Prólogo



PROLOGO

14 de Novembro.

Oi, meu nome é Virginia Weasley e tenho dez anos, sou a mais nova dos Weasley’s, somos no total de cinco, ou pelo menos é o que eu achava até essa noite.
Tudo bem. Eu já desconfiava. Ele é muito diferente da gente; o único que não é ruivo, o único que não tem sardas, o único que usa óculos, o único que tem aqueles cabelos rebeldes. E ele e Rony fazem aniversário pertíssimo um do outro, a não ser que a mamãe tenha uma gestação diferente de qualquer mulher.
Isso realmente estava estranho.
Eu também tenho certeza de que ele desconfiava disso, só que Harry sempre foi muito fechado, e nunca comentou com a gente nada disso, pelo contrário, era como se ele já soubesse e não quisesse deixar nossos pais sem jeito, já que o “Patinho Feio” da família era ele, o diferente sabe? Não que a gente nunca tenha tratado ele com alguma diferença, não, isso nunca, sempre tratamos ele como um igual, como da família, é como eu disse pra ele hoje à noite; “Harry você é, e sempre vai ser meu irmão, não importa o que os outros digam... O que sempre implica comigo, o que perturba e enche o meu saco!!!”. Mas o que foi mais estranho... Foi por que eu senti que não estava dizendo isso com o coração e sim da boca pra fora, como se eu tivesse mentindo pra mim mesma, é um pouco sinistro o que eu vou dizer.
Mais hoje quando a mamãe disse pra gente que o Harry não fazia parte da nossa família, eu senti uma felicidade por dentro que realmente me assustou, por que eu estava tão feliz em saber que ele não era meu irmão? Nossa... Será que sou algum tipo de monstro que se diverte com a desgraça alheia? Porque, sinceramente, não entendi meu comportamento!
Acho que deveria procurar um profissional. Eu não devo estar muito bem da cabeça, não mesmo! Acho que quem ficou realmente traumatizado com isso fui eu, para ter sentindo essas coisas, que se vocês perguntarem o que é, nem eu saberia explicar, acho que estou doida mesmo. Doida varrida!
Ta bom, ta bom, chega de enrolar e vamos logo ao assunto, vou contar o que realmente aconteceu hoje mais cedo, bom essa história confusa começou mais ou menos assim...

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Estávamos, Rony, Harry e eu assistindo TV na nossa sala de vídeos, quando Harry comentou pela primeira vez o assunto.
- Vocês não acham que eu sou diferente demais de todos dessa casa? - Ele perguntou sem nos encarar.
- Porque isso agora Harry? - Perguntei olhando pra ele. “Ele sabe de alguma coisa...”.
- Eu acho Harry. - Rony falou fitando a TV, como se tivesse respondendo uma pergunta simples e corriqueira – Já perguntei até pra mamãe se você se parece com algum parente distante da gente, porque os próximos você não se parece com nenhum.
- RONALD! - Gritei com meu irmão insensível. – Deixa de ser anta, isso é coisa que se diga sua besta! - Virei-me para Harry e tentei diminuir a burrada que Rony havia feito. – Harry não liga para essa anta vermelha não, é claro que você se parece com a gente. - Ele continuou a me fitar como se eu tivesse um distúrbio sério, ou algum problema na vista, e mais uma vez tentei consertar esse erro.
- Harry, tudo bem que você não se parece fisicamente com a gente, isso ta mais do que na cara, mais .... bom... é ....você sabe, somos parecidos, por exemplo nos... nos ... OLHOS. - Gritei nessa parte, e Harry me olhou como se fosse louca.
- Olhos Gina, o que você quer dizer com olhos? - Harry me perguntou, enquanto isso Rony continuava a assistir TV, e nem parecia que nos ouvia.
- Bom nossos olhos são parecidos! – Sorri de maneira confiante para ele, tentando passar certeza no meu argumento.
- Gina você é daltônica? - Ele perguntou com a testa franzida. – Bom porque eu tenho os olhos verdes e você tem os olhos azuis! - Ele me explicou como se eu fosse uma retardada metal, e isso sinceramente me deixou irada.
“Isso é o que dá tentar ajudar”.
- Tudo bem sabe-tudo, porque então você não pergunta pra mamãe, hein gênio? - Perguntei de forma debochada.
- É isso mesmo o que eu vou fazer! - Harry disse decidido. Levantou-se e foi para a cozinha, onde mamãe se encontrava.
Deixei Rony na sala com sua preciosa TV e segui Harry. Chegamos à cozinha e mamãe se encontrava sentada à mesa lendo um livro de receita. Ela parecia bastante interessada, pois não percebeu nossa chegada.
Vi Harry se aproximar dela e sentar ao seu lado, mas mamãe continuava a folhear o livro.
Mas pude notar que ela se encontrava nervosa e tentava evitar olhar nos olhos de Harry.
“Será que mamãe ouviu nossa conversa?” Pensei de maneira desconfiada.
Harry abriu a boca para falar, mais mamãe disse de maneira rápida, interrompendo-o, sem párar de folhear o livro, agora, de forma mais rápida, como se a qualquer momento fosse arrancar as páginas.
- Harry querido, hoje eu e seu pai queremos ter uma conversa muito séria com você, depois do jantar.
- Tudo bem mãe, mas antes eu queria perguntar uma coisa...- Mais ele não conseguiu terminar a pergunta, pois mamãe o calou com sua resposta.
- Depois do jantar você pergunta o que quiser, agora vão se lavar, que eu já vou servir o almoço.
“Mamãe esta séria demais, o que será que houve, por que esse mistério todo?”.
Saímos da cozinha e fizemos o que ela havia nos pedido. Eu fitei Harry mais uma vez e percebi que ele estava preocupado e muito calado. Resolvi que era melhor não chateá-lo e fiquei na minha durante o almoço.
Achei melhor colocar meus deveres de casa em dia, Rony passou o dia treinando basquete com seus amigos da escola que tinham vindo aqui para passar o dia com ele e Harry, mas este por sua vez, não ficou com eles durante à tarde. Harry passou o dia inteiro em seu quarto, como se tivesse pressentindo o que estava por vir. A noite chegou logo e com ela, papai - que trabalha como advogado -, chegou reclamando de uns casos e quando encontrou mamãe na cozinha a casa caiu num profundo silencio.
Depois de um longo tempo papai apareceu na sala nos chamando para o jantar. O jantar inteiro foi feito em silencio absoluto, ninguém ousava falar, estávamos todos em expectativa. Bem... Nem todos; pois, Rony era o único que parecia esta longe do que estava acontecendo. Terminamos o jantar e papai chamou a gente para conversarmos no seu escritório.


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Estávamos Rony Harry e eu sentados no sofá e mamãe e papai em pé. Eles pareciam nervosos e como se não soubesse por onde começar, mamãe abria a boca pra falar algo, mais ela apenas movia os lábios, era uma cena até hilária, se não fosse uma situação estranha como aquela. Papai estava pensativo e parecia lutar contra algo dentro dele para começar aquele dialogo.
Mais enfim não foi nenhum dos dois que interrompeu aquele silencio cruciante e, sim Harry que parecia ter se enchido de coragem para perguntar o que vinha atormentando ele há muitos dias.
- Não sou filho de vocês, não é? - Ele perguntou olhando para nossos pais muito sério.
- Harry, primeiro de tudo; O que eu tenho para te contar é uma coisa muito séria. E que talvez você nos odeie por isso. - Papai falou sério, enquanto mamãe se desmanchava em lágrimas.
“Ihhhh caraca, o negócio é sério mesmo!!”
Ninguém ousava falar, naquele momento só se ouvia o choro de mamãe, e papai parecia pensar em como começar o assunto, até Rony que não estava demonstrando atenção nenhuma no assunto, agora parecia hipnotizado por aquela cena perturbadora.
Harry continuava sentado ao meu lado e respirava calmamente.
“Como ele consegue ficar assim? Calmo desse jeito?”.
No momento que papai abriu a boca para contar toda a verdade para Harry, se instalou um clima super tenso naquele escritório. Parecia que uma bomba fosse explodir a qualquer hora.
Papai e mamãe pareciam que estavam sentido o medo mais terrível que poderia existir, pois pareciam medir tudo que falavam.
Contaram-nos como conheceram os pais de Harry, como nasceu à amizade entre eles, como nossas mães eram amigas, e que Harry ficava sempre aqui em casa quando seus pais tinham que viajar a negócio. Mais um dia particularmente triste, eles deixaram Harry aos cuidados de mamãe, para viajar e resolver uns problemas no Japão, já que eles eram empresários de uma multinacional, mais seu vôo nunca chegou ao seu destino, pois o avião caiu, e mamãe resolveu com papai que iriam cuidar de Harry como se fosse um Weasley. Lhe dariam amor e cuidariam de sua educação, e quando tivesse atingido a maturidade, poderia fazer o que quisesse, já que seus pais deixaram uma enorme fortuna como herança em seu nome.
No final do relato mamãe lhe entregou um álbum que continham fotos de seus pais e dele quando pequeno, e pude ver também que tinha bastantes fotos de meus pais com a família de Harry.

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Agora você deve esta se perguntando qual foi à reação de Harry, ao saber como sua história era trágica e terrivelmente terrível, não? Bom... Ele continuou sério e pensativo, como se seu cérebro estivesse lento e tivesse uma dificuldade muito grande para processar tudo aquilo que tinha ouvido. Enquanto eu fazia uma força tremenda para não chorar, pois mamãe estava fazendo isso por toda família. Harry continuava sério e parecia que não estava também no planeta Terra. Até Rony estava chocado com as revelações daquela noite, e quando a gente achou que nada fosse acontecer... Harry se levantou de seu lugar e abraçou mamãe que quase desabou de tanta emoção no sofá, pude ver que ele lhe falava algo em seu ouvido, mais não deu pra entender, a única coisa que se ouvia naquele escritório era mamãe lhe dizendo quanto o amava, e que nada ia mudar, pois ela o amava mais que tudo, como um filho. Harry também abraçou papai e agradeceu por ter contado a verdade, e lhe disse que não estava com raiva, pois sabia que eles não tinham contado por mal.
E assim foi que Harry descobriu tudo.
E foi para seu quarto, para chorar, você deve esta se perguntando?
Sinceramente não sei responder, pois eu não tive coragem de ir até ele naquele momento, não que eu não tivesse curiosa pra saber sobre sua opinião e tudo mais, mais queria respeitar um pouco a privacidade de meu irmão...
Bom, eu sei que isso não foi uma história muito boa para se começar um diário, mais o que aconteceu com a minha vida hoje, eu precisei contar nessas linhas, tudo bem que eu posso ta sendo um pouco dramática demais, e que o Harry provavelmente deve ta sofrendo mais que eu nessa história, mais o que eu realmente quero falar nessas linhas, é o pequeno mais muito conturbado dialogo que tive com ele depois desse rolo todo, porque foi tão estranho e eu estou seriamente pensando em arrumar as malas e me mudar para marte. To tendo pensamentos totalmente incabíveis com o meu irmão. Tudo bem, ele não é meu irmão, mais nos fomos criados juntos desde bebê, e sinceramente as idéias que estão passando nesta minha cabeça de bagre estão me assustando, me diz como uma criatura pode ficar feliz com uma situação dessa, quando ele esta tão triste? Pois é diário, eu estou feliz, e simplesmente não sei explicar essa felicidade no meu peito. É como se eu tivesse tirado de cima das minhas costas todo o peso do mundo. To me sentindo a pessoa mais horrível da face da Terra, daquelas bem intragáveis, que você não agüentaria nem olhar na cara, porque ela é tão suja e baixa que não merece nem um olhar, o que diria respeito... Ta bom, eu estou sendo dramática de novo, então eu vou logo ao dialogo para que você possa entender.

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Eu não estava conseguindo dormir aquela noite, pois meu cérebro ainda estava trabalhando a mil por horas, por causa daquela mesma noite. Como já estava cansada de ficar mudando de posição na cama, e também estava com medo de abrir um buraco no centro dela, resolvi assaltar a geladeira.
“Quem sabe assim eu não tenho uma overdose de comida, se é que isso exista. E eu não caio dura na cama e consiga dormir”. Desci da cama, e nem me preocupei em colocar o robe. E estava de camisola, mais não tinha problema, todos estavam dormindo naquelas alturas.
Abri a porta e dei de cara com o corredor vazio me esperando, encostei a porta do meu quarto e me dirigi ás escadas e tentei fazer o máximo para não fazer barulho, pois sabia que se mamãe me pegasse seria bronca na certa.
Descia as escada nas pontas dos pés, e me peguei pensando: “Gina seria bom você fazer um curso de ninja, garota”. Tive que me segurar com meus pensamentos para não rir, pois estavam cada vez mais doidos.
Quando enfim cheguei ao meu destino; a maravilhosa cozinha, dei de cara com Harry que estava sentado em cima da mesa, com um copo de água na mão e os pensamentos longes. Ele nem sequer percebeu minha chegada, e isso me deixou com um pouco de pena dele.
Resolvi puxar assunto para ver se tirava àquela cara triste dele.
- Ta assaltando a geladeira da mamãe de novo Harry? - Eu sorri passando diversão em meus olhos pra ele.
Ele me fitou muito sério, e disse depois de muito tempo me avaliando, como se tivesse pensando mil vezes antes de se abrir pra mim.
- Eu sempre soube Gi... Eu sabia que não fazia parte da família...- O resto eu não permiti que ele falasse mais, pois não era isso que a gente achava, bem pelo menos eu não.
- Harry você é, e sempre vai ser meu irmão, não importa o que os outros digam... O que sempre implica comigo, o que me perturba e o que me enche o meu saco. Não fica pensando nessas besteiras não. - Eu o abracei e não esperei por resposta alguma, pude sentir sua respiração pesada na minha nuca, parecia que estava fazendo muita força para não chorar.
- Obrigado, Gi. - Ele se soltou do meu abraço e me olhou nos olhos profundamente – Eu amo você. - Ele sorriu e eu engoli em seco, senti que minhas bochechas estavam ficando vermelhas e tive que fazer um esforço muito grande para que não ficassem da cor de um tomate maduro. Também não pude evitar de pensar no que ele tinha acabado de me dizer.
“Oh meu Deus, ele disse que me ama... Mas espera ai. É claro que ele me ama, ele é meu irmão e eu também o amo. Que tapada! Mas, então por que estou tremendo? Por que estou com esse frio horrível no estomago e to mais vermelha do que meus cabelos? Maldição! O que esta acontecendo comigo, por que de uma hora pra outra eu senti uma vontade imensa de beijá-lo? Ai minha mãe do céu, eu to doida, é isso, eu enfim enlouqueci, meu pobre irmão ta aqui na frente todo frágil e eu aqui louca pra beijá-lo. Por favor, alguém me da um tiro, taca uma pedra, qualquer coisa na minha fuça, EU SOU HORRÍVEL...”.
- Eu...eu...- “Fala alguma coisa sua besta, anda fala...” – Eu também te amo muito mano. - “Ufa! Consegui, não foi tão terrível, foi?”.
Soltei-me de seu abraço, pois estava morrendo de medo de que ele percebesse algum movimento suspeito meu, e tentei disfarçar o meu rosto corado, indo procurar alguma coisa na geladeira.
Quando me virei para falar com Harry novamente, ele já tinha ido embora para seu quarto. Perdi totalmente á vontade de comer algo e só tomei um copo de água e voltei pro meu quarto.

*********************

Pronto, isso foi tudo que aconteceu, agora me diga, eu não sou uma pessoa abominável, terrível, horrível e outras coisas mais?
Tudo bem, talvez você deva estar achando que estou fazendo uma tempestade no copo d’água, mais é que eu realmente estou me sentindo desse jeito, e não posso evitar. E por favor, me dê um crédito. Eu tenho apenas dez anos e toda garota da minha idade é dramática. Pelo menos é isso o que mamãe vive me falando.
Okay que em outros assuntos eu sou muito madura, mais ao que diz respeito ao coração, eu sou um desastre. Mas espera ai... Que assuntos de coração?
Não, isso não está certo, eu devo tirar isso da cabeça, antes que alguém perceba e me interne num sanatório.
Acho que vou dormi, porque amanhã tenho aula e o dia parece que vai ser longo.

Virginia Weasley.




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