CAPITULO 12



CAPITULO XII

- O QUE SIGNIFICA ISSO? – Ouvi mamãe gritar histérica ao lado de Sirius.

Senti que todo meu sangue tinha fugido do meu corpo. Não esperava que mamãe me pegasse ali daquela forma. Meu coração batia a mil e queria desesperadamente sumir do planeta.

Harry não parecia melhor do que eu. Estava tão pálido, que em minha opinião estava quase se igualando a mármore. A expressão aterrorizada dele faria qualquer um rir, mas a situação não permitia tal ato. Na certa se ele fizesse algo desse tipo, perderia a cabeça de forma nada bonita, a julgar pelo olhar de mamãe.

- ANDEM... ESTOU ESPERANDO! – Ela gritou se aproximando da gente, nos encolhemos com medo dela, sem saber o que dizer.

Mamãe estava a nossa frente; podia sentir sua respiração quente sobre nós, respiração descontrolada, o rosto vermelho, olhando de Harry para mim, de um jeito que me fizera perguntar se aquela realmente era minha mãe. Ela estava irreconhecível, nunca a tinha visto tão descontrolada como agora.

- Calma Molly, você está muito nervosa. – Sirius tentou nos ajudar, se juntando a ela.

- VOCÊ NÃO SE META SIRIUS! – Ela gritou mais escandalosamente.

- Mamãe... – Eu arrisquei cheia de medo, já que Harry parecia ter engolido a própria língua.

- VOCÊS POR ACASO TÊM NOÇÃO DO QUE ESTAVAM FAZENDO? DA TRISTEZA QUE ESTÃO ME DANDO? DO PECADO QUE ESTÃO COMETENDO? – Mamãe falava de forma tão dramática que chegava a dar raiva. Harry se encolhia a cada investida de dela e aquilo me deixava mais indignada.

- Mamãe... – Tentei mais uma vez, mais ela parecia está manifestada; gritava sem parar, atraindo olhares de curiosas pra gente.

- Se a senhora puder nos escutar... – Escutei Harry tentar também uma comunicação, mas aquilo realmente estava difícil.

- EU CRIEI VOCÊ. – Ela virou para Harry o encarando, quase que espumando. – TE DEI CARINHO, ATENÇÃO, AMOR INCONDICIONAL. – Cada palavra dela, parecia machucar cada vez mais Harry. – E É ASSIM QUE VOCÊ RETRIBUI O QUE EU LHE DEI? ME TRAÍNDO? – Percebi que Harry ficou arrasado com as palavras de mamãe.

- Molly, por favor... – Sirius tentou inutilmente.

- MEU DEUS, VOCÊS SÃO IRMÃOS! – Escutei mais outro berro escandaloso de mamãe. E ouvir aquilo pra mim foi a gota d’água.

- NÃO SOMOS IRMÃOS MAMÃE! – Gritei nervosa, não agüentando mais toda aquela pressão.

PLAFT! – Mamãe me deu um tapa totalmente fora do controle. Meu rosto explodiu numa dor muito grande, sentia a bochecha arder como se tivesse acabado de queimá-la. Meus olhos lacrimejaram de dor.

Silêncio.

Foi algo tão inusitado, que ninguém ousou falar nada. Mamãe tinha acabado de me bater. Parecia que eu estava vivendo numa dimensão paralela. Algo completamente anormal. Sirius tinha a boca aberta em espanto, Harry a olhava com a expressão muito estranha, como se estivesse com raiva e chocado ao mesmo tempo.

Vi de relance que ela me olhava com a cara totalmente abismada, como se não acreditasse no que tinha acabado de fazer. Ela ergueu as mãos em espanto. Abria e fechava a boca, como se as palavras tivessem perdido o caminho até a mesma.

Senti os braços de Harry me envolvendo, num abraço reconfortante. E me deixei descansar o rosto em seu peito, triste com a atitude de mamãe. Minhas lágrimas de mágoa escorreram do meu rosto, enquanto eu sentia o rosto ainda arder por conta do tapa.

- Eu não sou seu filho. – Escutei Harry dizer e ergui o rosto para olhá-lo e ver a reação de mamãe com aquela afirmação.

Notei que ela não esperava aquelas palavras dele. Seus olhos estavam lacrimejando, e ela o olhava com muita tristeza.

- Vou agradecer pelo resto da minha vida, o que a senhora fez por mim. – Harry falava calmamente, enquanto mamãe começava a tremer. De raiva? Eu não saberia dizer. – Mas a senhora tem que entender que Gina e eu não somos irmãos. – As lágrimas começaram a escorrer dos olhos dela. – Sei que me criou como seu filho, mas não sou seu filho.

- É... você não é. – Ouvimos ela falar com a voz embargada. – Você realmente não é meu filho.

Novamente ficamos em silêncio. Eu continuava abraçada a Harry, e este sustentava o olhar em direção a mamãe. Sirius parecia desolado ao lado dela, como se estivesse sentindo a dor do afilhado.

- Vamos Sirius, eu não tenho mais nada pra fazer aqui. – Pronunciou as palavras meio enroladas, mamãe parecia controlar com muita força e determinação o choro.

Ela e o padrinho de Harry se dirigiram ao carro do mesmo. Ele nos encarou por um tempo, e logo em seguida deu a partida no carro e foi embora nos deixando ali no estacionamento, mais pra baixo que qualquer coisa.

Afundei meu rosto de novo no ombro de Harry e o senti me abraçar. Aquilo foi bom, ele me passava força. Me sentia protegida, como se nada de mal pudesse me acontecer em seus braços. Ele se distanciou um pouco de mim e me olhou nos olhos.

- Sinto muito. – Falou me fitando e acariciando o lugar onde mamãe tinha batido. – Está doendo muito? – Perguntou preocupado.

- Mais ou menos. – Fiz uma careta, quando senti os dedos dele passar por cima da área dolorida. – Só quero sair daqui, e esquecer por enquanto o que aconteceu. – Ele concordou comigo.

- Vamos sair daqui então. – Senti sua mão nas minhas costas me direcionando a saída do estacionamento.

- Harry, não quero ir para casa. – Falei o encarando triste. Nunca imaginei que as coisas tomariam aquele rumo.

- Não iremos. – Sorriu compreensivo. – Vou te levar ao meu lugar favorito. – Fiquei curiosa, mais não perguntei nada. Queria apenas sair daquele lugar e esquecer o que tinha acabado de acontecer ali.

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Eu tinha me despedido da Sr. Weasley, na recepção do hospital. Fiquei mais aliviada com as noticias de que Rony já estava fora de perigo. Todos pareciam estar agora relaxados e prontos pra dar um pouco de rumo nas próprias vidas, já que aquele acidente tinha feito um rebuliço na vida de todos.

Draco estava ao meu lado, continuava a ser gentil e aquilo estava me deixando um pouco apreensiva, sei lá, meu coração não parava de bater exageradamente, como se fosse pular para fora do peito, principalmente quando nos encarávamos. Era como se alguém desse uma pancada muito forte nas minhas costas, fazendo meu pobre coração bater na garganta.

Ele tinha insistido pra que eu aceitasse sua carona, eu no começo me neguei; muitas vezes por sinal, mas ele era insistente, e eu acabei cedendo. Afinal de contas, uma carona não iria me matar, não é mesmo?

Já estávamos a meio caminho de casa, e não tínhamos trocado nenhuma palavra, nem se quer um olhar. Estava me sentindo um pouco constrangida, pois naquele silêncio todo, a única coisa ouvida por mim, era meus batimentos cardíacos, que estavam mais desenfreados do que nunca.

Queria acabar com aquele silêncio, mas o meu medo de abrir a boca e falar alguma idiotice era enorme. Eu não sabia o motivo de está com medo dele, de falar com ele. Parecia que uma força invisível tomou conta de mim, me deixando como uma menina bobinha que tem medo de falar com rapazes bonitinhos.

Okay, quem eu quero enganar? Malfoy simplesmente não é um rapaz bonitinho, e sim um rapaz lindo, maravilhoso, todo bom, o cara sabe? Na boa, não dar para chamar esse deus nórdico de bonitinho, é até pecado!

Tentei disfarçadamente olhar para ele e me segurei bravamente na minha cadeira para não agarrá-lo. Seu jeito displicente de dirigir, segurando o volante com uma mão e com a outra segurando a marcha, é tão charmosa, que eu fico me perguntando, se ele tem noção de como fica absolutamente tentador dessa forma? Tudo bem, vocês provavelmente estão me achando maluca por achar um cara dirigindo tentador, mais eu tenho certeza que se algum de vocês estivesse no meu lugar, com certeza estariam babando como eu! A visão é privilegiada demais para não babar. Sem contar que ele está de óculos escuros, mesmo sendo inicio de noite, não deixa de ser charmoso, e eu não saberia dizer se são os óculos que lhe caem bem ou se é ele que cai bem nos óculos?

- Sabia que é muito desconfortável pra mim, quando uma pessoa fica me olhando insistentemente? – Ele falou sem tirar os olhos da estrada.

“Ó maravilha... Era tudo o que eu queria; ele perceber que eu não consigo nem por um minuto parar de olhá-lo. Será que se eu me jogar por essa janela, ele irá notar? Ô Mico meu Deus!”

- Não estou te olhando. – Fiz um esforço enorme para passar credibilidade, mas devia estar muito aparente que eu estava mentindo, pois ele sorriu de canto e eu quase arfei, quase.

- Claro; provavelmente você está olhando meus óculos e os achando bonito? – Ele perguntou ironicamente.

- É... é exatamente isso. – Mergulhei na desculpa, na maior cara de pau. – Seus óculos realmente são muito lindos.

- É os óculos que são lindos, ou o dono dos óculos? – Draco perguntou me fitando profundamente, já que tínhamos parado num sinal. Senti a face queimar, mas não ia demonstrar fraqueza. Ahhh! Isso eu não ia mesmo.

- Você não tem espelho em casa? – Perguntei debochada.

- Por quê? – Ele perguntou divertido.

- Possivelmente não tem, já que se acha lindo. – Falei falsamente; juro que vou ganhar um prêmio de melhor mentirosa.

- Respondendo a sua pergunta Krika, eu tenho sim um espelho. Um não; vários, por exemplo, tenho um no teto acima da minha cama; muito útil, pra sua informação. – Ele exibiu um sorriso muito safado e eu senti meu rosto arder de novo.

“Tarado!”

- Pois você devia prestar mais atenção no que esse espelho está refletindo Malfoy. – Falei malcriada.

- Eu presto Krikinha, você não imagina como eu presto atenção nos reflexos desse espelho. – E com isso ele desviou de mim e voltou a atenção a estrada, pois o sinal tinha aberto.

Fiquei com a boca escancarada. Ele realmente tinha dito o que eu tinha entendido? Deus, mas aquele garoto era mais tarado do que eu pensei. Um tarado gostoso, mais mesmo assim tarado. E muito atrevido, como ele ousava falar aquilo pra mim? O infeliz parece que adora me desconcertar! Me deixar nervosa e com o rosto todo vermelho.

Continuamos mudos o resto do caminho, novamente pra variar, eu não me atrevia mais a olhar para a cara dele. Primeiro: não queria que ele se gabasse por eu não conseguir controlar meus hormônios e babar por ele. Segundo: não estava a fim de bater boca de novo com ele e acabar ouvindo o que eu não queria, ou seja, que ele é muito bom amante e eu estou louca pra comprovar!

Quando chegamos em frente a minha casa, eu me pus a tentar soltar o cinto de segurança, pra sumir logo de vez daquele carro.

- Valeu pela carona. – Respondi nervosa tentando soltar o cinto, mas este parecia preso, e minhas mãos tremidas me traíam e só dificultavam as coisas.

Soltei um risinho nervoso, quando vi que estava ganhando uma tremenda surra do cinto, que não abria por nada nesse mundo. Parecia sacanagem.

- Deixe-me ajudá-la. – Ouvi a voz de Draco e nem tive tempo de tirar minha mão da trava do cinto. Logo senti sua mão fria em cima da minha.

Senti um choque lento subir pela minha mão, passando pelo meu braço e se espalhando pelo corpo de forma vagarosa e tremendamente excitante. Engoli em seco quando senti ele apertar minha mão, de um jeito delicado e protetor. Tentei puxá-la mais não consegui, ele prendia minha mão abaixo da sua, e aquilo estava me deixando mais nervosa e febril, pois meu corpo esquentou consideravelmente.

- É assim que se faz. – Escutei a voz dele rouca, e depois os dedos dele pressionando o meu no botão da trava do cinto. Ouvi um “click” e o cinto abriu.

- Obri-gado. – Falei meio engasgada, pois ele não parava de me olhar.

Ele não respondeu. O mundo parecia que tinha parado ao nosso redor. Minha boca estava tão seca que eu lambia os lábios a cada cinco segundos, minha mão já estava formigando embaixo da dele. Vi-o levar sua outra mão aos óculos e tira-lo bem devagar, e aquilo tinha sido minha perdição. A visão de seus olhos cinza, como ferro derretido, fez minha estomago da uma volta de 360º graus e congelar rapidamente.

- Acho... acho que... – Eu não sabia o que falar para sair daquela situação. Estava dividida demais, por um lado, queria correr dali e pelo outro queria provar aqueles lábios tão tentadoramente lindos.

Enquanto eu tentava achar uma saída na minha cabeça confusa, senti a mão de Draco, que tinha soltado a minha, deslizar pelo meu rosto. O olhei assustada e comecei a respirar pesadamente, mesmo que eu não quisesse, meus olhos foram fechando, como se uma força mais forte que eu os comandasse. Ele acariciava meu rosto com seus dedos frios, meu corpo inteiro estava arrepiado, e quando eu pensei que não fosse sentir mais nada, vi meu corpo quase explodir quando ele passou de leve o polegar nos meus lábios.

Não consegui segurar o suspiro, abri meus olhos lentamente e vi Draco olhando pro meus lábios de um jeito que fez todo meu corpo entrar em ebulição. Ele parecia desesperado para me beijar, e eu com certeza estava tão desesperada quanto ele.

Eu continuava na mesma posição, mais Draco não, ele se aproximava lentamente de mim, deslizando a mão para minha nuca, e quando dei por mim, estava sentindo os lábios macios do louro nos meus.

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Leveza. Acho que essa era a palavra ideal para descrever o estado do meu coração, pois nesse momento ele se encontrava leve, o peso do desespero tinha saído e só eu sabia como era bom, respirar sem sentir vontade de morrer. Eu sei que posso estar sendo um pouco dramática, mas antes de receber noticias de Rony, o amor da minha vida, eu estava sentindo dor. Dor ao respirar, dor nas batidas fracas do meu coração, dor na cabeça, dor nos olhos de tanto chorar. Dor nos lábios de tanto os morder, por estar nervosa pela falta de notícias. Dor na alma por não poder estar ao seu lado e segurar sua mão. Eram tantas dores que estava difícil descobrir qual me machucava mais.

Estava louca de vontade para estar ao lado dele, mais as visitas ainda não eram permitidas, de acordo com o médico, Rony só poderia receber visitas amanhã, e por pouquíssimos minutos e só os familiares.

Não conseguia guardar a ansiedade. Queria muito vê-lo, tocá-lo, sentir sua pele, tocar nos seus cabelos. Tinha tantas saudades, que parecia que eu não o via a séculos, nem parecia que a gente tinha ficado junto aquela manhã.

Vi pelo vidro da sala de espera que mamãe conversava com o Sr. Weasley, este parecia mais aliviado, não chorava mais e nem estava com aquelas linhas de expressões fortes marcando o rosto dele. Parecia até mais alegre, e eu conseguia até ver ele sorrindo com alguma coisa que mamãe dizia, não era gargalhadas, mas já era alguma coisa.

Encostei a cabeça no encosto da cadeira onde eu estava sentada, e fechei meus olhos me permitindo descansa-los um pouco. Estava com fome, e com um pouco de sono, mas nada me tiraria daquele hospital, estava disposta a ficar lá até que Rony acordasse.

- Filha? – Escutei a voz de mamãe. Abri os olhos para encará-la. – Vamos pra casa, você precisa descansar.

- Não mamãe, eu quero ficar. – Respondi sentindo os olhos pesarem, aquele dia realmente tinha me castigado, me sentia morta de cansaço.

- Hermione, você mal se agüenta, minha filha. – Ela tentou mais uma vez. – Vamos e amanhã cedo eu te deixo aqui no hospital.

- Mamãe...

- Por favor, minha filha; ficarei preocupada com você. – O olhar que ela me deu, me deixou sem alternativa, a não ser obedecer.

- Está bem mamãe, mas amanhã eu venho correndo pra cá. – Ela sorriu pra mim concordando.

- Combinado então. – Sorriu pra mim parecendo aliviada.

Despedi-me do Sr. Weasley e acompanhei mamãe para fora do Hospital, rumo ao estacionamento.

E o que eu mais ansiava naquele momento era dormir, nos braços do meu ruivo na minha cama fofinha. Bom, pelo menos eu iria cumprir metade daquele desejo, e infelizmente não seria a metade que eu mais queria.

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Magnífico.

Essa de fato ela a palavra que descrevia o local em que eu me encontrava no exato momento. Nunca tinha vindo aqui, nem sabia de sua existência. Tudo parecia ser tão perfeito, tão delicado, como se a qualquer momento fosse se desmanchar, sumir, acabar.

Parecia um local turístico. Sabe aquele tipo de local que os turistas tiram foto, por sua paisagem? Pois é, o local era exatamente assim. Lindo e majestoso, e o melhor, completamente inabitável.

Uma área grande, com muitas árvores; uma vista panorâmica de quase toda cidade, e pra completar, quase toda a nossa volta continha flores, de todos os tipos possíveis. Em árvores, em pequenos arbustos, no chão, por todo quanto que a gente pudesse enxergar. Mesmo que estivesse um pouco difícil por estar escurecendo. Mas Harry parecia habituado a andar por esse novo local, o vi indo a uma parte do lugar um pouco afastado, me deixando ali na clareira, de onde eu podia ver o céu, estava com um pacote nas mãos, um lanche que tínhamos comprado pra forrar o estomago.

Enquanto segurava nossos lanches, comecei a ficar preocupada por estar no meio do mato com Harry, não por estar com ele, e sim por ser perigoso, poderia ter qualquer um escondido por entre aqueles matos, pronto pra assaltar, ou quem sabe pior.

- Harry, o que está fazendo? – Perguntei quando o vi se abaixar perto de uma árvore.

- Só um minuto. – A curiosidade estava me matando.

Tentei espiar de onde eu estava, mais não conseguia ver nada, por dois motivos, um ele estava bem de frente, me impedindo de ver o que ele estava tramando, segundo, estava escuro, ainda não era noite completo, mas ali já estava escuro.

- Achei! – Ouvi ele pronunciar eufórico.

Vi ele vindo em minha direção com uma espécie de manta e uma lanterna na mão, daquelas que a gente pendura em casa pra caso de perda de energia. Parecia mais um abajur moderno, do que uma lanterna.

- De onde você tirou isso? – Estava mais curiosa, depois disso.

- Sempre venho aqui pra espairecer um pouco, a manta e a lanterna são minhas. - Ele explicou enquanto forrava a manta escura no chão.

Assim que forrou o chão com a manta, e colocou a lanterna de modo que ela iluminasse ao nosso redor, ele me convidou pra sentar ao seu lado. Sentei e foi como se só agora eu começasse a me dar conta que estava completamente sozinha com Harry, no meio do mato, sem viva alma para nos interromper em qualquer coisa que fizermos. Só o fato de pensar que poderemos fazer algo mais, mais... Deus! Já me deixa com a face quente.

- Você está com fome? – Fui sugada de volta dos meus loucos e impuros devaneios.

- Pra falar a verdade não. – Tinha falado a verdade, eu ainda não conseguia comer, estava agitada demais.

- Certo, então irei deixar nossos lanches aqui do lado, caso tenha fome. – Balancei a cabeça concordando.

O silêncio pairou ao nosso redor, eu parecia que tinha engolido a língua, e Harry aparentava estar nervoso demais para puxar algum assunto.

Era tão estranho estar com ele, sozinha, depois de tudo que já houve com a gente. Tanta coisa já aconteceu, tantas brigas, tantos beijos roubados, tantos suspiros contidos, tanto desejo acumulado, tanto amor...

- Meu pai, me deixou o endereço desse local, naquele álbum que ganhei no dia que me contaram tudo. – Arregalei meus olhos, perplexa. – Desde então vem sendo meu local favorito, sempre venho aqui pra colocar as idéias no lugar. – O olhei mais atentamente e pensei comigo mesma, quantas garotas ele devia ter trazido ali. – Você é a primeira pessoa que trago aqui. – Por mais que eu tentasse não consegui conter o sorriso que se formou em meus lábios.

- Verdade?

- Uhum. – Ele respondeu correspondendo o meu olhar.

Senti o corpo tremer, mais não era de frio, estava quente, muito quente naquele local pra sentir frio.

- Me sinto extremamente culpado pelo o que houve... – Não deixei que ele terminasse, lhe calei com um beijo.

- Eu quero esquecer esse assunto hoje, apenas quero ficar com você. – Pude ver que Harry não esperava por isso.

Novamente não lhe dei espaço nem tempo para expressar sua opinião, o agarrei pela gola de sua blusa e o puxei para junto de mim, o envolvendo com a minha boca, num beijo quente e desejoso.

Escutei um gemido baixo quando invadi a sua boca, com a minha língua lhe explorando, lhe acariciando, o puxei mais ainda e senti o peso de Harry caindo levemente sobre o meu corpo, sem deixar de nos beijar nem um minuto.

Deitei na manta com Harry em cima de mim, eu estava enlouquecida de prazer, desejo, queria muito lhe arrancar as roupas, senti-lo dentro de mim, a saudade que eu tinha de seu corpo fazia o meu gritar pelo dele.

Subi sua blusa lentamente, arranhando o local descoberto com minhas unhas, fazendo o moreno grunhir. Delirei de prazer, quando ouvi o barulho lhe escapando pela garganta, abafado por conta de meus lábios, que estavam ainda colados nos dele.

Puxei sua blusa mais pra cima, desgrudei minha boca da dele, e lhe passei a camisa pela cabeça, a largando do lado da gente. Meu corpo parecia o próprio vulcão em erupção. O corpo dele estava quente em cima do meu, o prensando, movimentando em cima de mim, imitando os movimentos sexuais. Se ambos estivessem nus, eu na certa estaria sendo invadida por ele. Já que os movimentos me faziam sentir o seu sexo pulsando sobre o meu, a molhando e deixando desesperada pelo dele.

Num movimento rápido me pus em cima dele, sentada por cima, com uma perna de cada lado de seu corpo. Harry fez menção de vim me beijar novamente, mais eu não deixei. O detive com minha mão aberta no seu peito; deslizei minhas mãos lentamente pelo meu corpo o provocando, e tirei minha blusa numa dança erótica, rebolando em cima dele e o torturando com o meu striptease.

Eu não estava usando sutiã, e pelo o que eu vi, aquilo só fez deixar Harry ainda mais louco de vontade. Peguei uma de suas mãos e levei ao meu seio direito e comecei a incentivá-lo a me acariciar. Não foi preciso muito, já que passados alguns segundos, Harry já me tocava de um jeito enlouquecedor. Meus mamilos estavam rígidos, meu corpo queimava; um calor cruciante, minha boca estava seca. O puxei para mim e lhe capturei os lábios novamente.

Nos beijávamos como se fosse a primeira vez, um beijo carinhoso, cheio de saudades, amor, paixão. Senti Harry trocar de posição comigo e ficar por cima de mim. Separou seus lábios do meu, mais foi apenas por um segundo, logo estávamos nos beijando novamente. Aquele beijo que fazia minha alma se aquecer, minha mente viajar, minha razão desaparecer.

Fazia tanto tempo que queríamos aquilo, tantas noites sem sono, tantos desejos reprimidos, tantos vontades contidas, tantos sonhos quentes, tantos banhos frios pra esfriar os ânimos...

A vontade me consumindo, me deixando com os pensamentos completamente insanos, comecei a abrir a calça de Harry rapidamente, louca de vontade que ele me possuísse logo.

- Você... Tem certeza? – Harry arfou ao me perguntar. Seus olhos brilhavam como duas labaredas.

- Como eu nunca tive em toda minha vida... – Murmurei junto com um gemido, que escapou dos meus lábios quando Harry tomou meus lábios novamente.

Rapidamente ele se livrou da calça que estava usando, e da cueca também. Engoli em seco quando o vi nu, de novo. Fazia tanto tempo. Vi ele levar as mãos a minha bermuda e depois olhar pra mim, como se pedisse permissão para o que ia fazer. Balancei a cabeça o incentivando e me vi ficando completamente nua de frente a ele, novamente.

Escutei quando ele puxou o ar com força, ele parecia extasiado em me ver daquele jeito, como se fosse a primeira vez. Cheguei a ficar com um pouco de vergonha, devido seu olhar tão minucioso em meu corpo.

- Você é linda. – Sorri ao ouvir aquelas palavras sair de sua boca.

Me derreti, e o puxei para os meu braços o envolvendo com minhas pernas. Eu o queria desesperadamente dentro de mim. Queria o sentir novamente. Mas dessa vez queria que tudo fosse diferente, e eu sabia que seria, pois agora, nós não estaríamos fazendo apenas porque o outro não agüentou e sucumbiu, e sim porque havia amor e desejo de ambas das partes.

- Me faz sua... só sua... de novo. – Sussurrei em seu ouvido, lhe arrepiando os pêlos da nuca.

Harry praticamente nem esperou eu terminar, me invadiu numa fome desesperada, e força. Quase que brutal, me deixando anestesiada de prazer. Soltei um gemido longo, não contava com aquela invasão inesperada e tão forte. Ele ergueu minhas mãos a cima de minha cabeça, as prendendo e começou a se movimentar dentro de mim, lentamente, me provocando.

Parecia se deliciar a cada lamuria ou gemido que eu soltava. Me capturava os lábios cheios de volúpia, me deixando cada vez mais a sua mercê. Meu corpo gritava pelo dele, querendo mais, cada vez mais. Movimentava meu quadril em direção a ele, nossos corpos se chocando, suando, transbordando prazer por todos os poros. Queria muito toca-lo, mais ele não deixava, continuava a segurar meus braços acima da cabeça. Não me permitindo abraça-lo, puxa-lo para se fundir mais a mim.

- Solta... solta... – Era a única coisa que eu conseguia balbuciar, em meio ao prazer que sentia.

- Não... quero... torturá-la mais... – Senti meu ventre entrar em combustão, ao ouvi-lo falar isso.

Eu não sabia explicar, mais o fato era que aquilo, estava me excitando mais. Esta em submissão estava me fazendo delirar, e Harry parecia saber, que aquilo me deixava louca. Enrolei minhas pernas em sua cintura o trazendo para mais perto de mim, querendo mais.

- Mas rápido, por favor... – Murmurei com dificuldade, já que minha respiração estava totalmente descompassada.

Mas os movimentos cessaram totalmente ao contrario do que eu havia pedido, abri os olhos e encarei os do Harry me olhando com um sorriso maroto nos lábios. Aquele sorriso que eu conhecia tão bem, o sorriso que ele sempre esboçava quando iria aprontar algo.

- Oh! Deus... – Lamuriei alto, quando senti o dedo de Harry brincando com o meu ponto sensível.

Ele agora movimentava-se lentamente dentro de mim, enquanto me tocava, ainda sem deixar de soltar meus braços. Aquilo estava sendo mais do que eu esperava; maravilhoso, melhor que qualquer coisa, sentia que iria explodir a qualquer momento.

- Acho... acho que vou explodir... – Soltei junto com um grito, quando senti a pressão de seu dedo na minha área erógena.

- Então explode pra mim meu amor.

E foi como se meu corpo lhe obedecesse, pois assim que ele terminou de falar eu me senti desfalecer em seus braços, extasiada de tanto prazer. O corpo inteiro formigando, a cabeça rodando e a sensação de leveza. Vi quando Harry tirou a mão do meu sexo e passou a se movimentar rápido, cada vez mais rápido, segurando meu quadril. Passado alguns segundos, foi a vez dele explodir dentro de mim, largando seu peso sobre meu corpo, e a respiração completamente desregulada.

- Uau! – Escutei Harry exclamar completamente sem fôlego e sem conseguir me controlar gargalhei. Gargalhei de pura felicidade.

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- PRINCESA DA MAMÃE!

Assim que ouvi a voz escandalosa de mamãe, empurrei Draco com toda força pra longe de mim e sai de dentro do carro dele como um foguete. Mamãe vinha correndo como uma adolescente, saltitando e sorrindo de braços aberta, pronta para me abraçar.

Corei loucamente com essa visão. Deus! Mamãe só me fazia pagar mico! Era castigo demais para um único ser humano!

Olhei de lado e percebi que Draco continuava na posição em que eu deixei. Me olhava como se eu fosse louca e aquilo só me deixava mais embaraçada. Quando vi que ele não iria embora, e que mamãe estava pertíssimo de nós, tratei de salvá-lo, antes que Dona Noelly Dawson o pegasse pra Cristo.

- Draco valeu mesmo pela carona, mas acho que você deve ir. – Ele balançou a cabeça concordando, mais parecia ainda está confuso com a situação. – Até mais.

- Até. – E sem falar mais nada ele ligou o carro e desceu a rua.

- FILHINHAAAAAAAAAAA! – Escutei um grito nojento no meu ouvindo, quase explodindo meu tímpano. – Quem era aquele gatinho?

- Que gatinho? – Perguntei me fazendo de desentendida.

- Aquele que está quebrando o seu pescoço? – Ela falou sarcasticamente. Corei de novo, pois eu estava quase quebrando meu pescoço mesmo, para ver o carro dele, fazer uma curva no fim da rua.

- Não é ninguém. – Caminhei rumo a entrada de casa.

- Ninguém bonitinho. – Escutei ela falar rindo.

- MAMÃE!

- Que foi? Eu não falei nada! – Falou cinicamente, e eu não pude deixar de rir, mamãe era realmente doida.

Mas uma coisa eu não podia deixar de pensar agora, como seria se mamãe não tivesse atrapalhado e o beijo tivesse rolado pra valer?

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No outro dia de manhã...

Acordei com uma disposição que eu não sabia exatamente da onde vinha. Levantei da cama, tomei um banho rápido, pus uma camiseta e calça jeans, e sai do meu quarto, louca de vontade de ver meu ruivo.

Encontrei mamãe e papai tomando café juntos, passei reto por eles, apenas lhe dando um bom dia e pegando uma maçã no caminho. Não queria me demorar muito. Eu queria chegar o mais depressa no Hospital, se pudesse eu queria será primeira a quem Rony veria assim que abrisse os olhos.

- Minha filha tome café direito. – Mamãe falou preocupada.

- Não tenho tempo mamãe. – Dei um até logo a eles e sumi da cozinha.

Passei no hall e peguei a minha chave que estava jogada de qualquer jeito em cima de um pratinho numa mesa perto da porta de saída.

Assim que sai de casa, fui recebida por um sol brilhante, que fez minha pele se aquecer. Meio que inconsciente abri um sorriso de felicidade. Caminhei para o portal de saída da minha casa, avistei um táxi, fiz sinal para ele parar e logo já estava indo em direção ao meu ruivo. Não agüentava mais de vontade de vê-lo.

Passados apenas uns dez minutos ou menos, chegamos ao hospital. Paguei ao taxista, e comecei a correr como louca rumo a entrada do Hospital. Chegando na recepção, passei direto em direção aos elevadores, já sabia do caminho. Assim que sai do elevador no segundo andar, vi que eu não era a única a está ali a espera que Rony acordasse.

Sra. Weasley também estava ali, ela parecia não ter dormido nada. Seus olhos estavam vermelhos e o rosto tinha uma expressão cansada. Contorcia as mãos umas nas outras como se estivesse nervosa. Mas nervosa de que? Senti o peito apertar de repente, será que tinha acontecido algo com o Rony? Corri desesperada pra perto dela.

- Sra. Weasley aconteceu alguma coisa? – Perguntei aflita.

- Oh minha querida! – Ela me envolveu em um abraço caloroso. – Meu Roniquinho acordou. – Senti a felicidade invadindo meu corpo e sem conseguir me controlar, comecei a chorar de alegria.

- Mas isso é uma ótima noticia. – Devolvi o abraço me sentindo aliviada por Rony está bem. – Será que podemos vê-lo? – Perguntei esperançosa.

- Quando acordou, eu estava com ele. Ficou muito assustado e confuso, por isso o médico achou melhor que eu saísse do quarto até que ele se acalmasse. – Me afastei de seu abraço e lhe fitei receosa. – Mas tenho certeza que quando estiver mais calmo você poderá vê-lo sim. – Sorri em agradecimento.

Passamos um tempo conversando sobre o estado de Rony. Sra. Weasley tinha me dito que estava com muita tristeza de ver o filho daquele jeito. Disse que estava bastante abatido, e careca, pois tinha raspado toda sua cabeça por causa da operação.

Enquanto conversávamos não percebemos a presença do médico que se aproximava lentamente da gente.

- Com licença. – Ouvimos o médico chamar nossa atenção.

- Dr. Norris como meu filho está? – Molly perguntou e eu prestei atenção no médico que parecia estar apreensivo.

- Sra. Weasley, primeiro quero que entenda que a pancada que Ronald recebeu na cabeça foi muita séria, e nesses casos sempre ocorrem pequenos problemas, que com o tempo podem voltar ao normal, dependendo do caso é claro. – O Dr. parecia cada vez mais nervoso ao falar e aquilo estava me agoniando.

- Do que exatamente o senhor está falando Doutor? – Ele me olhou profundamente, antes de puxar o ar com força e soltá-lo.

- Ronald está com perda parcial da memória. – Assim que ele terminou de falar eu não agüentei a força no meu corpo, minha pernas ficaram frágeis e eu desabei na cadeira que estava atrás de mim.

- Ele não lembra de nada? - Molly perguntou já em prantos.

- Ele não lembra de nenhuma pessoa que teve contato. Mas lembra de outras coisas, como ler e escrever. O que aprendeu na escola, dentre outras. Dizemos que é perda parcial, pois o paciente apenas não lembra dos parentes, amigos e nem de si próprio. – Senti o meu coração ficar apertado e meus olhos arderem. Rony não lembrava de mim, nem de ninguém? Aquilo doía.

- Mas ele não vai voltar ao normal doutor? – Mais uma vez Molly perguntou, com lagrimas escorrendo de seus olhos.

- Achamos que a falta de memória dele é temporária, pois nos exames que fizemos, não constou nada que pudesse deixá-lo daquela forma. O que temos que fazer agora é ter bastante paciência e esperar que ele lembre das coisas aos poucos. – Balançamos a cabeça concordando com ele, enquanto o doutor nos deixava sozinha.

Quando vi que ele estava se retirando eu corri e o alcancei, segurando seu braço.

- Doutor, será que eu poderia vê-lo? – Tinha uma esperança de que se ele me olhasse, talvez se lembre de algo.

- Talvez seja melhor deixar os amigos por último Srta.?

- Granger. – Completei pra ele. – Mas eu não sou amiga apenas, sou sua namorada. – Falei sentindo um aperto no peito. Eu sabia que não era mais sua namorada, mas se o médico me permitisse vê-lo com ajuda dessa mentira, eu poderia sustentá-la mais um pouco.

- Hum, certo. Levarei você então para vê-lo, mas apenas cinco minutos. E se ele se agitar, eu terei que pedir para sair?

- Tudo bem.

- Espero que você o ajude lembrar das pessoas. – Eu o ouvi falar e caminhar em direção ao um corredor oposto aos elevadores.

- Eu também tenho essa esperança. – Falei com o coração apertado.

- Só mais uma coisa, não o force a nada, pois isso pode ser prejudicial a ele. Terá que lembrar das coisas de forma natural e não forçada. – Concordei mais uma vez, entrando numa porta que ele tinha aberto para eu passar.

Senti meu coração parar de bater e a respiração ficar presa no meio do caminho. Deitado, com os olhos fechados, estava Rony. Seu aspecto estava longe daquele menino lindo e tão saudável que eu tanto amava. Estava pálido, os lábios roxos, uma faixa branca enrolada em sua cabeça, deixando uma parte de seu couro cabeludo a mostra, comprovando o que Molly havia me dito, que o tinham deixado sem nenhuma madeixa ruiva. Em sua face tinha uns arranhões, e em cima do supercílio direito um corte fechado com pontos. Meus lábios tremeram, e meus olhos doeram de vontade de chorar, mais engoli com muito esforço a vontade de chorar, não seria agora que demonstraria fraqueza, não agora que estava tão perto.

- Sr. Ronald, trouxe uma pessoa comigo que quer muito lhe ver. Uma amiga. – Pensei que meu coração fosse pular para fora do peito quando ele abriu os olhos e os direcionou para mim. – Vou deixá-la aqui um pouco para que possam conversar.

E assim o médico nos deixou sozinhos no quarto. Olhei para ele e percebi que continuava a me olhar, e aquilo fez meu corpo esquentar desesperadamente.

“Agora não, agora não...” – Minha mente gritou.

Caminhei lentamente para perto de sua cama e puxei uma cadeira para perto de seu leito. Sentei e fiquei sem saber o que fazer. Tinha tanta coisa que eu queria dizer; tanta coisa que tinha ensaiado, mais que agora não servia de nada. Não ajudaria absolutamente em nada, apenas pra confundi-lo mais.

- Desculpe, eu... eu não lembro o seu nome, e para ser sincero não lembro também de você. – Ele falou timidamente e uma lágrima teimosa escorreu dos meus olhos, a limpei rapidamente.

- Her-mione. – Falei com dificuldade. Estava mais difícil do que eu imaginei. – Meu nome é Hermione.

- Bonito nome. – Senti o ar faltar e levantei depressa lhe dando as costas, eu tinha que me controlar, por ele, eu tinha que me controlar, não podia ficar chorando e passando toda aquela fragilidade, aquilo poderia prejudicá-lo. – Desculpe falei algo de errado? – Ouvi perguntar e me virei para encará-lo, com as forças, um pouco mais reconstituída.

- Não, você não falou nada de errado Rony. – Vi que ele franziu a testa. – É assim que seus amigos íntimos lhe chamam. – Expliquei.

- Então somos amigos íntimos? – Mais do que isso. Senti vontade de dizer, mas apenas concordei. – Devemos ser mesmo, pois seu rosto me é familiar, percebi isso desde que te olhei. – Meus lábios se abriram num sorriso e mais lágrimas escorreram pelos meus olhos. Ele não sabia quem eu era; mas mesmo assim lembrava de mim, e aquilo foi melhor do que qualquer coisa. – Falei besteira de novo não é? – Gargalhei achando graça, ele tinha esquecido, mas continuava a mesma figura.

- Não, estou feliz apenas. – Respondi sorrindo e limpando as lágrimas.

- Você fica bonita quando sorri. Ainda mais quero dizer. – Vi que ele tinha ficado vermelho ao dizer aquilo, e para mim foi lindo vê-lo embaraçado.

O Rony antigo jamais ficaria corado ao me dizer aquilo, mais aquele novo Rony era tímido, diferente. Continuava com a sua personalidade marcante, as brincadeiras, mais parecia que quando se travava de sexo oposto, Rony estava bem mais tímido e quieto.

- Obrigada pelo elogio. – Falei sorrindo e percebi que suas bochechas coraram mais. – Infelizmente não posso dizer o mesmo de você, já que está careca! – Tentei descontrair um pouco o ambiente, brincando com ele.

- É eu percebi. – Falou rindo e eu senti minhas pernas bambearem. Era incrível o poder que aquele sorriso tinha sobre mim. – Como eram meus cabelos? – Perguntou curioso.

- Vermelhos. – Vi ele arregalar os olhos e ri de seu choque. Tratei de explicar melhor. – Você é ruivo, alias todo mundo da sua família é; você vai ver depois. E bem, seus cabelos eram grandes, não enormes pra amarrar e tal, mais eram grandes. Sabe, caiam nos olhos? Você costumava dizer que era seu charme. – Terminei olhando sua expressão, e para minha surpresa, percebi que ele estava corado de novo.

- E... eu... eu era? – Perguntou com a face vermelha fogo.

- Era o que? – Perguntei sem entender, tinha me distraindo com a timidez recente dele.

- Charmoso? – “Se era charmoso? Era até demais!”.

- Uhum. – Respondi sem encará-lo, agora a vermelha era eu, eu tinha certeza.

- Certo. – O ouvi respirar fundo e depois limpar a garganta. – E então como é minha família?

Sorri para ele lhe encarando de volta e começamos um pequeno dialogo, onde eu contava as coisas de sua família e via o ruivo rir a beça das minhas historias. O médico parecia ter esquecido de mim, e eu sinceramente não estava nem ligando para esse deslize dele. A única coisa que me importava no momento era ouvir o riso, e ver o brilho dos olhos do meu ruivo.

xxxxXXXxxxx

Abri os olhos devagar, mais logo os fechei devido a claridade. Tentei me aconchegar mais no lugar onde estava dormindo e percebi que estava abraçada a alguém. Pra ser mais exata eu dormia com o meu rosto em cima do peito de alguém. E ao lembrar disso eu sorri, e uma felicidade tomou conta do meu ser. Jamais pensei que estaria tão feliz, tão realizada, tão completa. Abri os olhos novamente tentando me acostumar com a claridade e ergui um pouco a cabeça para que pudesse ver o responsável por toda alegria que eu estava sentindo.

Ele estava ainda mais lindo, dormia serenamente, com um sorriso nos lábios. Os cabelos jogados em desalinho, por cima dos olhos e para todos os lados. Os lábios carnudos me tentando a devorá-los. O peito malhado subindo e descendo embaixo do meu rosto. A barriga tanquinho, estilo barrinha de chocolate, também subindo e descendo lentamente. Céus! Como um garoto podia ser tão lindo? Ele era perfeito demais. E era meu; só meu!

- Pode olhar, eu deixo, eu sei que sou incrivelmente lindo e você não consegue resistir. – Ele falou rindo, ainda de olhos fechados. Abri a boca sem conseguir dizer nada. O filho da mãe tava acordado? E eu aqui toda preocupada em não acorda-lo.

- Quer dizer que o senhor está acordado o maior tempão e nem pra me avisar? – Falei rindo e subindo em sua barriga, passando cada perna para um lado de seu corpo.

- Gosto de ver você babando por mim. – Falou rindo mais ainda enquanto abria os olhos. Senti-me embriagar com o brilho dos olhos verdes esmeralda dele.

- Ah é? Gosta de me ver babar? – Perguntei num tom perigoso que fez ele engolir as risadas.

- O que vai fazer, Foguinho? – Perguntou nervoso enquanto eu começava a rebolar em cima de seu sexo o provocando.

- Me vingar, por rir de mim. – Falei quase que gemendo, aquilo também estava sendo uma tortura pra mim, já que estávamos ambos nus.

- Isso não é vingança é privilegio. – Sorri maliciosamente pra ele.

- Dependendo de como eu fizer Senhor Potter, será sim uma vingança. Prazerosa, mais não deixará de ser vingança. – Dizendo isso, ergui meu quadril e o desci lentamente sentindo seu membro entrar por inteiro dentro de mim.

E como resposta; apenas tive um longo e gostoso gemido de Harry, que tinha segurando minha cintura e me empurrava de encontro ao corpo dele, delirando e tanto prazer.

Ele murmurava meu nome a cada investida que dava, a cada penetração, ele soltava uma exclamação de prazer. Levei minhas mãos aos meus seios e me pus a acariciá-los, ele olhava pra mim deliciado de prazer com o que estava vendo. Levei um dedo a boca e me pus a chupa-lo e vi os olhos verdes brilharem como labaredas de fogo. Sabia que aquilo o provocava, e eu queria provocá-lo.

Levei o dedo que estava chupando a boca dele, e passei meu gosto em seus lábios, o instigando. Só que eu não o deixava capturar meu dedo, sempre que ele vinha eu o tirava. Enquanto eu brincava com ele, eu rebolava em cima dele, o sentindo sair e entrar em mim.

- Ruiva... Pára de me provocar... Não brinca comigo... Isso não se faz... – Ele falou gemendo enquanto eu o arranhava com minha outra mão seu abdome.

- Você não viu nada, meu amor. – E com isso eu me abaixei e lhe capturei os lábios num beijo cheio de desejo e completamente sem pudor.

Invadi sua boca com minha língua e comecei a acariciar a sua com a minha. Levei minhas duas mãos aos seus cabelos e enterrei minhas mãos em sua nuca o trazendo mais para mim, enquanto eu ainda dançava em cima dele. Senti suas mãos deslizarem da minha cintura e pararem na minha traseira, me empurrando cada vez mais para ele. Entrando cada vem mais em mim. Invadindo-me de tesão.

Gemi loucamente quando ele mordeu meu lábio inferior. Senti que estava quase chegando ao meu auge. Meu ápice estava chegando, e de uma maneira avassaladora. Passei a movimentar cada vez mais rápido em cima dele, enquanto eu ouvi Harry Pedir cada vez mais.

- Não pára meu amor... não pára... – Harry falava enquanto fechava os olhos e mordia o lábio em total desespero.

Eu sorria, enquanto investia mais e mais. Era muito bom poder ver Harry se desfalecendo embaixo de mim, ainda mais por minha causa. Ergui meu corpo quando senti algo realmente quente crescer e sem eu conseguir conter explodir em meu ventre e se espalhar por todo meu corpo. Levei minha cabeça pra trás, passando as mãos em meus cabelos, tonta de prazer, enquanto eu sentia Harry chegar no ápice e tremer embaixo de mim, me dando as ultimas estocadas.

- Uau! – Exclamei dessa vez se m conseguir me segurar, e em resposta tive as gargalhadas de Harry enquanto me trazia para seus braços e cobria meus lábios com o dele.

xxxxXXXxxxx

Sabe quando você acorda e sente que devia ter continuado a dormir? Pois bem to me sentindo assim. To com tanto sono, parece que acabei de fechar os olhos e já esta na hora de levantar! Caramba! Será que o senhor dono do tempo acelerou o bichinho para as horas correrem ao invés de andar? Minha cabeça não processa nada alem de sono, cama, lençol e travesseiro.

Sigo em direção ao banheiro no corredor, mas escuto mamãe falar alegremente. De duas uma, ou a gente tinha visita ou mamãe ficou doida de vez e está agora falando com as paredes.

Morrendo de tanta curiosidade e não ligando nem um pouquinho pro meu visual “Oi eu sou o ser mais descabelado da face da terra!”, passei na mesa de café que tinha no meio do caminho e peguei um suco que já estava posto em um copo lá, caminhei para sala, bebericando o suco.

Mais dois passos e todo suco que estava quase descendo pelo meu esôfago, voltou com tudo e voou pro chão tamanho eram meu susto e desespero.

Ali sentado no meu sofá, ao lado de mamãe com um sorriso bastante zombeteiro estava Malfoy. Como se nada tivesse acontecido, enquanto mamãe lhe segurava a mão.

Engoli em seco com essa visão do inferno. Mais o que diabos estava acontecendo com o mundo? Aquilo só podia ser uma brincadeira, e muito da idiota!

- Será que eu poderia saber o que o senhor está fazendo na minha casa? – Perguntei com as mãos nas cadeiras.

E para minha surpresa, foi aí que eu percebi mais uma grande mancada minha. Eu tinha simplesmente ido pra sala com o meu pijama. Mais não se tratava de um pijama qualquer, e sim uma blusinha de alça, com uma calcinha que imitava uma cueca, com direito a aquelas costurinhas e tudo, mais não deixava de ser calcinha. Uma peça intima demais pro meu gosto pra estar na frente daquele louro aguado.

Só que como sempre eu não queria demonstrar que estava me sentindo embaraçada, e tratei de tirar toda vergonha da cabeça e continuei como se nada tivesse acontecido.

- Vai responder ou vai ficar olhando? – Perguntei mais uma vez, e para minha aflição ganhei uma olhada de cima abaixo do louro, quase tirando o pouco de calma que eu tinha.

- Acho que ficar olhando. – Respondeu na cara dura, como se não importasse nem um pouco com a presença da minha mãe na sala. Dessa vez foi impossível não ficar vermelha.

- Ora seu...

- O QUE ISSO PRINCESA? – Ah! Não... Ah! Não... – Pode ir se desculpando com o Draco pela sua má educação. – Jesus eu quero morrer! Bala perdida? Onde estão as balas perdidas quando precisamos delas?

- Tudo bem Noelly, já estou acostumado. – Como assim Noelly? Que porra de intimidades são aquelas?? AÍ MEU DEUS! NÃO ACREDITO QUE MINHA MÃE FEZ ISSO!

- Mamãe, será que a senhora poderia nos deixar sozinhos? – Perguntei calmamente, tentando controlar meu gênio.

- Mas princesa, eu estou conversando aqui com esse rapaz adorável e o papo está tão bom. – Ela falou com os olhos brilhando em direção a Draco, aquilo me deixou com uma sensação estranha. Sentia uma enorme vontade de pular no pescoço de mamãe.

- Por favor, mamãe. – Sibilei como uma última alternativa.

- Tudo bem, mas daqui a pouco eu voltarei. – Ela se levantou, e Draco também, lhe deu um beijo no rosto e saiu nos deixando sozinhos.

Cruzei os braços, fervendo de tanta raiva. Mais o que estava acontecendo naquela sala? O que diabos iria acontecer se eu não aparecesse?

- Não precisa ficar com medo, eu não vou ficar com sua mãe, apesar de eu gostar bastante de mulheres maduras. – Aquilo me deixou de queixo caído.

- Você estava dando em cima da minha mãe? – Perguntei perplexa.

- Corrigindo, sua mãe estava dando em cima de mim, eu apenas estava sendo educado. – Gargalhei com sua resposta.

- Certo, então se qualquer dia eu chegar em casa, e pegar você comendo minha mãe também será por educação? – Estava sentindo uma raiva tão grande, que sinceramente eu não saberia explicar.

Normalmente eu ficava com raiva das maluquices de mamãe, mas agora estava sendo diferente. Aquilo pra mim tinha ido longe demais, e eu não sabia por que de tanto ódio. Queria com toda minha vontade pular em cima daquele louro aguado e enche-lo de porrada.

- Você está com ciúmes princesa? – Perguntou debochado, e aquilo triplicou meu ódio.

- Nossa! Você percebeu? Que droga e eu que pensei que tinha disfarçado bem! – Falei sarcasticamente. – Me polpe branquelo! Ciúmes de você? Só no dia que eu tiver doida. – Dei as costas pra ele e por incrível que parece o filho da mãe me seguiu.

- Vim te buscar pra gente ir pro Hospital. – Falou nas minhas costas enquanto eu entrava no meu quarto. – Mione me ligou e disse que o Rony acordou. – Assim que ouvi isso, me virei pra ele sorrindo.

- Rony acordou? – Ele balançou a cabeça sorrindo também. – Ele está bem? Sente dores? – Perguntei me esquecendo completamente da briga com o louro.

- Ele está bem, apenas não lembra de nada. – Arregalei meus olhos em choque.

- Como assim não lembra de nada?

- Ele está com perda parcial da memória, não lembra das pessoas, nem dele mesmo. – Me virei para o meu closet e me embrenhei lá pra dentro.

Peguei uma muda de roupa e comecei a me trocar ali dentro mesmo, eu sabia que Draco não poderia me ver, já que meu closet era imenso e tinha luz e porta, portanto, eu podia trocar de roupa sem ser incomodada facilmente ali.

Quando já estava pronta, com a minha camiseta preta, bermuda curta jeans, e minha bota de soldado; sai do closet, peguei uma escova, penteei os cabelos, prendi com uma borracha preta, num rabo de cavalo e fui em direção ao banheiro para escovar os dentes.

Draco me observava sem dizer uma palavra se quer, e eu agora que estava me encarando no espelho enquanto passava um brilho nos lábios e passava um blush para dar cores nas bochechas pálidas, percebia que não tinha ficado nem um pouco constrangida com o que tinha me acontecido no dia anterior com o louro.

Tinha sido o meu primeiro beijo. Tudo bem que não foi o beijo, pois não deu tempo para nada, a não ser um leve encostar de lábios. Mas o fato era que eu tinha encostado a minha boca na boca dele. E como eu queria mais. Queria saber como era sentir mais. Porque minha mãe tinha que aparecer, heim?

Saí do banheiro e entrei no quarto dando de cara com Draco vendo meu bem mais precioso. Minha pasta de desenho.

- É você que os faz? – Perguntou curioso com a pasta na mão, passando as folhas.

- É.

- Nossa são lindos, perfeitos. – Senti meu rosto arder de vergonha. – Você é uma artista.

- Brigada; Vamos já estou pronta. – Ele balançou a cabeça e deixou minha pasta em cima da minha cama.

- Nossa o que uma arrumação não faz com um ser humano. – Ele debochou assim que viu que eu estava pronta.

- Oh! Muito engraçado! – Exclamei indo pra fora de casa.

Quando chegamos no lado de fora, vi o carro dele estacionado em frente a minha casa. Ele se adiantou e abriu a porta pra mim, e quando eu já estava bem acomodada no banco ele exclamou.

- Sua cueca é uma gracinha! – E quando eu me preparei para lhe dar uma resposta bem malcriada ele bateu a porta do carro com tudo na minha cara.

Vi o desgraçado gargalhando passando de frente ao carro. Nessas horas queria estar no lugar do motorista só para poder passar por cima desse idiota.

- Pronta? – Perguntou assim que sentou do meu lado. E em resposta apenas lhe dei um sorriso cínico. E assim fomos em direção ao Hospital, ver nosso amigo desmemoriado.

Continua...

N/A: Nossa! Até que enfim eu acabei!!!

Galera, desculpe pela demora, mas esse mês pra mim foi bem apertado.

Tive que cuidar e ainda estou cuidando de uma tia minha que operou. E ainda por cima meu pc ta super mega hiper estragado!

Espero que tenham gostado do cap.

Espero muitos reviews...

Um big beijo pra todos...

Arinha...

Obs: Esse cap. É dedicado ao meu maridão que sempre me ajude e dar varias idéias!!! (Não pensem mal seus maldosos!! - Ahuahauhauhaua)

Débs (a beta): poisé neh?...E a “caixinha” truando! XD interna, neh Arinha?!

Gentem! Você não amaram esse capitulo?! eu achei o máximo as partes NC(¬¬ eu, tarada) mas amei mesmo, mesmo...foi o Draco e a Krika...a parte do capitulo focada neles, tah simplesmente demais!

E o roniquinho perdeu a memória owww...daqui a pouco ele recupera neh?! XD e ele se apaixounou denovo pela Mione...isso foi tudo Ara! Tudooo!

Eu sou uma beta estranha...em vez de considerações...eu deixo um review pra Arinha XD

Bjus pra tsd mundooww!!!!! (((( ))))

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