Segunda Prova.



Capítulo 33 – Segunda Prova.

Gina estava preocupada com Harry, desde aquela manhã ele não falava mais com ela. O moreno não deu chance dela se explicar, ela não queria brigar com ele, só um tempo para se acostumar. Um tempo sem pressão. Ela sabia bem que todos a encarariam pelo resto do ano.
A ruiva o via de longe, na sala comunal, ou durante as refeições, mas não conseguia se aproximar, e queria saber como ele estava, queria de volta pelo menos a amizade que tinham antes, mesmo sabendo que não conseguiria tudo de volta, pois tinha o ferido onde mais doía. Por isso quando a professora pediu para que ela chamasse Cris ela decidiu conversar com ela a respeito.
Gina sabia que Harry não tinha contado nada para ninguém, nem mesmo para sua irmã, apesar de desconfiar de que Tiago e Lilian sabiam. E ficou grata com o menino, possivelmente ele não queria que isso afetasse os outros apenas eles.
- Por que você não quer me disser. – ela escutou a voz da amiga vinda do dormitório que elas dividiam, mas ela tinha absoluta certeza de que Cris estava sozinha. – Eu sei que você sabe. – será que Harry aparatou no quarto delas e estava falando dela para a irmã. – Como você pode ser malvado, e não me falar como será a prova e o que o louco do meu irmão irá fazer.
- Cris? – Gina perguntou ao entrar no recinto para chamar a atenção dela.
- Gina! – disse a outra fechando rápido um livro. – Quer me matar de susto?
- Claro que não. Só achei estranho você falar sozinha.
- Não é nada disso, eu só tava tentando descobrir o que o Anjo fará amanhã. Por acaso você não sabe? Ele não contou para você, ou o seu irmão, não?
- Não, ele não me falou nada. – disse Gina, ele não fala comigo há muito tempo, pensou. – Acho que desta vez ele fez tudo sozinho. Por quê?
- Queria me preparar antes. Ele pode fazer um monte de coisas bem perigosas, e não quer me falar nada.
- Ele pode ser bem teimoso quando quer, você melhor que ninguém devia saber disso.
- E como vocês estão? Não vejo vocês juntos mais. Aconteceu alguma coisa?
- Só estamos dando um tempo por causa do torneio, ele tem muita gente em cima, resolvi aliviar.
 - Sabe, ele gosta muito de você. Cuidado para não aparecer outra pra roubar esse lugar.
As duas ficaram algum tempo em silencio e Gina se lembrou do primeiro motivo a procurar a amiga.
- A McGonagall pediu para chamar você na sala dela. Disse que é urgente.
- Ótimo, ele que apronta e eu que levo ferro. Ah, eu tenho que levar devolver esse livro para o Harry, você poderia fazer isso por mim? – disse Cris entregando o livro para ela, que reconheceu sendo O Livro.
- Eu nem sei onde ele está. – disse ela ansiosa, seria a primeira vez que falaria com o moreno. – Não quero passar a noite toda procurando por ele, e daqui a pouco acaba o horário permitido e ele não liga muito pra isso, mas eu não quero receber um berrador da Dona Molly.
- Ele está no quarto dele, se preparando para a prova. – disse simplesmente a menina. – Vai, eu também não quero estar nos corredores fora do horário, odiaria ter que azarar um monitor da Sonserina hoje.
- Tá bom. Eu levo. Vai logo que senão a McGonagall vai reclamar comigo.
Assim que Cris saiu, Gina seguiu para o quarto de Harry, ainda incerta se deveria ir lá.
Ele estava sozinho deitado na cama, parecendo dormir, isso se não estivesse de uniforme.
- Harry. – a ruiva chamou baixinho, para que ele não ouvisse, mas não conseguiu.
- Oi, Gina. – Disse ele se levantando, mas sem abrir o sorriso de sempre.
- Eu vim aqui para te entregar seu Livro. – disse ela. – Cris me pediu.
- Tudo bem. – disse ele meio desapontado.
- Como você está, quero dizer, sobre o torneio?
- Decifrei a pista do ovo, e sei exatamente o que fazer na prova. – disse ele com um sorriso convencido que só ele e o pai podem dar.
- Cris está doida para saber o que acontecerá. – disse ela mais solta ao ver que ele não demonstrava o que sentia, nem para o bem nem para o mal.
- Imaginei. – disse ele olhando para o livro e depois se aproximando dela.
- Harry, eu queria falar...- começou ela, mas a impediu colocando a mão na sua boca.
- Shiiii, não fale nada, apenas sinta. – disse ele se aproximando mais.
Mas quando os rostos estavam a poucos centímetros um do outro, passos foram ouvidos. O que fez Harry recuar.
- Obrigado pelo livro. – foi o que Rony escutou quando abriu a porta.
- Boa Sorte. – disse Gina confusa, saindo.
Rony olhou para os dois sem entender nada, mas Harry já tinha entrado no banheiro e Gina saído para que ele pudesse perguntar algo.

Harry entrou como um hipogrifo desembestado na sala do pai.
- A Fada sumiu. – disse ele sem rodeios. – Ninguém sabe dela desde ontem.
- Calma, Filho. – disse Lilian. – Ela está bem, nós sabemos onde ela está.
- Se sabem, onde ela está?
- Você mesmo pode imaginar. – Disse Tiago. – Você é bom para resolver enigmas.
- Ela é o meu Tesouro! – só agora nessa hipótese passou pela cabeça dele, ele só pensava em Gina.
- Isso mesmo. – disse Tiago. – Mas lembre de falar que você que descobriu.
- E é melhor correr, a prova começa em cinco minutos e você não pode aparatar no lago, todos vão descobrir. – disse Lilian.
- Saco nem tomei café. – disse ele saindo correndo.
- Você poderia ter dito para ele aparatar no salão de entrada pelo menos, já que não tem ninguém lá agora, e acho melhor irmos. – disse ele puxando a ruiva para um beijo e aparatando na cabana do Hagrid que era mais perto , chegando na arquibancada a tempo de ver o filho rompendo pela porta principal do castelo.
Harry continuou correndo até onde estava toda a escola. Percebeu que seus pais já estavam ali, e se sentiu estúpido por ter corrido o castelo todo e não ter aparatado pelo menos mais perto. Notou que os outros campeões já estavam prontos para a prova e ele ainda estava de uniforme. Não quis fazer um strip na frente de todos e correu em direção a uma barraca para tirar a roupa.
Saiu apenas com uma bermuda para natação e foi direto para o Sr Crouch, que parecia recuperado.
- Você sabe o que fazer? – perguntou o juiz.
- Sim, resgatar a minha irmã, que está com os sereianos em uma hora.
- Perfeito. – disse ele para o moreno e lançando um feitiço Sonorus na garganta. – Podemos iniciar a segunda prova do torneio. Onde os campeões tinham que solucionar um enigma no ovo que pegaram na prova anterior. Todos conseguiram solucionar, que dizia que eles deveriam resgatar um refém das mãos dos sereianos. E vocês têm uma hora.
Com a varinha ele soltou um ruído como de um tiro, e retirando o feitiço da voz.
Harry nem tentou ver o que os outros iriam fazer, sabia o que fazer e isso bastava. Pegou o guelricho que tinha comprado em Londres e colocou na boca. Tinha um gosto estranho e era meio borrachento. Logo percebeu as alterações provocadas pela planta. Seus dedos da mão começaram a ganhar uma membrana, seus pés alongando e guelras aparecendo em seu pescoço. Em instantes ele não conseguia mais respirar e mergulhou e recebeu de bom grado o primeiro gole da água fria.

- O Harry sempre chega em cima da hora. – disse Flávia.
- E sempre com uma entrada triunfal. – disse Fernanda. – Todas as meninas do colégio suspiraram ao ver aquilo que a gente vê o tempo todo.
- O tempo todo? – perguntou Gina com ciúmes.
- Nas férias, vivemos um na casa do outro. – disse Tony para acabar com o mal entendido. – Tem piscina em todas as casas. Mas vocês também suspiraram.
- Isso mesmo. Todas as garotas. – responderam as gêmeas.
- É impressão minha ou Harry tem uma tatuagem nas costas? – perguntou Hermione.
- Não, Harry não tem tatuagem. – disse Rony. – eu teria visto.
- Sim ele tem uma. – disse Tony. – É um anjo.
- Ele não gosta muito que as pessoas vejam, achariam meio estranho. – disse Fernanda.
- E que ele tem desde pequeno, e vive mudando. – disse Flávia. – Começou como um querubim e foi evoluindo, agora é um Arcanjo, segundo a tia Lilian. Cris tem uma fada também no mesmo lugar.
- Agora entendi o porquê deles se chamarem assim. – disse Neville.
- Esses Potter têm muitos segredos. – disse Gina meio decepcionada.
- Não se preocupe querida. Ninguém sabe todos. – disse Fernanda. – Nem nossos pais. Não é nada pessoal.
- Você parece ser a pessoa mais indicada aqui, para saber isso. – disse Flávia fazendo a corar.
- Espero. – disse sinceramente a ruiva.
- Aposto que você sabe alguns segredinhos dele. – disse Fred que escutava a conversa com o irmão.
- E nunca contou nada pra seus pobres e inocentes irmãos. – disse George.
- Não sabia que tinha irmãos mais novos. Para serem inocentes. – retrucou a ruiva.

Harry mergulho e começou a escutar a voz sedutora das sereianas e resolveu seguir próximo ao fundo do lago, sabendo que assim acharia mais facilmente a cidade deste seres. Como estava ficando muito escuro sacou a varinha e fez o feitiço de luz.
Esse movimento chamou a atenção de alguns grindylows. Dois chegaram a agarrar as pernas do moreno e um tentou pegar a sua varinha, mas Harry soltou uma onda de poder que percorreu todo o seu corpo fazendo os grindylows o soltar.
Nadou mais um pouco e encontrou com um fantasma, Murta que Geme. Sorriu para ela e acenou, mesmo ela sendo um pouco anti-social, ele gostava da fantasma, que alguns diziam ter uma queda por ele.
- Tente por ali. – disse Murta, sabendo que ele estava fazendo ali. Ela tinha espionado Cedrico e contado para ele a alguns dias quando ele foi fazer uma visita, escondendo  das fãs, onde elas nunca pensariam em procurar, um banheiro feminino.
- Obrigado. – disse ele apenas mexendo os lábios, sabendo que nenhum som sairia.
Seguiu o caminho indicado e começou a ver sinais de uma civilização. Vez ou outra via ilustrações, entre elas algumas com a lula gigante.
No que parecia ser a praça central dos sereianos ele viu os quatro reféns, ladeados por alguns guerreiros. Ao lado de sua irmã estava, Cho, a francesa que foi com Vitor ao baile e uma menininha que parecia ter uns sete anos, que pela cara e cabelo era irmã de Fleur.
Usou a varinha para quebrar a corrente que prendia Cris. Olhou para os lados e não conseguiu ver sinal nenhum dos outros. Decidiu pela primeira vez sentir onde estavam os outros, concentrou e percebeu que Vitor estava meio transformado em um tubarão estava do outro lado do lago, Cedrico usava um feitiço que cobria a sua cabeça e também estava mais perto, mas o que mais preocupou era Fleur que estava em terra, ao lado da Madame Pomfrey.
Sem pensar lançou feitiços nos três reféns, Cho e a francesa do Vitor tiveram parte da corrente modificada por uma linha de luz, que se romperia a aproximação dos campeões, mas a irmã da veela foi libertada, o que causou reboliço entre os sereianos, alguns apontaram seus tridentes para ele.
Harry, que pesquisou um pouco antes da prova, se virou para a maior fêmea do grupo que ele sabia ser a chefe e olhou diretamente para ela e passou a imagem da adversária sendo atendida pela enfermeira.
Com um movimento ela ordenou que todos se afastassem e Harry pegou as duas meninas e seguiu para a superfície. Ao romper a barreira que separa a água do ar as duas acordaram.
- “Tudo bem com você?” – disse Harry para a irmã, através da ligação entre eles, já que ainda estava sobre os efeitos do guelricho.
-“Sim, mas o que ela faz aqui?”- perguntou se referindo a loirinha que estava com eles.
- “Tive que salva-la também. A Fleur abandonou a prova.”
- “Você realmente acreditou que ficaríamos presos para sempre. Só mesmo você e sua maldita mania se salvar a todos.” – disse ela com um sorriso.
- “Vamos nadando, que ainda tenho que mostrar para todos que salvei vocês.”
Os três seguiram para o local onde estavam os juízes, e vez ou outra, Harry fazia uns saltos para alegrar as meninas.
Chegaram exatamente quando os efeitos da planta terminaram em Harry, e quando se aproximavam da borda do lago, viram Fleur correndo e pulando no pescoço da irmã. Era uma cena tocante. Logo ela se desvinculou da irmã e puxou Harry para um abraço.
- Obrrigada. Você salvo minha irman, Gabrielle, ella nem era sua refem. – disse ela dando um beijo no rosto dele e voltando a falar com a irmã em francês o que parecia ser desculpas.
- Parece que teremos uma ruiva com raiva de você. – disse Cris quando eles foram levados para a tenda médica.  
- Será você ou a mamãe? – desconversou ele.
- Você sabe bem que nenhuma delas.
Depois de algum tempo chegou Cedrico seguido de Vitor.
Dumbledore e Bartolomeu chegaram perto da borda e conversaram com a chefe dos sereianos.
Pouco depois foi anunciada a pontuação de cada. Harry ficou com a pontuação máxima, pelo que fez e como lidou com o abandono da francesa. Depois, Cedrico e Vitor, que acabaram empatados em segundo na classificação geral e Fleur recebeu metade dos pontos pelo feitiço Cabeça de Bolha que lançou.
Os reféns foram examinados e liberados, enquanto os campeões aguardavam instruções para a prova final.
Pelo tempo eles esperariam que todos voltassem para o castelo.
- Gostaria mais uma vez parabenizar a todos. – disse Crouch ao entrar na barraca juntamente com Amélia Bones. – Vocês demonstraram muita lógica ao descobrir o enigma e poder ao entrarem no lago.
- Foram excelentes. – disse Amélia.
- Bom vamos resolver as questões da terceira prova logo para que vocês possam descansar e comemorar. – disse novamente Crouch. – Ela será realizada no dia 24 de julho, e vocês receberam mais informações um mês antes. Boa sorte.
- Estão dispensados por hora. – disse Amélia.
Harry seguiu para o castelo sem se importar com os outros campeões. Somente quando chegou ao primeiro andar foi que percebeu que alguém o seguia. Virou-se e deu de cara com Fleur.
- Perdon. – disse a francesa. – Non queria assustar você, só querria agrradecer por salvar Gabrielle.
- Não foi nada. Você faria o mesmo pela minha irmã. – disse o moreno sem jeito.
- Duvido. – disse a garota puxando-o para um beijo.
Harry surpreso, demorou a reagir, e quando o fez puxando-a para mais perto, foi quando sentiu o fundo do armário de vassouras contra as suas costas.
 Depois de alguns minutos Fleur saiu do armário retocando a maquiagem e Harry ajeitando a roupa.
- Sabe, Je non beijo qualquer um. – disse Fleur. – Isso deve ser segredo.
- Quem ia acreditar em mim mesmo. – disse o moreno.
Harry caminhou em direção a torre, pensando. Ele contaria para sua irmã e sua mãe. Quem sabe elas não o ajudavam a esquecer a razão e ver a situação com o coração?

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