CAPITULO 9



/A: Calma Galera, eu apenas estou postando o cap. betado, já que minha amiga Débora resolveu corrigi-lo pra mim. Aproveitem, mudou algumas coisinhas... Bjs.

CAPITULO IX

“Sabe quando você imagina que um lugar não pode estar tão cheio, mas depois, logo em seguida você quebra a cara? Pois é, isso acabou de acontecer comigo!”

Tomei um susto tão grande assim que cheguei ao ginásio da escola onde estava ocorrendo à festa, que por um momento passou pela minha cabeça se não tinha gente pendurada pelo teto.

O lugar estava abarrotado de gente, galera que nem era da escola, e aquilo fez meu estômago dar um nó e sentir um frio na espinha de puro nervosismo, o medo de ter que enfrentar todos em cima do palco cantando e dançando fez minhas pernas tremerem consideravelmente.

- Mione de Deus, da onde saiu todo esse povo? – Perguntei desesperada pra minha amiga que estava ao meu lado, tão abismada quanto eu.

- Não faço à mínima miga! – Ela exclamou apavorada.

Nervosa, a festa estava lotada e minha barriga não parava de dar voltas. Puxei Hermione pela mão e fui em direção ao centro da festa. O Diretor marcou com a gente para tocar só a meia noite, então resolvi dançar para aliviar a pressão. Estava tocando um monte de músicas de hip hop e dance, uma mistureba só, e eu que me amarrava nesses ritmos, comecei a sacudir o esqueleto, louca pra extravasar toda a tensão naquela pista.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Mione gritou para que eu ouvisse no meio daquele barulho todo.

- O QUE VOCÊ ACHA? – A puxei pela mão dando uma volta ao redor de seu corpo e requebrando as cadeiras. – ESTOU DANÇANDO UÉ! – Mione gargalhou e começou a dançar comigo ao som das músicas.

Começamos a dançar juntas, ao som da música alta e contagiante. Mexíamos os quadris juntas, como se a gente estivesse se exibindo uma para a outra, e nem percebemos quando uma rodinha abriu a nossa volta nos dando mais espaço.

Começou a tocar uma música que simplesmente adoramos, e eu não pude deixar de gritar eufórica, parecendo louca, rebolando e matando todos os seres masculinos da festa que haviam parado para nos olhar.

Veeeeeem ser!

Minha meninaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Vooooocê

Me alucina

- AÍ EU AMO ESSA MÚSICA MIONE! – Gritei empolgada.

- EU TAMBÉM! – Ela respondeu na mesma empolgação.

Olha que tesão, dentro do salão

É a minha menina

Nos bailes da cidade só dá ela, meu irmão

Quando ela mexe sua bundinha é muito sexy

Quando ela mexe sua bundinha é nota 10

A coisa mais gostosa cara, que eu já conheci

Tinha tanta gente olhando pra gente, que foi praticamente impossível ignorar. Estava me sentindo um verdadeiro pedaço de carne ambulante, para todo lado que eu olhava, podia ver um garoto mordendo os lábios com desejo e com um olhar de fazer as pernas tremerem. Fechei meus olhos e tentei me concentrar na dança e na música.

Olha só que maravilha, meu irmão

A princesa requebrando no salão

Põe a mão no joelhinho, meu nenê

E rebola, eu quero ver

Se enrosca com a amiguinha pra abalar

E me chama que eu também quero brincar

Demorou, demorou, demorou

Vem ser minha menina

Nossos passos estavam tão lindos, charmosos e sincronizados, todo mundo nos fitava com a total atenção, percebi que Mione estava com as bochechas coradas, provavelmente com vergonha, assim como eu, de todos estarem nos olhando, mas resolvi ignorar, mesmo que isso fosse um pouco impossível, mas resolvi. Quando levamos juntas as mãos aos joelhos e começamos a rebolar e a se insinuar uma pra outra, pensei que o ginásio iria a baixo, com os gemidos dos garotos que nos olhavam desejosamente. Tive vontade de rir nesse momento.

Vem ser minha menina

Vooooocê me alucina

Como eu quero ter você, como eu quero ter você

Menina linda, tão linda de se ver

Comecei a rebolar no próprio eixo e quando ergui minha cabeça de forma bem sexy, reconheci o par de íris verdes esmeraldas me fitando com um sorriso muito safado nos lábios. Parei de dançar atônita. Comecei a sentir um calor incontrolável e uma tremedeira sem fim,parecia que meu corpo iria desabar a qualquer hora. Puxei o ar com força e retornei a dançar, sentindo seu olhar sobre mim.

“Merda! Porque que ele tem que ficar me olhando desse jeito?”

Todos pagam pau, todos passam mal com a minha menina

A bela da cidade não é fraca, não

Tem maninho me dizendo que pirou

Tem maninho me dizendo que endoidou

E agora passam noite na alucinação.

Olha só que maravilha, meu irmão

A princesa requebrando no salão

Põe a mão no joelhinho, meu nenê

E rebola, eu quero ver

Se enrosca com a amiguinha pra abalar

E me chama que eu também quero brincar

Demorou, demorou, demorou

Vem ser minha menina

Arrisquei olhar na direção de Harry e percebi que ele não tirava os olhos de cima de mim,me deixando totalmente encabulada. Aquele olhar centrado e malicioso destinado para mim,estava deixando minhas pernas fracas. Meu coração parecia uma britadeira no meu peito, de tão rápido que batia.

Estava tão nervosa, que fiquei com medo de errar os passos, e comecei a desviar minha atenção de seus olhos hipnotizantes. Hermione que estava se divertindo dançando ao som da música percebeu que eu estava um pouco desorientada.

- O QUE HOUVE GINA? – Mione perguntou preocupada comigo.

- NADA. – Continuei dançando. – CALOR! – Ela sorriu, mais notei que ela não acreditou.

A música tinha terminado e outra já começava a tocar. Resolvi pegar algo para beber, estava soando em bicas e com um calor desesperador. Falei com Hermione, e vi que ela já tinha avistado Rony, que como os outros, estavam apreciando nossa apresentação. Sai em direção ao bar, que os organizadores da festa tinham montado para servir a galera. Mas no meio da muvuca senti um braço me puxar e dei de cara com ninguém menos que Harry me fitando. Tive vontade de correr, assim que meus olhos cruzaram com os dele, ele foi se aproximando e eu comecei tremer novamente.

“Deus! O que esse louco pensa que esta fazendo?”

Engoli em seco quando senti suas mão em minha cintura, o cheiro dele invadindo sem permissão o meu nariz, sua boca entreaberta, com aquele hálito quente e gostoso de hortelã, me fazendo ficar com água na boca.

Nossos corpos colaram e eu tive a plena certeza que iria cair estatelada no chão se por acaso ele me largasse, já que minhas pernas ficaram tão firmes, quanto gelatina. Minha mão estava pousada em seu peito e pude sentir que o coração dele batia rapidamente, dei graças a Deus por não ser a única por estar quase à beira de um ataque cardíaco.

Vi seu rosto se aproximar do meu, e mordi meu lábio inferior por puro nervosismo.

“Ah não! Esse doido vai me beijar?”

Ele estava cada vez mais perto.

“Deus do céu! Se ele me beijar não vou resistir...”

Seu rosto foi se inclinado e eu fechei os olhos por antecipação, só esperando o inevitável.

“Aí não acreditoooooooooooooooooo...”

Eu esperei, mais nada aconteceu, abri um olho, meio desconfiada e senti seu rosto encostar-se ao meu, sua bochecha na minha, e antes que eu falasse ou reclamasse algo, me arrepiei por completa com o vapor quente que saia de sua boca e entrava no meu ouvido.

- Dança essa música comigo? – Eu o ouvi sussurrar de uma forma incrivelmente sensual.

Como não estava em nenhuma condição de falar, muito menos responder com palavras àquela proposta, apenas balancei a cabeça concordando e me vi sendo guiada para uma parte da pista, praticamente carregada nos braços por ele, já que minha pernas ainda estavam moles.

Quando chegamos à pista, as músicas dançantes pararam e começou tocar uma bem lenta e romântica e eu definitivamente tive a certeza que o destino tramava contra mim.

“Dj filho da puta!”

Harry pegou meus braços e me fez envolver seu pescoço. Segurou-me pela cintura mais uma vez, e aproximou meu corpo do dele. E lá estava eu mais uma vez de corpo colado com o dele, fazendo o meu formigar de tanto desejo e desespero.

I don't want to go another day

So I'm telling you exactly what is on my mind

Seems like everybody is breaking up

Throwing their love away

I know I got a good thing right here

That's why I say (Hey)

Dançávamos ao ritmo lento e suave da música, e eu me via cada vez mais perdida dentro daqueles olhos verdes que me olhavam tão intensamente.

Nobody's going to love me better

I must stick with you

Forever

Nobody's going to take me higher

I must stick with you

You know how to appreciate me

I must stick with you

My baby

Nobody ever made me feel this way

I must stick with you

Aquele refrão parecia feito para nós dois, pois ali dizia exatamente o que o meu coração queria dizer pra ele. Sorri para Harry e recebi em troca um sorriso sincero e cheio de carinho. Porque que as coisas não eram mais fáceis pra gente? Porque a gente tinha que sofrer tanto? Será que não merecíamos ficar juntos? Olhei para ele com meus olhos marejados de lágrimas e comecei a cantar a música, baixinho pra ele.

I don't want to go another day

So I'm telling you exactly what is on my mind

See the way we ride

In our privated lives

Ain't nobody getting in between

I want you to know that you're the only one for me

And I say

Aquele trecho dizia tudo, ele definitivamente era tudo pra mim, único. Senti que ele me apertava em seus braços como se estivesse com medo de que eu fugisse dali. Comecei a fazer um carinho delicado em sua nuca, onde minhas mãos estavam e continuei cantando pra ele.

Nobody's going to love me better

I must stick with you

Forever

Nobody's going to take me higher

I must stick with you

You know how to appreciate me

I must stick with you

My baby

Nobody ever made me feel this way

I must stick with you

Harry encostou sua testa na minha e vi que ele mordia seu lábio inferior, como se estivesse segurando uma vontade muito grande dentro dele. Eu sabia exatamente o que ele tanto se segurava pra não fazer, pois era a mesma coisa que eu fazia no momento, me segurava com todas as forças para não agarrá-lo e beijá-lo ali na frente de todos.

And now

Ain't nothing else I can need

And now

I'm singing 'cause you're so, so into me

I got you

We'll be making love endlessly

I'm with you

Baby, you're with me

So don't you worry about

People hanging around

They ain't bringing us down

I know you and you know me

And that's all that counts

So don't you worry about

People hanging around

They ain't bringing us down

I know you and you know me

And that's why I say

Senti minhas lágrimas quentes escorrem pela minha face de pura tristeza, ficar tão perto dele e ao mesmo tempo não tê-lo pra mim, era agonizante de tão horrível. Afundei meu rosto eu seu ombro, ainda dançando e ouvindo a letra que na certa tinham feito pra nós dois. Sentia sua mão acariciando meus cabelos e os beijos carinhosos em minha nuca. Seu peito subia e descia rapidamente, como se estivesse sentindo a dor que eu estava sentindo.

Nobody's going to love me better

I must stick with you

Forever

Nobody's going to take me higher

I must stick with you

You know how to appreciate me

I must stick with you

My baby

Nobody ever made me feel this way

I must stick with you

A música já estava acabando e eu estava sentindo meu coração ficar apertado, pois sabia que teria que largá-lo e seguir minha vida, pelo menos aquela noite. Levantei minha cabeça de seu ombro e vi que o tinha molhado todo com minhas lágrimas silenciosas. Fitamos-nos enquanto a música terminava, vi que Harry travava uma batalha enorme dentro de si, por não poder fazer exatamente o que queria, e só eu sei, como eu aquilo me entristecia.

Cantei o último trecho do refrão para ele, com uma única e solitária lágrima escorrendo de meus olhos.

Nobody ever made me feel this way

I must stick with you

A música acabou e logo uma agitada começou mais Harry parecia não querer me largar. Ele secou as lágrimas que desceram pelo meu rosto e aproximou seu rosto do meu novamente e sussurrou em meu ouvido para que só eu pudesse ouvir.

- Eu te amo.

E antes que eu pudesse processar qualquer coisa, ele me soltou e desapareceu no meio de todo aquele povo.

Tudo girou, eu comecei a sentir que estava sem ar, comecei achar aquele lugar extremamente abafado, como se tivesse pouco oxigênio pra tanta gente. Comecei a abrir caminho e fui em direção a uma saída para um jardim que tinha ali do lado do ginásio.

As palavras pareciam dançar na minha mente, eu não conseguia deixar de pensar num minuto sequer, no que ele tinha acabado de dizer. Ele me amava. E aquilo parecia me preencher de uma tal forma que nem eu saberia explicar direito. Uma felicidade começou a me consumir, como se eu tivesse acabado de ganhar a coisa que mais desejava na vida. E pra ser sincera, eu tinha acabado de ganhar, pois Harry tinha acabado de dizer, com todas as palavras e todas as letras que me amava. Era tudo que eu mais desejava, desde que me vi apaixonada por ele, e agora ouvindo isso da boca dele, mesmo a gente não estando juntos, me deixava incrivelmente feliz.

Olhei para o céu e sorri bestamente, agora eu estava revigorada e pronta para enfrentar tudo e qualquer coisa. Girei nos calcanhares e andei direção festa novamente, feliz e pronta para o que der e vier.

xxxXxxx

Tínhamos acabado de chegar e Harry desaparecido, pois é, falou que já voltava, mais esse seu “já volto”, já tinha passado um tempo consideravelmente grande.

O jeito que eu tinha achado de esperá-lo foi dançando, mais dançar sozinha era um verdadeiro saco. Eu tinha avistado Hermione, mais não quis atrapalhá-la, pois ela estava num senhor amasso com o namorado dela, Rony, e sinceramente, ficar de vela, era a última coisa que eu queria fazer naquela festa.

Enquanto eu dançava de cá para lá, senti sendo agarrada por um par de braços brancos, quase transparente. Urrei de ódio, eu sabia exatamente de quem eram aqueles braços transparentes, feito o Gasparzinho.

- QUER FAZER O FAVOR DE ME LARGAR IMBECIL OXIGENADO? – Gritei puta da vida.

- Calma... – Aquela voz nojenta e arrastada no meu ouvido me deixou mais revoltada. – Você está muito nervosa Princesa.

“Ahhh, bicho de goiaba filho da mãe!”

- Princesa é a pu... – Mas não pude terminar, já que o infeliz tampou minha boca.

- Eita boquinha suja! – Ele me girou mo meu próprio eixo me deixando de frente pra ele.

Eu me sacudia em seus braços, mas o infeliz não me largava, nem muito menos tirava a mão da minha boca, comecei a gritar e me sacudir como se estivesse manifestada.

Mas a única coisa que ele fez foi gargalhar da minha cara. Parei de me sacudir e o fitei com o meu olhar de mais puro ódio. Acho que se tivesse o poder eu o trucidava ali naquele momento só com o olhar.

- Não adianta me olhar dessa forma, sabe, não tenho medo de cara feia. – Ele falou desdenhoso.

- Humhummhum. – Foi o barulho que saiu abafado de minha boca, já que a mão dele ainda a tapava.

- O que? – Draco perguntou se divertindo com a minha cara. – Pode repetir? Acho que não entendi! – Juro, que nessa hora tive vontade de matá-lo, o desgraçado quase caiu de tanto gargalhar da minha cara.

“Desgraçado, filho de uma égua, nojento, metido, esnobe, imbecil, babaca, oxigenado, miserável, canalha, ordinário, idiota, besta, cafajeste, doente, débil mental, jumento, descarado, convencido, abusado, verme, asqueroso, filho da puta, estúpido, retardado, insuportável, egocêntrico, crápula, demente, porco, narcisista.”.

Nossa eu estava realmente de parabéns, nunca se quer na vida consegui pensar em tanto palavrão junto de uma vez só, e ainda mais, todos eles destinados, para uma pessoa só! Realmente, era coisa digna de prêmio, se esse existisse é claro!

- Olha, eu vou tirar minha mão... – Ele falou me olhando nos olhos. - ...mas você vai me prometer que não vai me xingar! – Eu o fitei seriamente, revirei os olhos indignada e assenti.

Lentamente ele foi tirando a mão da minha boca, e senti que a pobre coitada estava dormente, de tanto tempo que aquele azedo tinha apertado. Eu provavelmente estava com uma mancha ao redor da minha boca, seus dedos marcados na minha pele. Um ódio me consumiu antes que eu me controlasse, minha mão voou na cara de Malfoy, deixando uma marca muito bonita e significante da minha mãozinha naquele rosto branquelo.

- Sua... – Não o deixei terminar.

- Eita boquinha suja! – Foi mais forte que eu, tive que gargalhar de sua cara de revoltado. Malfoy continuava a acariciar a face machucada. – E só para te lembrar, eu prometi não te xingar e não te bater! – Falei saindo de perto dele.

- Você me paga Krikinha. – Ele falou de modo arrastado e de um jeito que minha espinha congelou toda.

- To morrendo de medo Draquinho. – Respondi, o encarando e desafiando. Sua resposta foi um sorriso malicioso que fez meu coração parar numa batida e o estômago ficar gelado como se tivesse acabado de comer vários e vários cubos de gelo.

Saí de perto dele antes que cometesse algum homicídio e comecei a procurar Harry. Mas enquanto eu o procurava, sentia meu sangue voltar a correr novamente, aquele bate papo nada amistoso com o Malfoy sempre me deixava desse jeito, no começo com uma vontade incrível de assassinar alguém, que no caso é sempre ele, e depois fico nervosa e tremendo, como se a qualquer hora fosse cair na lábia de araque dele.

Mas uma coisa eu não podia negar, o desgraçado é muito bonito e charmoso, e é uma verdadeira prova de fogo conseguir resistir a ele por esse tempo todo. Ainda mais agora que o infeliz me pegou pra Cristo, pois não larga do meu pé nem um segundo e sempre que tem a oportunidade vem me encher e torrar a porcaria do saco. Juro tem hora que dá vontade de matá-lo, mais têm outras que me seguro muiiiiito para não agarrá-lo.

Enquanto eu divagava comigo mesma sobre a minha relação nada amigável com o traste do Malfoy, vi Harry dançando com Gina uma música romântica e os dois pareciam que tinham esquecido o mundo ao seu redor. Os dois formavam um casal tão lindo, sinceramente ver Harry e Gina tão tristes por não poderem estar juntos me deprimia muito.

Eu sei que não me dava muito bem com a Gina, mais isso era uma bobeira tão grande que eu não levava em consideração e pra ser sincera não via a hora de poder fazer amizade com ela. Apesar dela ter um temperamento um pouco difícil demais, eu via que por trás daquela carapuça que ela vestia, ela é uma pessoa legal e que sofre bastante com esse amor conturbado.

Fiquei parada perto da pista assistindo o casal, vendo que eu não era a única que observava os dois. As pessoas tinham feito um pequeno círculo ao redor deles, como se todos estivessem com medo de imacular aquela cena tão linda e ao mesmo tempo tão triste. Do outro lado, de frente pra mim eu podia ver a cara de Cho Chag, ela parecia estar extremamente puta, seus olhos quase fechados com duas fendas direcionados pro casal, como se de algum modo seu olhar raivoso pudesse separá-los ou quem sabe mata-los.

Continuei a observá-la e depois de um tempo, quando o casal parecia indeciso sobre fazer algo, ela desapareceu no meio da galera, mais eu não sei por que eu sentia que pra Cho Chang a noite ainda não tinha terminado, ela iria aprontar alguma.

xxxXxxx

Estava em cima do palco e a visão não poderia ser a melhor, conseguia ver todo mundo e aquelas caras de expectativa esperando pelo nosso show me deixava com um frio intenso na barriga.

Estávamos todos preparando o equipamento para começar o show, Draco estava ao meu lado, terminando de afinar a guitarra, fui até a ele.

- Nervoso? – Perguntei meio insegura, era primeira vez na noite que estava falando com ele.

- Um pouco. – Ele parecia ainda estar com raiva de mim.

- Chateado? – Vi os olhos do louro me fitaram intensamente.

- Um pouco. – Murchei completamente com essa resposta.

- Você me odeia não é? – Perguntei sem encará-lo.

- Não se consegue odiar quem se ama. – Pronto, ele tinha conseguido, fiquei totalmente desnorteada, aquela resposta tinha me calado de uma forma que foi inevitável não lembrar do porque ele está tão chateado comigo.

FLASHBACK

Já havia se passado três dias desde que Harry tinha nos pego naquela situação embaraçosa e desde então eu não tinha mais me aproximado de Draco. Sempre que o via, eu fugia e também não atendia suas ligações. Ele foi lá em casa me visitar mais eu me recusei a recebe-lo. Eu não sei por que mais eu não conseguia encará-lo, estava me remoendo em culpa, a traição que eu tinha lhe feito com Harry, logo depois dele ter ido embora da minha casa, estava nítida em minha mente.

Sinceramente eu não sabia ao certo o que estava acontecendo comigo, não conseguia mais me ver com Draco, foi como se o que houve comigo no dia que Harry nos viu, servisse pra abrir meus olhos e percebesse que estava fazendo uma coisa muito errada, não devia brincar mais com os sentimentos dele, já estava na hora de dar um basta naquilo.

Estou o observando de longe há um tempo, criando coragem para enfim termos a conversa que provavelmente iria abalar nossa amizade, mais do que já estava. Respirei fundo e caminhei lentamente pra onde Draco estava, sentado no ponto mais alto da arquibancada da quadra do colégio, lendo um livro.

- Oi. – Falei meio tímida, sentando ao seu lado.

- Oi. – Ele respondeu frio.

- Hã... – Estava tão perdida que eu não sabia exatamente por onde começar. – Lendo? – Perguntei a primeira coisa que veio a mente e depois percebi que tinha sido uma pergunta muito idiota.

- Não... – Sua voz estava mais arrastada do que o normal. – Só estou vendo se as letras dançam diante de meus olhos. – Sua resposta foi tão irônica que me deu raiva.

- Não precisa ser grosso!

- Você nunca me viu sendo grosseiro Virginia. – Seu olhar pra mim ao dizer essas palavras fizeram minha espinha gelar.

- Eu entendo que esteja com raiva...

- Raiva? – Ele me cortou antes que eu terminasse. – Então é isso que você acha Virginia? Que estou com raiva? – Seus olhos estavam com uma cor acinzentada muito escura.

- Quer parar de ser irônico! – Aquela conversa estava mais difícil do que eu esperava.

- Não estou sendo irônico. – Ele jogou o livro longe, sua respiração rápida. Fiquei com medo e ao mesmo tempo com o coração minúsculo por vê-lo daquele jeito.

- Eu... eu precisava de um... um tempo pra... pra pensar. – Meus olhos se encheram de lágrimas.

- ... – Ele não me deu resposta.

- Sinto muito por ter feito você ir até lá em casa à toa e também por fugir de você, juro que não fiz de propósito. – Eu falava sem encará-lo.

- ...- Draco continuava mudo.

- Eu sou uma idiota. – Cobri meu rosto com minhas mãos para que ele não pudesse ver que estava chorando.

- Você não é idiota... – Eu o ouvi murmurar. – Só está apaixonada, é... compreensível. – Sorri em meio ao choro, ele realmente me conhecia.

- Desculpa. – Falei soluçando.

- Esqueça. – Eu o fitei e vi seu olhar chateado mais também muito carinhoso pra mim. – Vamos dar um tempo, okay? Pra esfriar as idéias. – Eu assenti sorrindo aliviada por ele pelo menos está com menos raiva de mim.

Ele levantou e começou a se distanciar de mim, com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa, seus cabelos lhe ocultando a face. Senti-me pequena, miserável, incapaz de retribuir um sentimento tão puro e verdadeiro como o de Draco, as lágrimas ainda rolavam de meus olhos, marcando meu rosto com tristeza. Antes que ele ficasse muito longe eu o chamei.

- DRACO! – Ele parou mais não virou. – Somos amigos, não somos? – Ele respirou profundamente. Eu aguardava sua resposta ansiosa.

- Claro. – Sua voz saiu rouca e falha, me doendo mais ainda o coração.

E com isso ele foi embora me deixando muito triste, por ter magoado a última pessoa que eu queria magoar em todo o mundo.

FIM DO FLASHBACK

Lembrar da nossa conversa me deixou novamente com aperto no coração. Resolvi deixá-lo sozinho, não queria perturbá-lo mais do que já estava, eu não era bem vinda e o melhor a fazer era me retirar. Virei de contas para sair, mais não dei nem um passo, já que Draco segurou meu braço me impedindo. Eu o fitei intrigada.

- Nervosa? – Sorrir foi inevitável.

- Muito.

- Chateada? – Meu sorriso dobrou de tamanho.

- Nem um pouco. – E pela primeira vez depois que tivemos aquela conversa, Draco sorriu pra mim e aquilo foi realmente maravilhoso.

xxxXxxx

Frio e nervosismo eram nada comparado ao que eu estava sentindo no momento, minha barriga parecia que tinha um elevador de gelo dentro dela que subia e descia sem parar e minhas mãos tremulas de nervoso, só faziam com que o medo de errar as músicas ao tocar aumentasse gradativamente. Enquanto a gente se preparava pra começar o show eu fitava Rony do palco, ele conversava animadamente com uns amigos e bebia sua cerveja alegremente. Sorri como uma boba, ele estava tão lindo, de calça jeans e blusa pólo verde escura, suspirei como uma adolescente apaixonada, mas pra falar verdade, eu sou uma adolescente apaixonada.

Enquanto eu o fitava e esperava o resto da banda se organizar, vi uma garota loura se aproximar dele e lhe falar algo em seu ouvido. Desliguei-me do mundo e passei a observar o casal que conversava animadamente, Rony parecia gostar muito do que ela lhe falava em seu ouvido, pois gargalhava sem parar e a galinha loura não parava de se insinuar pra ele. Um ódio descomunal foi me consumindo, uma vontade louca de correr e pular no pescoço dos dois e apertar até me sentir aliviada, respirei fundo e me controlei, não podia armar um barraco ali na festa, bem na hora da banda começar, não, definitivamente aquilo iria esperar.

Desviei minha visão daquela cena dos infernos e olhei para os meus companheiros de banda e vi que todos já estavam posicionados, a galera não parava de gritar o nome da banda. Gina pegou o microfone e foi em direção ao meio do palco, a vi piscar pra mim e falar um “boa sorte” com um sorriso de orelha a orelha, sorri pra ela como resposta, tocaríamos agora, enfim, a banda Red iria começar o show.

xxxXxxx

Sabe aquela sensação de alivio? De trabalho finalizado? Sinto-me assim, como se estivesse acabado de tirar um peso das costas. Dizer pra ela que a amava, fez com que eu sentisse o meu coração aliviado, sei lá, foi como se fosse impossível guardar aquilo pra mim, idiotice demais guardar algo tão importante, já que, claro diz muito a respeito a ela.

Agora mais que tudo eu estava feliz e forte pra enfrentar qualquer coisa por esse amor, iria enfrentar os obstáculos de cabeça erguida e com responsabilidade, como papai aconselhou. E como ele mesmo havia perguntado e eu confirmado, ela valia isso, e como!

Valia a pena arriscar tudo por Gina, arriscar e enfrentar pra está ao seu lado.

Enquanto eu divagava comigo mesmo sobre o meu relacionamento com a Ruiva, vi uma Krika vindo em minha direção com uma cara de poucos amigos, parecia até um cão brabo.

- Calminha... calminha... amigo. – Ela se possível fechou mais ainda a cara.

- Como ousa me deixar sozinha seu cabeludo duma figa? – Ela murmurou entre dentes, tamanha a raiva dela.

- Foi mal. – Fiz cara de menor abandonado.

- Por causa da sua saidinha, eu tive que aturar o mala do Malfoy. – Agora estava explicado o porque da raiva repentina.

- Fica assim não Krika, você sabe que bem lá no fundo, mais bem fundo mesmo você o ama e o adora. – Zoei com a cara dela.

- Nossa, será que eu sou assim tão transparente Harryzinho querido? – Ela perguntou sarcástica. – Não sabia que meu amor por ele estava assim tão estampado na minha cara! – Debochou mais uma vez.

- Pois é, está tão estampado que todos já perceberam o seu amor infinito por ele. – Ela não agüentou e começou a gargalhar.

Era incrível como nós havíamos nos tornado amigos, e amigos íntimos, parecia até que a gente já se conhecia há anos. Vivíamos brincando com a cara um do outro, às vezes discutindo por diversão, eu zoando ela por causa do Draco, ou ela me zoando por causa da Gina.

- E então, conseguiu algo com a sua ruivinha? – Ela perguntou curiosa.

- Acho que sim... acho que sim Krika. – Falei com a cara mais sonhadora possível.

- Que bom, fico feliz. – Ela olhou ao redor como se estivesse procurando algo. – Vamos dançar Senhor Potter? – Ela esticou a mão pra mim sorrindo.

- Claro Dona Dawson. – Eu segurei sua mão e ela nos guiou ao centro da pista de dança.

Ainda estava tocando algumas músicas de hip hop e começamos a dançar, Krika sorria o tempo todo pra mim e dançava como ninguém. Sinceramente não fazia idéia de que ela dançava tão bem, seu corpo parecia ser feito de mola, ou quem sabe ela não tinha ossos? Porque da forma que ela se movimentava e requebrava, não fazia sentindo que ela tivesse algum osso no corpo.

Ela deu uma pirueta na minha frente e começou a rebolar na minha frente segurando minha cintura, comecei a rir nesse momento, se eu tivesse apaixonado por ela, na certa teria ficado louco nessa hora. Estávamos um dançando pro outro, como numa batalha de Hip Hop, eu a desafiava com meus passos e ela me desafiava com os dela, a galera tinha aberto uma roda pra gente, aquilo estava sendo muito legal.

Enquanto eu dançava, vi Draco nos fitando, mas ele não parecia estar me fitando e sim a Krika que estava agora fazendo uns passos e passando a mão pelo corpo de forma incrivelmente sexy. Aquele olhar do louro para Krika estava muito suspeito

Sorri em meio aos passos pensando que as coisas estavam caminhando, e segundos depois a música acabou, com Krika ofegante pendurada no meu pescoço rindo de sua performance. Logo que acabou uma, começou outra.

- Ahhhhhhhh... – Ela gritou no meu ouvido quase estourando meus tímpanos. – Adoro de paixão essa música Harry.

- Krika me responde uma coisa? – Perguntei revoltado. – Porque vocês mulheres quando gostam de alguma coisa tem sempre que berrar como loucas? – Ela gargalhou da minha cara e respondeu:

- A pergunta você mesmo já respondeu Harry, somos loucas!

E com isso voltamos a dançar e eu continuei me divertindo com minha amiga e pensando em uma certa ruivinha.

xxxXxxx

Sabe quando você olha pra uma pessoa e você sente que essa foi feita pra você? Que todos os detalhes e todos os defeitos, todas as bobeiras se encaixam perfeitamente na sua vida como se um dia aquilo já fizesse parte desta? Você sente que se essa pessoa for afastada de você por algum motivo, você sentirá como se estivesse perdendo um braço ou uma perna? Sente seu coração sendo arrancado de seu peito pela garganta? Que não consegue mais respirar, já que o ar que você respira é ele? Pois muito bem minha cara leitora, você provavelmente está com uma mal terrível, pois é, e esse mal é tão mal, (nossa ficou profunda essa frase!), que você só poderá curá-lo se por acaso essa pessoa que faz você sentir isso tudo estiver do seu lado. Agora se ela não tiver, só há duas coisas a se fazer, um delicioso e gigantesco pote de sorvete de chocolate e muito, mais muitos mesmo, lenços de papel. Isso irá te ajudar na fossa, pode ter certeza, eu já tenho experiência nisso.

Pois como eu estava dizendo eu estou com esse terrível mal, e uma coisa que eu não tinha falado, esse terrível mal, às vezes demora anos para passar e às vezes, na pior das possibilidades não passa, nem depois de anos. Veja a minha situação, sofro desse mal terrível faz uns seis anos e ele nem se quer diminuiu um pouquinho.

Tô contando isso porque aconteceu tantas coisas na festa, que eu achei que merecia um começo de relato dramático, sabe estilo novela mexicana, pois minha vida está praticamente igual a novela mexicana mais antes de contar tudo sobre a festa, eu estava aqui com os meus botões e acabei me lembrando de uma coisa que aconteceu uns três anos atrás, que coincidentemente é muito parecido com que houve na festa.

FLASHBACK

O clima estava gostoso, frio, mais não deixava de ser gostoso. Eu estava com um casaco rosa claro, pesado para suportar o frio. De vez em quando eu apertava junto ao corpo para que o vento que vez ou outra passava ali de frente ao colégio não penetrasse por ele. Eu e um bando de alunos estávamos esperando o ônibus da escola pra nos levar pra casa.

Hermione estava do meu lado com a cara mais amarrada do mundo, pois ela tinha acabado de ver o amor da sua vida ser abraçado por uma mini perua, e como ela é extremamente ciumenta, fechou a cara e como sempre estava descontando a raiva toda em cima do seu saco de pancada favorito, que no caso sou eu!

- Porque o idiota do Draco só enxerga aquelas garotas dadinhas? – Ela perguntou pela milionésima vez.

Mione tinha uma “pequena” queda do tamanho de um precipício por Draco Malfoy, isso mesmo por Draco Malfoy, era completamente a fim dele, louca para namorá-lo, mas infelizmente, o louro só parecia está interessado em dar uns beijinhos nas “dadinhas”, como ela cansava de dizer, mas traduzindo para os normais, líderes de torcidas.

- Mione, você vai ficar perguntando isso de cinco e cinco minutos ou é só impressão minha? – Perguntei já de saco cheio.

- Aí Gina, eu tô puta tá bem? Tenho todo direito de dar um ataque de perereca! – Ela se defendeu irritada e de braços cruzados assistindo Draco abraçar uma garota com uma saia menor que um palmo. – Olha lá, olha aquilo, aí eu quero morrerrrrrrr, alguém, por favor, me mate, please, eu peço, alguém tenha piedade de minha alma apaixonada.

- Deixa de drama Hermione.

- Drama nada.

- Porque você não vai lá e fala com ele? – Perguntei com um fio de esperança para aquela amiga desnaturada, já estava mais do que na hora dela resolver logo aquilo.

- Você ta louca? – Seus olhos pareciam que iriam sair das órbitas de tão chocada que ela ficou com a minha sugestão. – E vou dizer o que pra ele?

- Que tal a verdade, que você tem uma quedinha por ele e quer namorá-lo?

- Sem comentários dona Virginia Weasley, sem comentários...

- Ah Mi, deixa de ser covarde. – Tentei mais uma vez.

- Sou covarde mesmo e com muito orgulho. – Aquilo tinha sido o seu ponto final, e era melhor nem pressionar demais, era bem capaz dela me bater.

Enquanto eu ria do medo de Mione em se declarar para Draco, vi Harry chegar ao portão do colégio onde nós estávamos, com uma garota morena do lado dele.

“Quem é aquela vaca?”

Eu juro que tentei, mais foi meio impossível, eu comecei a inchar de ciúmes, e de raiva por ele está ali abraçado com aquela garota, que a meu ver nem vestida estava, pois as roupas mais mostravam do que tapavam. Sem falar que o projeto de qualquer coisa estava colada no pescoço dele, parecia um bicho preguiça pregado numa árvore. Fala sério, como esses garotos conseguem ficar com essas garotas fúteis e oferecidas? E será que ele consegue respirar com aquela coisa pendurada no pescoço dele o asfixiando?

“Pronto, agora eu estou igual a Hermione!”

Virei à cara pra outro lado e tentei prestar a atenção em outra coisa, mas meus olhos pareciam exercer uma força estranha sobre mim, pois quando eu menos esperava, lá estava eu de novo olhando e quase explodindo de raiva. Na boa, acho que sou masoquista, devo adorar sofrer!

- Parece tem que tem alguém com ciúmes do Harryyyy... Lá lá lá lá lá lá... – Mione cantarolou debochando da minha cara.

- Quem está com ciúmes aqui? – Perguntei nervosa.

- Eu... – Ela disse irônica. – Eu que estou me mordendo de ciúmes do Harry com a Cho.

- O nome dela é Cho? – Perguntei o nome dela de uma forma como se estivesse perguntando sobre algo muito nojento.

- Cho Chang, estuda no mesmo ano que eles. É líder de torcida e galinha de primeira. – Hermione me disse a ficha técnica dela.

- Será que eles estão namorando? – Perguntei de um jeito tão desolado, que não passou desapercebido por Mione.

- Ué, porque você não vai lá e fala com ele Gina? – Ela falou de um jeito tão debochado que me irritou.

- Vai pra merda Hermione. – Ela começou a gargalhar. – E pra seu governo, eu não estou nem um pouquinho interessada nele, tá? – Falei de cabeça erguida a encarando.

- Sei...

- Ele é meu irmão sua doida!

- Corrigindo, ele é seu irmão de criação, e não irmão de sangue sua besta!

- Mesmo assim, nada a ver, eu heim! Você tem cada uma. – Estava super irritada com as insinuações daquela louca, aquilo era absurdo demais pra minha cabeça.

Não que eu nunca tenha pensado nele assim, eu não era hipócrita, já tinha pensado sim. Mas estava numa fase da minha vida, que tentava de todas as formas não pensar nesse absurdo, era difícil, mas até que eu estava conseguindo.

Também não tinha contado pra ninguém esse disparate, nem pra Hermione que é minha melhor amiga, sei lá, eu considero esse sentimento que eu sinto por ele tão louco, que tenho vergonha de falar pra alguém, mesmo que esse alguém seja minha melhor amiga. Por enquanto meu confidente ainda é o diário, só ele sabe dos meus sentimentos e do beijo que Harry e eu tínhamos trocado na beirada da piscina.

- Gina, por que você esconde de mim que gosta dele? – Hermione perguntou séria.

- Porque eu não gosto oras!

- Acha que eu sou burra pra não perceber você olhando pra ele?

- Olho porque ele é meu irmão. – Aquilo não colou, percebi pelo sorriso que ela me deu.

- Conta outra porque essa não colou. – Sorri escondido, ela me conhecia tão bem que dava até raiva.

- Não tenho nada pra contar, vai ficar esperando sentada. – Falei decidida, eu não iria contar e ponto final.

- Você gosta, admita dona Virginia.

- Não gosto.

- Gosta.

- Não gosto.

- Gosta.

- N-Ã-O G-O-S-T-O.

- G-O-S-T-A.

- Gosta do quê? – Paralisamos as duas quando ouvimos aquela voz tão conhecida.

Estávamos tão concentradas do nosso bate boca que não percebemos que Harry e Draco tinham se aproximado da gente e escutava atentamente a nossa conversa ou seria discussão? Nos viramos lentamente e demos de cara com os dois que estavam com cara de curiosos, querendo saber é claro o motivo de nós duas estarem discutindo. Eu estava tão perplexa que a única coisa que fazia era abrir e fechar a boca como um peixe fora d’água. Enquanto Mione, bem ela não estava nada diferente de mim, seus olhos do tamanho de pratos e suas bochechas rosas por estar tão perto de Draco era hilário, se a situação fosse outra.

- E aí, gosta do que maninha? – Engoli em seco, olhei pra Mione e seus olhos brilharam, juro, eu tremi de medo, eu conhecia muito bem aquele brilho.

- É o carinha que ela gosta. – “Ahhh Mione você me paga filha da mãe!”.

- O que? – Harry perguntou me perfurando com aquelas íris verdes, seus olhos tinham um brilho perigoso, minha espinha inteira congelou.

- É que... Hã... – Olhei pra Mione e a filha da mãe estava se controlando pra não rir da minha cara, aquilo me deixou com uma vontade incrível me vingar. – Eu estava dizendo pra Hermione, que se ela se declarar para o D... – Olhei pra ela e vi que só aquilo tinha servido de lição, já que sua cara estava da cor de meus cabelos de vergonha e raiva pela minha vingança. – Pro carinha que ela gosta, eu também me declaro pro meu. – Finalizei sorrindo pra Hermione, que no momento parecia querer muito um buraco pra enfiar a cara. Draco a olhava com uma sobrancelha levantada, e pelo pouco que eu conhecia, ele tinha entendido muito bem a indireta muito direta que eu dei em Hermione.

- Que historia é essa de se declarar pra alguém dona Virginia? – Minha atenção foi chamada pra Harry que no momento que eu o olhei parecia querer matar um a qualquer momento.

- Qual problema Harry Potter? – Perguntei debochadamente.

- O problema é que você é uma criança e não é pra ficar pensando nessas coisas.

Aquilo tinha sido a gota d’água pra mim. Como assim eu sou uma criança? Quem ele pensa que é pra ficar mandando em mim?

- Tenho 13 anos Harry, não sou nenhuma criança. – Falei o encarando mais revoltada do que nunca.

- Pra mim é uma criança. – “Miserável!”

- Se eu sou criança, você também é. – Desviei minha atenção de seus olhos, aquilo estava sendo perigoso pra mim.

- Claro que não, sou mais velho que você.

- Um ano! – Falei irritada.

- Mas sou mais velho.

- Nossa... me desculpe ancião, eu não sabia que era tão velho assim, mil perdões. – Fui tão debochada que por um momento pensei que ele fosse voar no meu pescoço

- Deixa de ser ridícula, você sabe muito bem que é nova pra essas coisas. – Ele estava bufando como um touro brabo.

- E você não, né? – Perguntei irritada.

- A questão aqui não sou eu e sim você mocinha.

- Aí meu pai do céu dai-me paciência! – Exclamei com as mãos para o céu.

- Não adianta desviar do assunto, pra quem você vai se declarar?

- Definitivamente isso não te interessa. – Comecei a andar o deixando pra trás.

- Você é uma criança Gina. – Ela falou me puxando pelo ombro e me virando pra ele.

- É mesmo? Não me lembro de você me dizer isso na beira da piscina! – Ele ficou em choque com a minha resposta. Tratei de mudar de assunto rápido. - Você acha que não é mais criança só porque beijou na boca? – Perguntei rindo pra disfarçar que estava nervosa por ter me lembrado daquele dia.

- Pelo menos eu já beijei. – Revirei os olhos, aquela discussão não estava nos levando pra lugar nenhum, ainda mais porque ambos tinham dado o primeiro beijo um no outro. Se eu era tão criança como ele havia dito, porque me beijou então?

- Grande coisa, prefiro ficar sem beijar a ter que beijar qualquer um. – Vi Harry me olhar profundamente, eu tinha dito aquilo só para provocá-lo.

- Esta insinuando que eu só beijo qualquer uma maninha? – Seus olhos pareciam apenas dois riscos, ao me fitarem.

- Bom, se a carapuça serviu.

- Eu nem sei por que to aqui batendo boca com essa criança, Draco? – Ele falou com o amigo que eu tinha esquecido completamente, junto com a minha, que eu pude perceber, não paravam de se olharem, pelo menos a briga com Harry estava servindo pra alguma coisa, além de me torrar o saco, é claro!

- Sou melhor que aquelazinha que você estava agarrando. – Harry que até o momento estava rindo com Draco, desviou sua atenção do amigo e me olhou abismado, só quando ele me olhou, foi que eu percebi a mancada que eu tinha dado.

- Está com ciúmes de mim Gina? – Senti como se alguém tivesse me dado com um pedaço de pau bem no meio da minha cara, pois até pra falar foi difícil.

- Cla... claro que... não. – Minha voz tinha saído tão falha, que só um imbecil cairia naquilo, e olhe lá!

Fiquei esperando ele falar alguma coisa, mais ele não falou nada, apenas me fitava e aquilo estava me fazendo corar loucamente. Senti-me uma idiota por ter praticamente dito pra ele com todas as letras que estava me mordendo de ciúmes dele.

Um silêncio constrangedor se instalou entre a gente e eu não conseguia mais encará-lo, meus pés estavam muito mais interessantes e a vergonha era maior que qualquer coisa.

Enquanto eu continuava de cabeça baixa, eu ouvi uma risada, e quando eu levantei a cabeça, vi Harry rindo e se distanciando. Continuei o olhando, ele foi saindo de perto da gente, e indo de encontro com ele estava à chinesa, a tal da Cho Chang, eu não sei por que meus olhos não queriam desviar deles. Harry a agarrou e a levantou num abraço, a colocou de costa pra mim, me fitou profundamente e assim sem esperar, a beijou olhando pra mim.

Meus olhos se encheram de lágrimas e antes que eu pudesse controlar, elas escorreram pelo meu rosto, sai correndo péssima e nem sequer esperei Hermione que gritava pra que eu a esperasse. Sentia uma dor tão forte no peito, uma vontade de morrer, as coisas não tinham mais graça, tudo parecia ter ficado cinza. Corri, corri como uma louca desvairada pelo caminho até em casa, chorando, querendo colocar toda aquela dor pra fora, pelos meus olhos.

Cheguei ao portão de casa e passei por mamãe que estava regando umas flores perto da porta. Seus gritos aflitos querendo saber o que tinha acontecido não me impediram de correr e me trancar no quarto. Ela bateu por um tempo na porta, mais depois desistiu dizendo que depois iria querer saber o que tinha havido.

Afundei minha cara no travesseiro e chorei tudo que eu queria, chorei aproximadamente duas horas ou mais. Por mais que eu fechasse os olhos, não conseguia deixar de ver a imagem dele rindo da minha cara e beijando aquela mocréia.

Quando eu estava mais calma, escutei alguém bater na porta, perguntei quem era, e escutei a voz de Mione do outro lado da porta. Levantei-me e abri a porta pra ela passar, e quando eu a vi só consegui dizer uma frase.

- Eu não gosto dele Mione, eu o amo.

E me joguei no seu abraço chorando mais uma vez.

FIM DO FLASHBACK

Lembrar daquilo me deixava triste, Harry tinha sido tão cretino comigo naquele dia, tão cafajeste, e o pior era que fazia pouquíssimo tempo que ele tinha me beijado na beira da piscina. Parecia que ele tinha esquecido, como se aquele nosso primeiro beijo não fosse nada, como algo sem importância.

Naquele dia eu contei tudo que atormentava a minha alma pra Mione, e também fiquei sabendo que ela ficou com o Draco, isso mesmo! Eles conversaram e depois de uns papos pra lá e outros cá, o louro beijou Hermione sem ela esperar, ela estava simplesmente nas nuvens. O único que pareceu não gosta muito disso foi Rony, que chegou depois no local, depois de ter presenciado o beijo dos dois, discutiu feio com ela, a chamando de oferecida e dizendo que não queria que ela se aproximasse de mim. Mione não levou em consideração o que Rony tinha dito, pois estava aérea demais pra processar qualquer coisa. O sorriso que ela esboçou pela semana inteira era de dar inveja a qualquer ser vivente, sem falar que ela e Draco ficaram outras vezes, não chegaram a namorar, mais ficaram varias e varias vezes.

Bom eu, continuei a semana como se nada tivesse acontecido, lógico que por dentro estava um bagaço, pois pra todo canto que me virava, enxergava o mais novo casal de Hogwarts, e aquilo me consumia de uma forma, que ate hoje eu não sei como sobrevivi.

Tinha que ficar agüentando os comentários de todos falando sobre eles, de como formavam um casal bonito e etc... Sinceramente tinha hora que dava vontade de mandar todo mundo pra puta que o pariu. Parecia perseguição, o colégio inteiro resolvia comentar sobre os dois comigo, poxa, será que não podiam comentar com Rony? Que é irmão dele também, ou então com Draco que é seu melhor amigo? Tinha que ser justamente comigo? Logo eu?

Mais quem acha que a tortura passou, esta redondamente enganado, ela continuou e por muito tempo, eu acabei fazendo amizade com Draco e encontrei nele um amigo maravilhoso, logo depois formamos a banda e eu pude direcionar meus pensamentos pra outra coisa que não fosse Harry Potter. Há um tempo atrás Harry terminou com Cho por ela ter traído ele com Cedrico, eu pensei que estaria livre dessa morena desgraçada metida à gostosa, mais hoje eu vi que ela ainda esta no meu caminho e pelo o que eu percebi, permanecerá por um longo tempo.

Sempre que penso que as coisas vão caminhar, eu quebro a cara bonito, e hoje não foi diferente, eu que pensei que depois daquela dança, depois de ouvir de sua boca que me amava, pensei que as coisas podiam ser diferentes, que eu felizmente iria ter meu sentimento correspondido, mais não, sempre acontece algo pra destruir tudo o que eu demorei tanto pra construir.

A festa da escola tinha começado muito bem pra mim, apesar de que achei um pouco cheia, lotada pra ser mais direta. Mais como ia dizendo o começo foi maravilhoso, dancei de me acabar com Mione, depois dancei com Harry, o ouvi dizer que me amava, depois voltei a dançar, deu o horário pra gente cantar e eu fui com o resto da banda, tudo estava indo de vento em popa, tudo as mil maravilhas.

Quando eu subi no palco...

FLASHBACK

Olhei pro lado, todos já tinham afinado seus instrumentos, corri as vistas em todos e estavam apostos, só esperando o meu comando para começar. Olhei para Mione e lhe desejei sorte. Segurei o microfone e fui em direção ao publico.

- Boa Noite! – Falei pra galera, que gritou de volta. – Prontos para começar? – E a galera gritou sim eufórica. – Então vamos láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! – Gritei e logo Draco Começou a tirar as primeiras notas na guitarra e a galera a bater palma junto com a marcha.

Minha garganta estranha quando não te vejo

Me vem um desejo doido de gritar

Minha garganta arranha a tinta e os azulejos

Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar

Minha garganta arranha a tinta e os azulejos

Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar

A galera gritava enlouquecida com a música e todos sem exceção cantavam a música, aquilo me deixou muito feliz.

Venho madrugada perturbar teu sono

Como um cão sem dono me ponho a ladrar

Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso

Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar

Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso

Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar

Cantei esse trecho rindo, pois todas as garotas da escola pareciam cantar para seus parceiros.

Sei que não sou santa, as vezes vou na cara dura

As vezes ajo com candura pra te conquistar

Mas não sou beata, me criei na rua

E não mudo minha postura só pra te agradar

Mas não sou beata, me criei na rua

E não mudo minha postura só pra te agradar

Nessa hora parecia que o ginásio viria a baixo, a galera toda unida cantando com a gente, Draco tocando como nunca e Colin arrebentando na bateria, cara, aquilo estava muito bom, Mione e Luna também não ficavam atrás.

Vim parar nessa cidade, por força da circunstância

Sou assim desde criança, me criei meio sem lar

Aprendi a me virar sozinha,

e se eu tô te dando linha é pra depois errrr!

Aprendi a me virar sozinha

e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar

Aprendi a me virar sozinha

e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar

Minha garganta estranhaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Finalizei a música com um sorriso de orelha a orelha, olhei pra todos e escutei muitos gritando “mais um, mais um...” ou “ Bis, bis...” .

Mal acabamos uma e já emendamos outra, e aquela noite parecia prometer...

xxxXxxx

Eu tinha acabado de cantar a música da Shakira, por incrível que pareça eu tinha me divertido e não tinha ficado com um pingo de vergonha, pelo contrario, quando percebi, eu já estava requebrando como louca no palco.

Já estávamos tocando há uma hora e já estava na hora do intervalo, pelo menos pra gente respirar um pouco. Todo momento que eu cantei, vi que Harry me fitava, mais na última música o vi saindo com Cho, eu não tinha entendido o porque dele ter saído com ela, sendo que os dois não estão mais namorando, e pelo o que Rony havia me dito, ele ainda estava muito irritado com ela.

Logo que os dois saíram, a gente deu pausa, e eu sem nem pensar direito segui o casal, morta de curiosidade e com um aperto muito conhecido no peito.

Cheguei ao lado de fora do ginásio aos trancos e barrancos, já que todo mundo resolveu me parar no meio do caminho e me cumprimentar sobre o show. Mas quando cheguei ao lado de fora o que vi foi realmente estranho. Harry E Cho pareciam conversar sobre algo muito próximos um do outro e assim sem mais nem menos, ele acariciou o rosto dela e a beijou, sendo que desta vez quem ficou me encarando tinha sido ela, Cho, enquanto beijava-o.

Meus olhos arderam, senti falta de ar, o coração miúdo dentro do peito, uma vontade de gritar, abaixei a cabeça e as lágrimas de mágoa por ter sido enganada mais uma vez por ele escorreram de encontro ao chão. Dei a volta nos calcanhares e entrei arrasada pra festa, sentindo que nunca mais na vida fosse ser feliz novamente.

xxxXxxx

O resto da festa e do show foi normal, a galera ainda afobada, mais eu tinha perdido completamente a vontade de festejar, de me divertir. Pequei o microfone e me dirigi ao publico.

- Oi Galera! – A Galera respondeu aos gritos. – Essa foi a ultima música escolhida por vocês, mais eu queria pedir permissão para cantar uma de minha autoria, essa vocês nunca ouviram heim! – mais uma vez a galera vibrou.

Virei-me pra banda e passei o nome da música, para que eles se achassem, me virei novamente pra todos e respirei fundo. Assim que a canção começou a tocar, todo mundo levantou os braços e começou a balançá-los de um lado pro outro. Aquela era mais uma das muitas músicas que eu tinha feito pensando em Harry.

It's impossible

(É impossível)

It's impossible to love you

(é impossível amar você)

If you don't let me know what you're feeling

(porque você não me diz o que sente)

It's impossible for me to give you what you need

(é impossível lhe dar aquilo de que você precisa)

If you're always hidin' from me

(porque você sempre se esconde de mim)

I don't know what hurt you

(não sei o que o magoou)

I just, I wanna make it right

(mas quero resolver isto)

Cos boy I'm sick and tired of trying to read your mind

(porque estou cansada de tentar ler seus pensamentos)

It's impossible (impossible)

(é impossível)

Oh baby it's impossible for me to love you

(baby, é impossível amá-lo)

It's the way it is

(deste jeito)

It's impossible (impossible)

(é impossível)

Oh baby it's impossible

(baby, é impossível)

If you makin' it this way

(se é assim que vai ser)

Nesse momento uma lágrima solitária desceu pelo meu rosto, continuei cantando de olhos fechados, sentia seus olhos em cima de mim, mas não queria abrir os meus e encará-lo. Doía amá-lo.

Impossible to make it easy

(é impossível facilitar as coisas)

If you always tryin' to make it so damn hard

(porque você sempre tenta dificultar tanto)

How can I, how can I give you all my love, baby

(como posso, como posso lhe dar todo o meu amor, baby)

If you're always, always puttin' up your guard

(se você está sempre, sempre na defensiva)

This is not a circus

(não estamos no circo)

Don't you play me for a clown

(não pense que eu sou palhaça)

How long can emotions keep on goin' up and down

(por quanto tempo poderei agüentar os altos e baixos?)

It's impossible (impossible)

(é impossível)

Oh baby it's impossible for me to love you

(baby, é impossível amar você)

It's the way it is

(deste jeito)

It's impossible (impossible)

(é impossível)

Oh baby it's impossible

(baby, vai ser impossível)

If you keep treating me this way

(se você continuar me tratando assim)

Over, over (over and over)

(vez após vez)

Impossible baby (impossible, impossible)

(é impossível, baby)

If you makin' it this way, this way

(se é assim que vai ser)

Oh baby, it's impossible

(baby, é impossível)

If you makin' it this way

(se é assim que vai ser)

Quando a música acabou, todo mundo bateu palma e eu sequei as lágrimas discretamente, aquilo tinha sido um desabafo pra mim, me senti bem melhor, como se o bolo que estivesse estalado na minha garganta acabasse de ser digerido, agradeci a todos contente por ter feito um ótimo show.

A banda queria falar comigo, principalmente Mione, mas eu não estava com cabeça pra falar com ninguém, me dirigi à saída e fui pra casa com a sensação de dever cumprido, mas ao mesmo tempo com a sensação de vazio por ter sido enganada por ele.

FIM DO FLASHBACK

Bom foi isso, agora me digam sinceramente, é ou não é pra pirar? Pra ficar um caco? Pra se sentir pior que lixo? Essa era minha situação atualmente, me sentindo pior do que qualquer coisa horrível existente.

Por mais que eu me controle, não consigo parar de pensar naquela cena nem parar de chorar, como um bezerro desmamado. Tô me sentindo idiota.

Estou aqui na minha cama e simplesmente não consigo dormir por causa daquele infeliz que resolveu tirar uma com minha cara na festa me enganando, e o pior era que eu tinha acreditado.

Sabe de uma coisa? A partir de hoje, Harry Potter pra mim acabou de morrer, ele e todas as suas mentiras estão enterradas e se depender de mim, vão continuar enterradas por muito tempo.

xxxXxxx

Durante a festa...

Eu estava cantando e vibrando ao som da banda Red, Gina estava cantando bem e divertindo todo mundo, as músicas pareciam ter sido escolhidas a dedo, também pudera, todo colégio tinha participado para decidir o repertório que a banda iria tocar essa noite.

Enquanto eu ouvia a música sendo cantada pela ruiva, senti algo, um corpo quente se encostar ao meu. Olhei pra trás e vi Cho agarrada a mim sorrindo, aquilo de alguma forma me embrulhou o estômago, sinceramente eu não sabia como eu tinha namorado com ela tanto tempo, agüentá-la tinha sido dose, pois além de chata e pegajosa, ela era muito irritante e dada demais.

Resolvi ser o mais passível que pude, não estava a fim de arrumar barraco, não hoje e principalmente com ela.

- Algum problema Cho? – Perguntei sério.

- Nenhum, só queria saber se você não quer dançar comigo? – Procurei Krika e não a achei.

- Eu estou cansado Cho, prefiro ouvir.

- Tudo bem. – Ergui uma sobrancelha desconfiado. Porque ela estava tão meiga? – Eu queria falar a sós com você.

- Eu to ouvindo minha irmã cantar. – Olhei pro palco e percebi que Gina estava distraída cantando.

- Por favor, é importante Harry. – Respirei fundo e deixei o ar escapar dos meus pulmões.

- Okay. – Sai do meio da galera a seguindo pra fora da festa.

Fui andando atrás dela, e quando estávamos longe o bastante da festa, Cho parou na minha frente. Eu fiquei de costas pro portão de entrada da festa.

- Harry eu queria te pedir desculpa.

- ... – Okay, agora sim aquilo estava estranho, nem consegui responder, tamanho foi o meu susto.

- Eu errei, não foi legal o que eu fiz com você. – A observei atentamente e não percebi nenhuma canalhice da parte dela, pelo contrário, ela parecia dizer a verdade. – Queria saber se você me perdoa, sabe, antes de tudo a gente sempre foi amigo, e eu não queria perder sua amizade, eu ainda gosto muito de você.

- Então porque fez aquilo? – Perguntei curioso, se ela dizia gostar de mim, ela não tinha razão pra fazer algo daquele tipo.

- Eu não sei... – Ela baixou a cabeça e uma lagrima escorreu de seu rosto. – Acho que foi coisa de momento, eu não sei explicar. – Comecei a sentir um pouco de pena dela. – Mas você não pode me cobrar nada, você também me traía. – Fiquei chocado depois de ouvir isso.

- Quem te contou isso?

- Ninguém me contou Harry, acha mesmo que sou tão burra assim pra não perceber isso? – Ela secou as lágrimas com muita mágoa. – Eu sabia de tudo, mais nunca te deixei porque sempre te amei.

- Cho eu...

- Não precisa se desculpar.

- Claro que preciso.

- Não, não precisa. – Ela ergueu a cabeça e olhou para atrás de mim, depois me fitou. – Só quero uma coisa. – Franzi a testa curioso.

- O que? – Ela mais uma vez olhou para as minhas costas e antes e que eu olhasse pra trás e visse o que ela tanto olhava ela me surpreendeu.

- Quero um beijo de despedida. – Minha boca caiu de uma altura de um e oitenta e sete de altura com o choque.

- Você quer o quê? – Perguntei de novo, talvez meus ouvidos tivessem ruins.

- Quero um beijo, pelos velhos tempos. – Fiquei sem saber o que fazer diante disso. – Só quero algo pra guardar, poxa será que não mereço? Harry namoramos por tanto tempo e você foi o meu primeiro. – Aquilo era verdade, caramba não era nada de mais, era só um beijinho e ninguém ía ver mesmo, era uma despedida como ela havia dito.

Me aproximei lentamente dela e postei minha mão em sua face que estava úmida, ainda por causa das lágrimas, me inclinei e depositei um beijo calmo e carinhoso em seus lábios, um beijo de despedida como ela tinha pedido. O beijo foi rápido e sem muita agarração, pois sua finalidade era apenas deixar uma lembrança. Cho sorriu pra mim e me agradeceu, e logo depois me abraçou, e eu me deixei abraçar por ela.

Passaram-se alguns minutos e eu voltei a si e me despedi de Cho que estava com um sorriso radiante, voltei pra festa e comecei a procurar por Krika que tinha desaparecido a um bom tempo.

Eu não sei o que tinha acontecido, mais Gina parecia triste, a alegria que ela estava apresentado no começo do show parecia ter sumido.

O que aconteceu em seguida foi muito pior, ela começou a cantar uma música incrivelmente triste e não parava de chorar, senti que aquelas lágrimas eram provocadas por minha causa.

- Porque eu tenho a leve impressão que você fez merda meu amigo. – Krika tinha aparecido ao meu lado e eu nem tinha percebido.

Respirei profundamente e não respondi nada. Prometi pra mim mesmo que iria descobrir o motivo da tristeza de Gina, ahhh isso eu iria!

Continua...

N/A: Aéeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, Nossa a galera dessa vez deve está gritando aleluia pra mim, mais também pudera, demorei muito pra atualizar, peço milhões de desculpas, juro não foi minha intenção (Arinha não é tão má).

Quero dizer pra todos que não sabem, eu me mudei e por isso não apareço mais na net, e também a demora para postar. Pois ainda não botei net na minha casa nova, pretendo colocar logo, assim que puder, enquanto isso, peço paciência a todos por favor e peço também que não me abandonem, pois eu só escrevo por causa de vocês!

Estou morrendo de saudades de todos, dos bate papos no MSN e não vejo a hora de conversar com vocês novamente!

Agora vamos ao cap.

E aí vocês gostaram?

Foi fraquinho, ou foi demais?

Sinceramente estava difícil pra escrever já que ainda estou pondo minha casa em ordem, esse cap. só saiu, porque essa semana eu coloquei minha filhota na escola e tive mais um tempinho.

Agora voltando...

Antes que alguém pergunte, Poxa mais a Mione era apaixonada pelo Draco e não pelo Rony? Pois é, as pessoas que me conhecem, sabem que eu sou tarada no Draco, e principalmente em fics com o casal Draco e Mione, não é a toa que minha fic preferida do casal é Apaixonada pela Serpente, da minha amigona Angy. Quem nunca leu, eu indico pois ela é maravilhosa e a continuação tb Apaixonada pela Serpente 2 A vingança!

Mione só tinha uma paixonite por Draco mesmo, isso logo passou e ela se apaixonou por Rony, não é a toa que ela está com ele!

Sobre Harry e Gina terem se beijado e Gina dizer “que preferia ficar sem beijar a beijar qualquer um” isso foi pura provocação da ruiva.

Sobre nossa nojenta e insuportável Chinesa vaca filha de uma mãe, pois é, eu sei que não tinha contado pra vocês que ela iria voltar, mais se contasse também perderia a surpresa. Espero que não fiquem com raiva de mim, e como eu sempre digo, as coisas irão se acertar...

Sobre o Harry ter beijado ela, bem... sinceramente, eu já terminei com um carinha porque ele tinha me traído, e no outro dia quando conversamos, a gente deu um beijo de despedida, sabe pelos velhos tempos, por tudo que a gente tinha passado, e vocês têm que levar em consideração que nosso Querido Harry, namorou com a Cho-rona (Ahauhauhauhau – Adoro isso!) por quase 3 anos, então ele beijou ela não por ser filho da puta e sim por querer mesmo ficar de bem com ela. Ele é um bom menino, por favor não malhem ele!

As músicas que usei no cap. são: Minha menina de Mauricio Manieri, Stick With You das The Pussycats Dolls, Garganta de Ana Carolina e Impossible de Christina Aguilera.

Aconselho baixarem todas, pois são todas maneiras, principalmente a da Aguilera que eu amo de paixão!

Outra coisa que eu esqueci de dizer, eu não betei a fic, então se acharem algum erro grotesco, me falem e quando eu tiver com a net eu conserto.(niiiiiii! Tah betada agora ;;)

Acho que é só isso...

Um big beijo pra todos do tamanho do mundo...

Estou morrendo de saudades...

Arinha

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