Capítulo 8



Aclarações:


Itálico – 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.


Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.




Disclaimer: Harry Potter e companhia limitada não me pertencem, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.




Capítulo 8


Encontrava-me no campo de quadribol, na arquibancada, deixando o tempo passar, olhando o nada, em verdade. E ponderando as prováveis reações de Hermione, porque, vamos lá, ela terá uma (assim que sair do estado de choque...).


Infelizmente, tudo que posso imaginar – com minha grande criatividade para pseudo-dramas-sentimentalóides recentemente descoberta – são teatrais batidas de porta (em minha cara) e um ou dois tapas no rosto sob gritos insultantes e declarações amargas. Aparentemente, tenho um mexicano dentro de mim.


Era incrivelmente tolo o que havia feito? Sim. Poderia ter escolhido um lugar melhor? Definitivamente. Mas, até onde sei, o homem faz qualquer coisa para se auto-preservar... E como disse, ia ser muito pior se Hermione lesse meus pensamentos. Não quero que se preocupe, ou sinta-se culpada, ou se aborreça.


E não quero me interpor (mais) nesse relacionamento que ela tem com Ron, não que eu tenha sido bem sucedido até o momento. Mas continuo tentando!


Pelo menos agora não há mais essa regra estúpida de não falar com o sexo oposto. E se Ron conseguir nos perdoar – ou melhor: perdoar Hermione por eu tê-la beijado, veja bem – podemos voltar – praticamente – ao normal.


Sim, é consolador.


Quero dizer, nós podemos conversar Ron de que não era real. Pelo menos não real do jeito que é entre eles, suponho.


-Bom feito, Harry! Apesar de, obviamente, não ter sido necessário fazê-lo em pleno salão comunal.


O moreno ergueu a vista, em confusão, para encontrar Luna sorrindo para ele. – De onde você surgiu?


Ela riu. – Este não é seu maior problema agora. Você vê, a professora McGonagall está procurando por você, pediu que eu o buscasse. Ela o está esperando na diretoria e não parece feliz... A propósito, você parece miserável.


-Obrigado, Luna – retrucou sarcasticamente.


Ela sorriu. ´- Como está se sentindo agora, como um homem oficialmente comprometido? Devo acrescentar: finalmente.


-Nós nos beijamos para cumprir o pacto, não somos um casal.


-Oh, mas vão ser. Acredite em mim – o tom dela era sombrio e quando Harry a fitou, a loira deu de ombros.




Acho que vou vomitar a qualquer momento.


Hermione suspirou fitando Minerva McGonagall, a diretora de Hogwarts. A senhora não parecia remotamente abalada, mas fitava-a de volta com o cenho franzido e seus lábios voltados para baixo, numa pequena carranca.


-Você sabe que preciso tomar uma atitude, não é, Srta. Granger?


-Sim, senhora.


Quando, há alguns minutos atrás, Justino foi ao meu encontro pedindo que lhe acompanhasse (pois a Diretora queria falar comigo), eu sabia do que se tratava. E, mesmo verde, assenti e o segui. Com Parvati Patil e Lilá Brown ao meu encalço para me oferecer "moral".


Por mais impressionante que pudesse parecer, não tremi ou cai por conta dos meus joelhos repentinamente fracos. Ainda que minha mente estivesse marcada para vida e horrorizada por conta de mais uma mancha em meu histórico. Meu lindo histórico.


Oh meu Deus, meus pais vão saber disso! Que a filhinha deles é uma depravada, agarrando-se com o capitão de quadribol da Grifinória – que não é seu namorado - frente à crianças impressionáveis do primeiro ano. O que isso me torna? Algum tipo de corruptora de menores? Oh meu Deus.


A morena respirou fundo. – Qual será meu castigo?


Minerva ergueu a sobrancelha. – Vamos apenas esperar o senhor Potter.


Harry. Isto é bom, certo? Ao menos vamos, ambos, receber detenção. A quem estou tentando enganar? Estamos falando de detenção – estranhamente, gostaria que Parvati estivesse aqui comigo, pelo menos para me amparar quando caísse morta no chão de puro desgosto (Oh Merlim, ela já me contagiou com seu drama, acho que somos mesmo amigas).


Como se invocado, Harry Potter apareceu segundos depois. Ao lado de Luna Lovegood (realmente não sei quando comecei a chamar meus amigos por nome e sobrenome...). Instintivamente, meus olhos se estreitaram. Quero dizer, enquanto estou me retorcendo na cadeira me sentindo algum tipo de vadia, ele está papeando alegremente com Luna?


Hermione franziu o cenho. Eles estão de mãos dadas?


-Senhorita Granger? Você poderia não fazer este tipo de som? É muito perturbador.


Eu juro que não sei o que me deu, só não conseguia me controlar. Estava rosnando.


Por favor, deixe-me repetir isso: eu estava rosnando!


Como se não bastasse, encarava Luna como se pudesse matá-la. Francamente, muito me surpreende que ela ainda não tenha explodido e alegremente (como esse seu sorriso maldito que nunca desaparece) se transformado em inúmeras bolhas de sabão.


-Senhorita Granger?


Me forço a encarar novamente McGonagall. – Eu pensei que seriamos só nós três? – indago entre dentes.


-Não, não... – Luna riu. - Só vim acompanhar Harry.


Tornei a encará-los, o som da risadinha de Luna me irritando profundamente. Aparentemente, agora, ela conseguia me chatear porrespirar.


-Oh, claro, como se ele pudesse se perder enquanto procurava a diretoria – retrucou mordazmente. – Você também precisava segurá-lo pela mão para ter certeza que não iria perdê-lo de vista? - O que há com meus lábios?


Por que ela o está tocando? E, inferno, por que eu me importo?


Quero dizer, já não havia ficado óbvio para mim que Luna tinha uma queda por Harry? Sim, havia.


A morena rangeu os dentes.


Retirei imediatamente minha mão do aperto de Luna, com medo que Mione fizesse a menina entrar em combustão espontânea. O que há de errado com Hermione?


Ok. Há algo errado comigo.


Porque palavras querem sair de minha boca, palavras desagradáveis. Realmente desagradáveis. Apesar de me sentir um pouquinho melhor agora que Harry parou de tocá-la. Mas não muito. Aquela garota o havia tocado, Merlim sabe por quanto tempo!


Minerva suspirou. - Senhor Potter, poderia dizer "eu só tenho olhos para você" para sua amiga? - Harry e Hermione bruscamente se voltaram para a senhora, descrença estampada em suas faces.


Hermione riu ironicamente. – A senhora não pode ser séria! – os olhos dela voltados para Luna, fulminando-a. – Apenas tire-a daqui, não acredito que a senhorita Lovegood tenha feito algo errado, como beijar Harry na frente de toda escola.


-Senhor Potter?


Franzindo o cenho em confusão, Harry encarou Hermione:


–Eu só tenho olhos para você, Hermione.


Com incredulidade, Hermione sentiu a raiva esvair de si mesma. Horrorizada, ela gaguejou:


-Me desculpe, Luna. E-eu realmente não seu o que deu em mim. Só tinha esse profundo rancor por você. Não sei de onde veio isso – acrescentou, voltando-se para Minerva ao ouvi-la rir ligeiramente.


-Você pode ir agora, senhorita Lovegood - sorrindo marotamente, Luna assentiu afastando-se. – Sente-se, senhor Potter.


O que isso tem de engraçado?


-Você está bem, Mione? – Harry perguntou.


Atordoada, morena meneou a cabeça de forma afirmativa. Nunca esperei isso da professora Minerva. Claramente, alguém se diverte com a minha vida.


-Meus queridos, ambos sabem por que estão aqui – a senhora lhes chamou a atenção. – Preciso lhes castigar pela demonstração publica de afeto muito inapropriada.


-Mas nós só estávamos cumprindo o pacto! E a culpa é toda minha, a senhora não pode deixar Hermione fora disso?


-Eu não a vi afastando-se, senhor Potter – Minerva contrapôs erguendo uma sobrancelha. Hermione imediatamente desviou o olhar, corando.


-Mas...


-Basta. Todos sabemos que, sim, vocês deveriam cumprir esta parte do pacto de amor eterno. As notícias correm em Hogwarts, aparentemente - franziu o cenho, desgostosa. – Mas isso não altera o fato de terem quebrado regras. E mesmo que sejam bons alunos e monitor e monitora chefes, principalmente por isso, devem ser castigados.


Harry espirou. – Sim senhora...


-Você são exemplo, pelo amor de Merlim! Da próxima vez que quiseram afirmar seu amor, não o façam.


-Nós não...!


Minerva ergueu a mão, calando-os de imediato. – Vão limpar o salão de troféus, sem magia. E ajudarão o professor Slughorn no que precisar por um mês - Me abstive de gemer, podia ser muito pior. Ao lançar um olhar para Hermione, sei que ela pensa o mesmo. – E terei de falar com seus pais, senhorita Granger.


Hermione soluçou e instintivamente apertei as mãos dela com a minha.


-Por favor, professora, não. Eu prometo que nunca mais vai acontecer!


-Nós prometemos – Harry imediatamente afirmou. Desde que Minerva acredita que somos mesmo um casal, como toda Hogwarts...


Minerva os fitou por um agonizante minuto. – Está bem. Mas eu não quero nenhuma atitude similar a aquela do salão principal!


-Não senhora! – os morenos afirmaram em uníssono.


Minerva ainda parecia desconfiada. Como se Hermione e eu fossemos nos beijar a qualquer momento. Pelo amor de Merlim!


-Precisamos tratar de outra coisa, no entanto – a mulher disse quando os jovens se preparavam para levantar. – Sua reação mais cedo, Hermione? – não passou despercebido para o casal de amigos que o tom de Minerva era mais ameno e cuidadoso. Migrara de autoritário para um mais maternal.


-Eu não sei o que aconteceu. De repente, estava sendo desagradável e eu só... – ela diminuiu consideravelmente o tom de voz para um sussurro culpado:


-Eu só queria... ferir Luna. Foi horrível – afirmou para Harry.


-Isso aconteceu porque a senhorita Lovegood tocava em Harry?


-O quê? Nãoo – retrucou rapidamente. Minerva esperou. Derrotada, Hermione cuspiu:


–Sim. Mas eu nunca senti isso antes. Principalmente não em relação ao Harry.


Era praticamente verdade...


-Tenho boas notícias para vocês: não precisam se preocupar, isso é normal.


-Não, não é normal. Foi tudo, menos normal!


O canto dos lábios de Minerva se ergueu, num mínimo sorriso. – Desde que cumpriram a segunda parte do pacto, estão num novo nível: possessão.


O QUÊ?


O QUÊ?


-Perdão? Novo nível? Eu pensei que tínhamos terminado depois do beijo? O que isso significa? Lemos os livros que dizem respeito à maldi... tradição, não havia nada sobre possessão! Você quer dizer que isso é mesmo um ritual mágico, então? Por quanto tempo isso vai durar?


Nós parecíamos metralhadoras de perguntas. Uma atrás da outra. Quase sem tempo para respirar.


-Acalmem-se! - Eles recostaram-se novamente em suas cadeiras. A mulher tocou o nariz, como se quisesse evitar uma enxaqueca. – Os livros da biblioteca são apenas contos – retrucou erguendo-se e lhes dando às costas, ela dirigiu à sua estante e depois de uma pequena pesquisa retirou um livro relativamente grande. Tornando aos seus alunos, a mulher dispensou o livro a Hermione. – Creio que isto vá lhes ajudar. Esclarecerá suas dúvidas – ela ergueu a sobrancelha para a morena. – E temo que sim, este é um ritual mágico real.


Hermione fitou o livro como se fosse um daqueles de Trato das Criaturas Mágicas e fosse lhe morder inesperadamente, mas o pegou de toda forma, colocando-o em seu colo.


Os morenos se entreolharam, finalmente assimilando a última frase de Minerva.


Não pode ser.


Não pode ser.




(continua)




N/A: Rsrsrs. Obviamente, Harry e Hermione ainda têm o que conversar, mas esse, agora, acreditem, é o menor de seus problemas! LOL. Yeah, pessoal, isso não é apenas uma superstição. Rsrsrs.

Acho que nem demorei muito né?

XD

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Comentários (2)

  • Isis Brito

    Ah, eu voto que eles têm que ler os pensamentos um do outro de novo! =D

    2011-12-05
  • Priscylla R

    A fic eh muito boa, naum abandone ela, to louca para saber o que acontece. =]

    2011-04-02
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