Departamento de Mistério



Capítulo 57 – Departamento de Mistério   

Era o último dia dos NOMs, e a tarde seria o exame de História da Magia. Harry sabia que teria problemas para lembrar de alguns nomes e datas, mas não era isso que mais o preocupava. Ele acordou novamente com a sensação de que algo iria acontecer.
Essa sensação só se aliviava quando estava perto de Gina. Mas esse tempo era limitado, já que ambos tinham exames para fazer.
Foi assim que ele foi fazer sua prova. Ele até que estava conseguindo responder de forma satisfatória as perguntas até que chegou em uma sobre a Conferência Internacional. Era uma das últimas, e ele não conseguia se lembrar direito da resposta, sabia que tinha algo com os vampiros e uma disputa em Liechtenstein, mas não conseguia juntar as duas informações.
Olhou para frente, onde estava sentada a Parvati, e pensou que seria bem legal saber Leglimência, e poder obter a resposta da menina, mesmo que Mione não gostasse que ele fizesse isso.
A borboleta que a colega usava no cabelo começou a chamar sua atenção, e ele começou a pensar em ver uma no cabelo vermelho de Gina.
Sem mais nem menos ele estava andando por um corredor frio e escuro, que o fazia lembrar do Departamento de Mistérios, andando de forma decisiva e firme, às vezes começando a correr, determinado a chegar ao seu destino finalmente... Uma porta escura se abriu para ele e estava então na sala circular com muitas portas...
Atravessou o chão de pedra e a segunda porta... Trechos de luz dançavam nas paredes e no chão e havia um estranho clique mecânico mas não havia tempo para explorar, tinha que se apressar...
Correu os últimos metros para a terceira porta que se abriu exatamente como as outras...
Agora estava na sala com o tamanho de uma catedral, cheia de estantes e esferas de vidro... Seu coração estava batendo muito rápido agora... Conseguiria agora... Quando chegou ao número noventa e sete virou e se apressou pelo corredor entre duas estantes...
Mas havia uma forma estranha no final do corredor, uma forma negra se movendo como um animal ferido... O estômago de Harry contraiu com o medo... Com a excitação...
Uma voz que parecia sair de sua própria boca, uma voz aguda, fria e vazia, totalmente sem aparência humana...
- Pegue-a pra mim... Levante-a agora... Eu não posso tocá-la... Mas você pode...
A forma negra no chão mudou um pouco. Harry viu uma mão com dedos longos e brancos se elevar como seu próprio braço... Escutou a voz aguda e fria dizer "Crucio!".
O homem no chão deixou escapar um grito de dor, tentando se levantar mas caiu novamente, contorcendo-se. Harry estava gargalhando. Levantou sua varinha e o feitiço cessou e a figura gemeu e ficou imóvel.
- Lord Voldemort está esperando...
Muito vagarosamente, seus braços tremendo, o homem no chão levantou seus ombros alguns centímetros e levantou sua cabeça. Seu rosto estava ensangüentado e abatido, torcido pela dor porém rígido e desafiante...
- Terá que me matar... - sussurrou Sirius.
- Sem dúvida eu farei no final - disse a voz fria. - Mas você vai pegá-la para mim primeiro, Black... Você pensa que já sofreu o suficiente? Pense novamente... Nós temos horas pela frente e ninguém para ouvir você gritar...

Mas alguém gritou enquanto Voldemort baixava sua varinha novamente; alguém berrou e caiu ao lado de uma mesa quente no chão de pedra frio; Harry acordou quando bateu no chão, ainda gritando, sua cicatriz ardendo como fogo, enquanto todo o Salão Principal irrompeu ao seu lado.
Apesar de ter certeza que aquilo não era uma sonho, era algo mais parecido com o sonho que teve com o Sr Weasley antes do Natal. Mas podia ver Sirius perto dele, já que quem o ajudava a se levantar, era seu pai.
- O senhor está bem? – perguntou Tofty, o examinador.
- Estou. – disse ele apertando a cicatriz.
- Você ainda pode terminar a sua prova. – disse o examinador.
- “Está mesmo bem, filho.” – perguntou Tiago.
- “Não, mas posso terminar, foi apenas um pesadelo”- respondeu Harry.
- “Se você diz.”
Harry até tentou escrever algo, mas não saía nada satisfatório, coisa que ele não ligou, não ia fazer mais essa matéria.
- O que aconteceu, Harry? – perguntou Mione assim que eles saíram do Salão Principal.
- Eu dormi, e tive um pesadelo. – disse Harry, não olhando para os amigos.
- Tem certeza que foi só isso? – perguntou Tony. – Você não acha melhor ir ver a sua mãe?
- Não eu estou bem, acho que dormi mal essas noites por causa do nervosismo das provas. – respondeu o moreno.
- Quando a Gina souber. – disse Rony.
- Se alguém contar pra ela, vai se ver comigo. – disse Harry. – Eu mesmo vou falar com ela, sozinho.
- Tudo bem. – disse os três.
E foi o que ele realmente fez. Assim que encontrou com a ruiva a puxou para um canto do salão comunal e contou tudo.
- Só não queria que você ficasse preocupada. – disse no final. – Você sabe como as coisas aqui ganham dimensões inimagináveis.
- Você sabia que fica lindo preocupado. – disse ela com um sorriso. – Eu aprendi a filtrar tudo o que dizem neste castelo, ainda mais quando o assunto é você.
- Esse povo devia aprender a cuidar da sua própria vida. – disse ele resmungando.
- Sim, devia. – disse ela. – Vamos dar motivos para eles falarem.
Harry entendeu bem o recado e a puxou para um beijo.
Depois de quinze minutos se beijando eles sentiram dois pares de mãos os afastando.
- Não queremos sobrinho ainda. – disse Fred.
- E também não queremos ver eles sendo feitos. – completou George.
- Deixem de ser estraga prazeres. – disse Gina. – A gente nunca ia fazer nada na frente de todo mundo. Vocês têm que se preocupar quando estamos sozinhos.
- A nossa vida não interessa a mais ninguém. – disse Harry. – O que fazemos ou deixamos de fazer, e coisa nossa. Vocês não vão querer que a Molly fique sabendo de algumas coisinhas que vocês andaram aprontando aqui, vão?
- Você não tem nada contra a gente, Potter. – disse George.
- Tudo o que fazemos todos sabem. – disse Fred.
- Vestiário do campo, armário de vassouras do quinto andar, sala precisa, torre de astronomia, Sala de transfiguração, Masmorras.
- Pode parar, já entendemos. – disse Fred.
- Fique em silêncio, e deixamos vocês namorar em paz. – falou George.
- Quem são vocês para decidir isso? – perguntou Gina.
- O chantagista aqui é o seu namorado. – disse Fred.
- E dos bons, guardou as informações para hora certa. – disse George.
- Vai se um exemplo para nossos filhos, sobrinhos... – disse Fred fingindo chorar.
- Não liga para eles. – disse Harry no ouvido da Gina. – Eles só estão tentando fazer o papel de protetores, só para manter a fama, já que estão indo embora de Hogwarts.
- Você tem razão. – disse ela. – Harry, você não fica chateado se eu disser que vamos ter uma festinha no dormitório das meninas daqui a pouco.
- Por que eu ficaria? Nós não nascemos grudados, e você pode se divertir com as suas amigas.
- E que você vai ficar sozinho, aturando os meninos irritados por isso.
- Não acho que vou treinar um pouco com o Logan. – disse ele sabendo que realmente precisava que a ruiva não soubesse o que ele ia fazer, senão ia querer ir com eles, assim como a irmã. – Às vezes não dá para endurecer o treinamento com os gêmeos e Sirius presentes.
- Então eu já vou. – disse a ruiva. – Cris acabou de chegar, e as meninas já estão subindo.
- Tchauzinho. – disse Harry.
Assim que a menina subiu as escadas, Harry saiu do salão e correu para a Sala Precisa, onde ele imaginou que estaria Logan. Realmente o caçador estava lá, fazendo movimentos lentos com um bastão de madeira.
- E mais fácil corrigir erros, quando se vê o movimento. – disse Logan ao ver a cara do cunhado.
- Quando vamos? – perguntou Harry sabendo que ele sabia muito bem do que se tratava.
- Assim que anoitecer, não podemos entrar lá com muita gente. Nosso objetivo é que ninguém saiba que entramos. Acredito que você saiba onde ir.
- Não entendi isso. – disse Harry.
- Se eu me lembro bem, você sonhou algo durante a prova, uma viagem ao Departamento de Mistérios. E se encontrava na Sala de Profecias. Assim como ocorreu da outra vez, e você despencou para lá com seus amigos.
- Fenrir sabe então.
- Sim, ele ‘roubou’ a profecia também.
Harry tirou o Livro do bolso, e perguntou para Fenrir tudo sobre a outra invasão. Enquanto Logan continuava com seus movimentos.
Assim que o sol se pôs, eles aparataram para frente da entrada de visitantes do Ministério. Mesmo podendo aparatar lá dentro, isso ativaria as defesas e chamaria os aurores.
Harry entrou na cabine de telefone quebrado e digitou os números para dar acesso ao interior do prédio.
- Sejam Bem Vindos ao Ministério da Magia. – disse uma voz feminina. – Digam seus nomes e o motivo de sua visita.
Harry chegou a abrir a boca, mas o brasileiro foi mais rápido.
- Tom Cruise e Brad Pitt, viemos fazer um workshop para o nosso próximo filme.
- Recolham os crachás e tenham uma boa visita. – disse novamente a voz feminina, enquanto a cabine começou a abaixar.
- Toma, fica como recordação de como é fácil entrar aqui. – disse Logan repassando o crachá com o nome de Tom Cruise.
- Ei por que você é o Brad Pitt?
- A ideia foi minha. – disse ele. – Agora vamos que temos um filme para rodar.
Quando a cabine finalmente parou, eles olharam para o salão de entrada, e tudo parecia estar no lugar.
- Tem algo errado, sempre tem alguém ali naquela mesa. – disse Harry apontando para a mesa vazia.
- Eles também estão aqui. – Foi tudo que Logan falou.
- Foi assim da outra vez. – disse Fenrir aparecendo no ombro de Harry.
- Ei, não era para você estar no livro? – perguntou o moreno.
- Sim, mas tecnicamente o livro está aberto no seu bolso, impedido de fechar por alguma coisa, então eu posso aparecer. – disse o holograma.
- Peça para ele indicar o caminho, ele já fez isso antes. – disse Logan.
Eles seguiram para o elevador, que seria o caminho mais rápido para o Departamento de Mistérios. Harry assim que a porta se abriu estava com a varinha em punho pronto para brigar, mas não havia ninguém no corredor.
Ele olhou para Logan, que parecia estar tranquilo, como se fosse um passeio pelo ministério, mas percebeu que seu olhar era o felino e seus caninos estavam grandes, ele estava pronto para a briga também.
Entraram em uma sala circular cheia de portas idênticas a primeira.
- Não feche a porta. – disse Fenrir, mas era tarde de mais e Harry já havia fechado a porta e a sala começou a girar.
- Pelo menos aqui tem alguma segurança. – disse Logan. – A pessoa fica perdida até alguém encontrar e a prender, se a encontrarem.
- Vamos testando as portas até achar a certa, mas sem fechar. – disse Harry.
Eles abriram uma porta, que dava para uma sala rebaixada com arquibancadas ao redor e no centro um tablado com um arco de pedra, e neste havia um véu.
- O véu da Morte. – disse Fenrir, sendo repetido para Logan por Harry.
- Está ouvindo as vozes? – perguntou o menino de cabelo azul.
- Sim, sussurros, mas não consigo entender. – respondeu ele. – quem sabe se chegarmos mais perto.
Ele e Logan desceram as escadas e se aproximaram.
- Harry, temos que ir. – disse Fenrir. – As ruivas vão ficar preocupadas com vocês se vocês demorarem.
- Ruivas. – disse Harry o despertando assim como Logan. – Vamos embora.
Eles relutantemente voltaram para a sala circular, e encostaram a porta, para não caírem em tentação.
Testaram mais uma porta, mas essa não abriu, mas não tiveram curiosidade para tentar algo mágico nela.
A próxima sala, era brilhante, e demoraram um pouco a se acostumarem com as luzes. A sala era cheia de relógios com seus movimentos e barulhos.
- É essa sala. – disse Harry.
- Já que estamos aqui, temos que providenciar a viagem no tempo. – disse Fenrir.
- Viagem no tempo? Como Assim? – perguntou Harry.
- O tempo é continuo. Se você altera o passado, modificando assim o seu presente e futuro, isso se torna parte dele. – quem explicou foi Logan. – Assim você tem que voltar ao passado para realizar as mudanças novamente. Se isso não ocorrer as consequências podem ser catastróficas.
- Como assim? – perguntou Harry.
- Eu quase desapareci no passado, depois de uma briga feia entre nossos pais. Se eu não existir, Voldemort não é eliminado, assim como tudo o que você conhece é destruído. – disse Fenrir.
- Certo. – disse Harry depois de transmitir as palavras de Fenrir. – Vamos encontrar logo esse maldito vira-tempo.
Fenrir indicou o armário que continha os instrumentos.
- Não é nenhum deles. – disseram Fenrir e Logan ao mesmo tempo.
- Não tem nenhum com magia o suficiente, dentro do armário para viagens no tempo. Esqueceu que posso ver a magia presente?
- Se não está aqui onde pode estar? – perguntou Harry.
Logan apontou para o armário. O que deixou o menino confuso. Mas de repente o armário começou a se mexer, revelando a parede de trás dele. Harry observou bem e viu que uma das pedras era diferente.
- Está naquela pedra? – perguntou Harry.
- Faz sentido, já que destruímos todos os vira-tempos daquela vez. – disse Fenrir.
- Como faremos para pegar? – disse Harry encostando a mão no local.
- Você poderia se lembrar mais vezes que eu também sou um caçador e em ambientes mágicos as coisas são diferentes. Uma barreira mágica não funciona comigo. – disse Logan colocando a mão na pedra e tirando o vira-tempo de lá. – Toma. Coloque isso no pescoço, assim ele gera uma proteção e fica inquebrável.
- Certo. – disse Harry, colocando o colar com a ampulheta, enquanto Logan colocava o armário no lugar.
Seguiram pela sala, e viram uma jarra de cristal que era a fonte da luz da sala, dentro dela havia um pequeno ovo, que ia subindo pela jarra, e se abria aparecendo um passarinho, que ia voando e quando chegava ao topo, caía, regredindo para ovo, voltando a subir e repetir o ciclo. Harry riu ao constatar que Gina ia adorar ver isso. Mas logo se concentrou novamente no que tinha ido fazer.
- A Sala das Profecias. – disse Fenrir quando eles entraram na próxima sala.
- Temos que encontrar o número 97. – disse Harry e eles seguiram pelas prateleiras até o número dito.
Eles começaram a procurar entre elas uma que pudesse remeter a Harry.
Logan acabou parando antes como se analisasse uma profecia, e rapidamente conjurou uma esfera de vidro idêntica a profecia, e trocou-a pela verdadeira guardando no bolso.
- Deve ser essa. – disse Harry, apontando para uma que estava com a uma placa com os seguintes dizeres:
Lord Voldemort e Anjo (?) – S.P.T. para A.P.W.B.D.
Harry pegou a profecia e fez o mesmo gesto que Logan, mesmo sem saber. Conjurou uma esfera de vidro e guardou a verdadeira em seu bolso que estava o Livro, que garantiria maior proteção. E o fez de forma que ninguém visse, apesar de saber que Logan saberia o que ele fez.
- Me dê isso Potter. – disse uma voz atrás dele.

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