CAPITULO 8



Capitulo VIII

Já tinha se passado uns vinte minutos desde que Mione tinha saído do meu quarto e nos deixado as sós, e Draco não tinha deixado brecha para que eu respirasse. A todo minuto ele investia seus lábios nos meus e eu sentia como se estivesse caindo num poço sem fundo. Estávamos os dois deitados em minha cama, ele por cima de mim, me beijando ardentemente e sua mão passeando pelo meu corpo que simplesmente estava ardendo em chamas.

Lembrei-me divertida do que ele tinha me dito antes de me atacar...

- Eu conheço vários tipos de torturas que te fariam dançar rapidinho, ruiva. – Estremeci dos pés a cabeça, com aquele ar quente saindo de sua boca e penetrando no meu ouvido.

- E quais seriam? – Perguntei o provocando, não pude resistir, tinha que provoca-lo.

- Só posso te mostrar estando a sós com você. – O senti sorrir perto do meu ouvido.

- Isso é muito fácil de se resolver. – Sai de perto dele e me dirigi a Mione que arranhava o meu violão. – Mi, porque você não vai ver se meu irmão quer alguma coisa? – Ela apenas ergueu umas de suas sobrancelhas.

- Okay eu vou deixar os pombinhos sozinhos. – Ela levantou do chão e antes de sair, a ouvi dizer. – Juízo crianças! – Rimos juntos com a maior cara de culpados, e não resisti.

- Idem, Mione. – Vi minha pobre amiga desaparecer roxa de tão corada.

- Enfim sós.

Sorri em meio ao beijo que o louro me dava tão calorosamente atrapalhando completamente o ato.

- Posso saber por que a senhorita esta rindo? – Seus olhos prata pareciam me perfurar, tamanha a intensidade que me fitava.

- Nada não. – Respondi rindo ainda.

- Nada é? – Seus olhos brilharam e aquilo me deixou apreensiva.

- Draco o q... – Mais eu não consegui terminar, fui atacada por suas cócegas. – Ahuahaua... Pára Dra... Ahuahauhauhauahuahuahau... – Eu gritava e gargalhava, tentava em vão sair de baixo do louro que sorria me atacando mais e mais com aquelas cócegas sem fim.

Ele tinha me imobilizado com seu corpo e segurado minhas mãos, com uma das suas, acima da minha cabeça.

- Só vou parar quando você me disser o motivo da risada no meio do nosso beijo. – Eu estava quase desmaiando de tanto rir.

- Ahuhuhua... Ta bom... Ahuahuaha... Pára que... Ahuahauh... Eu falo... Ahuahauh – Estava desesperada, sem fôlego e pedindo clemência.

- Okay. – Ele parou, mas continuou me segurando com meus braços a cima de minha cabeça. – Eu ainda não ouvi a explicação senhorita Weasley. – Draco me ameaçava mostrando os dedos pra mim e sorrindo maliciosamente.

Mas antes que eu pudesse falar algo, nós ouvimos um gemido alto e abafado, e uma voz muito conhecida pra nós dois dizendo um “gostoso”, super arrastada e lamuriante, e automaticamente olhamos um para o outro.

- Gina você é ventríloqua? – Draco perguntou divertido. – Sabe meu amor, não precisa disfarçar que me acha gostoso, pode dizer na minha cara. – Ele terminou rindo baixinho.

- Acontece que eu não sou ventríloqua e nem te acho gostoso, convencido. – Respondi rindo mais que ele.

“Ahhhhhhhh, que delicia... como você é gostosaaaaaaa...”.

Foi inevitável, a gente bem que tentou, mais no momento que ouvimos a voz de Rony gemer dizendo aquilo daquela forma, gargalhamos muito, a ponto de o Draco escorregar de cima de mim e cair no chão e eu continuar rindo de me acabar em cima de minha cama. Eu não conseguia acreditar que a Mione tava fazendo aquilo com o meu irmão, logo ela, a senhora puritana, quem diria, heim?

“As quietas são sempre as piores!”

Não pude deixar de pensar divertida. Draco ainda se encontrava no chão, e a cada gemido que a gente ouvia, a vontade de gargalhar crescia e desabrochava de nós dois.

- As coisas devem estar boas lá dentro né? – Perguntei segurando as gargalhadas e apontando o quarto de Rony com a cabeça.

- Se devem. – Draco levantou e esticou sua mão em minha direção. – Vamos descer, já esta na minha hora de ir.

- Ah não! – Exclamei triste ficando de pé com a ajuda do louro. – Draco, fica mais? – Perguntei esperançosa, não estava nem um pouco a fim de ficar no meu quarto ouvindo as orgias de meu irmão e da minha melhor amiga.

- Gina, já são meia noite, amanhã eu venho aqui te buscar pra gente ir ao cinema, o que acha? – Estávamos os dois deixando o quarto, abraçados rumo à saída da minha casa.

- Porque esse desespero de me deixar? – Perguntei curiosa.

- Não é desespero, mas seus pais não estão aqui e eu não quero abusar. – Cruzei meus braços, indignada, com um bico de três metros no rosto. – E tem outra, se eu ficar aqui vou acabar fazendo besteira. – Corei até a raiz dos meus cabelos depois disso, eu tinha entendido perfeitamente bem o que ele havia me dito.

- Ta bom. – Estávamos agora de frente pra cozinha e me passou ima idéia pela cabeça. – Draco quer tomar um lanche comigo antes de ir embora? – Fiz meu sorriso mais convincente, aqueles que eu sei que ninguém resiste.

- Ta bom Gi. – Sorri e puxei-o pela mão para a cozinha. – Mas vou logo dizendo, meu plano de saúde não cobre intoxicação por comida de namorada. – Lhe dei um tapa bem dado no braço depois disso.

- Que tal uns sanduíches de peito de peru? – Eu o tinha deixado de um lado do balcão enquanto eu me encontrava do outro lado, vasculhando a geladeira.

- Oh Meu Deus, ela sabe cozinhar, já sei que não morrerei de fome, vamos comer sanduíche de peito de peru todos os dias para o resto de nossas vidas! – Vi o louro exclamar gargalhando muito da minha cara.

- Nossa Draco, estou morrendo de rir. – Falei não achando nem um pouco engraçado. – Da próxima vez me avisa, pra que eu possa me jogar no chão, fingindo que estou rindo de sua piada, aguado. – Terminei lhe jogando uma folha de alface na cara, que eu estava separando pra colocar no sanduíche.

- Auhauahuahua, você tem que admitir que foi uma boa piada sua sem graça. – A folha de alface voou em minha direção de volta.

Dei as costas para o louro procurando algo o armário perto da geladeira.

- Não tem pão integral, Draco. – Todos os ingredientes do sanduíche se encontravam em cima do balcão, e eu caçava no armário o pão integral.

- Não faz mal.

- Ah! Achei. – Gritei feita louca, com o pacote de pão na mão, vendo de relance o louro quase se estabacar no chão com o susto.

- Virginia. – Draco falou com a mão no peito. – Que susto!

- Foi mal. – Disse sem graça.

- Com esse delicado berro, até perdi a fome. – Olhei seriamente pra ele, segurando a vontade de rir de sua cara.

- Ahhh! Você me perdoa? – Falei pro louro fazendo denguinho.

- Hummm... Acho que não. – Ele cruzou os braços e me deu as costas.

- Ahhhh! Draquinhooooo. – Minha voz estava insuportável de tão manhosa, e vi o louro gargalhar perigosamente voltando a me fitar.

- Gina, Gina... Quantas vezes eu já li disse que não gosto de ser chamado de Draquinho? – Ele deu a volta no balcão, enquanto eu ria e dava alguns passos para trás fugindo dele.

- Muitas? – Falei receosa, o vendo se aproximar de mim cada vez mais. Já tínhamos dado a volta no balcão e eu agora andava de costa em direção a mesa.

- Você deveria ter juízo minha cara Virginia. - Eu já me encontrava totalmente sem saída, atrás de mim a mesa e na minha frente um louro com os olhos brilhando de desejo.

- Juízo? – Falei lambendo meus lábios de forma totalmente provocante. Draco seguiu o movimento com seus olhos, seus lábios entreabertos, respirando pesadamente. – Juízo eu tenho, pena que não o uso.

Nossos lábios se juntaram numa fome desesperadora, lá ía mais uma vez eu mergulhar nas sensações que aquele louro quente me causava. Comecei a sentir tudo girando e um calor descomunal, as mãos de Draco viajando pelo meu corpo e sem que eu menos esperasse fui erguida e colocada em sentada em cima da mesa. Senti meus lábios abandonados pelos deles e me arrepiei dos pés a cabeça quando os senti no meu pescoço. Joguei minha cabeça para trás, com meus olhos fechados e viajando num mundo completamente novo e quente, muito quente. As mãos de Draco começaram a subir lentamente pelas minhas coxas, me arrepiando mais do que eu já estava arrepiada, eu estava de saia, e aquela mãos quentes, com aqueles dedos longos subindo pelas minhas pernas e apertando minha pele, estava me deixando louca.

Draco capturou minha boca novamente e percebi que eu não estava mais respondendo por mim mesma, senti todo seu corpo junto do meu, todo seu desejo, e enlacei minhas pernas ao redor de sua cintura, o puxando ainda mais para o meu corpo. Draco explorava minha boca com sua língua de uma forma provocante e avassaladora, me fazendo perder quase os sentidos, até minha respiração tinha sido esquecida, eu não ouvia nada e não prestava atenção em nada ao meu redor, só na boca, corpo, e mãos do louro. Essas coisas sim despertavam muito a minha atenção.

Estava indo tudo muito bem, os carinhos e os beijos de Draco me envolvendo e me enlouquecendo por completa, meu corpo queimando, respirações descompassadas, foi quando a gente ouviu um barulho de porta sendo fechada brutalmente nos fazendo parar com os carinhos e fitar a porta, brancos de terror e constrangimento.

Lá estava ele, meu querido maninho, me fitando, e falo me fitando, porque ele nem se quer olhava para a cara do Draco e sim para mim, olhava diretamente nos meus olhos e confesso que fiquei com muita vergonha e totalmente arrependida.

Eu podia ver todos os sentimentos misturados em seu olhar. Raiva, mágoa, inveja, amor, ciúmes, ódio, tanta coisa só naquele olhar, que senti o chão sumir de meus pés, no momento que vi seus olhos marejarem e a uma única lágrima correr pela sua face. Aquilo tinha sido com um soco sem aviso no meu estômago, tinha doido e me diminuído para o tamanho de um verme.

Parecia que tudo ao nosso redor tinha sumido e só nós dois nos encontrávamos ali, um de frente pro outro, eu e meu arrependimento e Harry e sua mágoa. Senti uma mão segurar minha cintura, mas nem se quer me virei para dar atenção, tudo pra mim naquele momento girava em torno do moreno que me fitava com o mais puro dos desgostos.

Vi-o abaixar a cabeça, não me permitindo mais olhar em seus olhos, pois esses foram ocultos pelos rebeldes cabelos. Deixou a cozinha no jeito mais miserável que um ser humano poderia se encontrar. Senti meu coração pequeno e uma vontade incontrolável e chorar.

Queria botar tudo àquilo pra fora, aquela coisa amarga que estava subindo pela minha garganta, quase me fazendo perder as forças, aquele sentimento de perda, sentimento de ter feito a mais linda das burrices.

- Draco eu... – Não conseguia terminar muito menos fitar meu namorado nos olhos.

- Tudo bem Gi.

- Desculpe. – Murmurei, sentindo meus olhos marejarem.

- Amanhã agente se fala, boa noite Gi. – Ele apertou minha cintura e saiu porta a fora me deixando na cozinha, arrasada.

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Desnorteado era a palavra que descrevia muito bem o meu estado no momento. Minha cabeça parecia não atinar e tudo ainda girava numa velocidade quase se igualando a velocidade da luz, doía e as lágrimas, por mais que eu tentasse controlar, rolavam pela minha face sem permissão, me fazendo me sentir o homem mais fraco e imbecil dessa terra.

As cenas frescas, ainda na minha mente, faziam, assim, as lágrimas rolarem ainda mais, o sentimento de saber que a tinha perdido completamente era horrível, a pior coisa que já tinha sentindo na minha vida. Por mais que as coisas estivessem legais entre eles, eu ainda tinha lá no meu intimo uma esperança de tê-la pra mim novamente, uma coisa que por mais que machucasse, me fazia levantar todos os dias da cama e encarar aquilo de frente, e pensar comigo mesmo, que aquilo não passava de provocação da ruiva, mais depois do que eu presenciei naquela cozinha, as coisas tinham ficado claras pra mim, claras como água.

Ela tinha optado em me esquecer, e pelo o que eu tinha percebido estava conseguindo, numa rapidez um tanto assustadora pra mim, e me fazia perguntar várias vezes para o meu subconsciente:

“Será que eu tinha que seguir seu exemplo e me envolver com outra pessoa e esquece-la?”

“Será que eu consigo me envolver com outra pessoa?”

“Será que eu consigo beijar outra boca que não seja a dela?”

“Será que consigo sentir outro corpo que não seja o dela?”

“Será que eu vou conseguir amar outra pessoa que não seja ELA?”

E da forma automática que vinham as perguntas, a resposta era única, e brilhava na minha mente como que me chamando a atenção para o obvio.

“NÃO HARRY, NEM TENTE, IDIOTA, PORQUE VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR!”

E lá ía eu pra estaca zero novamente. Passei no bar da sala de jantar e peguei a bebida mais forte que tinha ali, absinto. Eu nem fazia idéia de como aquela garrafa tinha chegado ali, mais senti que ela me esperava, e não pensei duas vezes antes de pega-la, abri-la e tomar um gole do próprio gargalo. Sentir tudo queimando dentro de mim, a bebida tinha um gosto muito bom, no entanto, muito forte, conseguia sentir o teor de álcool invadindo meu sistema e o paralisando, a sensação de alivio, como se eu fosse um viciado e tivesse agora provando a tal coisa proibida foi estrondosa. O gosto do anis impregnado nos meus lábios e se misturando com outros sabores da bebida verde daquela garrafa em minhas mãos, me fazia sentir um idiota por tá enchendo a cara e me entregando daquele jeito, mas eu não conseguia mais me controlar. A levei novamente aos meus lábios e tomei outro gole, fechando os olhos e apreciando o seu sabor anestésico.

Queria esquecer tudo aquilo, pelo menos por hora. Guiei-me com a garrafa na mão em direção ao meu quarto, com um único propósito em mente, beber até cair desmaiado. Porque esquecer, isso eu jamais iria conseguir.

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Abri meus olhos lentamente e percebi onde estava. Aquele com certeza não era o meu quarto e muito menos o quarto de Gina, ergui minha cabeça ainda um pouco tonta de sono e me vi nos braços do ruivo mais lindo que eu já tinha visto em toda minha vida. Rony dormia com seus lábios entreabertos e a respiração calma como um bebê. Seus cabelos jogados displicentemente pelo rosto lhe dando um charme maravilhoso. Movi um pouco meu corpo que se encontrava colado ao dele, para que eu tivesse a visão melhor de seu rosto, quando o vi sorrir. Aquele simples gesto de sorrir ainda com os olhos cerrados, comigo em seus braços me derreteu completamente. Pra mim não existia ser humano mais lindo do que ele, talvez isso seja uns dos sintomas por está completamente apaixonada, mais na verdade, eu não estava ligando muito pra esse pequenino detalhe.

Os acontecimentos anteriores vieram em minha mente como relâmpago e senti que estava completamente corada em seus braços de pura vergonha. Desci meus olhos pelos nossos corpos nus, que no momento se encontravam completamente envoltos um no outro e corei mais ainda, se é que aquilo era possível.

Rony abriu os olhos e me fitou profundamente sério, me perfurando com aquelas íris azuis, como um lindo céu de primavera, seus olhos brilhavam de uma forma tão intensa, que senti meu corpo inteiro se arrepiar, só com aquele olhar.

Sua mão, que estava até aquele momento, parada nas minhas costas, começou a se mover num carinho lento e sensual para mim, ele brincava com seus dedos num movimento de subir e descer, a arranhando delicadamente, como se quisesse me torturar com prazer.

Mordi meus lábios inferiores com força, sufocando um gemido de prazer, aquilo tava bom demais, como ele conseguia com simples gestos e toques me enlouquecer daquela forma? Chegava a ser assustador!

Eu não ousava desviar meus olhos, daqueles que me encaravam com tanto carinho e amor.

- Acho que eu vou querer isso pro resto da minha vida. – O ouvi murmurar.

- Isso o que? – Perguntei curiosa.

- Você nos meus braços.

Aquilo me aqueceu de tal forma que a única coisa que passou na minha mente naquele momento, foi amá-lo de todas as formas e possibilidades possíveis. E foi exatamente o que eu fiz.

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Eu me encontrava ainda na mesma posição, sentada em cima da mesa, toda desgrenhada, do jeito que Draco tinha me deixado lá. As lágrimas de tristeza e embaraço por ter sido pega por Harry no maior amasso com o louro, não tinham rolado pela minha face por pura força de vontade.

Mas eu não sei se manterei essa vontade por muito tempo, pois toda vez que fecho meus olhos, a imagem de Harry nos flagrando e chorando depois de desgosto e mágoa perturbava meus pensamentos, fazendo-me, assim, me consumir de tristeza, angustia, raiva, desespero, aflição, um monte de sentimentos juntos, que embaralhavam mais ainda minha cabeça.

Resolvi descer da mesa, e guardar as coisas do sanduíche que eu tinha inventado de fazer para Draco e para mim. Terminei limpando tudo e segui meu caminho para meu quarto.

Subi as escadas lentamente, com meus pensamentos mais perdidos, do que qualquer coisa, eu parecia nem estar no meu corpo, minhas pernas me levando num sei onde, só as sentia se mexerem e me levarem pra algum lugar.

Parei de frente uma porta e tomei um tremendo susto quando percebi de qual porta se tratava. Eu não entendi o porquê de esta parada justamente na porta do quarto dele, mas tinha uma força me controlando e me mantendo ali, parada, observando, como se quisesse enxergar ou talvez sentir algo através daquela porta.

Meu coração parecia uma britadeira, de tanto que batia, estava começando a achar se não me machucaria, batia tão intensamente, que naquele corredor silencioso, eu o conseguia ouvir e qualquer pessoa que estivesse ali também, tinha certeza disso.

Levei minha mão até a porta e sem que eu percebesse ou mandasse, bati na madeira, fazendo assim o som oco se expandir no corredor, e aquilo pareceu me acordar, a tremedeira foi inevitável.

Alguns segundos depois, como se Harry tivesse colado na porta me esperando, a porta foi aberta por ele. Senti o tempo parar e o ar ao meu redor esquentar significantemente.

Ele estava com os olhos verdes brilhando de uma forma diferente, a boca vermelha como sangue, os cabelos espetados para todos os lados possíveis, a camisa aberta, me dando a visão de seu tronco malhado, a calça baixa, com o botão aberto, só com o zíper fechado, o elástico da cueca box a mostra, descalço, e uma garrafa de bebida na mão.

“AÍ... MEU... DEUS... DO... CÉU...”.

Respirei fundo tentando achar alguma coisa no meu cérebro paralisado para falar, mais eu não conseguia. Minha respiração já estava difícil, meu coração quase saindo pela boca e aquele olhar dele, como se estivesse me vendo nua me desconcertando completamente, não me permitindo pensar com coerência.

- É...

- O que você quer? – Ele me cortou completamente grosseiro.

- Hã... – “O que eu falo?” – Eu... – “Maldição! Fiquei debilóide?”.

- Você o que?

- Queria... – “Você!” – Queria pedir pra... pra... – “Você me agarrar!” – Pra... – “Droga, se concentra Virginia!”.

- Será que você poderia ser mais rápida, maninha. – Eu o ouvi falar, com a voz rouca me arrepiando ate o último fio de cabelo do meu corpo, e depois levou a garrafa à boca e tomar um generoso gole da bebida esverdeada.

Observei com a boca completamente seca, uma gota lhe escapar dos lábios e descer pelo seu queixo, indo ao chão. Por Deus, estava ficando louca, parecia que ele fazia aquilo de sacanagem. Será que ele tinha noção que daquela forma ele ficava completamente irresistível? Impossível de se segurar? Que me deixava com uma vontade quase insana de lhe arrancar roupa e possuí-lo ali na porta mesmo?

Puxei o ar pela segunda vez, com mais força, tentando arrumar também forças para sair daquela situação e falar alguma coisa que fizesse sentido, não podia deixar que ele percebesse que eu estava na sua porta, porque não tinha conseguindo controlar meus impulsos.

“Okay Gina, de duas uma, ou você tem uma queda por bêbados ou ele é mais gostoso do que pensava.”

- Veio aqui pra que eu termine o que seu namorado começou?

- O que? – Eu não estava acreditando que ele estava falando aquilo.

“Fique calma menina, ele está bêbado!”

- Perguntei... – Ele fez uma pausa e tomou mais um gole da garrafa. – Se você veio aqui, para que eu termine o que seu namoradinho começou lá na cozinha? – Estava tão pasma que não consegui responder.

“FILHO DA PUTA!”. Minha mente gritou.

A garrafa caiu de sua mão. Fiquei apreensiva.

Ele foi andando lentamente em minha direção, me fazendo dar passos para trás, fugindo de sua aproximação. Engoli em seco quando minhas costas encostaram-se à parede, me fazendo perceber que estava sem saída.

O que estava havendo comigo? Porque não conseguia sair daquela situação? Meu corpo não me obedecia e aquilo estava me deixando muito revoltada. Senti-me completamente a mercê dele, sem forças para fazer nada, a não ser aceitar.

“Ahhhhh, o que é isso? Meu corpo não me obedece mais, não é? Anda, sai daí agora, eu estou ordenando, seu corpo traíra duma figa!”

Harry colou seu corpo no meu, de um jeito que mesmo que eu quisesse, não conseguiria sair. O cheiro de álcool e anis que ele exalava, estava me entorpecendo, me sentia inteiramente anestesiada. O encarei e pensei que iria me afogar nas profundezas de sua íris verdes, a intensidade de seu olhar, o desejo refletido nelas, fazendo meu corpo pegar fogo. Sua boca tão vermelha, como sangue, entreaberta, como um pedido silencioso para que eu os provasse, suas mãos em minha cintura me prensando contra seu corpo. Tudo rodava, a respiração pesada e difícil, a boca seca, ansiando por um beijo, o corpo queimando, desejando um toque, por Deus, nunca tinha sentindo tanto desejo em minha vida.

- Eu... eu... – Eu o ouvi murmurar, roçando seus lábios nos meus me enlouquecendo.

- O... que? – Perguntei nervosa.

- Deixa... – Murmurou mais uma vez.

- O que?

- Por favor? – Ele parecia implorar por algo

- Por favor, o que Harry? – O que ele queria de mim?

- Deixa eu te sentir... – Foi tudo que eu o ouvi murmurar antes de capturar meus lábios num beijo desesperado.

Minha mente ficou vazia, foi como se o tempo tivesse parado naquele momento pra mim, nunca em toda minha vida eu tinha sido beijada da forma que eu estava sendo beijada nesse exato momento. Nossos lábios se encaixaram numa perfeição tão grande que chegou a me assustar, como se tivessem sido feitos para aquele propósito. Eu não controlava mais meu corpo nem meus instintos e o agarrei pelo pescoço, como se minha vida dependesse daquele beijo. Beijávamos-nos com todo o desejo e amor contido no nosso interior, nossas línguas se explorando, procurando, passando por cada recanto de nossas bocas, nos enlouquecendo mais ainda, se é que era possível isso.

O gosto de anis, que sua boca me proporcionava, me fazia pensar se esqueceria aquele gosto, que a cada momento se impregnava mais e mais na minha boca. Nossos corpos tão colados, como se a qualquer momento fossem se fundir ali naquela parede, minhas pernas estavam tão bambas, que eu podia jurar que se ele me soltasse, eu cairia sentada.

Levei minhas mãos, que pareciam até o momento ter vida própria em sua camisa a fazendo deslizar pelos seus braços, caindo no chão. Passei minhas mãos pelo seu ombro, descendo pelo seu peito definido, passando pelo abdome tanquinho, Harry gemeu nos meus lábios e aquilo me atiçou um calor no baixo ventre, eu o queria demais, estava louca de desejo de senti-lo dentro de mim, queria aquilo mais que tudo.

Minhas mãos nervosas tentavam a todo custo abrir o zíper de suas calças, quando eu senti a mão de Harry segurando a minha, me impedindo de continuar.

- Não... – Ele murmurou ofegante. – Eu...Gi... – Harry separou seu corpo do meu, me fazendo sentir falta do calor de seu corpo. – Eu não posso... – O ouvi falar de um jeito derrotado e se afastar mais ainda de mim.

- O que? – Eu estava atordoada, meu corpo inteiro ainda tremia. – O que houve?

- Me perdoa Gi... – E dizendo isso ele me deixou no corredor, se trancando no quarto.

Minha ficha ainda não tinha caído, não estava entendendo nada! Levei minha mão a minha boca e a outra ao peito que subia e descia, rapidamente, como se fosse uma asmática e tivesse sentindo todo o ar fugir ao meu redor. Se eu não estava enganada, eu tinha acabado de agarrar o Harry e quase o estuprado! Okay, okay, eu to exagerando, ele também me agarrou! Mais eu tinha tirado a camisa dele! Que por sinal ainda esta aqui nos meus pés, e tinha quase arrancado à calça dele! Deus, o que deu em mim? Será que virei uma tarada? Maníaca sexual? Agora até eu fiquei com medo de mim mesma!

Caminhei lentamente pro meu quarto, sentindo as pernas bambas como geléia. Passei pela minha porta, a tranquei e me encostei a ela e deslizei lentamente ate ao chão, pasma demais com minha atitude.

Eu não tinha pensando nenhuma vez se quer no Draco, e o remorso estava começando a dar sinais. Mas, por mais que eu pensasse que tinha acabado de fazer a pior besteira da minha vida batendo naquela porta, isso tudo caia por terra assim que eu passava a língua nos lábios e sentia o gosto de anis, o gosto do beijo de Harry.

Meu corpo inteiro voltava a esquentar e tremer, será que eu iria ficar daquele jeito agora, toda vez que passasse a língua nos lábios? Encostei minha mão na minha testa e percebi que estava com corpo febril. Era só o que faltava agora, ficar daquele jeito, por causa de um simples beijo!

“Okay Virginia, ta querendo enganar quem? Aquilo definitivamente não foi um simples beijo! Foi tudo, menos simples!”

Mas porque será que ele fugiu de mim daquela forma? Porque ele tinha me feito parar? Porque será que ele não se aproveitou da situação como da outra vez? Não que eu quisesse que ele se aproveitasse da situação! Era lógico que eu não queria!

“Ta bom, ta bom, eu confesso, eu queria que ele tivesse aproveitado a situação, até porque eu também estava me aproveitando da situação!”

Mas porque ele tinha simplesmente me dispensando e saindo daquela forma, como se fosse o diabo fugindo da cruz? Será que ele tinha ficado com medo das minhas ações? Do que eu estava fazendo com ele? Tudo bem que eu estava quase estuprando o pobre coitado, mais isso não era também algo pra se fugir? Era? (grande suspiro), pensando bem, era sim, caraca eu tava parecendo uma louca! Só faltava sacar garfo e faca dos bolsos e gritar pro pobrezinho, com o olhar mais faminto possível.

“Vou te papar todinho?”

Definitivamente to chegando à conclusão que só faço merda, só pode ser!

Levantei do chão e fui à direção ao banheiro, me encarei no espelho e murmurei um “idiota”, muito puta da vida, indo a direção ao boxe tomar um banho gelado, pra quem sabe limpar minha cabeça dos pensamentos idiotas e cem por cento pecaminosos.

“Amanhã penso melhor na gigantesca merda que fiz!”

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- $¨#$&$#&$#&. – Os piores palavrões saiam agora pela minha boca, estava muito irritado comigo mesmo, encostado no lado de dentro da minha porta, ofegante e com o corpo pelando de desejo.

Foi com um susto muito grande que eu tinha aberto aquela porta e dado de cara, com ninguém menos que minha linda e doce ruiva, mais o que ela estava fazendo ali na minha porta? Com aquele olhar e aquele corpo que fazia minha cabeça virar pelo averso?

Eu simplesmente não tinha conseguido me controlar, e quando eu percebi já tinha a tomado nos braços e estava a beijando, como se o mundo fosse acabar naquele momento, foi tudo tão rápido e sem que eu percebesse, como uma força invisível, tomando meu ser e fazendo as vontades por mim.

Acho que vê-la daquela forma, sem graça, gaguejando, sem achar palavras pra me pedir, quer o que fosse, tinha mexido comigo.

Por que só lembro de ter a visto na minha porta, sem graça, depois sentir ela me medir de cima em baixo, de ter ficado com raiva da cara de pau dela ter ido bater na minha porta, de ter a provocado, de vê-la novamente se ação, a agarrado, pedir permissão e enfim me perder naqueles lábios com gosto de morango que me enlouquecia de formas quase sub-humanas.

Agora o que tinha quase me levado à insanidade foi vê-la com aquele desejo todo, arrancando minha roupa, Deus se eu não a tivesse parado? Nós dois na certa estaríamos aqui agora nessa cama imensa e vazia na minha frente, ou quem sabe lá no corredor mesmo, pois do jeito que estávamos, foi praticamente por pouco, e só de imaginar que eu poderia está desfrutando de seu corpo, calor, carinho, meu corpo inteiro gritava de desespero e vontade.

Abaixei-me e peguei a garrafa no meu pé, vi que estava vazia e eu não lembrava de ter tomado todo o conteúdo dela? Olhei atentamente pro chão e foi aí que eu percebi uma grande macha no carpete, verde, mamãe provavelmente iria me matar quando encontrar aquilo. Percebi também que minha vista estava um pouco turva e as coisas agora que eu olhava mais atentamente, parecia esta se mexendo. Agora eu tinha certeza, estava bêbado, tudo rodava no meu quarto, e a não ser que eu more num tornado, eu terminantemente estava bebinho da Silva! Mas uma coisa era estranha, eu tinha quase a certeza, que eu não iria esquecer o ocorrido no corredor, com a minha querida maninha, quando o efeito passasse. Eu tinha uma certeza, que eu não sabia de onde, que lembraria disso no outro dia e mais, lembraria de todos os detalhes, que futuramente me serviram de tortura.

Guiei-me ao banheiro aos trancos e barrancos, quase tropeçando nos meus próprios pés, tirei o restante de roupa e me atirei no chuveiro, tomando uma ducha gelada.

Terminei, sai, viste só uma cueca boxe preta e me joguei na cama, e fechei os olhos, procurando não pensar em nada. Mas logo as imagens da gente se beijando no corredor vieram na minha mente, fazendo meu sangue circular com mais rapidez e se concentrar numa parte do meu corpo, que eu queria que dormisse no momento.

Comecei a virar na cama, trocando de posição a cada cinco segundos, como se o próprio tivesse uma criação de pulga, ou formigas, não me fazendo ficar quieto. Bufei irritado e me levantei, comecei a andar de um lado pro outro no quarto pensando mais ainda na ruiva, que certamente àquela hora estaria dormindo.

Minha mente não me deixava em paz, me pedindo insistentemente para ir de encontro a ela e ama-la com todas as minhas forças. Mas eu me negava a fazer isso, não iria mais fazer isso. Enquanto eu não tivesse me acertado com ela, não iria fazer amor com ela, por mais que isso me enlouquecesse e me deixasse doente, eu iria provar pra ela que eu a amava e aquilo que tinha acontecido com a gente, não foi uma aventura como eu havia dito, e sim muito importante pra mim.

Voltei pra minha cama, e com um último suspiro, fechei meus olhos com força, e não os abriria por nada, até que pegasse no sono, e pouco tempo depois senti o cansaço me invadindo e logo estava descansando um pouco minha mente, pelo menos era isso que eu achava.

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Os raios solares invadiram o quarto e eu fui obrigada a abrir meus olhos e me deparei mais uma vez com uma visão dos Deuses, Rony dormindo como um anjinho, virado pra mim.

O fitei por uns segundo e depois me liguei que tinha que levantar rapidamente, se não quisesse que a Sra. Weasley me pegasse nos braços do seu filho, nua do jeito que vi ao mundo, e não no quarto de sua linda e ruiva filhinha.

Levantei devagarzinho, para não acorda-lo, pois se o fizesse não sairia daquele quarto nem tão cedo e me pus a catar minhas roupas e vesti-las. Eu as vestia despreocupadamente, quando de repente eu escutei a maçaneta da porta de Rony girar, eu nem tive tempo de pensar e me joguei com tudo atrás da porta assim que ela abriu.

- Rony querido acorde! – Ouvi Sra. Weasley chamar meu namorando e pensei que fosse desmaiar de tanto nervoso. – Rony...

- Hummm...

- Ande meu filho acorde, seu pai quer falar com você. – Ela falou rindo do filho e eu tremia igual vara verde atrás da porta com medo que ela me avistasse ou Rony falasse alguma besteira.

- Mione me deixa dormir só mais um pouquinho amor. – Rony murmurou e eu senti que era agora que eu caia durinha no chão.

- Filho... Ahuahauhauhauah... – Ela gargalhou alto e pra mim foi um alivio, ela não tinha se ligado, pelo menos ainda. – É a mamãe filhote, ande acorde. – Eu a vi o chacoalhar.

- Mio... MAMÃEEEEEEEEE! – O berro de Rony foi tão grande, que eu tinha certeza que daria pra ter ouvido no Japão, ele se sentou na cama com uma cara muito engraçada de desespero.

“Se eu não estivesse pra me ferrar, até acharia engraçado essa situação!”

- É claro que sou eu. – Ela exclamou ainda risonha. – Esperava que fosse quem meu filho?

- Ni... niguém ma... mamãe. – Vi Rony passar os olhos preocupados pelo quarto, na certa me procurando.

- Seu pai quer falar com você, se troque e desça. – Ela falou se levantando e eu me encolhi mais ainda atrás da porta, quase atravessando a parede.

- Ta... ta bom mamãe. – Rony ainda me procurava, e quando nossos olhares se encontraram, pude vê-lo suspirar aliviado.

- Filhote, você sabe onde a Hermione está? – “Ferrou!”

- Hermione? – Rony perguntou tão espantado, que só faltou escrever na própria testa, CULPADO!

- É meu filho, a Hermione. – Ela se voltou pra ele esperando uma resposta. – Fui ao quarto de sua irmã e ela não estava dormindo lá, sua cama parecia intocada. – Engolimos em seco.

- Ela deve ter ido correr. – Rony falou, e eu o mirei não entendendo nada. “Como assim correr? Eu detesto correr!”

- Correr? – A matriarca perguntou duvidosa. – Não sabia que a Hermione gostava de correr? – “Se a senhora não sabia, imagina eu Sra. Weasley?”

- Pois é mamãe, a Mione adora correr de manhã. Vai ver ela acordou cedo, fez a cama e foi correr. – Rony falou isso com a cara mais deslavada possível, e eu quase cai no chão de vontade de rir. “Como é cara de pau!” – A senhora vai ver, ela logo vai chegar toda suada. – Ele completou rindo.

- Tudo bem então, se você esta dizendo. –Ela se dirigiu a porta e mais uma vez me apertei no vão entre a porta e a parede. Ela segurou a maçaneta e antes de sair falou: Não demora.

Deixei-me cair no chão assim que a porta foi fechada, com a mão no peito, tinha ficado com tanto medo, que senti como se toda minha da tivesse passado diante de meus olhos.

- Caraca... – Murmurei ainda nervosa.

- Foi por pouco. – Rony murmurou tão nervoso quanto eu.

- Se eu não tivesse acordado filhote... – Eu falei divertida, sabendo que dizendo aquilo eu o provocava. -... ela teria nos pego um nos braços do outro, nuzinhos, do jeitinho que papai do céu nos fez! – Falei debochadamente e em reposta um travesseiro vôo em minha direção.

- Bom então pra a mentira colar, eu achava melhor a senhorita, começara correr desde aqui do quarto. – Ele falou e eu franzi a teste sem entender.

- Como?

- Ué, esqueceu que você adora correr de manhã Mione. – Rony falava tentando não gargalhar. – Ah! Eu daria tudo pra ver você correndo de baby-doll minha estrelinha.

- Você me paga. – falei antes de deixar o quarto na ponta do pé pela sacada do seu quarto, e antes de descer pela grade ao lado da sacada, ouvi as gargalhadas do ruivo, me deixando muito indignada.

xxxXxxx

Eu tomava café silenciosamente, pensando no ocorrido da noite anterior, não tinha deixado de pensar que eu não tinha conseguido me controlar, e que se Harry não tivesse me parado, eu teria feito amor com ele novamente. E nessas horas eu me sentia uma cachorra, uma vira lata que não me dava um pingo de valor. Como eu me deixava levar tão facilmente por ele assim? Ele tinha algum poder sobre mim, não era possível, aquela criatura cabeluda e odiosamente gostosa, só podia exercer um poder em mim, algo que pirava minha cabeça, não me deixando agir por mim mesma, me fazendo agir como uma jumenta que faz tudo o que ele quer!

Enquanto eu enganava que estava tomando café, já que ele ainda está intocado, a não ser pelo ovo, que eu mexia pra lá e para cá, sem a menor vontade de comê-lo, percebi meu pai me fitar seriamente, e fiquei me perguntando o porquê dele esta me olhando daquela forma. Papai é o membro da família que tinha a cabeça mais tranqüila, e mais bem humorado. Era até engraçado imaginar-lo no tribunal defendendo alguma causa importante sem rir, pois pra mim, sendo sua filha e o conhecendo muito bem, eu imaginava uma situação hilária, papai o maior palhaço que eu conhecia, fazendo uma coisa extremamente séria, definitivamente não combinava. Ele é um homem muito bonito, apesar de apresentar alguns aspectos da idade, ele não deixava de ser charmoso e muito belo, e não falo isso por ser uma filha coruja, nada disso, falo isso por simplesmente ser a verdade. Papai tem os olhos azuis, assim como os meus, cabelos ruivos e brilhosos, um rosto másculo, charmoso, sorriso de dentes brancos e uma covinha na bochecha que completava todo charme Weasley. Mamãe sempre disse que dos filhos, eu sou a que mais parece com o papai e eu tinha muito orgulho disso.

- Esta tudo bem papai? – Perguntei curiosa.

- Tem um minuto pro papai? – Eu franzi a testa e concordei com a cabeça.

- Aqui não, no escritório. – Ele falou e levantou e se dirigiu a ele, me deixando para trás.

Confesso que o segui com receio, nunca tinha visto meu pai tão serio, ele costuma ser o mais brincalhão da família, e não sério, como está se mostrando pra mim. Ele abriu a porta pra que eu passasse, me convidou para sentar em sua frente e continuou me olhando dentro dos olhos me desconcertando completamente.

- Papai, aconteceu algo? – Meu coração batia rapidamente.

- Quando sua mãe ficou grávida de você, Lily, a mãe de Harry, junto com sua mãe, fizeram uma festa, pois as duas queriam muito que fosse uma menina, e quando as duas descobriram, elas passaram a comprar tudo rosa, e todas as bonecas que viam. – Ele suspirou cansado. – Lily, teve complicações no parto, e por esse motivo, não podia ter mais filho. Mais ela estava muito feliz em curtir a gravidez de sua mãe, pois as duas eram amigas inseparáveis. Lily ficou encantada quando você nasceu, dizia que você era a ruiva mais linda que ela já tinha visto.

- Papai porque o senhor esta me contando isso? – Não estava entendendo nada.

- Quando eu soube que seria uma menina, eu fiquei muito feliz. – Papai continuou como se eu não tivesse o interrompido. – E quando eu comentei com Tiago, o pai de Harry, ele me disse que você seria a namorada do filho dele. – Engoli em seco quando ouvi meu pai falar isso. – Ele dizia, que se o filho fosse parecido com ele, na personalidade e gosto, como era fisicamente, ele iria se apaixonar por você, que na certa seria linda, como a mulher dele, Lily. E quando você nasceu, e ele viu que era um lindo bebê ruivo, ele levou Harry, que tinha um ano, e colocou no seu lado no berço e falou baixinho pra não te acordar. “Olha lá cara, maior gata, e ruiva, essa garotão vai ser a mulher da tua vida, ta ouvindo o papai, ela vai enlouquecer você meu filho, mais você mesmo assim vai amá-la com toda sua alma.”

- Papai... – Eu murmurei, mais ele não permitiu que eu continuasse.

- Apesar de ter criado vocês como irmãos, eu sempre guardei as palavras de meu amigo pra mim, e nunca os tratei como irmãos. – Ele levantou e sua cadeira dando a volta na mesa e chegando mais perto de mim. – Harry é como um filho pra mim, eu o amor com toda a minha alma, mais ele querida, não é seu irmão. – E antes que eu falasse qualquer coisa, ele me deixou sozinha no escritório, pensando em todas as suas palavras.

E agora eu conseguia compreender, papai já sabia de meu amor pelo Harry, e me apoiava. Eu não sei se ele sabia disso, mais naquele momento, ele me fez feliz por me dizer que estaria do meu lado, principalmente nessa decisão. E nunca em toda minha vida, admirei tanto o meu pai.

xxxXxxx

- HARRY JAMES POTTER!

Mexi-me na cama, sentindo a cabeça pesar, tudo doía, como se eu tivesse tomado uma senhora surra.

- PODE INDO ACORDANDO MOCINHO E ME EXPLICANDO QUE MANCHA É ESSA NO SEU CARPETE?

Abri os olhos lentamente e engoli em seco quando vi mamãe me fitar irada, soltando fogo pelas ventas.

- Bom dia mamãe. – Murmurei cheio de medo.

- NÃO ME VENHA COM BOM DIA MAMÃE! – Seus olhos estavam brilhando de uma forma assassina, eu estava ferrado. – PODE ME EXPLICANDO QUE MANCHA É ESSA NO SEU CARPETE?

- Que mancha? – Falei da forma mais inocente, tentando ganhar tempo.

- HARRY JAMES POTTER, VOU PERGUNTAR SÓ MAIS UMA VEZ!

Mas antes mesmo que eu abrisse a boca para responder, meu pai invadiu o meu quarto.

- Molly querida, será que você poderia nos dar licença? – Ele falou de forma amável.

- Claro querido. – E com isso, vi mamãe nos deixar a sós.

Fiquei intrigado e com medo ao mesmo tempo, o que será que meu pai queria comigo? Ele estava tão sério, e aquilo era realmente estranho. Ele puxou a cadeira da minha escrivaninha e sentou da frente para mim.

- Harry meu filho,seja sincero com seu pai... – Engoli em seco novamente. - ... você esta com algum problema? – Seu olhar foi tão sério, que foi como se soubesse do meu problema.

- Não pai. – Falei sem encará-lo.

- Tem certeza? – Ele sorriu e eu não entendi nada.

- Hã... – Eu fiquei com duvida, será que devia dizer?

- Sim. – Ele me incentivou

- Acho... acho que... – Meu pai balançou a cabeça para que eu continuasse. – Acho que estou apaixonado. – Seu sorriso dobrou de tamanho.

- E ela vale a pena?

- Muito.

- Você tem certeza dos seus sentimentos?

- Sim.

- Ela sabe?

- Acho que sim.

- Ela sente o mesmo?

- Acho que não sei... é tudo muito confuso. – Baixei a cabeça triste.

- Vocês já tiveram alguma coisa? – Comecei a soar frio.

- Nós... já... – Fitei meu pai e ele continuava a sorrir e aquilo me ajudou a decidir a contar uma parte. – Já nos beijamos. – “E algo mais papai!”.

- E como foi? – Ele perguntou curioso.

- Incrível.

- Harry, só quero lhe dar uns conselhos e espero que você os siga.

- Sim papai.

- Primeiro: Não quero mais saber do senhor bebendo até cair, não lhe criei para virar um alcoólatra.

- Sim senhor. – Corei de vergonha.

- Segundo: Seja mais responsável, você já é praticamente um homem, não cabe mais você agir como um moleque.

- Sim senhor. – Eu estava me sentindo pequeno, tamanha a vergonha que estava sentindo, tinha a certeza que minha cara devia esta mais vermelha que tomate.

- Terceiro: Se essa garota vale a pena, você a ama e esse sentimento é recíproco, lute por ela, não entregue os pontos, a guerra meu filho, não está perdida. – Franzi a testa, desconfiado, tive a nítida imprensão que papai sabia de quem se tratava a garota.

Ele se levantou e dirigiu-se a porta.

- Ah! Só mais uma coisa, não mexa mais nas minhas bebidas, muito menos nos presentes, da próxima, quem vai castigá-lo serei eu.

E com isso ele saiu me deixando sozinho com os meus pensamentos e com uma duvida pairando na minha cabeça.

“Será que papai sabe por quem eu estou apaixonado?”

xxxXxxx

Estava novamente perdida em pensamentos, aquilo já esta sendo uma coisa constante na minha vida. Eu agora, ficava tanto temo assim, que já estou pensando na possibilidade de me mudar de mala e cuia para a terra dos pensamentos complicados de Virginia Weasley e abandonar de vez o mundo real.

Sabe eu pensei que depois do que houve ontem comigo, nada poderia se complicar mais, mais como sempre eu estava redondamente enganada, depois do bate papo com papai, que por sinal foi bastante esclarecedor, minha cabeça, pobre coitada, esta preste a explodir.

Já pensei tanto na historia que papai me falou, que sinto meus neurônios queimarem, e juro, pode ser ate maluquice minha, mas eu tenho quase certeza que senti o cheirinho de queimado no meu quarto, só pode ser meus miolos.

Okay to exagerando, mais vocês deves estar acostumados com isso, eu sou assim mesmo.

Tem outra coisa que esta me enlouquecendo também, vocês acreditariam se eu dissesse que eu ainda sinto o gosto daquele infeliz nos meus lábios?

Automaticamente vocês pensam por tabela, nossa o garotinha porca, até agora não escovou os dentes!

Mas não é nada disso, vamos por parte, ontem depois do beijo, fui pro banheiro, tomei banho. Na hora de escovar os dentes, eu não sei por que, não sei o que deu em mim, mas simplesmente optei por não escovar os dentes e permanecer mais um pouco com o gosto dele nos meus lábios, definitivamente, devo ser masoquista, não é possível, só pode ser.

Dormi e pelo o que me parece, a porcaria do gosto do anis, misturado com a gosto da boca dele se impregnou nos meus lábios, pois eu acordei com a merda do gosto tinindo. Tomei banho, escovei os dentes, com pasta de canela e qual foi minha surpresa, gosto de canela? Nãoooooooo, claro que não. Anis? Sim, lógico que sim, agora vê se pode? Só pode ser brincadeira né? Não é possível, o gosto por acaso penetrou nos meus lábios e vai ficar lá pra sempre, me fazendo lembrar do melhor beijo da minha humilde vida?

É idiota, mas sinto como se minha própria boca armasse contra mim. Mas me digam sinceramente, o que eu posso fazer, se minha boca cria vontade própria e se entende tão bem com a boca dele?

Ah! Dá vontade de gritar, é muita pressão para minha pobre cabeça ruiva, queria poder extravasar, botar isso tudo pra fora. Mas nem sei como, ultimamente nada esta me fazendo aliviar essa tensão desgraçada, nada mesmo.

To com tanto medo de reencontrá-lo, sei lá, vai que me da à doida de novo e tento arrancar as calças dele novamente? Nossa isso deve ter soado engraçado né? Mas a verdade é que pra mim não é nada engraçado, por mais que eu tente, não paro de pensar, que se ele não tivesse me parado, eu, digo euzinha aqui, teria chegado aos finalmente!

Eu nunca fui assim, ou será que eu era e não sabia? Ó dúvida cruel, e lá vai minha cabeça se embolar novamente, a não! Vou parar de pensar nisso, antes que eu endoide de vez!

xxxXxxx

Uma semana depois...

- Você ta linda Gi! – Mione exclamou toda empolgada pra mim.

- Valeu Mi, você também esta linda! – Sorri amigavelmente, enquanto Mione se olhava de cinco em cinco segundos no espelho do meu quarto.

Estávamos ambas lindas de morrer, e não é querendo ser egocêntricas ou narcisistas não, mais é que nos tínhamos nos arrumado e se preparado tanto pra aquela ocasião, que seria até uma ofensa dizer que não estávamos arrasando corações!

Mione esta com um vestido vinho, estilo tubinho, na altura dos joelhos, lhe moldando muito bem suas curvas, uma sandália muita bonita de tiras pretas, combinando perfeitamente com o vestido, uma maquiagem pra noite, cabelos presos de forma displicente, lhe dando um ar meio selvagem, que na certa deixaria meu pobre irmão de pernas bambas.

Eu, bom, estava de saia jeans clarinha, na altura das colchas, blusa preta, colada e acima do umbigo, dando a visão para todos os marmanjos de uma barriguinha sarada, meia arrastão preta, bota de cano longo preta de salto fino, me dando um ar de poderosa. Cabelos soltos e lisos, uma gargantilha de couro negro, maquiagem pra noite, que consistia em brilho labial para acentuar a cor de morangos dos meus lábios, lápis preto nos olhos, marcando ainda mais meu olhar de felino, pouco blush, sombra escura, e rímel pra definir bem meus cílios de boneca. Não era pra me gabar não, mais estava gostosa pra caramba!

- Miga, não é por nada não, mais acho que vamos matar todos os seres do sexo masculino! – Disse gargalhando me sentindo a gostosa.

- Nossa Gi, como você é convencida.

- Sou realista, ahuahauahua. – Gargalhei da cara da minha amiga.

- Acho que você esta parecida demais com o Draco.

- É... – Fiquei triste na hora, foi inevitável.

- Aí Gi me desculpe? – Ela me abraçou. – Foi mal, eu me esqueci completamente.

- Tudo bem Gi, hoje vou resolver isso. – Me desvencilhei de seus braços.

- Mas ainda esta aquela coisa chata entre vocês? – Mione perguntou curiosa.

- Está. Também é culpa minha, eu que ando meio afastada e sem cabeça pra relacionamento.

- E o Harry, vocês continuam na mesma?

- Mais ou menos. – Sorri bestamente lembrando da conversa com o moreno.

- Aconteceu alguma coisa que você não me contou cabelo do fogo?

- Lembra que eu te disse que a gente se beijou no corredor?

- Lembro.

- A gente ficou sem se falar depois, sabe voltou tudo ao normal, como estava antes, eu na minha e ele na dele.

- Sei e aí? – estava achando engraçado a curiosidade de Mione.

- Bom ontem... – Comecei explicando.

FLASH BACK

Estava a num sei quanto tempo ouvindo minhas músicas no meu ipod, pra poder memorizar algumas e repassar outras, não tinha notado que o volume estava bastante alto, não me permitindo perceber, que tinha uma presença no meu quarto me fitando há alguns minutos, e só fui me dar conta disso tarde demais.

“Ay amor me duele tanto
Me duele tanto

Que te fueras sin decir a donde
Ay amor,
fue una tortura
perderte”


Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

O grito foi inevitável, pois eu estava cantando e dançando, ensaiando a música que teria que cantar da Shakira, fazendo os passos de dança do ventre, e quando me virei pra direção da porta, vi um moreno aparentemente sem ar me fitando como se eu fosse à coisa mais maravilhosa da face da terra. Fiquei tão puta, que me esqueci completamente que estávamos sem nos falar.

- Você quer me matar do coração? – Perguntei indignada com a mão no peito pro moreno a minha frente.

- Desculpa. – Sua voz estava rouca e tremi sem controle.

“Porcaria Gina, se controla caramba!”

- O que você quer? – Dei graças a Deus pela minha voz ter saindo mais firme que minhas pernas que no momento estava tão consistente quanto gelatina.

- Conversar.

- Tem que ser agora? – Minha vontade era de sair correndo dali, tal meu nervosismo.

- Sim, por favor. – “O que ele tem? Ele não é assim?”.

- Okay. – Indiquei a cadeira da minha escrivaninha pra ele e me sentei na cama.

- Hã... – Vi Harry passar a mão tremula pelos cabelos, ele parecia está muito nervoso.

- Sim... – Segui o movimento de sua língua assim que passou pelos lábios e aquilo me deixou de boca seca.

- Queria te pedir desculpas. – Ele respirou profundamente.

- Desculpas? – Perguntei curiosa.

- Sim, queria pedir desculpa por ser tão idiota e canalha, eu agi errado, você não merece o que eu fiz...

“Aí caramba...”

- ... – Fiquei muda, não conseguia dizer nada.

- Você sempre foi especial pra mim, antes de tudo você é uma amiga, e não queria perder sua amizade, a gente sempre brigou, mais nunca ficamos tanto tempo sem nos falar e isso está me matando...

“Te matando? E eu?”

- ... – Definitivamente eu tinha engolindo minha língua, pois não conseguia falar nem um A.

- Você não vai falar nada foguinho? – Eu não o ouvia me chamar de foguinho há muito tempo, aquilo me derreteu.

“O que eu digo? Meu Deus! Perdi a capacidade de falar?”

- Harry eu não sei. – Depois de muito tempo eu consegui dizer. E não estava mentindo, estava realmente confusa.

- Pelo menos promete que vai pensar?

“Mas do que já penso? Impossível!”

- Prometo. – Disse sorrindo um pouco nervosa.

- Ah! Mamãe esta te chamando. – Ele se dirigiu a porta.

- Obrigado. – Murmurei.

- De nada. - E sorrindo deixou o meu quarto.

FIM DO FLASH BLACK

- Bom foi isso. – Terminei minha historia pra Hermione que me encarava com seus famosos olhos questionadores.

- E o que você pretende fazer?

- Eu não sei ainda Mi. – Falei sincera. – É complicado, eu sinto que tenho...

- De largar tudo e correr pro braços dele? – Completou a castanha

- É... – Falei desolada. – Mas ao mesmo tempo...

- Sente vontade de mandá-lo para a puta que te pariu por ter feito essa sacanagem com você! – Completou mais uma vez.

- Quer parar de completar minhas frases. – Fingi esta com raiva, mais minhas risadas me denunciaram.

- E o Draco? – Ela perguntou emendando um assunto no outro

- Eu vou conversar com ele, essa semana, ficamos longe um do outro, demos um tempo pra esfriar as idéias, mais eu pretendo deixar tudo em pratos limpos hoje.

- Que bom, acho que ele não merece isso, nem você.

- É eu também acho Mi. – Respirei profundamente e sorri pra minha amiga. – Vamos, o baile de Verão nos espera!

E assim deixamos meu quarto rumo a festa mais esperada de todo colégio, e eu sentia lá no meu íntimo que alguma coisa estava para acontecer, só espero que essa coisa seja boa e não ruim, isso era tudo o que eu mais pedia.

xxxXxxx

Eu estava a tanto tempo naquele carro, esperando pela Krika, que já estava quase desistindo de esperá-la. Não tinha entendido o porquê dela não me deixar espera-la dentro de sua casa, parecia ate que ela tinha vergonha da mãe, apesar de que desde a última vez que eu a vi, no colégio quando ele foi buscar a filha, eu tinha ficado com um pouco de medo dela.

A mulher praticamente me encurralou, querendo saber tudo da minha vida, querendo saber se eu namorava a filha dela, tinha-me pertubado bastante, e deixado a Krika varias e varias vezes com a cara no chão de vergonha.

A mãe dela era mesmo uma figura, muito bonita, mais muito louca, parecia uma adolescente num corpo maduro. Durante o interrogatório que ela tinha me feito, eu pensei nos perrengues que a Krika deve ter passado com sua mãe figura, devia ser muitos. Só o fato delas viverem se mudando como se fosse um bando de ciganos, já era inusitado.

Olhei mais uma vez pro relógio e este marcava dez para onze a noite, não era possível, será que a Krika tinha descido de ralo a baixo? Porque será que mulher tem que demorar tanto pra se arrumar? Tudo bem que quando elas terminam o resultado final muitas vezes nos deixam sem chão, sem ar e outras coisas, mais caramba, tinham que demorar tanto tempo assim? Só para colocar uma roupa, maquiagem, e prender um cabelo? Definitivamente, ser homem e ter que esperar mulher se arrumar, não é nem um pouco fácil!

Liguei o som do carro, pra ver se as horas passavam mais rápido. Com um sorriso de orelha a orelha, percebi que estava começando uma música que eu adoro, comecei a movimentar a cabeça no embalo da música me deixando levar pela balada.

Timbaland's Intro:2X
It's been a long time,
we shouldn't have left you left you,
without a dope beat to step to step to, step to, step to freaky
freaky( baby girl)

Verse 1:
What would you do, to get to me?
What would you say, to have your way?
Would you give up or try again,
If I hesitate to let you in?
Now would you be yourself, or play a role?
Tell all the boys, or keep it low?
If I say no, would you turn away,
Or play me off or would you stay (oooohhh)...

Chorus:
If at first you don't succeed
(first you don't succeed),
then dust yourself off and try again
You can dust if off and try again, try again
'Cause if at first you don't succeed
(at first you don't succeed)
You can dust it off and try again,
dust yourself off and try again, try again,


Comecei a cantar a música me lembrando de uma noite em especial que tinha passado com a ruiva. Foi a primeira vez que ela tinha ido numa discoteca, a primeira vez no Passeio Público, esse dia tinha sido muito legal, tínhamos ido sozinhos e dançamos a noite inteira, sem nos preocupar com nada, a não ser presença um do outro. Essa música tinha ficado marcado pra mim, pelo simples fato da ruiva tê-la cantado pra mim no dia, ela dançava e se insinuava pra mim, de um jeito completamente sexy me provocando, aquilo tinha ficado guardado na minha memória.

Verse 2:
I'm into you, you into me,
but I can't let it go, so easily,
Not 'till I see, what this could be,
could be eternally, or just a week,
You know our chemistry, it's off the chain
It's perfect now, but will it change?
This ain't a yes, this ain't a no
So do your thing,
and we'll see how it goes (oooohhh)...

Chorus
If at first you don't succeed
(first you don't succeed),
then dust yourself off and try again
You can dust if off and try again, try again
'Cause if at first you don't succeed
(at first you don't succeed)
You can dust it off and try again,
dust yourself off and try again, try again,

Bridge:
See you don't wanna throw it all away,
I might be shy on the first date,
but what about the next date (huh, huh, huh, huh)
See you don't wanna throw it all away,
I might be buggin' on the first date but
what about the next date (huh, huh, huh, huh)

Chorus
If at first you don't succeed
(first you don't succeed),
then dust yourself off and try again
You can dust if off and try again, try again
'Cause if at first you don't succeed
(at first you don't succeed)
You can dust it off and try again,
dust yourself off and try again, try again,again

Timbaland's Outro:
It's been a long time, we shouldn't have left you left you,
without a dope beat to step to step to, step to, step


A música tinha acabado e outra já começava. Eu nem tinha percebido que Krika estava do lado de fora do carro me fitando divertida, percebendo é claro que eu estava viajando na batatinha.

Tinha valido a pena espera-la, esta realmente lindíssima, iria na certa fazer vários babões terem um treco na festa. Abri um sorriso pra ela e abri a porta do carro apertando um botão no painel eletrônico do carro, ela entrou sorridente.

- Demorei muito? – Perguntou divertida.

- Imagina. – Disse irônico, ligando o carro.

- Foi mal, mamãe estava me perturbando sobre minha roupa.

- Por quê? – Perguntei curioso

- Ela queria que eu fosse de vestido, fala sério né! – Eu sorri achando graça.

Krika e eu tínhamos nos tornado grandes amigos, apesar de nos conhecemos há pouco tempo, ela tinha se demonstrado uma ótima companheira, era engraçada, me dava conselhos e sempre estava lá quando eu precisava de um ombro, e o mais importante, me fazia entender melhor, ou pelo menos um pouco o universo feminino.

A galera toda já falava com ela, à única que não ía com a cara dela de jeito nenhum era a Gina, mais isso eu tinha percebido que era por puro ciúme. Krika não ficava nem aí, ela dizia que enquanto não a atingia, ela não ligava. Mas pra mim aquilo era só da boca pra fora, pois Krika parecia pra mim, uma garota carente de amizades, e aquela intriga com a Gina a afetava.

Outra coisa que tinha tornado-se engraçado era o fato da Krika ter passado a ter uma implicância muita esquisita com Draco. Os dois agora viviam de picuinha, ela achava ele egocêntrico demais, muito metido e o bambambam, como ela havia dito, enquanto Draco, achava a própria uma pirada, que não tinha nada na vida pra fazer a não ser implicar com ele. Era até cômico ver os dois se pegando na hora do intervalo na escola, e isso tudo tinha começado, só porque Draco brincando, tinha dito que todas as garotas do colégio eram caidinhas por ele, inclusive ela.

Krika ficou tão indignada na hora, que juro que pensei que meu amigo fosse apanhar na sala de aula, no meio da aula de química. Ela falou poucas e boas pra ele, e disse que nem em um milhão de anos ficaria atraída por ele, pois achava ele convencido demais. E foi assim que começou a grande e engraçada picuinha entre os dois.

- Pronta pra encontrar o grande amor da sua vida? – Falei a provocando.

- Pronto pra morrer antes de chegar à festa? – Ela respondeu me fitando com os olhos cheios de ira.

- Calma Princesa. – Sorri inocentemente, falando o apelido que sua adorável mãezinha tinha deixando escapar no dia que tinha lhe buscado na escola.

- Não vou nem ter o trabalho de te responder Potter! – Bufou irritada fitando a janela do carro.

- Ah! Você esta linda! – Exclamei. Ela realmente estava linda, no seu conjunto de calça jeans cheias de bolsos e blusa preta, curta me dando a visão de seu umbigo adornado com um piercing, um tênis branco com listras pretas e os cabelos todo arrepiando e as pontas mais vermelhas que sangue, uma boina negra e maquiagem leve. Parecia uma dançarina de Hip hop.

- Obrigada. – A ouvi murmurar ainda fitando a janela.

- Ah! Krika, fica com raiva de mim não, eu estava brincando heim arrepiada?

- Arrepiada é a tua bunda Harry. – Ela tentou dizer forma irritada, mais gargalhou em seguida, eu tinha sido perdoado.

- Pronta para a festa?

- Prontíssima.

E com isso seguimos o resto do caminho cantando as músicas da radio e eu com uma esperança dentro de mim, de quem sabe com essa festa aliviar um pouco o estresse.

N/A: Bom galerinha, mais um cap.

Quero pedir desculpa pela demora, mais a culpa não foi minha, fiquei sem pc e quem conversa comigo pelo msn, sabe que eu não dou as caras faz um tempo, é por esse motivo!

Ahhh! Também quero dizer que se vcs acharam erros de português, não me matem, pois minha beta quebrou o braço e eu não confio em ninguém pra betar! (Arinha fresca!)

E então, o que acharam do cap.? Gostaram? Foi fraquinho?

Eu gostei muito do começo, pois eu estava empolgada escrevendo, mais do meio pra cá, sei lá, acho que foi a minha gripe nojenta que não me deixou pensar, e eu acho que é por isso que to achando o cap. um verdadeiro lixo! Acho que devo esta exagerando, mais é o que eu acho! Mas eu espero do fundo do coração que vocês gostem dele!

Bom vamos as duvidas: As músicas, a da Shakira, que a Gina canta um trechinho, La Tortura, muito maneira, clipe melhor ainda. A Segunda, que o nosso gostoso Harry escuta e canta no carro, é da cantora que morreu tadinha, Aaliyah, o nome dela é assim mesmo e o nome da música, Try Again, muito maneira, quem viu o filme Romeu tem que morrer, sabe que música é essa. Ela passa no final do filme.

Bom quem deve esta se perguntando o que houve com o casal Draco e Gina, eu contarei no próximo cap.

Se o casal vai terminar? Num sei! (Arinha não pode revelar!)

Se vai ter NC de D/G? Sinceramente, acho que não sei! (Arinha com cara de maléfica!)

Harry e Krika vão namorar? Nãoooooooo, eu não criei a Krika pra essa finalidade!

Rony e Mione vão viver nesse mar de rosa? Claro que não, a vida não é perfeita!

Sr. Weasley sabe o casal H/G? Acho que nesse cap. eu já respondi essa pergunta!

O que o Sr, Weasley foi fazer naquela viagem misteriosa? Ahhh vocês acham mesmo que eu vou dizer? (rsrsrsrsrsrsrs – rindo de me acabar!)

Bom galerinha, respondi as perguntas mais freqüentes...

Não vou responder de novo aos reviews, porque eu estou usando um pc que não é meu e não vai dar tempo! É reviews pacas! (to reclamando não heim!)

Um big beijo pra galera do Fanfiction, Floreios e Borrões, Aliança 3 Vassouras, Legilimens, Potter Shelter e meu fofuxo Blog!

Ahhh, como a Arinha é muito legal, aí vai à tradução da música que o nosso Harry lindo e gostoso ouviu no carro.

Tente Novamente(Try Again)

Já faz algum tempo...
Nós não tínhamos que nos deixar,
Sem algo forte para continuar...

O que você faria
Para chegar a mim?
O que você diria
Para ter seu caminho?
Você desistiria?
Ou tentaria novamente?
Se eu hesitar
Para deixar você ganhar?
Ou você seria você mesmo?
Ou você representaria?
Dizer a todos (os garotos)...
Ou você manteria as coisas em segredo?
Se eu disser não...
Você dará as costas?
Ou me descartará?
Ou você ficará?

Se de inicio você não conseguir...
Recupere-se e tente novamente.
Você pode recuperar-se e tentar novamente.

Se de inicio você não conseguir...
Você pode recuperar-se e tentar novamente.
Recupere-se e tente novamente.

Eu estou na sua...
Você está na minha...
Mas eu não posso deixar ir...
Tão facilmente.
Não até eu ver
O que isso pode ser.
Será a eternidade...
Ou apenas uma semana.
Você sabe, nossa química...
Está solta
Está perfeito agora.
Mas pode mudar!
Isto não é um sim.
Isto não é um não.
Só faça o que tem ser feito!
E vamos ver como será!

Se de inicio você não conseguir...
Recupere-se e tente novamente.
Você pode recuperar-se e tentar novamente.

Se de inicio você não conseguir...
Você pode recuperar-se e tentar novamente.
Recupere-se e tente novamente.

Se você não quer jogar tudo fora
Pode ser tímido no primeiro encontro
Mas e o próximo encontro?

Se você não quer jogar tudo fora
Pode ser chato no primeiro encontro
Mas e o próximo encontro?


Beijinhos e espero um monte de reviews...

Amo todos vocês meu fofuxos...

Arinha

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