Harry Desaparecido



E já que hoje é primeiro de setembro, estamos em Hogwarts (exceto Harry, claro) segue um novo capitulo. Não antes do agradecimentos.


Ana Marisa Potter- Pobre Harry! James foi cruel com o pobrezinho! Obrigada pelo elogio ao capitulo, espero que goste deste também, é o meu favorito até o momento.


Arthur lacerda – Obrigada pelo elogio!! Infelizmente não consigo te responder sem revelar spoilers da história, mas fique tranquilo, Harry não será tão poderoso ou dotado em magia quanto Voldemort, o denivel será reparado com o desenrolar da fic.


Com relação aos feitiços, não sou muito boa para criar, mas tentarei seguir seu conselho. Este capitulo não achei oportunidade, quam sabe no próximo.


Obrigada pelas dicas, continue comentando e sinta-se a vontade em criticar ou sugerir algo!!


 


Obrigada, gente! Continuem comentando!!


Espero que gostem!


 


 


 


 


 


 


 


Harry Desaparecido


 


 


 


- Você não vai mais para Hogwarts. Sinto muito.


 


Harry ouviu aquilo sem acreditar, não era possível! Por que ele não poderia ir para a tão sonhada e esperada Hogwarts? Os pais lhe contavam sobre aquele lugar desde que era pequeno, Harry mal podia ver a hora de ir para lá.


 


- Pai... – disse Harry choroso.


 


- Sinto muito mesmo, Harry – disse James escondendo o pesar – mas eu e sua mãe conversamos, e depois de ontem, chegamos à conclusão de que o melhor é você ficar em casa conosco e...


 


- Mas pai, você prometeu. Eu quero ir pra Hogwarts, eu preciso ir pra Hogwarts. Não é justo – desabafou o menino.


 


- A situação mudou Harry – falava o triste James – depois de ontem, eu não posso me dar ao luxo de perder você de novo. Não quero, não posso deixar que nada te aconteça. Você compreende?


 


- A gente vai estudar em casa – disse Lily quando percebeu que o filho ia contra argumentar novamente – Seu pai e Sirius são ótimos em transfiguração, Remo pode ajudar com as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, posso pedir para Batilda Bagshot para lhe ajudar com história da magia, creio que ela não vai negar, afinal ela te adora, meu amor. E eu posso tentar te ajudar em feitiços e poções. Terá a mesma educação que os alunos de Hogwarts, não se preocupe.


 


- Mamãe, eu quero ir pra Hogwarts. Por favor. Porque eu não posso, afinal?


 


- Harry, será que você não percebeu o que aconteceu ontem. Voldemort está a solta. – disse James.


 


- Mas pai, você mesmo disse que Hogwarts é o lugar mais seguro que existe no universo.


 


- Eu sei o que eu disse, Harry – disse James sem paciência. Ele estava frustrado por não poder permitir que Harry fosse pra Hogwarts, ele queria poder deixar o filho ir, mas isso significava colocar a vida do menino e de outros alunos de Hogwarts em perigo – Esqueça isso. Nossa casa é mais seguro pra você.


 


- Por quê? Por que Voldemort quer tanto me matar? – Harry explodiu – Vocês sempre disseram que eu sou muito criança pra entender essas coisas, mas eu discordo. Quando era pequeno eu sempre quis ir brincar com as outras crianças na rua, mas nunca pude, vocês nunca me disseram o porquê, e eu fiquei quieto, acatava porque vocês são meus pais e sabem o que é melhor pra mim, mas eu cansei, papai. Quero saber por que Voldemort me persegue tanto? Por que eu sou tão protegido? Neville também vive sobre o feitiço Fidelius e não tem tanta segurança, ele vire e mexe está na casa da avó, ele sai, ele me disse que ele e os pais foram uma vez visitar um vilarejo trouxa, e olha que os pais dele são Aurores, ou seja, bem mais visados que nós.


 


- Harry... – tentou argumentar Lily.


 


-Não, mamãe, eu até concordo em não ir pra Hogwarts, desde que você me contem o motivo de Voldemort querer tanto me matar.


 


- Harry, você é muito novo, meu amor – Lily tentou se aproximar do filho, mas foi repelida com um olhar furioso dele – Um dia você vai entender e vai descobrir que tudo é para o seu bem.


 


- Não, mãe. Eu nuca vou crescer o suficiente... – respondeu o frustrado Harry fazendo Lily chorar – Pai, por favor...


 


- Não Harry. Sua mãe já disse – disse James sem encarar o menino e indo amparar Lily.


 


- Sirius, você é único que me entende – disse o menino para o padrinho que até agora se mantinha calado – Por favor, Sirius, convença meus pais.


 


- Não posso, Harry – disse Sirius achando um fio que saia da manga de seu casaco muito interessante – Seus pais estão certos, é mais seguro você ficar e...


 


- Não acredito. Vocês são... são... – o menino chorava desesperado.


 


- Nós só queremos o seu bem, meu filho – disse James encarando o filho com insistentes lágrimas rolando pela face, fato esse que Harry se quer percebeu devido a sua ira – Já decidimos, agora vá para a sua cama, amanhã vamos cedo para Godric’s Hollow.


 


Harry saiu pisando duro, com os punhos cerrados, sem encarar os pais e o padrinho. Entrou no quarto batendo a porta e gritando de raiva, deu um chute no criado mudo, mas que não ajudou em muita coisa, afinal agora, além da raiva ele tinha uma baita dor no pé.


 


A noite estava clara, a lua cheia no céu iluminava o quarto todo, Edwiges olhava para o dono empoleirada no beiral da janela, aparentemente esperando Harry chegar para ter certeza se estava liberada para caçar. Harry olhou para ela e disse vagamente.


 


- Ah, eu vou para Hogwarts, eles vão ver.


 


Abriu o criado mudo e pegou sua pena, a tinta e um pedaço de pergaminho e se pôs a escrever, quase furando o pergaminho de tanta raiva. Ao terminar encarou- se no espelho, seus olhos estavam mais verdes do que nunca, ele se imaginou com as vestes de Hogwarts, com as vestes de Quadribol. O menino olhou para a pilha de presentes que ele havia ganho, em cima a vassoura de Sirius e a capa do pai. O que adiantava ter tudo aquilo se ele não fosse para Hogwarts, e tomando a decisão amarrou a carta nos pés de Edwiges.


 


- Voe o mais rápido possível, e espere uma resposta, se ele estiver dormindo bique ele até que acorde – o menino não estava muito crente que a coruja ia lhe entender, mas continuou – Volte rápido, ainda essa noite.


 


Edwiges lhe piscou significativamente e voou, Harry acompanhou ela até que desaparecesse no horizonte e voltou para quarto e juntou suas coisas, abriu uma mochila que tinha ganho de Emelina Vance, ela era magicamente enfeitiçada para caber o dobro de seu volume aparente, e colocou seu uniforme e livros com cuidado, não tinha roupas, mas pouco ligou, isso ele poderia arranjar depois. A varinha ele guardou com carinho no bolso do casaco, colocou a vassoura em cima da cama e a capa ele segurou nos braços. Estava pronto, só faltava Edwiges.


 


Harry sentou-se na cama para esperar sua coruja, já passava das onze da noite. O menino mal poderia esperar, o que ia fazer era muito arriscado, se fosse pego por seus pais seria pelo menos uma eternidade de castigo, mas se fosse pego por Voldemort, Harry sentia que algo bem pior poderia acontecer.


 


O menino acabou adormecendo completamente torto na cama.


 


Quando subiu Lily foi até o quarto do menino para ver se ele dormia tranquilo, chegou até a segurar a maçaneta, mas desistiu, se Harry acordasse ele poderia brigar com ela de novo, e tudo que Lily queria agora era dormir em paz, amanhã seria um dia cheio, então ela acabou indo para o quarto que estava ocupando com James.


 


Harry acabou acordando com leves bicadinhas em sua orelha, quando olhou viu Edwiges orgulhosamente parada lhe estendendo a pata para que tirasse o pergaminho que estava lá. O menino retirou eufórico a carta fez um breve carinho na coruja que foi esperar na janela aberta se o dono teria mais um missão para ela hoje.


 


Harry olhou no relógio e viu que eram quase três da manhã, Edwiges deve ter ido muito rápido. O papel era o mesmo da carta que ele tinha mandado. Harry releu o que escreveu.


 


 


 


Rony,


Meus pais não vão deixar eu ir pra Hogwarts, tentei de tudo, mas eles não me disseram exatamente o porquê e nem que me deixariam ir.


Posso ficar na Toca por uns dias, até o expresso sair? Mas sua mãe não pode saber, muito menos seu pai.


Por favor, você é a minha única esperança. Caso a reposta for positiva, me espere ainda hoje.


 


Harry


 


 


 


E virando a carta encarou a letra torta de seu amigo.


 


 


 


Harry,



Essa sua coruja é meio maluca, to todo bicado!


Eu não acredito que seus pais não vão deixar você ir, como que eu vou fazer sem você lá. Neville não é bem, digamos, ah você sabe neh! E tem a Granger, céus eu não consigo aturar aquela menina, não sei como você consegue.


Você tem que ir pra Hogwarts, é claro que você pode ficar aqui em casa, a gente dá um jeito da mamãe não perceber que você ta aqui, você pode ficar no sótão com o vampiro, ninguém vai lá.


 


Mas como você vai vir, Harry?


 


Rony


 


 


 


Harry sorriu, pegou sua carteira com todo o dinheiro que tinha juntado para levar pra Hogwarts e pôs no bolso. No resto de pergaminho deixou um pequeno bilhete para a mãe, pois sua intenção não era assustá-la achando que ele foi sequestrado. Colocou a mochila nas costas, fez um pequeno carinho na sua coruja e lhe disse.


 


- Vou estar na Toca, mas quero que você fique aqui, não vá atrás de mim.


 


Edwiges bicou carinhosamente sua mão e voou para caçar alguns ratos. Harry jogou a capa da invisibilidade sobre si e se certificou que ela cobria todo o seu corpo com folga sem fazer barulho abriu a porta do quarto e em muito silêncio ouviu atentamente para ter certeza que todos estavam dormindo. Ouviu um sonoro ronco de Sirius, serviria para abafar a sua fuga. Fechou novamente a porta, e olhou pela janela abaixo, ele estava no terceiro andar, se ele caísse não seria muito agradável. Pegou a vassoura e engoliu a seco, ele não sabia voar, nunca aprendeu, confiou apenas na intuição.


 


Subiu no parapeito ainda olhando para baixo, pôs os pés sobre a vassoura como tinha tantas vezes vistos os jogadores de Quadribol em fotos do Profeta Diário, sorriu, ele não iria tão longe na vassoura, mas já era alguma coisa.


 


Deu um impulso e voou, foi a coisa mais incrível que Harry já tinha sentido, ele montado na brisa morna da noite. A capa tremulava ao seu lado, o menino achou que duas esquinas eram suficientes e desceu meio triste pelo passeio acabar tão rápido. Harry voou da janela do quarto onde estava dormindo, até dois quarteirões depois da Ordem da Fênix. Desceu sorrindo e olhando a distância que tinha percorrido em tão pouco tempo, decididamente ele adorou voar e pela primeira vez ficou realmente triste de não poder jogar Quadribol no primeiro ano.


 


- Já será uma sorte ir para Hogwarts – disse o menino para si mesmo – Quem dirá jogar Quadribol.


 


O garoto de onze anos pegou sua varinha nova e não antes de guardar sua Nimbus 2000 na mochila magicamente estendida, ergueu o braço direito em direção à rua, em questões de minutos um ônibus roxo berrante de três andares surgiu derrapando conseguindo de fato parar a três milímetros do braço do menino. Do ônibus desceu um rapaz com grandes orelhas de abano e muitas espinhas no rosto.


 


- Bem vindo ao Nôitebus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a mão da varinha, subir a bordo e podemos levá-lo aonde quiser. Meu nome é Stanislau Shunpike, Lalau se preferir, e serei seu condutor por essa noite. – o rapaz olhou para o sorridente menino parado a sua frente e levantou uma sobrancelha – Você não é meio novo pra andar por ai sozinho?


 


- É que... – Harry hesitou – eu vim para a festa de aniversário de um amigo meu e minha mãe falou para eu voltar de Nôitebus. – o menino mentiu na maior cara lavada. Harry sabia da existência desse ônibus, mas achou melhor verificar – Você pode me levar pra qualquer lugar? Qualquer lugar mesmo?


 


- Claro – respondeu Lalau – Desde que seja em terra, obviamente. Embaixo da água é imprestável – o rapaz bateu na lataria do ônibus – Então aonde você quer ir?


 


- Quanto custa para me levar até Ottery St. Catchpole?


 


- Quinze Sicles, mas por dezoito você ganha um chocolate quente e por vinte um saco de água quente e uma escova de dente da cor que quiser.


 


Harry sorriu, tinha se alimentado bem na sua festa, mas escolheu com chocolate quente, quem sabe quando ele poderia tomar café da manhã n’A Toca. Deu o dinheiro para Lalau e contou e deixou o menino entrar.


 


- Qual é mesmo o seu nome? – Lalau perguntou intrigado.


 


- É... Neville... – o menino parou não podia dar o seu verdadeiro nome, seria muito arriscado, seus pais poderiam descobrir – Neville Longbottom – completou o menino achando melhor usar o nome de seu amigo.


 


- E você mora em Ottery St. Catchpole, Neville Longbottom? – Perguntou o rapaz sorridente.


 


- Moro, com uma prima, sabe – Harry achou melhor fingir que tinha ligação com os Weasley por que se não a história ia ficar complicada – Sabe, por uns tempos, até a gente se arranjar.


 


- Ah, sei... – disse Lalau sorrindo, na realidade fora o fato de um menino aparentemente com onze anos estar às três e meia da manhã no meio da rua, nada mais chamou a atenção de Lalau.


 


O rapaz levou Harry para dentro para uma cama perto da cadeira do motorista. Nos criados mudos haviam velas, uma bruxa dormia sonoramente nos bancos de trás. Harry sentou-se na cama sorrindo, ele estava livre e tinha sido tão fácil.


 


- Esse é o Ernesto Prang – disse Lalau apontando para o motorista idoso que usava grandes óculos fundo de garrafa – Ernesto esse é o Neville Longbottom, ele vai para Ottery St. Catchpole. Manda a ver Ernesto.


 


Ouviu-se um grande estampilho e Harry foi atirado para frente, o chocolate quente que lhe foi entregue derramou na sua roupa queimando o seu antebraço que estava descoberto. Harry ouviu um barulho muito estranho nos andares de cima. O ônibus passava rápido por ruas que Harry nunca tinha visto na vida, o que não era muita novidade, pois ele quase não saia de casa e se saia era sempre via flu ou chave de portal.


 


- Onde estamos? – o menino perguntou olhando pela janela.


 


- Acho que em algum lugar da Irlanda do Norte – disse Lalau – Não é, Ernesto?


 


O motorista assentiu e depois parou bruscamente.


 


- Vá acordar a Sra. Bennet, já chegamos em Lisburn.


 


Lalau saiu atravessando o ônibus e subiu por uma escadinha escondida no fim do ônibus, dois minutos depois desceu com uma senhora idosa que manquejava e praguejava, reclamando que ninguém tinha pena dos seus pobres nervos. Lalau a acompanhou até o último andar jogou seu malão e bateu a porta na cara dela. O ônibus voltou a andar.


 


- Temos mais dois passageiros e depois é você Neville. – disse Lalau contente – Você não acha que é meio perigoso para o garoto como você sair sozinho a noite em tempos como esse?


 


- Talvez – disse o menino.


 


- Ahh – sorriu Lalau – Aonde você pretende ficar? No vilarejo mesmo?


 


- Não, na casa da minha prima – disfarçou o menino – A Toca.


 


O menino pensou em quantas mentiras já tinha contado, mas era preciso para que o cobrador não desconfiasse, mas olhando bem para ele Harry duvidou que ele de fato desconfiasse da sua história. Lalau assobiava contente, enquanto o Nôitebus corria, cortando os carros, passando em cima das calçadas fazendo com que postes e muros se desviassem da rota do ônibus. Com o tempo Harry foi o único passageiro que sobrou no Nôitebus e logo Harry pode deslumbrar as colinas que faziam parte do horizonte d’A Toca.


 


O ônibus parou derrapando na frente do portão que levava ao quintal desarrumado e cheio de gnomos d’A Toca. Harry desejou que ele não tivesse feito tanto barulho.


 


- Pronto, Neville – disse Lalau sorrindo – Chegamos.


 


- Obrigado – Harry desceu e viu o Nôitebus desaparecer na escuridão.


 


A Toca estava como sempre, torta e calma, talvez houvesse feitiços de proteção, mas Harry achou que como conhecido da casa eles não funcionasse com ele. Respirando fundo o menino entrou pelo portão e segurando a respiração esperou achando que algo aconteceria, mas logo ele foi tomado pelo alivio e soltou o ar. Nada aconteceu. O menino chegou perto da casa silenciosamente, a única coisa que ouvia era o ranger das paredes tortas da casa.


 


O menino abriu vagarosamente sua mochila e tirou a Nimbus 2000 e subiu nela. Tinha ido dezenas de vezes no quarto de Rony, contou as janelas e identificou onde o amigo estava dormindo, subiu na vassoura enquanto voava silenciosamente e se aproximava da janela que dava ao quarto de Rony, Harry pensou quantas falhas tinha tido o plano dele, por pura sorte e só por isso ele não tinha sido pego.


 


Harry olhou para dentro da janela e viu uma massa de cabelos ruivos espalhados no travesseiro embrulhados em um cobertor laranja iluminado pela luz da lua cheia. Harry bateu na janela, mas Rony se quer se mexeu. Harry praguejou silenciosamente, tinha esquecido do sono pesado do amigo, bateu mais sonoramente o que, felizmente fez Rony despertar e procurar no quarto motivo do barulho, vendo que ele não tinha olhado para a janela ainda, Harry bateu mais uma vez e acenou para um Rony espantado.


 


- Como você... – começou Rony olhando para o amigo e abrindo a janela para que ele pudesse entrar – Você veio voando desde Londres?


 


- Não – disse Harry abrindo um sorriso – Não saberia chegar aqui voando. Vim de Nôitebus Andante.


 


- Uau – disse Rony assoviando baixinho – Ninguém te viu?


 


- Acho que não, mas é melhor a gente ficar quieto por que já vai amanhecer e daqui a pouco seus pais vão acordar.


 


Rony concordou e pegou uma cama de armar e montou no seu quarto.


 


- Mamãe não costuma vir aqui de manhã, só depois do almoço quando ela vem inspecionar meu quarto pra ver se está arrumado, mas acho que é melhor você se cobrir com sua capa, assim é mais seguro. Amanhã eu te acordo e você vai para o sótão, não é muito cheiroso lá, mas acho que dá para aguentar até setembro.


 


Harry concordou e deitou agradecido, cuidando para que a sua capa lhe cobrisse por inteiro. E adormeceu instantaneamente, feliz, pois tinha conseguido pelo menos uma chance de ir para a tão sonhada Hogwarts.


 


 


 


 


 


Lily levantou juntamente com os primeiros raios do dia, não tinha dormido muito bem, não gostava de brigar com Harry, no fundo ela sabia que o filho estava certo em ficar frustrado, ela também teria ficado, mas era para o bem dele. Lily levantou e foi para o banheiro deixando o marido adormecido na cama, merecidamente. James tinha demorado a dormir ontem, Lily sabia que ele devia estar se sentindo muito mal por não poder permitir que o filho desfrutasse de um mínimo de liberdade que era ir pra Hogwarts. Nas dezenas de vezes que ela acordou durante a noite ela viu o marido de olhos bem abertos olhando para a porta em silêncio, algumas vezes ela poderia até jurar que viu algumas lágrimas descendo pelo rosto de James.


 


Ela achou que ouviu alguns barulhos à noite, mas devia ser apenas a sua imaginação afetada pela situação tensa dos últimos dias, quem sabe até dos últimos anos. Lily lavou o rosto e encarou seus próprios olhos verdes no espelho e se lembrou de Harry, com pesar ela pensou na tristeza que seria pro filho ver os amigos indo para Hogwarts e ele tendo que ficar em casa.


 


- Um dia ele vai entender – disse Lily baixinho para si mesma – ele tem que entender.


 


A ruiva saiu pelo quarto fechando a porta com carinho para não acordar o marido, ela ia descer para fazer um café da manhã antes que eles partissem de volta para Godric’s Hollow, mas ao olhar para a porta onde Harry estava não resistiu em inspecionar o filho dormindo. Lily abriu a porta vagarosamente, deixou apenas uma fresta suficiente para colocar a cabeça.


 


- JAMESS!


 


O quarto estava vazio, a cama estava ainda forrada com colcha, mas estava enrugada e desarrumada. A coruja branca estava empoleirada no beiral da janela com a cabeça por entre a asa. A janela escancarada deixava a luz do sol entrar. Não havia nada no chão, nenhum dos livros ou presentes. Nada.


 


Lily gritou mais uma vez por James e entrou no quarto deixando as lágrimas rolarem pelo seu rosto.


 


James veio derrapando pelo corredor a fora, com a varinha em punho e colocando os óculos no rosto e deparou com sua mulher no quarto de Harry. O homem entrou correndo no quarto encarando as costas tremulas da mulher e olhando ao redor para tentar assimilar o que havia de errado, mas tudo parecia normal.


 


- Que foi, Lily? – perguntou James ainda encarando as costas da mulher.


 


Lily se virou e James pode ver seu rosto manchado pelas lágrimas da esposa, ele tentou ler nos olhos dela o que tinha acontecido, mas não conseguiu. Ele ainda estava atordoado por ter sido acordado pelo grito de sua mulher. Ele repetiu a pergunta e esperou pela resposta de Lily.


 


- Harry – disse Lily tremula começando outra torrente de choro – Harry sumiu...


 


 


 


 


 


- Vamos Harry, acorde.


 


O menino viu a luz do sol entrar pela janela e forçou seus olhos a acostumar com a luz e procurou tateando pelos seus óculos e assim que os achou os colocou no rosto.


 


- Que foi? – perguntou o menino quando conseguiu identificar o rosto sardento de Rony.


 


- Vou descer - disse o ruivo – Tomar café, acho melhor você subir para o sótão. Eu trago algo pra você comer. Pegue suas coisas e suba. Fique com a capa por via das dúvidas.


 


Harry fez o que o amigo falou, ajeitou sua mochila no ombro, guardou a cama de armar e subiu para o sótão onde ficava o velho vampiro da família, o cheiro de fato não era nada agradável e Harry agradeceu de não ter tomado café ainda. Mas sentou-se contente, embrulhado na capa de seu pai, pois ele iria pra Hogwarts em menos de um mês.


 


 


 


 


 


James correu o máximo que pode, desceu aos tropeços a escada. Ele tinha deixado Lily sozinha no quarto, enquanto isso ele foi procurar o filho em todos os cantos da Ordem, ele entrou na sala gritando.


 


- HARRY! – gritou – Cadê você, meu filho?


 


Olhou em baixo da mesa, atrás do sofá, no armário embaixo da escada. Vasculhou cada milímetro da sala, desesperado. Foi em direção a cozinha, mas não achou ninguém. Foi para o rol de entrada olhou, abriu a porta, mas a rua estava deserta. Desesperado James subiu e olhou Lily ainda parada abraçada ao travesseiro de Harry e olhando para a janela aberta.


 


- Lily, ele não está lá em baixo, mas deve estar em outro quarto, vou procurar – disse James tremulo – ele tem que estar aqui, tem que estar...


 


- Ele não está aqui, James – disse Lily secamente, e encarando o marido terminou – ele fugiu.


 


- Ei, que gritaria é essa? – Sirius entrou no quarto – Vocês me acordaram. O que aconteceu?


 


- Harry, desapareceu – respondeu James – Não sabemos onde ele está.


 


- Procuraram ele lá em baixo? – perguntou Sirius preocupado.


 


- Aham. – respondeu James começando a entrar em pânico de novo – Em todo lugar, até dentro dos armários eu procurei.


 


- Ele fugiu – disse Lily em completo estado de choque entregando o bilhete que ela tinha achado no chão do quarto.


 


James leu.


 


“Vou para Hogwarts. Sinto muito.”


 


- Como assim fugiu? Ele não pode fazer isso, não sabe usar magia, ele não tem como fazer isso, a não ser que... – Sirius parou no meio e deu um tapa na cabeça desesperado – A vassoura...


 


- Que vassoura? – disse James irritado


 


- A vassoura que dei a ele de presente de aniversário – disse Sirius entrando em desespero e indo em direção a janela para se certificar que o afilhado não estava estatelado no quintal – Ele deve ter pegado a vassoura e fugiu voando.


 


- Ah, não acredito – disse James também dando um tapa na cabeça – A capa! A capa da invisibilidade, ele deve ter posto a capa para que ninguém o visse. Nós demos todas as ferramentas para ele fugir.


 


James sentou desolado na cama, passando a mão sobre os fios rebeldes de seu cabelo. Sirius verificava o céu de minuto a minuto, como se esperasse o afilhado voltar arrependido. Lily chorava silenciosamente abraçada ao travesseiro do filho. Vários minutos se passaram sem que a cena sofresse qualquer alteração.


 


- Ei, tem alguém em casa? – Alguém gritou do andar de baixo.


 


Sirius foi o primeiro a se recuperar e foi em direção a porta para ver quem era. E com um certo desapontamento verificou que era Remo.


 


- Estamos aqui em cima – Sirius disse.


 


Remo subiu as escadas intrigado. Estava cansado, tinha sido uma transformação difícil, como todas as outras, mas nada lhe trazia mais alegria do que chegar na Ordem e ver os amigos lhe dando apoio, sempre com um sorriso. Dessa vez ele tinha chegado e não encontrado ninguém na sala ou na cozinha, como de costume. O que era um fato estranho, já que ele havia combinado com James que eles esperariam ele chegar pra fazer companhia na guarda de Harry até Godric’s Hollow.


 


- O que aconteceu com vocês? – disse um sorridente Remo por constatar que seus amigos estavam em casa – Ressaca de ontem? Confesso que fiquei meio desapontado com a sua recepção, Almofadinhas. Não que eu esperasse uma festa e fogos de artifício, mas você não costuma me receber assim. – Remo sorria, mas verificou que não era correspondido. Analisando as marcas de choro nos rostos de James e Lily e a súbita ausência de Harry, Remo parou de sorrir, mas o que mais o preocupou foi a cara séria de Sirius, isso não era um bom sinal – O que aconteceu?


 


- Harry fugiu – Sirius disse.


 


- Como assim fugiu? Ele não sabe nem andar por ai sozinho. – respondeu Remo preocupado.


 


- A gente acha que foi com a vassoura que eu dei de presente pra ele – disse Sirius apontando pra si mesmo – e com a capa da invisibilidade de James.


 


- Mas pra onde? – perguntou Remo indo verificar a janela – E por quê?


 


- Ele fugiu... Por que a gente proibiu ele de ir para Hogwarts. – disse Lily desesperada – é tudo minha culpa...


 


- Vocês o proibiram de ir para Hogwarts? – perguntou o incrédulo Remo.


 


- Você queria o que, Remo? Depois daquela noite, não podemos deixar Harry se arriscar. – disse James triste.


 


- Mas não era obvio que ele iria fugir? – perguntou Remo


 


Todos olhavam para a cara dele incrédulos.


 


- Como assim? – perguntou James meio bravo.


 


- Ora, Pontas, sinceramente. Você chega para o seu filho de onze anos e diz que ele não vai mais para Hogwarts, coisa pela qual ele esperou a vida inteira pra fazer. Diz isso pra ele fazendo ainda um mês para o Expresso sair, tempo suficiente para ele arquitetar um plano pra poder ir para Hogwarts. E para piorar você ainda dá de presente a sua capa da invisibilidade e uma vassoura. Francamente, era de esperar que o menino tomasse uma atitude dessa.


 


- Ele não precisava fugir. Eu... – disse James tentando argumentar.


 


- James, o que você faria se estivesse no lugar de Harry? – Remo olhou bem para o amigo que olhava para o chão – Diga sinceramente.


 


- Eu fugiria de casa.


 


 


 


 


 


 


 


- Até que enfim – disse Harry descendo a escadinha.


 


- Não reclama não – disse Rony sorrindo – Foi jogo duro distrair a mamãe. Toma, trouxe umas torradas pra você.


 


- Obrigado – disse Harry – Alguém desconfiou de alguma coisa?


 


- Não – disse Rony pensativo – Gina apenas disse que eu sou um guloso, mas eu respondi que estou em fase de crescimento e ela aceitou – Rony ficou olhando o amigo devorar as torradas – Harry, você não acha que aqui é o primeiro lugar que seus pais vão achar que você está?


 


- Aham – respondeu Harry engolindo a última torrada – Mas é só você fingir que eu não estou aqui.


 


- Você sabe que eu não sou muito bom em mentir – disse o menino consciente que suas orelhas sempre ficavam vermelhas quando ele mentia.


 


- Vai de boné – disse Harry pensativo – Não vai ter problemas, meus pais vão achar aqui muito obvio, provavelmente vão me procurar nos Grangers e nos Longbottons, não se preocupe.


 


- Se você acha...


 


 


 


 


 


 


 


- Então para onde você acha que ele iria – perguntou James


 


Remo ficou pensativo, todos tinham se encaminhado para a cozinha para tentar pensar melhor. Lily tentava fazer um café, mas era inútil, pois suas mãos tremiam e derrubavam água por toda a parte.


 


- Bem – Sirius disse – Quando eu fugi de casa eu fui para a casa do Pontas, o meu melhor amigo.


 


- Ótimo – Remo disse empolgado – E quem é o melhor amigo de Harry?


 


- Rony – disse James – É isso, ele adora A Toca, ele deve ter ido para lá. Vou atrás daquele moleque, e ele vai ver só.


 


- Calma, James! – disse Remo – Ele pode estar na casa dos Granger, afinal ele é amigo da Hermione, também.


 


- Ou dos Longbottom – disse Sirius – Ou até em Godric’s Hollow. Faz sentido ele ter voltado para casa.


 


- Ok. Então já que a gente definiu aonde ele pode ter ido a gente pode procurar por ele – concluiu Remo levantando-se da cadeira energicamente – Eu posso ir para a casa dos Longbottom, James você procura n’A Toca, Lily nos Granger e Sirius vai para Godric’s Hollow.


 


- Certo! – disse Sirius se levantando também – Se não encontrarmos nada voltamos para a Ordem e se encontrarmos...


 


- É melhor que não seja eu que o encontre – disse James bravo – Por que ele vai ver só.


 


- James! – disse Lily assustada.


 


 - Não seja idiota, James – tentou apaziguar Remo – Você não vai fazer nada. Se achar o Harry, traga ele para Ordem e quando você estiver de cabeça fria você vê o que faz.


 


 


 


 


 


- RONY – a Sra. Weasley chamou – O Sr. Potter quer falar com você, venha cá!


 


Os dois garotos que estavam no meio de uma partida de xadrez de bruxo se olharam nervosos. Rony engoliu em seco e Harry ficou estranhamente silencioso.


 


- Corre, Harry, vá para o sótão – sussurrou Rony desesperado – Se esconda com a capa e fique quieto.


 


Harry subiu as escadinhas e olhando para o amigo que já saia sussurrou:


 


- Não esquece o boné!


 


Rony apanhou o boné e desceu correndo as escadas, pois sua mãe, já nervosa, o gritava novamente.


 


 


 


- Rony, você sabe do Harry? – Perguntou James nervoso e com pouca paciência.


 


- O Harry? – disse Rony na maior cara lavada – O que tem ele?


 


- Fugiu de casa – disse James no meio de uma expressão de susto da Sra. Weasley – Você sabe se ele veio para cá? Se, por acaso, ele te escreveu alguma coisa contando para onde ele iria? Algo do gênero?


 


- Não, Senhor Potter – as orelhas de Rony estavam da cor de seu cabelo, mas o boné laranja dos Chudley Cannons tapava boa parte delas, James pareceu não notar esse detalhe incriminador.


 


- Ele não veio para cá, eu teria visto – disse a Sra. Weasley preocupada


 


- Ele está com uma capa da invisibilidade, Molly – disse James frustrado – Tem certeza, Rony, que ele não mencionou nada?


 


- Tenho. O senhor já verificou na casa dos Granger ou do Neville?


 


- Lily e os outros estão procurando. Mas eu tenho certeza que ele viria para cá – James desconfiado olhava para todos os cantos da sala de estar onde eles estavam acomodados.


 


Percebendo isso e conhecendo Rony como ela conhecia, Molly resolveu oferecer para que ela e o senhor Potter olhassem por toda a casa, a começar pelo quarto do Rony.


 


- Não repara na bagunça. A casa é simples – ia dizendo ela enquanto subia as escadas com O Sr. Potter logo atrás e Rony um pouco a frente.


 


- Não se incomode, Molly – respondeu James – Desculpe a minha invasão, mas você deve entender – ele olhou significativamente para ela.


 


- Eu entendo, faria a mesma coisa se fosse com um dos meus filhos – e chegando ao andar olhou para Rony – É bom ele não estar aqui escondido, se não você vai ver só Ronald Weasley.


 


Eles entraram no quarto de Rony, a decoração laranja viva chegava a irritar os olhos por causa da forte luz do sol que invadia o quarto. James olhou para o chão e viu o jogo de xadrez de bruxo interminado, olhou em cada ponto do quarto, colocando a mão, como se procurasse algo invisível.


 


- Quem estava jogando xadrez com você, Rony – disse ele despreocupadamente encarando o menino.


 


- Bem, eu – Rony pareceu gaguejar um pouco, mas Graças a Merlin teve jogo de cintura – Eu pratico sozinho às vezes.


 


James olhou para Molly para confirmar a informação, a ruiva senhora assentiu, várias vezes tinha visto o filho praticando sozinho jogadas elaboradas. James continuou vasculhando o quarto com as mãos, quando se deu por vencido olhou para o teto e seu olhar maroto, acostumado com esconderijos deparou com a entrada para o sótão.


 


- O que tem ali, Molly? – disse ele indicando a porta.


 


- O sótão. O velho vampiro mora ai, não tem como se esconder, o cheiro é insuportável.


 


- Posso? – disse James indicando a portinha, sem acreditar muito que não se poderia esconder ali, ainda mais se tratando de seu filho.


 


- Claro – disse ela dando de ombros.


 


O pequeno porão estava aparente vazio, mas um grunhido fez James se virar e dar de cara com o velho vampiro fétido, que ocupava aquele local, James olhou para o chão, o pó se acumulava, porém alguns pontos estavam remexidos, parecia que recentemente alguém estivera ali. James sorriu interiormente, seu filho era esperto, isso ele podia admitir, mas não tanto quanto ele, maroto por profissão. James seguiu o rastro visível pela ausência de pó e tateou inutilmente contra a parede, não havia nada e nem ninguém lá. O vampiro grunhiu novamente, James olhou. Sentia-se frustrado, tinha certeza que o filho estaria n’A Toca. Onde ele teria ido então?


 


James começou a ficar preocupado, muito mais preocupado do que estivera quando Lily o chamou gritando naquela manhã, mais preocupado do que tivera de fato na vida. E se o filho tivesse se perdido tentando chegar a um lugar conhecido? E se ele tivesse caído da vassoura? E se... Não, James não queria pensar nisso... Mas era inevitável. E se Voldemort o tivesse capturado? Essas horas, Harry poderia estar morto!


 


James não ouviu a Sra. Weasley convidá-lo para olhar os outros cômodos, James saiu do apertado Sótão e desceu as escadas com Molly e Rony em seu encalço. Parou para pegar seu casaco no cabideiro e com um frio: “Obrigado, Molly. Desculpe qualquer coisa.”, James saiu


 


 


 


Harry ouviu a voz do seu pai. Diferente do que imaginava que seria, não era aflita, quanto há duas noites, a voz dele era convicta, como se ele tivesse certeza que Harry estaria ali. O menino estremeceu, seu pai sabia mais dele do que imaginou, como ele não pensou que James Potter, um dos maiores criadores de caso de Hogwarts, não saberia onde seu filho estava. Harry engoliu quando seu pai perguntou a Sra. Weasley se podia entrar no sótão, a veias do menino gelaram, ele tinha ido tão longe para ir para Hogwarts, não podia se entregar agora. O menino pulou o mais silenciosamente possível para trás do velho vampiro, atrás da espécie de ninho onde ele dormia, o grunhido do vampiro e o barulho que o pai fez ao abrir a portinhola disfarçou o barulho do salto do menino.


 


Harry ficou observando seu pai olhar para o chão, a cara assustada de Rony que aparecia pela porta ficou completamente vermelha quando os seus olhos fitaram exatamente o que James Potter tanto olhava no chão. Harry percebeu o fato e também olhou para onde o pai olhava e viu a falta de pó ocasionada por sua estadia naquele lugar. O menino não pode deixar de vislumbrar, a pouca luz, certo sorriso nos escapando dos lábios do pai. James tateou até chegar a parede, foi a vez de um sorriso escapar dos lábios de Harry. Porém logo esse riso se apagou, Harry viu o rosto do pai se contorcer, uma lagrima solitária brotou do olho direito de James, Harry engoliu em seco. O vampiro grunhiu novamente, e James olhou para ele, na verdade Harry achou que o pai olhava exatamente para seus olhos, apesar de saber que a capa lhe ocultava o menino não pode evitar de tremer, os olhos pais diziam qualquer coisa menos de que o menino seria perdoado tão fácil. Assim James se foi, levando consigo os Weasley, mas por estranho que pareça Harry não suspirou aliviado, e pela primeira vez desde que fugiu, o menino pensou se aquilo tinha sido, de fato mesmo, uma boa ideia.


 


 


 


- Caramba, Harry – disse Rony meia hora depois – Achei que seu pai ia te pegar, quase morri. Não sei como ele não te achou, cara.


 


- Eu pulei para trás do vampiro quando eu ouvi a voz dele – disse tristemente Harry – Ele ficou muito desapontado?


 


- Uhum. Nunca vi o Sr. Potter assim, nem mamãe entendeu, depois que ele desceu não quis mais olhar para o resto da casa, saiu correndo. Mamãe foi para a Ordem, acho que eles vão organizar uma busca. Papai vai mais tarde.


 


- Uma busca? – o menino olhou chocado.


 


- Você queria que eles fizessem o que? Simplesmente aceitassem o fato que você está desaparecido e vivessem a vida deles?


 


- É, mais ou menos isso que eu imaginei – disse o menino inocentemente.


 


- Ah, não me faça rir, Harry. Você é super procurado por Você-sabe-quem, eu não sei o que ele vê demais em você, mas o fato é que, segundo Sirius, ele te quer. Sinceramente, seus pais não te protegeram esse tempo todo à toa, não é?


 


- Você parece até a Hermione falando – disse Harry de mau humor.


 


Rony fez uma careta, ele não gostava da Hermione Granger sabe-tudo, ela sempre o fazia de bobo. Os dois meninos ficaram parados pensando no que a fuga de Harry traria de consequências, mas foram despertados de seus pensamentos por uma linda coruja marrom que se aproximava.


 


- Artêmis – sussurrou Harry reconhecendo a coruja de seus pais.


 


Rony olhou assustado para Harry, mas ao invés da coruja ir até o moreno ela se aproximou e estendeu a pata com uma carta para o ruivo e depois de lançar um olhar fulminante para Harry e estalar os bicos perigosamente saiu voando.


 


- É da Granger – disse Rony incrédulo – E é pra mim, ela nunca me escreveu.


 


- Leia – disse Harry intrigado.


 


 


Weasley



Eu sei que o Harry está ai, então simplesmente diga a ele que essa foi a ideia mais estúpida que ele já teve na vida.


A Sra. Potter está desesperada. Achei que você fosse amigo dele, mas pelo que vejo não é, se fosse teria dito para ele não fugir. Você tem ideia que ele corre perigo? Você-sabe-quem está atrás dele.


Não seja mais estúpido do que já é Weasley, mande Harry voltar para casa imediatamente. Aliás diga-lhe isso: Ele é um babuíno idiota e sem coração.


 


Hermione Granger


 


 


 


- Às vezes eu a acho tão simpática – disse sarcasticamente Rony olhando incrédulo para a carta.


 


- Eu acho que ela está certa. – sorriu friamente Harry.


 


- Como ela sabe que você está aqui? – disse Rony exasperado – Às vezes eu tenho serias dúvidas que essa menina não seja realmente filha de bruxos, acho que ela deve ter algum antepassado vidente, ou sei lá.


 


- Não, ela simplesmente somou dois mais dois, Rony – disse Harry triste – Meus pais devem ter me procurado em todos os cantos possíveis. Hermione é esperta, ela provavelmente saberia que o primeiro lugar aonde eu viria seria aqui.


 


- Sei não – Rony fez uma careta – A Granger me assusta.


 


Harry pegou a carta e se pôs a ler novamente, parou, essencialmente, na parte que dizia que sua mãe estava desesperada, o coração de Harry gelou, odiava ver sua mãe preocupada. Ele não queria que ela sofresse por causa dele, ainda mais por que ele estava bem. Hermione estava certa, ele tinha sido um idiota e sem coração, não tinha pensado nos seus pais, somente nele. Ao contrário de seus pais que o proibiram de ir para Hogwarts para protegê-lo, Harry jogou fora os onze anos de luta árdua e privações que seus pais sofreram para protegê-lo de seja lá o que for que você-sabe-quem queria com ele. Harry olhou para Rony que estava quieto esperando ele se decidir o que fazer, então Harry subiu as escadinhas do porão e em menos de cinco minutos trouxe sua mochila.


 


- Você vai voltar para casa? – perguntou Rony – Depois de tudo, você vai voltar pra casa e deixar de ir para Hogwarts?


 


- Vou, Hermione tem razão, eu fui um imbecil.


 


- Você não pode deixar Hogwarts! Simplesmente não pode.


 


- Eu odeio dizer isso, mas Rony tem razão – disse Fred entrando no quarto acompanhado do irmão gêmeo.


 


- Fred, George – disse Rony assustado – O que vocês estão fazendo aqui? Vocês não vão contar para a mamãe, vão?


 


- Deveríamos, Roniquinho – disse George.


 


- Mas não vamos, por que Harry é nosso amigo – completou Fred – Já que você está aqui, você não pode morrer sem conhecer Hogwarts e suas maravilhas.


 


- Desde quando vocês sabem que eu estou aqui?


 


- Desde quando você chegou – disse um dos gêmeos sorridente – Vocês dois não são nada silenciosos, não sei como a mamãe e o papai não ouviram.


 


Rony mostrou a língua pro irmão, mas os gêmeos debocharam dele, deixando o menino cada vez mais vermelho. Harry parou para pensar, Hogwarts era tentadora demais para se abandonar, ele precisava só de um mês, em setembro teria embarcado para Hogwarts e ele esperava que os pais até lá tivessem mudado de ideia quanto a deixá-lo estudar no castelo.


 


- O que vocês estão fazendo a... – Gina, a irmã sorridente apareceu colocando a cabeça para dentro do quarto de Rony e dando de cara com Harry. A menina abriu a boca como se ele fosse um Dragão Norueguês e saiu correndo.


 


Os gêmeos se olharam e Fred saiu correndo atrás da irmã para evitar que ela contasse para alguém, e esse alguém podia ser justamente o Percy, que não seria tão compreensível quanto os gêmeos.


 


- Meus pais não vão me perdoar – disse Harry sentando-se tristemente na cama de Rony.


 


- Agora já era, companheiro – disse George dando tapinhas consoladores no ombro de Harry – Não adianta chorar a poção derramada.


 


 - Eles vão te perdoar – disse Rony – Pais sevem para isso, eles perdoam a gente.


 


George deu um tapa na cabeça do irmão que reclamou, mas todos ficaram imóveis quando ouviram passos apressados subindo as escadas, inconscientemente Rony e George foram para frente de Harry afim de tampar o menino, para que, seja lá quem fosse, que subia a escada não o visse.


 


 - Sinceramente não sei o que deu nessa menina, cada vez mais biruta – era apenas Fred que voltava – Gina disse que não vai contar pra ninguém que você está aqui. Pode confiar nela.


 


Harry assentiu, mas achou que já tinha abusado demais da hospitalidade dos ruivos e pela segunda vez naquele dia o menino achou que seu plano tinha muitas falhas. Ele não resistiria um mês mais sabendo que seus pais o procuravam como loucos. Harry tinha consciência que não teria outra chance, como aquela, de fugir. Seus pais tinham instalado um feitiço em sua casa, em Godric’s Hollow, que o impedia de sair, por qualquer meio que fosse, sozinho, ou seja, ele sempre precisaria estar acompanhado de um adulto para sair de sua própria casa. Harry se lembrava do dia que o pai lançou o feitiço como se fosse ontem. Ele tinha 8 anos: “- Papai o senhor não confia em mim? – disse Harry magoado. – Veja bem, Harry, não é questão de confiar – disse o pai sem jeito – É que... que... que eu... – O senhor não confia em mim – completou o menino bravo.”


 


- Eu vou voltar para casa – disse Harry tentando parecer otimista – Acho que tive uma aventura bastante grande para os meus onze anos. Vocês podem me visitar nas férias.


 


- Harry, você vai deixar Hogwarts assim? – perguntou Rony.


 


- É Harry, não desista – incentivou Fred.


 


- Não posso. – o menino sorriu fracamente – Mamãe me mataria de qualquer maneira, seja aqui ou em Hogwarts.


 


Rony e Fred tiveram a intenção de falar novamente, mas George interrompeu:


 


- Deixem ele ir – disse o gêmeo sério – Ele sabe o que faz.


 


Os outros três olharam para George com caras assustadas, não era nada comum ver o rapaz de cara séria, muito menos dando conselhos construtivos e maduros. George apenas deu de ombros.


 


Harry pegou sua mochila e sorriu fracamente, olhou para A Toca vagamente, talvez ele nunca mais visse aquele lugar, o menino esperava no mínimo uma vida eterna de castigo por ter fugido de casa.


 


- Posso usar a lareira de vocês? – perguntou ele sem encarar os amigos, não queria que eles vissem que uma lágrima teimosa insistia em brotar dos seus olhos. Ele estava conscientemente desistindo de Hogwarts, um peso surgiu em seu estomago.


 


- Tem certeza? – perguntou Rony oferecendo o pacote com pó de flu.


 


Harry assentiu e pegou um punhado de pó. Engoliu em seco e com um último sorriso triste para os três ruivos atrás de si disse: Ordem da Fênix.


 


 


 


 


 


Lily tinha se recusado a sair do quarto, a janela sempre aberta esperando o filho voltar. Ela já não sabia onde procurar mais, os aurores tinham sido acionados o mais discretamente possível para que Voldemort não tomasse conhecimento que Harry Potter estava desprotegido em algum lugar do país, Lily desconfiava tristemente que o Lorde das Trevas seria mais eficiente que ela para saber do paradeiro do menino.


 


“A Toca”, “Os Granger”, “Os Longbottom”, “Godric’s Hollow”, “O Caldeirão Furado”, “O Beco Diagonal”. Sirius passava pela mente cada lugar que Harry poderia estar, mais obviamente, e que eles já tinham ido e não tinham nem sinal. Claro que o menino podia estar no mundo trouxa e isso dificultava tudo, o problema era que Harry não sabia ir a lugar nenhum, nunca tinha pegado metro, nem trem, nem ônibus, quem dirá um taxi. Arthur tinha verificado no Ministério e confirmado que não havia nenhuma indicação de uso de magia por um menor, mas também que magia Harry iria fazer? Ele mal sabia levitar uma pena. Mas onde ele estava? Sirius andava de um lado para outro na sala de estar, enquanto os outros membros estavam na sala de visitas com James tentando organizar uma busca. Sirius não tinha conseguido aguentar aquilo, ele estava muito preocupado para manter a cabeça concentrada.


 


James não queria estar ali, na realidade ele não queria ficar ouvindo as pessoas dizendo que lamentavam muito, Harry não tinha morrido, pelo menos era o que ele acreditava, ele só estava desaparecido. James não queria ver as pessoas olharem com ele com pena, nem ficar ouvindo sobre planos e estratégias de busca, ele queria procurar pelo filho, revirar cada canto, ou até ficar lá em cima, no quarto, com Lily, procurando no céu um ponto que pudesse indicar qualquer volta do filho, pelo menos parecia mais útil do ficar ouvindo aquele monte de baboseira.


 


 


 


 


 


Harry caiu desajeitadamente no chão da sala de estar da Ordem da Fênix, ele tinha engolido uns bons punhados de cinzas pelo caminho e tossiu ajeitando os óculos no seu rosto e viu seu padrinho parado de costa para a lareira parecendo estar em outro mundo. Harry procurou pela sala mais alguém, mas não havia outra pessoa a não ser Sirius. Harry tossiu novamente.


 


- Eles estão na sala de reunião. – disse o padrinho distraído, cansado de falar aquilo para todo membro da Ordem que chegava via flu.


 


- Sirius? – disse Harry baixinho, preocupado com a reação que o padrinho poderia vir a ter.


 


- Harry? – o padrinho respondeu praticamente em um sussurro. Com a boca aberta olhou para o menino e foi lhe abraçar gaguejando em meio a broncas e agradecimentos – Por Merlin... Você nos deu um baita susto... Você é louco? Que bom que você está aqui... Seu pai vai te matar... Sua mãe vai morrer quando te vir... Onde você estava? Quem você pensa que é, quase me matou, moleque.


 


 


 


Lily engoliu em seco, tinha ouvido alguém chegar na sala, toda vez, pelo menos umas dez vezes aquele dia, que alguém chegava Lily descia correndo pra ver se era Harry, porém sempre voltava decepcionada, e muitas vezes chorando. Dessa vez ela foi vagarosamente, talvez por achar que mais uma vez seria enganada por suas falsas esperanças ou talvez porque previa, intuição de mãe quem sabe, que dessa vez era seu filhinho que tinha voltado. A Sra. Granger, que estava no quarto com ela, tinha a seguido, pronta para ampará-la em mais uma frustração.


 


Lily avistou os rebeldes cabelos negros de seu filho por trás dos braços de Sirius quando ainda ela estava no segundo patamar da escada, o que não impediu que ela corresse até alcançar seu menino. Sirius viu Lily chegar chorando e deu lugar a amiga, abrindo, simplesmente, um lindo sorriso.


 


- HARRY – Lily gritou em meio às lágrimas, ela o abraçou e murmurou coisas incoerentes, o menino estava parado, não esperava uma recepção tão calorosa assim, achava que seria recebido por gritos e berros, mas sua mãe lhe abraçava e beijava. A coisa mais “bruta” que Lily tinha feito a seu filho foi um tapinha em seu braço – Harry James Potter, nunca mais faça isso, ouviu? – Mas Harry não estava mais prestando atenção na mãe, ele só conseguia olhar para os indecifráveis olhos do pai.


 


O sorriso de Sirius murchou quando ele viu James entrar na sala de estar. Obviamente, James e os outros membros da Ordem tinham ouvido o grito de Lily, o pai do menino estava com uma expressão indefinível, os outros membros sorriam, murmuravam, aprovavam ou desaprovavam Harry, mas James permanecia calado, na mesma posição, olhando profundamente para os olhos verdes do filho.


 


- Pai... – Harry disse baixinho, mas o clima da sala modificou, todos ficaram em silêncio, Lily olhou para trás e viu seu marido mais sério do que nunca – Eu...


 


- Por que você fugiu? – perguntou James ainda impassível


 


- James, não... – tentou intermediar Lily.


 


- Me deixe, Lily – disse James sério – Eu quero saber. Então, Harry, por que você fugiu?


 


- Eu... – Harry olhou para baixo, mas depois vendo que seria melhor falar a verdade, mentir não ia ajudar em nada ele encarou novamente o pai e disse firme – Eu queria... Eu quero ir para Hogwarts.


 


- Onde você estava? – continuou James ainda distante.


 


- Não posso dizer – Harry disse, o Sr. e a Sra. Weasley estavam presentes e isso significaria, com certeza, um castigo para Rony, caso eles soubesse que o menino o tinha protegido.


 


- Como você fugiu? – James pareceu contentar-se com a resposta anterior, mas continuava sério.


 


- Com a vassoura – Harry hesitou em chamar de minha vassoura, já que tinha certeza que ela seria confiscada – Fui com a vassoura da janela do quarto até a rua e lá eu peguei o Nôitebus Andante.


 


- Impossível! – discordou James – Nós perguntamos no ministério e o condutor informou que nenhum Harry Potter andou no Nôitebus ontem à noite.


 


- Se o senhor tivesse perguntado por Neville Longbottom ele teria lembrado – Harry disse isso em tom de desculpa, desviando, pela primeira vez, seus olhos dos do pai e olhou pedindo desculpas mentalmente para os Longbottom.


 


- Certo – James permanecia impassível e o clima da sala cada vez mais tenso – E por que você voltou?


 


- Por que eu não queria que o senhor... – Harry olhou profundamente para o pai, mas ele permanecia sério – e mamãe sofressem achando que Voldemort – algumas pessoas da sala soltaram um gritinho ao ouvir o nome do Lorde das Trevas – me sequestrou.


 


- James, você não acha que já chega? – disse cautelosamente Sirius


 


- Quieto, Sirius – disse James bravo – Só uma última pergunta. O que você faria no meu lugar, Harry?


 


- Eu? – disse o menino pego de surpresa – Eu... Eu não sei. – disse o menino abaixando – Mas seja o que o senhor decidir, eu mereço.


 


- Você vai para Hogwarts – James disse, simplesmente. Todos da sala olharam para ele. Sirius gaguejava incrédulo, Lily olhava espantada, os membros da Ordem voltaram a cochichar, mas James continuava olhando para o seu incrédulo filho.


 


- Mas, pai... Eu... Eu não mereço. O senhor ta falando sério?


 


- Você não quer mais ir? – perguntou James.


 


- Claro – sorriu o menino que correu para abraçar o pai pela cintura, pegando-o de surpresa. James afagou desajeitadamente os cabelos do filho, sem deixar que suas lágrimas insistentes o dominassem, pois era o que elas vinham tentando fazer desde que ele avistara a sua mulher e seu filho abraçados no meio da sala.


 


- Por que, papai? – perguntou Harry incrédulo ainda abraçado no pai – Por que o senhor me deixou ir para Hogwarts?


 


- Eu percebi que você sabe se cuidar – disse James, e completou com a voz embargada – e não precisa mais tanto de mim. Mas não pense que fugir outra vez vai funcionar de novo. Da próxima que o senhor tentar outra gracinha dessa eu te dou o que você realmente merece. – James riu pela primeira vez desde que o filho chegou e deixou que uma ou duas lágrimas rolassem.


 


Lily gargalhou contente entre as lágrimas. Sirius suspirou aliviado, ele sinceramente achou que o amigo iria bater no afilhado, ou qualquer coisa do tipo. Todos os membros saíram da Ordem, não antes de dar uma bronca em Harry, a mais “gentil” na opinião de Harry, foi a de Hermione:


 


- Idiota. Você – quase – matou – todo – mundo – de – susto. – E ela pontilhava cada palavra com um tapa no braço de Harry e depois chapou-lhe um abraço e foi embora deixando o menino confuso, e quase concordando com Rony que a menina não batia bem.


 


A família e Sirius, (que era praticamente da família) ficou sozinha e finalmente James pode se abrir em sorrisos e analisar se o filho estava bem. Harry estava muito feliz, ele iria para Hogwarts, finalmente, e quando o cansaço o venceu ele subiu para o quarto com a intenção de dormir, James o chamou.


 


- Ah, Harry, antes que eu me esqueça – disse ele com um sorriso gigantesco – Você está de castigo – e vendo o olhar assustado do filho sorriu mais ainda, se é que era possível – Por trinta anos.

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Comentários (2)

  • Arthur lacerda

    Capítulo incrível. Já estou torcendo para saber quais motificações fez, que a impede de me responder as dúvidas. Sei, pelo que já li, que irá ser muito bom. (principalmente a parte de reduzir o desnível entre eles). Parabéns, você merece palmas por como estás conduzindo a história.

    2015-09-09
  • Ana Marisa Potter

    Isto nao se faz emocionei me e tudo. Mas ainda bem que acabou tudo bem. Mais uma vez o capítulo ficou ótimo espero ansiosamente pelo próximo. Bjs.  

    2015-09-02
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