Primeiro Passo.



Ao cumprir dos sonhos | Capítulo 16.
Primeiro Passo.


 


O salão principal transbordava em conversas e risadas eufóricas dos alunos. Narravam entusiasmados como fora o feriado enquanto esperavam ansiosamente pelo banquete. O maior comentário nas mesas era sobre a barba repentina de Marcus, que estava ausente do jantar naquele momento. James narrava para o irmão e os amigos o acontecimento, arrancando risadas de todos. Mas Emma parecia não achar graça e tão pouco ouvir os acontecimentos em sua volta. Sua maior preocupação era a detenção que ainda estava por vir por ser menor de idade e usar magia fora de Hogwarts. Como era monitora-chefe, algumas exceções eram consideráveis, menos esta.


O barulho que a diretora fizera ao bater de leve o garfo em um copo fez com que o salão principal se calasse e olhassem atentamente para ela. Minerva, em seu tom pomposo e superior, começara a falar para todos.


- Peço a atenção de todos, pois venho lhes informar de um raro e importante acontecimento que está para transformar a rotina diária de Hogwarts... – todos os alunos se entusiasmaram e soltavam exclamações curiosas. Minerva fizera uma pausa, para aumentar o suspense, e com um sorriso fino voltou a falar.  – Eu, como diretora desta instituição, tenho a honra de comunicar que em breve teremos atividades acadêmicas e um torneio que envolverá as mais variadas disciplinas bruxas. Como quadribol – os garotos urraram com o que ela dissera – duelos em magia, e habilidades e outras tantas mais, as quais serão disponibilizadas em grades no nosso mural. Os alunos que se inscreverem irão disputar com estudantes de outras escolas. – ela emendou e mais exclamações foram ouvidas. – Em breve receberemos alunos do Instituto Goldsmiths em magia. Da Academia de bruxaria Heythrop e da Academia Imperial de magia italiana. Espero contar com a boa hospitalidade de vocês. Nosso renome tem de ser mantido e a colaboração de todos é imprescindível. Mais informações lhe serão dadas por mim ou pelos demais professores... – Minerva sorriu diante a alegria coletiva que se instalou a sua frente. – Podem voltar ao banquete.


- Será que o nosso jogo contra a Corvinal será antecipado? - Perguntou Caleb para James.


- Talvez. Ou até mesmo cancelado. – respondeu ansioso.


- Injusto. - Resmungou Caleb contrariado.


- Pra mim isso é um monte de babaquice. - Comentou Jared afastando seu prato. - Eles vão cancelar exames, provas, trabalhos pra se dedicarem nesse torneio. Perda de tempo.


- Perda de tempo ou não, será incrível. – James comentou. – E, além disso, como a diretora mesmo disse, teremos atividades acadêmicas. Quem sabe algumas delas não te agradam Jared. – emendou rindo.


- Bem improvável. - Jared revirou os olhos.


- Devem aparecer algumas gatinhas também. - Caleb sorriu entusiasmado, recebendo um cutucão da irmã.


- Boa tentativa. Ninguém suspeita que você esteja de rolo com Pandora Malfoy. - Jared desdenhou, recebendo um olhar frio do garoto.


- É... E ela é sonserina, se te pegar olhando para outras garotas, vai receber bem mais que um cutucão. – James comentou e riu.


- Poderiam parar de falar em garotas? – Kira pediu revirando os olhos azuis.


- Desculpa, meu amor. - Jared disse manhoso, beijando-a no rosto. - Só tenho olhos pra você.


- Ninguém merece. - Caleb revirou os olhos, fazendo careta.


- Realmente... – o apanhador grifinório disse, desviando os olhos, quando Jared beijou a namorada na boca.


- Emma? - Caleb olhou para a garota, que estava cabisbaixa ao brincar com a comida em seu prato. - Emma.


- Desculpa. - Emma levantou seu olhar, confusa. - Falou comigo?


- Você não disse nada desde que chegamos. Mal tocou na comida. - Apontou para o prato diante da morena. - Ouviu o que a diretora disse?


- Só até a parte de "transformar a rotina diária de Hogwarts". - Forçou um sorriso, dando de ombros.


- Puxa, perdeu tudo hein. O que foi minha linda? – perguntou James, acariciando o rosto dela.


- Nada. - Emma suspirou, empurrando seu prato. - Só estou imaginando qual vai ser minha detenção. Isso se não for algo pior.


- Está se preocupando a toa. - Disse Jared segundos depois de interromper seu beijo com Kira. - Você é a preferida da maioria dos professores. A mais preferida ainda da Minerva. Ela será bem compreensiva sobre seu caso.


- É isso mesmo, vai ver ninguém ficou sabendo. Tinha tanta bagunça que é bem provável que nem receba uma detenção, Emmy. Fica tranqüila... – apaziguou James, sorrindo confiante.


- Olha, pra você esquecer isso eu vou te contar uma coisa. - Caleb se inclinou sobre a mesa, olhando para os lados. - Susan Meyer foi pega aos beijos com...


- Caleb isso é fofoca. - Cantarolou Jared.


- E daí? Todo mundo já sabe mesmo. - Caleb deu de ombros, sorrindo.


- Agradeço pela tentativa, Caleb. - Disse Emma rindo.


- Eu acho que posso dar um jeito nisso... – James ergueu a sobrancelha, malicioso. A namorada riu ainda mais, sentindo os lábios dele pressionarem nos seus.


- Ah, meu Merlin. Outro casal meloso. - Caleb resmungou, suspirando.


- Cuidado com as bactérias, Emma. - Jared disse entre risos, recebendo um beliscão de Kira. - Ai. - Ele a olhou confuso.


- Pare de ser implicante, Jar... Deixe os dois. – Kira disse, sorrindo.


- Você é malvada. - Jared sorriu ao beijá-la levemente nos lábios. - Cruel às vezes. - Sussurrou ao aprofundar o beijo.


- Eu azarei Merlin mesmo. - Disse Caleb com sarcasmo diante dos dois casais que se beijavam. Balançou a cabeça, percorrendo seu olhar pela mesa da Sonserina até encontrá-la. A morena sorriu discretamente ao corresponder seu olhar.


...


Após o jantar e de receber um pergaminho de um garoto endereçado a ele, Caleb seguiu discretamente para a torre de Astronomia. Sentia-se feliz por ter a oportunidade de vê-la novamente. Riu de si mesmo, se sentindo um idiota por pensar assim sobre Pandora Malfoy. Mas o que poderia fazer? Ela estava despertando nele novas sensações.


Entrou em uma sala, praticamente abandonada ao julgar pelos móveis empoeirados e caixas empilhadas no local. Ela estava próxima à janela, apreciando a noite que encobria toda a floresta e extensão de Hogwarts. Caminhou até a garota, parando ao seu lado.


- Embora você tenha tentado ser discreta. - Disse chamando a atenção dela para si, um sorriso nos lábios ao mostrar o pergaminho. - Não funcionou. Todo mundo já sabe. Até minha irmã.


- Que droga... – murmurou sorrindo. – Eu bem que tentei... Eu juro. – emendou sem jeito.


- Tudo bem. A culpa não é sua. - Disse rindo diante da reação da garota. - Fui obrigado à aguentar dois casais protagonizando cenas melosas na minha presença durante o jantar, mas acho que não fui convincente quando falaram de nós.


Pandora riu, e aproximou-se dele.


- Eu vi sua carinha infeliz. Tive vontade de rir, mas suprimi esse desejo. – ela falou marota.


- Agradeço pela sua compreensão. - O garoto a puxou pela cintura, beijando-a levemente nos lábios. - Mas creio que posso me vingar deles agora.


- Adoro vingança... – Pandora murmurou, deixando-o conduzir o beijo lento que em gradações ficara intenso.


O garoto sorriu entre os lábios de Pandora, beijando com a mesma intensidade que fazia apenas com a garota. Suas mãos apertavam de leve a cintura fina dela, trazendo-a para o mais perto possível. Apenas quando o ar se tornara precário para ambos, se afastaram para respirar.


- Obrigado pela ajuda. - Sussurrou com um olhar maroto. - Pandora.


- Não me agradeça, Caleb. – disse no mesmo tom. Então se afastou dele, deixando-o a querer mais. – Preciso te entregar seu presente. – pegou o embrulho bem feito, e virou-se para ele. – Espero que goste e que sirva.


Caleb pegou o embrulho e o abriu. Seus olhos vibraram diante da euforia que tomara conta de si ao se deparar com uma autêntica camisa do seu time de quadribol, os Cannons. Mas o sentimento se esvaiu ao imaginar o preço que ela custara. Seus pais nunca lhe compraram algo tão valioso por falta de orçamento. Receber aquilo de Pandora era inimaginável.


- Obrigado. - Forçou um pequeno sorriso, constrangido.


- O que foi? Você não gostou? – perguntou ansiosa.


- Não. - Disse rapidamente, se sentando sobre uma mesa. - Pelo contrário, eu adorei. Mas é que... - Ficou em silêncio. Seria vergonhoso demais confessar isso para ela, que sempre o vira como um "pobretão".


- Que...? Vamos, Caleb me diga! – exclamou impaciente e nervosa.


- Eu sou um pobretão, Pandora. - Disse contrariado pelo nervosismo da garota. - Meus pais não tem uma ótima condição financeira como sua família. E eu nunca ganhei algo tão caro em toda minha vida. Meus pais economizam cada galeão. Não sou acostumado a receber presentes caros.


- Não pensei que fosse ficar ofendido. – baixou os olhos. – Me desculpe, é que eu pensei que fosse ficar feliz. Você gosta muito dos Cannons...


- Hei. - Caleb desceu da mesa e se aproximou da garota, tocando-a no queixo e levantando seu rosto. - Eu não fiquei ofendido. Um pouco surpreso, mas não ofendido. Só... Pega leve na próxima vez, ou meu pai vai pensar que estou contrabandeando coisas. - Sorriu, fazendo Pandora sorrir com o comentário.


- Vou tentar. – respondeu envergonhada. – Ainda bem que não mandei autografarem. – emendou sorrindo.


- Ainda bem. - Sorriu aliviado, embora não negando que seria uma boa idéia. - Mas eu realmente adorei. Obrigado.


- Que bom, fico feliz com isso. De verdade. – respondeu encabulada.


- Não precisa ficar envergonhada com isso, Pandora. - Caleb sorriu maroto ao puxá-la para perto e distribuir beijos no pescoço da morena.


- Está fazendo cócegas, por que não me beija devidamente? – indagou fitando-o intensamente.


- Você é tentadoramente exigente. - Sussurrou acariciando suavemente os lábios de Pandora com os seus, antes de beijá-la profundamente.


Caleb caminhou até uma das mesas, sem cessar o beijo. Ergueu a garota, sentando-a na mesa e se encaixando entre as pernas dela. Sentia as mãos dela percorrerem suas costas, despertando reações das mais variadas em si. Apertou de leve a cintura da garota, unindo seus corpos e fazendo-a suspirar. Em seu íntimo se controlava ao máximo para não ultrapassar os limites naquele momento. Limites que Pandora Malfoy fazia questão de derrubá-los ao beijá-lo de tal forma.


Ela sentiu que as mãos dele faziam um caminho por dentro de sua roupa, e imediatamente parou o beijo. Ofegando, e o olhou tímida.


- Acho melhor agente ir mais devagar... – murmurou, e sorriu ao vê-lo confuso, e desarrumado.


- Devagar? - Ele repetiu, fechando os olhos e respirando fundo.


- Sim... Devagar. – respondeu. – Bem, acho melhor eu ir pro dormitório. Se nos pegarem aqui vamos levar outra detenção.


- Uma detenção? Com você? - Perguntou malicioso, beijando-a no pescoço novamente.


- É sério, Caleb... Está na hora de irmos... – murmurou sentindo-se arrepiar toda.


Levantou-se depois de empurrá-lo gentilmente, e o escutou praguejar algo bem baixo. Pandora sorriu.


- Precisa dormir, e eu também. Amanhã a gente se vê por aí. – ela disse quase próxima a porta.


- Está bem. Até amanhã. - Coçou a própria nuca ao vê-la sair da sala. Caleb suspirou, jogando a cabeça para trás. Não precisava dormir, precisava de um banho frio.


...


O salão comunal foi se tornando vazio aos poucos. O moreno estava sentado em um dos sofás, demasiado entediado por estar ali sozinho. De certa forma era chato ter que dividir sua namorada com o cargo de monitora-chefe que ela ocupava. Justo naquela noite ela fora escolhida para uma ronda no castelo.


Um sorriso surgiu em seus lábios ao se lembrar de algo. Às vezes ele era o responsável por Emma quebrar algumas regras, mas era algo inevitável e ambos sabiam. Ouviu o som do buraco do retrato, chamando sua atenção. Sua namorada acabara de entrar, se despedindo de seu companheiro de ronda que seguira para o dormitório masculino. Ela se sentou ao seu lado, visivelmente cansada.


- Encontrei Minerva no caminho. Ela disse que quer falar comigo amanhã de manhã. - Emma suspirou, deitando sua cabeça no encosto do sofá. - Tanta coisa em um único dia.


- Acha que é por causa do que fez ao Marcus? – perguntou James.


- Tenho certeza. - Fechou os olhos por um momento. - Acho que peguei pesado com ele. Mas eu fiquei com tanta raiva com o que ele disse.


- Ele mereceu, em todo o caso... Sua detenção não será em vão. – brincou e ela sorriu.


- Meu pai vai ficar louco. - Disse respirando fundo, encostando sua cabeça no peitoral do namorado. - Que nem ele ficou na minha última detenção. Recebi um berrador por isso.


- Eu me lembro, foi terrível. E tudo por minha culpa. – James relembrou com um sorriso maroto nos lábios.


 


Minerva, pela primeira vez, ficara decepcionada com a atitude repentina de Emma. Ao entrar na sala da professora, James ocupava uma das primeiras carteiras. Um sorriso maroto surgiu em seus lábios ao vê-lo, aumentando ainda mais a ira da garota. Talvez se o ignorasse seria a melhor solução, cumpriria aquela detenção o mais rápido possível e sairia dali. Passou direta por ele, sentando em uma das carteiras ao lado da janela. O ar fresco que entrava e o dia de sol que fazia lá fora poderiam acalmá-la durante àquelas horas.


A professora saíra dando-lhes o castigo, prometendo voltar mais tarde. A perspectiva de que estava a sós com James outra vez fizera o sangue de Emma pulsar mais veloz nas veias. Sua derrocada fora por causa dele, ele manchara sua ficha escolar impecável.


- Como se sente pequena Emma em sua primeira detenção? – a voz dele soara impertinente.


A garota bufou. Aquele tom de zombação vindo dele a irritara até seu limite. Levantou de seu lugar e se aproximou do moreno, apoiando suas mãos sobre a mesa e se inclinando o suficiente para ficar com seu rosto próximo ao dele. Encarou furiosa, aqueles olhos verdes, que se divertiam com a situação.


- Eu odeio você, James Potter. - Sibilou entre dentes.


- Sério? – ele indagou mantendo sua pose marota.


- Nunca fui tão séria em toda a minha vida. - Disse mantendo seu tom de voz superior. - E não pense que eu vou ceder tão fácil como as outras garotas só porque você é James Potter. Eu ainda te odeio e vou continuar odiando.


- Mesmo, Emma? Não acho que me odeia tanto assim. – disse se gabando.


- Vai pro inferno. - Retrucou a garota revirando os olhos e se afastando. Odiava o ego que James tinha.


- Ah, lá deve ser um lugar muito ruim... – comentou rindo. – Vamos parar com isso, seja mais boazinha comigo.


- Boazinha? - Virou-se para o garoto, erguendo uma sobrancelha. - Por sua culpa eu estou na minha primeira detenção.


- Sempre se tem uma primeira vez pra tudo, meu bem. – James disse, se levantando. – E ainda bem que sua detenção é comigo.


- E qual é o benefício nisso? - Indagou Emma cruzando os braços.


- Você não vai se entediar, eu tenho certeza. – disse, erguendo uma das sobrancelhas.


- Por que você pega tanto no meu pé? Por que não perde uma oportunidade de me atazanar? Eu não consigo entender. - Riu sarcástica.


- Eu gosto de você, Emmy. Gosto mesmo, ao contrário da sua pessoa que me “odeia”. – ele riu fazendo-a bufar.


- É melhor guardar suas cantadas baratas para outra. - Retrucou desviando seu olhar, balançando a cabeça. - Isso não vai funcionar comigo.


James riu outra vez, se aproximando dela, que recuou assustada com a proximidade. Emma respirava com dificuldade por tê-lo tão perto. O moreno era mesmo tudo que diziam dele. Lindo, e sedutor. Não sabia quanto tempo resistiria...


Revirou os olhos, repreendendo-se por esse pensamento idiota. É claro que ia resistir!


- Tem mesmo certeza que não está funcionando, Emmy? – ele perguntou roucamente.


- Eu... - Emma respirou fundo, tentando manter sua voz firme. James estava jogando sujo para o seu lado, tinha que contornar essa situação. - Eu não vou cair nesse seu joguinho de sedução, Potter. - Virou seu rosto para o lado.


- Que joguinho? – questionou naturalmente.


- O mesmo joguinho que você faz com as outras garotas. - Respondeu levemente irritada com a naturalidade do garoto. - Conheço caras como você. Acham-se no direito de terem qualquer garota.


- Não quero qualquer uma Emma. Não entendeu ainda? – perguntou mantendo o sorriso nos lábios.


Ela o olhou, surpresa mais se esforçando ao máximo para não demonstrar. James novamente ultrapassara os limites. Porém, dessa vez ele fora além do que ela imaginara. Respirou fundo, tentando recuperar algum vestígio da sanidade que ele lhe roubara ao se aproximar. Não poderia se deixar levar por ele. Não deveria. Com certa dificuldade conseguiu dar um passo para trás, mas para seu desagrado, seu corpo colidiu com a mesa atrás de si.


- Eu... - Seus olhares se encontraram e um choque percorreu pelo corpo de Emma. - Eu não faço idéia do que você tá falando.


James tocou o rosto dela, afagando-o com a ponta dos dedos. Olhava intensamente para Emma e não disfarçava o interesse em seus lábios.


- Eu sei que sabe... – sussurrou.


- Você só pode estar louco. - Murmurou convicta. Era a única explicação que encontrara para o que estava acontecendo.


- Louco... Pode ser. – disse, aproximando sua boca da dela. Emma estremeceu violentamente, quando sentiu a respiração de James em sua fronte. Então sem alguma permissão o moreno roçou seus lábios nos rosados e femininos. Experimentando a textura macia.


Emma fechou os olhos por um momento, respirando fundo contra os lábios do garoto. James agora extrapolara os limites e estava pronta para empurrá-lo e lhe dar um belo e forte tapa na face como ele merecia, mas tal pensamento esvaiu de sua mente quando ele a puxara para mais perto pela cintura. Pressionou seus lábios aos dela, encontrando-os entre abertos para aprofundar o beijo. James assim o fizera.


Ele sabia exatamente o que fazer para deixá-la sem reação. Na verdade tudo que podia fazer era deixar-se levar. O maldito sabia muito bem como deixar uma garota trêmula, desejosa de sua boca. Ansiando por nunca poder parar, embora pudesse lhe faltar o ar.


James estava lhe despertando novas sensações naquele momento na qual ela não sabia explicar. Suas mãos, tímidas e receosas, seguraram-se nos braços rijos do moreno, precisava de apoio já que suas pernas tremiam. Os lábios a conduzindo em um beijo lento e prazeroso lhe fizeram esquecer o porquê estava ali. Fizera-lhe esquecer que o culpado de estar em detenção era aquele moreno que a beijava. O maldito Potter.


Assim que não puderam mais sustentar o beijo, ambos pararam ofegantes. Emma abriu os olhos para encarar um James sério, e incrivelmente lindo. Tanto que ainda estava tonta.


- Uau. - Murmurou baixo, mas o suficiente para James ouvir e sorrir. Emma se amaldiçoou imensamente por dentro por deixar isso escapar de seus lábios.


- É... – James também murmurou, sentindo ainda o gosto incrível de Emma em sua boca.


- Isso é loucura. - Emma desviou seu olhar, recuperando finalmente sua sanidade. - Eu estou delirando. Isso não aconteceu.


- Aconteceu sim, Emmy. E você adorou que eu sei. – James disse.


- Eu o quê? - Emma o olhou surpresa, bufando. - Deixe de ser convencido, James.


- Porque não pode ser sincera, e concordar comigo, hum?


- Porque eu não estou nem um pouco a fim de aumentar o seu ego que já é bem inflado. - Retrucou empurrando James devagar, se afastando.


- Certo você é quem sabe. Pode ficar se enganando, mas a mim não. Você não me engana com esse jeitinho “desinteressado”. – comentou seguindo para o outro extremo da sala. – Agora acho melhor agente começar organizar isso aqui, antes que a professora McGonagall volte.


- Divirta-se sozinho organizando isso aqui. - Sibilou entre dentes, irritada pelo que ele dissera, antes de deixar a sala.




- Você... - Emma olhou para o namorado assim que despertara de sua lembrança, sorrindo. - É muito convencido.


- Ao que devo o elogio? – perguntou maroto.


- A tudo. Você realmente é. Não se faça de inocente. - Disse Emma rindo.


- Às vezes o sou, confesso. Mas na outra parte do tempo, me esforço para não ser. – comentou rindo também.


- Eu sei disso. - Sorriu acariciando a face do moreno suavemente. - Eu sei que por trás desse ar convencido tem um garoto lindo e carinhoso aí. E um namorado perfeito também.


- Isso é você quem está dizendo... – falou divertido, estufando o peito.


- Sou culpada, confesso. - Admitiu rindo da reação do moreno. - Mas eu estou sendo sincera.


James suspirou, afagando os cabelos castanhos da garota. Emma em pouco tempo acabara se tornando especial e essencial em sua vida. E ela sempre fazia questão de lhe provar isso. Ele se aproximou, sentindo os lábios de Emma com calma, como se fosse a primeira vez que o fizera. A morena suspirou, amarrotando a camisa de James como se suplicasse para que ele o fizesse logo. Ele então a beijou, carinhosamente.


...


Acordara mais cedo do que de costume no dia seguinte. Talvez as preocupações em sua mente fossem as culpadas. A conversa que Emma teria com a diretora de Hogwarts era uma delas, junto com o último jogo de quadribol que se aproximava. Isso fizera com que fechasse os olhos apenas poucas vezes durante a noite.


Tivera que reprimir uma risada ao ver Marcus atravessar o buraco do retrato e caminhar em sua direção. Era a primeira vez que o vira desde o acontecimento no trem. A barba não cobria mais seu rosto, porém a pele estava vermelha e visivelmente irritada. Provavelmente devido às inúmeras tentativas mal sucedidas de retirar a barba.


- Eu vou estrangular aquela tresloucada da sua namorada. - Sibilou Marcus ainda furioso com o ocorrido.


- Ah, não vai não. Pode controlar suas mãos, se não quiser ter problemas comigo. – James dissera sorrindo.


- Por culpa daquela maluca eu levei um fora e um tapa na cara da Faith. Sem falar que passei horas tentando tirar aquela maldita barba e não consegui. Tive que ir até a ala hospitalar e suportar os risos da Madame Pomfrey. - Retrucou o garoto.


James não agüentou e soltou uma sonora gargalhada.


- Você bem que mereceu. A meu ver, foi até pouco, Marcus. Admita. – ele comentou acusador e zombador.


- Aquela doida fez uma lavagem cerebral em você. - Marcus revirou os olhos. - Não, ela usou poção do amor em você. Porque você não é mais o mesmo James de antigamente. É um bobo, tolo e apaixonado.


- “Aquela doida” tem um nome, e seria legal que o dissesse. É Emma. – disse sério. – E não tem poção nenhuma. Porque não pode parar de ser tão cético e parar de acreditar apenas nos hormônios que te comandam? O amor existe de verdade, meu caro.


- Merlin, eu não posso acreditar. - Marcus passou a mão entre os cabelos. - James isso é papo furado. Essa coisa de amor não existe. Pare de pensar assim e acorde pra vida.


- Acorde você, Marcus. – ele riu. – Tenho pena de você, sabia? Quando enxergar vai ser tarde demais, e vai sofrer por ser tão cabeça dura.


- Inacreditável. - Marcus bateu as mãos sobre o próprio corpo, em sinal de impaciência.


James abriu a boca para dizer alguma outra coisa que, possivelmente, abrisse os olhos do amigo. Entretanto, o barulho de dois garotos entrando no salão comunal correndo chamaram sua atenção. Jared correu até o irmão mais velho, se escondendo atrás deste e rindo.


- Eu vou matar você, Potter. - esbravejou Caleb apontando para James, no intuito de ameaçar Jared.


- Vai me matar, e por quê? – o apanhador indagou, mantendo um sorriso divertido nos lábios.


- Não é você. - Caleb disse impaciente. - É ele. - Apontou para Jared.


- Caleb ficou nervoso só porque eu o vi chegar de noite e correr pro banheiro pra tomar um banho frio depois que se encontrou com Pandora Malfoy. - Explicou Jared entre risos, fazendo os demais rirem também.


- Uh... Ela te esquentou hein? Quem diria... – James comentou jocoso, fazendo uma cara engraçada.


- Que coisa, logo eu que estava de olho nela. – Marcus “pensou” em voz alta.


- Você tira os olhos dela. - Bradou Caleb apontando o dedo para Marcus, recebendo olhares confusos. - E... Isso não é problema de vocês. - Completou indiferente.


- Ele ta com ciúmes. - Cantarolou Jared rindo. - Não quer assumir de jeito algum que tem um rolo com a Malfoy.


- Oh, que bonitinho, ele ficou com vergonha! – James apontou o rosto vermelho do amigo.


- Isso não tem graça, Potter. - Sibilou Caleb. - E eu não tenho nada com Pandora Malfoy.


- Mesmo? - Jared sorriu maroto. - E a autêntica camisa do Cannons que ela te deu ontem? - Perguntou se escondendo novamente atrás do irmão quando Caleb fez menção de avançar.


- O que? Ela te deu uma camisa dos Cannons, e oficial?! – Marcus perguntou bestificado, e Jared assentiu rindo. – Não acredito que ela gastou uma fortuna com você.


- Puxa, foi um presente e tanto, hum? – James o cutucou.


- Foi humilhante, eu sei. - Caleb respirou fundo, entanto em uma das poltronas do salão comunal. - Mas eu não podia recusar. Não pela camisa, mas por ela mesma.


- Viu? Eu disse o caso entre eles ta ficando sério. - Jared cruzou os braços, encostando-se à mesa.


Todos ficaram em silêncio, cada um analisando a situação de um jeito diferente, mas todos eles com pensamentos focados em implicações contra Caleb. James sorriu maroto.


- É interessante o seu casinho, Caleb. O grifinório e a sonserina... Dá um romance trouxa. – ele disse rindo.


- Engraçado. - Desdenhou o loiro irritado. - O seu também daria um ótimo romance. O bonitão e a ajuizada de Hogwarts.


- Acrescente desordeiro também. - Disse Jared pensativo.


- E o que dizer do seu casinho Jared? A bonitinha sonhadora, e o nerd... Um clássico. – James comentou e Marcus gargalhou. – Ah, e não posso esquecer-me de você... O garanhão e a moçinha tímida, outro clássico.


- Vai se f... - Marcus mordeu o próprio lábio para não terminar a frase, irritado.


- Olha a boca, Marcus. - Jared o repreendeu rindo, voltando sua atenção para Caleb. - Vocês dois pararam com as brigas, porque não assumem de uma vez que estão juntos?


- Porque eu sou Caleb Weasley e ela é Pandora Malfoy? - Respondeu com outra pergunta, como se fosse óbvio.


- E...? – James disse naturalmente.


- As famílias deles se odeiam, essa e fácil! – Marcus respondeu como se tivesse dito algo genial.


- Se o meu pai ao menos sonhar que eu toquei em Pandora Malfoy é capaz dele me jogar uma Avada Kedavra.


- Ele não fez isso quando Kira e eu assumimos o namoro. - Disse Jared.


- Porque sua mãe te defendeu. E não é segredo pra ninguém que meu pai tem medo da tia Mione. - Disse Caleb. - Eu não vou ter ninguém pra me defender porque por mais que minha mãe não odeie os Malfoy como o meu pai, ela também não será nem um pouco compreensiva.


- Quase tive pena de você...  – comentou Marcus. – É sério.


James revirou os olhos, enlançou a mão contra a nuca do outro moreno. Repreendendo-o com o gesto.


- Você com pena? - Caleb ergueu uma sobrancelha, rindo em seguida. - Qual é, Marcus. O único sentimento que você tem é o da pegação.


- Sabe que eu também acho por isso eu disse: quase. – ele comentou refletindo.


- Gosta dela mesmo? – perguntou James.


- Não sei. - Caleb suspirou. - Talvez.


- Talvez? - Jared o olhou, franzindo o cenho.


- Pandora e eu sempre nos odiamos. Agora estamos assim. Eu não sei se ela gosta de mim ou se pelo menos talvez goste. Tenho medo que isso seja um tipo de vingança da parte dela por tudo.


- Porque não pergunta a ela, esclareça as coisas e se valer a pena, insista. – James aconselhou.


- Céus, eu não quero ficar perto de você. – Marcus disse exasperado. – Isso pode pegar.


- Não é tão fácil como parece. - Caleb balançou a cabeça, olhando para Marcus. - E o que deu nele pra ta falando isso?


- Germe do amor. – Marcus respondeu fazendo uma careta. – Eca!


- Marcus eu aposto que até o final do ano letivo você vai estar apaixonado por uma garota. - Desafiou Caleb zombeteiro.


- E eu aposto em dobro que essa garota é Kristen Lenox. - Disse Jared recebendo um olhar surpreso de Marcus. - Que foi? Toda Hogwarts sabe que Emma te deu uma barba extra por pisar na bola com a Lenox. - Emendou rindo.


- Quarentena! Precisam ficar em quarentena! – Marcus exclamou se afastando do grupo. – Estão contaminados também, e eu não vou me apaixonar, mas que droga!


- Tudo bem, Marcus... Fica calmo. – James zombou.


- Meu caro, nunca diga o que você não sabe. - Caleb se levantou. - Quantas vezes eu disse que entre Malfoy e eu não ia ter nada além de ódio? Olha onde estamos agora.


- É, olha onde estão agora? Se amassando em qualquer cantinho escuro... – James disse rindo.


- Pelo menos não é em um lugar visível onde corre o risco de me verem sem camisa, não é James? - Retrucou sorrindo vitorioso para o Potter.


- Não sei de nada... – comentou inocente, ao som dos risos dos amigos e do irmão.


- Tá bom. Nós fingimos que acreditamos. - Jared deu um leve tapa no ombro do irmão. - Mas você vai se apaixonar um dia Marcus. Ou você acha que vai chegar aos setenta anos e continuar sendo esse garanhão que você é?


- Esse é o meu plano. – disse rindo.


- Você é um idiota. - Disse Caleb rindo ao passar por Marcus e dar um tapa na nuca do garoto antes de sair pelo buraco do retrato.


- Um idiota, com lindos olhos... – brincou ele. – Aposto que ele vai atrás da Pandora.


- Não quero perder meus sicles. – James endossou.


- Não é por acaso que vocês dois se dão bem. - Jared revirou os olhos, balançando a cabeça. - Dois manés. - Emendou antes de sair pelo mesmo caminho que Caleb.


 



N/A: Mais um capítulo postado.


Também era o mínimo que podíamos fazer depois de tantos comentários. kkkk


Viram como não custa nada comentar? Os dedinhos de vocês ainda estão inteirinhos, não estão?


Então aproveitem que perceberam isso, que não é ruim comentar, e vai lá e comenta sobre esse capítulo. Seus dedinhos ainda vão permanecer no mesmo lugar e a gente posta os capítulos mais rápidos pra vocês. Porque como dissemos, a fic já está pronta. Mas isso vai depender muito da força de vontade dos nossos leitores. *-*


Não nos faça fazer greve, hein. kkkk


E não se preocupem. No próximo capítulo tem uma cena maaraaa H/Hr. *-*


Beijo das autoras.



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14-08-2010

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