Declaração da Guerra



Capítulo 84 – Declaração da Guerra.

Neville estava jogando todo o conteúdo de seu malão para fora. Procurava algo ali, mesmo tendo certeza de que não guardara ali.
- O que tanto procura, Neville? – perguntou Simas. – tenho certeza de que agora posso te falar tudo que tem ai dentro.
- Estou procurando o Lembrol que minha avó me deu quando entrei em Hogwarts. – disse o menino.
- Lembrol?- disse Dino. – aquele negócio que avisa que você perdeu alguma coisa? Pra que você precisa de um destes, que eu saiba você pode ser um pouco desastrado, mas não a ponto de precisar de um destes.
- Vovó achou que seria útil. – respondeu Neville. – Apesar de não ser como ela acreditou que fosse, ele é.
- Como? - perguntou Rony que começou a procurar pelas suas coisas.
Naquele quartos os objetos pareciam ter vida própria e acabam aparecendo dentro do malão de outra pessoa.
- Ele me ajuda a concentrar. Fico olhando para a fumacinha dentro dele, e perco o interesse no resto. – disse Neville.
- Onde foi a última vez que você a viu? – perguntou Harry, que também procurava.
- Foi na biblioteca. – disse ele. – Lembro bem de ter guardado junto com a pena e o tintureiro, mas quando fui pegar tudo na aula de Transfiguração, depois do almoço, não estava mais ali.
- Podemos procurar na Biblioteca e na sala da Tia Mimi. – disse o moreno. – Se não acharmos perguntamos para os elfos.
- A única coisa que não dá pra lembrar de procurar é o próprio Lembrol. – disse Neville colocando suas coisas de volta no malão.

O jantar ocorria normalmente. O time de quadribol da Grifinória comia vestido para o treino que acabara a pouco, e todos, por sugestão de Rony, foram comer antes mesmo de se trocarem.
Harry preferia treinar antes do jantar. Assim todos teriam mais tempo para fazer suas outras atividades.
Ele havia realizado os testes no meio da segunda semana de aula, e Demelza Robins foi a escolhida para a vaga de Katie, e um aluno do segundo ano para o time reserva.
Todos estavam empolgados. Mas uma cena incomum fez com que o salão ficasse em silêncio.
Uma enorme coruja com as penas totalmente pretas entrou. Não era normal receber corujas naquele horário. Ela pousou na mesa dos professores, em frente de Tiago. Deixou um disco de metal ali, e para surpresa de todos desapareceu na frente de todos.
O maroto esticou a mão para tocar no objeto, mas foi impedido quando uma caixa surgiu envolvendo o disco. Surpreso ele tirou a mão rapidamente.
- “Seria melhor não tocar nisso aqui, na frente de tanta gente”. – Tiago escutou alguém falando em sua mente. Custou apenas um segundo para identificar que era Logan, pois nunca haviam se comunicado assim antes. Ele geralmente falava com Cris ou Lílian. Mas só fez isso, pois era o único presente que não tinha uma cara curiosa. Estava com o olhar bestial, e se levantasse os lábios dele, Tiago juraria que encontraria presas de ouro branco.
- Muito engraçado, Sirius. – disse ele para o moreno ao seu lado. – agora vai acontecer o que? Vai aparecer outra caixa?
Tiago esticou a mão para frente, e uma caixa semelhante a uma pirâmide apareceu ali.
Sirius percebeu que ele não usou o seu apelido, portanto a coisa era séria. Os Marotos e os Filhotes perceberam isso também.
- Achei muito engraçado. Uma pena que você descobriu antes. – disse ele, fingindo passar a varinha em cima desativando o que quer que havia ali. – Mas você vai ter que se esforçar para desativar as outras.
Logo as conversas recomeçaram. Alguns tentando imaginar que magias eram aquelas, outros já planejando como usar uma ideia parecida.
- Quero todos na minha sala. – disse Dumbledore assim que perceberam que ninguém mais prestava atenção na mesa dos professores.
Logo após os Filhotes de Marotos saírem, Dumbledore, Minerva e Filius saíram também, para arrumarem a sala, segundo o diretor.
Mas qual não foi a surpresa de Dumbledore, quando já estavam todos acomodados em sua sala, com duas cadeiras preparadas para os outros professores, além da sua própria. E o disco de metal sobre a sua mesa.
- Mas como...? – perguntou ele.
- Ora, Alvo. – disse Minerva. – Esses são os Marotos e seus filhos, acha mesmo que eles não sabem os melhores caminhos para qualquer lugar deste castelo.
Alguns diretores antigos em seus quadros olharam para o atual como se dissessem que ele devia saber disso, ou que ele devia ter tomado providências no começo para evitar isso.
- Pelo semblante de vocês, devo supor que quem enviou esse disco foram os comensais. – disse ele.
- Na verdade foram os demônios. – disse Logan. – Animais das sombras, como são conhecidos os com aparências como aquelas, são comuns nos confins da Terra. Mas poucos têm controle sobre eles. Em ambientes claros, são utilizados como mensageiras como as nossas aves. No território deles, são utilizadas para outras coisas também.
- Eles tentaram gerar pânico com ele. – disse Filius.
- Não precisamente, já que são poucos os que conhecem esses animais. – disse Tiago. – Nós acabamos de conhecer.
- Se a guerra fosse mais aberta, sim. – disse Logan. – Essa foi a forma que eles descobriram de ultrapassar as proteções do castelo. Acho melhor escutarmos o que eles têm a dizer. Esse disco é a mensagem.
Tiago se adiantou e tocou o disco.
Uma figura translucida apareceu, o que fez Mione soltar um murmúrio “Holograma”. Logan bufou. A figura estava usando uma capa com capuz, diferente daquelas usadas pelos comensais. Parecendo mais de um camponês que se refugiava da chuva.
Sou Demogorgon, O príncipe dos demônios. Venho anunciar que logo começaremos uma guerra. Não existe um só inimigo que eu tema. Nenhum humano é páreo para mim. Suas pequenas vitórias foram fruto da mente pequena daqueles que seguiam o fracote que tinha medo do próprio nome. Esse é o primeiro anuncio, logo estaremos ativos e temidos.
- Além de quadrinhos, eles agora veem filmes. – disse Dani.
- Deixemos Star Wars para depois. – disse Lílian, a única que entendeu a referencia. – Por mais que ele pareça com Lorde Ducan. Pensei que alguém que se denomina príncipe dos demônios ficasse presos nas barreiras.
- Existem duas formas de se ultrapassar essas barreiras. – disse Logan, já que era o único com tal conhecimento. – uma é o alinhamento de brechas que se formaram nelas. Mas são muito raras, difíceis de serem ultrapassadas, e com grande briga por elas. Demônios de menor poder conseguem. Ou por invocação. A maior parte dos demônios que enfrentamos está nesta categoria. Demogorgon está nesta categoria, mas como ele possui grande poder, somente alguém com poder maior que o dele poderia fazer isso. Então ele se mantem em simbiose com o seu invocador. Por isso a capa. Os dois dividem o corpo e assim a aparência, metade do corpo de humano e metade demoníaca. Nenhum dos dois fica feliz com isso.
- Isso é a declaração de Guerra. – afirmou Tonks.
- Infelizmente. – disse Dani. – Eles preferem que tenhamos medo deles, aumentando o seu poder.
- Medo era a principal arma de Voldemort. – disse Lílian. – Até que apareceu alguém que não tinha medo dele.
Alguns olharam discretamente para Harry.
- Isso não importa. – disse Minerva. – Agora temos que nos preparar.
- A escola está segura. – disse Logan. – O único demônio que entra nesta escola sou eu. Isso por que as proteções tem meu sangue. Mas essa guerra não será apenas contra a gente. A intensão é uma guerra contra os anjos os forçando a descer dos céus. E com isso eles tentaram uma guerra bruxa. E assim abrir as barreiras.
- Enchendo o mundo com demônios sedentos de vingança. – disse Mary. – Maravilha.
Logo os alunos foram retirados da sala, para que eles pudessem planejar, uma vez que eles teriam que continuar com sua vida normal. Logan, Dani e Cris, que brigou com todos, ficaram.

Coisas estranhas começaram a acontecer pelo mundo. Aparentemente a Guerra contra os bruxos não se limitaria somente ao Reino Unido, ou Europa como anteriormente. Tsunamis no pacifico, vulcões por todo lado, museus roubados por sombras.
Apesar de muita coisa acontecendo, ninguém conseguia ligar isso aos demônios, uma vez que eles ainda não fizeram uma aparição pública convincente, e muitos não acreditavam na existência deles.
Portanto dentro do castelo as coisas continuavam de mesma forma. Somente os treinos com os caçadores se intensificaram. Muitas vezes com as presenças dos Weasley que já tinha se formado, Frank, Alice e Rafael.
Coisas banais eram discutidas nas rodas de conversas dos alunos. Aparentemente ninguém mais se lembrava da coruja que se transformou em fumaça.
Agora havia um novo mistério envolvendo os alunos. Algumas coisas começaram a desaparecer. No começo coisas de pequeno valor, que as pessoas nem se importavam em perder, pois era normal perder. Um tintureiro vazio, uma presilha de cabelo, uma pena colorida. Sempre algo com determinado brilho.
Mas algumas pessoas começaram a perceber que coisas mais valiosas começaram a desaparecer.
- Encontramos uma das caixas de bolas de quabribol arrombada. – disse alguém do time da Lufa-lufa, quando aparecia para o café, para alguém da Corvinal. – Sumiu o Pomo.
- O time da grifinória tinha treinado antes, e dizem que Logan visitou o vestiário. – replicou a menina. – Queria que meu namorado me visitasse também.
Joias começaram a sumir também, mas juntamente com as outras coisas. Ninguém conseguia ver nada, mas as suspeitas começaram. Feitiços foram colocados nas mochilas, malões, armários.
Filch passou a patrulhar mais os corredores. Mas nem ele, nem sua gata conseguiam ver nada.
Somente a Gata de Fogo do brasileiro que parecia ter adquirido o habito de passear pelo castelo sem seu dono.

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