me manter longe de um pensamento em especial, eu podia sentir, Harry – afirmei sem emoção, mantendo seu olhar no meu.


-Hermione, por favor, não quero falar disso. Podemos... eu não sei, voltar ao assunto principal? Onde eu me desculpo encarecida e demoradamente por ter sido inadequado em todas as minhas escolhas desde que lhe dei aquela flor estúpida?


-Claro, ambos sabemos que seu maior dom é a evasão – sem perder uma batida, a morena continuou, ignorando a careta de Harry:


-Quanto às desculpas, faça um favor a si mesmo e a mim e nem comece. Precisávamos disso para que o pacto fosse concluído, ou o que pensávamos ser sua conclusão, o que quer que seja – Hermione precisa pensar com praticidade para evitar acertar com o livro a cabeça do amigo. – Havíamos combinado que íamos terminar com a exclusão social e conseguimos. Provavelmente eu teria encontrado um local mais adequado, mas o que está feito, está feito. O mais importante, agora, é burlar uma tradição bruxa antes que coisas mais bizarras nos aconteçam, de acordo?


Apenas assenti, atordoado com a aparente falta de reação de Hermione. Podia ter sido pior, apesar de seu sarcasmo.


-x- Miosótis -x-


-Oh meu Merlim, você acha que consigo ser a organizadora do casamento deles? – Parvati ergueu a vista para fitar a amiga.


-Deles...?


-Harry e Hermione, obviamente.


Lilá engasgou com o brilho maníaco nos olhos de Parvati. – Não acha que está pensando alto demais? E muito no futuro? Você viu a garota, ela ainda está em profunda negação.


Parvati fez beicinho. – Hermione é uma moça inteligente.


-Sim, asquerosamente inteligente, mas não creio que isso vai ajudar em algo.


-Por que você está jogando terra no meu sonho?


-É só... Ela e Ron... – Lilá perpassou a mão sobre os cabelos. – Eles não são história antiga. Não subestime isso. Não acho que, mesmo com o que presenciamos, ele tenha se resignado.


Parvati imediatamente suavizou sua carranca. - Sinto muito, Lil.


A loira deu de ombros, forçando um sorriso. Então continuou com segurança: – Tudo que precisamos é fazê-la cair em si.


-Essa é uma ótima ideia!


-Por favor, Patil, não faça isso. Me dá arrepios! Parece a bruxa malvada dos contos de fadas.


Parvati deu de ombros. – O que importa é que sou a fada madrinha.


-Merlim tenha piedade das pobres almas que você decidiu proteger – Lilá zombou secamente.


-Isso não é justo.


-A vida não é justa.


-Está parecendo uma velha amargurada, pelo amor de Merlim! Por que não vai atrás do seu garoto para consolá-lo? Aposto que ele deve estar em prantos.


-Não seja malvada, ele foi traído pelos melhores amigos!


Parvati virou os olhos e, movendo às mãos, acrescentou: - Bla bla bla. A única coisa que o traiu foi a própria inteligência, não que ele tenha demasiada...


-Parvati!


-O que foi? – indagou inocentemente. – Vamos lá, Lil. Eu sei que também não acredita na estória do miosótis roubado.


-Eu...


Salvando a loira de explicações, Parvati a dispensou com abanar de mãos. - Corra para seu Roniquinho e seja feliz, com sorte você consegue tirá-lo da fossa. Preciso organizar um casamento.


-Eu não acho que Harry e Hermione deixarão uma megalomaníaca cuidar disso – Lilá resmungou venenosa, ainda insultada por tabela.


Parvati lhe atirou uma almofada. – Fique quieta!


-x- Miosótis -x-


Na hora do jantar, todos aguardavam com ansiedade a entrada de Harry e Hermione no salão, mas eles não apareceram.


Harry não queria a companhia dos alunos de Hogwarts. Nem batinhas nas costas por ter agarrado a garota mais correta da escola na frente de todos e se safar sem sequer um arranhão – aquilo, ironicamente, era uma das atitudes que lhe davam direito ao ápice social imediato (desde que ninguém era insano o suficiente para tentar algo desse tipo com Hermione Granger – em outras palavras:suicídio programado).


Aparentemente, aquela fora uma declaração "subliminar" de que Hermione realmente o escolhera. Instantaneamente, dezenas de caras queriam ser seus melhores amigos e uma quantidade sem igual de garotas fitavam-no com adoração – Harry estava terrificado.


Hermione, por sua vez, não queria correr o risco de ter de azarar alguém (mesmo Harry), todos os "parabéns" e "eu sabia que tudo ia dar certo para vocês" ou "formam um casal tão bonito, fico feliz que tenham percebido a tempo..." faziam-na querer se encolher e desaparecer. Ela cansara de afirmar que não eram um casal – cada pessoa que a ouvira parecia ter escutado a piada mais engraçada da face da terra. – para completar: pela primeira vez em sua vida, Hermione não tinha certeza se poderia terminar um livro.


Não ia doer ficar um pouco no meu canto. Sei que não posso me esconder dos olhares ou do amargor de Ron para sempre, mas hoje foi um dia infernal e acredito merecer uma pausa. Além disso, tenho medo de agir como a louca que acha que tem direito sobre Harry.


Suspirando, Hermione observou com a cabeça de lado sua florzinha encantada sobre o criado mudo; sua pequena geradora de problemas absurdos.


-Hei – a morena observou Harry batendo à sua porta entreaberta com o cenho franzido. - Consegui uma pequena ajuda de Parvati – esclareceu. - Oh, e se alguém perguntar, sim, ela será a madrinha do nosso casamento – ele sorriu fracamente e Hermione ergueu a sobrancelha. – Eu... eu trouxe uma oferta de paz – acrescentou, sem jeito, mostrando a pequena bandeja em mãos.


-Você não devia estar aqui, Harry.


Harry suspirou, resignado. - Hm, sim, é verdade – deixou a bandeja na mesa do local. – Nos vemos mais tarde - Harry fez uma pausa no caminho à saída do quarto e se voltou para a amiga:


– Você estava errada, não era apenas um pensamento em especial que tentava esconder. E, se quer saber, só estava tentando não magoá-la.


-O que, tem pensamentos desagradáveis sobre a minha pessoa?


Estava fingindo surpresa, sem realmente esperar uma resposta. Atualmente, só é divertido ser mordaz com ele (estou chateada demais para me importar). Mas Harry, para variar, respondeu mesmo assim, com sua própria cota de ironia. Eu deveria ter esperado.


Harry sorriu zombeteiro. – Sabe que sim, às vezes mal posso suportar sua presença.


-Eu sei.


É claro que eu sabia. Algumas vezes Harry fazia questão de me afirmar, com amargura – porque o senhor "posso fazer sozinho" odiava conselhos que o contrariavam (E Deus sabe o quão boa sou nesse tipo em especial de aconselhamento).


-Principalmente quando estava choramingando por conta de Ron. Achava a situação toda uma piada e acha você tão incrivelmente... – ele a fitou.


-Estúpida?


-Eu ia dizer "cega", mas acredito que sua palavra também se encaixe.


-Isso é tudo?


Ele ponderou seriamente. - Acho que está magra demais, quase posso contar seus ossos quando te abraço. Eu ainda não acredito que teve uma paixão louca por Lockhart ou que trapaceou no dia da seleção do tipo de quadribol. Acho você dominadora, arrogante e orgulhosa demais. E... tenho medo que enlouqueça de tanto estudar.


-Mais alguma coisa?


-Acho que é só isso. Se lembrar de algo mais, lhe deixarei informada.


-Você é um grande idiota e só porque estou sorrindo não significa que lhe perdoei.


Harry postou as mãos no bolso. - Vá comer, logo temos de ir para detenção.


-Detenção, oba – ela resmungou, erguendo-se de sua cama ao encontro de sua bandeja.


-Hermione, eu sinto muito.


A morena o encarou em confusão por um segundo, antes de perceber ao que ele se referia. -Tem direito a uma opinião.


O moreno deu de ombros, ao encontro da porta. – Só acho que deveria dar mais apoio a decisão de vocês. Ser um amigo melhor e não ter pensamentos sarcásticos sobre sua relação. Ainda que, sinceramente, espero que você consiga ter seu próprio conto de fadas e consiga transformar Ron num príncipe de verdade... Você sabe, talvez mil beijos e não apenas um seja o número correto.


-Vá pro inferno, Potter!


Ele riu fechando a porta atrás de si. Eu sorri, observando todas as minhas guloseimas favoritas sobre a bandeja, computando dados:


1 - Harry ainda tem o dom de ser um idiota;


2 - Ele odeia odiar meu relacionamento com Ron;


3 - Para variar, queria me proteger de sua opinião. E, por fim:


4 - Ainda está omitindo algo.




(Continua)




-x- Miosótis -x-


N/a: Conversinha básica, final "feliz".

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Comentários (4)

  • Isis Brito

    Menina esperta essa Hermione... :')

    2011-12-05
  • hellen granger

    eu adoro essa sua fic!! ela é muito legal...tem tudo que eu mas gosto: sarcasmo, ironia, comedia, e por fim romance...sem contar com o casal mas lindo do mundo!!! hh eles foram feitos um pra o outro...quero so ver o ataque do harry!!! se o da mione ja foi chocante imagine o do harry q ja é explosivo de nascença!!!espero q continue...vc e uma fantastica escritora..

    2011-06-07
  • hellen granger

    eu adoro essa sua fic!! ela é muito legal...tem tudo que eu mas gosto: sarcasmo, ironia, comedia, e por fim romance...sem contar com o casal mas lindo do mundo!!! hh eles foram feitos um pra o outro...quero so ver o ataque do harry!!! se o da mione ja foi chocante imagine o do harry q ja é explosivo de nascença!!!espero q continue...vc e uma fantastica escritora..

    2011-06-07
  • rosana franco

    A Parvati realmente é a unica que esta adorando tudo isso.

    2011-04-25
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