Momentos difíceis



N/A: Antes de começarem a leitura do capítulo, quero avisar que tem dois recados muito importantes ao final. Por favor não deixem de ler. Agora boa leitura. *-*


 


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- Estou esperando suas explicações Potter. – Disse o policial grisalho impaciente, colocando as mãos sobre a mesa e apoiando o peso de seu corpo sobre esta.


 


- Já disse que não vou explicar nada até ter notícias da minha namorada. – Sibilou o moreno mexendo-se desconfortavelmente na cadeira. As algemas estavam incomodando-o.


 


- Diabos. – Bradou o homem batendo sobre a mesa com força, fazendo um eco por aquela sala escura onde só havia ele e Harry, a mesa, duas cadeiras e um vidro ao lado da porta onde se via apenas o reflexo da sala. – Não vê que está complicando sua situação?


- Eu a vi desmaiando. – Murmurou Harry olhando a aliança em sua mão direita. – Ela não costuma desmaiar. Eu preciso saber como ela está.


 


- Potter deixe de ser tolo. – Comentou o homem com uma risada irônica, chamando a atenção do garoto. – Acha mesmo que uma moça irá desperdiçar seu tempo com um presidiário? Porque é isso que você é agora. Possivelmente um psicopata por colocar uma bomba em um gerador onde havia centenas de pessoas.


 


- Eu não coloquei a bomba naquele gerador. – Disse Harry impaciente entre dentes. – E Hermione não é esse tipo de pessoa.


 


- Hermione o nome dela? – Perguntou sentando-se na cadeira de frente à ele. – Aquela moça que chorava? Há elas sempre agem assim no começo, iludidas por pensar que vocês são inocentes. Mas quando a verdade é revelada elas desaparecem de suas vidas. E vocês só acabam recebendo visitas da mãe, pois às vezes o pai tem vergonha de visitá-los. E vocês se sentem sozinhos, sem esperanças.


 


- Mentira. – Sussurrou Harry furioso.


 


- Seja franco consigo mesmo Potter. – O grisalho permanecia sério. – Acha que ela vai gostar de visitá-lo na prisão? Logo ela, uma moça bonita e jovem que tem uma vida toda pela frente. Se conforme Potter. Se eu fosse você já ia esquecendo-a.


 


- CALA A BOCA. – Gritou Harry levantando-se e derrubando a cadeira que sentava. – VOCÊ NÃO A CONHECE PARA JULGÁ-LA DESSA FORMA. CALA A BOCA.


 


O homem se levantou, puxando-o pela camisa e jogando as costas de Harry contra a parede. Sua mão apertava o pescoço dele com uma certa força:


 


- Eu gosto é de caras assim como você Potter. Agem pelo impulso, pela raiva. São facéis de levar e complicam a própria situação como você acabou de fazer. Portanto, se não quiser ficar mais tempo vendo o sol nascer quadrado, é bom manerar seu tom de voz comigo insolente.


 


- Senhor? – O parceiro dele entrou na sala, afastando-o. Harry tossiu, levando as mãos algemadas em seu pescoço. – O que está fazendo?


 


- Mostrando à ele quem manda. – Respondeu pegando os papéis nas mãos do parceiro e lendo-os.


 


- Potter eu já entrei em contato com sua família. – Disse o homem. – Logo estarão aqui.


 


- Ele não quer abrir a boca. – Disse o grisalho olhando para Harry com desprezo. – Não até saber se a namorada está bem. – Olhou para seu parceiro. – Ligue para o colégio e pergunte por ela.


 


- Sim senhor. – Obedeceu a ordem, saindo em seguida.


 


- Enquanto ele liga vou dar-lhe um tempo para pensar Potter. – Disse levantando a cadeira que Harry derrubara. – É bom começar à falar quando eu voltar com notícias sobre sua preciosa namorada.


 


Então ele deixou a sala. Harry respirou fundo, caminhando até a cadeira e sentando-se novamente. Abaixou a cabeça, fitando as algemas em suas mãos. Como queria soltá-las com apenas o poder de sua mente.


 


Fechou os olhos, lembrando-se da cena em que Hermione desmaiava e era amparada por Ryan. Sentiu-se inútil naquele momento por não poder fazer nada. A vontade que sentiu era de arrebentar as algemas, abrir aquela porta, bater na primeira pessoa que o impedisse e correr até ela, pegá-la em seus braços e levá-la para um local seguro.


 


Entretanto, as palavras que Robert dissera sobre como Hermione agiria dali pra frente ecoaram em sua mente, fazendo-o sentir medo. Como ia superar aquilo tudo sem ela ao seu lado? Como iria viver sem ela?


 


************


 


A notícia de que Harry tinha sido preso se espalhara pelo High Hill School de uma forma rápida e surpreendente. Mais rápida que outros boatos e fofocas que surgiram naquele local. Todos comentavam e a maioria alegava que Harry era inocente. Os únicos que lhe acusava eram invejosos, que gostariam de ser como ele.


 


Aquela notícia de certa forma chocara a ruiva, que estrou no refeitório, percorrendo seu olhar pelo local. Assim que o avistou se aproximou rapidamente. Ele estava sentado em uma mesa afastada de conversas e barulhos, falando ao celular:


 


- Como não? – Disse furioso e surpreso ao mesmo tempo ao celular. – Eu só quero saber se... Não se atreva à desligar. Alô.


 


- Rony. – Gina sentou-se ao lado do irmão. – Como ele está?


 


- Maldição! – Praguejou o ruivo desligando o celular, passando as mãos entre os cabelos e olhando para a irmã. – Não sei. Vou vê-lo mais tarde.


 


- Posso ir com você? – Perguntou recebendo um olhar confuso do irmão.


 


- Fazer o quê Gina?


 


- Eu preciso vê-lo. Preciso saber como ele está. – Respondeu como se fosse óbvio.


 


- Gina você não é mais a namorada dele. É a Hermione. E ela não gostaria nada de saber que você foi lá visitá-lo.


 


- E daí? Eu não devo satisfações à ela. – Retrucou irritada.


 


- Gina, por favor. – Rony respirou fundo, tentando manter a calma. – Harry está preso. Hermione desmaiou. A situação não está agradável. Não complique as coisas.


 


O celular dele tocou novamente, fazendo com que ele se levantasse e afastasse. Gina praguejou alguma coisa em sussurro, impaciente. Não notou a aproximação de um loiro:


 


- Quando vai se convencer de que você não é ninguém na vida dele Weasley? – Perguntou Draco em tom sarcástico.


 


- Diabos Malfoy. – Gina se levantou furiosa, seu rosto vermelho da cor de seus cabelos. – Por que me persegue tanto? Esquece que eu existo. Larga do meu pé.


 


- Foi você quem me procurou Weasley, não eu. – Draco sorriu. Aquele sorriso charmoso que, se Gina não estivesse tão irritada, o atacaria ali mesmo. – Por que ainda insiste em fazer parte da vida do Potter?


 


- Vai pro inferno Malfoy. – Sibilou Gina pegando sua bolsa e se afastando.


 


************


Levantou-se da pequena e desconfortável cama assim que viu a grade daquela sala pequena e escura ser aberta. Antes que pudesse reconhecer a pessoa que entrara, sentiu um corpo colidir ao seu e envolvê-lo em um abraço apertado enquanto chorava em seus braços. Foi então que notara quem poderia ser:


 


- Como você está filho? – Perguntou Tiago afagando os cabelos do filho.


 


- Tentando manter a calma. – Respondeu afastando a mãe de seu corpo e enxugando-lhe a face. – Mãe, não chora.


 


- Como eu não vou chorar vendo o meu filho aqui nesse lugar? – Disse entre lágrimas, segurando a face dele com ambas as mãos. – Por que fizeram isso com você? Você é inocente.


 


- Nós sabemos disso Lilían. – Disse Tiago abraçando a esposa. – Sabemos que nosso filho é inocente. Mas você tem que se recuperar e assumir seu papel aqui além de mãe, que é de advogada.


 


- Nunca imaginei que passaria por isso um dia. – Sussurrou Lilían já mais calma, enxugando as lágrimas. – Ter que tirar meu próprio filho da prisão.


 


- Mãe. Hermione desmaiou quando eu fui preso. – Disse Harry segurando as mãos da mulher entre as suas. – Ligaram para o colégio e disseram que ela estava na enfermaria. Não puderam falar mais nada. Eu preciso saber como ela está.


 


- Harry. – Tiago o olhou, calmo e sereno. – Eu sei que Hermione é importante pra você, que você à ama e está preocupado. Mas com certeza ela está bem. Você tem que se preocupar com você.


 


- Como? – Bradou o garoto afastando-se, passando a mão entre seus cabelos, que estavam mais bagunçados que nunca. – Como eu posso me preocupar comigo se ela está lá? E eu não posso fazer nada.


 


- Se continuar impaciente desta forma não poderá fazer nada por um longo tempo. – Disse Tiago sentando a esposa na desconfortável cama. – Hermione está bem. Ela é forte. Provavelmente foi um choque, susto com a situação que pegou todos de surpresa.


 


- Harry. – Lilían segurou a mão dele. – Como isso aconteceu?


 


- Encontraram um controle no meu armário. – Respondeu sentando-se ao lado da mãe. – Provavelmente devem ter revistado todos os armários durante esse fim de semana que estive fora. Fui preso antes de começar as aulas.


 


- Mas você não suspeita de ninguém que possa ter explodido o gerador?


 


- Não. – Negou balançando a cabeça. – Não posso levantar suspeitas sem provas, mas duas pessoas me acusaram durante o interrogatório no dia seguinte da explosão.


 


- E você sabe quem te acusou? – Perguntou Tiago vendo Harry negar novamente.


 


- A visita acabou. – Disse um policial se aproximando da cela e a abrindo.


 


- Vou cuidar disso tudo. – Sussurrou Lilían abraçando o filho novamente. – Vou tirar você daqui. Não só como advogada, mas como mãe.


 


- Tudo bem. – Murmurou Harry. – Se tiver notícias da Mione, por favor me avisa.


 


Lilían apenas se afastou, deixando espaço para que Tiago o abraçasse. O pai assim o fez, saíndo logo em seguida ao lado da esposa. Harry respirou fundo, olhando em sua volta. Estava sozinho novamente com os seus pensamentos.


 


***********


 


Já era de noite quando chegaram à delegacia. Embora ela teimasse em dizer que estava bem e que não tinha mais tonteiras, ele a segurava no braço ajudando-a a subir a pequena escadaria para adentrarem no local.


 


Quando entraram havia pouco movimento e poucos policiais. Uma mulher de certa idade estava atrás do balcão da recepção, digitando algo no computador. Eles se aproximaram rapidamente:


 


- Gostaríamos de ver uma pessoa. – Disse Rony chamando a atenção da mulher para si.


 


- Quem? – A mulher perguntou educadamente.


 


- Harry Potter. – Respondeu Hermione impaciente e ansiosa.


 


- Queridos eu sinto muito, mas não posso permitir visitas nesse horário. – Disse a mulher em um tom de pena.


 


- Mas eu não estava bem. Só pude vir agora e... – Hermione começou à explicar.


 


- Então você é a Hermione? – Perguntou uma voz atrás de si. Ela girou os calcanhares, olhando o homem sério e grisalho que prendera Harry de manhã. Engoliu em seco, ele lhe causava arrepios. – Namorada do Potter? Já se sente melhor? – Questionou vendo-a assentir em silêncio. – Ótimo. Escute senhorita, não permitimos visitas nesse horário. Mas hoje vou abrir uma excessão para você. Potter precisa encarar os fatos.


 


- Eu... eu lhe agradeço. – Gaguejou Hermione confusa com as últimas palavras do homem. Ele então caminhou, deixando com que ela e Rony o seguisse.


 


***********


 


Levantou-se da cama, impaciente. Não conseguiria dormir aquela noite. E não sabia se era porque estava nervoso ou se era o tamanho da cela que estava, mas naquela noite fazia demasiado calor. Caminhou até a grade, colocando os braços na barra horizontal e encostando a testa em duas barras verticais. Ficar trancado naquele lugar, por algo que ele não cometera, era uma tortura. E Hermione não saía de seus pensamentos um minuto se quer. Queria ter notícias dela, saber se ela estava bem.


 


Então a lembrança dela lhe veio a mente. Seu sorriso, a forma que ela o olhava, o jeito carinhoso e apaixonante que ela o beijava. Não pode evitar um pequeno sorriso em seus lábios, ele a amava. E era essas lembranças que tem com ela que lhe dava forças para continuar aquele pesadelo. Lembrou-se da primeira noite de amor que tiveram, respirando fundo. Fechou os olhos por um momento, na esperança de que a vontade de tocá-la novamente o invadisse, mas era em vão. Hermione não saía mais de seus pensamentos.


 


A forma doce, inocente e amorosa que ela se entregara à ele naquela noite de sábado passava como um filme em sua mente. Sentiu um frio percorrer sua espinha, deixando-o arrepiado ao lembrar-se dos beijos, das caricías, arranhões e mordidas que ela deixara por seu corpo. Céus, Hermione fazia com que ele a desejasse mesmo não estando presente.


 


Foi perdido nesses pensamentos, nessas lembranças, que não ouvira passos de alguém se aproximando. Só notou que não estava sozinho quando sentiu duas mãos envolverem as suas, encostando a testa juntamente à ele na barra vertical. A respiração úmida e rápida vinha de encontro em sua pele, o cheiro daquele perfume doce e suave lhe invadiu, fazendo com que ele levantasse o olhar. Ele então a viu.


 


Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo frouxo, alguns fios soltos. Seu rosto estava vermelho, assim como os olhos que lhe indicavam que ela chorara muito naquele dia. Quando seus olhares se encontraram, sentiram vontade de se abraçarem à fim de que podessem sentir a rápida velocidade que o coração de ambos batiam, mas as grades da cela os impediam.


 


As mãos trêmulas dela lhe tocaram a face carinhosamente, fazendo-o fechar os olhos e respirar pesado. Senti-la novamente era tudo o que precisava. Não poderia viver sem um simples toque dela que fosse. Abriu os olhos novamente:


 


- O que faz aqui? – Perguntou em um sussurro.


 


- Eu precisava te ver. – Hermione murmurou, deixando algumas lágrimas silenciosas rolarem por sua face.


 


Ele a olhou nos olhos novamente, e aquele sonho que tivera em Paris lhe veio a memória. Era aquele momento, naquela cela. Então era outra premonição e ele sabia que não devia tratála com desprezo e raiva da mesma forma que a tratara no sonho.


 


Porém, as palavras de Robert começaram à ecoar em sua mente. “ Acha que ela vai gostar de visitá-lo na prisão? Logo ela, uma moça bonita e jovem que tem uma vida toda pela frente. Se conforme Potter. Se eu fosse você já ia esquecendo-a.” Viu-se obrigado à concordar com ele. Não tinha nada que pudesse inocentá-lo daquela acusação. Seu destino seria de um presidiário e a última coisa que queria era Hermione envolvida naquele mundo com ele.


 


Então ele se afastou, tirando as mãos dela de seu rosto. Sua respiração estava inregular e ele começara à suar frio, não de calor, mas de medo da atitude que tomaria naquele instante. Ela o olhava confusa, seu olhar era de súplica para que ele voltasse para perto dela. Mas ele continuou distante:


 


- Hermione vai embora. – Harry disse em um fio de voz.


 


- O quê? – Ela o olhou assustada. Não esperava aquela reação dele. – Harry eu não vou te deixar sozinho. Você precisa de mim, eu sei.


 


- Não. Eu não preciso. – Disse em tom seco, deixando-a pasmada.


 


- O que está dizendo?


 


- Hermione esse não é um lugar pra você frequentar. – Disse Harry começando a ficar impaciente com a insistência dela. – Não quero você aqui.


 


- Eu não me importo em vir aqui Harry. – Hermione segurou as barras, desejando que elas desaparecessem de sua frente e pudesse se aproximar dele. – Eu não me importo de ficar ao seu lado. – Estava começando à ficar desesperada.


 


- Eu estou preso, Hermione. – Sibilou Harry. – Não tenho idéia de quando eu vou sair daqui. Se é que eu vou sair. Não quero que você venha aqui me visitar todos os dias.


 


- Você é inocente Harry.


 


- Com que provas eu sou inocente? – Bradou aumentando seu tom de voz, aproximando-se dela. – Como eu vou provar que eu sou inocente? É a minha palavra, a sua palavra contra a deles.


 


- Não fala assim, por favor. – Suplicou Hermione chorando novamente.


 


- Eu estou aceitando os fatos Hermione. – Lutava para manter as lágrimas em seus olhos. – E é bom que você os aceite também. Não volte, por favor. Não quero vê-la aqui novamente.


 


Virou-se, passando a mão entre os cabelos em um gesto de nervosismo. Encostou ambas as mãos na parede úmida e suja daquele pequeno lugar mal iluminado. As lágrimas silenciosas ainta teimavam em rolar por sua face, mesmo que estivesse furioso consigo mesmo por ser tão idiota.


 


Abaixou sua cabeça, na esperança de amenizar todo aquele sofrimento que sentia. Ela realmente não tinha que estar ali, não devia. Ouviu mais um soluço entre o choro desesperado dela. Aquilo lhe partia o coração. Ela estava sofrendo de novo, por sua causa. Não suportava mais aquilo:


 


- Harry. – A voz dela saiu fraca e rouca entre o choro desesperado. O garoto fechou os olhos com força. Aquela voz costumava ser doce e suave. – Não sabe o quanto eu sofro em te ver assim. Não faz isso com a gente meu amor. Não faz isso comigo.


 


- Hermione. – Ele disse impaciente, demonstrando raiva em sua voz. – Não vou dizer de novo. Sai daqui.


 


- Eu não quero ir droga. – Retrucou levantando seu tom de voz. Ele ouviu ela socar a parede. – Entenda de uma vez que eu não quero te deixar sozinho.


 


- MAS EU QUERO FICAR SOZINHO DIABOS. – Gritou inclinando sua cabeça para trás, furioso.


 


- Harry? – O moreno ouviu a voz do ruivo se aproximar. – Hermione? O que houve?


 


- Tire-a daqui Rony. – Rispidou Harry passando a mão em seu pescoço freneticamente. – Agora.


 


- Vamos Hermione. – Disse o ruivo com calma. Harry não precisou se virar para saber que o ruivo insistia sem sucesso em puxá-la para tirá-la dali.


 


- Você não é assim Harry. – Hermione começou em um tom baixo de voz. – Eu não sei o que disseram ou o que fizeram pra você ficar assim, mas eu tenho certeza de que eu vou conseguir meu Harry de volta. – A voz dela se equilibrava aos poucos, mas ele ainda podia ouvi-la chorar. – Aquele mesmo Harry que me amou tão carinhosamente naquele fim de semana na França. Eu vou te esperar até você voltar pra mim Harry.


 


Ele respirou fundo, mordendo o lábio inferior de leve na esperança de que amenizasse a dor que sentia naquele momento. Ouviu passos de Rony e Hermione se afastando. Finalmente se rendeu às lágrimas, virando-se e encostando na parede. Como pode ser tão cruel?


 


************


 


- Ele praticamente me expulsou dali. – Dizia Hermione sentada em sua cama com as amigas em volta. Ainda estava com a mesma roupa que passara o dia. Não chorava mais, pois as lágrimas secaram de seus olhos. – Eu não consegui entendê-lo. Pensei que fosse ficar feliz por eu apoiá-lo nesse momento, mas ele foi frio comigo.


 


- Mione ele deve ter suas razões para agir assim. – Disse Kimberly enquanto segurava firme a mão da amiga. – Harry não está passando por um momento fácil. Ele age por impulso e acaba dizendo ou fazendo besteira.


 


- Eu não guardo magoa, Kimberly. – Hermione esboçou um pequeno sorriso triste. – Eu só queria entender por que ele agiu daquela forma. Mas não guardo rancor dele, pois eu imagino como ele deve estar se sentindo. Não o culpo.


- Tenho certeza que quando a situação melhorar e Harry sair de lá vocês vão se acertar. – Disse Rachel enrolando uma mecha de cabelo da morena em seu dedo. – E aí vocês poderão matar a saudade de todo o tempo perdido, se é que me entende. – Completou em um sorriso malicioso, arrancando uma pequena risada da amiga.


 


- Agora você precisa de um banho Mione. – Ordenou Hilarie levantando-se e ajudando a garota à se levantar. – Foi um dia difícil e você não teve tempo para nada. Provavelmente não se alimentou direito.


 


- Não tenho fome. – Sussurrou caminhando até o banheiro.


 


- Nem pense que vamos deixá-la sem comer. Como você acha que Harry reagiria se soubesse disso? – Bradou Kimberly autoritária. – Vou descer e pedir pra que a tia Jane lhe prepare algo. Volto logo.


 


- Enquanto isso vamos preparando sua roupa. Tome um bom e demorado banho. – Disse Hilarie abrindo o closet da morena.


 


Hermione apenas assentiu, entrando no banheiro e fechando a porta. Olhou-se no espelho por um momento, estava pálida, com poucas olheiras e uma expressão de cansaço. Odiava não ir para a aula, mas não tinha forças e ânimo para ir no dia seguinte.


 


Soltou os cabelos, notando que eles estavam embaraçados e um pouco sujos devido ao suor da correria do dia que tivera. Tirou as roupas, que lhe incomodavam tanto em seu corpo. Abriu então o chuveiro, sentindo a água fria percorrer seu corpo. Então uma lembrança veio em sua mente.


 


 


Flashback


 


Um sorriso travesso surgiu em seus lábios assim que ligara o chuveiro e deixou a água percorrer por seus cabelos e deslizar por seu corpo. Ouviu a porta se abrir e ele entrar no banheiro, sem camisa. Prendeu a respiração por um momento enquanto seu olhar se perdia no tórax dele, descendo até o abdômen definido dele.


 


Ele mordeu o lábio inferior ao admirar o corpo dela coberto apenas pela água que caía. A olhou de baixo para cima, demoradamente. Seu olhar se perdia em cada curva do corpo dela. Perguntava-se se existia mulher mais perfeita e sensual que sua namorada, mas tinha certeza que não. Ela era única.


 


Hermione virou-se de costas para ele, enquanto pegava o sabonete e passava por seu pescoço lentamente. Ouviu ele se despir das outras peças de roupa que estavam em seu corpo. Não demoraria muito para que ele se aproximasse.


 


E ela estava certa, ofegando ao sentir as mãos dele envolverem sua cintura e puxá-la para mais perto, colando seu corpo ao dela. Ele começou a beijar-lhe o pescoço,deixando-a completamente arrepiada. A morena respirou fundo, deitando sua cabeça no ombro dele. Não pode evitar um gemido quando ele começara à sugar lentamente a água que estava em seu pescoço, mordendo a região de leve.


 


Sentiu as mãos dele sobre as suas, fazendo com que elas ficassem moles e soltassem o sabonete que segurava. Harry então pegou o sabonete, deslizando pela barriga dela suavemente. Hermione fechou os olhos, deixando-se entrar aquele momento. Ele conseguia deixá-la fora de si em poucos segundos.


 


As mãos dele subiram trêmulas até os seios dela, passando o sabonete naquela região. Hermione gemeu novamente, mordendo o lábio inferior. Ele estava tentando-a novamente. E não demoraria muito para se entregar à ele e fazerem amor novamente. Harry largou o sabonete, afastando os cabelos dela e beijando-a na nuca demoradamente. Hermione se estremeceu com o contado dos lábios dele sobre sua pele enquanto as mãos dele lhe acariciavam os seios com calma.


 


Ela virou-se de frente para ele, seu corpo aos poucos ia se rendendo aquele momento. Seus lábios roçaram aos dele vagarosamente. Hermione fechou os olhos, sucumbida naquele jogo de prazer. Sentiu-o morder de leve seu lábio inferior e a beijar. A morena gemeu contra a boca dele ao sentir a língua dele em contato com a sua com tanta voracidade. Ele a empurrou contra uma das paredes do banheiro e ela ofegou ao sentir o contato gelado em suas costas.


 


Harry deslizou as mãos lentamente pela lateral do corpo da morena até alcançar a coxa direita. Então ele a levantou, fazendo com que ela enlaçasse as pernas em volta da cintura dele. Sentiu o corpo dele sendo pressionando com força ao seu. Colou sua testa à dele, olhando-o nos olhos enquanto lhe acariciava a face. Não precisavam dizer mais nada, sabiam o que um queria do outro naquele momento.


 


Ele então a penetrou, lentamente para não machucá-la. Hermione ofegou contra a boca dele, puxando os cabelos molhados e negros dele com força. Ele permaneceu imóvel e, aos poucos, ela sentia aquele pequeno mal estar no começo se aliviar lentamente. O beijou novamente, como se aquilo fosse um incentivo para ele continuar. E Harry assim o fez, começou a se mexer de vagar, sincronizando cada movimento seu ao corpo dela.


 


Hermione afastou seus lábios dos dele, jogando a cabeça para trás. Os gemidos que saíam de sua boca ficavam cada vez mais altos e intensos. Suas unhas arranhavam a nuca dele com força, descendo pelas costas e deixando grandes marcas para trás. Aquilo deixava o moreno alucinado, extasiado de prazer, fazendo com que o ritmo de seu corpo aumentasse cada vez mais aos poucos.


 


A morena revirou os olhos, mordendo a curva do pescoço dele com força enquanto suas unhas cravavam no tórax dele e arranhava lentamente. Harry ofegou, gemendo alto ao sentir aquela tortura demasiadamente excitante que ela lhe proporcionava. Hermione sabia onde tocá-lo, beijá-lo, mordê-lo e arranhá-lo na forma e no momento certo, deixando-o cada vez mais fora de si. Hermione o deixava louco.


 


Ao pressionarem mais seus corpos, sentiram o coração de ambos batendo, desesperada e apaixonadamente. A forma com que se amavam, a intensidade de cada gesto, superava qualquer coisa que já imaginaram ou sonharam que aconteceria. E a cada segundo, aquele momento se tornava mais intenso e vivido.


 


Ela o beijou, lenta e calmamente, mas seu corpo ainda ardia em desejo. E não pode deixar de gemer contra a boca dele ao senti-lo acariciar seu seio esquerdo. Seu corpo estava molhado, mas não era da água que caíra sobre si minutos atrás, era suor. Suas pernas apertaram a cintura dele com mais força em seu corpo. Não demoraram muito para atingirem o clímax daquele momento.


 


Fim do flashback


 


Esboçou um pequeno sorriso enquanto enxaguava seus cabelos. Aqueles pensamentos não eram frequentes antigamente, mas agora eles lhe invadiam a mente com mais freqüência do que nunca. Talvez estivesse sendo ousada por pensar assim, entretanto adorara cada momento que convivera com Harry em Paris.


 


Embora as razões para ele tratá-la daquela forma eram desconhecidas, tinha esperanças de que tudo ficaria bem. Harry era inocente e tinha certeza disso. Ele sairia logo daquele lugar inapropriado pra ele e voltaria para ela logo. Teriam uma boa conversa e ele lhe explicaria o que o levara a agir de tal modo na tentativa de magoá-la.


 


Ao contrário do que ouvira de suas amigas Hermione não demorou muito no banho. Vestiu as roupas que Hilarie tinha escolhido, frescas e confortáveis, e seguiram para a cozinha após as amigas insistirem para ela comer algo.


 


Mesmo que as amigas insistissem para conversarem mais um pouco na esperança de que isso possivelmente levantasse o humor de Hermione, a morena se manteve firme na idéia de que queria ficar sozinha. E assim que elas foram embora subiu para o seu quarto.


 


Abriu a gaveta do criado mudo ao lado de sua cama, retirando de lá seu velho caderno com inúmeras folhas arrancadas e a caneta que sempre deixara ali para quando precisasse. Encarou então a caixinha branca decorada de flores e a abriu. Aquela melodia lenta e suave invadiu sua mente e o ambiente e, sem demora, começara a escrever.


*************


 


Jogou a cabeça para trás, encostando-a na parede gelada atrás de si. O chão que o incomodara no começo por ser sujo e frio agora lhe parecia confortante para encarar uma noite sem sono. Provavelmente seria madrugada, mas não conseguia dormir. Não iria dormir.


 


Perguntou-se então o que Hermione estaria fazendo naquele exato momento. Provavelmente estaria furiosa com ele, decidida a voltar no dia seguinte e lhe dizer que terminaria o namoro pela forma que ele a tratara quando fora visitá-lo. Por mais que lhe cortasse o coração ouvir tais palavras, a entenderia perfeitamente bem. Hermione não merecia ser condenada junto a ele. Não mesmo.


 


Coisas que não pensara durante o dia agora invadiam sua mente e lhe causava calafrios. Poderia passar anos de sua vida preso por um crime que não cometera. Poderia perder tudo que planejara em seu futuro naquele lugar. E por mais que quisesse descobrir a verdade, como poderia se estava preso?


 


- É bom dormir meu jovem. – Disse uma voz o despertando de seus devaneios.


 


Foi então que notara pela primeira vez que não estava sozinho naquele corredor. Olhou pela grade ao lado esquerdo de sua cela, mas a outra estava vazia. Na grade a frente só havia paredes e, provavelmente, a voz vinha do lado direito. Não podia ver a pessoa, pois uma parede o impedia:


 


- Como sabe que estou acordado? – Perguntou com um pouco de receio na voz.


 


- Estou aqui à quatro meses. – O outro respondera em um misto de risos e compreensão. – No primeiro dia sempre ficamos acordados. Deve ser a consciência pesada.


 


- Não tenho motivos para estar com a consciência pesada. – Retrucou o moreno farto por ser acusado.


 


- Então porque está aqui jovem?


 


- Explodiram o gerador de energia no High Hill School. Alguém que me odeia, provavelmente, colocou a culpa em mim.


 


- Nesse mundo existe muita injustiça. – Harry ouviu o homem se mexer na pequena cama em sua cela. – E como pretende provar que é inocente?


 


- Tenho que sair daqui primeiro. Depois farei o que puder para descobrir a verdade.


 


- E predende fazer isso mantendo as pessoas longe de você?


 


Harry franziu o cenho, confuso. Encarou por um momento a parede na esperança de poder ver a expressão na face do homem que lhe fizera essa pergunta através dela, mas fora inútil:


 


- O que quer dizer?


 


- A forma que você tratou sua namorada mais cedo. Não foi nada gentil.


 


- Eu não quero ofendê-lo, mas acho que isso não é da sua conta. – Disse Harry com um certo tom de irritação em sua voz.


 


- Sei o que quer dizer. – O homem riu novamente. – O que um velho como eu que está preso pode saber sobre namoro? Está certo meu caro. Completamente certo.


 


- Não posso deixar que ela venha me visitar. – Disse Harry ignorando o que ele falara. – Não quero que Hermione perca sua vida se preocupando comigo. Aliás isso aqui não é um lugar que eu quero que ela frequente.


 


- Uma cadeia não é lugar de passeio, meu rapaz. Mas são nessas horas que precisamos ter ao nosso lado as pessoas que amamos e que, consequentemente, também nos amam.


 


- Como assim? – Perguntou Harry levantando-se e caminhando até as grades da frente de sua cela na esperança de que pudesse ver o dono daquela voz.


 


- Se você for condenado rapaz, vai sofrer tanto em uma verdadeira prisão que pensará em cometer loucuras para acabar com esse sofrimento. E é nesse momento que sua família, seus amigos podem te ajudar. – A voz dele ficava mais séria com cada palavra dita. – Você vai ver coisas que jamais imaginou ver na vida. Experimentar coisas que não lhe agradariam em sã consciência. E vai ser obrigado a fazer coisas por uma simples carteira de cigarro.


 


- Eu não fumo. – Disse Harry arrancando uma sonora gargalhada do homem.


 


- Ainda meu jovem. Quando for pra prisão será questão de semanas até provar seu primeiro cigarro. E, acredite, aquilo será a única coisa que o aliviará de tanta tensão.


 


- Fala como se conhecesse. Já esteve preso?


 


- Essa é a minha quinta vez. – Harry surpreendeu-se, ouvindo o homem andar de um lado para o outro na cela ao lado. – Desta vez fui preso por assalto. Não se preocupe meu jovem. Só assalto homens que não prestam, que roubam dos pobres para seu próprio luxo.


 


- Por que faz isso? – Questionou Harry confuso. – Não cansa de ser preso toda vez?


 


- Eu não fico aqui muito tempo rapaz. Sempre tem pessoas que gosta do que eu faço e me tira daqui. A vida sempre é feita de favores. Qual seu nome meu jovem?


 


- Potter. – Respondeu Harry deitando-se na pequena e desconfortável cama. – Harry Potter.


 


- Samuel Queen. – O senhor se apresentou.


 


O silêncio predominou sobre o local. Os únicos barulhos que eram ouvidos era os carros que passavam na rua e políciais conversando ou saindo em disparada em uma viatura para alguma emergência.


 


Harry fechou os olhos, embora soubesse que seria inútil já que não conseguiria dormir. As palavras do homem ainda ecoavam permenantemente em sua mente. Não podia negar que ele tinha razão. E tivera aquele sonho em Paris, sabia que isso aconteceria um dia. Mas porque não pode evitá-lo como fizera da última vez? Teria a noite toda para pensar naquilo. E seria uma longa noite.


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N/A: E aí gostou do capítulo?! Eu espero que sim!


Agora eu tenho dois recados.


O primeiro na verdade é um pedido. Eu quero fazer uma votação com vocês.


Eu estou pensando seriamente em fazer a segunda faze da fic e eu quero que vocês votem se são a favor dessa segunda faze ou não. Pois a partir desse capítulo, se forem a favor eu vou desenvolver o resto da fic para ter a segunda fase e, se forem contra ela será desenvolvida para o término.


Votem nos comentários, por favor.


O segundo aviso é que eu vou demorar um pouco para postar novamente. Essa semana estou atolada de trabalhos da faculdade e não vou ter tempo para digitar. Mas é a minha última semana de aula e assim qeu eu entrar de férias teremos 2 capítulos por semana para acabar logo com a fic. YEAH BABY! \õ/


Bom. É isso!


Não se esqueçam de comentar e dar a sua opinião sobre a segunda fase da fic o.k?!


Beijos


*BYE*

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