Tomando uma Decisão



Capitulo 35 – Tomando uma Decisão
 
- O que aconteceu? – perguntou Cris, quando ele chegou.
- A terceira prova será um labirinto. – disse ele para o grupo.
- Eu temia isso. – disse Hermione. – Pesquisei os outros torneios e essa era a pior prova que eles podiam colocar.
- Mas é só um labirinto. – disse Rony.
- Mas os obstáculos são mágicos. – disse a morena. – Podem colocar lá qualquer coisa. Magias, criaturas mágicas e armadilhas. Teve uma vez que nenhum dos competidores conseguiu sair de lá.
- Então, o pequeno Harry tem que estar preparado para tudo. – disse Fernanda.
- Ele vai ter que treinar muito para isso. – disse Flávia.
As ruivas não compartilhavam a animação das gêmeas. Mione e Tony se prontificaram a pesquisar algumas magias e criaturas que poderia ser útil para o moreno. Rony dava dicas esdrúxulas enquanto Neville perguntava sobre a sebe que servia de paredes para o labirinto.
Harry não estava prestando a atenção na conversa a sua volta, ficou extremamente preocupado com tudo isso, seria a oportunidade perfeita para que ele morresse e ninguém pudesse fazer nada.
- “Pai, mãe” – chamou ele mentalmente. – “Contaram da terceira prova, e estou preocupado.”
- “Com o que meu filho?” – perguntou Lilian.
- “Eles podem atacar neste momento.”
- “Estamos de olho em tudo.” – respondeu Tiago. – “Já tinham conversado com Dumbledore, mas nada pode ser feito para alterar isso, já estava tudo esquematizado antes de tudo começar e você ser envolvido.”
- “Eu estarei sozinho ali.” – disse o menino com medo. – “Seria muita covardia minha usar meus poderes para vencer rapidamente esse torneio. Sem contar que é muita injustiça com os outros campeões que se inscreveram. Vocês já descobriram quem colocou meu nome no cálice?”
- “Não, estamos investigando, mas nenhum suspeito viável.” – respondeu Tiago.
- “Tudo dará certo, meu anjo. Não se preocupe.” – disse Lilian.
- “Hoje eu não to com cabeça para mais nada. Vou dormir antes que essa dor na cicatriz piore.”

Harry acordou na manhã seguinte mais calmo. Ele tinha conversado um pouco com Guinho que o tranquilizou. Mais tinha uma coisa que ele pretendia resolver antes de mergulhar de cabeça em treinamentos. Gina.
Sentiu que a ruiva também não dormiu muito bem, e que madrugara. Seguiu para o salão principal, onde ela estava, provavelmente brincando com a comida.
E foi assim que ele a encontrou. No Salão Principal havia poucos alunos e apenas Hagrid na mesa dos professores.
- Bom dia Foguinho. – disse ele. – Tia Molly não te ensinou que é feio brincar com a comida.
- Que susto Harry. – disse ela colocando a mão no coração. – Assim você me mata.
- Eu nunca ia quer uma coisa dessas.
- Mas que felicidade é essa? Ontem você estava mal.
- Ontem foi só o choque, hoje já tenho tudo planejado.
- Que bom. – disse a ruiva abrindo o primeiro sorriso do dia.
- E podemos aproveitar que não tem ninguém por perto e... – ele não conseguiu terminar a frase, pois uma coruja negra deixa cair sobre seu colo uma carta, sem nem ao menos pousar e volta para os jardins da escola.
- Que estranho, não é hora do correio. – disse a ruiva.
Harry não disse nada, abriu a carta e começou a ler, seus olhos se escureceram e todo o calor do salão pareceu abandonar o recinto. Gina teve que se aproximar de Harry para não congelar.
- Que foi? – perguntou ela tremendo o queixo o que fez o menino acordar e controlar seus poderes.
Ele ainda não falou nada, apenas passou a carta para ela.
“Morre Harry Potter.
Harry Tiago Potter (31-07-1980 24-06-1995) morreu na noite de ontem durante a realização da última prova do Torneio Tribruxo. O Campeão do Torneio que consta com a participação de outras escolas mágicas, apareceu morto após o fim da realização da tarefa que definiu o vencedor. Sendo que as causas ainda estão sendo investigadas e a hipótese mais aceita e que foi um acidente provocado pelos obstáculos do labirinto... ”
O texto continuava falando da historia do menino e como ele participou do torneio. Havia duas fotos dele. Uma com o uniforme de quadribol, e outra com ele estirado no chão com a taça do torneio jogada aos seus pés. Mas não tinha assinatura do repórter.
A segunda folha chocou mais ainda a ruiva, continha os obituários da Cris, da Lilian, das gêmeas, da Mary e do Tony, todos falando sobre acidentes, mas os intervalos de mortes eram pequenos e todos terminavam em um período de um ano.
- Mas que brincadeira é essa? – perguntou a menina.
- Não é brincadeira, é uma ameaça. – disse Harry. – Ao meu pai, ao Sirius e ao Remo.
A forma com que o menino falou isso teve mais efeito que o poder que ele liberou antes. Sem pensar ele se levanta a procura dos pais. Sem notar que a ruiva o seguiu.
Tiago estava falando na reunião que estava acontecendo com os outros aurores e com Lilian, quando sentiu o poder de Harry.
- Algo está errado. – disse ele. – Harry está vindo para cá.
- Isso me preocupa. – disse Lilian tentando fazer contato com o filho e não conseguindo.
De repente, a porta se abre e por ela surge o moreno.
- Acabei de receber isso. – disse ele lançando para o pai a carta.
Tiago foi o primeiro a ler, tentou manter o sangue frio, mas o que conseguiu foi esfriar a sala como Harry tinha feito com o salão, ao ler da morte da esposa. Só se controlou quando Lilian tirou a carta da mão dele.
Ela passou a ler a carta, mesmo que tenha começado a chorar logo na primeira linha, ela se manteve firme e no controle, e conseguiu ler tudo. Reparou em algo que provavelmente os morenos não viram, no final havia dois nomes sem texto ou foto. Eram Tiago Potter e Gina Weasley, seguidos por uma interrogação. Seria obvio que isso se referia aos dois colegas de turma deles que ajudaram a derrotar Voldemort, que possuíam seus destinos desconhecidos. Sem que ninguém percebesse, já que ainda estavam se recuperando do frio, ela rasgou esse pedaço de papel e guardou no bolso. Passando a carta para frente. Quando todos terminaram de ler, estavam revoltados e prontos para a batalha.
- Acidentes uma ova. – disse Sirius. – Seriam assassinados.
- Por que fariam isso? – perguntou Tonks.
- Vingança. – responderam os três marotos.
- Nós combatemos os comensais na batalha final. – respondeu Mary.
- Vocês acham que são os comensais? – perguntou Mel.
- Sim, existem muitos que estão soltos. Alguns não foram capturados, outros conseguiram se safar. – disse Remo.
- E eles já estão usando o torneio para me pegar. – disse Harry. – Mas eles terão que vir com tudo para isso.
Lilian tremeu ao perceber que os olhos do menino mudaram e assumiram os de um felino. O mesmo olhar se refletia em Tiago. Remo e Sirius tinham o olhar canino. Há muito tempo aquele castelo não via os Cavaleiros do Apocalipse reunidos e querendo sangue.
- Vamos nos acalmar. – disse Lilian. – Não adianta nada queremos matar alguém, se não sabemos a quem. Não sabemos qual comensal fez isso. E ainda temos tempo para nos preparar. Isso foi feito para desestruturar. Temos que levar isso aos juízes do torneio, já que esse é o primeiro alvo, e algo pode acabar afetando os outros também. Meu anjo, quero que você mantenha a cabeça fria, se prepare melhor que está fazendo, evite discussões e se preciso azare a todos de uma vez. Cuidaremos dos outros por enquanto. Infelizmente na prova você estará sozinho, fisicamente, mas estaremos de olho em você o tempo todo.
- Eu sobreviverei, mesmo que Voldemort apareça na minha frente. – disse o menino estufando o peito.
- Eu sei, Anjo, eu sei. – disse ela. – Agora você tem que voltar para o salão principal e comer algo, você precisará de muita energia.
- Tá. – disse ele.
O menino saiu da sala e deu de cara com Gina que tinha lágrimas nos olhos.
- Calma, nada disso vai acontecer. – disse o moreno abraçando-a.
- E Você, a Cris, as gêmeas. – disse ela.
- Devemos confiar neles, e... Vamos conversar em outro lugar. – disse ele ao escutar um barulho no corredor.
Gina se deixou levar e apenas percebeu que estava no sétimo andar, em uma sala que ela nunca viu, mais parecia com a sala de estar da casa dos Potter.
- Você ¬ouviu tudo? – perguntou o moreno e ela consentiu. – Então você ouviu que provavelmente foram novamente os comensais. E sei que você sabe a historia de como Voldemort foi derrotado, os Marotos foram de grande ajuda naquele dia, eles combateram diretamente aos comensais, e muitos deles estão soltos.
- E eles estão se vingando. – afirmou a ruiva.
- Isso mesmo. Eu sou o primeiro alvo deles, eles farão algo durante a prova e acreditam que não podemos fazer nada para evitar isso. Estão errados.
- E o que você fará? Treinará somente?
- Sim, você percebeu que eles acreditam que eu ganharei o torneio, e isso será verdade, não posso colocar os outros nisso, mas meu treinamento não será apenas para a prova, treinarei para enfrentar os comensais como se eles fossem aparecer para me pegar no meio do labirinto. E infelizmente, terei que usar todo o tempo livre pra isso. Acordei com a decisão de me acertar com você. Mas agora isso mudou. Eu ainda quero ficar com você, namorar, esse tipo de coisa, mas não quero você no meio disso agora. Sei que eles não pararão apenas por que eu vou sobreviver. Não serei um bom namorado agora, aliás nem sei se serei em qualquer momento, mas não me sentirei bem não dando atenção que você merece agora. Mas depois do fim desse torneio, conversaremos direito. Se você quiser.
- Sim, eu te espero. Até o fim do torneio, ai você terá que correr atrás de mim. – disse ela se levantando e correndo para a saída da sala.
- Não era depois disso tudo? – disse ele confuso seguindo a menina.
Ela corria em direção ao salão principal, para distrair os dois, estava feliz com a conversa e com as promessas do moreno, a de sobreviver e depois de ficar com ela. Mas nem conseguiu correr alguns corredores e já tinha Harry na sua sombra. Distraído com o moreno trombou em alguém.
- Desculpe-me. – disse ela para a pessoa.
Era uma pessoa que eles nunca tinham visto andando pelos corredores, mas sabiam que era. Era a professora de adivinhação Trelawney.
- Professora. – chamou Harry ao perceber que ela parecia estar fora do ar.
- O Demônio de garras de metal voltará. Com uma missão igual a do seu rival. Abalará as estruturas de algo que parecia estar consolidado e retornará com algo que se diz perdido há milênios. Disputa de poder ocorrerá, mas ninguém sairá perdendo. A menina de cabelos de fogo ao seu lado ficará, mesmo o Anjo não gostando. Os Servos do antigo Senhor jurarão lealdade a um novo Mestre, um que não é humano. O Demônio se aliará ao Anjo, para essa ameaça acabar. O Demônio de garras de metal voltará.
- Professora. – chamou o moreno após ela voltar ao que acreditava ser seu normal.
- Oi, meninos, vocês não deveriam estar no café. Se bem que vi na bola de cristal nosso encontro. Uma pena que vocês não fazem a minha aula. – disse Sibila se afastando.
- O que foi isso? – perguntou Gina.
- Creio eu que foi uma profecia. – disse ele meio aborrecido pelo ocorrido e pela possível interpretação que ele fez.
- Mas a Mione disse que ela é uma charlatã, como pode?
- Não sei, mas parece que ela não tem controle e nem mesmo sabe que fez uma profecia.
- Não entendi nada. – disse ela. – Mas acho que tem haver com você.
- Pode ser, mas nem sempre as profecias se cumprem.
- Espero que essa se cumpra. – disse ela, e ao ver o espanto dele continua. – Se ela re refere a você, quer dizer que pelo menos você sairá desta armadilha. Digo dos comensais. Você ouviu, “Ninguém sairá perdendo”.
- Sim, então seremos felizes juntos.
- Você terá que me pegar primeiro. – disse ela voltando a correr.
- Adoro caçar. – disse ele seguindo a brincadeira da menina, seria a ultima oportunidade para isso até o fim do ano.

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