Voo cego?



Capítulo 94 – Voo cego?


 


Mesmo depois de quase três anos, ainda tinha gente que se assustava quando Vênus entrava no Salão Principal. A harpia era mais treinada que a maioria das corujas, e nunca derrubava nada na mesa. Edwiges, no começo, ficava chateada, mas com o convívio com a ave brasileira passou a ser mais eficiente, e assim mais orgulhosa de sua posição.


O mais estranho era que a carga de hoje era um jornal.


Logan sumiu atrás do jornal, não dando atenção a quase ninguém. Somente Cris que estava com a cabeça no ombro dele.


Isso seria motivo de zoação, mas todos estavam focados em outra coisa. Hoje seria o jogo contra Corvinal.


Uma pessoa na mesa da Grifinória não estava tão focada assim.


- Não sabia que você sabe japonês. – disse Mione.


- Normalmente os caçadores aprendem muitas línguas. – disse o menino de cabelo azul. – Mas eu sou uma negação nesta área. Acabo sempre usando um feitiço de tradução.


Ele mostrou a página que estava lendo. O jornal parecia estar escrito na forma padrão japonesa, mas aquela página estava na forma ocidental, mesmo que ela não entendesse o que estava escrito.


- Está em português. – disse Cris.


- O que está tão interessante assim neste jornal? – Perguntou Tony.


- Alguns mercenários ingleses foram presos em uma vila no Japão. – disse Logan. – Estavam tentando entrar em um templo para roubar duas espadas.


- Espadas? – perguntou Harry. – o que tem de especial nestas espadas?


- Uma pode matar mais de cem inimigos com um golpe, e a outra tem o poder da ressureição. Não sei se é lenda ou verdade, mas os demônios estão se arriscando para conseguir. – disse o brasileiro.


- E você está assim tranquilo? – perguntou Neville.


- As espadas estão lacradas em um templo que somente os sacerdotes mais puros podem entrar. Sem contar que os poderes das espadas só podem ser usados por um tipo especifico de yokai, descendentes de um grande general. Se elas caírem em mãos erradas, serão apenas enfeite de parede.


Harry percebeu que Mione estava pensativa. Provavelmente estava pensando que seria impossível uma espada ter o poder de ressureição. Sabia que logo a menina ia discutir isso, era uma coisa impossível, pelo menos Luna não estava ali hoje, senão a discussão seria maior.


- Logan. – chamou a monitora-chefe. – Você poderia me ensinar esse feitiço. Tem muitos livros na biblioteca em outras línguas, que eu gostaria de ler.


Todos ficaram boquiabertos, esperavam pela mesma coisa que Harry.


- Claro, depois do jogo. – disse ele.


 


Metade da Sonserina resolveu se dirigir para o campo de quadribol no mesmo momento que o time da Grifinória.


Harry sentiu que alguém queria lançar um feitiço nele, mas com a confusão toda ele não conseguia descobrir quem.


Não via nenhuma varinha. Aparentemente esses alunos só queriam chegar ao campo mesmo.


Foi quando um feitiço o atingiu pelas costas. Ele se virou para trás, para tentar identificar o autor, só para descobrir que não conseguia enxergar.


- Quero ver você se livrar desta. – disse uma voz que ele identificou como Draco Malfoy.


- Obrigado por se acusar. – disse Tiago atrás do sonserino. – Você está em detenção com o Filch. Ele precisa de alguém para lubrificar as armaduras do castelo. Depois discutirei com a Professora Sinistra para ver se você vai poder continuar no time, já que essa foi uma clara tentativa de atrapalhar o jogo, e não foi a primeira vez.


- Você não pode. – disse o loiro.


- Posso, você sabe bem disso. – disse o auror. – Tenho prerrogativas de professor. Harry se você não nenhum problema deve continuar seu caminho.


- Te vejo no jogo. – disse o apanhador.


- Viu ele nem foi afetado. – disse Malfoy.


- O fato de sua magia ter falhado não tira sua culpa. – disse Tiago. – Vamos, Filch odeia atrasos.


Harry seguiu seu caminho, agradecendo que Gina estava ao seu lado, e não ter sido ela atingida.


Preferiu que ninguém soubesse, mas ainda precisava de uma forma de poder terminar o jogo. Mesmo com as tentativas de Cris e Gina de descobrir se tinha algo errado.


Assim que o jogo começou ele teve uma ideia.


- “Mãe, você poderia me avisar se tem alguém na minha frente quando eu voo?” – ele perguntou pela ligação mental.


- “Não me diga que você está cego.” – disse ela com uma careta, o que foi vista por todos na arquibancada dos professores. Tiago e Logan foram os únicos a entender o motivo.


- “Se você não quer, eu não digo. Mas isso não muda a verdade.” – disse ele.


- “O que você quer que eu faça?” – perguntou ela, mesmo sabendo o que fazer.


- “Só fique de olho para ver se não tem ninguém na minha frente. Os balaços, e qualquer um de posso estar voando muito perto de mim, posso ouvir.” – disse ele. – “Acredito que o pomo eu consiga ouvir. Só tenho que procurar.”


- “Por que eu?” – perguntou ela.


- “Papai e tia Mimi, estão muito concentrados no jogo. Gina e Fada estão no jogo. Logan não teria graça, ele sabe onde está tudo. E você não ia tentar trapacear.”


Ninguém na arquibancada prestou atenção no que acontecia com a professora de poções, que aparentemente se focou apenas em Harry. Isso aconteceu por Logan estar ali com seu dragão.


O animal estava quietinho, assistindo o jogo. Em alguns momentos o menino falava algo com o dragão.


- Essa é uma forma interessante que eles descobriram para voar. – disse o menino. – Claro que é melhor voar com as próprias asas. Sim, eles não têm nenhuma necessidade de saber sobre as correntes de ar. O espaço e muito pequeno, e o peso deles interfere pouco neste sentido.


 


No jogo, Harry estava dando graças por não ser contra a Sonserina, que tinha batedores mais fortes. Os balaços estavam passando bem mais perto que ele queria.


Seu maior problema era que o apanhador da Corvinal não usava a tática de o seguir e nem sempre ele sabia onde ela estava. Ele até tentou uma finta nele, mas como ele não via, não pode fazer nada.


Só percebeu isso, quando Cris e Gina berraram em sua mente, mas como ele não percebeu o pomo, não fez nada.


Deu graças pelo treinamento de Logan. Até agora não tinha colidido com nada, nem jogador, nem balaços, nem mesmo com o chão.


- “Mãe, o pomo está perto do Rony. Onde está a goles?” – disse ele ao ouvir o bater de asas.


- “Está com a Demelza.” – disse ela. – “O pomo está se mexendo, mas não parece que vai sair de lá. E a Cho não viu.”


Harry saiu em disparada, não estava se preocupando com o apanhador azul. Ele não estava focado no pomo mesmo. Quando ele percebeu o que estava acontecendo, Harry estava a poucos metros da bolinha dourada.


 


Harry estava no refúgio dos grifos, com Fenrir conversando. Griffon estava com eles.


- Isso explica. – disse Fenrir.


- Isso explica o quê?


- Quando voltei no tempo, percebi que tive um aumento grande de poder. Gina também. Acreditei que era por estarmos fora do tempo mesmo. Mas está me parecendo que houve uma mescla. Era a minha memória, para que pudesse fazer o teria que fazer, mas o seu poder, para dar conta de tudo.


- Como assim? – perguntou Harry curioso.


- Eu não sabia que podia realizar magia sem varinha, mas assim que consegui era quase que como se fizesse a vida toda. Tive que treinar para não errar, não deixar que ninguém soubesse.


- Deve ter sido difícil.


- Pior foi a animagia. – disse Fenrir. – Quando sai do meu tempo, mal conseguia me tornar um grifo, mas logo cheguei me tornei lobo. E minha primeira transformação em grifo foi direto em grifo real.


- Interessante. – disse Harry. – Você então usou o meu treinamento com Logan.


- Um demônio me ensinou o que eu sabia. Só acontece com a gente.

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