A Guerra Dentro de Você



Oie meus amados leitores, quanto tempo eu não dou as caras neh? Desculpem-me pela demora, mas vcs me entendem neh?! Milhões de Provas, Trabalhos e mil coisas não me permitiram terminar mais cedo, mas mesmo assim aqui está ele. Os próximos virão com menos intervalo de tempo, eu prometo!! Afinal as férias estão ai!!! Agradecimentos especiais:
Marina Martins: Que bom que você gostou! Também adorei essa cena, o capitulo anterior é o meu predileto até agora. Continue lendo e acompanhando. Ahh.. sua fic é ótima. Bjos
Andressa J.: Q bem que você gostou... Esse capitulo é grande também, maior até que o anterior, e me deu muito mais trabalho, porem gratificante, espero que goste desse tbm. Minha intenção era essa mesma, fazer a Molly, meio que virar uma mãe para a Lily. Concordo com você no que diz respeito aos personagens, eles não são, nem de longe, perfeitos. Que bom mesmo que você esta gostando da Fic, seu comentário é sempre muito importante para essa humilde autora que vos fala. Bjoss
Garota_Marota: Obrigada!!! Também adoro a Muriel e seu jeitinho, digamos, delicado. Kkkk. Fiquei com medo de que não desse pra entender a batalha, mas que bom que você gostou!! ^^ Bjoss Continue lendo e comentando!!

Agora sem mais delongas: Boa Leitura!!!!




Capitulo 6

A Guerra dentro de você



“Em períodos de guerra às vezes parece nos faltar a luz, as sombras invadem nossas vidas e tudo, que antes era belo e brilhante, passa a ser sugado pelo breu que se forma em nossas mentes e corações. O poder mais devastador de Voldemort não se trata de grandes magias negras, não nego que ele tenha ido onde ninguém mais ousou a ir, nem que seus dotes em magia não sejam dignos de estupefação, pois ele é um dos bruxos mais habilidosos que já existiu, apesar de seus inúmeros defeitos. A maior vantagem daquele que se diz Lorde das Trevas é justamente espalhar trevas nos corações dos bem aventurados. Voldemort tem o dom e o prazer de semear medo e discórdia, e esses, sim, são os poderes que devemos temer, pois tem a capacidade de acabar com um exercito de mil homens sem que ele suje as próprias mãos. Em tempos de guerra, principalmente, devemos lembrar de acender as luzes, nem sempre as fontes de nossos medos são tão feias quanto nos parecem em um quarto escuro. E, acima de tudo, não esquecer de quem ou o que são de fato as luzes das nossas vidas."
Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore

Trecho retirado do Jornal O Profeta Diário, no qual o Ilustríssimo Diretor Alvo Dumbledore fala, exclusivamente, sobre Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e sobre a Primeira Grande Guerra Bruxa. Saiba mais dessa entrevista nos capítulos posteriores.









- Mas, papai...
- Nada de “mas”, Harry. Já disse que você não pode sair – James passava as mãos pela cabeça num sinal claro de impaciência, afinal era a décima vez que o filho lhe pedia pra sair em menos de uma hora – Agora chega, porque você não vai ajudar a sua mãe na cozinha?
- Mas papai, porque que eu não posso sair? – o pequeno Harry tinha acabado de completar cinco anos, quase nunca ele saia de casa e os pais nunca haviam lhe dito o porquê – Poxa, papai é só ali na esquina, brincar na pracinha com as outras crianças, deixa vai!
- Já disse que não, Harry – definitivamente agora James tinha perdido a última gota de paciência que lhe restava – Vai ajudar sua mãe na cozinha que eu preciso trabalhar.
O pequeno Harry saiu emburrado da sala. James odiava perder a paciência com o filho, ele também sabia o que era ser prisioneiro da sua própria casa. Desde o dia que souberam que Rabicho era o traidor, Dumbledore “aconselhou”, na opinião de James foi mais como uma ordem do que um conselho, que a família Potter se mantivesse em casa, protegidos pelo feitiço Fidelis e evitassem sair, ao menos que fosse estritamente necessário. Lily e James decidiram, visando uma maior segurança para o Harry, que obedeceriam Dumbledore. Rabicho sabia demais, tanto da Ordem quanto dos marotos. 
Fazia quase quatro anos que não enfrentavam Comensais da Morte, a Ordem andava muito dilacerada e a Guerra se arrastava, o grupo de Comensais também andava desfalcado, a guerra estava em um período em que ambos os lados buscavam recrutar novos membros, estranhamente estavam e um período de calmaria, mas que não se enganem aqueles que pensam que estavam seguros, sempre antes de uma tormenta vêm uma calmaria, antes de uma grande onda o mar recua muitos metros. A qualquer momento as batalhas podiam recomeçar com uma força maior, tão perigosa quanto antes ou até mais do que no passado. Esse era o medo de James e de todos os que lutavam pelo fim da guerra.

...

- Harry, querido, porque você não está brincando? – Lily perguntou para o filho assim que percebeu que ele entrou na cozinha sem nem tirar os olhos da panela – O Almoço só vai ficar pronto daqui a algum tempo ainda, além do mais temos que esperar o seu padrinho e o Remo.
- Papai, mandou vir te ajudar – respondeu Harry ainda emburrado.
- Ora, seu pai ficou lelé mesmo, você só tem cinco anos, idade pra brincar, meu amor, pode ir pra sala, a mamãe não precisa de ajuda – nessa hora Lily desviou seus olhos carinhosos da panela aonde ela preparava deliciosas batatas para olhar para carinha emburrada do filho – Harry, esse bico todo é por que você não quer me ajudar ou por outro motivo?
- Por que eu não posso brincar lá fora, mamãe, como as outras crianças? – Perguntou desfazendo a cara emburrada olhando serio pra mãe.
- Por que não, Harry – Lily não aguentou olhar mais para aqueles olhos incrivelmente iguais aos seus, que pediam uma explicação – Entenda, querido, é para o seu bem. Eu sei que você está cansando de ouvir isso, mas quando chegar à hora certa você vai saber. E só chegará à hora certa quando eu e seu pai nos decidirmos - finalizou Lily quando viu que o filho ia questionar.
- Mas, mamãe... – Harry assim mesmo tentou persuadir a mãe.
- Sem “mas”, Harry. Sinto muito meu filho, mas você já sabe que da minha boca não sairá mais nada. 
Com um suspiro, Harry percebeu que não iria conseguir tirar nada da mãe, e sentou mais uma vez emburrado na cadeira que ficava na cozinha olhando sua mãe cozinhar e despetalando uma flor e esta incrivelmente, voltava à forma natural assim que o menino tirava todas as suas pétalas. Lily parou seus afazeres para observar o filho, que entediado despetalava a flor e demonstrava já magia, fazendo-a voltar ao normal. Lily riu, tirando o filho de seus devaneios e fazendo com que ele, agora, olhasse curioso para a mãe que gargalhava na cozinha.
- Que foi mamãe?
- Já te disse que você é igualzinho ao seu pai? – Lily sorria – James costumava fazer à mesma coisa quando estava chateado ou entediado – disse ela apontando para a flor.
- Jura?! – disse o pequeno se animando. Se tinha uma coisa que o deixava feliz era quando alguém o comparava ao seu pai, pra Harry, James não era nada menos que um herói.
- Uhum – respondeu Lily – Não fique triste meu pequeno – Ela agora abaixava para ficar na altura dos olhos do filho – Eu sei que não é fácil não poder sair de casa, mas você deve confiar nos seus pais, além do mais você tem seu padrinho, que é uma criança grande – Harry sorriu – e amanhã nós vamos passear n’A Toca – se era possível o sorriso de Harry aumentou dez vezes – Agora vai pra sala, daqui a pouco Aluado e Almofadinhas devem estar ai e eu nem terminei o assado.
Harry assentiu com a cabeça e foi pra sala, esquecendo completamente do que minutos antes o chateava.
James andava de um lado para o outro na sala, estava preocupado com alguma coisa que Harry desconhecia. Devia ser alguma coisa com seu padrinho, pois ele olhava toda hora para o relógio de pulso e passava as mãos nos cabelos, algo que sempre fazia quando estava nervoso ou impaciente.
- Papai...
- Que é Harry? – James voltou a descontar suas frustrações no pequeno
- Que horas o tio Sirius chega? – perguntou Harry temeroso de levar uma nova bronca do pai.
- Já era para ele ter chegado – James percebeu que tinha sido estúpido com o filho e sentou ao seu lado e encarando os olhos incrivelmente verdes do menino, suspirou e disse: - Desculpe por ser meio grosso com você meu filho, mas é que você tem que entender que é ruim pra nós também ter que te manter dentro de casa...
- Não precisa explicar Papai – Harry sorria – Mamãe já disse que vocês fazem isso para o meu bem, e que um dia eu vou entender, então pra que gastar meu tempo agora tentando adivinhar, se eu sei que vocês não vão contar?!
James riu das conclusões do filho pequeno, mesmo tão novinho já era inteligente. 
- Espertinho – James ria enquanto fazia cócegas no filho – To ficando velho mesmo, meu filho já virou um homenzinho!
- Homens da minha vida – Lily que tinha chegado da cozinha e presenciou toda a cena, e ria gostoso da empolgação do marido e do filho – o almoço está pronto, mas cadê o Almofadinhas e o Aluado?
- Estão demorando, não estão? – respondeu James ficando sério e colocando o filho no chão – já era pra eles terem chegado – a voz de James era carregada de preocupação e medo de que algo pudesse ter acontecido.
- Não aconteceu nada, meu amor – Lily tentava tranquiliza-lo enquanto passava suas mãos nos cabelos desarrumados dele.
Ficaram ali sem dizer nada por uns cinco minutos, Harry sabia que o clima era tenso, por mais que não soubesse o porquê, então ficava quieto se limitando apenas a olhar hora pra mãe, hora para o pai. A campainha tocou, Harry sorriu e ficou de pé olhando para a porta, James e Lily se encararam e ele foi em direção à porta enquanto ela empunhava a varinha e colocava-se de costas para o filho o protegendo de algum ameaça que pudesse surgir. A voz de James saiu tremida quando ele perguntou quem era.
- Sou eu, Sirius Black, filho de Walburga e Orion Black, também conhecido como Almofadinhas, fui detido uma vez com você em Hogwarts por deixar a cabeça de Bertram Aubrey o dobro do tamanho normal.
Com uma gargalhada James abriu a porta de casa e se deparou com o grande amigo de infância, Sirius ria, mas uma ruga de preocupação permanecia em sua testa. 
- Eu tinha me esquecido dessa história da cabeça do Aubrey – James ria apesar da cara feia que Lily fazia, mas então percebeu a cara preocupada do amigo e olhou para todos os lados – Cadê o Aluado? 
- Ele e os outros membros foram para Leeds, pois Olho-tonto acha que lá será o próximo ataque a trouxas, Remo foi junto, mas não me deixaram ir, sabe como é – respondeu Sirius com uma pontada de tédio na voz.
- Tio Sirius – Harry pulava no sofá, tinha esperado que o padrinho, como sempre fazia, viesse até ele e o levantasse e desse um doce, mas vendo que ele tinha se esquecido dele começou a pular no sofá pra ser notado.
- Por Merlim, se não é o homenzinho do padrinho?! – Sirius pegou o pequeno no colo – cada dia maior e mais inteligente. Olha o que o Sirius trouxe pra você – Sirius tirou do bolso uma dezena de doces, desde sapos de chocolate até chicles de baba. Harry apanhou os doces, feliz, e já ia colocar um na boca quando a mãe estragou a sua festa tirando os doces das mãozinhas do filho.
- Só depois do almoço Harry – Lily pegou os doces ignorando o bico que o filho fazia e colocou no armário da sala, onde o filho não podia alcançar – Você o mima demais, Sirius. Daqui a um tempo ele vai ficar insuportável.
- Ah deixa ele, Lily – Sirius olhou com cara de cachorro pidão – Eu tenho direito de mimar meu único afilhado.
- Você não tem jeito mesmo – Lily deu as costas para o maroto, que tinha Harry no colo e dava a ele um caramelo enquanto a mãe não via – Se ele não almoçar, Sirius, a culpa vai ser sua – terminou Lily, percebendo a traquinagem do maroto e de seu filho, mas mesmo assim se conseguir evitar sorrir – Vou ver o almoço, que já deve estar frio.
Sirius colocou Harry no sofá, que deu um abraço no pai e foi em direção à cozinha ver se a mãe lhe arranjava alguma coisa pra comer, afinal um caramelo só não tira a fome e já tinha passado da hora que ele costumava almoçar todos os dias. James vendo que o filho já estava fora do alcance das vozes deles perguntou:
- Remo está mesmo bem?
- Não sei, Pontas – Sirius parecia preocupado – Pode ter sido apenas alarme falso, sabe como é Olho-Tonto, acha que qualquer faísca já é um dragão. Mas mesmo assim já temos razão para temer, os comensais ainda são em maior número que nós. Mas Remo me disse antes de sair da Ordem que viria pra cá independente do que acontecesse em Leeds. Mas você me parece preocupado com alguma coisa Pontas, e não é com Remo, é?
- Mais ou menos – James respondeu se acomodando melhor na poltrona onde sentava, olhando em volta para ver se não tinha ninguém e diminuindo o tom da sua voz – Tive aquele sonho de novo, Sirius.
- Ora, Pontas, a gente já conversou sobre isso – Sirius respondeu magoado, já tiveram aquela mesma conversa, e ela nunca terminava bem – Você tem que para de dar ouvido a aquele rato miserável.
- Mas e se ele estiver certo, Sirius. Se nós nunca fomos amigos de verdade, e se tivéssemos nos unido a Remo e a Pedro por pena.
- Francamente, James, tira esse sentimento de culpa. Você não é o culpado por Remo ser um Lobisomem e muito menos por Rabicho ser um comensal, caramba homem, ele quase matou você.
- Eu sei, mas mesmo assim eu não consigo tirar aquelas palavras que ele disse do meu pensamento.
- James, faz quatro anos já. – Sirius não gostava de tocar nesse assunto, James tinha mania de se culpar por tudo que acontecia com os amigos.
- Mas...
- Ok, James. Talvez nós tivéssemos nos aproximado de Pedro por algo que você insiste chamar de pena, mas e o que você me diz de Remo? Não ficamos amigos de Remo pelo fato dele ser um Lobisomem!
James fechou a cara, será que Sirius não percebia que para ele era insuportável o fato dele, um dia sido amigo de Pedro, mesmo sem perceber, por pura pena. Talvez Pedro estivesse certo, Pedro nunca foi o que se pode chamar de brilhante, ao contrário dele e de Sirius, Remo era estudioso e fazia de tudo para que Dumbledore não se arrependesse de ter lhe dado essa chance, mas o que um grupo tão “magnífico” estaria fazendo com um membro tão boçal? A maioria dos professores se perguntava isso, mas James nunca parou para pensar. 
Sirius ficou bravo com o amigo, por que ele tinha sempre que voltar no assunto do traidor do Pedro. Sirius tentava esquecer, pois pra ele a traição de Pedro era mais do que a traição de um amigo, para ele seus amigos eram a única família que conhecia, os Black nunca foram uma família de fato, no sentido mais belo da palavra, uma traição deles Sirius podia suportar e nem se surpreenderia, mas uma de qualquer um de seus melhores amigos era um golpe baixo demais. 
A campainha soou despertando os dois amigos de seu pensamento. James foi atendê-la, pé ante pé.
- Quem é? – falou James pela porta.
- Sou eu, Remus John Lupin, também conhecido como Aluado, lobisomem, criador do mapa do maroto, assim como vocês.
- Aluado – James abriu a porta e cumprimentou o amigo – Já estávamos preocupados, como foi lá em Leeds?
- Ah, o Sirius te contou – a expressão de Remo tornou-se mais sisuda – Conseguimos prender mais três comensais, mas não sabemos onde Beijo está, Moody acha que sequestraram ele para saber mais sobre a Ordem, voltamos a Leeds quando percebemos que Beijo não tinha voltado, mas não o encontramos em lugar nenhum.
James e Sirius abaixaram a cabeça, essa guerra estava perdurando por muito tempo, muitos já se foram, não podiam dar ao luxo de perder mais um. O silêncio se instaurou na sala. Todos estavam perdidos em seus pensamentos.
- Onde estão Lily e Harry – disse Remo quebrando o silêncio constrangedor – faz tempo que eu não os vejo.
- Estão na cozinha – respondeu simplesmente James ainda absorto em seus devaneios.
- Vou lá dar um oi pra eles – dizendo isso Remus passou por eles e foi em direção à cozinha que ficava na outra extremidade da sala.
Quando se viram sozinhos James e Sirius se encararam, ambos muito sérios.
- Uma hora dessa, Beijo deve estar morto – Sirius sussurrou – Se eu tivesse ido, talvez tivesse sido diferente.
- Se você tivesse ido, você poderia ter sido sequestrado no lugar dele e...
- Melhor ser sequestrado do que ficar aqui só olhando as coisas acontecerem, vendo as pessoas morrerem e não fazer nada – Sirius explodiu, e disse tudo que vinha carregando desde aquela manhã quando Dumbledore o proibiu de ir com os outros membros para Leeds.
- Sirius, eu também não gosto de ficar aqui sentado enquanto os outros lutam, mas...
- Não é o que parece, Potter – James registrou o uso de seu sobrenome, e levantou uma sobrancelha – Pois para mim parece que está tudo bem, você aqui com sua mulher e seu filinho fingido que está tudo ok, enquanto brinca de casinha.

...

- Que cheiro bom Lily.
- Remus! – Lily sorriu – quanto tempo. Você está bem? Não ta machucado? – Lily agora deixava o abraço e olhava para o amigo que ria dos cuidados dela – Como foi lá, na emboscada?
- Prendemos três – respondeu Remo enquanto abraçava o agitado Harry – Mas achamos que perdemos Beijo, ele desapareceu.
- Ah, pobre Beijo – Lily ganhou uma máscara triste – Espero que não tenha acontecido o pior.
- Eu também, Lily – Remo concordou desanimado – Eu também.
Remo ajudou Lily a colocar o assado que ela tinha feito em uma vasilha para levá-lo para a sala de jantar quando ouviram vozes alteradas vindas da sala.
- Sirius e James estão brigando? – perguntou Lily surpresa, indo em direção à sala com Harry no colo.
- Parece que sim!
Quando chegaram à sala viram um Sirius exaltado quase gritando e um James meio sem entender nada. Foi quando registraram um “Potter”, vindo de Sirius, perceberam que a coisa era séria.
- Não deveríamos interferir? – perguntou Lily, ainda assustada.
- Não. “Em briga de irmão ninguém mete o caldeirão!”
- Ahn?
- Que foi? – Remo olhou pra Lily – nunca ouviu isso? – vendo que ela fazia um sinal negativo com a cabeça suspirou resignado – Ahh esquece! Eles vão se resolver, sempre brigavam em Hogwarts e sempre faziam as pazes dois minutos depois.


...


- Você tem inveja de mim, Black – James enfatizou o sobrenome do amigo, Sirius estava estourando com ele a toa e ele não estava com um pingo de paciência para ouvir acusações sem motivo, resolveu revidar – da vida que eu construí. Tem inveja de eu ter tido uma esposa linda que me ama e um filho inteligente e igualzinho a mim.
- Inveja?! – respondeu Sirius indignado.
- Inveja sim, Black. Pensa que eu não sei? Eu sempre soube.
- Escuta aqui, Potter. Se eu quisesse, eu podia ter uma família como essa – Sirius estendia os braços mostrando as paredes da casa – é sé estalar os dedos e aposto que muitas mulheres estariam aqui dispostas a me dar não um, mas uma penca de filhos – Sirius deu o seu sorriso mais cafajeste. 
- Hahaha. Várias mulheres de olho no seu dinheiro, meu caro. Não teria um amor verdadeiro como eu tenho!
- Você é muito arrogante, Potter – havia algo muito parecido com ódio nos olhos de Sirius – Você acha que ninguém mais pode ser amado, a não ser você? Acha que eu não sou digno de se quer um pingo de amor por parte de uma mulher?
- Eu sou Arrogante? – James estava tão nervoso que se quer ouvira as últimas frases do amigo, se tinha uma coisa que sempre odiou era ser chamado de arrogante – Você que é um filinho de papai, metido e prepotente.
- Faça-me o favor, Potter – Sirius ria cinicamente – filinho de papai eu? Você sabe muito bem que se tem alguma coisa que eu não sou é filinho de papai. Já eu não posso dizer o mesmo de você, afinal, você sim sempre foi um filinho da mamãe mimado. Desde Hogwarts, sempre bem tratado, querido e louvado, sempre teve tudo que quis. Deve estar adorando o fato de ter dezenas de pessoas lutando para proteger a sua pele, enquanto fica aqui curtindo a sua amada esposa e seu querido filho – era visível o tom de ironia na voz de Sirius – Assim é fácil, não é? Ficar aqui no conforto da sua casa, protegido, enquanto os outros lutam para proteger o “escolhido” que, alias, nem é você, é seu filho!
Enquanto Sirius falava, ele ia em direção ao quintal que ficava nos fundos da casa dos Potter com James em seu encalço crispando de raiva pronto para revidar todas as duras palavras que o amigo havia lhe dito. Remo e Lily, de bocas abertas, os acompanhavam para o lado de fora, ao perceber que a coisa ficou feia Lily colocou Harry no sofá que ficava na sala e saiu para o quintal, para assistir a briga, e trancou a porta pelo lado de fora para que Harry não saísse.
- SIRIUS! – Lily gritou assustada ao ouvira as ultimas palavras dele. Ela sabia que o amigo havia ultrapassado os limites com o que disse.
- Fique quieta Lily – disse James ríspido, apesar da sua voz perigosamente calma, ignorando a cara indignada que Lily fez ao dizer aquilo – E você, meu caro “amigo”? – a ironia era clara – Que eu saiba você também não anda saindo muito para o combate.
- Por sua causa – respondeu Sirius.
- Não te obriguei a nada. Minha família e eu podemos passar muito bem sem você!
- Não estou aqui obrigado – Sirius percebeu que fora longe demais, mas era tarde pra se arrepender, infelizmente todo o veneno daquela conversa já tinha contaminado James irremediavelmente.
- Pois é o que parece! Mas se já se arrependeu – James apontou a porta de casa, visivelmente magoado – a porta da rua é serventia da casa.
- Você está me expulsando da sua casa? 
- É o que parece, não é? - James estava transtornado – Não quero que meu filho cresça convivendo com alguém como você! 
- Alguém como eu? Alguém como eu, Potter? – Sirius estava desacreditando que ouvia aquelas duras palavras do seu melhor amigo, do seu quase irmão. – Você não pode me impedir de ver Harry, ele é meu afilhado – Sirius estava transtornado – Eu sou o padrinho dele!
- Só Merlim sabe o quanto eu me arrependo disso – disse James mais pra si mesmo do que pra Sirius, o que não impediu que ele ouvisse. Sirius não acreditou no que ouvia, pareciam facas quentes entrando no seu corpo, foi como um tapa na cara essa última frase, ficou completamente sem palavras. Vendo que Sirius não respondia James continuou presunçoso, com um sorriso vitorioso nos lábios: - Harry é MEU filho, Sirius. Além do mais, duvido que ele vá querer ter um... um... patife, igual a você como padrinho.

Lily olhou horrorizada, não parecia seu marido aquele homem que proferiu palavras tão duras e cruéis. Não era, não podia ser James, não seu James não tinha a capacidade de ser tão asqueroso.
Remo também se assustou, não esperava que aquela briga tivesse essas proporções. Os dois já haviam brigado antes na escola, embora fosse raro as brigas entre eles, mas eles sempre faziam as pazes três minutos depois. Porém, se Remo conhecia aqueles dois, nada indicava que algum deles iria ceder tão cedo.
- PAREM!!!! - o grito de Lily acordou Remo de seus pensamentos. Sirius e James empunhavam as varinhas, se encarando com olhares de fúria e raiva.
- Mamãe! – Harry chorava olhando pela janela tudo que acontecia enquanto batinha com as mãozinhas no vidro e chamava pela mãe.

- Vai me atacar, Potter? Ou será que lhe faltará coragem? – a voz de Sirius era de puro desdém.
- Coragem é o que não me falta, Black! – James respondeu na mesma moeda e, empunhando a varinha com mais força não excitou – IMPEDIMENTA.
Sirius foi arremessado para trás, levantando o mais rápido que pode atacou James, que se defendeu por pouco. Os dois começaram a duelar como se suas vidas dependessem daquela luta de egos, ignorando completamente os gritos e as suplicas de Lily e Remo.

- Parem, por favor, parem – Lily chorava, gritava implorava e virando-se para Remo – Faça alguma coisa, Aluado, rápido, faça com que eles parem. Minha varinha ficou lá dentro. Faça eles parem rápido.
Remo se adiantou, a batalha estava em seu ápice, Sirius tinha acabado de atingir James com um feitiço de corte, salpicando sangue por todo o rosto de James. Ambos estavam feridos, mas assim mesmo não paravam de se agredir seja física ou psicologicamente.
- PROTEGO – o feitiço lançado por Lupin foi tão forte que arremessou ambos para trás, derrubando-os na grama – EXPELIARMUS – Remo recolheu as duas varinhas que vieram em direção a ele e disse irritado. – Vocês são dois completos idiotas – e girou em seus calcanhares, de as costas para os amigos e foi em direção à Lily, que, ao contrário do que ele imaginava, não tinha a expressão de alivio e sim de medo e susto. Ao perceber isso, voltou os olhos, intrigado, para os amigos, e o que viu fez com que derrubasse as duas varinhas, que carregava, no chão.

James Potter e Sirius Black haviam tomado suas formas animagas. Um cervo feroz investiu sua galhada contra o cão negro que em resposta mordia o cervo em todas as partes que podia alcançar. Lily gritou horrorizada, ela chorava assustada com o que via, a batalha era avassaladora, se ambos sobrevivessem provavelmente sairiam dali extremamente machucados. Remo não tinha a mínima ideia do que fazer, seus músculos pareciam congelados, assim como sua voz e seus pensamentos.
Um “click” quase inaudível veio da porta que dava entrada do quintal para a sala, ninguém pareceu ouvir ou ver que o pequeno Harry, que tinha o rostinho manchado de lágrimas, havia destrancado a porta com sua magia semi-desenvolvida. A atenção de todos estavam tão voltadas para a batalha dos dois animagos, que ninguém percebeu que o jovem Harry Potter ia em direção a briga com suas mãozinhas estendidas chorando e chamando pelo pai e pelo tio. Quando Lily o viu, já era tarde. Harry estava perigosamente perto da batalha, eu diria perto demais até.
- HARRY! – Lily gritou, mas já era tarde.
O tempo pareceu se arrastar naqueles últimos segundos, os cabelinhos espetados e bagunçados de Harry mal podia ser visto na confusão de patas que eram James e Sirius, não se sabe quem, mas alguém atingiu o garoto que caiu inconsciente no chão. Um grito agonizante de Lily foi ouvido, mas fora ele o silêncio reinou a não ser pelo farfalhar das folhas das arvores, os dois animagos tinham parado de duelar, mas permaneciam em suas formas animais, eles olhavam para Lily com apreensão. Remo tinha um misto de incredulidade e remorso por não ter feito nada. E Lily chorava e corria em direção ao corpo inerte do filho.
Remo recolheu as varinhas que tinha deixado cair perto de seus pés, e foi em direção a sua amiga, sem olhar para os dois “animais” que ainda olhavam para o corpo soluçante de Lily abraçada ao corpinho inerte de Harry. Remo passou por eles sem sequer lançar-lhes um olhar, jogou cada varinha aos “pés” de seu dono, não estava com raiva, muito menos ódio, o que Remo sustentava no olhar era apenas desprezo e desapontamento.
- Espero que estejam satisfeitos – disse Remo com desdém, ainda sem olhar paras os amigos.
- Ele está desacordado, Remo! – disse Lily chorosa ao ver que o amigo se aproximava. Ela permanecia abaixada sobre o corpo do filho, suas lágrimas escorrendo pelas faces.
- Harry?! – James e Sirius tinham voltado à forma natural e olhavam assustados e culpados para Lily abraçada com seu filho na grama verde. Eram visível sérios machucados e ferimentos em ambos os homens. Não se encaravam, olhavam, apenas, mãe e filho, as lágrimas insistentes caiam sobre os arranhões dos dois.
- Vamos levá-lo para dentro, Lily – Remo ignorou os amigos. Dizendo isso ajudou à amiga a levantar, enquanto ela segurava Harry no colo. Foram em direção à casa que tinha a porta, agora, destrancada, o mais rápido que podiam.
James pegou sua varinha no chão cuidadosamente ainda processando o que tinha acontecido minutos antes, não tinha ideia de quem tinha acertado Harry. A dor em seu coração era terrível, e quando olhou para a porta que permanecia aberta pareceu despertar-lhe um medo tão grande que superava qualquer dor física ou remorso. James correu, mais rápido do que sua perna ferida o permitia, parou derrapando na sala onde encontrou Lupin passando uma poção púrpura para Lily, que permanecia ajoelhada junto ao filho.
- Harry – disse James com a voz fraca e embargada pelo choro – Temos que leva-lo para o St Mungus!
James fez a menção de se aproximar, mas Remo segurou seu braço direito com uma das mãos, o jovem pai olhou ameaçador para o amigo que permanecia serio e não demonstrava que iria soltar de qualquer forma, James tentou se libertar da mão do amigo, mas quanto mais fazia isso mais Remo apertava seu braço. James olhou curioso de Remo e para Lily, que fazia um curativo na cabeça do filho.
- Você está louco, Potter? Você não se satisfez em fazer meu filho perder os sentidos e agora pretende entregá-lo de bandeja para Voldemort? – Lily continuava olhando para o filho; que, exceto pelas bandagens na cabeça, parecia estar dormindo; disse essa última frase num tom seco e magoado que não lhe condizia normalmente. Vendo que James não respondia olhou para ele, e viu uma confusão em seus olhos marejados. – O St. Mungus é um dos lugares mais frequentados por bruxos, você acha que não haverá Comensais lá? Além do mais, meu filho já está bem. Graças a Merlim, não foi nada mais grave do que uma pancada na cabeça.
James registrou o uso de seu sobrenome e o que lhe pareceu incrivelmente doloroso: Lily utilizou “meu filho” para se referir a Harry, mas estava enganado, se achava que algo não poderia o machucar mais do que as palavras incrivelmente ferinas de Lily, quando ela se virou para ele com aqueles olhos verdes contornados por puro rancor, mágoa e decepção foi como se cinco mil adagas quentes entrassem em seu coração, nunca tinha visto os olhos de Lily desse jeito.
James continuava olhando de Lily para Harry quando percebeu que Remo, que permanecia segurando seu braço, se mexeu indo para trás de si, em direção a porta. James olhou para a trás e viu Remo impedir Sirius de entrar para ver o afilhado.
- Não Sirius – Remo sussurrou.
- Quero ver Harry, Aluado – Sirius chorava como James nunca o tinha visto chorar – Ele é meu afilhado, eu tenho direito de vê-lo.
- Ele está bem Sirius, eu acho que...
Mas Remo não teve tempo de terminar a frase, pois acompanhado de um pequeno gemido a voz fraquinha de Harry chegou aos ouvidos de todos, roubando a atenção, que antes se voltava para Remo e Sirius.
- Mamãe... – Mas antes de prosseguir Harry foi sufocado por uma chuva de cabelos ruivos. Lily havia abraçado o filho deixando extravasar todos os seus medos. James desvencilhou-se da mão de Remo e foi cautelosamente em direção ao filho, que recebia, agora, um beijo da mãe. Quando Harry lhe viu ficou de pé no sofá, apesar dos protestos da mãe e abraçou-o com todo o carinho. James não se conteve e chorou nas costas do filho.
- Tio Sirius – Harry ainda no colo do pai estendeu os braços para Sirius chamando-o. Sirius apenas sorriu para o afilhado, mas não foi até ele, pelo contrário, foi até a porta da frente abriu-a e estava preste a sair. Harry continuou chamando-o, mas Sirius ignorou.
- Sirius – dessa vez era Lily que o chamava com voz triste, mas Sirius apenas se permitiu fazer um sinal negativo para a amiga e saiu encostando a porta. Lily fez a menção de segui-lo, mas Remo a impediu:
- Deixa que eu vou – dando um beijo na bochecha de Harry, Remo saiu pela porta atrás de Sirius deixando James, ainda segurando Harry, e Lily sozinhos, prontos para uma conversa nada fácil.








A tarde se fazia agradável naquele canto do país a Sra. Granger estava sentada em sua saleta de leitura onde lia um antigo livro de contos. O sol entrava cálido pelos vidros da janela da sala, deixando-a com um tom dourado. A Sra. Granger não havia ido para o consultório onde ela e seu marido trabalhavam como dentistas, tinham combinado de não deixar a filha sozinha, ultimamente a Inglaterra não era mais um pais seguro, muitas coisas vinham acontecendo, uma série de assassinatos que nem a polícia nem os médicos conseguiam explicar como acontecera, furacões no leste, enchentes no sul, catástrofes em todo o país, só naquele mês centenas de mortes ocorreram, mas o pior é que não parecia haver menor ligação entre o caos que se instaurava no Reino Unido, mas era tragédia demais para ser coincidência.
Tudo o que a Sra. Granger sabia era que não era mais seguro sair de casa, principalmente à noite, e muito menos deixar sua menininha sozinha. O Sr. Granger continuava a trabalhar para sustentar a casa, mas Hermione ficaria sempre aos cuidados dos olhos zelosos da mãe.
Uma jovem menina usando duas tranças entrou saltitando na sala e tirou a mãe de seu devaneio, era uma bela menina em seus vivos cinco anos de idade, seus cabelos castanhos cheios estavam hoje contidos em duas tranças que lhe caiam até os ombros, seu sorriso era destacado por dois dentes um pouco maiores que os outros, mas nada que lhe tirasse o brilho, a menina era radiante e iluminou mais a sala, na opinião da mãe, do que aquele sol vespertino.
- Mamãe, mamãe eu posso voar!! – disse a menina sorrindo.
- Claro que pode minha querida – a mãe levou na brincadeira – com aviões ou helicópteros.
- Não mamãe – a menina pareceu indignada – Eu não tenho avião nem “helipópiteros”, eu posso voar que nem o Peter Pan, verdade.
- Ora Hermione, querida, a mamãe já disse que é só uma historia de contos de fadas, quando te dei esse livro não achei que você, uma menininha tão esperta fosse acreditar que poderia voar de verdade. Querida você não pode acreditar em tudo o que lê.
Com um bufo indignado Hermione sentou no sofá com os braços cruzados em um verdadeiro gesto de indignação e reclamou baixinho – Se eu não acreditar no que leio, vou acreditar em que? – mas que passou despercebido pela mãe que ria da atitude emburrada da filha. A jovem menina não conseguiu ficar carrancuda por muito tempo, sentou-se do lado da mãe e ficou observando o que a mãe lia.
- O que a senhora esta lendo mamãe?
- Um conto de Shakespeare – a mãe olhou pra filha interessada – Você sabia que o seu nome foi inspirado em um dos contos dele? Hermione é uma princesa.
- Jura?
- Aham. É um belo conto por sinal.
- Conta – os olhos de Hermione brilharam mais do que o por do sol que se fazia lá fora, com a possibilidade de conhecer uma nova história.
Mas a mãe não teve tempo de começar a contar para filha, pois um estrondo assustou-as assim como os gatos que miavam preguiçosamente na tranqüila rua onde ficava a residência dos Granger. A Sra. Granger instintivamente abraçou a sua filha e abaixou-se ficando longe da janela e protegida pelo sofá.
- Mamãe – Hermione falou baixinho, mas com um sinal de sua mãe se calou.
A noite estava caindo rápido, já quase não se podia ver o sol, que se escondia no horizonte. Barulhos indefinidos de passos de pelo menos três pessoas eram ouvidos, riam alto, sem se preocupar se alguém podia ouvir. A Sra. Granger tentou alcançar seu telefone, sem fazer barulho e sem soltar Hermione, ela pretendia chamar a polícia. Estava quase o alcançando quando um dos homens gritou alguma coisa que ela não definiu muito bem, mas não parecia ser nenhuma palavra que ela conhecia, talvez fosse uma outra língua.
Foi com um engasgo de horror que eles haviam aberto a porta, quatro pessoas vestindo capas longas pretas e máscaras horríveis adentravam na casa rindo e dizendo coisas estranhas.
- Sinto o cheiro podre de Trouxas – disse o mais alto.
- Eu também. Adoraria uma pequena diversão hoje – disse um outro rindo muito.
- Sinto muito, rapazes, mas parece não haver ninguém aqui – surpreendentemente a voz era de uma mulher.
- Uma pena, uma verdadeira pena. Adoraria tanto brincar um pouquinho hoje com a escória, faz tempo que eu não tenho um pouco de diversão.
- Eu também, meu caro Macnair. Ultimamente ando procurando apenas voluntários para a nossa causa – todo riram com o comentário.
- Bem já que não tem ninguém aqui...
- Peraí, Bella. Eu verdadeiramente sinto o cheiro podre de trouxas.
- Ah, Rabastan, olhe pra essa casa, tem alguma coisa mais trouxa do que essa casa, ela fede trouxas.
- Espere. Homenum Revelio! – nesse minuto uma luz percorreu todo o aposento, a Sra. Granger prendeu a respiração, o que tinha sido aquilo, ela se perguntava – Tem alguém aqui, eu disse, tem alguém aqui.
- Hum, interessante – a mulher falou com uma voz perigosa – mas eu estou com muita preguiça de caçar hoje, acho melhor acabar com os nossos ratos, de uma forma limpa e dolorosa. O que vocês acham?
- Ora, Ora, Bella, não vai brincar com a comida hoje?
- Você tem razão, Bartô. Pra que ser limpa, se a gente pode se divertir um pouquinho. Hahaha – a risada dela era terrível, a Sra. Granger tremeu ainda segurando Hermione que chorava, mas silenciosamente. Um tempo se passou, mas as pessoas que estavam no hall de entrada se calaram por um momento, nem as risadas podiam ser ouvidas. A Sra. Granger sentiu um arrepio assustador na espinha.
- Bella...
- Eu sei, eu também senti – a voz dela já não era tão maléfica, parecia mais preocupada – temos que ir, mas antes... que tal um foguinho.
A Sra. Granger não pode nem suspirar aliviada quando ouviu um barulho de explosão entranho e não ouviu mais as vozes, quando percebeu haviam por todo lado chamas vermelhas em forma de feras, quimeras e dragões consumindo todos os móveis, vindas sabe Deus da onde.
As chamas estavam por todas as partes, bloqueando a passagem de mãe e filha, um único caminho se formara, um que levava a porta da frente por onde os encapuzados deviam ter seguido, a Sra. Granger pegou Hermione no colo e correu o mais rápido que o fogo e a fumaça lhe permitiam, mas a porta estava trancada. A Sra. Granger espancou, puxou, bateu na porta, mas nada foi efetivo, ela não abriu por nada, o fogo já estava próximo delas e ambas estavam sufocadas devido a fumaça intensa. A pobre senhora desistiu de tentar abrir a porta e caiu no chão chorando e gritando desesperada. Hermione se soltou do abraço da mãe e virou para ela.
- Eu posso abrir – a pequena menina sorriu e pôs a mão espalmada na porta de madeira, o carpete estava pegando fogo e a chama chegava perigosamente perto delas. Com um click mágico da fechadura a porta abriu, a mãe olhou curiosa e intrigada para a filha que apenas sorriu – Além de voar eu sei abrir portas.
A mãe não discutiu, apenas correu o mais rápido que pode para fora e viu um amontoado de pessoas inclusive seu marido que parecia desesperado e assim que as viu, correu para lhes dar um abraço apertado. 









- Lily, eu... – James tentou começar a dizer, pois o silêncio que se instaurou na sala depois que Lily levou Harry pra dormir em seu quarto estava quase o matando de angustia, sabia que tinha errado, e a quase perda de seu filho caia sobre as suas costas com um peso maior do que ele mesmo poderia ter imaginado.
- James – a voz de Lily estava controlada, o que era um péssimo sinal por que quando ela explodisse a coisa não seria nada fácil – Você tem noção que você quase matou seu filho? – James fez que sim com a cabeça e ia começar a falar, mas foi interrompido mais uma vez por Lily – Por um motivo besta, estúpido e infantil. Você não está mais na escola, James. Tem uma porcaria de guerra ocorrendo lá fora, se você não quer pensar em mim pensa ao menos no Harry. Você está parecendo aquele mesmo James que eu odiava na escola.
- Não, Lily – James respondeu lívido – Eu... Eu só não pensei direito na hora, poxa o Sirius também provocou e...
- Ta vendo?! – Lily interrompe-o novamente – Você parece um moleque se explicando pra mãe. Sinceramente, James assuma seus erros.
- Você está protegendo o Black?
- Ah, por Merlim, homem, eu não estou protegendo ninguém, Sirius errou, mas avalie o que você disse também. James, você tem idéia do quanto você magoou o Sirius.
- Ele me disse coisas horríveis também, o que você queria que eu fizesse? Escutasse calado?
- Sabe James, eu nem te reconheci – essa hora Lily chorava triste – O homem com o qual eu me casei, não era capaz de dizer uma vírgula do que você disse para ninguém, principalmente para o Sirius. Eu tive medo, muito medo de você. 
Lily chorava compulsivamente, James a abraçou também com grandes lágrimas nos olhos, e os dois permaneceram ali o que pareceu horas, abraçados compartilhando o mesmo choro, os mesmos medos, as mesmas angústias. 
- É tudo culpa dessa guerra – disse James ainda chorando e abraçado com sua esposa – Elas nos deixa assim. Lily concordou mudamente – Acho que devo desculpas para o Almofadinhas – James completou triste – Resta saber se ele vai me desculpar.
Ele vai, Jay – disse Lily passado às mãos nas faces de seu marido que as segurou com um das mãos e olhou para seus olhos, os olhos castanhos esverdeados estavam marejados por insistentes lágrimas e um pesar inconfundível – Tenho certeza.
- Espero que sim – James retirou suas mãos das mãos da mulher e colocou-as na cintura dela e puxou-a para um beijo.
- Não senhor – Lily o repeliu – O senhor acha que sairá impune, mocinho? – apesar de tentar falar sério, a voz de Lily saia com uma leve risada – Está de castigo por uma semana, lavará toda a louça – Lily enumerava com os dedos – e secará também, limpará a casa, arrumará o jardim, os livros do escritório precisam ser limpos, além das calhas e da chaminé, só não vai fazer comida por que eu não quero que meu filho morra intoxicado. Ah, e tudo isso sem usar magia, claro – terminou ela respondendo aos olhares inquisidores do marido.
- Não estamos mais em Hogwarts, Lily. Você não é mais a minha monitora – respondeu James revoltado.
- Mas sou sua mulher – disse ela sorrindo – Ah e antes que eu me esqueça, você vai dormir no sofá durante essa semana – disse ela subindo as escadas em direção ao seu quarto e ignorando as exclamações revoltadas de James.




- SIRIUS, SIRIUS – Remo já se cansava de gritar, as ruas estavam escuras e desertas exceto pelos dois homens que andavam: um, mais na frente, de cabeça baixa andando rápido sem olhar para trás, sustentava a varinha na mão direita apontada para o chão. O outro corria em seu encalço gritando-o pelo nome, sustentava a varinha na mão, mas ao contrário do outro, a mantinha aposto e olhava para todos os lados – Sirius – disse assim que o alcançou – temos que sair daqui, aqui não é seguro, vamos voltar pra casa de James, ou então vamos para a Ordem, por favor.
- A culpa foi minha – de repente Sirius parou, ainda olhando para o chão – Harry poderia ter morrido, e a culpa seria minha.
Remo o encarou, e não foi com grande assombro que percebeu que Sirius chorava. O amigo adorava aquele menino, era como um filho que ele nunca teve. Remo pôs a mão e seu ombro, e não foi repelido. Então fizeram uma aparatação acompanhada para a Ordem, que estava vazia. Sirius ainda chorava, mas não tentava evitar que Remo o visse ou saísse de perto dele, pelo contrario a presença do amigo trazia um conforto bastante grande, pois ele sabia que não estava sozinho.
- Ele está bem, Sirius. Foi só uma pancada na cabeça – Remo tentava consolar o amigo – você não tinha como prever o que ia acontecer – Sirius olhou seu amigo com os dois olhos vermelhos, encarou o rosto prematuramente enrugado dele, as feições de Remo não eram severas, mas nem por isso não deixavam de ser sérias – Apesar de eu continuar achando que você e o James foram uns imbecis – completou Remo.
- Fui um completo idiota – Sirius parou de encarar Remo, já não chorava tanto, mas mesmo assim sua voz saiu embargada – perdi o controle, é culpa dessa guerra maldita, dessa porcaria de vida. Briguei com meu melhor amigo, meu irmão por causa dessa bosta de guerra.
- Almofadinhas... – Remo tentava consolar o amigo que agora voltava a ficar nervoso – Acho que você deve desculpas ao James... Eu sei que – Remo completou quando viu que o amigo ia retrucar – ele também errou, mas um dos dois tem que dar o primeiro passo, se não, pelo que eu conheço vocês, essa briga ainda vai durar muito tempo. Nunca vi pessoas mais teimosas!
- Eu sei Aluado, eu sei...
- Amanhã, James, Lily e Harry vão passar o dia n’A Toca. Molly também nos convidou. – disse Remo terminando a conversa e indo em direção à cozinha – Acho que devemos ir. – vendo que o amigo não respondia e dando o assunto por encerrado Aluado desistiu de insistir no assunto por hora e resolveu que o melhor era dar um tempo para Sirius pensar com calma. Nada melhor que um dia após o outro, com uma noite no meio. E para mudar completamente o clima que se instaurava foi em direção à cozinha – Aceita um chá?
- Já te disse que eu te adoro, Aluado. Será que dá pra fazer uns sanduíches também, to com uma fome que nem te conto.









A manhã seguinte acordou incrivelmente bela, era um domingo com uma brisa suave e um céu ensolarado. A casa dos Potter acordou com um jovenzinho de cabelos espetados para todos os lados pulando no sofá e comemorando o belo dia e o passeio que teriam mais tarde.
- Harry, não pule no sofá – disse Lily rindo das travessuras do filho – está cedo ainda, seu pai nem levantou. Além do mais, nós só vamos pr’A Toca na hora do almoço, você não precisa se esbaforir tanto.
- Ora, ora Harry, o que aconteceu, tinha diabretes na sua cama? – James veio descendo as escadas, sorridente, vendo ainda o filho pular de um sofá para o outro – Você devia estar deitado – o sorriso de James desapareceu completamente de seu rosto, que assumiu uma expressão triste e desolada – Você pode ter ficado com alguma sequela de ontem, não devia estar pulando, se ao menos pudéssemos levá-lo para o St. Mungus...
- Eu to bem, papai – disse Harry parando de pular no sofá – não foi nada, nem ta doendo – disse apontando para a cabeça e depois se dirigindo a mãe – Mamãe to com fome!
- Vou preparar o café – Lily riu e foi em direção à cozinha – mas eu quero ajuda. E não fuja não senhor James Potter, o senhor ainda está de castigo por ontem, não pense que eu esqueci. – apesar da ameaça o tom de voz de Lily continuava casual e brincalhão. – Apesar de você ter descumprido a ordem de dormir no sofá, ainda tem que cumprir todas as tarefas domésticas, e não pense que vai conseguir me fazer de desistir desse castigo também.
James olhou resignado para Harry, que riu do pai. Ambos foram para a cozinha “ajudar” Lily, mas mais atrapalharam do que ajudaram. Uma hora mais tarde Lily tinha conseguido terminar de preparar o café da manhã, mas o estado da cozinha era lastimável, tinha massa de panqueca para todos os lados, até nos lugares mais improváveis, geléia espalhada por toda a toalha da mesa, leite derramado no chão misturado com suco de abóbora. James se ofereceu para limpar, mas Lily achou melhor ela mesma fazer isso, e com alguns floreios da varinha limpou o chão e as paredes, assim como a toalha da mesa, permitindo que todos pudessem apreciar o café da manhã.







- Almofadinhas, levanta logo. Vamos chegar atrasados!
- Deixa eu dormir, Aluado – resmungou Sirius, cobrindo ainda mais sua cabeça com os cobertores – Hoje eu vou ficar aqui.
- Não senhor. Nós vamos almoçar na casa de Molly, é o aniversário da Gina, a filha mais nova dela, prometi que iríamos. James vai estar lá
- James... – Assim que Remo disse o nome do amigo, Sirius sentou bruscamente na cama, para a felicidade de Remo, mas não teve um efeito tão esperado assim, Sirius se escondeu atrás de uma máscara de preocupação e ressentimento – Acho melhor eu não ir, Aluado – sua voz era grave – Você pode ir, diga a Molly que eu não acordei muito bem, peça desculpas por mim e...
- Deixe de ser estúpido – Remo respondeu despreocupadamente – Levante logo daí e se troque, eu vou a esse almoço e você vai comigo. Sirius – Almofadinhas olhou para o amigo com um olhar inquisidor – James vai te perdoar, Harry também, tenho certeza.
- Sei não – a voz de Sirius quase não podia ser ouvida – Eu quase matei o H...
- Já disse que você foi um panaca de marca maior, mas ficar aqui deitado nessa cama não vai te fazer um homem melhor – Remo já estava perdendo a paciência – Cadê o grinfinório que sempre se levantava não importando o quanto estivesse machucado? Coragem, Sirius, levanta daí e enfrente seja lá o que você tiver pra enfrentar. 
- Aluado – Sirius não olhava para o amigo sua voz soava sussurrada – já te disse que não é nada agradável acordar com você ao meu lado – Sirius ria agora fazendo com que Remo risse junto – sabe eu sempre te achei um gatinho, mas você sabe que o nosso amor nunca foi possível, além do mais, apesar de você ser esse lobinho fofo, você não faz muito meu estilo, sou mais as cachorras, sabe como é. Agora chispa daqui pra que eu possa me arrumar. Nós vamos a essa festa.







- Lily, que bom que você veio – disse Molly animada – Colocamos todas as proteções possíveis e imagináveis aqui, para que passamos ficar tranquilas. Oi, James, como vai? Harry querido, cada vez maior hein?! Ron vai adorar te ver!
- Molly, obrigada por nos convidar – disse Lily sorridente – onde está a nossa pequena aniversariante?
- Está com a tia Muriel, lembra dela? – disse Molly apontando para a velha senhora – Frank e Alice chegaram, também, eles e o pequeno Neville estão na sala junto com o Arthur e as crianças.
- Vou lá cumprimenta-los – disse Lily saindo da porta com Harry no colo – Você vem James?
- Já vou, vai na frente – a voz de James estava nervosa e depois de uma breve troca de olhares com a esposa e ele perguntou para Molly: - Sirius e Remo já chegaram?
- Não, James, mas não devem demorar, Remo confirmou que viria.
- Ahh, certo. Obrigada, Molly.
James foi em direção a Lily que estava com uma menininha ruiva no colo. Por mais que já tivesse mil vezes ouvido Lily comentar sobre A Toca, nunca teve a oportunidade de conhecer esse lugar que fascinava sua mulher, não tinha nada de mais como logo James percebeu, era uma casa singela e construída tortamente, mas tinha uma sensação acolhedora, doce e encantadora, como poucas casas onde já tinha ido, não era a toa que sua esposa tinha se encantado tanto com aquele lugar e com seus habitantes. Mas James foi despertado de seus devaneios pela velha senhora que antes segurava a menininha de cabelos ruivos, como era mesmo o nome que Molly tinha dito? Ah, é mesmo, Muriel.
- Sim? – disse James aturdido.
- Ele é surdo minha jovem? – Perguntou a velhota para Lily, olhando com censura para James.
- James, querido, essa é a Muriel, aquela que cuidou do Harry aquela vez, lembra que lhe falei dela?
- Ah, sim, prazer – respondeu James – Desculpe-me, mas eu ando meio avoado ultimamente, o que a senhora tinha dito mesmo?
- Que não era educado vir a uma festa, mesmo informal como esta, sem pentear os cabelos, sabia?
James olhou com um misto de curiosidade e descrença para a senhora, mas ao perceber que Lily rira adivinhou que esse era o jeito da velhota e levou na brincadeira. 
- Ela não é linda? – perguntou Lily se afastando da onde estavam, ainda com a meninha nos braços.
- Quem? A Muriel? – disse James assustado.
- Não, seu bobo, a Gina – riu Lily apontando pra a menininha em seu colo que brincava com a bonequinha que Lily havia lhe levado de presente. – Ela bem que podia ser minha norinha quando ela e Harry crescessem – disse Lily com os olhos brilhando, como só as mães conseguem fazer quando estão formando grandes planos para os filhos.
- Só você, Lily – foi a vez de James rir – Harry tem cinco anos apenas, você não acha que está um pouco cedo pra pensar em ter uma nora, acho que eu ainda sou muito novo pra ser avô.
- Não disse nada de netos, só estava fazendo planos, eu posso sonhar, não posso?
- Claro que pode, meu amor. Mas pensando bem se o Harry puxou a mim, e eu tenho certeza que puxou, com certeza eles vão namorar – Lily olhou para ele inquisidora – Eu pelo menos não resisti a uma ruiva, se Harry for igual a mim, também não irá resistir.
E os dois saíram rindo e fazendo planos para o casamento de Harry, enquanto iam para sala cumprimentar os amigos que já estavam o presentes.
Ao chegarem na sala, Frank, Alice e Arthur conversavam sérios sobre um ataque a uma família de trouxas, que ocorreu ontem. Deixando Harry junto com as outras crianças se juntaram aos amigos.
- Então, estavam apenas mãe e filha na casa, segundo a senhora ela ouviu a voz de pelo menos quatro pessoas, e a descrição das roupas cabem direitinho com os Comensais, mas foi o que eu disse lá no Quartel General, não era necessário uma descrição dessa, quem mais usaria o Fogomaldito? – Frank descursava.
- Eles usaram o fogomaldito? – exclamou James – Por Merlim, quem seria capaz?
- Bellatrix! – respondeu Frank – quem mais poderia? Segundo a trouxa ela ouviu claramente os seguintes nomes: Bella, Rebastian e, incrivelmente, Bartô.
- Quem? Bartô Crouch? – exclamou assustado Arthur.
- JR. Bartô Crouch Jr, vocês podem imaginar como o Ministério está? Você teve folga ontem Arthur, por isso não viu, mas não se fala outra coisa.
- Mas você disse, que eram pelo menos quatro Comensais, Frank – disse Lily.
- Sim, o outro nome a trouxa não conseguiu nos dizer, mas acreditamos fortemente que seja o Rodolfo.
- Peraí, tem alguma coisa entranha... Você disse que eles usaram o Fogomaldito, certo? – perguntou James curioso.
- Certo!
- E disse que as duas mulheres sobreviveram, não é?
- Sim, mas não são duas mulheres – dessa vez foi Alice que respondeu – a menina tinha apenas cinco anos. Também achamos incomum esse ponto, nem a mãe soube explicar como elas conseguiram fugir. Segundo ela, a porta estava completamente trancada, ela já havia desistido de tentar abrir, mas a filha sorriu e estendeu a mão na porta e do nada a porta abriu.
- A menina abriu a porta? – Arthur não conteve a exclamação.
- Ela é uma bruxa – Lily respondeu calma – Harry também consegue abrir portas. Lembra de ontem, James?
- Foi o que nós achamos, Lily – disse Alice – Mas nos resta saber, se atacaram de propósito essa casa, sabendo que a menina era uma bruxa, ou foi por mero acaso.





- Sinceramente, Almofadinhas, você precisa mesmo de duas horas pra se arrumar? Estamos atrasados, sabia?
- Não tenho culpa de ser caprichoso, você já se olhou no espelho Aluado? Você está um mulambo. Serio cara, desse jeito como você pretende arrumar uma namorada?
- Você sabe perfeitamente que eu NÃO pretendo arrumar uma namorada – respondeu Aluado meio magoado com o amigo.
- Sei... – respondeu Sirius, mas tão baixo que até o próprio Aluado não ouviu o que ele disse – Incrível essa casa do Arthur e da Molly – disse Sirius admirando a estrutura incrivelmente torta d’A Toca, enquanto eles passavam pelo Jardim repleto de gnomos.
- Você nunca tinha vindo aqui? – Perguntou Remo, e vendo que o amigo respondia com um sinal negativo continuou – é incrivelmente encantador, não?
- Com certeza!



- Remo, que bom que você veio. Só faltavam vocês!
- Ola, Molly - respondeu Remo – Desculpe pela demora, mas é que tem alguém aqui que demorou horas para se arrumar.
- Olá, Sirius – disse Molly rindo da careta que Sirius fazia para Remo.
- Olá, Molly. Que festa animada. A sua casa é encantadora.
- Obrigada, Sirius, querido. James e Lily estão lá na sala, junto dos demais membros da Ordem. Logo logo, será o parabéns.
- Sirius... – remo sussurrou baixinho, vendo que o amigo empalideceu quando Molly mencionou James.
- Está tudo bem, Aluado – apesar de afirmar isso, o rosto de Sirius assumiu um tom assustadoramente esverdeado.


Remo e Sirius entraram na sala de estar d’A Toca, o clima estava animado encontraram os gêmeos Weasley enchendo a paciência de Olho-Tonto, Harry e Rony brincando no tapete, a pequena Gina sentada no colo de Lily, Percy observando uma discussão entre Frank e Estúrgio sobre leis mágicas, o atarracado Carlinhos dividido entre as histórias de dragões e outras feras mágicas que Hagrid contava alegremente para quem quisesse ouvir e as descrições das capturas que James fez na vida, que o próprio James orgulhosamente contava para Emelina, e Gui ouvia maravilhado a conversa do pai com Elifás Doge que contava sobre os lugares mais fascinantes do mundo.
- Vejam quem chegou! – Molly estava animadíssima – Só faltavam eles, agora podemos almoçar, vamos todos para fora, a mesa está pronta. Carlinhos, Gui e Percy vão lavar as mãos. Vamos Arthur, tia Muriel...
- Até que enfim Molly, esse é o jeito que vocês tratam uma velha não é? Deixam ela à mingua, sem comida até ela definhar, isso é muita falta de cortesia, não foi essa a educação que sua mãe lhe deu Molly.
- Ok, tia, ok!
Sirius olhava para o chão enquanto todos passavam por ele e por Remo os cumprimentando, Remo sorria com cortesia e respondia educadamente aos cumprimentos que recebia, mas Sirius estava calado, motivo de estranheza por parte dos amigos que não estavam acostumados com um Sirius sério e taciturno. James e Lily ficaram por último de propósito, Sirius se arriscou a olhar para James que estava igualmente sério e olhava fixamente para ele.
- James, eu... – Sirius começou voltando seu olhar para o chão.
- Agora não, Almofadinhas – respondeu James ainda sério, mas complacente – Molly não vai querer atrasar mais o seu almoço por nossa causa.
- Mas... – continuou Sirius aturdido, principalmente por que James usou seu apelido, e apesar da sua cara séria tudo parecia indicar que ele não estava nem chateado e nem magoado.
- Bom dia, Almofadinhas – disse Lily passando por ele com Harry no colo, ambos muito sorridentes. Harry deu um tchauzinho com a mãozinha para o padrinho. – Bom dia, Aluado.
- Bom dia, Lily - Remo respondeu com um sorriso brincalhão nos lábios – Vamos Sirius, James. Estou morrendo de fome, e a deliciosa comida da Molly é algo que realmente não podemos recusar.
O almoço se passou animado, havia muitas crianças e logo aquela refeição tornou-se uma festa de verdade, Molly já se cansara de dar bronca nos gêmeos, pelas suas peraltices, que animavam todos os convidados. Havia vários pratos deliciosos, apesar da simplicidade tudo era muito gostoso e caprichado, a animação era geral, tanto para os adultos quanto para as crianças. James e Sirius não haviam trocado se quer uma palavra desde o breve encontro na sala de estar, James ainda conversava hora com Frank e Alice, hora com Arthur, mas não trocara uma palavra nem com Sirius e nem com Remo. Porém, Sirius, pelo contrário, não conversa com ninguém, a não ser quando alguém lhe perguntava algo e ele se permitia apenas a responder com monossílabas. Remo, era o mais animado dos três, nunca fizera parte de um grupo tão grande de pessoas que sabiam o que ele era e não se importavam com isso, ele sabia o motivo do sorriso brincalhão nos rosto de Lily e a máscara séria que James assumiu, pra ele o amigo só estava deixando Sirius preocupado, o que parecia estar funcionando bem, Remo tinha certeza que James já havia perdoado Sirius há muito tempo.
Após o termino do almoço, e todos terem garantido à Molly que três pedaços enormes de bolo eram suficientes para saciar a todos, os convidados foram se retirando da mesa, ou para voltar para suas casas ou para sentar na aconchegante sala de estar dos Weasley, ou até para ver os meninos se arriscarem a jogar quadribol, para desespero de Molly, que os achava jovens demais para estarem montados em uma vassoura. James e Lily faziam parte dos que ficaram no quintal admirando o filho se divertindo com os Weasley, Harry nunca saia de casa e vir para A Toca significava poder se divertir com outras crianças. Não tardou para que Remo e Sirius se aproximassem deles, a princípio o silêncio reinou entre os amigos, mas foi logo quebrado por Lily:
- Você sabe que merecia um castigo, não Almofadinhas – o tom de voz da Lily era absolutamente calmo e chegava ao ponto de ser risonho, seus olhos ainda estavam mirando Harry, mas suas palavras despertaram uma angustia no amigo que o impediu de responder – James já ganhou o dele, pensei em um bom pra você mas – nesse ponto ela olhou profundamente para Sirius, não estava magoada e muito menos chateada, podia até se dizer que sorria, apesar do olhar sério. A intensidade do olhar de Lily era tão grande que praticamente forçou que Sirius olhasse para ela, com um olhar de culpa e medo – eu sei que sua consciência já cuidou disso para mim!
- Lily, eu... Me desculpe. Eu fui um completo imbecil, um idiota, Harry vai me odiar para o resto da vida dele e...
- Cala a boca, Almofadinhas – Sirius levou um susto, não foi Lily que mandou ele calar a boca, foi James. O amigo estava parado apoiado nas cercas e olhava carinhosamente para Harry que brincava ainda – Você foi tudo isso que você disse e mais um pouco...
- James, eu...
- Eu ainda não terminei. Você pode ter sido um idiota, estúpido, imbecil e mais sei lá o que, mas se tem alguém que tem que pedir desculpas aqui sou eu. Eu te disse coisas horríveis, e quero que você saiba – nesse momento James virou para encarar o amigo, seus olhos estavam úmidos, não havia lágrimas, mas a culpa não permitia que tivessem o mesmo brilho brincalhão de sempre – eu disse tudo aquilo da boca pra fora. Fui um completo panaca, deixei me levar por essa maldita guerra, joguei em você todas as minhas frustrações e o pior quase matei meu próprio filho, meu único filho. Fomos infantis Sirius, mas eu me deixei levar pelo que você disse e revidei, revidei de uma forma mesquinha e cruel, caramba, você é meu melhor amigo, meu irmão e...
James foi interrompido por um abraço de Sirius, Lily chorava, esse era o James com o qual ela se casara, Remo ria, no seu rosto as rugas precoces desapareceram e deram lugar a um sorriso vibrante. Harry não tardou a perceber a pequena reunião “familiar” que se instaurou e foi correndo se juntar aos pais e aos seus tios postiços.
- Padrinho!
- Harry – Sirius se desatou do abraço do amigo e pegou o afilhado em um abraço esmagador e colocando o afilhado no chão passou os olhos por todo o rosto do menino – Você ta bem, ta legal? Num ta doendo nada? Você devia estar deitado, descansando. Vocês são malucos de deixarem ele brincar nesse sol...
- Deixa o menino respirar Almofadinhas. Tudo bem, Harry?
- Tudo ótimo, tio Remo. Eu to bem tio Sirius, eu juro – Harry respondeu Sirius e olhou para o pai e depois para o maroto e perguntou: - Você ainda é meu padrinho, não é?
- Depende do seu pai, não é? – respondeu Sirius olhando para James que sorriu com a pergunta, mas logo disfarçou e assumiu uma máscara comicamente séria.
- Olha Harry, até que eu queria um padrinho, menos idiota, infantil e pulguento, pra compensar seu pai que é exatamente assim (exceto pelo pulguento), mas eu assumo que falhei nessa parte e só consegui o Sirius mesmo, então meu filho você vai ter que se contentar com ele. Sinto muito.
Todos riram, exceto Sirius que levantou sério e olhou para James que achou que fosse brincadeira, mas vendo que o amigo colocara a mão nas vestes e tirava a varinha parou de sorrir e começou a tentar se explicar, mas não teve tempo, pois foi suspendido no ar, como que preso pelo tornozelo.
- Concordo plenamente com o idiota e infantil, mas pulguento jamais. 
A Alegria foi geral, Lily se acabava de rir junto com Remo, James tentava se desvencilhar das vestes que lhe caiam pelo rosto enquanto Sirius dava sua famosa gargalhada de latidos. Assim os amigos passaram aquela tarde feliz n’A Toca, apesar da guerra que se espalhava pelo lado de fora. Em períodos de guerra você não pode deixar que ela habite dentro de você.


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Olá meus leitores queridos, saudades de vocês! Como tem passado?? Desculpem-me pela demora, mas é que esse fim de semestre foi o caos, trocentos trabalhos, provas cabulosas. Queria ter postado mais cedo, mas antes tarde do que nunca, não é?! Bom, alguns esclarecimentos se fazem necessários:
1. A frese que pode ser lida no começo do capitulo, foi dita (como vocês puderam perceber) pó Dumbledore para o Profeta Diário, Ela veio da minha cabecinha cheia de titica mesmo, ou seja, fui eu que escrevi, ela serve pra explicar o capitulo. A noticia completa virá provavelmente nos próximos capítulos.
2. A briga de Sirius e James, foi feita em uma fatídica e monótona aula de estatística, por isso ela deve ter saído meio estranha, peço que me perdoem. 3. Ainda falando da Briga, talvez alguns de vocês, não concordem com a briga, achem que lês não deveriam ter brigado, ou que o motivo da briga foi idiota. Mas acreditem em mim, ela é importante para a fic, e para contextualizar o período em que eles estão passando, afinal, meus caros, estamos no meio de uma Guerra, e é como Dumbledore disse: “Voldemort tem o dom e o prazer de semear medo e discórdia, e esses, sim, são os poderes que devemos temer, pois tem a capacidade de acabar com um exercito de mil homens sem que ele suje as próprias mãos.”

Por enquanto é isso pessoal, continuem lendo, comentando, criticando e se divertindo!!

Bjos Nati

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