CAPITULO 11



CAPITULO XI

Hermione estava a mais ou menos duas horas chorando com a cabeça no meu colo, estávamos no quarto dela. Eu sentada em sua cama, com ela deitada na própria com a cabeça no meu colo chorando sem parar enquanto acariciava os cabelos. Ela não tinha conseguido falar ainda o que tinha acontecido, e eu resolvi que não era uma boa forçar.

Draco estava sentado de frente pra gente, no chão, em cima do tapete, perto da cama. Me olhava com aqueles olhos prateados cheios de pena por causa de nossa amiga. Ele também se recusava a falar e permanecia quieto e pensativo em seu lugar.

Estava preocupada com minha amiga, e com um ódio mortal de meu irmão, não conseguia imaginar o motivo daquela anta vermelha está fazendo minha amiga sofrer tanto? Hermione não falava e minha imaginação simplesmente fluía e eu só pensava em barbaridades, e a raiva aumentava mais ainda. Sentia uma vontade quase que assassina de vê-lo só para que eu pudesse apertar seu pescoço até escutá-lo estalar. Ele era um miserável mesmo, como ele pode fazer algo contra Mione e deixa-la desse jeito, tão acabada? Era um filho da puta mesmo! Peraí? Filho da puta não! Se ele é filho da puta, isso me faz filha da puta também, já que temos a mesma mãe e... Ah! Deixa pra lá!

Voltando ao assunto, como estava dizendo, ele é mesmo um idiota, imbecil de marca maior, e quando estiver de frente pra ele, terá que rezar e pedir ajudar pra todo tipo de religião e Santos existentes nesse mundo pra conseguir fugir da minha ira.

- Gi... eu... eu... – Hermione tentou falar com muita dificuldade por conta de seus soluços.

- Mione, me diz o que o troglodita do meu irmão te fez pra você ficar desse jeito? – Perguntei cheio de raiva e não liguei para os olhares de aflitos que Draco me lançava.

- Não... foi... culpa... dele... – Ela falou soluçando.

- Como assim não foi ele? – Não consegui entender.

- Brigamos... por... causa... da... Débora... – Senti todas as minhas entranhas esquentarem.

- Por causa daquela loura nojenta e oferecida? – Ela balançou a cabeça triste, as lagrimas rolando pelos seus olhos. – Mione me explica isso direito.

Hermione respirou fundo e começou a narrar toda a briga dela com o meu irmão e no final do relato, eu não sabia se a xingava de burra, ou se corria pra caçar o meu irmão e meter a cabeça dele na parede por ter proposto aquela idiotice pra Mione. Draco durante toda a narração ficou calado, apenas prestando atenção em toda historia, e eu tinha uma suspeita que Hermione não tinha percebido sua presença ainda, já que a própria tinha narrado toda a historia com a cara no meu colo.

- Então vocês terminaram por causa disso? – Draco falou pela primeira vez, comprovando minha suspeita, já que Hermione se levantou muito rápido do meu colo, ficando sentada e encarando Draco como se ele fosse o próprio Ronald Weasley e tivesse acabado se escutar toda sua dolorosa confissão.

- Draco? Há quanto tempo está aí? – Perguntou chocada, e passando as mãos no rosto tentando ocultar inutilmente as lágrimas.

- Cheguei junto com a Gi. – Respondeu calmamente.

- Ah! – Exclamou derrotada. – E respondendo sua pergunta, sim terminamos por causa dessa besteira sim. – falou se deitando novamente no meu colo e escondendo o rosto. – Agimos de cabeça quente. – Terminou falando com a voz abafada, por está com a boca pressionada na minha perna.

- Não dou um dia pra ele está aqui pedindo pra vocês voltarem. – falou o louro sem dar muito importância.

- Eu espero. – Mione respondeu triste, ainda no meu colo.

Enquanto pensávamos que as coisas iriam se acertar, senti meu celular vibrar no meu bolso e o peguei, pedindo pra Hermione levantar do meu colo.

Assim que o peguei, vi no visor de quem se tratava, e fechei a cara emburrada e atendi muito malcriada.

- Fala logo pois estou ocupada! – Escutei um soluço baixo, tinha alguém chorando perto de Harry, franzi a testa preocupada.

- Gi, estamos no Hospital Sª. Roses... – Meu coração parecia ter parado de bater. – Parece que o Rony bebeu demais e acabou sofrendo um acidente... – Meus olhos se encheram de lágrimas e foi impossível não olhar pra Mione.

- Como... como isso aconteceu? – Perguntei engolindo a vontade de chorar, não podia me desmanchar, tinha que ser mais forte.

- Não sabemos ainda... Gi você pode avisar para a Mione e Draco? – Escutei ele falar de um jeito cansado e tristonho.

- Cla-ro. – Tentei segurar, mais a tristeza já me consumia e eu não conseguia controlar nem meu coração nem as lágrimas.

- Vamos ficar aqui, pois ele vai passar por uma operação, vamos ficar te esperando, tchau. – Se despediu sem dar espaço de me despedir, ele me parecia está bastante transtornado.

Desliguei o telefone e fiquei olhando pra Mione que me olhava com seus olhos castanhos um pouco perturbados, sem saber o que estava acontecendo. Olhei para Draco e percebi que me olhava também de um jeito curioso, sua testa franzida demonstrava pra mim que o conhecia, que estava preocupado por eu está chorando.

Respirei fundo e tentei puxar do fundo as forças para poder falar e dar aquela noticia tão horrível para Mione.

- Era o Harry... – Comecei meio incerta.

- Percebemos. – Draco se pronunciou, e eu engoli em seco, era agora, eu teria que dizer.

- Mione, Draco, Harry está no Hospital Sª. Roses... – Draco que estava sentado no chão se levantou rapidamente me fitando seriamente, enquanto Mione me olhava já chorando, como se soubesse o que tinha acontecido. – Ele disse que o Rony sofreu um acidente... – Nessa hora vi Mione levar a mão trêmula a boca e soltar um soluço alto, não me segurei comecei a chorar junto com ela. – O hospital acha... que ele... estava dirigindo... bêbado. – Terminei dificilmente.

Assim que terminei de falar Mione desabou desmaiada e se não fosse por Draco, ela teria caído da cama. Eu continuava sentindo tudo dentro de mim doer, olhei para Draco que ajeitava Mione desmaiada na cama e solucei alto chamando sua atenção.

Ele me olhou com aqueles olhos pratas que eu tanto adoro e não precisou dizer nada, deixou Hermione confortável na sua cama e se dirigiu a mim, me abraçando apertado, como se quisesse de alguma forma tirar toda a minha dor e passa-la para ele.

- Ele vai ficar bem Gi, tenho certeza. – O escutei dizendo perto do meu ouvido, balancei a cabeça concordando. – Vamos pro Hospital, eu te levo. – Me larguei de seu abraço e olhei pra Mione.

- E a Mi Draco?

- Melhor ela ficar aqui, falamos com a mãe dela, quando acordar, Alice pode levá-la pra lá. – Mais uma vez concordei com ele.

Dirigi-me pra onde Mione estava deitada, e beijei sua testa, passando a mão em seus cabelos cheios e cacheados.

- Tenha fé minha amiga, ele é forte e tenho certeza que não vai te entregar de mão beijada pra ninguém, fica bem, por favor? – Sussurrei em seu ouvido e a castanha suspirou.

Draco pegou minha mão e saímos juntos do quarto de Mione, a deixando inconsciente em sua cama, e a única coisa que passava na minha cabeça, era que eu queria mais que tudo, ver os olhos azuis como céu de primavera do meu irmão.

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Eu já disse pra vocês o quanto eu odeio branco? Não? Então fiquem sabendo eu odeio a cor branca! E às vezes o que ela representa também. Sei lá, é uma cor sem vida pra mim, uma cor amarga, triste, como se não representasse nada, a não ser a sua brancura sem fim! Você pode está me achando maluco, já que branco representa paz, limpeza, luz... Enfim, eu não sou insensível ao ponto de não saber disso? Mais porque justamente branco? Não podia ser azul celeste? Ou verde limão? Amarelo periquito? Tipo imagina a cena, uma cara no meio da guerra levanta uma bandeira verde limão, é claro que alguém o veria, mais branco? Sei lá é meio idiota! Okay, okay, acho que já deu pra entender que estou meio puto com a cor branca né? Também pudera muitas coisas que eu detesto, é representada por branco, como por exemplo, fantasmas (apesar de não acreditar muito!), coco ralado (eca detesto!), glacê (puts! Pior ainda!), macumbeiro, camisa de força, ambulância, arroz doce, e por aí vai, tem mais coisas, mais agora não tenho muito saco pra lembrar!

Estou aqui nesse corredor silencioso, que de vez em quando passa uma enfermeira toda vestida de branco, pra variar, e sinto meu coração cada vez mais apertado. Faz um tempão que estamos aqui, mais nenhuma noticia chega a nós, a não ser claro, que Rony está sendo operado.

Mamãe não para de chorar, papai e Sirius tentam de todas as formas mantê-la calma sem passar mal. Foi um choque terrível pra ela, principalmente que tinha recebido a noticia por telefone que tinha acontecido alguma coisa com Rony.

Papai me incumbiu de ligar pra Gina e passar a noticia chata, enquanto ele e Sirius davam água com açúcar pra mamãe que parecia que iria desmaiar a qualquer hora.

Aquela espera estava me deixando mais nervoso do que o normal, estava a ponto de machucar minha mão, de tão forte que eu apertava, ninguém vinha falar nada, nem uma noticia do estado do meu irmão, nada para nos acalmar, como é horrível essa espera. E o pior, é minha consciência, estou me sentindo extremamente culpado pelo acidente de Rony, se eu não tivesse lhe emprestado o carro, isso teria sido evitado e meu irmão não estaria agora sendo operado.

Mas porque meu Deus, Rony tinha enchido a cara e dirigido embriagado? Caramba ele sabia do perigo que é dirigir assim e mesmo assim resolveu correr o risco? Tudo bem que eu não era um exemplo, pois também já tinha dirigido embriagado, mais droga, eu pensei que Rony era mais pé no chão que eu!

O que mais me martelava a cabeça era o motivo disso tudo, me doía o peito pensar que jamais poderia conversar com meu irmão, que não poderia ouvir mais suas brincadeiras, ele reclamando que estava com fome a cada cinco minutos, e ainda mais por minha culpa, por eu te emprestado o carro a ele.

Por mais que eu fuja, as culpas das coisas ruins que acontecem ao nosso redor sempre é minha, to começando a achar que sou amaldiçoado. Gina sofre por minha causa, meu amigo sofre por Gina, por Gina gosta de mim, no fim a culpa é minha, e agora meu irmão está sofrendo por minha causa, e não podemos deixar de citar que por minha incrível burrada, não só meu irmão está sofrendo, como minha mãe, pai, Hermione, Gina novamente, Draco mais uma vez. Cara, to começando a achar que sou algum tipo de pára raio, mais no meu caso é pára sofrimento, não é possível!

- Oi... – Escutei a voz melodiosa de Krika me cortando os pensamentos.

- Oi... – Respondi no automático, ela sorriu compreensiva e me abraçou fortemente, como se quisesse passar toda sua força pra mim, ou sugar toda a minha tristeza pra ela.

- Como ele está? – Perguntou se afastando do abraço.

- Não sabemos ainda, ele está sendo operado. – Minha voz saiu totalmente triste. – Foi minha culpa Krika, foi minha culpa... – Falei com minha voz falhando pela primeira vez e derramando as primeiras lágrimas desde que tinha sabido do ocorrido.

- Não diga isso Harry, Rony que bebeu e dirigiu alcoolizado, não foi sua culpa. – Ela mais uma vez me abraçou e me confortou. – Não diga besteiras, seu irmão não vai gostar de ouvir que você se culpa pelo acidente dele. – Falou alisando meus cabelos.

- Obrigado Krika, valeu mesmo. – Disse lhe olhando dentro dos olhos mel dela.

- Amigos são pra isso não é mesmo? – Perguntou tentando descontrair um pouco.

- São sim. – Com isso nos abraçamos de novo, e eu me senti um pouco mais leve.

Krika tinha razão, Rony não vai gostar nem um pouco de saber que estou me remoendo por causa de seu acidente. Mais uma coisa eu tinha certeza, eu não via a hora de ver meu irmão e lhe pedir desculpa, mesmo que o próprio não entenda o motivo de tal ato.

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Abri os olhos e senti a cabeça pesada, dolorida, passei a língua nos lábios e notei que minha boca estava com um gosto amargo, me levantei e sentei na cama. Percebi que estava no meu quarto, minha cabeça girava e estava sendo difícil discernir qualquer coisa, parecia que eu estava fora há muito tempo, passei a mão pelo meu rosto e notei que estava um pouco molhado, franzi a testa tentando pensar no motivo do próprio está molhado e lembrei de algo que não queria lembrar. Me neguei a acreditar.

Levantei rápido apenas para cair novamente na cama, pois a cabeça continuava a girar, e meu quarto estava se mexendo demais para que eu pudesse permanecer parada e em pé.

Respirei profundamente e recapitulei tudo o que tinha acontecido, conforme eu ia lembrando, sentia que meu coração estava sendo arrancado de mim, tentei me manter forte, mais minhas lagrimas são mais fortes, e escorreram quente pelo meu rosto.

Procurei pelo meu telefone e liguei pra casa de Gina, eu não queria acreditar que aquilo era verdade, não podia ser verdade. Mais o telefone chamou, chamou e ninguém atendeu. Tentei o celular de Gina, mais esse parecia está fora da área de cobertura.

Resolvi então levantar e percebi que já conseguia ficar em pé sem cair para trás. Fui ate meu armário, peguei uma roupa simples, um vestido, cor terra, na altura dos joelhos, uma sandália anabelle da cor do vestido e uma bolsa da mesma cor, fui ao banheiro, lavei o rosto, prendi meu cabelo num rabo de cavalo, e sai do quarto decidida a descobri o que tinha acontecido com o meu ruivo.

Passei pela sala como um furacão e fui seguida pela minha mãe se encontrava ali, pronta, como se estivesse me esperando.

- Mamãe, vou sair. – Falei já saindo.

- Eu sei e vou com você, irei te levar pro Hospital. – Senti meus olhos arderem novamente, mais me recusei a chorar, eu não podia acreditar, tinha que ver com meus próprios olhos. Balancei a cabeça concordamos e fomos pra garagem.

Entramos no seu Corola vermelho. Ela me olhou por um tempo, como se quisesse saber se eu estava preparada ou não. Devolvi o olhar e lhe respondi com uma expressão séria. Mamãe pareceu entender muito bem o que eu havia lhe dito, pois logo depois, deu a partida no carro e deixamos minha casa rumo ao hospital, e no caminho inteiro eu fui rezando pra nada de mal tivesse acontecido ao amor da minha vida.

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Tínhamos acabado de chegar ao Hospital Sª. Roses, Draco e eu nos apressávamos entre os corredores, correndo como dois loucos, eu queria demais chegar logo e descobrir que meu irmão estava bem. Parei num lugar, onde tinha uma placa de recepcionista na parede, num balcão a frente estava uma moça, aparentando ter seus 25 anos, pele branca, cabelo castanho claro, e um tanto acima do peso. Parecia está muito ocupada atendendo telefonemas e dando informações para algumas pessoas ali.

Me aproximei dela e falei suplicante.

- Por favor, poderia nos dizer onde está internado Ronald Weasley? – Ela me olhou e balançou a cabeça concordando, mais fez um sinal para que eu esperasse.

- Eu sei, eu sei senhora Veruska, mais agora no momento estou um pouco ocupada, posso lhe atender depois? – Escutei ela falar ao telefone, parecia louca pra desligar a ligação. – Muito obrigada por ser tão compreensiva, já já lhe ligo. – Terminou desligando o telefone, cansada.

Deu alguns papeis pra umas pessoas que estavam na minha frente, tirou duvidas de outros e me dirigiu a palavra.

- Ronald Weasley está sendo operado no momento, a sala de espera é no segundo andar. - Falou a mulher, apontando o elevador para a gente, que saímos em disparada sem nem se quer a agradecer pela orientação.

Chegamos ao elevador, que abriu assim que estávamos em sua frente, entramos e apertamos o numero dois. Ele subiu rapidamente, e quando eu sai, pude ver Sirius e papai tentando aparar mamãe que estava sentada numa sala pequena, com vidros ao seu redor, uma televisão no canto, acima, num suporte. Uma mesinha de centro com algumas revistas e num outro canto, café, água, e guloseimas, como biscoitos e ate bala.

Corri e entrei na sala com Draco ao meu encalço, me aproximei de mamãe e me joguei em seus braços me permitindo mais uma vez chorar, senti que era abraçada e percebi que era papai que me abraçava chorando também. Seu choro era silencioso, não escandaloso como o de mamãe, mais parecia sofrer tanto quanto ela.

Olhei toda a extensão da sala e não vi Harry, apenas Sirius sentado um pouco longe da gente conversando com Draco. Me perguntei onde ele estaria num momento como esse e minha pergunta foi logo respondida, assim que o vi entrando junto com aquela amiguinha chata dele, com um corpo de isopor na mão, com algo fumegando.

Ele andou na nossa direção e estendeu o copo a mamãe, e disse pra ela tomar, pois era chá e iria ajuda-la a ficar mais calma. Mamãe agradeceu e tomou um gole, sentou numa cadeira próxima e papai sentou ao seu lado, lhe fazendo carinho e lhe abraçando enquanto ela tomava o chá.

Fui em direção a Sirius e Draco e sentei com eles, Harry e Krika estavam de frente pra gente, cochichando pra variar, ultimamente os dois vinha fazendo muito aquilo e isso me irritava profundamente, mais não iria brigar ali, não era a hora nem o momento para aquilo.

Comecei a pensar em como eu tinha desejado mal a Rony assim que descobri que ele tinha brigado com minha amiga, e me senti terrivelmente mal, eu realmente não tinha desejado aquilo pra ele, tinha sido tudo sem pensar, na hora do impulso, e agora eu desejava do fundo meu coração que aquilo fosse um pesadelo horrível, que eu vou acordar assustada e vou tomar café e ouvir seus resmungos na mesa, ver-lo sorrindo com minha amiga, os beijos apaixonados que eles trocam um com outro, escutar suas piadas sem graças... Ouvir que sou sua irmã preferida...

Passei a mão nos olhos tentando parar de chorar, mais meu coração doía, uma dor forte, dor de irmã.

Olhei pra frente e percebi Harry me fitando serio, seus olhos verdes que normalmente são tão brilhosos, se encontravam vermelhos e sem foco, sem vida, sem a chama. Continuei o encarando enquanto minhas lagrimas desciam pelos meus olhos, e notei que ele também chorava, mordia o lábio inferior com tamanha força, que os mesmo se encontravam sem cor, e eu estava com receio de que ele se ferisse.

Não agüentei olhar pra ele e me levantei e me pus pra fora da sala, como se quisesse respirar, aquele clima de enterro estava me deixando mais pra baixo. Odiava aquilo, aquela sensação de impotência, de ser fraca, me encostei na parede do lado de fora da sala e senti o aperto característico no peito, senti sendo abraçada por trás. Fechei os olhos sentindo a fragrância conhecida invadindo meu nariz, não ousei me desvencilhar de seus braços, me virei e encarei aqueles pares de olhos verdes e me deixei abraçar, pelo único abraço que me confortaria naquele momento.

- Me diz que é mentira? – Perguntei ainda em seus braços.

- Eu queria poder. – Eu ouvi sua resposta triste. Ele acariciava meus cabelos, me provocando um calor e arrepios pelo corpo.

- Então faz parar? – Murmurei me aconchegando mais em seus braços. – Tira essa dor Harry, tira? – Escutei ele soltar um suspiro cansado.

Saímos um pouco do nosso abraço e nos fitamos de um jeito que nunca tínhamos nos olhado na vida, tenho certeza. De alguma forma me senti leve, como se as tristezas estivessem sendo sugadas pra bem longe e no lugar ficasse apenas a esperança, a alegria, o amor.

Eu sabia que tinha que evitar aquele contato, pois se eu não me cuidasse acabaria fazendo algo, e pior na frente dos meus pais, mais estava sendo difícil controlar toda aquela vontade que sentia de está com ele, nos seus braços, diante de seus olhos verdes, que brilhavam como duas esmeraldas.

Nunca tinha sentido tanta necessidade de ser amada como estava sentido naquele momento, queria seus carinhos, seus beijos. Queria esquecer tudo e mergulhar de cabeça naquela paixão arrebatadora, que me fazia cair de um penhasco sem fim.

Mas antes que acontecesse algo, vi Mione aparecer saindo do elevador, o semblante triste, acabado, espedaçada; sinceramente nem pensei muito, larguei Harry e corri para abraçar minha amiga.

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Mamãe tinha acabado de estacionar o carro no estacionamento do hospital, e meu coração parecia que iria sair do peito a qualquer momento.

Por mais que eu tentasse me acalmar, não conseguia. Sentia raiva, raiva de Rony por ter sido tão estúpido em dirigir alcoolizado, raiva por ele ter se metido num acidente, raiva de mim mesma por não está com ele, raiva do destino por aprontar esse tipo de coisa com a gente, raiva do mundo por continuar girando, enquanto o amor da minha vida está num hospital sofrendo.

A vida é realmente uma caixinha de surpresas e nem sempre as surpresas são boas! Ás vezes as surpresas são amargas.

Sinto um aperto tão grande no peito, como se fosse sofrer uma parada cardíaca a qualquer momento e por mais que eu tente ser forte, não consigo impedir que as lágrimas caiam q que eu me desespere cada vez mais por dentro.

- Está pronta querida? – Ouvi a voz de mamãe me tirando do meu desespero mental.

- Huhum. – Murmurei tentando engoli a vontade de chorar.

- Vamos entrar então? – Ela falou já abrindo a porta do seu carro e saindo.

Sai e comecei a andar rumo a entrada do hospital, mamãe me acompanhava muda, e eu agradecia esse respeito dela. Sei que ela tinha me perturbado bastante antes, mais agora ela parecia entender que o melhor era me deixar quieta com os meus botões.

Cheguei a recepção e olhei silenciosamente para mamãe e ela logo notou o que eu queria, se aproximou da recepcionista e tratou de se informar do paradeiro de Rony e a família Weasley.

Enquanto ela conversava com a moça, minha cabeça voava mais uma vez para Rony, e meu peito, como por reflexo, se apertava todo e meus olhos se enchiam de lagrimas.

Respirei fundo e levei minhas mãos ao meu rosto e percebi que estava tremendo, lembrei que nem se quer tinha almoçado, já passava das quatro horas da tarde, minha barriga não demonstrava está com fome, e pelo jeito que eu estava, não iria comer nem tão cedo.

Olhei ao meu arredor e senti o corpo se arrepiar, nunca consegui me sentir confortável num hospital, suas paredes brancas, com o objetivo de acalmar o lugar e os ânimos das pessoas, nunca tiveram influencia sobre mim. Pelo contrario, sempre me sinto nervosa e sufocada num hospital. E agora não estava sendo diferente.

- Vamos minha filha? – Mamãe mais uma vez me chamou para o planeta terra.

Ela pegou no meu braço e saiu me guiando por um corredor comprido, cheio de cadeiras em toda sua extensão, com algumas portas distribuídas de cada lado do corredor.

O cheiro que exalava por debaixo dessas portas me deixava enjoada, com um embrulho no estomago e me fazia lembrar da infância, das infinitas injeções que tomei por conta de uma alergia, aquele cheiro de éter, era como está num túnel do tempo. Um assustador túnel do tempo.

Chegamos em frente a dois elevadores e mamãe os chamou. Assim que um deles chegou, ela me empurrou para dentro dele e apertou o botão referente ao andar que nós íamos nos encontrar com os Weasley.

Mamãe praticamente me arrastava, já que no meu estado atual, eu não conseguia atinar direito, e se fosse pra deixar que eu me mexesse por vontade própria, estaria na recepção ainda.

As portas se abriram e logo avistamos toda família Weasley, dentro de uma sala que parecia um cubículo na minha opinião. Senti o chão sumir debaixo dos meus pés, eles pareciam arrasados, e eu temia profundamente ter que ouvi algo desagradável. Não queria sofrer de véspera, mais estava sendo difícil controlar o desespero do meu coração, que parecia sangrar no meu peito de tanta dor e tristeza.

Caminhei lentamente em direção a eles, com mamãe ao meu encalço. Avistei Gina sendo confortada por Harry. Draco e Krika num canto, provavelmente evitando trocar farpa na frente de todos. Sr. E Sra. Weasley abraçados e para minha surpresa Sirius estava em um outro canto da sala sério.

Gina me viu e se soltou rápido de Harry. Correu em minha direção e se jogou nos meu braços. Fechei os olhos tentando me controlar, mais a dor era forte demais, meus olhos marejaram e as lagrimas que eu continha com tanta determinação, escorreram quente pelos meus olhos, marcando meu rosto de dor, agonia, aflição, tormento, martírio, desespero, tudo misturado, fazendo um nó gigante na minha cabeça e provocando dores terríveis no crânio.

- Como ele está Gi? – Perguntei aflita, me separando de seus braços.

- Não sabemos ainda, ele está sendo operado. – Me soltei dela e fitei seus pais que estavam ainda abraçados, caminhei até eles.

Me aproximei deles e percebi como Molly estava num estado lastimável, parecia que iria passar mal a qualquer momento, chorava copiosamente no ombro do marido que acariciava os cabelos vermelhos, numa tentativa de acalma-la. Ele também chorava, as lagrimas mudas escorriam pelo rosto, marcado a face daquele homem maduro tão belo. Que agora não parecia tão belo assim, parecia se consumir de tristeza. O rosto cansado, e cheio de linha de expressão, mostrando para quem o conhecesse que ele fazia uma força sobre humana para não ficar em frangalhos e acabar passando fraqueza para aquela que mais precisava de sua força no momento. Molly Weasley.

Não consegui falar com eles, apenas olhei nos olhos do Sr. Weasley e lhe cumprimentei com um aceno de cabeça. Não queria atrapalhar os dois. Eles pareciam tão frágeis pra mim, que me recusei a tentar tal ato.

Olhei ao meu redor, e percebi que Gina tinha voltado para os braços de Harry. Draco E Krika continuavam na mesma, assim como Sirius que agora estava acompanhado de minha mãe, tão muda e séria quanto ele. Sabia que tinha que falar com Sirius, Draco, Krika, mais no momento eu queria apenas ficar sozinha, curtir, se é que posso dizer minha tristeza.

Resolvi sair da sala e caminhar um pouco, queria esfriar as idéias. Comecei a andar pelo corredor do segundo andar, e encontrei uma maquina de refrigerante, uma de chá e café, e uma outra de doces, fui até elas. Me pus na frente da de doce, e cacei um dinheiro na minha bolsa, encontrei um nota e inseri na maquina, escolhi um chocolate puro ao leite. Chocolate sempre me animou nas horas difícil, deve ser por isso que dizem que chocolate é melhor amigo de uma mulher! Esperei o mesmo cair no buraco de saída do doce.

Mas este não saiu, comecei a apertar freneticamente o botão do chocolate, mais o infeliz não caia e aquilo estava me deixando mais nervosa do que estava, comecei meio que enlouquecida a esmurrar a maquina, mais nada do meu chocolate sair nem o dinheiro voltar.

- Me dá meu chocolate! – Falei zangada com a maquina, retornando a chorar, eu não entendia o porquê está chorando por causa de um chocolate. – Ele me pertence! – Falei mais uma vez, minha voz saindo falha. – Eu odeio você, odeio você! – Esmurrei chorando, a maquina. – Não vou desistir de você, ta me ouvindo? Es o único pra mim... único... – Chutei e soquei a maquina chorando triste por Rony, tinha esquecido totalmente o motivo de está ali esmurrando a máquina, só queria passar minha raiva pra ela. – Não vou deixar você ganhar, vou ter você de volta, ta ouvindo? Ta ouvindo desgraçado? Você vai voltar Rony... vai voltar... – Chutei com mais força e o chocolate e vários outros caíram, mais eu não dei atenção.

Encostei a testa na maquina cansada, quando senti um par de braços me abraçando e me aconchegando em seu corpo, me virei e dei de cara com Sirius me olhando profundamente, com uma mistura de pena e tristeza.

- Ele vai ficar bem. Rony é um menino forte e eu confio nele. E sabe por quê? – Ele perguntou com os olhos brilhando nos meus. – Porque ele te ama.

O impacto daquelas palavras, podiam ser facilmente comparadas com uma porrada sem aviso no estomago, daquelas que você fica sem ar. Eu não sabia se sorria ou chorava com a confirmação de Sirius. Rony já havia me dito que me amava, mais depois da briga, eu tinha voltado a ficar insegura novamente.

Ouvir aquilo tinha melhorado um pouco o meu astral, e pela primeira vez, depois de ficar sabendo do ocorrido com Rony, esbocei um sorriso torto, era mínimo, mais que para Sirius pareceu ser o premio que ele esperava, pois me abraçou forte e beijou o topo da minha cabeça.

- Que tal guardar um pouco desses chocolates pro nosso ilustre Ronald Weasley, pois se conheço bem a peça, ele vai reclamar se não levarmos um pouco da festa pra ele. – Eu sorri concordando e me abaixei junto com ele catando chocolates ao leite para o meu amor, e eu agradecia internamente por Sirius ter feito minhas esperanças voltarem.

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É tão chato quando as coisas ruins acontecem e você não pode fazer absolutamente nada para ajudar. É como se você fosse um completo inútil, incapaz de fazer algo bom. Neste exato momento me encontro assim. Christina Dawson a inútil.

Harry está tão infeliz, que é como se sua dor estivesse passando pra mim. Não me entendam mal. Harry é meu amigo, melhor amigo. O primeiro amigo que tenho realmente e não consigo deixar de fiar triste com sua angustia.

Vê-lo chorar junto com Gina por seu irmão e perceber que ele ainda se culpa é de cortar o coração. O clima está tão chato, todos chorando nessa sala de espera e nenhuma noticia, nada. Nem um “não se preocupem, estamos cuidando de tudo!”

É como se não existisse consideração.

Eu ainda custava acreditar que aquele garoto cheio de vida, que eu conheci no colégio, todo charmoso, brincalhão, estava agora numa mesa de cirurgia, tendo a cabeça aberta.

“Tudo bem, sei que soou horrível, mais é minha opinião!”

A vida realmente era sacana, uma engraçadinha que adora pregar peças na gente. Peças muito sem graças. Peças que machucam. Peças que destrói. Peças que nos faz perder a esperança. Peças que às vezes nos faz desistir.

Fico tão revoltada com essas coisas sem explicações, sem nexo. É como levar um tijolada na cabeça.

“Certo, eu nunca levei uma tijolada na cabeça, mais to me sentindo como se tivesse!”

Mas voltando, é como algo desse tipo, te deixa desorientado, sem rumo, sem saber o que fazer ou pensar. Resumindo, te deixa na merda!

- Vou pegar um chocolate quente pra mim, você quer? – Escutei a voz de Draco que estava sentado ao meu lado, eu tinha até esquecido da presença dele. Estranhei a cortesia.

- Está doente? – Perguntei debochada, e ele sorriu do jeito mais canalha possível.

- Não. Apenas usando algo que minha mãe me ensinou, educação, já ouviu falar? – Okay, definitivamente eu poderia ter dormindo sem essa, filho da puta!

- Era pra ser engraçado? – Falei irônica. – Não porque ser era? Me lembra da próxima vez para que eu possa fazer cócegas em mim mesma, para lhe dar algumas de minhas risadas. – Terminei sorrindo.

- Prometo que avisarei. – Ele falou se levantando e eu meio inconsciente o segui. – Ta me seguindo por quê? – Ele perguntou me fitando desconfiado.

- Não estou te seguindo, só vou pegar um chocolate quente pra mim. – Falei passando na sua frente.

- Posso pega-lo pra você. – escutei ele dizer a minhas costas.

- Pode deixar que eu mesma pego, não precisa tentar ser gentil comigo. – Respondi malcriada.

- Não estou tentando ser gentil, EU SOU GENTIL. – Não agüentei ouvir aquilo e comecei a rir baixinho, afinal de contas estávamos num hospital, gargalhar é sacanagem.

- Ó sim claro, muito gentil... – Eu ainda ria achando muita graça das palavras dele. – Draco Malfoy, rei da Gentileza. – Terminei debochadamente me curvando perante ele.

- Acabou? – Ele perguntou passando na minha frente.

- Sim majestade. – Brinquei de novo.

- Então vamos logo princesa. – Engoli minhas risadas e senti meu sangue ferver depois de ouvi-lo.

- Babaca. – Murmurei baixinho, mais não tão baixinho.

- Infantil. – Juro que se olhar matasse, ele estaria morto. Desgraçado.

Seguimos pelo corredor e achamos as maquinas, e num canto, sentados nas cadeiras, estavam Sirius e Mione, conversando. Ele segurava a mão dela e parecia tentar fazer com que ela esquecesse um pouco o sofrimento. Eu tinha achado Sirius um gato, apesar de ser mais velho, ele era um verdadeiro pedaço de mau caminho. Pra falar verdade ele era o caminho inteiro, e não um pedaço.

- Acho melhor não atrapalharmos, Sirius está tentando acalmar a Mione. – Ouvi a voz irritante do louro aguado novamente.

- Certo. – Concordei com ele, apesar de ódia-lo com todas as minhas forças, o infeliz tinha razão.

Chegamos em frente a maquina de chocolate quente e Draco começou a inserir o dinheiro e fazer o pedidos, percebi que ao invés e um copo, ele havia colocado dois no aparador, e me intriguei. Esperei ele terminar, observando disfarçadamente a silhueta dele encostada a maquina, esperando ela terminar.

Como o desgraçado era bonito. Dava ódio. Aquilo devia ser proibido, um cara tão intragável ser tão lindo, era revoltante. Tinha que ser igual às historias infantis, o vilão sempre é um cara horroroso, feio que dói, e não lindo de morrer, fala sério! Fica até difícil odiar assim!

Ele não podia ter uma verruga naquele nariz arrebitado? Ou quem sabe banguela? Sei lá, poxa, um dentinho só, era tudo o que eu queria, apenas um dente faltando? Mas nãooooooo, o filho da mãe é perfeito, e eu ouso até falar, que mesmo que tivesse dentes faltando e verrugas espalhadas por toda cara, o nojento seria lindo do mesmo jeito. Agora me digam, vocês perceberam a gravidade da situação? O cara é lindo, gostoso, rico, inteligente e um expert na arte da sedução, cara isso é pior que tortura pode crer! É o próprio pecado caminhando pela terra!

Enquanto eu o olhava, como se ele fosse um delicioso pão doce gigante, quentinho e saboroso, acho que ele percebeu a insistência do meu olhar e me encarou sorrindo cheio de charme, deixando minhas pernas frágeis, e a boca seca, tão seca, que parecia que eu não ingeria líquido há dias.

“Christina Dawson, não cora sua imbecil, não cora!” – Minha mente gritava desesperada, enquanto eu sentia a face arder. “Maldição!”

- Algum problema? – Sim! Você devia ser feio! Senti muita vontade de dizer isso, mais engoli a vontade.

- Não, nenhum. – Tentei parecer menos embaraçada possível. – Já terminou?

- Já. – Vi ele se abaixando e pegando os dois copos de chocolate quente e direcionar um a mim. – Toma logo se não vai esfriar.

- Não precisava. – Argumentei.

- Pega logo Christina, ta queimando minha mão. – Peguei o copo e nossos dedos se encostaram, tentei agir natural depois daquele toque que pareceu esquentar todas as partes do meu corpo.

- Obrigado. – Murmurei, sentindo o rosto esquentar de novo.

- Viu, eu sou gentil? – Por mais raiva que me desse aquele comentário dele, eu sorri. Ele estava certo, ele era gentil. Gentil e lindo.

“Merda! Eu não acredito que corei de novo!”

xxxxXXXxxxx

3 horas mais tarde...

Estávamos ainda naquela expectativa, Rony já tinha saindo da sala de cirurgia, mais ainda não podíamos vê-lo. O medico tinha nos dito que a operação dele tinha sido um sucesso, e agora era só esperar. O Dr. Norris tinha tirado um peso de nossas costas, e eu não via a hora de poder ver meu irmão, companheiro de tantas maluquices. O médico que o operou só disse que ele ficaria na observação, e que amanhã liberaria as visitas, sendo um de cada vez, e cinco minutos no máximo, pois Rony precisava daqui por diante de bastante descanso.

Mamãe e papai pareceram mais aliviados com a noticia. Hermione esboçou um sorriso tão grande que contagiou a todos na sala de espera. Era realmente um alivio saber que agora o perigo já tinha passado.

Enquanto todos se abraçavam e comentavam uns com os outros a felicidade pela boa noticia, vi Gina sair sorrateiramente da sala de espera. Prestando a atenção para que ninguém percebesse sai também e a segui.

Percebi que ela se dirigia a saída do hospital, indo pro estacionamento. Vi que ela se aproximou do lugar onde o carro de Sirius estava estacionado. Ela se encostou no carro e baixou a cabeça, olhando pros pés, com um interesse estranho. Me aproximei dela lentamente e me pus ao seu lado.

- Bonita sandália. – Brinquei tentando lhe arrancar um sorriso, mais ela nem se que se mexeu. – Hei! Foguinho o que foi? – Aquilo pareceu chamar a sua atenção que ela desviou seus olhos dos próprios pés e me fitou profundamente.

- Eu te amo. – Eu espera por qualquer coisa, menos ouvir aquelas palavras dela. Tinha ficado mudo, como se de uma hora pra outra eu tivesse perdido toda a capacidade de falar.

Ela voltou com a olhar para os próprios pés. Percebi que tremia o corpo e me aproximei dela com o coração batendo a mil. Vi que Gina chorava, as lagrimas mudas escorriam de seus olhos fechados. Ela mordia o lábio inferior com força, quase os ferindo. Não conseguia entender a repentina declaração dela. Não que eu estivesse reclamando, claro que não! Mais ela parecia tão estranha, frágil, ali chorando na minha frente. E aquela declaração por mais que eu tivesse gostado, não cabia com a situação, era como chorar em festa de aniversario e gargalhar num enterro! Sei lá como explicar, era algo inesperado. Isso, inesperado com certeza é a palavra certa para essa ocasião.

- Gi... – Eu não consegui falar nada, apenas senti o cheiro agradável do seu perfume invadindo meu nariz quando ela se jogou nos meus braços.

Ela me apertava e chorava ainda mais. Levei minha mão direita a sua cabeça e comecei a acariciar os cabelos ruivos. Ela soluçava e aquilo estava me desesperando. Poxa! Gina não tinha que está chorando e sim feliz, afinal Rony estava bem, ele ficaria bem.

Foi então que uma luz se acendeu na minha cabeça. Eu tinha acabado de me dar contar o porquê da Gina está daquele jeito. Apesar de brigarem, Gina e Rony eram bastante unidos, como se fossem gêmeos. E aquilo tinha a afetado realmente, mais do que a mim, e só agora Gina estava se permitindo colocar toda a angustia pra fora. Ela devia esta sentindo medo, medo de perder a pessoa que ama então por isso que... que... Deus! Então ela me ama e tem medo de me perder?

Mesmo sabendo que ela estava chorando, me permiti rir, a alegria tinha tomado o meu ser. Eu sabia que Gina gostava de mim, ela já tinha provado isso, mais ouvir de sua boa aquele Te amo tão caloroso e tão cheio de sentimentos, era como ter o Natal mais cedo. Não melhor, ter o Natal com ela mais cedo!

Já tinha escutado Gina dizer que me amava. Quando ela se entregou pra mim, havia me dito que me amava, mais não parecia com o “Eu te amo” de agora. A força dessas palavras agora tinha sido mais intensa, mais profunda, como se ela estivesse arrancado do fundo da sua alma.

Ela ainda chorava e eu sem conseguir controlar a euforia, me afastei um pouco dela e ergui seu rosto, com a mão em seu queixo. Ela me fitou com os olhos molhados, e vermelhos. O nariz numa coloração meio rosada, e a boca meio arroxeada, por conta das mordida que ela dava para tentar controlar o choro. Sorri pra ela, sentindo muito feliz por ter-la ali nos meus braços. Ela retribuiu o gesto, e sem conseguir mais esperar, a puxei para mais perto e capturei os lábios que eu tanto amava.

Escutei uma exclamação por parte dela. Sorri em seus lábios, o beijo que era pra ser carinhoso e devagar ficou ardente e rápido. A apertei mais nos meu braços, não permitindo nenhum espaço entre a gente, a queria perto, muito perto. Colada em mim.

Senti sua mão na minha nuca, os dedos finos entrando entre os cabelos e passando a unha devagar. Aquilo foi como um botão, pois tudo no meu corpo passou a reagir de forma mais desesperada. Eu a queria. Queria muito. Meu corpo gritava pelo dela quase me assustando. Girei no meu eixo sem deixar de beijá-la e a encostei no carro. Prensei meu corpo ao dela e Gina gemeu longamente nos meus lábios. Sua outra mão descia pela minha costa me provocando arrepios deliciosos e incontroláveis. Tive vontade de lhe arrancara a roupa quando a ruiva segurou minha bunda forte me trazendo para mais perto dela, roçando mais ainda seu corpo no meu.

As coisas estavam sem freio pra gente, mas eu não ligava, só queria ficar ali com ela. Beijar aqueles lábios de morango. Me derreter em sua boca. Gina escorregou sua mão para baixo da minha blusa e começou a arranhar minhas costas lentamente. Me afastei de seus lábios e soltei um barulho estranho, que tirou gargalhadas da ruiva.

- Achou... engraçado? – Perguntei meio ofegante.

- Não. – Estranhei a resposta, se não foi engraçado, porque riu então? – Foi gostoso, estimulante, prazeroso, enfim, me deixou com tesão. – Céus! Se ela queria que meu pobre corpo entrasse em combustão, ela com certeza estava conseguindo.

- Sabe, você não devia cutucar algo que está adormecido. – Falei quase se me conter.

- Adormecido? – Gina perguntou rindo. – Pois pra mim não está parecendo nada adormecido. – Terminando de falar, ela ondulou o corpo junto ao meu, roçando sua parte intima na minha, me provocando, minha calça tinha ficado ligeiramente mais apertada.

- Gina não me provoque? – Falei com um ultimo aviso pra aquela ruiva que estava de enlouquecendo com as sua investidas.

- Não estou provocando Harry. – Ela respondeu cinicamente, tive vontade de gargalhar dela.

- Não? – Perguntei divertido, mais logo engoli as risadas, pois ela ondulou o corpo novamente. – Pára... pára se não vou ama-la aqui mesmo nesse estacionamento.

- Calma Harry. – Ela sussurrou no meu ouvindo, fazendo todos os meus pelos gritarem para o alto. – Deixa pra me amar em casa. – Terminou sussurrando e em seguida chupando o lóbulo da minha orelha.

Aquilo levou todo meu alto controle pro espaço, e quando percebi, já tinha lhe pego pela nuca e a beijava com todo o meu fogo. Tudo parecia tão quente, quase febril. Nossas línguas dançavam numa dança erótica, fazendo nos dois gemer sem pudor algum.

Quem passasse naquele momento ali, veria um casal quase arrancando a roupa um do outro, mais eu não estava ligando, apenas ligava para o desejo que transbordava dos meus poros.

O beijo ia cada vez mais se aprofundando, cada vez mais explorador, cada vez mais exigente. Minha outra mão estava quase lhe chegando ao seio, por baixo da blusa, quando ouvi meio de longe alguém soltar um enorme grito.

Me afastei de Gina rapidamente e percebi que ela estava meio desorientada, assim como eu, e quando eu olhei na direção do grito, pensei seriamente em enfiar a cara com toda força naquele chão do estacionamento, pra quem sabe , abrir um buraco e nunca mais sair de lá, tal era minha vergonha e embaraço. Pois ali, com as mãos no rosto, olhos esbugalhados e a cara mais chocada que eu já tinha visto em todo a minha vida, estava Molly Weasley, com Sirius ao seu lado.

Continua...

N/A: Aéeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Aleluia irmão eu acabei o cap.!

Peço mil desculpas pelo atraso, mais tive uns problemas e não tive como postar antes.

O cap. ta pequeno, mais prometo compensar com o outro, valeu!

Bom vamos a perguntinhas básicas...

Gostaram? Tava muito chato? Muito lenga lenga?

Sei que provavelmente os amantes do casal Mione e Rony querem me matar nesse momento, mais galera, não fiquem bravos, como eu já disse essa coisa ia rolar mesmo, pois a idéia da fic é antiga. Mas tudo vai correr bem.

E o que acharam do amasso de Harry e Gina? Eu gostei de escreve-lo, pois eu já esperava pra passar essa cena pro papel a muito tempo! Acho que ficou legal.

O que será que vai rolar no próximo? O que Sra. Weasley vai dizer, será que ela vai permitir, ou vai ser contra?

Bom galerinha é isso...

Infelizmente não posso responder os reviews, meu pc ainda está ruim...

Um big beijo pra todos...

Mandem um monte de reviews...

Amo todos vcs...

Arinha

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