Capítulo 11

Aclarações:

Itálico – 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.

Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.

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Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.

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Capítulo 11

Nossa semana havia sido horrível de várias maneiras, é verdade. E se pudéssemos fazer um Top 05, ele seria assim:

05. Por favor, Deus, não deixe essa doida ser a organizadora do meu casamento;

Ou: descobrindo uma nova faceta de Parvati Patil.

Parvati estava muito excitada com todos os planos de casamento dos sonhos que estava preparando. Do casamento alheio dos sonhos dela.

Desde que Harry tinha muita, muita, muita grana, ela podia dar vazão a sua mente. E Merlin, a garota podia ser, uh, criativa.

-Parvati – Hermione disse cuidadosamente assim que ouvira, detalhadamente, os planos da amiga. – Harry e eu... nós, nós não vamos nos casar.

A morena riu e rolou os olhos. – Claro que não. Eu sei que você se considera jovem demais e quer ter um emprego antes de casar, blábláblá. Isso é para mais tarde.

-Eu acho que você não entendeu – afirmou. – Não vai acontecer. Em tempo algum.

Os olhos de Parvati encontraram os de Hermione imediatamente. – Você não gostou? D-de nada? - Horrorizada, Hermione viu lágrimas não derramadas brilharem nos olhos de Parvati.

Respirando fundo, tratei de me acalmar.

-Essa não é a questão – garantiu, apertando com o que esperou ser conforto o ombro da amiga. – Tudo é muito... grandioso.

"Grandioso" fora a descrição menos ofensiva que pude encontrar.

Eu não queria machucá-la. Por mais bizarro que possa parecer, Parvati atualmente era o mais próximo de "melhor amiga" que possuo. Surreal, mas absolutamente verdadeiro.

Não foi difícil reparar que ela estava 100% no barco da tradição, fantasiando alegremente por mim e por Harry (pode ter certeza: tudo o que Harry e eu sequer sonhamos? Tinha uma parte da mente e do coração da minha amiga louca).

O que, sim, foi uma surpresa fora a garra que ela tomava nosso partido. A forma como tentava me proteger, como podia ser perversa com qualquer outra garota que me provocava. Como tentava ajudar, à sua maneira.

Ainda assim, só de me imaginar vivenciando o circo que minha amiga – Deus, isso é tão estranho. – havia esquematizado com esmero, sentia náuseas.

Por sorte, o "elogio" fizera o efeito desejado e Parvati perpassou as costas da mão sobre os olhos.

–O que quis dizer... – Hermione suspirou antes de prosseguir. – É que Harry e eu não vamos nos casar um dia. Nós não... Você sabe, Parvati, realmente não somos um casal. Tudo o que fizemos são obrigações por conta do pacto - estranhamente, Parvati começou a rir com força. – O quê?

-Okay, amor, deixa-me ver se entendi: Harry e você não são um casal?

-Exato.

Pavarti riu gostosamente antes de se acalmar e, suavemente, tocar o rosto de Hermione. – Pobre menina. Você terá um baque tão grande, Herms. Eu quase sinto pena – acrescentou, de repente, seu sorriso estranho. Hermione franziu o cenho, afastando-se em desconforto. – Agora, agora – bateu palmas. - Vamos para a outra parte ainda mais hilária: tenho certeza que é uma obrigação tão dura beijar Harry, ouvi-lo dizer que só tem olhos para você, então, extenuante!

Senti meu rosto queimar. – Nós precisamos fazer tudo isso!

-Se apenas pudéssemos trocar... Bom, eu adoraria estar em seu lugar.

-Mas não está – afirmou secamente, lhe lançando um olhar muito desagradável.

-Fique fria! Eu sei que o Harry é todo seu, não sinta ciúmes. Por favor, não me enfeitice... – zombou divertida.

-Eu te odeio.

-Não, você não - dispensou um beijo no ar, brincalhona.

-Eu podia muito bem dispensar sua presença agora.

-É muito feio resmungar, Herms, não pega bem pra você. Então, sobre os planos do casamento...

-Não haverá casamento!

Parvati lhe ofereceu seu melhor olhar de sofrimento e fez beicinho. – Mas Herms...

-x- Miosótis -x-

04. Não, nós não somos um casal!

Auto explicativo.

Aparentemente, apenas Hermione e eu sabíamos que não éramos um casal de verdade. Romanticamente falando.

Nós éramos os únicos também que não acreditavam nisso de "destinados a ser". Apesar de não sermos os únicos que não lidavam bem o conceito em si...

-x- Miosótis -x-

03. Eu só tenho olhos para você;

Os ciúmes não haviam acabado.

Então, a descoberta do século era que Harry também sentia ciúmes. As trocas dessas palavras ocorriam diariamente, inúmeras vezes. E era muito cansativo. E vergonhoso.

Luna parecia terrivelmente divertida com a situação. Parvati poderia derreter em seus próprios pés – ou gritar e pular batendo palmas, o que viesse primeiro. Lilá gostava da ideia de Hermione cada vez enredada em Harry (e vice-versa). O resto da escola que presenciara o fato ou lhes dispensava sorrisos de conhecimento ou fingiam que nada havia acontecido (provavelmente pelo olhar mortífero e de posse que o casal de amigos tinha nesses momentos. Você só não brinca com feiticeiros enciumados, simplesmente... desaparece o mais rapidamente possível).

Mesmo que Harry não precisasse repetir e repetir a bendita frase quando Luna estava por perto (graças a Merlim, porque ela passava muito tempo com eles) e os desejos homicidas de Hermione houvessem caído consideravelmente, eles ainda estavam lá – e Hermione não podia negar que, certas vezes, se divertia com eles. Os incentivava.

-x- Miosótis -x-

02. Todo mundo odeia Luna Lovegood;

Ou: Hermione odeia Luna Lovegood.

A pessoa que eu menos gostava na face da terra, ao momento, era Luna Lovegood. O que é curioso, desde que, até onde eu sei, Harry não tem interesses românticos por Luna. Eu não tenho sido muito irracional com Gina, ex-namorada de Harry, por exemplo (a pessoa que, por sinal, aceitou estranhamente bem meu envolvimento com Harry – acho que ela realmente ama essa maldição).

Sobre Luna: odeio vê-la ao nosso redor. Porque eu sei que ela gosta do Harry. E sempre é tão adoravelmente esquisita. Eu só... Não posso lidar com ela lhe lançando olhares sonhadores.

Mexe com meus instintos de superproteção. Francamente, a quem estou tentando enganar? O ciúme me fere quando ela está por perto. Ou quando seu nome é mencionado por Harry. Como há dias atrás, sob minha total perda de decência e noção:

Sua mente lhe pregara peças por todo o período de aula de aritmancia. Hermione precisou se concentrar duramente para ignorar tudo. Não estava acostumada com isso: sua atenção sempre fora em primeiro lugar, numa sala de aula ao menos, para seus professores. Qual era o problema?

Então, ela estava com raiva. Muita raiva.

Talvez, por esse motivo, sua disposição para ser agradável com qualquer pessoa que por infelicidade atravessasse seu caminho estivesse em um redondo "zero". Mesmo assim, Hermione aguentou as piadinhas de Simas FInnigan, que ocasionalmente tomava as dores por Rony; ela até forçou um sorriso quando Parvati se sentou ao seu lado e resmungava, tristemente, sobre como perderia todo seu fim de semana fazendo as tarefas e – horror dos horrores – estudando para os NIEMs; conseguiu ignorar Lilá e seus comentários dispensáveis sobre como ela (Hermione) podiam ser cruel e partir corações desavisados; assentiu quando o professor de poções requisitou sua presença e a de Harry na "reunião" de seu grupo seleto...

Mas ela não suportou o momento em que Luna lhes cumprimentou no corredor e apertou o braço de Harry, puxando-o para uma conversa em particular. Ela não tinha o direito. E por que diabos Harry a estava seguindo? Hermione se interpôs entre o casal antes que pudesse dizer "se afaste".

Sinceramente, muito me surpreende que eu não tenha gritado um "Some, bitch!". Acho que minha varinha apontada para o rosto de Luna tenha dado uma indicação, no entanto...

-Hermione?

Luna não parecia intimidada, talvez um pouco confusa. Mas Hermione não tinha certeza, a loira sempre parecia estar em um estado fora do usual.

-Não o toque como se tivesse direito – sibilou.

Eu só não posso evitar!

-Bem, você vê – Luna sorriu levemente, a cabeça inclinando para o lado. – Talvez eu tenha direito, ele é meu amigo. E... eu gosto de tocá-lo.

Luna franziu o cenho quando Hermione desistiu da varinha e avançou ao seu encontro. Por sorte, antes que a morena tivesse as mãos no pescoço da corvinal, Harry fechou seus braços ao redor de sua cintura. Efetivamente prendendo-a.

-Luna! – Harry repreendeu.

-Desculpe! Acho bonitinho quando ela fica enciumada. É tão... não-Hermione.

Harry fechou os olhos em incredulidade, Hermione esbravejava coisas indizíveis contra a loira; coisas estas que fariam FIlch corar.

-Talvez seja melhor ir.

-Mas precisamos falar.

O que ela quis dizer? Por que pronunciou daquela forma?

-Depois – resmungou, apertando mais Hermione contra si. A atenção do rapaz estava completamente em Hermione no segundo seguinte. – Você está bem?

-Estou ótima, nunca estive melhor – zombou zangada. – O que tem pra conversar com ela, afinal? Olha, não preciso de você para me segurar, por que não vai atrás dela? Preciso mesmo ir para minha aula de Runas.

Às suas costas, Harry inspirou calmamente, tomando seu próprio tempo. Podia sentir a raiva de Hermione se voltando para ele. Não era uma coisa boa.

Uma de suas mãos foi para o lado do rosto dela, levando consigo seu cabelo e a outra ainda em sua cintura, mantendo-a no local. – Tenha uma boa aula, Hermione – desejou silenciosamente antes de depositar um pequeno beijo em sua nuca. – Estarei lá quando terminar, tudo bem? - Ele riu baixinho ao senti-la estremecer.

É ridículo afirmar, mais a raiva havia desaparecido no momento em que Harry se afastou, como se, com seu beijo, houvesse sugado todo o rancor. Eu realmente não quero ir até lá... O pensamento é perturbador.

-x- Miosótis -x-

01. Em cada maldito canto escuro;

Sem comentários adicionais

Com toda sinceridade, ela nunca iria entender como acontecera, nem mesmo ele sabia. Ao momento, Hermione estava apenas tentando lhe tirar a vida num beijo – essa com certeza era a descrição correta para a forma absolutamente tenaz e sôfrega que vinha atuando.

A verdade é que Luna havia nos alertado que isso iria acontecer. Em um momento qualquer, desde que estivéssemos a sós. Ou melhor, disse que "algo" poderia acontecer.

Ok. Então foi inocência nossa acreditar que "algo" não seria nada pior do que já acontecera.

Para variar, estávamos errados. Porque, ao que parece, em alguns períodos inexplicáveis vamos começar a... Deus, isso é vergonhoso.

Ela o empurrou cuidadosamente contra a vitrine dos troféus, rindo sem fôlego e suavemente do seu ar chocado. Adorável.

-Hermione...

Os olhos dela pareciam chocolate derretido enquanto me olhavam com curiosidade, excitação e diversão. Era lindo.

Ela me fazia impotente. Com seu riso, com seu toque, com esse traço de malicia e toda sua falta de ar. Os cabelos eram simplesmente um bagunça e eu não tenho certeza se estou livre de culpa quanto a isso.

-Você tem que parar. Tanto como tem sido incrível ter sido sequestrado, você vai se arrepender e me odiar.

-Não, eu não irei – retrucou. – Estar ao seu redor me faz bem e...

-... E me beijar é algo que não pode evitar quando a sós nesse momento. Eu sei. Talvez devêssemos ir atrás da Luna. Eu

-Não.

Ela não pode evitar, ouvir o nome de Luna nos lábios dele a irritava sobremaneira. Sempre tinha de se esforça para extinguir todas as criativas formas de homicídio que passavam como filme em sua cabeça, só pela loira estar ao lado deles.

-Nós temos apenas alguns minutos antes que volte ao meu modo racional e me odeie por abusar de você. Eu não irei ao encontro dela e despender tempo desejando enfeitiçá-la. Prometo que, quando for a sua vez, não irei hesitar.

-Você não deveria prometer algo assim – Harry disse seriamente. – Ainda mais quando não está-

-Em meu juízo perfeito?

-Não diria isso. Mione, é sobre a tradição. Você mal me perdoou pelo episódio dos segredos. Só não quero piorar nossa situação. E sinceramente...

-Shush, Harry. Você está me fazendo perder tempo.

Ele franziu o cenho e Hermione sorriu empurrando a si mesma contra ele, o rosto se erguendo e a boca apertando seu queixo. Ela encontrou-se ainda mais divertida ao vê-lo outra vez ofegante.

Lembro-me de pensar "muito protesto". Mas minha mente estava intoxicada e eu poderia muito bem estar pensando "Meu", "Tão relutantemente meu".Isto deveria ter me parado, realmente deveria, mas tenho a sensação que me animava o pensamento de reduzir seus protestos a pequenos – e mesmo que ainda resistentes - gemidos.

-Hermione...

-Exatamente, esse é o meu nome.

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N/A: Vocês são tão incríveis! Eu realmente não acredito, mas ainda lembro quando pensei que iria escrever uma pequena estória. Com no máximo três capítulos... Acho que nunca vou aprender, né? Rs.

Divirtam-se, isso nunca foi betado.

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