Uma surpresa



Lily pensou que sentiria seus lábios nos dele, mas no último segundo...


- FELIZ ANO NOVO, PONTAS!!!! – Sirius berrou, agarrando o pescoço de Tiago em um abraço amigo, Começaram a pular, animados.


Lily sorriu, dividida entre alegria e frustração. Algo em sua mente clamava por aquele beijo que não ocorreu. Ou talvez, não fosse a mente, mas o coração.


A festa durou por muitas horas, Catherine e Lily só conseguiram voltar para a Torre da Grifinória após as 2 da madrugada, carregando uma Lene alcoolizada e um Tiago dopado por um estupefaça. Remo e, estranhamente, Sirius estavam sóbrios e se prontificaram a carregar o outro maroto. Pedro alcançou-os, esbaforido, apenas em frente ao retrato da Mulher Gorda.


- Pedrinho... Desapareceu? – Questionou Sirius, zoando o amigo.


- Me distraí. – Disse evasivamente.


- Uhm... Anda, ajuda a carregar o Pontas. – Remo pediu, Melhissa esperava pelo namorado em uma coluna de pedra próxima à entrada da sala comunal. – Mel, já te levo na Torre, só vou jogar o Pontas no dormitório. Anda Rabicho!


Rabicho tentou fugir da obrigação, mas acabou por desistir. Ajudou a carregar o amigo, escada acima. No meio da subida, a mão mole e inerte de Tiago escorreu de cima do abdômen e pendurou-se ao lado do corpo, não sem antes bater sobre o pulso esquerdo de Pedro, que gemeu de dor.


- Ai!!


- Que foi, Rabicho? – Sirius perguntou por entre um bocejo.


- Na... Nada. - Mentiu. – É só que... Eu torci o pulso naquela queda da cama, no dia de natal, e ainda dói. – Desconversou.


- Aluado, vai lá com a Srta. Merlin, vai... É feio deixar a dama esperando. – Sirius disse gozador.


Aluado fez uma careta e largou Pontas sobre Sirius e Pettigrew. Correu para a entrada do retrato.


- Demorei?


- Não! Estou com tanto... Sono. – Disse a menina, bocejando. Uma rajada de vento e neve entrou pela janela do corredor, fazendo-a se arrepiar.


- E com frio também. – Retirou o paletó e vestiu sobre ela, tomou a mão da namorada e entrelaçou seus dedos nos dela, ainda protegidos pela luva azul-marinho.


Alcançaram a Torre da Corvinal em poucos minutos, despediram-se com mais um último beijo e então ela fechou a entrada. Remo se arrastou outra vez para sua sala comunal, recordando-se, na metade do caminho, que se esquecera de pegar de volta seu paletó negro. Sorriu com o pensamento.


Chegou ao dormitório e ouviu o relógio de pulso apitar. Eram 3h da manhã. Viu Tiago jogado displicentemente na cama, Sirius enrolado nas cobertas, embora ainda vestido com os trajes da festa e Pedro deitado, ferrado no sono, com um dos braços pendendo para fora do colchão. Despiu a roupa social e tomou uma boa chuveirada quente, vestiu seu pijama de lã, quentinho, e enrolou-se nos lençóis grossos, fechando os olhos e dando um sorriso ao lembrar-se da moreninha corvina. Aquela que agora se referiria, com orgulho, como “Minha namorada”.


***************


A folga do feriado de natal e ano novo logo se acabou e no dia 3 de janeiro, todos os estudantes já haviam voltado para o castelo. O vento gelado do inverno não dava trégua e, por isso, os alunos eram comumente vistos enrolados em longas capas de frio, com luvas espessas e cachecóis compridos.


As aulas retornaram a todo vapor no dia seguinte ao retorno dos alunos. Parecia que, após duas semanas de folga, os professores tinham recuperado o ânimo e descontaram sua alegria e força de vontade nos estudantes, que foram massacrados com pilhas de deveres para o primeiro fim de semana do ano.


- Merlin! As férias ainda vão demorar? – Sirius resmungara em um sábado à tarde, em que resolvera fazer seus deveres.


- Voltamos de férias há três dias, Sirius. Não reclama e faz o dever! – Lily devolveu, sem tirar os olhos do pergaminho.


- Mas não é justo, tanta tarefa.


- Ano de N.I.E.M’s, Almofadinhas. Agora responde as tarefas e fica quieto?! – Remo pediu, tirando os olhos do livro e voltando suas atenções para o relatório de DCAT.


- Exatamente! Pensa bem, Aluado, como eles querem que eu estude para os N.I.E.M’s, se me atolam de dever todo dia? Eu passo meu fim de semana fazendo tarefa e não estudo! – Resmungou indignado, rabiscando símbolos desconexos no caderno.


- Six... – Lene disse com a voz doce.


- Diga Lenezinha... – Ele respondeu.


- CALA A BOCA!! – Todos os amigos gritaram em uníssono, ao que ele deu um pulo assustado e derrubou o vidro de tinta negra nanquim no chão.


Os dias de janeiro passaram rapidamente e com muita neve. Uma das piores tempestades da história, tanto trouxa quanto bruxa. Lily recebia cartas constantes de sua mãe, que já quase não conseguia mais sair de casa por conta da neve que bloqueava a porta e a garagem. Os pais de Remo, Marlene e a avó de Catherine permaneciam em suas residências bruxas, mas o que os assustava não eram as nevascas, mas a crescente tensão bruxa e a possível deflagração de guerra. As forças das trevas cresciam mais a casa dia e, embora o Ministro Fudge não noticiasse, era de conhecimento dos 7 amigos que Lord Voldemort estava recrutando gigantes para seu exército de seguidores, os comensais da morte.


Alguns sonserinos se aproveitavam desses momentos difíceis e obscuros para semear a discórdia e a desunião, facilitando o enfraquecimento do lado que combateria o Lorde das Trevas. Assim, não foi surpresa para ninguém que o jogo de quadribol Lufa-Lufa X Sonserina terminou com uma considerável quantidade de jogadores, da casa amarela, feridos e a sonserina com uma incrível vantagem de 280 pontos sobre a adversária.


- Um jogo sujo! Um jogo muito sujo! Não sei como não apitaram falta para aquela jogada do Malfoy! Desleal! – Marlene reclamou.


- E o meu irmão! Roubando descaradamente daquele jeito! – Sirius disse, com um tom enojado.


Depois da partida do dia 14 de janeiro, o clima de hostilidade diminuiu. A nova partida seria Grifinória X Corvinal no último sábado do mês. Tiago treinava exaustivamente, embora estivesse jogando melhor que nunca. Nem o frio torturante tirava-lhe a vontade de treinar, aproveitava todas as folgas para pegar sua vassoura na Torre, correr para o campo e voar um pouquinho.


Lá pelo dia 25, o inverno começou a melhorar e as temperaturas, finalmente, deixaram de ser negativas para ficarem entre 0 e 3 graus. Os alunos comemoraram a subida de temperatura, pois poderiam voltar a ter as aulas de Trato de Criaturas Mágicas.


Quem não comemorava, eram os bruxos que estavam fora dos limites da escola. Os ataques misteriosos aos nascidos trouxas se tornaram mais frequentes e todos andavam desconfiados. Muitos estavam sendo controlados pela maldição Imperius, o que dificultava a comunicação e a confiança nos conhecidos, você podia falar coisas sigilosas com seu vizinho sem saber que, em verdade, as estava passando para Lord Voldemort. O Profeta Diário passou a noticiar ataques de dementadores quase cotidianamente, o caos começava a se instalar sobre o mundo bruxo.


- Céus! A coisa piora a cada dia! – Lily exclamou chocada.


- É.... – Lene divagou, olhando pela janela da sala comunal naquela noite de quinta feira.


- Acha que eles estão bem? Digo, casa dos gritos... – Lily perguntou, seguindo o olhar da amiga e largando o jornal sobre o sofá.


- Não sei... Quer descobrir? – Lene soltou sarcástica.


- Pirou, Lene? Faz três dias que tirei meu gesso, pretendo ficar com a perna inteira por mais algum tempo! – Lily exclamou, risonha.


- Vai faltar à aula mesmo? – Cath questionou para a amiga ruiva.


- Sim. Eu realmente não estou bem. Meu corpo está todo dolorido, estou mais mole que uma gelatina. Além disso, tem uns dias que estou ruim do estômago, não consigo comer direito sem vomitar... – Ela justificou. – Só quero minha cama.


- E porque não subiu ainda? – Cath disse, como se constatando o óbvio.


- Porque não quero ficar só no dormitório! – Ela explicou sorrindo.


- Tá! Vamos logo com ela, Lene. – Cath arrastou as duas para o quarto.


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No dia seguinte, Tiago e Sirius apareceram moribundos pela manhã, com fundas olheiras e visivelmente exaustos.


- Qual o horário de hoje? – Tiago perguntou ao se jogar ao lado de Lily para o café da manhã.


- Bom dia para você também! – Ironizou. - Temos TCM, seguido de dois períodos de Transfiguração antes do almoço. Depois eu tenho Runas e nos vemos outra vez em Poções.


- Ok! – Disse por entre um bocejo. – Te vejo em Transfiguração.


- Tiago... O professor disse que você anda faltando muito às aulas dele. É de bom tom que você vá ao menos hoje! Já faltou as duas da semana, de terça e quinta.


- Tá! – Ele respondeu com amargor. – Então a minha soneca fica para a aula de Adivinhação. – Abocanhou uma torrada seca e tomou dois copos de suco de abóbora. Pegou uma maçã e saiu da mesa, cambaleante de sono.


Aquele dia passou rápido, quando se deram conta, já estavam se despedindo dos amigos que iriam para a casa dos gritos. A noite foi terrivelmente ruim, principalmente para Lily. No meio da madrugada, a ruivinha acordou, gemendo de dores no abdômen, mal conseguia de se por de pé. Acordou Lene e Cath, que a levaram à enfermaria.


Um exame rápido feito por Madame Pomfrey confirmou que Lily estava com uma inflamação estomacal, causada por um vírus. Era uma doença que costumava atacar hipogrifos, mas que também se manifestava em bruxos. Em um período menor que duas horas, Lily foi preparada para um tratamento drástico contra o órgão ferido. Seria levada para o St. Mungus, o melhor hospital bruxo, e lá seria tratada pelos curandeiros. Dumblendor fez questão de levá-la até lá, pessoalmente, e permanecer como acompanhante da aluna até que esta recebesse alta.


Lá pelas 8h da manhã Lily saiu da sala de exames e aplicação de antídotos, dopada e curada. Uma carta foi enviada por Dumblendor para o castelo, avisando que a aluna já estava bem e que após o almoço retornariam para a escola.


Quando voltou da casa dos gritos, Tiago estava uma pilha de nervos. Cansado, com sono e iria entrar em campo em algumas horas. Tirou a manhã de sono e só acordou próximo às 11h. Somente aí ele ficou sabendo do que ocorrera com Lily. Seu nível de estresse se elevou 200%, com a amiga hospitalizada, a única coisa em que conseguia pensar era nela.


- Mas e quando ela volta? – Ele questionou preocupado.


- Eu não sei, Tiago! – Bufou Catherine exausta de responder. – Por que não se preocupa com o jogo de quadribol e me deixa estudar? Marlene já desceu para o campo, Sirius também e eu vi os batedores indo para o dormitório pegar o uniforme.


- É! Eu preciso... – Disse voltando-se para a escada do quarto. – Mas não consigo... Lily...


- AHHH! Não dá para fazer dever assim! – Ela berrou, fechando o livro com violência. – Vou ver o Remo que ganho mais!


Saiu da sala comunal irritadiça. Ao chegar à enfermaria pediu à Madame Pomfrey que a deixasse entrar para ver o amigo. A enfermeira assentiu, mas deu-lhe apenas 10 minutos. Cath até tentou extrair alguma informação sobre Lily, mas foi em vão, a amiga ruiva agora estava nas mãos dos curandeiros de St. Mungus, não da enfermeira do colégio.


Andou sem pressa até a ala de Remo e bateu na portinha miúda, esperando resposta. Um “Pode entrar” veio da parte de dentro e Catherine entrou vagarosamente.


- Oi!!! – Ela tentou animá-lo. – Como vai meu amigo lobinho?


- Oi, Loira! Vou bem, senta aí do lado da Mel. – Lupin convidou sorridente, indicando uma cadeira ao lado de sua maca, seguida de outra, ocupada por Melhissa.


- Oi, Mel!


- Oi, Rine. – Melhissa cumprimentou. – Soube da sua amiga, a Lily, é uma pena, espero que ela fique boa.


Catherine suspirou e deu de ombros com um meio-sorriso.


- Ela ficará. Tiago é quem está subindo pelas paredes agora que descobriu, nem com o quadribol ele se importa mais.


- É mesmo! Tem quadribol daqui a pouco!! – Remo recordou-se.


- Pensei que não curtisse quadribol... – Mel disse com dúvidas.


- Não curto, mas assisto aos jogos para apoiar ele e Sirius. E Lene, é claro. – Aluado sorriu.


Ficaram os três em silêncio por um tempo, Remo entrelaçou seus dedos com os de Mel por sobre a coberta da maca. Catherine viu o gesto e tentou evitar sentir que outra martelada era dada em seu coração, abrindo mais ainda a trinca já existente. Respirou profundo e bateu as mãos sobre os jeans, na altura dos joelhos. Olhou para o amigo com uma expressão de despedida.


- Rem... Preciso ir, prometi à Lene que levaria algo para ela comer antes do jogo, algo que enganasse a falta de almoço, e preciso ver se o Tiago já desceu, tentar ter notícias da Lils... Enfim, uma pilha de coisas antes do jogo. Eu volto de noite para contar da partida, dar o placar e tudo o mais. – Inclinou-se e deixou um beijo estalado na bochecha do amigo. – Mel, querida... – Abraçou a corvina. – Vai ver o jogo?


- Acho que não, mas espero que ganhemos... – Sorriu.


- Tá... Quer comer algo? – Questionou gentilmente.


- Não valeu. Mais tarde eu vou almoçar. – Depositou uma beijoca na bochecha da menina que se despedia. Catherine saiu logo depois, com o humor meio chateado.


No caminho até a Torre da Grifinória, a loira se deparou com uma cena pouco comum. Um sonserino, alto, magro, com os cabelos negros lisos e escovados, com um porte de elegância. Ao lado dele um lufano, provavelmente primeiro anista, baixinho e com os cabelos castanhos, usava um par de óculos de lentes quadradas e tinha um ar intelectual e tímido. Parecia que o maior intimidava o mais novo.


- Eu realmente não quero saber se você pode ou não fazer isso, faça! E fique claro que, se você não cumprir a sua parte do trato, seu papai trouxa vai pagar! – O mais velho sibilou, agarrando o pequeno pelas vestes e o levantando pela gola do suéter. O lufano chorava silenciosamente.


- Pare com isso! Deixe o menino em paz! – Catherine foi à defesa do menor. Aproximou-se do lufano, aproveitando a distração do sonserino.


- Você está bem? – Ela questionou. O menino meneou a cabeça, ainda chorando. – Não tem vergonha na cara? Ameaçar uma criança? Seu monstro... Black?! – Catherine murmurou escandalizada, reconhecendo o rosto macilento e de olhos negros.


- Com muito orgulho! E você é...?


- Catherine Morrison, amiga do seu irmão. – Cath respondeu com desprezo. Régulo soltou uma careta desgostosa.


- Anda, pirralho. Desaparece! – Black ameaçou.


- Vai, pequeno. E não se preocupe, ele não fará nada com o seu pai, tá? Não faça nada errado só por ameaça desse horroroso. 


O garotinho secou as lágrimas e correu escada a cima, assustado. Cath ficou o observando subir os degraus de pedra e somente depois que a criança não era mais vista foi que voltou suas atenções para o sonserino a sua frente.


- Qual é seu problema, Black? – Soltou com a fúria contida.


- Não é da sua conta!


- Se estou perguntando é porque deve ser! Ameaçou uma criança inocente! Usou o pai dessa criança, a pessoa que ele mais deve amar, para fazê-lo temer você! É desprezível!


- Será mesmo? Um trouxa; ele era um nascido trouxa! Não fiz mais do que tentar manter o nome da escola limpo. É uma vergonha essa escória estudando em um lugar tão digno como esse. – Régulo justificou com a cabeça erguida.


- Seu pensamento é tão arrogante e prepotente. Etnocentrista, eu diria. Pensa tal qual o Lord Volde-não-sei-do-quê! – Ela rebateu, enojada.


  - Não fale assim de Milorde! Mais respeito com o maior bruxo do mundo, sua coisinha nojenta! – A varinha do sonserino estava em mãos.


A feição de Cath se dobrou de susto e surpresa. Era fato conhecido que Sirius detestava o irmão, isso apenas porque Régulo era melhor aos olhos da mãe, que não admitia Black’s longe da sonserina e que seria capaz de entregar seus filhos para servir a Voldemort, só para ganhar prestígio dentro da parte negra e pura do mundo bruxo. Contudo, a loira jamais desconfiaria que o “caladinho do Régulo”, como era rotulado, se tornaria um comensal, ainda mais tão novo! Seguindo a magia negra, preceitos elitistas e egocêntricos, falsos e assassinos.


- Abaixe essa varinha, Black. – Ela pediu. Régulo a encarou raivoso e ela suspirou. – Olha, eu não vou me meter em suas escolhas, não quero nem pretendo querer, mas isso tudo... Isso tudo te faz mal! Voldemort engana aos outros, mente e dissimula. Não faça nenhuma besteira, Black.


- Não quero sua pena! Pare com isso, anda... Some daqui. – Ele ordenou furioso.


- Eu vou, só para você perceber como é bom e está se deixando influenciar pelo mal. Não me atacou somente pelo fato de eu ter pedido, alguém mal não me pouparia apenas por choramingos. – Ela disse, já com o punho da varinha seguro entre seus dedos caso fosse atacada. – Não faça besteiras, Black.


Avisou uma última vez e saiu, deixando solitário aquele sonserino que não tinha amor. Não recebera amor de mãe, tampouco de uma namorada. Sua existência se resumia em ser melhor que o irmão e, ultimamente, estava designando seu papel muito mal. Sirius estava feliz, namorando e sendo amado, tinha amigos e todos os motivos para sorrir, ao que Régulo tinha apenas aos colegas de casa. “Sonserinos vivem por si próprios, não seja amigo de estudantes de outras casas, nem dos da sua própria. Tenha colegas, cúmplices, não amigos.” sua mãe o lembrava todas as vezes que se comunicava com ele. Régulo era só e agora virara comensal. A felicidade dos primeiros dias viera e parecia não passar, até aquele segundo.


Como podia uma garota, com quem ele sequer falara direito uma vez, com poucas palavras fazê-lo duvidar das maravilhas de se apoiar Milorde? Como?


- Não seja tolo! Ela foi obrigada a fazer isso! No mínimo ordens do caduco do diretor para que eu desistisse de ser aquilo que nasci para ser! Sou um Black, nasci para servir ao Lord das Trevas. – Girou nos calcanhares, retornando à sala comunal da sonserina.


O jogo de quadribol fora fantástico. Uma partida excitante, repleta de reviravoltas que cansaram a todos, público, narrador e jogadores. Foi apenas com 2h de jogo que Tiago conseguira agarrar o pomo de ouro, em uma corrida eletrizante contra o apanhador da corvinal. Uma pontuação apertadíssima, 310 à 290 para a casa vermelha. Depois do sufoco, a grifinória comemorou enérgica na sala comunal. Marlene subira ao dormitório para guardar a vassoura e viu Lily recostada na cama de dossel, lendo.


- LILY!!! - Jogou-se sobre a amiga


- Ai!!! Oi, Lene. Por favor, não me esmague! – Lily choramingou. – Estou dolorida.


- E como foi? Doeu? Você tá curada? Vai ficar na escola ou vai voltar para casa? Pode comer normalmente? Tá se sentindo bem?


- MARLENE!!! Calma, respira! Sim eu tô bem, ocorreu tudo na mais santa paz e eu estou curadíssima. Vou ficar na escola, sua afobada, e o medibruxo me pediu para maneirar a alimentação, evitando gorduras e frituras, comendo mais frutas e... Ah! Nada de Varinhas de Alcaçuz. – Lily respondeu às perguntas, risonha.


- Doeu?


- Só até eu chegar no hospital, depois não me lembro de nada. Doparam-me. – Fez-se um curto silêncio. – A julgar pelo barulho, ganharam o quadribol. – Marlene assentiu com um sorriso enorme. Ficou a contar para Lily todos os detalhes do jogo emocionante. Demorou tanto no dormitório, que Cath veio checar se tudo estava bem


- Lene, você tá demorando... LILY!!!! – A loira se jogou sobre a amiga em um abraço. Depois de toda a história de Lily ser contada à Cath, elas decidiram descer do quarto e comemorar com os demais.


Ao chegarem à sala comunal, viram a baderna de tudo. Alunos bêbados, alunos adormecidos, comidas pelo chão, marotos comemorando...


- Oi. – Lily cumprimentou com simplicidade.


- LILY!!! – Berraram Tiago, Sirius e um cansado Lupin, simultaneamente.


Todos se abraçaram, felizes com a volta da amiga Pepper. Ficaram a conversar por horas. Lily esqueceu-se de sua função de monitora por uns momentos e deixou a bagunça correr solta. Por volta das 3h da madrugada, os marotos já estavam sonolentos. Lily parecia muito cansada, não diferente de Cath e Lene, que estavam quase por dormir sentadas. Lily dispersou os últimos estudantes acordados para seus respectivos dormitórios e foi para o seu, desejando uma boa noite de sono para se recuperar logo da ida ao hospital.


O domingo passou voando e, ao notarem, já estavam todos se recolhendo para descansar pela noite, antes de retomarem a rotina da semana. O aniversário de Lily estava muito próximo, seria naquela terça-feira. Ela não planejara nada devido a seu probleminha de saúde. Esperava apenas receber uma carta de seus pais e, talvez, comer uma torta doce com Marlene e Catherine. Mas o dia não se passou bem assim.


Remo, Sirius e Tiago fizeram questão de proporcionarem à amiga a melhor festa de 18 anos que uma bruxa poderia ter. Na segunda-feira que antecedeu o aniversário, saíram do castelo, escondidos pela capa e foram até Hogsmeade com Lene, que escolheu de presente para a amiga um lindo vestido lilás com sapatilhas graciosas, estilo boneca. Os marotos compraram na Zonko’s algumas coisas para decorar a festa da ruivinha, além de encherem de doces da Dedosdemel uma cesta que ainda continha um urso de pelúcia e um livro de romances trouxas que Remo pedira que a mãe comprasse quando fosse à Londres trouxa, alguns dias antes.


O presente de Catherine ela prepararia no castelo. Com ajuda do professor de poções, conseguiu preparar uma mistura especial. Quando Lily despejasse o conteúdo da poção em uma tigela, letras coloridas e confetes explodiriam pelo ar, formando a palavra FELIZ ANIVERSÁRIO.


Na manhã do dia 30 de janeiro, Lily Evans acordou cedo. Muito cedo. Olhou seu relógio de pulso e viu os dígitos 05:47 brilhando em verde neon. Tentou voltar a dormir, mas não conseguiu. Seu estado de espírito não era calmo e sereno, era explosivo e agitado, naquele dia estava completando seus aguardados 18 anos de idade. Levantou-se no maior silêncio que pode e foi até o banheiro arrumar-se. Tomou um bom banho quente, de banheira e lavou os cabelos ruivos. Saiu do banho e pôs o roupão, dirigiu-se ao espelho do banheiro e admirou sua imagem. Rosto claro, marcado de sardas na altura das bochechas rosadas, olhos verde-vivo, cabelos cor de fogo... Escovou suas madeixas e pensou em sair mais apresentável aquele dia. Passou rímel nas sobrancelhas e uma sombra verde-perolada, contornou os lábios com um gloss transparente e sentiu-se maravilhosa. Voltou ao quarto e viu as amigas acordadas.


- Olha só, alguém madrugou hoje! Nem são 6h15min e você já tá pronta, Pepper... UAU! – Marlene não se conteve em soltar essa exclamação ao ver a amiga tão arrumada. – Vai matar aula para sair com alguém é?


- Eu? – Lily perguntou confusa.


- Não, a Alice! – Cath zombou apontando para a amiga morena que dormia na última cama do quarto.


- Haha... É que hoje é um dia especial...


- Vai sair com o Tiago? – Lene e Cath exclamaram juntas, fingindo ter se esquecido da data.


- O QUÊ? Não! Não sejam ridículas!! Não sabem que dia é hoje?? – Ela questionou chateada. Marlene e Cath fizeram que não em um gesto com a cabeça.


Lily abriu a boca indignada e surpresa, a amigas não se lembravam de seu aniversário. Emburrou-se e meneou a cabeça negativamente, parecendo decepcionada. Dirigiu-se ao malão e pegou seu uniforme e se vestiu rapidamente, pegou a mochila e desceu frustrada.


Lene e Cath riram discretamente da ruivinha, tão inocente de que haviam esquecido a data do dia.


- Acha que ela está chateada? – Catherine perguntou.


- Um pouco, mas assim ela não desconfia. – Lene sorriu travessa e trocou-se para as aulas.


Ao chegarem à mesa para o café, Lily estava emburrada, com uma careta gigante. Tiago, Remo e Sirius tentavam conversar com ela e Pedro comia vorazmente um muffin de chocolate.


- Bom dia, povo!! – Lene cumprimentou, abrindo espaço entre Remo e Sirius e sentando-se ao lado do namorado, sapecando-lhe um beijo apaixonado nos lábios.


- O que houve com a ruivinha? – Remo tentou.


- Ela ficou emburrada depois que eu e loira dissemos que não nos lembrávamos de que dia é hoje.


- Mas como não se lembram, Lene!!! – Tiago escandalizou, ao que Lily sorriu brevemente. É óbvio, Tiago Potter, o garoto que sabia cada detalhe da sua vida, ia lembrar-se. – Hoje é o dia em Merlin iria completar 4003 anos e 5 meses! Como se esqueceu???


Lily fechou mais ainda a cara, de mau humor.


- É! Era exatamente isso, Tiago. Como vocês se esqueceram?? – Ela falou, com uma dose de ironia que não foi notada.


As aulas da manhã passaram voando, tal qual as do vespertino. Ao se darem conta, já passava das 17h da tarde e o último horário de Feitiços ia começar. Ficaram na sala de aula, terminando um longo resumo sobre Feitiços Ilusórios. Lily não notou quando Tiago e Remo começaram a trocar bilhetinhos com Sirius e Lene, da mesa ao lado.


S.B: Tudo pronto?


T.P: Falta só pegar a torta de leite condensado e figos, lá na cozinha. De resto as comidas estão prontas.


M.M: A decoração eu e Cath terminamos depois do almoço. Ficou divina!!!


R.L: Então só falta dar um jeito de levar a ruiva para lá, depois da aula de astronomia.


S.B: Aí é fácil, eu e o Pontas cuidamos disso.


R.L: Ela tá muito chateada conosco.


M.M: Eu sei!! Ela estava me fuzilando com o olhar no almoço.


T.P: Tenho pena da Cath, deve estar sofrendo a fúria ruiva. Rsrsrs...


Quando o bilhete retornou para a outra mesa, Lene gargalhou alto, chamando a atenção de todos


- Srta. Mckinon... Está tudo bem? – O professor questionou.


Lene se calou no segundo em que foi repreendida e passou a rir bem baixinho.


S.B:  Seus sem noção! Sejam bons exemplos como eu!!!


T.P: Exemplo? Você??? Rsrsrsrs. Nem em sonho, Almofadinhas!!!


R.L: Se você é bom exemplo, não quero conhecer o mal.


M.M: Ei, galera, melhor parar, Lily está olhando para nós e não parece feliz com essa troca de bilhetes. Ela vai delatar. Fui!!!


E o papel foi enfiado no fundo da mochila de Tiago quando a sineta tocou minutos depois. Saíram todos apressados da sala. Lily foi para a torre, falando com Cath e Lene. Tiago foi para a cozinha, junto com Sirius buscar a torta de aniversário. Levaram-na para a Sala Precisa, escondidos de todos. Remo correu até a sala de DCAT para buscar Melhissa.


- Oie! – Ela cumprimentou, saindo da sala com um rolo de pergaminho nas mãos


- Olá, meu amor! – Ele devolveu, tomando o pergaminho e carregando por ela. Com a mão livre entrelaçou os dedos dela, caminhando em direção à Torre da Corvinal.


- E então... Como vão os planos para a festa da Lily?


- Ótimos! A festa vai ser as 21h, depois da aula. – Mel assentiu com a cabeça. – Você vem, né?


- Eh... Pode ser... Se você quiser...


- Quero! Venha, vai ser bom! – Ele pediu empolgado ao que ela riu, concordando. – Beleza! Te pego aqui na torre às... 21h05min pontualmente!


- Ok, Sr. Relógio. Tchau, querido! – Ela despediu-se dele com um beijo quando chegaram à torre dela.


Mesmo depois de várias semanas de namoro Remo não deixava de se arrepiar com cada toque, de corar com cada beijo ou de suspirar toda vez que a via passando. Estava um bobo apaixonado, que completaria um mês de namoro no dia seguinte. Seu cérebro entrou em choque ao recordar que precisaria marcar algo romântico para o dia 31 de janeiro. Falaria mais tarde com Tiago e Sirius, agora o tempo urgia outra coisa.


Enquanto isso, Lily subia as escadas para o dormitório feminino, acompanhada das amigas. Se encontraram com Alice, que estava sentada em sua cama, lendo uma carta.


- Oi, Lice! – Lene cumprimentou


- Oi, Marlene. Oi, Cath. Oi, Lily. – Cath respondeu sorridente, Lily apenas meneou a cabeça mal humorada. – Houve algo?


- Não! Não houve, nada, Alice, nada!!! – Lily bufou, mais indignada ainda, batendo a porta do banheiro. As três meninas puderam ouvir um grito estridente vindo de dentro do cômodo trancado.


- Não acham que exageramos? – Alice questionou. – Eu devia ter dado parabéns a ela.


- Não, Alice! Logo, logo a Lily vai receber parabéns como se deve. – Cath avisou com um sorriso maroto.


Todas se trocaram. Por debaixo das vestes escolares, Lene vestiu seu jeans escuro e a blusa de manga comprida verde-musgo, para não ser repreendida, pôs a camisa branco do uniforme por sobre o traje informal e deu o nó na gravata vermelha. Cath não fez diferente, tendo apenas trocado os jeans pela saia negra de pregas, bem comportada, e ao invés de verde-musgo, sua camiseta era vermelho-sangue. Alice, que não teria classes antes da festa da colega, não disfarçou nada e usou um vestido branco com detalhes azuis, era comprido até o meio da perna e não tinha mangas. Vestiu um casaquinho branco de linho por sobre o traje. Lene e Lice puseram sapatilhas, a primeira emprestou a preta de Lily e a segunda calçou uma sua, azul-céu. Cath pôs suas botas de cano curto sem salto, simplicíssima.


Lily estranhou toda aquela produção para uma simples aula, mas nem perguntou nada, tal era sua decepção e mágoa. Esperou todas saírem do quarto para se jogar no colchão e chorar muito baixinho a infelicidade do seu aniversário de 18 anos.Ouviu um barulho discreto na janela, era uma coruja, buscando entrar. Lily recepcionou o animal e notou que a carta era para si. Um cartão de aniversário, enviado por sua mãe. Sorriu, ao menos alguém se lembrara de que ela estava completando anos. Pregou o cartão no diário e desceu com o livro que ganhara de natal.


Encontrou Tiago e Sirius em uma partida de xadrez, empolgados. Notou que eles também estavam muito bem vestidos, sua curiosidade falou mais alto.


- Qual é a das roupas?


- Acho que servem para cobrir o corpo, Lils. Sabe, não podemos sair andando nus por ai... Ao menos que você... – Tiago soltou malicioso.


-PERVERTIDO!!!!


Os outros dois riram gostosamente. Lily emburrou-se mais ainda.


- Estávamos só zoando, Lily. – Sirius explicou-se. – Não fica brava, não, ruivinha do Pontas!


Lily corou de vergonha, mas fingiu que era de raiva. Virou-se para o amigo Black e berrou raivosa.


- E desde quando eu sou ruivinha dele?! Audácia de vocês, idiotas!


- Sabemos que você canaliza por meio da raiva todo o seu amor reprimido por nós, Lils. Não vale a pena tentar mentir. – Tiago disse à ela.


Lily, acumulada de frustrações, chateações e mágoas daquele dia tão pouco produtivo, sentiu-se ultrajada com as piadinhas. Não estava em clima de brincadeiras, quis atacar o amigo pelo pescoço e matá-lo ali mesmo. Antes, porém, que seu plano se realizasse, ela ouviu um barulho, como um chamado. Viu Tiago tirar do bolso do agasalho um espelho e observou enquanto o maroto falava com a imagem do espelhinho. Mas o que a chocou foi que, a imagem refletida no espelho, não era a de Pontas, mas a de Lupin! Quando a conversa espelhada cessou, Lily olhou para os amigos com as íris arregaladas.


- O... O que... O que foi isso?!!! – Ela balbuciou em um tom assustado.


- Tá na hora, Almofadinhas. Aluado já tá lá. – Pontas segredou ao amigo.


- Posso levar a convidada de honra? – Os olhos de Sirius brilhavam de tanta travessura


- Faremos isso os dois, os dois.


Lily teve um segundo para entender que “a convidada de honra” era ela. No segundo seguinte, Tiago a agarrou pela cintura e jogou por sobre seus ombros como um saco de batatas. A ruiva chutava o amigo e berrava.


- SOCORRO!!! SÃO DOIDOS! PELO AMOR DE MERLIN, ME AJUDA!!! – E chutava as pernas do maroto.


- Ai. Ai. AI, LILY! Que droga, para quieta aí! – Pediu Potter.


Mas a ruiva não escutou. Achara mais divertido esmurrar as costas do apanhador, alternando cada soco com um chute nas pernas do amigo.


- Me larga!!! Me coloque no chão, Tiago!


- Almofadinhas, ela tá muito violenta, sua vez. – E tirou Lily de sobre seus ombros. Em um gesto rápido arremessou a ruiva pelo ar, Sirius a agarrou e passou a carregá-la em estilo “noiva”, diminuindo a zona de ataques da fúria de Lily.


- Sirius... ME PONHA NO CHÃO AGORA!!!! – Tentou chutar, esmurrar e nada. Pensou que seria mais eficiente utilizar-se de práticas canibais. Em um gesto veloz abriu a boca e mordeu o braço de Sirius, que guinchou de dor.


 - PIROU? Merlin!


E o caminho até a sala do 7º andar foi assim, permeado de ataques assassinos. Quando chegaram a uma porta de madeira, Tiago parou por alguns segundos e imaginou uma só frase.


Um lugar para se fazer uma festa. Um lugar para se fazer uma festa. Um lugar para se fazer uma festa.


E a porta se alargou, Lily ficou chocada. Sentiu seus olhos serem cobertos por duas mãos grandes e pode sentir um hálito quente e perfumado na altura de seu pescoço.


- Não vale espiar...


Os pelos de sua nuca se arrepiaram ao ouvir o tom suave. Ouviu a porta ser aberta e um corpo ao seu lado andar para dentro do cômodo. Deu dois passos para frente e percebeu que Potter não descobriria seus olhos com facilidade. Adentrou o cômodo e logo o calor que fechava suas pálpebras se dissipou. Ela abriu os olhos com vagareza e se acostumou com aquela escuridão. Não ouviu nada.


- Tiago? – Ninguém respondeu. – Sirius?


O silêncio era sepulcral.


- Ai, Merlin! Não me deixem sozinha aqui! – Não houve resposta. – Meu pai! Isso parece um cenário de filme de terror!


- Só que, num filme de terror, Lilizinha... – Uma voz que ela não reconheceu falou próxima.


- Não tem festa!!!!!!! – Houve um berro e as luzes iluminaram a sala.


Cath preparou a poção especial e letras coloridas explodiram formando “FELIZ ANIVERSÁRIO”. Uma mesa de madeira estava posta, com doces e muffins. Uma linda torta, coberta de glacê, decorava o centro da mesa. Balões vermelhos e dourados enfeitavam as paredes e uma foto que a ruivinha tirara no clube de duelos há alguns anos estampava um enorme painel atrás da mesa.


- AI. MEU. MERLIN!!! ISSO É PARA MIM??


- Ao menos que haja outra ruiva dos olhos verdes, bruxa, com o nome de Lily Evans, então sim, é para você, amiga! – Lene soou sarcástica.


E Lily a abraçou. Abraçou todos os amigos, emocionada. Chorou e agradeceu pela lembrança, não podia ter desejado aniversário mais cheio de surpresas. Sentiu-se mal vestida com aquela roupa surrada de moletom. Sorte que a amiga Lene pensava em tudo, sempre. Lily amou o presente lindo que recebeu, vestiu-o no mesmo segundo. Quando chegou novamente em Marlene, quis agradecê-la pela maravilhosa surpresa.


- Obriga mesmo, Lene! Esse é o aniversário mais feliz que eu tive!


- De nada, mas a ideia não é minha. Não mesmo. – Lene devolveu, olhando na direção de Tiago, que conversava com Remo e Melhissa em um canto da sala.


Lily se dirigiu a ele, comovida. Puxou-o pelo braço.


- Obrigada! De verdade, estou muito feliz!


- Eu percebo.


- Que lugar é esse?


- Se chama Sala Precisa. Basicamente, ela se transforma e passa a ser equipada com tudo o que a pessoa necessita para realizar o que pensou. Eu pedi um lugar para uma festa e, veja só... – Explicou, abrindo os braços em um gesto amplo para mostrar o ambiente.


- É simplesmente demais! E o bolo!!! É divino, massa fofinha, recheio docinho!!! Eu amei tudo, de verdade, obrigada! – Tiago sorriu ao ver o brilho que havia nos olhos verdes da amada. – Como posso retribuir o favor?


- Não tem que retribuir, não fiz esperando nada em troca!


- Eu insisto! O que quer receber? – Lily teimou, olhando nos olhos do maroto.


- Qualquer coisa?


- Uhum!


- Qualquer coisa mesmo??


Lily parou por um segundo, como que avaliando a ideia. Acabou por menear a cabeça afirmativamente. Sabia que havia uma pequena possibilidade de ele pedir uma coisa específica. Mas a questão é que Lily já não se importava, ao contrário, ela queria. Ela desejava aquele contato. Não passava de uma atração física, mas ela clamava por aquele beijo que há muito já deveria ter ocorrido. A cena da festa de ano novo não parava de lhe vir à mente nos últimos tempos. Ele tão colado, os lábios quase se tocando... Dias atrás acordara afobada com o sonho que tivera. Lembrava-se de estar nos braços dele, os lábios selados, seus dedos finos se misturavam aos fios negros e rebeldes, ao passo que a mão quente do maroto repousava em sua cintura esguia....


Tiago por sua vez sentiu coração disparar perante a resposta da ruiva. Um beijo. Pediria apenas um beijo em troca. Um beijo para provar todo o amor que sentia por ela. Mas a consciência foi mais sensata, se agisse assim, só a afastaria. Precisava fazer com que ela viesse a ele, com ela sentisse que precisava estar com ele, que ela tomasse a iniciativa do beijo e assim, somente assim, Lily Evans perceberia o que Tiago Potter há muito sabia. Todo aquele ódio da ruiva era uma canalização de um sentimento maior. De um amor profundo e sincero, ainda inconsciente. Antes que pudesse se conter, sua língua soltou a frase.


  - Jogue Verdade ou Desafio com todos nós!
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N/A: Ai, ai, ai!! Nem acredito que consegui escrever um capítulo tão grande em apenas uma semana!
UHU! Viva!
Postagem muito atrasada, eu sei. Hoje já vou começar o capítulo 21, talvez lá por segunda eu poste. Agora que preciso escrever para só DEPOIS postar, talvez só dê para atualizar a fic uma vez por semana, não sei ainda.
Tomara que estejam gostando. Eu, particularmente, gosto muito de escrever essa fic. É minha favorita porque é a 1 long-fic que eu faço. Veremos como é que isso vai ficar. Ao que parece, pelo andar da carruagem, a fic vai ter mais que só 25 caps como eu tinha previsto algumas postagens atrás. Tive um surto de criatividade e preciso de mais do que 5 capítulos para desenvolver um shipper que eu acho que pode rolar. Sem spoilers!!!
Ah, quero pedir algo! Quem puder, quiser e tiver tempo, dá uma olhada nas minhas outras fics, please! Tenho umas mais antigas das quais eu realmente gosto. *-*
Obrigada outra vez por quem lê, se é que alguém lê essa coisa que eu chamo de fic.
Uma autora sonhadora,
Morgana Pontas Potter 
 

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