No Beco Diagonal



No Beco Diagonal


 


 


- Ai! Mãããeeeee! Paiiieee!


 


- Harry?


 


Era sábado, já passava das nove da manhã, mas a família Potter ainda estava em suas camas, quando ouviram um grito ao quarto ao lado. James levantou em um pulo e agarrou sua varinha correndo pelo quarto afora afobado, quase derrubando a porta pelo caminho, Lily tremia levantou da cama também, na afobação esquecera-se de pegar a varinha, e correndo no encalço do marido saiu do quarto aos prantos.


 


- HARRY! HARRY! – gritava James pelo estreito corredor que ligava os quartos


 


- O Harry, não! O Harry, não! – choramingava Lily em uma prece.


 


James chegou à porta do quarto do filho, e a empurrou com um chute. Harry Potter, o jovem garoto de 10 anos 11 meses e 30 dias, como ele mesmo costumava dizer, estava em pé na cama olhando admirado para as próprias mãos, ou, pelo menos, para algo que se encontrava nelas.


 


- Harry, o que aconteceu? – disse Lily quase sem voz enquanto James vasculhava o quarto.


 


- Eu... Eu... Eu vou para Hogwarts, mamãe! – disse ele abrindo um sorriso largo e levantando um envelope feito de pergaminho com o selo da escola.


 


Lily perdeu a voz, olhava para o menino e para James de boca aberta, não sabia se comemorava ou se brigava com Harry pelo susto.


 


James pegou o envelope que nem fora aberto e olhou a frente e o verso e abrindo um sorriso para o filho gritou:


 


- Você vai pra Hogwarts! – e logo foi acompanhado pelo filho e começaram a cantar “nós vamos para Hogwarts” como se fossem duas crianças de acampamento.


 


- Espere ai um minutinho, mocinho! – interrompendo a cantoria de pai e filho e olhando feio para Harry, o que fez o garoto parar imediatamente de pular na cama. Há dez anos, onze meses e trinta dias ele conhecia aquele olhar, era melhor ele ficar quietinho, para o seu próprio bem.


 


- Ah, Lily, deixe o garoto. Ele vai para Hogwarts, para Hogwarts. Por Merlin, eu estou ficando velho. Esperamos por isso por onze anos, não estrague a festa. Disse James feliz, olhando para o filho que concordou com o pai.


 


- Quieto você também. Ele nos acorda com um susto, me faz quase morrer de preocupação achando que... que... Alguém invadiu o quarto dele, não isso não está certo.


 


- Calma Lily. Está tudo bem, afinal. Vamos relaxe, você já foi mais divertida.


 


- É que, ah James, você sabe... Não sei se é seguro ele ir, não seria melhor ele continuar estudando em casa, não é mais seguro?


 


- Ah não, mãe. Eu quero ir pra Hogwarts. Você e o papai foram por que eu não posso ir?


 


- Você é diferente... Eu não sei, eu tenho medo...


 


- Lily, minha querida, não existe lugar mais seguro no mundo que Hogwarts, ainda mais com Dumbledore como diretor. Se ele não achasse que é seguro não teria mandado a carta para o Harry. – James piscou para o pequeno Harry, que sorriu.


 


- Mas... Mas... Ah, ok. Vocês venceram. – e agora sorrindo – Quer dizer que o meu bebê vai para Hogwarts? – e gargalhando pela cara indignada do filho foi para cima dele enchê-lo de cócegas.


 


 - Para, mamãe, eu não sou mais bebê – dizia Harry em meio às gargalhadas – eu já tenho dez anos onze meses e...


 


- E trinta dias – disseram Lily e James, que agora atacava Harry também – Nós já sabemos.


 


 


 


Já passava das onze quando finalmente a família conseguiu se reunir, arrumados, para tomar café. Harry exibia um sorriso gigante, só não maior que o de James. Lily, ainda estava preocupada, mas estava feliz.


 


- Vamos, Harry, abra a carta. – disse James extasiado.


 


 


 


ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS


 


Diretor: Alvo Dumbledore


 


(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)


 


 


 


Prezado Sr. Potter


 


 


 


- Senhor Potter, isso soa tão estranho... – disse James.


 


 


 


Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.


 


O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até dia 31 de Julho, o mais tardar.


 


 


 


Atenciosamente,


 


Minerva McGonagall


 


Vice Diretora


 


 


 


- Acho melhor mandar a coruja então – disse James indo para os fundos procurar a velha coruja da família, Artêmis, que era uma grande coruja parda, para enviar a resposta para Hogwarts.


 


- Tem a lista de material, querido? – disse Lily olhando carinhosamente o filho que relia a carta pela sexta vez mal acreditando que era o seu nome que estava no cabeçalho.


 


- Anh?


 


- Deve ter uma segunda folha com sua lista, meu amor – disse pacientemente Lily enquanto retirava o fim do café da manhã da mesa.


 


- Ah, tem sim, mamãe.


 


Uniforme


 


Os estudantes do primeiro ano precisam de:


 


 



  1. Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas)


 



  1. Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário


 



  1. Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar)


 



  1. Uma capa de inverno (preta com fechos prateados)


 


 


As roupas dos alunos devem ter etiquetas com seu nome.


 


 


 


- Isso nós achamos da Madame Malkin, facilmente. – disse Lily pensativa – Continue Harry – disse ela sentando novamente na mesa enquanto James entrava saltitando e cantarolando algo muito parecido com “nós vamos para Hogwarts”.


 


 


 


Livros


 


Livro Padrão de Feitiços (1ª Série) de Miranda Goshwk


 


História da Magia da Batilda Bagshot


 


 


 


- A senhora Bagshot escreveu um dos meus livros de escola?


 


- Claro Harry, eu te disse que ela era uma das maiores historiadoras da atualidade, nada mais natural do que o livro dela ser o livro padrão de vocês – respondeu Lily – Continue.


 


 


 


Teoria da Magia de Adalberto Waffing


 


Guia de Transfiguração para Iniciantes de Emerico Ewitch


 


Mil Ervas e Fungos Mágicos de Filída Spore


 


Bebidas e Poções Mágicas de Arsênio Jigger


 


Animais Fantásticos e seu Habitat de Newton Scamander


 


As Corças das Trevas: Um guia de autoproteção de Quintino Trimble.


 


 


 


- Hum, fácil. Tem tudo na Floreios e Borrões. – disse James radiante.


 


- Tem mais coisa, querido?


 


- Tem mamãe.


 


 


 


Outros equipamentos


 


1 varinha mágica


 


1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)


 


1 conjunto de frascos


 


1 telescópio


 


1 balança de latão


 


Os alunos podem ainda trazer uma coruja ou um gato ou um sapo.


 


 


 


- Posso levar a Artêmis, papai?


 


- Não, acho que não, a gente precisa de uma coruja aqui. Que tal você levar o Arquimedes, o gato da sua mãe?


 


- Eu preferia que ele levasse uma coruja, assim poderia mandar cartas para a gente, além disso, o pobre Arquimedes está tão velho – disse Lily pensativa.


 


- Certo, a gente vê isso depois. Então temos que ir ao Olivaras – disse James olhando a lista de Harry – Precisamos passar no Gringotes, definitivamente. Não fala nada sobre vassouras, Harry? Acho que podemos te dar uma de aniversário, afinal é amanhã. Quero ver você arrasar os sonserinos...


 


Lembramos aos pais que os alunos do primeiro ano não podem usar vassouras pessoais. – Leu Lily rindo – ou seja, nada de Quadribol no primeiro ano, como era no nosso tampo, James, esqueceu?


 


- Achei que eles tinham acabado com essa regra idiota – respondeu James mal-humorado.


 


Mas Harry estava pouco ligando para se podia levar ou não vassouras, estava feliz porque finalmente iria estudar fora de casa, por quase onze anos ele não havia saído de casa mais do que poucas vezes, além da sua casa em Godric’s Hollow, conhecia apenas a Ordem da Fênix, onde seus pais o levavam raras vezes, quando a Senhora Bagshot não podia cuidar dele, e também A Toca, o lugar que ele mais adorava no mundo, depois da sua própria casa, agora ele iria para Hogwarts, a escola que tanto ouvira na sua infância, que parecia já fazer parte de si mesmo. Mal podia esperar.


 


James porem não concorda com o filho, pelo menos era o que parecia, ele lia e relia a carta de Harry e cada vez e que ele passava os olhos pela frase de proibido vassouras pessoais para primeiro-anistas, ele xingava McGonagall e suas regras idiotas.


 


- Aposto que é idéia de McGonagall, Dumbledore permitiria. Ah, mas ela vai ver no segundo ano de Harry, o jogador que ela perdeu para a Grinfinória, ah se vai. Aquela bruxa...


 


- Não fique bravo, James, só porque seu filho não pode quebrar a cabeça no primeiro ano de escola, não quer dizer que mundo vai acabar. Não adianta ameaçar a McGonagall, regras são regras.


 


- Não consegue perder o senso de Monitora mesmo depois de tanto tempo, não é, meu amor? – Respondeu James com um sorriso no canto da boca.


 


- Mamãe, Papai, quando nós vamos comprar as minhas coisas? – Interrompeu Harry, ainda não conseguindo parar de sorrir.


 


- Hoje mesmo, é claro, podemos ir agora, quem sabe não conseguimos por um feitiço de desilusão na sua vassoura e tentar a contrabandear para dentro do castelo – disse James mais pra si mesmo do que para o resto da família.


 


- Acho melhor ir só eu e seu pai, o Beco Diagonal pode não ser seguro, não sei.- Lily opinou preocupada.


 


- Ah não, Mamãe.


 


- Ah não, Lily.


 


- Como eu vou poder comprar o uniforme sem experimentar? – Insistiu Harry com cara de pidão.


 


- Eu sempre compro suas roupas Harry e você nunca reclamou. – Lily olhou para o menino incisiva.


 


- E a varinha, Lily? O que você me diz da varinha, Harry tem que ir. – James parecia encantado por achar uma brecha, com a mesma cara de pidão do filho.


 


- James você sabe o quão pode ser perigoso, eu adoraria que ele fosse, mas...


 


- O que seria perigoso? Espero que não seja eu, pois eu adoraria ir a qualquer lugar que fosse. Eu não aguento mais ficar naquela Ordem.


 


- Tio Sirius! Tio Sirius! Falapramamãedeixareuirnobecodiagonal, tio Sirius, porqueacartadeHogwartschegou, maselanãoquerdeixareuirjuntocomprarasminhascoisas – Harry gritou pulando na direção do padrinho que vinha entrando pela porta principal.


 


- Peraí, filhote. O que aconteceu? Eu não entendi nada. -  Disse Sirius segurando o menino pelo ombros e olhando para James que sorria e Lily que suspirava cansada.


 


- A carta de Hogwarts dele chegou. – disse Lily meio mal humorada, porque ela sabia que com Sirius ali ela já tinha perdido a parada.


 


- Chegou? Que maravilha! Vê se não é o mais novo Grinfinório na humanidade, Já não era sem tempo, estamos esperando o que pra ir comprar o material dele? – Sirius sorriu e encheu Harry de alegria também.


 


- A Lily não quer que ele vá, acha que pode ser perigoso. – Disse James cauteloso olhando de canto de olho para a esposa.


 


- Ah, Lily, vamos, o que pode ser perigoso no Beco Diagonal? Você não espera que Voldemort esteja em um beco esperando a gente passar pra dizer “Buu”, não é? – Sirius sorriu jocoso indo implicar com Lily.


 


- Eu prefiro nem responder. – murmurou ela.          


 


- Além do mais – Sirius fingiu que não ouviu – Temos que levar os Granger, afinal se a carta do Harry chegou a da Hermione também deve ter chegado.


 


- Merlin, como eu pude me esquecer dos Granger, prometi a Dumbledore que os ajudaria, tenho que falar com eles, Artêmis ainda não voltou James? – disse Lily retirando a cara de brava e assumindo uma expressão concentrada.


 


- Hogwarts fica um pouco distante, Lily. Por que você não usa o feletone? – respondeu James dando de ombros.


 


- Claro, o telefone, sim. – Lily, saiu afobada da cozinha.


 


- Acho que convencemos ela – Sirius sorriu e piscou para Harry – E então, filhote, o que vou te dar de aniversário? Ah, sim, uma vassoura é claro, seu pai não se perdoaria se você não entrasse para o time de Quadribol.


 


- Alunos do primeiro ano não podem levar vassouras pessoais, já tinha pensado nisso. – resmungou James.


 


- Ah, mas nós podemos escondê-la. – Respondeu Sirius com seu melhor ar de maroto.


 


- Acho que Lily jamais iriaa permitir – disse James, e sussurrando completou – cá entre nós, ela nunca entendeu como Quadribol é importante.


 


- Acho que ela não quer é que Harry vire, como é mesmo, “um cabeça de titica que só sabe ficar se exibindo com um pomo idiota”. – Sirius disse rindo. Harry gargalhou, sabia que na adolescência a mãe dele achava o pai um idiota exibido, como tio Sirius vivia contando. Sirius gargalhava da cara do amigo que emburrou e disse:


 


- Cala a boca, Pulguento. Harry é diferente, ele é, digamos, mais parecido com a Lily – James passou a mão nos cabelos e olhou para o filho - Quer dizer, eu espero.


 


- Monica disse que vão com Emelina e Dédalo, Dumbledore passou ontem lá e armou todo um plano, ele disse que é melhor irmos separados, pois chamaria muito a atenção, eles vão amanhã bem cedo – disse Lily entrando – Perguntei por Molly, Monica disse que Molly não vai ao Beco esse ano, Rony vai usar o material dos irmãos, algo como as vestes de Gui e a varinha de Carlinhos, eu acho. Ah, Sirius não quero ir só eu e James, será que você poderia ir conosco?


 


- É claro, Lily. Não perderia a primeira visita do meu afilhado ao Beco Diagonal por nada deste mundo. – disse Sirius maroto - Vamos já?


 


- Sim, sim. Temos que passar no Gringotes, ainda. Ah, gostaria que mais alguém fosse. – Disse ela agitada.


 


A grande coruja parda, Artêmis, estava cutucando a janela, James levantou e pegou a carta estava endereçada a ele e a Lily.


 


Caros amigos. Presumo que vão hoje ao Beco Diagonal, designei então uma pequena guarda para assessorá-los nas compras. Fico feliz pela saiba decisão de deixar Harry comparecer a Hogwarts. Alvo Dumbledore. – Leu James.


 


- Uma pequena guarda? – disse Lily excitada – Ótimo. Estamos esperando o que então?


 


- Incrível como ela muda de preocupada para feliz de um momento para o outro – Sirius sussurrou para Harry, fazendo o garoto rir.


 


- Como eu gostaria, às vezes, que a nossa lareira fosse ligada na rede Flu – disse James olhando para o grupo de pessoas, desde o evento em que Harry fora parar na rua dos Alfeneiros, James havia retirado a ligação de sua lareira. – Harry não pode aparatar, temos que ir de ônibus, então?


 


- Não, acho que posso pedir à Batilda, ela não vai se incomodar. – respondeu alegre a Lily. – Vamos, indo? Todos prontos?


 


James levantou de um pulo do sofá, Sirius gargalhou e despenteou o afilhado, como se isso fosse necessário. Lily pegou na mão do filho que tentava inutilmente compactar os rebeldes fios de cabelo da sua cabeça. Quando estavam para abrir a porta para sair um homem alto e sorridente disse:


 


- É daqui que estão precisando de companhia para fazer compras?


 


- Aluado! – Lily sorriu ainda mais.


 


 


 


 


 


- Foi uma sorte você ter chegado. – disse Lily para Remo esperando Sirius sair da lareira no Caldeirão Furado. – Espero que esteja tudo bem.


 


- Estava na Ordem quando Dumbledore avisou para Emelina acompanhar os Granger até o Gringotes amanhã, e fiquei sabendo que o Harry também tinha recebido a carta e imaginei que você deveria estar preocupada em levá-lo até o Beco Diagonal. Sorte mesmo foi ter encontrado com vocês ainda em casa.


 


- Quem será a guarda que Dumbledore falou? – perguntou James – Olá Tom, quanto tempo.


 


- Olá senhor Potter o que devo a honra em tempos tão complicados? – disse tom, o barman do Caldeirão Furado.


 


- Hogwarts – disse apontando para Harry


 


- Parabéns Senhor Potter, Senhora Potter. Bem-vindo, rapazinho.


 


- Tom você sabe se tem alguém nos procurando? – perguntou Sirius.


 


- Ah sim, sim. Senhor Black, mil perdões. – e olhando para o outro lado do salão Tom chamou – Hagrid, eles chegaram!


 


- Hagrid – sorriu Lily – que bom ver você.


 


- Ah, igualmente Lily, James, Sirius você por aqui? Quanto tempo Remo. Ah, esse deve ser o pequeno Harry. É a sua cara James


 


- Exceto pelos olhos, são iguais os da Lily. Você é a nossa guarda? – responde James sorrido.


 


- Sim, sim, a professora McGonagall achou que era melhor vir alguns aurores, mas Dumbledore disse que bastava eu. – Hagrid estufou o peito com orgulho.


 


- Não sei o porquê, mas concordo com Dumbledore – disse Sirius para o sorridente Harry.


 


Pronto para entrar no mundo mágico, Harry? – Hagrid disse isso enquanto espeta seu guarda-chuva cor de rosa nos tijolos gastados do muro.


 


- Nossa. Tudo aqui é incrível! – disse Harry ao avistar o Beco Diagonal – Onde é o Gringotes, pai?


 


- Logo ali na frente. Você verá.


 


- Uau – foi a única expressão que ele pode pronunciar ao ver o grande e reluzente banco.


 


- É, eu sei – disse Remo.


 


- Remo, eles tem mesmo um dragão aqui? – perguntou Harry curioso.


 


- Dizem que sim, por isso só um louco arrombaria Gringotes. – Remo disse em sinal de alerta.


 


- Remo, Sirius vocês nos esperam aqui fora? - disse Lily - Hagrid, você também, a não ser que queira ir.


 


- Ah, não. Não caberíamos nós todos em um vagonete daqueles– disse Hagrid após Sirius e Remo responderem que esperavam e sorrindo completou – além do mais tenho um assunto secreto de Dumbledore para resolver. Ei você – disse para o duende mais próximo – tenho isso pra você – deu uma carta para o duende – é sobre “aquilo-que-você-sabe-o-quê” no cofre “você-sabe-qual”.


 


- O que é “aquilo-que-você-sabe-o-quê”, Hagrid? – perguntou Harry


 


- Assunto confidencial de Hogwarts – e Hagrid estufou o peito – Dumbledore confiou a mim. Mas esqueça isso. – o meio gigante deu tapinhas na cabeça do menino e os joelhos de Harry dobraram a cada “tapinha” dele.


 


- Ok, logo, logo estaremos de volta – e dizendo isso James, Lily e Harry seguiram com um duende chamado Grampo em direção ao cofre e Hagrid para outro cofre com outro duende de cara mal humorada.


 


 


 


- Sério, eu odeio esses vagonetes – disse Hagrid meio verde ao saírem do banco.


 


- Eu, também nunca gostei – disse o exasperado James, que sempre ficava enjoado nos vagonetes.


 


- Vamos, não é tão ruim, assim – disse Lily animada e olhando intrigada para o filho – Por que está tão calado Harry?


 


- É tudo tão incrível – disse o menino admirado – parece, parece...


 


- Magia! – completou Lily sonhadora – é, eu sei.


 


- Aonde vamos primeiro? – perguntou Sirius.


 


- Acho que vamos à Madame Malkin, comprar o uniforme de Harry – disse Lily consultando a lista – Remo será que você poderia ir comprar os livros, assim podemos terminar mais rápido.


 


- Se você não se importa, Lily – disse Hagrid após Remo assentir – Eu gostaria de voltar no Caldeirão Furado, para tomar um tônico, esses vagonetes do Gringotes quase me matam.


 


- Claro Hagrid, pode ir, está tudo tranquilo. – Disse a ruiva com um meio sorriso.


 


- Então, está tudo certo, Lily, você fica com o Harry enquanto Aluado vai comprar os livros, e eu e o Almofadinhas aqui vamos comprar os outros equipamentos, como caldeirão, kit de poções, luneta, e outras coisas. –James disse apressado.


 


- Vamos? – perguntou Sirius cnfuso, logo depois levando um pisão forte de James, que olhava com cara de poucos amigos, ele exclamou – Ai! Seu animal! Meu pé machucou, sabia?


 


- Eu não fiz nada, Sirius – disse James olhando para o amigo com uma cara ameaçadora – Nós vamos, para adiantar. Encontramos a Lily no Olivaras, certo?


 


Cala a boca, Pulguento, e me segue – sussurrou James para que somente Sirius pudesse ouvir.


 


- Ah, sim, sim, pra adiantar – disse Sirius entendendo o recado do amigo e tentando ignorar as risadas de Remo e Harry.


 


- O que vocês pretendem aprontar, James? – Lily olhou desconfiada.


 


- Nada, meu amor. Olha bem para a minha cara, vê se eu ia aprontar alguma coisa?  - James sorriu inocente.


 


- Não vou nem responder. -  Lily suspirou cansada - Vamos então, vê se não demora, e juízo vocês dois – e olhando para a cara risonha de Remo completou – Vocês três.


 


- Seu pai não tem jeito – disse Lily rindo para Harry.


 


- Deixa ele, mamãe, faz tempo que ele não sai de casa. – o menino disse carinhosamente vendo o pai desaparecer na multidão com os dois amigos ao seu lado.


 


- Você tem razão, meu amor. – disse Lily sorrindo.


 


 


 


 


 


- Professor, ele pretende atacar hoje, pessoalmente – disse com a voz grave – tentei impedir e argumentar para que não fosse, mas foi irredutível, quer acabar com o menino com as próprias mãos, e vai passar por cima de qualquer um, até dela...


 


- Eu, sei. Eu sabia que ele iria pessoalmente. – Respondeu o velho, com os cabelos balando a brisa suave que entrava no escritório.


 


- E mandou apenas Hagrid? O senhor me surpreende às vezes. O que fará um imbecil feito Hagrid contra o Lorde das Trevas? – ele olhou desacreditado para o velho.


 


- Não chame Hagrid de imbecil. Já te disse para não ofender as pessoas na minha frente. – O tom de voz era de quem não admitiria uma nova ofensa.


 


- Desculpe, não foi com a intenção. Mas convenhamos, Hagrid não é páreo para o Lorde das Trevas. – respondeu o outro mais humildemente.


 


- Nunca disse que era, mas eu confiaria minha vida a Hagrid. Eles não precisam derrotar Voldemort, eles precisam fugir a tempo. – os olhos do velho brilharam por baixo dos oclinhos de meia lua.


 


- Ainda não entendo o porquê do senhor não ter deixado aquela família de sangues rui... – e com o olhar ameaçador do homem a sua frente consertou a tempo - perdão, os Granger ou os Weasley irem com eles, seria mais gente...


 


- Não é obvio? Seriam mais crianças, não quero por ais vidas em risco. – respondeu como um professor para um aluno que contradizia uma teoria.


 


- E a dela você não se importa em pôr? – disse o homem indignado e nervoso.


 


- Ela não se importa em pôr a própria vida em risco, entenda. – o velho se aproximou milímetros a mais do homem a sua frente


 


- É mais o senhor poderia impedir, de alguma forma. – o tom permanecia indignado e irônico.


 


- Estou tentando, mas não prometo nada, depende deles, somente deles. – disse o velho cansado.


 


- Eu não mereço isso, não mereço. – o homem explodiu - FAÇA ALGUMA COISA. LEVANTE-SE DESSA CADEIRA. ELE VAI ATACÁ-LA, O LORDE DAS TREVAS VAI ATACÁ-LA, O SENHOR SABE DISSO, E FICA AI SENTADO COMO SE... SE... NÃO SE IMPORTASSE COM ELA, PEDE QUE EU CUIDE DO FILHO DELA ESSE ANO, MAS FICA AI ENQUANTO EU PEÇO QUE VOCÊ CUIDE DELA.


 


- Engano seu, se pensa que eu não me importo – o Velho não alterou o seu tom de voz calmo - Ao contrário da sua mente mesquinha eu quero proteger todos, todos eles, não somente “ela”, mas eu creio que eles são capazes sozinhos. Não peço para confiar em mim, apenas peço que não estrague o plano.


 


- O plano, sempre um plano maior. – disse, mas mesmo chateado sentou-se e olhou pela janela.


 


- Sim, o plano – disse Dumbledore mais velho do que nunca – Eu sei o quanto é difícil esperar, mas é o melhor que fazemos agora.


 


 


 


 


 


O Beco Diagonal estava tranquilo, muita gente fazia compra com seus filhos, apesar do clima de guerra não permitir longos passeios pelas ruas e admirações de vitrines, a situação geral era muito favorável. Algumas lojas estavam fechadas, mas havia muito que nada acontecia no Beco Diagonal. O clima parecia estar querendo voltar ao normal.


 


Madame Malkin estava ocupada experimentando outro garoto nos fundos da loja e veio assim que Harry e Lily entraram.


 


- Hogwarts querido? – perguntou ela sorridente e viu Harry fazer que sim com a cabeça, e Lily sorriu – pode vir aqui, por favor. Se a senhora quiser vir também.


 


- Você se importa de ir sozinho, Harry? Eu tenho que ver o que seu pai anda aprontando. – Disse Lily olhando para fora com cara preocupada.


 


- Claro, mamãe, pode ir. – Harry deixou-se conduzir para o fundo da loja enquanto Lily saia em busca do marido.


 


O outro garoto de rosto fino e comprido, cabelos loiros quase brancos estava em outro banquinho. Harry ficou em pé em um banco ao lado do menino e colocou as vestes negras que Madame Malkin lhe dera. O garoto parecia ser metido, mas Harry não sabia, os únicos garotos da sua idade que conhecia era Rony, Hermione e Neville, então não sabia como era o mundo ‘lá fora’.


 


- Primeiro ano? – perguntou o menino.


 


- Aham – respondeu Harry tímido.


 


- Meus pais estão comprando o resto das coisas lá fora. Tenho certeza que vou ganhar uma vassoura nova por ter entrado em Hogwarts, não que eu não soubesse que eu entraria, minha mãe conta que eu demonstrava poder desde os dois anos de idade. Mas é tradição da família, dar um presente para o bruxo que entra em Hogwarts. Acho um absurdo não poder levar vassouras no primeiro ano. Meu pai concorda comigo. Você joga Quadribol? – o menino pálido encarou Harry pela primeira vez.


 


- Não – respondeu Harry encabulado, por mais que seu pai quisesse nunca deixou colocar o pé para fora de casa para praticar, nem mesmo n’A Toca, muito menos assistir uma partida. Tudo que sabia de quadribol era o que havia nos livros e nas histórias contadas pelo marotos.


 


- Eu sei, é claro. E vou fazer de tudo pra entrar no time da minha casa, que logicamente vai ser na Sonserina. – O menino disse com uma certeza inabalável.


 


- Boa sorte – disse Harry já não gostando do menino, a mãe lhe tinha explicado como era as casas, e lhe disse para não ter preconceito com os sonserinos, ela mesmo tinha um amigo na Sonserina há um tempo a trás, mas quando Harry perguntou quem era ela apenas disse que não se vinham há muito tempo e que ele fez escolhas erradas. Apesar disso o seu pai lhe disse que era para nunca confiar em um sonserino, mas se todos os alunos dessa casa fossem iguais ao menino que estava ao seu lado, ele estava mais para concordar com o seu pai do que com a sua mãe.


 


- Caramba, olha só o tamanho daquele cara! – disse o menino apontando para Hagrid que conversava com a sua mãe na frente da loja.


 


- É o Hagrid – disse Harry olhando pela primeira vez nos olhos do menino – Trabalha em Hogwarts.


 


- Ah, ouvi falar dele. É uma espécie de empregado, não? – repondeu o garoto arrogante.


 


- É o guarda-caça – explicou Harry encarando o menino como se dissesse “tenta falar mal do Hagrid para você ver o que te acontece”. – E ele é incrível.


 


O menino pareceu perceber o olhar feroz do moreno e mudou de assunto.


 


- Seus pais são do nosso povo, não são?


 


- Sim, eles são bruxos, se é que você quer saber – disse Harry irritado.


 


- Ótimo, então não terá problemas com a Sonserina – disse o menino pulando do banquinho – Nem com o resto do mundo, daqui a algum tempo. - Madame Malkin lhe deu o pacote com seu uniforme embrulhado e o menino se despediu – Te vejo em Hogwarts.


 


- Infelizmente – sussurrou Harry enquanto Madame Malkin lhe tirava o uniforme e sua mãe sorridente entrava na loja para pagar.


 


 


 


- Que foi meu amor – disse Lily ao saírem da loja, olhando ´para o filho preocupada.


 


- Mamãe, como eu vou ser o jogador que o papai tanto quer, se eu nem se quer sei como é voar de verdade? – o menino confessou sua angústia.


 


- Meu querido, não se preocupe com isso, seu pai não vai se importar se você não quiser jogar Quadribol, não se preocupe você terá aulas de vôo em Hogwarts, muitos alunos não sabem voar. – disse Lily e quando olhou para Harry viu que ele estava triste disse – Mas se você quer realmente saber, acho que voar está no seu sangue – e sorrindo piscou para o filho que fez um sinal de sim com a cabeça.


 


- Você viu o James, Hagrid, enquanto você vinha do Caldeirão Furado? – perguntou Lily preocupada para o amigo.


 


- Não, nem ele nem Sirius nem Remo. Por quê? Eles não iam comprar o resto do material do Harry? – respondeu Hagrid procurando pela rua sinal dos marotos.


 


- Sim, quer dizer, eu espero que sim – disse Lily preocupada – fui procurar eles nas outras lojas, mas nem sinal.


 


- Será que aconteceu alguma coisa, Mamãe – perguntou Harry.


 


- Ah, não, meu medo não é que tenha acontecido algo com eles e sim é que eles façam acontecer algo. – disse piscando um dos olhos. As gargalhadas o grupo parou em frente ao Olivaras.


 


- Você entra Lily, eu vou ver se acho James e os outros. – disse Hagrid segurando as sacolas com o uniforme de Harry que Lily vinha carregando.


 


- Claro. Vamos Harry querido. – Harry e Lily entraram na loja de varinhas, algum sininho tocou no fundo da loja. Milhares de caixas estavam empilhadas até o teto


 


- Boa tarde – disse uma voz suave que assustou Harry. – Vejam se não é o jovem senhor Potter. Sra. Potter quanto tempo, Vinte e seis centímetros, farfalhante, salgueiro. Ótima para encantamentos. Espero que ainda a possua.


 


- Com certeza – disse Lily levantando a varinha.


 


- E James, onde se encontra? – disse o velho senhor Olivaras – Mogno, vinte e oito centímetro, flexível, excelente para transformações.


 


- Pode contar que sim – sussurrou Lily para o filho. E depois mais alto disse – Deve estar comprando o restante do material, ou aprontando alguma coisa. Viemos comprar a varinha de Harry.


 


- Ah, sim obvio. Então vamos lá – tirou a fita métrica do bolso e começou a medir o braço de Harry – Você é destro, suponho.


 


- Sim – disse Harry tímido, enquanto a fita métrica media seu corpo, sozinha. Quando ela começou a medir partes estranhas como, por exemplo, o espaço existente entre sua narina e sua orelha Olivaras a mandou ela parar.


 


- Certo Sr. Potter, experimente esta – entregou a varinha a Harry – Faia e coração de dragão. Vinte e três centímetros, boa e flexível.


 


Harry pegou e nada aconteceu a não ser o senhor Olivaras retirar depressa da sua mão e a sua mãe olhar curiosa. Harry experimentou uma e mais outra varinhas, pareciam dezenas, e de fato foram.


 


- Freguês difícil, mas vamos achar uma com certeza – disse Olivaras animado enquanto Lily se sentava no banquinho e sorria resignada para o filho que já estava apreensivo achando que nunca encontraríamos uma varinha – Hum, tem essa... talvez, pouco provável, mas quem sabe? Uma combinação incomum, devo dizer, azevinho e pena de fênix, vinte e oito centímetros, boa e maleável.


 


Harry apanhou a varinha já cansado e prevendo que nada aconteceria de novo, porem sentiu um calor em sua mão, um calor que não parecia vir da varinha e sim de si mesmo. Ergueu a varinha acima da cabeça, baixou-a cortando o ar empoeirado com um forte zunido, e uma torrente de faíscas douradas e vermelhas saíram da ponta. Lily quase pulou da cadeira e batia palmas entusiasmadas. O Senhor Olivaras exclamou contente:


 


- Muito bom, muito bom mesmo. Muito curioso, sim, mas faz parte da magia das varinhas, são elas que escolhem o bruxo. Uma varinha muito poderosa Sr. Potter, muito poderosa mesmo.


 


- Desculpe, senhor Olivaras – disse Harry intrigado – Mas o senhor achou que ela não serviria para mim, por quê?


 


- Com os pais que tem meu caro, não é possível que você lute a favor d’Aquele-que-não-deve-ser-nomeado, não com certeza não, isso então pode significar que, sim, sim, talvez...


 


- Desculpe, senhor Olivaras, mas eu não estou entendendo – disse Lily temerosa.


 


- Lembro-me de cada varinha que vendi Sra. Potter e a fênix cuja pena compõe o núcleo da varinha do seu filho produz apenas outra pena, apenas mais uma. Digamos que a irmã da varinha de seu filho é uma varinha muito poderosa, na mão de um bruxo muito poderoso, terrível, mas poderoso. Isso talvez signifique que a esperança de muitos pode estar naquele que derrotar este bruxo, e eu só posso dizer que se há uma varinha capaz de se equiparar aquela é a que seu filho agora carrega.


 


 


 


- Cadê seu pai? – disse Lily, assim que saiu da loja do Olivaras. Talvez fosse pelo o que o velho senhor disse dentro da loja, que só confirmava ainda mais a profecia. Ou fosse porquê de repente estava começando a ficar frio e a escurecer, Lily não estava achando assim tão divertido o passeio pelo Beco Diagonal.


 


- Mamãe, esfriou de repente, ou é impressão minha? – perguntou Harry tremendo um pouco.


 


- Não, e eu não estou gostando nada disso. – disse Lily olhando para os dois lados da rua que estavam mais vazias do que quando entraram.


 


- Papai – disse Harry apontando para a loja a frente.


 


James saia carregando uma linda coruja branca e sorria como nunca, Sirius, Remo e Hagrid estavam ao seu lado e gargalhavam, mas pararam assim que viram a cara apreensiva de Lily.


 


- James, até que enfim, estava preocupada. -  disse a ruiva ainda olhando para os lados com cara de aflita.


 


- Relaxa meu amor. – disse James ainda sorrindo – E você, campeão, comprou sua varinha? Toma isso é seu – deu a coruja para Harry – Foi o Hagrid que escolheu.


 


- Obrigada, papai. – disse Harry feliz admirando a coruja.


 


- Esse tempo todo vocês compraram apenas uma coruja? – perguntou Lily.


 


- Eh, não, compramos as outras coisas que estavam na lista, é claro. – disse James apreensivo, olhando para Remo e Sirius que levantaram as sacolas com as compras. Ambos estranhamente estavam sorrindo timidamente.


 


- Sei – disse Lily – então podemos ir embora, já deu o que tinha que dar esse passeio.


 


- Claro, depois que tomarmos um sorvete no velho Florean Fortescue com Harry – disse James encarando o olhar preocupado da esposa – Ah, Lily um sorvetinho não fará mal a ninguém, não vamos demorar mais que quinze minutos. Harry nunca sai de casa.


 


- Ok, mas sejamos rápidos, não estou gostando desse frio repentino – sorriu fracamente Lily.


 


- Sirius, você conhece aquele garoto? – perguntou Harry apontando discretamente para o garoto pálido saído da sorveteria na hora em que eles estavam chegando.


 


- Hum, vejam se não é o jovem Malfoy – disse Sirius, não tão baixo assim – o que você quer com ele, Harry?


 


- Nada, é que eu encontrei com ele na loja da Madame Malkin – respondeu Harry – ele estava experimentando o uniforme do meu lado.


 


- E que você achou dele? – perguntou Sirius encarando o afilhado.


 


- Não gostei muito, pra falar a verdade – Harry olhou para Sirius que estava sorrindo.


 


- Achei que não tinha gostado – sorriu Sirius – o pai não é grande coisa, o filho também não deve ser.


 


- Quem não é grande coisa? – perguntou James


 


- Malfoy – respondeu Sirius indicando com a cabeça a família que vinha vindo na direção a eles.


 


Lucio Malfoy ainda não tinha visto o grupo, apesar de Hagrid ser bastante grande, mas é que Lucio estava entretido com alguma coisa que o filho carregava. O jovem Malfoy apontou para Harry e o pai olhou curioso e logo um rasgo de um sorriso apareceu em seus lábios e seus olhos faiscaram.


 


- Ah James, não devíamos estar aqui – disse Lily segurando na mão de Harry.


 


- Ele não fará nada, Lily – disse Remo tentando tranquilizar a amiga, mas segurando firmemente a sua varinha dentro do bolso – ele não vai querer machucar seu filho e nem se mostrar na frente de todo mundo.


 


- Remo tem razão – disse Sirius tirando a varinha e apontando para o Comensal que sorriu.


 


- Vejam se não é o traidor de sangue Potter, sua esposinha Sangue-Ruim e seu filhinho mestiço – disse Lucio – acompanhados da escoria de maior espécie – terminou ele olhando para Remo, Sirius e Hagrid.


 


- Não ouse chamar Lily assim – disse James apontando a varinha para o Comensal.


 


- Ora, vamos Lucio, estamos aqui com crianças – disse Remo tentando amenizar a situação – você com seu filho e nós com Harry. Não queremos que eles se machuquem.


 


 - Eu não falei com você escoria – disse Lucio apontando a varinha para o grupo enquanto sua Mulher abraçava o seu filho – Draco não se machucará. Quanto ao pequeno Potter, eu já não garanto.


 


O Beco Diagonal estava parado olhando Lucio Malfoy contra James, Sirius, Remo e Hagrid que também apontavam suas varinhas, Hagrid brandiu seu guarda-chuva, as duas mulheres estavam agarradas em seus respectivos filhos, Lily conseguiu erguer a varinha. Lucio fez um movimento rápido, mas ao invés de lançar um feitiço apertou seu indicador no antebraço onde estava marcado a negra, e gritou para mulher.


 


- Aparate rápido. – Gritou o Loiro para a esposa que acenou positivamente já girando em seus próprios pés.


 


Mal deu tempo de James gritar um feitiço e os três Malfoy desapareceram no ar.


 


- Lily, corre. Leve o Harry. – disse James.


 


Lily segurou Harry com uma mão e a varinha na outra, tentou aparatar mas não conseguiu, girou inutilmente no Beco, imaginou que já tinha sido posto um feitiço de aparatação. Lily então correu em direção ao Caldeirão Furado, mas um enxame de Dementadores veio em sua direção sugando no ar toda a felicidade que existia naquele beco. O pânico foi geral, jovens e adultos corriam de um lado para outro, os lojistas fechavam suas lojas, havia gente gritando desesperada. Comensais encapuzados começaram a chegar no Beco Diagonal. Lily havia perdido James de vista, até que ouviu:


 


- EXPECTO PATRONUM


 


Um cervo prateado rompeu e começou a correr pra tentar conter os Dementadores, junto vieram um cão e um lobo, isso pareceu despertar Lily que gritou e rompeu de sua varinha uma belíssima corsa prateada que se juntou aos outros patronos que afastavam os Dementadores.


 


- Lily, você está bem? – perguntou James a abraçando e jogando a capa da invisibilidade que ele carregava consigo sobre eles e ocultando Lily e Harry. A fumaça e a confusão eram tantas que ninguém parecia os ver onde eles se encontravam, todos os outros pararam ali, muito colados, desviando-se dos diversos feitiços que eram disparados.


 


- Estou, mas não tem como sair, estamos cercados – respondeu ela.


 


- Temos que abrir espaço – Remo e eu vamos à frente, vocês correm e salvam Harry. – disse Sirius nervoso.


 


- Não, eu abro espaço, Sirius você cuida deles pra mim. – disse James e antes que o amigo começasse a retrucar – não temos tempo para discutir, você é o fiel do segredo, se você morrer o segredo ficará vulnerável, Pedro viraria um dos fieis, não deixe que isso aconteça. Cuide de Harry pra mim.


 


- Não, James, não – disse Sirius.


 


- Cala a boca e me obedece. Hagrid você vem comigo? – disse James preocupado olhando para a multidão nervosa que os cercavam.


 


- Claro.


 


- E você, Remo, vem comigo?


 


- Adoraria Pontas, meu amigo. Mas acho que é tarde demais – disse Remo apontando pra as costas de James – Ele chegou!


 


- Voldemort! – Suspirou James.


 


Lá estava Voldemort, parado. O tempo pareceu parar junto com ele, no seu rosto ofídico estava à sombra de um sorriso, não passava de um rasgo, mas que era estranhamente satisfeito. James intuitivamente entrou na frente de Lily e Harry, Sirius levantou sua varinha e tentava não tremer, ao contrário de Hagrid que tremia ao seu lado, Remo postou ao lado de James e ergueu a varinha tentando proteger Harry e Lily. Havia dezenas de Comensais encapuzados rodeando o pequeno grupo.


 


- James. James. O Harry. Ele veio atrás do Harry! – disse Lily assustada.


 


- Prepare-se para correr, meu amor – disse James sussurrando – Sirius não somos páreo pra tantos, temos que proteger o Harry.


 


- Certo, meu amigo. Foi bom conhecer vocês – disse Sirius com certo prazer na voz. – Prontos para uma última luta?


 


- JÁÁÁÁÁÁ!! – gritou James.


 


Cinco feitiços foram disparados, e cinco baques foram ouvidos. O grupo tinha conseguido derrubar cinco Comensais. Sirius lutava com três comensais ao mesmo tempo, Remo travava uma luta feroz com mais dois, Lily tentava disparar feitiços que não denunciavam sua posição.


 


- Eu te amo, meu amor – disse James dando uma última olhada para onde Lily estava já encoberta pela capa – cuide da sua mãe pra mim Harry, e seja um grande bruxo, meu filho, seu pai te ama muito, ouviu?


 


- Papai... – disse Harry.


 


- James... – disse Lily chorando.


 


- Shiuuu, eu vou ficar bem, pelo menos vou tentar – sussurrou James interrompendo apenas para lançar um feitiço nas costas de um Comensal que passava – escutem, fujam assim que puderem, chamem a Ordem, avisem Dumbledore – e assim James correu para o meio da confusão para duelar com alguns Comensais.


 


A situação não era muito favorável, apesar de alguns Comensais caídos, outros com no mínimo uma costela fraturada graças a Hagrid que estava possesso pelo fato de alguém ameaçar a vida de seus protegidos, porém ainda havia grande número de Comensais. Remo estava machucado, Sirius estava inteiro e lutava ferozmente contra um encapuzado, James estava mais descabelado que nunca mais já se podiam ver grandes cortes no rosto e nos braços, sem falar de um olho roxo, ganho numa luta corpo a corpo no mais puro estilo trouxa contra um Comensal grandalhão que acabou sendo estuporado por Remo.


 


Os marotos e Hagrid estavam encurralados, Lily não podia fazer nada a não ser assistir e tentar tapar os olhos de Harry para que não visse machucarem o próprio pai, eles ainda estavam cercados, não tinha jeito algum de fugir.


 


- Quero eles vivos e conscientes – ordenou calmamente Voldemort.


 


Enfim os Comensais conseguiram segurá-los, dois pegaram James e apertavam seus braços nas suas costas, era preciso pelo menos quatro comensais, tal era a força que Sirius lutava para se desvencilhar de seus atacantes, Remo estava quase sendo enforcado por uma chave de braço de Macnair. Foram preciso que conjurassem fortes correntes para poder segurar Hagrid, que mesmo assim urrava.


 


- Potter, Potter – a voz potente de Voldemort se espalhou pelo Beco Diagonal – Você não precisa morrer, só quero saber onde está o garoto. Não quero derramar mais sangue puro. Vamos diga.


 


- NUNCA – e James cuspiu no chão na direção do Lorde das Trevas, os dois comensais que seguravam James deram uma pancada na cabeça dele.


 


- Hum, um típico Grinfinório, aprecio sua coragem Potter, mas entenda ela não te levara a nada agora – disse Voldemort calmamente – não tem saída, nem pra você, nem para seus amigos, sua mulher ou seu filho, seja lá onde eles estejam.


 


- VOCÊ NUNCA VAI PEGAR O HARRY, NUNCA VAI ENCOSTAR NELE – gritou James irado.


 


- É o que veremos Potter – sorriu Voldemort, e erguendo a varinha apontou para James – ONDE ESTÁ O GAROTO? Vamos diga!


 


- Já disse, NUNCA! – Responde James furioso ainda lutando para se soltar.


 


-Você que pediu, SOLTEM-NO – Voldemort ergueu a varinha e disse em alto e bom som, após que seus seguidores soltarem James – CRUCIO.


 


James urrou de dor. Sirius, Remo e Hagrid gritaram, tentando se desvencilhar dos comensais que os prendiam. Lily chorava com Harry mudamente, embaixo da capa.


 


- Você... Você... – arquejava James enquanto se levantava após Voldemort cessar o ataque – Você pode me torturar, pode até me matar, mas eu não te entregarei Harry. JAMAIS!


 


- Foi o que eu imaginei – disse Voldemort – CRUCIO.


 


James já estava preparado para sentir toda àquela dor novamente, mas sua espera foi em vão, o grito veio de outro lugar de outra pessoa. Voldemort atacara Sirius, que se contorcia e gritava.


 


- Vamos Potter, vai deixar seu amigo morrer de dor? – dizia Voldemort acima dos gritos de Sirius – É só me dizer onde ele está. VAMOS DIGA!


 


- Sirius – sussurrou James


 


- NÃO, JAMES. NÃO DIGA – gritou Remo – Proteja o Harry!


 


- CALE A BOCA – disse Voldemort e lançou um feitiço silencioso que agiu como uma chicotada no rosto de Lupin fazendo esguichar sangue por um corte fino e profundo.


 


 



No escritório.


 


- PARA MIM BASTA – disse ele se levantando da cadeira e seguindo em direção a porta – Não aguento mais, não sei como o senhor consegue ficar ai parado. Eu vou até lá.


 


- Não, fique onde está, vai denunciar sua posição. – disse o velho aumentando o tom de voz.


 


- Eu sei me virar, Dumbledore. – respondeu o homem rancoroso.


 


- Eu sei que sabe – disse o velho cansado – você é muito corajoso meu jovem, mas não há nada efetivo que possa fazer.


 


- Claro que há, eu posso salva-la! – disse ele sentando novamente na cadeira e colocando as mãos no rosto.


 


- A noite já está caindo... – disse enigmaticamente Dumbledore.


 


- Isso é que me preocupa, eles não deram notícias, ninguém sabe deles. Eu senti há minutos atrás a marca arder. O Lorde das Trevas deve estar lá, ele está lá. E quem sabe ele já não a matou. Não, não quero nem pensar nisso.


 


- Já reparou, meu caro professor, que hoje é o primeiro dia de lua cheia. – Disse Dumbledore ainda admirando a noite lá fora.


 


- E o que isso tem a ver? – respondeu ele asperamente – eu aqui preocupado com ela, com eles e você reparando na lua.


 


- Ah, tem tudo a ver – disse Dumbledore pensativo – tudo a ver.


 


O jovem pareceu não entender e olhou enojado para o velho professor, levantou-se de novo da cadeira e foi em direção a porta. Segurou a maçaneta e disse:


 


- Eu vou salva-la. Não adianta me impedir. – disse desafiando o diretor.


 


- Não, não farei isso. – respondeu Dumbledore resgnado - Pode ir se isso acalma seu coração.


 


- Posso? – o professor olhou incrédulo para o velho, ainda segurava a maçaneta.


 


Dumbledore assentiu, o homem virou a maçaneta e saiu encostando a porta vagarosamente, mas Dumbledore o interrompeu:


 


- Tome cuidado, Severo.


 


- Eu tomarei. – disse ele saindo do escritório.


 


 


 


 


 


- Vai ser preciso que eu mate algum de seus amigos Potter? – disse Voldemort ficando nervoso – Diga onde escondeu seu filho!


 


- Não direi! Nunca, já disse! – James tentava segurar as lágrimas que insistiam em cair ao olhar para o sofrimento de sirius.


 


- JAMES – gritou Sirius com a voz fraca – A lua...


 


Todos olharam para o céu escuro, de trás das nuvens surgia uma linda lua completamente redonda e brilhante, Remo olhou assustado para todos.


 


- É ISSO. Hoje é lua cheia! SIRIUS... – disse James deixando-se dominar pela esperança e com o olhar urgente para o amigo.


 


- Pode deixar... – Sirius sorriu maroto.


 


Tudo foi muito rápido, Remo começou a se transformar, os comensais assustados largaram ele, enquanto Voldemort gritava para que o segurassem. Sirius aproveitou a deixa, assim como James, e se transformou em um grande cachorro e James em um cervo, conseguindo assim se soltar dos seus atacantes. O cervo e o cão investiam contra os comensais, eles pensariam em Remo depois.


 


Agora a situação tinha mudado, os comensais entraram em pânico com o aparecimento de um Lobisomem adulto no meio deles, não conseguiam segurar em um cervo nem um cachorro. Porem um lampejo vermelhou veio na direção do cervo que com a galhada acertava quatro comensais de uma vez, apenas Lily viu o lampejo e lançou um feitiço forte desviando James da luz mortal, mas tal ato denunciou sua posição, que não passou despercebido por Voldemort.


 


Você-sabe-quem deslizou no meio do caos em direção da fonte do feitiço e riu abertamente quando sentiu entre os dedos o tecido sedoso da capa da invisibilidade, puxou revelando mãe e filho. Os olhos de Lily mostravam terror por ser descoberta e se postando entre Voldemort e o filho Lily abriu os braços e chorou implorando pela vida do filho.


 


- Harry não, por favor, não, me mate, mas não mate o Harry – choramingava ela.


 


Voldemort gargalhou.


 


- Você não precisa morrer menina, saia da frente.


 


- Não, o Harry não. Eu lhe imploro. Faço o que quiser, mas o Harry não.


 


- Você que pediu – sussurrou Voldemort levantando a varinha.


 


Tudo o que Lily viu foi um lampejo de uma luz ofuscante e alguém gritando desesperado por seu nome, sentiu-se caindo e seus olhos fecharam e tudo ficou mudo.

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Comentários (2)

  • Ana Marisa Potter

    Concordo com o artur não nos deixes muito tempo a espera. Adorei o capítulo como sempre.  Bjs e até ao próximo capitulo 

    2015-08-04
  • Arthur lacerda

    Muito Bom. Vai nos deixar apreensivos para saber o que aconteceu...

    2015-08-03
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