Epílogo (parte 1)



Era 31 de junho de 1981, muito tempo já se havia passado. Lily e Tiago não haviam se separado mais desde o último dia no colégio, tal qual Sirius e Marlene. O pequeno Harry, filho primogênito de Lily e Tiago já ia completar um ano, e Nicolas, o filhinho de Marlene e Sirius já fizera 14 meses. Remo e Melhissa pareciam muito contentes com a filha recém-nascida, Julieta. Tudo estava bem... aparentemente.


A tensão da guerra se espalhava por todos os cantos do mundo bruxo. O medo, o terror... dias difíceis. Os Potter corriam perigo!


Depois que uma vidente, Sibila Trelawney, previu para Alvo Dumblendor que o filho de alguém que desafiara o Lord das Trevas, por três vezes, haveria de ser o Eleito para matá-lo, o pânico aumentou.


Quando o Lorde das Trevas tomou conhecimento da profecia, imediatamente entendeu que se tratava dos Potter e passou a persegui-los. Por ordens de Alvo Dumblendor, os Potter se protegeram e esconderam. Tudo estava certo para que Sirius Black fosse o fiel do segredo do feitiço Fidelius, então, na última hora, Almofadinhas convenceu o melhor amigo de que era uma loucura!


- Pontas! Todos sabem que somos melhores amigos... a dupla mais improvável: Potter e Black! Vão vir atrás de mim na mesma hora! – Sirius tentou outra vez, o filho adormecido deitado em seu colo.


Estavam no escritório do honorável Professor Dumblendor; o velho bruxo os encarava atento, esperando uma decisão.


- Mas Almofadinhas... se não for você, quem vai? – Tiago exasperou, passando nervosamente a mão pelos cabelos e falando mais alto do que deveria.


Os sons exaltados da conversa acordaram o pequeno Harry, que dormia sereno no colo de Lily, sentada no sofazinho da sala do diretor; Marlene, que estava ao lado da amiga, censurou Tiago e Sirius com o olhar enquanto ajudava Lily a acalmar Harry, que chorava alto.


- Qualquer outra pessoa de confiança, Pontas... o Alu... não! O Aluado não! A suspeitas de que ele seja o espião são muito fortes! – Sirius foi taxativo


- Eu não acho que Remo se aliaria a Você - Sabe - Quem. – Lily comentou, ninando o filho.


- Eu também não acho, Lily, mas você tem que entender que todas as suspeitas recaem sobre ele! – Tiago retrucou, voltando suas atenções a Dumblendor, que até então estava calado.


- Se me permitem dar minha opinião sobre o caso... – todos se aquietaram para ouvir o velho mestre. –, acredito fortemente que o senhor Lupin não seja o espião que sabemos existir, mas também não sou favorável a torná-lo o fiel do segredo. As missões arriscadas a que o envio não me deixam confiante de que o segredo está a salvo nas mãos dele.


- Mas então quem... – Tiago começou.


- Pedro! -  Sirius fez, alto.


- SHIU! – Lene e Lily repreenderam. Nicolas se remexera no colo do pai e parecia que ia acordar. Lene foi mais rápida e tomou o filho nos braços, sussurrando uma canção de ninar.


- Rabicho? – Tiago perguntou, confuso.


- Sim! Rabicho é a distração perfeita! Ninguém vai desconfiar que um bruxo que não sabe nem defender a si próprio, corretamente, guarde o segredo dos Potter.


Tiago pareceu pensar por um tempo e então voltou-se para o professor.


- Que lhe parece a ideia, professor? – pediu a opinião.


- Me parece que é a única ideia que temos nesse momento. – a voz do mestre tinha um tom sombrio.


****


 Duas semanas haviam passado desde a noite em que o feitiço Fidelius fora executado na casa dos Potter e que Pedro se tornara o fiel do segredo. Lily, Tiago e Harry estavam agora trancados dentro de uma casa em uma vila quase totalmente trouxa, no interior da Inglaterra, sem que ninguém além de Sirius, Dumblendor e Pedro soubessem onde ficava a casa.


Lily limpava a cozinha de casa quando Tiago voltou do jardim, outra vez calado e pensativo.


- Tudo bem?


Ele não respondeu. Tomou um copo de água e então sentou-se em uma cadeira da cozinha.


- Não é o fim, Tiago... logo tudo vai passar, essa guerra vai acabar e vamos voltar a ser uma família normal e feliz.


- Não é justo! Nada disso é justo! Como fomos tão irresponsáveis! – ele parecia transtornado. – Um filho, Lily! Um filho no meio de uma guerra?! Onde estávamos com a cabeça!


- Também fiquei assustada, não pense que não! Mas não me arrependo! Harry é a melhor coisa que já me aconteceu! – ela estava a beira das lágrimas.


Houve silêncio. Lily virou-se outra vez para a pia, onde lavava as mamadeiras do filho e pôs-se a chorar em silêncio.


- Desculpe. – depois de longo tempo. – Eu... eu me incomodo com essa situação! Não posso fazer nada! Não posso sair, há comensais matando pessoas na rua e não posso fazer nada a respeito! Tenho que ficar trancafiado dentro de casa! Me sinto impotente! Não posso nem ao menos te dizer que tudo vai ficar bem porque não sei nada sobre isso!


- Tudo bem. – ela fingiu, segurando a voz embargada. Um chorinho agudo veio do segundo andar. – O Harry deve estar com fome. Eu vou lá.


Lily pegou uma mamadeira na geladeira e então saiu da cozinha, em direção ao segundo piso. Antes, porém, Tiago pode ver o caminho das lágrimas no rosto claro de Lily. Certamente aquela guerra só estava trazendo quatro coisas: medo, desentendimentos, tristeza e mortos. Em verdade todas as guerras só trazem essas coisas. Sempre.


****


- Não acha que está meio tarde para ficar escrevendo, Lils? – Tiago questionou, sentando-se em seu lado da cama e espiando por sobre o caderno de capa escura, onde estava a folha que Lily rabiscava.


- Um pouco... mas queria agradecer ao Sirius pelo presente que deu ao Harry... – ela explicou, sorrindo.


Tiago soltou uma gostosa risada.


- Então admite que foi um bom presente? – implicou em resposta.


- Foi um ótimo presente... só que a casa não estava preparada para ele! – Lily rebateu, achando graça. – Vou tirar os enfeites da cristaleira amanhã, não quero correr riscos de acidentes...


Lily encerrou a carta e a dobrou cuidadosamente. Pôs em um envelope e depositou sobre a mesa de cabeceira. Deitou-se e cobriu-se.


- Sabe... ainda me é muito estranha a ideia de que o Professor Dumblendor foi amigo de Grindewald. Comentei com Sirius, na carta. Acho que Batilda está caducando... – comentou casualmente, com um tom explícito de dúvida.


- Acho que você tem toda a razão, Ruiva... – Tiago devolveu.


- Rabicho estava estranho, não acha? Meio deprimido demais...


- Acho que a guerra tem deprimido a todos, Lily... só que estamos na nossa fortaleza impenetrável, daí não podemos sentir nada... – o tom de Tiago mostrava mágoa e ressentimento.


Lily passou a mão pelo rosto dele.


- Vai passar logo, eu prometo. – sorriu com doçura.


- Como você acha que a Marlene está? – perguntou, deitando-se ao lado da esposa.


- Pior impossível... todos mortos, toda a família! – os olhos dela se encheram de lágrimas. – Quero que acabe de uma vez...


- Estou aqui com você, Lily...- Tiago murmurou à ela, bocejou e puxou Lily para mais junto de si, abraçando-a antes de dormir. – Eu te amo.


****


- Tem certeza, Rabicho?!


- Ab... absoluta, Mi... Milorde... – gaguejou assustado com a proximidade do rosto ofídico.


Um brilho maníaco perpassou os olhos de Tom Servoleo Riddle, a boca se curvou em um sorriso maligno e macabro. A sala ainda estava silenciosa.


- Meus caros companheiros... essa noite um grande feito será realizado... nosso colega, Rabicho, acaba de me confirmar ser o fiel do segredo dos Potter! – Pedro foi ovacionado.


“Sim, sim... Silêncio! – a sala outra vez aquietou-se.- Hoje será nosso dia de triunfo. Hoje será nossa chance de sermos poderosos! De vencermos!”


Um grito uníssono de confirmação se fez e Rabicho hesitou. Duas gotas discretas de suor brilharam em sua testa. Do bolso puxou um lenço preto e secou-as... ele não podia crer que conseguira fazer aquilo!


- Nesta noite, vou acabar de uma vez com o que impede-me de ser grandioso! Ao amanhecer, Harry Potter estará morto! – Tom sorriu, maligno; tomou um copo cheio de Whisky de Fogo e deixou o aguardente queimar-lhe a garganta, incitando-lhe a fúria. Mais gritos de vitória aconteceram e Tom já não era mais Tom... Tom agora se sentia seu novo eu, Tom já passara a sentir-se como Lord Voldemort.


****


- Tem mesmo que ir, Sirius? Já está ficando tarde... e ainda vamos partir o bolinho de abóbora do Nick... – Lene choramingava.


- Lene... sabe que sim! O bolinho de halloween do Nicolas pode esperar! – Sirius replicava enquanto amarrava os tênis. –e Preciso ver como está o Pedro... você sabe, se ele está bem, se não foi pego... ele me garantiu que ia viajar para a casa da mãe nesta noite. Talvez eu tenha que escoltá-lo!


- Não vai ficar muito na cara, Six? – Lene perguntou a ele, estendendo o casaco de couro.


- Não se for feito da maneira certa! – Sirius sorriu, já com o casaco vestido. – Eu volto logo! – deu-a um selinho e beijou os cabelos sedosos do filho. – Até daqui a pouco, campeão do pai!


****


Harry Potter engatinhava pela sala, visivelmente empolgado em encontrar Hermann, seu hipogrifo roxo de pelúcia. De trás do sofá o pai ria em silêncio, com o brinquedo em mãos.


- Mama... mama...  – o pequeno murmurou.


Lily desviou a atenção de seu livro para ver o filho.


- Erma... Erma, mama? Dê Erma, mama? – perguntava Harry, dobrando as mãozinhas gorduchas ao lado da cabeça.


- Veja no sofá, meu bem... – Lily sorria, sabendo muito bem onde e com quem Hermann estava.


Harry rastejou-se até o sofá e, com esforço, pôs-se de pé, agarrado ao assento do sofá. Chamava pelo bichinho, curioso. Uma cabeça roxa surgiu de detrás do sofá e Harry soltou um gritinho de felicidade. Uma das mãos estendida no ar para alcançar seu amado brinquedo. Então o Hipogrifo outra vez sumiu, agora Harry sabia onde achá-lo. Engatinhou até atrás do sofá e viu o pai, com o hipogrifo em mãos.


- Papa! – e gargalhou com gosto.


Tiago tomou o filho nos braços e riu, fazendo cócegas pela barriga do pequeno.


- Seu espertinho! – e virava o filho no colo, por vezes, para o espanto de Lily, pondo-o de cabeça para baixo; o que fazia Harry rir ainda mais.


Tiago deitou no chão, sobre o tapete, com o filho a seu lado. Harry se pôs de pé, apoiado na barriga do pai e pegou o hipogrifo em mãos. Sacudia o pobre brinquedo e ria, vez ou outra pondo a mão na boca.


- Acho que está na hora de alguém tomar a mamadeira... – Lily comentou, levantando-se.


- Dedera... – Harry murmurou, mostrando seu sorriso largo.


Lily abaixou-se, fez cócegas no filho e depositou em beijo na barriga do menino, saindo para a cozinha com um sorriso no rosto.


****


- Rabicho? Rabicho, abra a porta! – nada. Apenas o silêncio da noite e o vento frio batendo nos cabelos escuros de Sirius Black


Esperou mais um pouco e tornou a bater na porta, olhando compulsivamente os dois lados da rua.


- Rabicho! Abre logo essa... – e deu um soco violento na porta, que se abriu levemente, com um rangido assustador. – Mas o quê...?


A sala da pequena casa onde rabicho morava estava escura, silenciosa, vazia. Sirius acendeu a luz ao lado da porta e viu tudo no devido lugar. “Estranho” pensou com seus botões. A estreita escada que levava ao segundo piso rangeu sonoramente quando Almofadinhas pisou o primeiro degrau. Continuou a subi-los, com cuidado redobrado. O quarto do amigo estava bagunçado.


Havia uma mala aberta desleixadamente sobre a cama, com roupas socadas em seu interior e o guarda roupas estava vazio, como quem prepara, com muita pressa, uma bagagem de viagem. Nenhum sinal de Rabicho. Sirius começou a temer o que estava acontecendo. Sem nem mesmo voltar à sala ou trancar a porta da casa, aparatou em Westmingster, rumo à casa da senhora Pettigrew.


{...}


- O Pedrinho? Não, meu filho, ele não aparece aqui há mais de mês! – o peito de Sirius gelou ao ouvir as palavras de Joanne Pettigrew. Onde estava Pedro.


- É que ele... – mais prudente não dizer nada. Se o pensamento de Sirius estivesse certo, Pedro era um traidor do mais alto escalão.


Não havia tempo para conversas. Tiago já poderia estar... não! Sentia que o amigo ainda não morrera. Aparatou em uma vila do interior, onde viviam trouxas, louco por encontrar Tiago, Lily e Harry sãos e salvos.


****


A noite estava fria. O ar gélido de fim de tarde formava uma neblina densa no sul da Inglaterra. Oculto por sua capa negra e esvoaçante, Lord Voldemort descia a rua com vagareza, girando o cabo da varinha por sobre as vestes. A excitação e a ânsia de acabar tudo o consumiam. Faltava pouco, muito pouco... podia sentir o triunfo de sua magia, de seu poder. O gosto que teria a humilhação de Alvo Dumblendor perante ele; o orgulho de Slughorn, seu ex-professor; o respeito dos comensais da morte; a vingança ao sangue trouxa do pai e, acima de tudo, o poder de ser um Gaunt bem-sucedido após décadas de desgraça desde a morte de Salazar Slytherin.


Uma criança fantasiada para o halloween se aproximou, encarou-o com interesse e então questionou:


- Fantasia legal, moço, onde conseguiu? – enquanto tentava observar por detrás do capuz da longa veste. Ao conseguir seu objetivo,  não gostou do resultado. Saiu correndo, assustada, para longe.


Por muito pouco. Apenas um sussurro mágico e o menino jamais contaria para os pais a quantia de doces que pegara. Jamais comeria as guloseimas, jamais sairia em outro halloween. Mas era desnecessário. O foco era outro. Harry Potter estava muito perto. E o poder de matá-lo também.


Voldemort não podia se distrair quando estava tão perto do que sempre sonhara: o poder e a vida eternos.


****


- Harry... a mamadeira, meu amor! – Lily murmurou, entrando na sala de estar com o leite quente do filho em mãos


- Dedera!! – os olhos do pequeno Potter brilharam de contentamento. Tomou a mamadeira nas mãos e mamou, faminto.


- Credo, Lily! Vai matar esse menino de fome qualquer dia! – Tiago brincou, tomando o filho nos braços enquanto este terminava a mamadeira morna. Lily riu e ficou apenas observando aquele momento gostoso de família


Harry coçou os olhos e terminou o leite, estendeu a mamadeira ao pai e se aninhou nos braços quentes dele, bocejando.


- Hora de alguém ir dormir... – cantarolou, abaixando-se ao lado do marido e pegando o filho colo, acariciando os cabelos dele.             


Tiago se espreguiçou e levantou-se também, coçando os olhos e arrumando os óculos no rosto. Lily estava alcançando o hall da escada e a noite caía fria. Pontas rumou para a escrivaninha, para pegar sua varinha e então viu uma sombra se movendo lentamente pelo portão de entrada e cruzando o jardim. A espinha gelou, o ar faltou e o pânico começava a se instalar.


- Lily!! – berrou. A mulher parou no segundo piso, assustada. – É ele! Corra! Leve Harry com você!


Lily arregalou os olhos, apavorada. Empalideceu e tentou balbuciar algo em resposta, mas falhou.


- VAI! Vou chamar o Almofadinhas! VAI!


Ele a ouviu chorar no piso de cima. Ouviu Harry chorar... aquilo doía. Apagou as luzes e se escondeu atrás da poltrona onde outrora Lily lia. Conjurou o cervo prateado e o enviou a Sirius e Aluado. Tinha que haver tempo...


Quando viu a porta de sua casa ser aberta com um feitiço sentiu uma raiva jamais experimentada. Sentia asco de Pettigrew. Se sobrevivesse, faria questão de matá-lo com as próprias mãos assim que o achasse.


Lord Voldemort ordenou com um sibilo que se fizesse luz na casa. Tiago sentia as veias com o sangue pululando de ódio. Aquele rato traidor tivera coragem... os olhos ofídicos de Voldemort esquadrinhavam a sala.


- Ora, ora, ora, Lord Voldy... Encontramo-nos de novo! – Tiago pronunciou-se, saindo de seu esconderijo e rezando par que os amigos viessem logo.


- Potter! - um sorriso maligno brincou nos lábios de Tom Riddle. – Aparentemente precisa escolher melhor em quem deposita sua confiança...


- E, aparentemente, você precisa se mudar para um zoológico, Cara de Cobra! – zombava com gosto.


- Um herói que não teme a morte.... muito corajoso! – ironizou. – Ou apenas muito burro! Cruccio!


Sentia cada milímetro do corpo sendo açoitado pela dor mais lancinante de sua vida. Mas se manteve de pé. Não faltava muito. Almofadinhas viria logo. Concentrou-se em se manter em pé e girar o punho da varinha. O feitiço não verbal bastou para que a maldição fosse quebrada.


Voldemort tinha a capa com uma pequena chama. A desconcentração momentânea bastou para que Tiago se recompusesse. Harry chorou alto no segundo piso e o Lorde das Trevas pareceu lembrar-se do motivo de sua ida a Godric’s Hollow. Deveria acabar logo com aquela disputazinha  boba com o Potter pai para poder matar de vez o Potter filho.


- Façamos um duelo, meu caro! – e preparou-se para o combate. Tiago teve de usar toda sua velocidade de apanhador para fugir da maldição da morte. Onde estava seu reforço?


****


“Aquele Pedro sacana! Não acredito que pode nos trair assim! Vem logo para cá, que eu tô sozinho contra o Voldinho! Godric’s Hollow, número 19.”


Remo nunca sentira algo assim. Era um misto de ódio com temor. Como Rabicho pudera? Justo Tiago, que sempre o enturmara, sempre fora bom e leal... então Catherine estivera certa anos atrás! Como se odiava! Odiava Pedro! Queria matá-lo! Mas Pontas estava cara a cara com a morte! Não podia ficar parado.


- Rem... você vai? – Melhissa ninava a filha recém-nascida. Uma pequena garotinha de cabelos cor de mel e profundos olhos chocolate.


- Você acha que eu cogitaria a ideia de deixar o Pontas morrer? – questionou de volta, fechando o casaco de couro.


- NÃO! Pelo amor de Deus, nem brinque com isso! – repreendeu. – Vai em segurança e volta logo, tá amor?


- Eu nunca te deixaria! – beijou os cabelos perfumados da esposa e a mão pequenina da filha. – Eu nunca deixarei as duas! Eu amo vocês! Fiquem com Deus!


E saiu pela porta, não sabendo se voltaria com vida.


****


Tinha que ir rápido. Precisava chegar à casa de Tiago. Corria. Corria e parecia nunca alcançar o portão de ferro do jardim... Pontas não podia estar morto. Não! Sirius sentia a vida do amigo. Sentia o medo dele. Sentia o desespero pela vida de Lily e de Harry. Tinha que fazer algo!


O número 19, no final da rua principal de Godric’s Hollow estava com o portão do jardim escancarado e a porta frontal arrombada. Jorros coloridos faiscavam pelo vidro da janela da sala. O conflito devia arder ali dentro.


Correu o máximo que pode. Alguém também o fazia a seu lado. Achou prudente verificar quem era. Empurrou a pessoa para o lado e ambos quase foram ao chão.


- Mas que m.... – o outro gritou. – Almofadas!


- Aluado! Caramba, é você! Desculpe, achei que fosse uma ajuda para o Ofídico. – sorriu brevemente. – Vamos nessa?


- Agora!


Entraram na sala brandindo as varinhas. Sirius lançou um confundus e correu para amparar Tiago cuja perna sangrava.


- Não sabe se virar sem nós, né? – fez menção de tratar o ferimento, mas Tiago logo se levantou e voltou a duelar, com Remo o ajudando.


- Três contra um? Não me soa justo! – e tocou a Marca Negra em seu antebraço.


Tiago teve cinco segundos para conjurar a Ordem com um patrono pedindo socorro e dando o endereço de Godric’s Hollow, para, então, voltar a mais conflitos.
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N/A: Hey! Estpu de volta gente! 
Essa é a metade do que planejei para o epílogo. Falta acabar a outra parte, mas, por hora, para que não demorasse mais ainda e nem ficasse muito longo, achei que seria interessante postar logo.
Sim, eu sei que demorei absurdamente e nem vou tentar justificar, só peço compreensão mesmo porque vocês sabem que eu não abandono a fic, mesmo que poste muito raramente.  
Eu queria realmente saber o que vocês acharam, por que... sei lá... andei tendo umas ideias novas, mas isso envolveria mudanças drásticas no roteiro da fic e... sabe como é...
Enfim... é só isso gente! A quem lê, muito obrigada! 
Comentários são sempre bem vindos!
Beijos de uma autora quase realizada,
Morgana Pontas Potter 

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