CAPITULO 16



CAPITULO XVI

Sabe quando você vê algo e não acredita no que seus olhos estão enxergando? Foi exatamente o que passou pela minha cabeça quando vi Vitor Krum invadir o bar, com um sorriso de orelha a orelha.

Vamos por parte para que possamos entender: Vitor Krum, lindo, maravilhoso, popular, mauricinho, rico, tem tudo que quer, exceto, é claro, Mione.

Pois é.

Me lembro como se fosse hoje o dia que ele cismou que a teria de qualquer forma, mas, como sempre tem um mas, Rony quase mata o coitado, sem falar, é claro, que Mione falou umas poucas e boas pra ele, que fez o pobrezinho se sentir pior que verme.

Uns dias depois, Mione havia me dito que tinha conversado com ele, e tudo tinha se acertado. Krum tinha aceitado apenas ser amigo de Mione, a pedido dela, mas mesmo assim tinha dito que jamais a esqueceria, pois a amava profundamente.

Entende agora o significado da coisa???

O que exatamente Vitor Krum estava fazendo aqui no bar, sorrindo como uma miss, vindo em direção a mesa, sendo recebido por Mione, que também não parava de mostrar os dentes, como se estivesse completamente apaixonada?

Será que eu enlouqueci?

- Boa tarde, Virgínia. – Minha descrença me deixou muda momentaneamente. – Boa tarde a todos. – Assim como eu, os outros não conseguiram responder, tamanho o choque.

- Krum estava passeando aqui pelo shopping Gi, quando me ligou, então eu o convidei. – Olhei para Harry, tentando entender, e percebi que não era a única desentendida.

- Que bom. – Respondi sem saber ao certo o que dizer. – Posso falar com você em particular, Mi? – Mione me encarou sorrindo feito uma idiota. Deus! Cadê minha amiga?

- Claro. – Saí da mesa com ela ao meu encalço.

Quando estávamos a uma distancia razoável, eu não consegui conter minha indignação.

- Ficou doida? – Hermione desfez o sorriso e ergueu o rosto, fitando algo além das minhas costas.

- Não vejo mal algum em convidar Krum para a farra. – Cruzei os braços, e a forcei a me encarar.

- Não era você que detestava o Krum?

- Não. Rony o detesta. – Falou isso sorrindo maldosamente.

- Só que eu acho que tem algo de errado nessa sua vingança, Mi, Rony desconhece a existência do búlgaro. – Mione fechou a cara para mim, e novamente fitou algo as minhas costas.

- Eu to pouco me lixando com o que o Rony... – Percebi quando Hermione ficou subitamente muda, paralisada, seus olhos esbugalhados em choque.

- Mas o que tanto você olha que não presta atenção em mim? – No momento que perguntei, me virei para olhar e vi uma cena bizarra.

Rony estava beijando a loura, e novamente não acreditei no que estava enxergando. Droga! Será que eu estava com um caso seriíssimo de alucinação?

Me virei para encarar Hermione, e vi o quanto ela se segurava para não chorar. Fechava seus punhos com tanta força, que os nós de seus dedos estavam esbranquiçados.

- Mi...

- Pra quem está doente, ele até que está muito bem, né? – Ela ironizou, camuflando sua dor.

- Mi...

- Ainda bem que Vitor está aqui.

- Você...

- Estou ótima. – Sorriu para que eu acreditasse, mas não me convenceu. – Apenas preciso de ar, vou dar uma volta. – E com isso ela me deixou ali, parada, meio chocada ainda, vendo Rony não desgrudar a boca da tal Brown.

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Meus olhos ardiam, mais eu me negava a chorar. Era o que ele queria, e eu simplesmente não queria dar esse gostinho. Não... de forma nenhuma Rony poderia sair vitorioso naquela guerra. Eu ainda não tinha feito minha jogada, nem ao menos tinha anunciado que entraria na guerra de fato, apenas tinha arrumado armas para poder lutar, nada além disso.

Como fora imbecil em achar que ele jamais teria olhos para outra. Que jamais faria algo para me magoar. Me sentia uma jumenta por pensar tamanha besteira. Ora, Rony era homem, e como tal, parecia ter nascido apenas para pisar no sentimento das mulheres. Os meus em especial.

Parei ao lado de uma lanchonete qualquer, e rapidamente pedi um chocolate. Meu melhor amigo no momento, e o que vinha ajudando segurar a barra nos últimos dias.

- Sempre achei que você detestasse doce? – não me assustei com a voz de Vitor a minhas costas.

- Achou errado. – respondi secamente, levando a barrinha à boca.

- Isso tudo porque ele está beijando outra? – Raiva e decepção transbordavam do meu corpo.

- Começo a me perguntar o porquê de tê-lo chamado aqui – Me virei para ele e notei o quanto Vitor sorria.

Mas não era qualquer sorriso, e sim um sorriso frio, sem vida.

- Me chamou, porque sabe que eu sou o único que faço qualquer coisa por você. Qualquer coisa mesmo. – Me arrepiei com suas palavras.

- O que quer dizer?

- Ora, Hermione, não se faça de burra. – Ironizou.

- Não estou entendendo.

- Eu te amo, entendeu agora? – engoli em seco.

Fiquei sem palavras, e até a vontade de comer chocolates sumiu.

Fazia exatamente três anos que conhecia Vitor. Mamãe e papai, numa de suas viagens, resolveram sair para jantar, e eu havia ficado no hotel. Cansada de ficar assistindo TV, e sem saco nenhum para dormir, pois era muito cedo, resolvi descer e andar pelo hotel.

Vitor também estava com os pais, e tivera a mesma idéia, nos esbarramos em uma das escadas, que dava acesso à cozinha. Ficamos próximos rapidamente, e com os dias se passando, eu tinha ficado animada em ter alguém ali da minha idade com que pudesse conversar.

Antes de voltar para casa, trocamos endereços, e prometemos sempre nos manter em contato. Eu tinha realmente gostado da amizade de Vitor.

Tinha se passado dois meses, quando, num belo dia, Vitor apareceu na porta da minha escola. Não acreditei a princípio, fiquei chocada e feliz ao mesmo tempo.

Vitor havia se mudado, e para minha surpresa, sua casa era perto da minha. Eu o adorava como amigo, era sempre atencioso, companheiro, gentil.

Tentava me agradar de todas as formas, algumas delas, às vezes me deixava até constrangida, mas nada muito ruim.

Até que tudo começou a piorar, com Rony e suas implicâncias.

Rony detestava Vitor, odiava o quanto éramos próximos, e não conseguia compreender o porquê de sermos tão ligados.

Passamos a brigar mais, Rony me seguia, tentava evitar meu encontro com Vitor, até que um dia, num momento de explosão, os dois brigaram, e brigaram feio.

Foram vários socos, olhos roxos, queixos doloridos, bocas sangrando.

Fiquei sem saber como agir, e o que fazer no momento.

E enquanto eu tentava arrumar uma forma de separá-los daquela luta de gladiadores, Vitor gritou, dizendo que jamais me deixaria, pois eu já era dele, lhe pertencia, e nem adiantava Rony gritar e esmurrar.

Rony, levado por puro ódio, o nocauteou, e só não o matou de porrada, porque Harry e Draco chegaram e separaram os dois.

Ainda chocada com as revelações de Vitor, deixei o local da briga, e corri em direção minha casa.

Lá, enterrei minha cabeça no travesseiro e chorei por horas.

Vitor, mais tarde, apareceu lá em casa, pedindo para conversar comigo, ele parecia arrependido da briga, mas em relação aos seus sentimentos não. E num pedido digno de cinema, ele se ajoelhou aos meus pés e me pediu em namoro.

Sem saber o que dizer, comecei a cuspir toda minha ira e frustração nele, confusa, magoada com os pensamentos dele. Eu o considerava meu amigo, e ele o tempo todo mentindo, só para se aproximar.

Ele também ficou nervoso, tentava se desculpar, e ao mesmo tempo falava o quanto gostava de mim.

No final, pedi que ele saísse, e Vitor deixou minha casa, acabado.

Um tempo depois, voltamos a nos falar, mais agora tudo havia mudado, eu não conseguia mais ficar a sós com ele, nem muito menos confiar nele.

Vitor percebeu isso, e pediu uma chance de se redimir. A muito contra gosto, eu resolvi dar, e ele passou a ser novamente meu amigo, mas não o de antes, e sim aquele amigo frio, seco, que não parecia se apegar em mais nada.

Vitor havia mudado, e de certa forma eu me sentia culpada por isso.

- Sinto falta daquele garoto que conheci no hotel. – Disse sem me controlar, o encarando profundamente.

- Tem certeza, Hermione? – Franzi a sobrancelha.

- Por que me pergunta isso?

- Porque foi você mesma que destruiu aquele garoto do hotel. – Engoli em seco novamente. – O que sobrou, é exatamente isso que está vendo. – Falou, com os braços abertos, se mostrando pra mim.

- Não me culpe por algo...

- Eu a culpo e não a culpo ao mesmo tempo. Você tem noção o quanto dói te amar? O quanto dói não ser retribuído? – abaixei minha cabeça me sentindo triste.

- Acho que agora eu faço um pouco de idéia.

- Ah! É mesmo, eu tinha me esquecido completamente do idiota de cabelo vermelho. – Assim que terminou, ele puxou o ar com força e sorriu derrotado. – Seria tão diferente se você me amasse.

- Eu queria te amar, Vitor. De verdade.

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Já sentiu por acaso a boca dormente? Isso mesmo, dormente! Sabe aquelas formiguinhas que ficam passando por dentro do nosso corpo, nos causando um certo incômodo, nada mais que isso?

Pois é, neste exato momento eu me encontro com meus lábios completamente dormentes.

Por que beijá-lo tinha que ser tão delirantemente viciante?

É, porque, por mais que meus lábios estejam reclamando, com aquele formigar chato, como eu não conseguia desgrudar, nem por um decreto, minha boca da boca de Draco Malfoy?

E ele continuava, naquela tortura sem fim, fazendo meu corpo ter tremores incríveis, descontrolados, me prensando, me sugando, mordendo meus lábios, chupando minha língua... me diz sinceramente o que eu podia fazer?

Suspirei em meio ao beijo, e o notei sorrindo. Aquele sorriso prepotente, cheio de si. Feliz por ter conseguido algo.

Nossas bocas se desgrudaram, e meu corpo arrepiou ao mesmo tempo em que reclamava do frio repentino.

- Eu não te falei? – Abri meus olhos, tentando me situar.

- O que? – Murmurei, sentindo minhas forças ainda fracas.

- Está caidinha por mim. – o choque daquelas palavras foi tão grande, que todo entorpecimento passou rapidamente.

- O que está dizendo? – Uma quentura subiu para o meu rosto.

Ele sorriu novamente e me soltou. Cruzando os braços em frente ao corpo.

- St. Mungus. – Falou e eu não entendi nada.

- Hã?

- Clínica psiquiátrica. A melhor da cidade. – Arregalei a boca chocada.

E se sentindo vitorioso, Draco me deixou ali, perplexa, com a ironia, coragem e cara de pau dele.

- MALDITO! – Gritei sem me conter.

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México, naquela mesma hora.

O clima estava seco e abafado mesmo sendo início de outono, conseguia sentir calor, muito calor por sinal. Eu realmente não agüentava mais aquele trabalho que Arthur tinha me confiado. As horas de sono perdido e as inúmeras viagens, estavam me esgotando mais do que qualquer coisa. Sentia que não dormia e descansava o corpo há anos.

Batendo com os dedos no volante, numa tentativa inútil de me manter em alerta e não cochilar em cima da direção, percebi quando ela saiu de dentro da casa acompanhada da criança, que parecia ter uns cinco anos. Recolocando meus óculos escuros e tentando parecer o mais normal possível, observei quando ela apertou as vistas em minha direção, e depois de um tempo considerado, me analisando, ela sumiu dentro do seu carro, com a criança a tira a colo.

Agora, só tinha que cumprir a segunda tarefa pedida, ou seja, segui-la, claro, sem que ela perceba coisa alguma. Mas fazer tal coisa estava realmente difícil para mim, ainda mais se tratando de quem era: a rainha da percepção. Tinha certeza, que mesmo sabendo do seu atual estado, acreditava que ela continuava a mesma. A mesma pessoa inteligente e astuta que se lembrava.

Respirando fundo e virando a chave do carro, troquei a marcha e acelerei na direção que ela direcionou o carro. Já fazia quase dois meses que vinha seguindo-a, e não tinha mais dúvidas, sabia que era ela, um pouco mudada é claro, mas era com toda certeza.

Arthur, no momento que a tinha visto também, notou que era ela, e quase tinha colocado tudo a perder, tentando se aproximar. Mas, graças ao meu esforço, ele tinha compreendido que seria burrice tentar uma aproximação com ela naquele estado.

Tinha mudado bastante, agora com suas madeixas castanhas, longas e com pequenos caracóis nas pontas, faziam-na bastante diferente do que era. Seu rosto também parecia ter mudado, amadurecido mais, as sardas de sua juventude que eram tão evidentes, também tinham sumido. Ela era outra. Uma mulher completamente mudada.

Só uma coisa nela não tinha mudado: seus olhos. Eles continuavam claros e vivos, como sempre fora.

Enquanto dirigia, seguindo-a, mantendo uma distância considerável, meu celular tocou. Atendi.

- Se você me der outra missão, Arthur, irei estrangulá-lo com minhas próprias mãos.

- Olá para você também, Sirius. – Mesmo não estando perto, eu sabia que ele estava nervoso.

- O que foi dessa vez? – Perguntei curioso.

- Acharam ele. – Meu coração falhou numa batida.

- O quê? – Perguntei em choque.

- Está num hospital, aí mesmo no México. – Arthur respondeu com falsa calma.

- Hospital? O que isso significa, Arthur?

- Ele está em coma Sirius. Em coma há 15 anos. – Meu mundo pareceu afundar, e por pouco não bati o carro.

Não estava mais prestando atenção em nada, a pista que eu seguia já tinha desaparecido, e o mais sensato a se fazer era encostar o carro e respirar profundamente, tentar acalmar os ânimos.

- Arthur, como... como isso... – Gaguejei sem saber o que falar.

- O detetive me falou essa manhã. É ele mesmo, o detetive me trouxe fotos. – Engoli em seco, estava tão perto dele, e nem sabia disso.

- Qual hospital, Arthur? – Escutei quando ele soltou a respiração cansada.

- No Angeles México. – Desliguei o celular, sabendo o que tinha que fazer.

A vida era realmente cheia de surpresas, depois de 15 anos, iria rever, enfim, meu melhor amigo.

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Não agüentava mais aquilo.

Por que eu tinha que ter uma amiga tão orgulhosa? Um irmão tão estúpido? E amigos tão loucos?

Imagina a cena, estou sentada numa mesa com dez pessoas, e dessas dez, apenas quatro se falam direito! Os únicos normais na mesa são Harry e eu, Colin e Luna.

Krika está do meu lado, mais nega a olhar na cara de Draco um segundo que seja. O gato parece ter engolido sua língua, pois ela se quer diz uma palavra.

Draco está ao seu lado, com um sorriso de orelha a orelha, mas também se nega a falar com ela, apenas prefere ignorá-la, e continua a conversar com Vitor, que por sinal está ao seu lado com Mione lhe fazendo companhia.

E sim, ela continua sorrindo e se exibindo, fingindo uma coisa que não é. E céus! Como aquilo estava me irritando!

Ao lado de Mione está Luna, que conversa e ri com todos, como se não percebesse nada ao seu redor, ou ela está apenas deixando pra lá, como costuma sempre fazer.

Colin, esse também parece tranqüilo, a única coisa que parece não estar gostando é da pessoa que está ao seu lado, Lilá Brown.

Essa, ao contrário de todos, está pendurada nos braços de Rony, e não pára de cochichar coisas no ouvido dele. Me fazendo ter ganas de vomitar a qualquer momento.

Rony parece nem ligar para o fato de seu braço estar tomado pelo bicho preguiça chamado Lilá. Escuta o que ela diz, mas em momento nenhum tira os olhos de Hermione, que o ignora e ri das palavras de Krum.

Harry, coitado, pela sua cara, deve estar se sentindo como eu, um peixe fora d’água.

Agora digam sinceramente: é ou não é um inferno na terra? Entendem agora minha vontade louca de sair correndo, gritando feito louca?

Da vontade que estou sentindo nesse momento de socar a cara daqueles idiotas por serem tão estúpidos?

Tá tudo errado! Casais trocados, pessoas com cara amarradas umas pra outras, desejos contidos. Falsidades, sorrisos mentirosos.

Sinceramente, aquela mesa estava me dando nojo.

Não estava gostando nem um pouco daquele clima que tinha se instalado entre a gente. Parecia que o rei da discórdia tinha dado uma volta por ali!

- Harry, quem é aquele cara que está com a Hermione? – Pude perceber o quanto aquilo estava intrigando Rony. Ele não deixava de fitar o casal nem um minuto.

- Vitor Krum. Pode não está lembrando-se dele, mas... – Notei Harry tentar explicar em vão a situação para Rony.

- Não me lembro dele, mas, por alguma razão, já o detesto. – Arquei uma sobrancelha.

Ai maldição! A guerra estava para começar...

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Uma semana depois...

O caminhão da mudança estava encostado, de frente pra casa de Krika.

Como a mãe dela vivia como um andarilho, ela guardava todos os pertences delas em um deposito, mas agora que estava se estabilizando, a mudança seria completa.

Krika havia chamado a gente para ajudar.

E sabe o que era engraçado? Era que todos estavam aqui, os dez! E Deus sabe como eu estava com medo de alguém explodir e aproveitar o peso daquelas caixas da Sra. Dawson, jogando uns nas cabeças dos outros.

Krika carregava suas caixas com uma carranca que assustaria qualquer ser humano. E a todo o momento que Draco passava por ela, com um sorriso de orelha a orelha, podia ver em seus olhos o brilho perigoso de “atenção, eu vou te matar!”. Realmente ele era corajoso!

Mione e Vitor carregavam as coisas sempre juntos, mesmo a caixa sendo do tamanho de uma caixa de fósforos. Na boa, daqui a pouco ele vai carregar Mione no colo junto com a caixa!

Colin e Luna brincavam a todo tempo, carregando algumas malas. Parecia que nem estavam fazendo algo pesado. Aqueles não se afetavam por nada!

Rony e Lilá também ajudavam, mas mediocremente. Pois a todo o momento, Lilá parava meu irmão e o agarrava para beijá-lo, sem se importar nem um pouco com a cena nojenta que estavam fazendo. Só muita força de vontade pra não vomitar!

Harry, assim como eu, continua neutro naquilo tudo, levava as caixas para dentro, silenciosamente, e às vezes lançava um sorriso pra mim, e algumas palavras para Krika. A situação entre Rony e Mione estava incomodando demais.

- Que tal uma paradinha para descansar? – ouvimos a mãe de Krika falar e paramos o que estávamos fazendo. – Trouxe limonada pra todos! – Falou animada, oferecendo a bebida a todos.

Cada um tinha sentado num canto da varanda. Perdidos em seus pensamentos, tomando a bebida refrescante de Dona Noelly. Ela tinha voltado pra dentro, pra seus afazeres.

- Krika, uma de suas malas abriu quando a gente estava carregando. – Luna falou sorrindo.

- Não tem problema. – Ela respondeu no automático.

- Vimos uma coisa bem estranha na mala. – Dessa vez foi Colin que falou.

E isso chamou a atenção de todos para a conversa.

- O que? – Krika perguntou, tomando seu último gole de limonada.

- Achamos um monte de cabeças de Barbie’s. Mas só as cabeças. – todos olharam para ela, curiosos, sem exceção.

Krika não respondeu, e pareceu para nós que ela se lembrava de algo, olhava para longe, com o olhar perdido.

Tentando quebrar um pouco o clima pesado, comentei.

- Bom, eu sempre suspeitei que o Ken fosse um Serial Killer. – todos caíram na gargalhada, e eu recebi um olhar de agradecimento de Krika por isso.

Mas logo o clima de felicidade passageira passou, dando lugar a tristeza e nostalgia.

- Nossa, tá todo mundo tão pra baixo nesse lugar que me dá até vontade de cantar. – Colin falou rindo, levantando a namorada.

Correu até o carro e ligou o som no máximo. Os dois sorriram um pro outro, com cara de quem estava aprontando.

- Tenho que concordar com você completamente, amor. – Luna respondeu batendo palmas e vindo na minha direção com um sorriso.

- REGGAE MUSIC! – Luna gritou, enquanto eu caía na gargalhada. – Vai Colin!

Comecei a rir quando vi Colin imitar o cantor, cantando e animando a todos.

[Colin

Bumm !

Quando a noite cair e o som

Te lembrar algum sonho bom

E fazer tudo transcender, tristeza vai sumir

E ninguém vai sofrer

Começamos a dançar e rir, Colin, Luna e eu. Meus amigos eram loucos. Os outros sorriam com nosso showzinho. Harry não tirava os olhos do meu rebolado.

[Colin

Sintonize sua vibração

Não há tempo pra viver em vão

E não pense mais em desistir

Existe um mundo que só quer te ver sorrir

Puxei Mione junto, ela se negava com vergonha, sorrindo nervosa. Puxei mais uma vez e ela veio rindo e cantando conosco.

[Gina, Mione e Luna

Não chora !

[Colin

A nossa vida é feita mesmo para se aprender

[Gina, Mione e Luna

E agora !

[Colin

É hora de tentar se libertar não vai doer

Colin convidou Krika que sorria deliciada com a bagunça em sua casa. Ela, que pensei que fosse recusar, se levantou e começou a dançar, cantando com a gente.

[Colin

Deixa a energia do som te levar,

A vibe positiva solta pelo ar

Quem sente com a alma é capaz de amar

Tá sempre livre pra cantar !

Levantamos os braços, cantando o refrão. Toda aquela alegria lavava nossa alma. Era tão bom poder curtir com meus amigos daquele jeito.

Uohohoho natiruts reggae power chegou

Uohohoho transformando toda a noite em amor

Bum bum !

Uohohoho natiruts reggae power chegou

Uohohoho transformando toda a noite em amor

Bum !

Me aproximei de Harry, que me olhava hipnotizado com o meu balanço. Sorri travessa e comecei a me exibir pra ele.

[Colin – cantando em sussuro

Quero mais, quero mais...

Da paz e do amor eu quero muito mais

Não tenho a vida ganha vou correndo atrás

A luz no seu sorriso pela noite é demais

Brasil, Jamaica, harmonia de paz

Do outro lado, percebi o quanto Rony segurava pra não pular em Mione que rebolava com a mão nas cadeiras, rindo sem nem se importar. Ela estava provocando ele. E o pior, Rony estava caindo completamente na provocação.

[Colin

Sintonize sua vibração

Não há tempo pra viver em vão

E não pense mais em desistir

Existe um mundo que só quer te ver sorrir

Krika ria e dançava com as bobeiras de Colin e Luna. Draco não tirava os olhos dela, e com sorriso pra lá de safado, levantou do lugar e se aproximou dela, devagar, mansinho, espreitando, sem ela nem ao menos perceber.

[Gina, Mione, Krika e Luna

Não chora !

[Colin

A nossa vida é feita mesmo para se aprender

[Gina, Mione, Krika e Luna

E agora !

[Colin

É hora de tentar se libertar não vai doer. Bum bum!

- Vou cobrar toda essa provocação. – Me assustei com a voz de Harry tão perto.

Ele tinha se levantado, e agora dançava com seu corpo perto do meu. Cheio de segundas intenções.

- Só estou dançando... Harry. – Engoli em seco quando ele se aproximou, roçando seus lábios no meu.

- E eu só estou olhando... Gina. – Aí droga! Meu feitiço acabava de virar contra mim!

[Colin

Deixa a energia do som te levar,

A vibe positiva solta pelo ar

Quem sente com a alma é capaz de amar

Tá sempre livre pra cantar !

Me virei de costa para Harry, tentando desviar minha atenção daqueles olhos verdes, cheios de desejos. Mas ele não me dava brecha, e apenas colou seu corpo no meu, me provocando mais e mais, a respiração quente no meu pescoço.

[Colin

Bum!

Uohohoho natiruts reggae power chegou

Uohohoho transformando toda a noite em amor

Bum bum !

Uohohoho natiruts reggae power chegou

Uohohoho transformando toda a noite em amor

Uohohoho natiruts reggae power chegou

Uohohoho transformando toda a noite em amor

Bum bum !

Uohohoho natiruts reggae power chegou

Uohohoho transformando toda a noite em amor

Bum !

Assim que Colin gritou batendo palmas, finalizando a música, Harry me virou, sem esperar por mais nada e me beijou.

Meu corpo estava quente... mole, as pernas tão bambas, que por pouco não caí.

A língua dele dançava uma musica erótica com a minha, e meus gemidos não conseguiam ser contidos por mim.

- Será que vocês poderiam arrumar um lugar próprio para fazer isso? – Nos separamos na velocidade de jatos, ofegantes e com os rostos vermelhos.

Nem sabia quem havia dito aquilo, o fato era que eu tinha me descontrolado completamente. Meu rosto ardia de vergonha. Todos olhavam pra gente com aquele sorriso zombeteiro.

Harry sorria todo bobo, e fingia que nada tinha acontecido, indo em direção ao caminhão, pegar mais caixas.

Que namorado mais cara de pau eu tinha arrumado!

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Duas horas mais tarde...

O calor estava sufocante, não sabia se era por ser muito intolerante ao clima quentíssimo, ou porque estava sol demais, o caso era que por pouco não estava derretendo. O suor escorria dos meus cabelos, e minhas costas estavam molhadas, me dando aquele desconforto. Arrumei meus cabelos num coque frouxo, dando alivio ao pescoço, que se encontrava ensopado.

- Que calor... – Murmurei passando a mão na testa.

- Não me admira, aquele cara não te dá espaço nem para respirar! Quanto mais para aliviar o calor. – Fechei meus olhos ignorando completamente o comentário de Rony.

- E você? Conseguiu fugir daquela coisa pegajosa que você chama de namorada? – Ele estreitou os olhos me fitando.

Parecia que um sorriso ameaçava seus lábios, mais o ruivo o continha.

- Lilá não é minha namorada. – Puxei uma caixa do caminhão com uma violência exagerada.

- Lógico que não, que ignorância a minha. – Ironizei.

- Lilá é apenas uma amiga. – Ele estava pedindo um soco!

Notei que ele pegou uma caixa também, e parecia tão suando quanto eu.

- Por mim ela pode ser o que quiser. – Segui em direção ao quarto de Krika, onde estava colocando as caixas que estavam com o nome dela.

- Estamos apenas nos conhecendo. – Respirei fundo, e larguei a caixa com raiva.

- Não precisa me dar explicações, Ronald.

Caminhei para fora do quarto e ele me seguiu.

Eu mereço né? Parecia castigo!

Será que ele não entendia que eu queria distância? Será que aquele ruivo idiota não entendia que eu estava completamente irada com ele?

- Vai ficar me seguindo?

- Não estou te seguindo, estou indo pegar mais caixas. – Engoli a vontade de mandá-lo para o inferno.

- Por que não vai ajudar o Harry com os outros? – Estávamos apenas nós dois carregando as últimas coisas do caminhão.

Harry e os outros tinham ido ajudar a mãe de Krika a arrumar as caixas mais pesadas no porão da casa.

- Porque não quero ficar nem um minuto perto daquele metido a mauricinho. – Pulou pra dentro do caminhão e pegou molduras que estavam no alto e a pós perto da porta do mesmo.

Mauricinho? (longo suspiro)

Ele estava incomodado com Vitor? Sorri sem me conter.

- Por que está sorrindo? – perguntou enquanto fitava meu sorriso convencido.

- Quero mostrar meus dentes. – Respondi grosseiramente, pegando uma moldura.

- Você é maluca? – Engoli mais um insulto e dupliquei meu sorriso.

- Se sorrir é sinônimo para ser taxada de maluca, então eu sou insana. – Ele rolou os olhos, e foi atrás de mim com uma das molduras nas mãos.

Segui em direção ao quarto de Noelly para deixar aquele quadro que tinha o nome dela. Não me contive, quando avistei o banheiro dela, e por desespero e muito calor, me dirigi pra lá, para jogar um pouco de água no rosto.

- Deus que calor é esse? – murmurei baixo sentindo o prazer da água fresca escorrer pelo meu rosto.

- Você nunca gostou de calor. O sol numa piscina sim, mas calor é algo intolerável pra você. – Rony respondeu em descaso, não prestando atenção no que tinha acabado de falar.

Arregalei meus olhos em choque, um sorriso de felicidade brotando dos meus lábios, toda raiva e indiferença sumindo do meu ser.

- O que você disse?

- Hum? – Ele parecia não saber do que eu falava.

- Como sabe que eu não gosto de calor, Rony? – Será que ele estava lembrando?

- Não sei... acho que meio que deduzi. – meu coração batia tão forte no peito.

- Rony, você falou com muita convicção para alguém que apenas deduziu.

Ele me fitou mais seriamente.

- Hermione eu... eu não sei...

- Lembrou de mais alguma coisa? – Minha pergunta tinha saído cheia de aflição.

- Olha, minha cabeça está doendo... podemos deixar isso pra depois? – Ele tentou sair do quarto mais eu o impedi.

- Rony, você tem que tentar, você está lembrando! – Estávamos próximos, mais eu não me importava.

Droga! Era a primeira vez que Rony demonstrava que se lembrava de algo! Eu tinha que lutar por aquela faísca dentro dele. Era minha esperança.

- O que você quer que eu lembre exatamente Hermione? – Aquilo soou estranho.

- Como assim?

- Por que esse desespero para que eu lembre de algo? – Ele me empurrou para parede e me encarava, esperado a resposta.

- Será bom pra você. – Murmurei baixo. Ele estava perto demais...

- Só pra mim? – Respirei fundo, e me arrependi amargamente por isso. Seu cheiro invadiu meus sentindo, me deixando tonta.

- Pra sua família também. – Minha voz saiu miada, a respiração estava dificílima.

- Por que não me diz o óbvio? – Engoli em seco quando ele aproximou mais, seu nariz roçando no meu.

- Não sei do que está falando. – Rony sorriu. Aquele sorriso típico de quem pergunta: Acha mesmo que engoli isso?

- Hermione, você estaria disposta a me ajudar a lembrar das coisas?

- Claro. – Respondi meio gaga.

Ele sorriu mais ainda, e aquilo me arrepiou. Aquilo só significava uma coisa. Meu cérebro gritava em alerta. “Corre!”

- Existe uma coisa que eu acho que realmente iria me abrir à mente nesse momento. E acho sinceramente que devemos aproveitar esse lapso, não é? – Balancei a cabeça concordando.

Eu estava hipnotizada com os olhos dele tão pertos dos meus. Aqueles faróis azuis, brilhantes, instigantes.

- Então, já que você vai me ajudar, Mione, nada mais justo do que eu contar o meu plano, né? – Novamente concordei, e dessa vez seu sorriso chegou até seus olhos.

Engoli em seco.

- Pensando melhor, acho que facilitaria as coisas, se eu fizesse uma demonstração do plano, o que acha? Uma demonstração bem... detalhada.

Escancarei a boca, não acreditando naquilo. Não precisava ser um gênio pra ter entendido aquilo.

E sem conter o sorriso vitorioso, e nem os impulsos, Rony prensou seu corpo no meu, num beijo possessivo, e Deus! Quente por demais...

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- Devemos encarar esse silencio cortante... com uma coisa boa? – Draco falou com esforço, enquanto empurrava um baú extremamente pesado para um canto do porão.

- Está falando do que exatamente? – perguntei vendo o louro me encarar sorrindo.

- Mione e Rony. – Sorri junto com ele.

Realmente, achei que depois que deixássemos os dois catando as últimas coisas do caminhão, escutaríamos uma briga daquelas, mas, aparentemente, não estava ocorrendo nada. Pelo menos não escutava nada sendo quebrado dentro de casa.

- Harry e Gina foram aonde? – Perguntei notando, só naquele momento, que me encontrava a sós com o louro. Pra meu azar.

- Foram comprar comida. – Respondeu fazendo uma careta e colocando força para empurrar o baú. – Deus! O que tem aqui? Concreto? – senti vontade de gargalhar do esforço do louro, mais não o fiz.

- Acho que são os livros da mamãe.

- São livros de concreto? – Dessa vez minha gargalhada não pode ser reprimida.

Irritado por eu estar me acabando de rir, Draco saiu da sua posição de empurrar algo exageradamente pesado e me fitou indignado.

- Está rindo porque não é você que está empurrando esse peso todo e acabando com sua coluna. – Engoli os risos e encarei.

- Deixa de ser fresco, Draco!

- Não sou fresco, apenas temo pela minha pobre coluna. – Revirei os olhos. – Coitadinha... ela não tem nada a ver com isso... Por que pagar por algo que nem fez? Tenho certeza que ficará traumatizada para sempre...

Ele continuou dramaticamente.

“Como alguém podia ser tão chato?”

- Se não queria ajudar, por que veio então? – Perguntei irritada.

- Ora, Krika, você não percebeu que apenas vim aqui com o intuito de vê-la?

Senti minhas bochechas quentes, e as ignorei.

- Não precisa fazer nada se não quiser. – murmurei baixo. – Pode ir embora.

- E perder sua agradável companhia? De jeito nenhum. – Minhas bochechas esquentaram novamente.

- Será que Luna e Colin ainda estão com mamãe? – Ele apertou as vistas, num sorriso cafajeste.

- Que drástica mudança de assunto.

- Não estou mudando de assunto. – falei rápido demais.

- Não? – ironizou.

- Fiquei apenas curiosa com o sumiço de mamãe. – não consegui mais encará-lo.

- Sei...

Escutei uma farfalha e levantei a vista curiosa.

Todo meu ar sumiu, e um calor sufocante me arrebatou.

“AÍ...MEU...CRISTO.. DO...CEÚ!” – Gritei internamente.

Draco tinha tirado sua camisa e a jogado em cima do baú, deixando seu tronco todo a mostra. Era a primeira vez que eu o via assim, sem camisa. Maldição! O corpo dele estava molhado! Brilhando sobre a luz do porão. Peito liso, trabalhado, a barriga de gominhos, um tanque perfeito.

Suspirei sem me conter.

- Sei que é falta de educação tirar a blusa na casa dos outros, mas é que eu não estou agüentando o calor.

“Ele estava com calor? E eu?”

- Tudo bem. – Desviei o olhar, mais envergonhada que qualquer coisa.

- Estou incomodando? – “IMAGINA...”

- Não. – A resposta saiu sussurrada.

Senhor... como eu iria fazer as coisas agora, com ele daquele jeito? Seminu? Com aquele jeito despojado de “Eu nasci lindo e foi totalmente sem querer!?!”

- Vamos continuar? - Draco me fitava divertido.

- Com o quê? – minha voz saiu cheia de pânico.

- Com a mudança oras!

- Ah... - Suspirei aliviada.

- O que achava que era? – Notei que o filho da mãe se aproveitava do fato de estar pelado estar me afetando. Desgraçado!

- Nada. – Ele sorriu balançando a cabeça de um lado para o outro.

Voltou a empurrar o baú. Os músculos, agora evidentes, me deixavam suando frio. Podia ver quando ficavam tensos, por conta da força que ele fazia para arrastar o baú do lugar.

Os braços eram fortes. Suas costas largas. O bumbum ficava mais evidente. Me dando uma terrível vontade de apertá-lo.

- Krika, você pode me ajudar a empurrar? – perguntou me tirando dos meus devaneios, e eu só pude engolir em seco como resposta.

Aquela seria uma longa e desesperadora tarde quente...

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- Acho que a gente exagerou e demorou tempo demais.

Falei para Harry que dirigia o carro, cantando uma música baixinho.

- É muita gente, Gi.

- Harry, são dez pessoas e não um batalhão! – falei rindo.

- Onze. Você se esqueceu da mãe da Krika. - Ele me olhou, parando no sinal.

- Mesmo assim, não acha um pouco de exagero comprar vinte caixas de pizzas?

- Estou em fase de crescimento. – Levantei uma sobrancelha em deboche.

- Só se for pros lados, meu bem.

- Tenho que comer bastante carboidratos, Gi, manter meu corpinho em forma.

- Desse jeito, Harry, você vai manter ele em forma de bola. – O moreno gargalhou.

- Você é má, Gina.

- Sou realista, querido.- respondi toda cheia de si.

- Sabe, se tem uma coisa que aprendi com Dona Molly Weasley, é melhor sobrar que faltar.

- Não sabia que a doença da mamãe pegava. – Brinquei.

- Pega, é completamente contagiosa e irreversível. – Dessa vez foi eu que gargalhei.

Voltei minha atenção na rua e ficamos mudos por um tempo. Harry pareceu fugir um pouco. Estava concentrado, nostálgico. Suspirando cansado.

- Alguma coisa te aborrece?

- Tenho saudade da mamãe. – Olhei pra ele triste sem saber o que dizer. – Sabe de quando ela me mimava? Fazia meus pratos favoritos...

- Acho que com a mamãe é só a gente ter um pouco de paciência Harry.

- Eu sei, Gi... – suspirou. – Eu sei...

Mamãe realmente não mostrava interesse nenhum em voltar a falar com Harry. E como aquilo era triste. Pois mesmo sendo turrona, e batendo o pé alegando que não estava nem aí, eu percebia que não era verdade. Eu escutava ela chorando a noite, e muitas vezes quando perguntava o porquê, desviava mudando de assunto, ou brigando por estar fora da cama.

Mais eu tinha fé. Aquela mágoa, revolta, tudo aquilo iria passar com o tempo, e aí sim, todos nós poderíamos viver em paz e harmonia. Só esperava sinceramente que não demorasse muito.

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Bônus

Estava na garagem da casa da Krika. Estava toda bagunçada, com tralhas pra todos os lados. O carro da Tia Noelly estava no meio daquele entulho, e só Deus sabia como ela tirava o carro dali.

- Onde a tia Noelly falou que estavam as ferramentas? – Perguntei pra Colin que estava as minhas costas.

- Naquela última prateleira.

Vasculhei a garagem a procura de uma ajuda e a vi ali encostada a parede. Puxei a escada que era pequena, e me pus a subir para alcançar a maleta de ferramenta, que estava lá no alto.

A escada balançava, não me dando estabilidade, e aflorando meu medo. A todo instante me agarrava a ela, com medo de cair.

- Colin, segura a escada? – Continuei minha busca incansável pela maleta, enquanto ouvia um arrastar de pés.

- Não quer que eu faça isso, Lu? – Eu me esticava e estava nas pontas dos pés, mas meus dedos apenas passavam de raspão na maleta.

- Saco! – Gritei revoltada. – Por que sou tão baixinha? – Escutei Colin rir abaixo de mim e lhe lancei um olhar chateado.

- Você não é baixinha, Lu.

- Colin, eu sou praticamente uma anã! Uma humpa-lumpa. – O louro se desmanchou em gargalhadas.

- Desce, deixa que eu pego pra você. – Cruzei os braços, com um bico enorme e me neguei.

- Não. Agora isso ficou pessoal. Vou pegar a maleta nem que tenha que escalar a parede.

- Luna... – Ele murmurou sem paciência.

- Fica quieto, eu to quase conseguindo... – Falei ficando novamente nas postas dos pés, sentindo os dedos passarem pela maleta.

Bufando de frustração e de raiva ao mesmo tempo, me ergui mais, colocando uma perna no corrimão da escada, mais isso foi meu erro, já que a escada se desequilibrou mais ainda, e eu fui com tudo pro chão... não necessariamente pro chão, já que meu maravilhoso namorado me aparou. Ou seja, quem foi pro chão, com o peso todo por cima dele, foi o pobrezinho.

- Ai... – Ele gemeu embaixo de mim.

- Meu amor, você está bem? Quebrou alguma coisa? Quantos dedos têm aqui? – Perguntei aflita, lhe mostrando dois dedos.

- Seis? – Arregalei meus olhos, espantada.

- Aí meu Deus! Matei meu namorado. – Ele riu e aquilo aliviou um pouco a aflição.

- Dessa vez não, Nana. – Sorri derretida, só ele me chamava daquele jeito.

- Adoro quando me chama assim. – Seus olhos azuis brilharam ao me encararem mais profundamente.

- Eu sei... – E num impulso, Colin trocou a posição dos nossos corpos e me puxou para seus lábios.

Meu corpo se arrepiou, assim como minha mente esvaziou. Fiquei mole, a respiração pesada, o corpo queimando, pois suas mãos passeavam pelo meu corpo como uma serpente marcando território.

- O que estamos fazendo? – perguntei quando nossos lábios se pararam para a gente tomar ar.

- Não acredito que você ainda não saiba! – Senti vontade de gargalhar, mas nem cheguei de fato fazê-lo. Pois Colin tomou novamente meus lábios para si.

Um gemido fraco escapou pela minha garganta, quando sua mão exploradora, que há tanto me conhecia, chegou a um dos meus seios, por debaixo da minha roupa, sem pudor. A carícia inocente e ao mesmo tempo experiente estava fazendo estrago nas minhas terminações nervosas. Senti um puxão e notei quando abriu todos os botões da minha blusa de uma vez. Como tinha feito aquilo? Minha mente estava muito ocupada para responder.

Meu coração batia rápido no peito, e tinha plena certeza que Colin o sentia chocar junto ao seu peito.

Minhas pernas, mesmo estando deitada, estavam moles e tremidas. Um calor exorbitante não me deixava pensar, apenas agir, e me deixando levar completamente, tirei sua blusa, sentindo seu tronco nu se encostar a minha pele.

Um choque, misturado com arrepio na espinha, me deixou a beira da loucura, quando senti a boca quente dele no meu pescoço.

- Colin... – Murmurei sem forças, num pedido desesperado para que ele continuasse.

Enquanto continuava a arrancar lamúrias e gemidos meus com sua boca, dançando e mordendo meu pescoço, Colin levou uma de suas mãos a minha calça, e desafivelou o cinto, e se pôs a abrir a mesma, me fazendo ofegar por antecipação.

Quando sua mão se embrenhou pela minha calcinha, tocando no meu ponto mais sensível, fui transportada para a lua por puro delírio.

- Deus... – joguei minha cabeça pra trás sem conseguir conter a lamuria.

Seus dedos brincavam com minha intimidade, em círculos, naquela agonia me fazendo acreditar que tinha uma bomba pulsando no meu ventre, tamanha a ansiedade que sentia.

- Colin, por favor...

Meu pedido tinha saído fraco, miado, com se eu tivesse feito com minhas últimas forças. Senhor! Ele me torturava, e eu estava prestes a explodir.

Colin me beijou, segurando minha nuca, contendo meus gemidos em sua boca.

Numa tentativa insana de ter mais prazer, segurei no cós da sua bermuda e a empurrei com tudo pelas suas pernas. Sua cueca tinha escorregado junto revelando assim sua masculinidade.

Suspirei, e me arrepiei com a gargalhada que ele deu, quando desgrudou dos meus lábios.

- Tem alguém aqui com pressa? – Minha respiração estava difícil, e quase não consegui responder.

- Você está me torturando Colin, isso não se faz... – minha voz sumiu junto com outro gemido.

- Não estou te torturando meu amor, estou te amando. Oun...

Meu corpo todo foi preenchido por emoção. Meus olhos marejaram e eu os fechei. Mordi meus lábios, contendo mais lamúrias.

Colin tinha puxado minha calça pra baixo, junto com minha calcinha, e agora se acomodava entre minhas pernas. Me deixando cheia de expectativa.

- Nana... – abri meus olhos e o fitei. – Eu te amo...

E essas foram às palavras que ouvi, quando nossos corpos se fundiram, e viraram um só.

Lava vulcânica corria pelas minhas veias. O suor aflorava pelo meu corpo, o desejo crescendo, a pulsação no ventre também.

- Mais... mais, por favor... – Eu pedia sem me conter.

Colin continuava, naquele vaivém quente, viciante, avassalador. Minhas mãos se embrenharam pelos seus cabelos, e eu o trouxe para os meus lábios.

Nossos corpos se enroscavam naquela dança. Dança esta que só dois corpos que se amam muito poderiam fazê-lo.

Colin estava cada vez mais rápido, impetuoso. Os olhos fechado, murmurando algo incompreensível. E numa estocada mais forte, senti quando ele explodiu dentro de mim, me levando junto nessa explosão de prazer.

Uma felicidade monstruosa assolou meu corpo, junto de uma preguiça exagerada. Meu corpo tinha relaxado por completo.

- Somos loucos... – Murmurei ainda tentando controlar a respiração falha.

- Não meu amor, somos apaixonados, é completamente diferente. – tive que gargalhar com aquela resposta.

E no fundo do meu coração e alma eu sabia que Colin tinha razão, éramos eternos apaixonados...

Continua...

NB - Livinha: E cá estou eu! Beta substituta!!rsrsrs... Afinal, Geo que é bom, neca! Também me pergunto por onde anda essa irmã desnaturada..rs.. Enfim! Capítulo com mistério, muuito romance e..que delícia de romances!!! Capítulo tudibom, mana Ara!! E seus amassos..Deus! Repito: capítulo tudibom! E que só me fez ter vontade de acompanhar! Beijos pra você da mana Liv!

NA – Arinha: Bom aí está o capitulo, espero que todos gostem... quero agradecer a Livinha, linda, mana, que betou meu cap. Com tanto carinho. Geo, mana, sei que vc não pode betar, e sei os motivos... boa sorte miga... te amo demais!

Minha próxima atualização vai ser CTTM, que já comecei a escrever o cap. Estar ficando lindo e fofo. Estou passando por uns problemas familiares, que estão me afetando muito, mais prometo tentar não deixar isso abalar as minhas fics.

Amo todos vocês... quero muitos reviews... valeu pelo carinho...

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