Ciúmes



Momento depressão da autora: Nossa, eu esperava mais comentários no capítulo anterior... Ficou tão ruim assim? Eu gostei tanto... :’(
Bom, mas teve um comentário incrível e eu queria agradecer muito, então:
Luiza Snape – Que incrível é receber seu comentário, você não faz ideia. Ficou muito melodramático o final? Reescrevi mil vezes (sim sou exagerada) até que ficasse de um jeito que eu gostasse. Quanto a sua sugestão resolvi inclui-la neste capitulo, assim a própria Lily pode te responder. Alias obrigada, muito obrigada mesmo, por continuar lendo a historia desta louca que vos fala. Espero que goste do próximo capitulo! Beijos.
Boa leitura aos sobreviventes:

Ciúmes
James e Sirius entraram em casa o mais silenciosamente possível, haviam passado a noite nos terrenos de Hogwarts de vigia. Nenhum outro atentado ocorreu depois, mas não impediu os nervos tensos e os calafrios a cada brisa mais fria da floresta proibida. Mais de uma vez, Sirius correu pela floresta, como cachorro, atrás de algum barulho imaginado por James, porém sem sucesso.
James estava impossibilitado por conta de seu tornozelo inchado, mas se recusou a ir, se quer, à ala hospitalar, após deixar Harry, quis imediatamente tomar guarda na floresta proibida.
Foi Hagrid, após trazer uma refeição aos dois, que informou que Moody havia vindo interrogar os atacantes de James. Segundo ele, os atacantes eram homens comuns, trabalhavam em cargos burocráticos no ministério, sem nenhum antecedente criminal. Diziam não se lembrar de nada, desde que saíram do ministério na tarde anterior. O auror os levou para o Ministério da Magia, com a promessa de abafar que o caso ocorrera nos terrenos de Hogwarts.
James e Sirius ficaram até o nascer do sol e então partiram para Hogsmead e aparataram em Godric Hollow, James queria ver Harry uma ultima vez, mas se segurou na sua promessa de deixar o filho um pouco mais livre.
Após entrarem em Godric’s Hollow, James gemeu finalmente com a dor no tornozelo e se jogou em sua poltrona favorita, colocando os pés na mesa de centro. Sirius suspirou entre as almofadas do sofá, onde ele havia se jogado.
- Acho que nunca me cansei tanto – disse ele com a voz abafada – Nem em noites de lua cheia, quando Aluado ainda não tomava as suas poções.
- Éramos jovens, Almofadinhas – disse James suspirando com mais uma onda de dor – Acho que vou cochilar só um pouco e depois voltarei para Hogwarts.
- Neste ritmo mal vamos aguentar o fim da lua cheia – Sirius gemeu – Para Remo nos render um pouco. Quem sabe se Lily...
- Não vou deixar Lily ir sozinha – disse James enfático.
- Durante o dia, James, pelo menos. – implorou Sirius – Dumbledore disse que não precisávamos estar lá durante o dia.
- Não confio mais em Dumbledore – disse James enfático – Prefiro Hogwarts segura todos os horários.
- James? – uma voz abafada e sonolenta veio do andar de cima.
- Lily – respondeu ele sorrindo – Estamos de volta...
Lily veio descendo as escadas sorrindo em seu robe verde. Ela sorriu ao ver primeiramente Sirius estirado no sofá e depois ao notar James, os cabelos bagunçados, com folhas e galhos presos nele, os olhos brilhando sob a lente suja dos óculos e um sorriso cansado e encantador, dedicado somente a ela. Ela sorriu de volta e foi até a poltrona, sentando em um dos braços da mesma, dando um beijo carinhoso no marido e sussurrando em seu ouvido disse:
- Senti sua falta. – ela sorriu e começou a recolher os galhos e folhas do cabelo dele – Vocês parecem ter vindo de uma guerra. Já foram melhores sabia?
Sirius ergueu das almofadas pela primeira vez e encarou James que estava sério, Lily não percebeu o semblante do marido.
- Remo virá para cá depois da transformação? – perguntou ele a Lily mudando claramente de assunto.
Ela franziu o cenho. Remo havia ido até Godric’s Hollow antes da transformação para tomar a poção que Lily fazia para ele. Era natural que James perguntasse se ele havia mencionado algo de voltar lá, então por que isso soou tão estranho?
- Ele disse que viria. – disse ela intrigada – Aconteceu alguma coisa? Harry esta bem? Você falou com ele?
- Falei – disse James – Ele esta bem. Prometi que íamos parar de ser tão superprotetores.
- Você prometeu o que? – perguntou ela indignada.
- Sirius me fez ver que estávamos fazendo ele se sentir culpado, Lils, ele chegou a dizer para mim que ele se achava um fardo para nós...
- Mas ele não é – disse ela indignada.
- Ei, eu sei meu amor – disse ele suspirando cansado – E eu disse isso a ele, mas Harry precisa de espaço, para que volte a confiar em nós, então vamos dar a ele espaço, ou pelo menos fazer imaginar que estamos dando.
- Como assim? – resmungou Lily ainda indignada.
- Ora, vamos vigiar de perto – disse ele sorrindo cansado – a Ordem já quer que vigiemos Hogwarts, então se ele pegar-nos o vigiando, temos uma desculpa. Ele não precisa saber que vamos seguir cada passo dele.
- James... – resmungou Sirius em tom de advertência. – Você prometeu.
- Ele não vai saber, ok? – disse James – Temos a capa. Não quero saber de rixas com mini comensais ou professores mal humorados, prometi a Harry que ele lidaria com isso, mas o que diz respeito a Voldemort é outra história. Não vou deixar meu filho sozinho, não depois de ontem.
- O que aconteceu ontem? – perguntou Lily assustada encarando o marido.
- Vamos esperar Aluado, por favor – ele disse cansado segurando a mão da esposa para tranquiliza-la. - Vamos precisar rever os cronogramas de guarda e estou cansado demais para repetir esta história duas vezes.
- James – ela choramingou implorando para sanar sua curiosidade.
- James está certo, Lils. Mal conseguimos nos manter acordados – Sirius resmungou – Além disso, você não teria uma poção para torções, teria?
- Sim – disse ela olhando para o amigo preocupado – Você esta bem, Sirius? Onde machucou.
Sirius sorriu, fez o sinal negativo balançando a cabeça e só apontou para o tornozelo inchado de James. Lily abafou um gritinho por não ter percebido.
- Por que não me avisou, James? – disse ela correndo para pegar a poção e sua varinha.
- Não esta doendo – resmungou ele.
- Sei – disse Sirius – Mal consegue ficar em pé sem fazer careta.
- Cale a boca, Sirius – disse ele ao amigo e depois um pouco mais alto, disse a Lily, que estava procurando algo no andar de cima – Não precisa se preocupar, meu amor, vai passar.
- Não, não vai – resmungou ela descendo a escadas com um frasco rosa e ataduras em uma das mãos. - E se Remo não chegar em dez minutos forço vocês beberem verissaterum para me contarem o que aconteceu.
- Foi só uma torção, Lils – James reprimiu o grunhido de dor quando a esposa pegou seu tornozelo e começou a apalpa-lo em busca de uma fratura – Ei, isso doí.
- Conte isso como uma vingança pessoal pela curiosidade que estão me fazendo passar – disse ela ainda concentrada com o que estava fazendo.
Lily concluiu que não havia fraturas, depois disso passou a poção rosa que diminuiu um pouco o tom arroxeado e consideravelmente o inchaço. Habilmente ela enrolou o tornozelo de James, em apertadas ataduras, que permitiam uma firmeza maior se ele precisasse ficar de pé.
- Em algumas horas estará melhor – ela disse para ele. Arrancou uma das almofadas sob Sirius, que protestou com a perda de seu casulo confortável, e colocou sobre a mesa para que James apoiasse o pé. – Espero, James, que esta torção não tenha nada haver com Harry – ela estava calma – Sou a mãe dele, sabe, gostaria de ser informada se algo acontecer ao meu filho.
- Harry esta bem, Lils – disse James suspirou de alivio ao sentir o tornozelo bem melhor – Eu prometo, ok?
Os três ficaram em silêncio, Lily ainda segurando o frasco de poção e o restante de ataduras olhando para o nada. James fechou os olhos apreciando os primeiros minutos em horas que não estava sentindo uma dor lancinante, mesmo que não havia dado o braço a torcer. E Sirius cochilava, ressonando entre as almofadas do sofá.
Houve uma batida forte na porta. James resmungou, Sirius ignorou e Lily se pôs de pé ansiosa.
- Quem é? – ela perguntou casualmente por medida de segurança.
- Aluado, Lils – disse Remo do outro lado – Lobisomem e um dos autores do mapa do maroto.
- Até que enfim, Remo – ela escancarou a porta e apertou o amigo em um abraço – Estávamos esperando você.
- Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou observando sobre o ombro de Lily. Viu Sirius completamente jogado no sofá e James com o pé enfaixado. – O que eu perdi?
- Boa pergunta – Lily sorriu fechando a porta e seguindo o amigo para sala – Eu perdi também.
Remo sentou na poltrona de frente para James e Lily no braço da poltrona do marido. James suspirou, esticou o braço pala balançar Sirius.
- Acorde, Almofadinhas – disse ele cansado – Não vou contar sozinho.
Sirius resmungou.
- Vamos Sirius, depois o deixo dormir – disse James tirando os óculos e limpando na roupa.
Sirius resmungou novamente, os grunhidos abafados contra as almofadas do sofá. Ninguém parecia entender o que ele dizia exceto James.
- Você não vai precisar voltar agora. Eu vou com Lily.
Mais grunhidos.
- Sirius deixe de manha – disse James bravo – Levante e me ajude a contar para eles, vamos planejar os turnos e depois te deixo dormir.
Sirius levantou a cabeça dos travesseiros de cara amarrada. O cabelo amaçado de um lado. Acomodou-se no sofá ainda deitado, mas de olhos abertos olhando para o teto.
- Agora que a bela adormecida acordou, será que alguém pode me explicar o que aconteceu? – perguntou Remo balançando a perna.
- Estou com fome – resmungou Sirius.
- Vou fazer o café depois que vocês me contarem o que aconteceu, Sirius – disse Lily de cara feia – Então sugiro que se apresse.
James tomou a palavra, contou todo o ocorrido, desde a conversa com Sirius e seu pressentimento ruim devido à falta de ruídos da floresta. Contou da primeira conversa com Harry, Lily olhou assustada com as palavras do filho, Remo só remexeu a cabeça como quem diz: eu avisei.
Ele disse que percebeu barulho de passos e galhos se quebrando, quando mandou Harry correr. Sirius completou informando que levou o menino e como ele parecia resistente em ir. E James detalhou o seu ataque. Lily segurou sua mão enquanto Sirius contava a respeito dos gritos do seu marido. Ambos contaram dos encontros na floresta e sobre a conversa com Dumbledore e Harry depois.
- Eu não... Eu não acredito – disse Lily ainda segurando a mão de James – Achei que Hogwarts era segura, Harry poderia ter sido enfeitiçado...
- Calma, Lily – disse Remo sério – O castelo ainda é seguro, os atacantes de James devem ter andado por dias para chegar pela floresta, e bem, este vulto é misterioso. Enquanto Harry ficar no castelo, ele estará seguro.
- E quem me garante que ele vai ficar no castelo? – perguntou Lily nervosa – Vocês foram para a floresta proibida quando? Terceira semana?
- Na realidade, no terceiro dia – disse Sirius.
- Cala a boca, Almofadinhas – disse James frustrado – Harry não sou eu, Lily, ponha isso em mente, quem sabe este susto serviu para algo? Além disso, estaremos lá, ok?
- e por que ainda não voltamos para Hogwarts? – perguntou Lily.
- Estamos cansados, Lils. Andamos pela floresta a noite toda – disse Sirius bocejando – Pelo dia os professores e Hagrid vão ficar atentos. Remo também não dormiu nada e James esta com o tornozelo dolorido, vamos à noite.
- Não! – ela levantou – Eu vou então! Vocês ficam e descansam, à noite me rendam.
- Não! – disse James. – Você não vai sozinha.
- James, só por que eu sou mulher? Eu sei me defender, quantas vezes eu tenho que te provar...
- Lils, você não tem que me provar nada – disse James segurando as têmporas – Não vou deixar você ir sozinha, como não deixaria Sirius ou Remo voltarem lá sozinhos. Vamos em dupla ou ninguém vai.
- eu vou com Lily – disse Remo se levantando.
- Não – disse James – Eu vou, você vai descansar, deve estar todo dolorido. Conheço suas transformações há vinte anos, Aluado, você nunca fica bem depois delas.
Remo olhou agradecido a James.
- Seu tornozelo – disse Sirius suspirando – Eu vou com Lily...
- Não, Almofadinhas – disse James novamente – Te fiz correr a noite inteira, você esta morto.
- Mas eu conheço mais a floresta que Lily, e como animago consigo me sair melhor...
- Por isso você vai comigo a noite – ele respondeu – Lily vai passar os dias. Quando acabar a lua cheia, acertaremos o horário. Remo vai com ela de dia e nós vamos passar as noites no castelo.
- Enquanto houver lua cheia você pretende dormir? – perguntou Remo debochado.
- São só mais cinco dias – James fez uma careta.
- Excelente – disse Lily irritada indo para cozinha preparar o café – Você vai morrer de exaustão, porque é um teimoso, um cabeça-dura. Cinco dias, James? Você realmente acha que vai aguentar?
- Ficávamos este tempo acordados em Hogwarts - disse ele para esposa ainda do sofá, cansado demais para se levantar – Quando íamos com Remo nas transformações.
- Você não é mais uma criança, James – gritou frustrada – Me deixe ir sozinha, esta semana pelo menos.
- Não – disse James – Isto não é uma escolha, ok?
Fez silêncio na sala. Lily resmungava palavras incompreensíveis enquanto batia uma massa de panquecas e enfeitiçava uma omelete para se virar sozinha enquanto estivesse fritando. James suspirava colocando as mãos na têmpora, Remo olhava a parede pensativo e Sirius se esforçava para não cair no sono.
- Olha, Lily pode ficar com Hagrid – sugeriu Remo – Pelo menos no período da manhã, não acho que ele vá se opor. Assim você dorme e se junta a ela pela tarde. O que acha?
- Decidido! Vou terminar o café e ir para Hogwarts. – disse Lily feliz vindo da cozinhasó para dar um beijo na bochecha de Remo, voltando paras as panelas ela terminou – Por que, mesmo, eu não fiquei com você, Aluado?
- Por que sou um Lobisomem? – respondeu ele sorrindo.
- Não! - disse ela da porta parecendo pensativa – Não foi por isso, seriam só algumas noites sem meu marido, acho que eu poderia aguentar. Foi outra coisa, tenho certeza...
- Meu charme incomparável – disse James convencido – Você não pode resistir.
- Não! Tenho certeza que não foi isso – disse ela debochada para o marido.
- James mataria qualquer um que tentasse se aproximar de você – gargalhou Sirius do sofá.
- Bingo, Sirius! – disse ela rindo.
Remo gargalhou junto com eles, enquanto James cruzava os braços e fulminava Remo com o olhar.
- Por que não ficam juntos então? – disse James emburrado – Prometo não matar ninguém?
- Eu e Remo? – disse ela se sentando novamente na poltrona junto com James sorrindo, enquanto o cheiro de panquecas sendo preparadas magicamente enchia a sala com um aroma apetitoso – Uma Sangue-Ruim e um lobisomem? Íamos morrer de fome.
- Não gosto quando fala assim – disse James bravo olhando para ela
- Por quê? – ela olhou para os olhos dele – Sou uma Sangue-Ruim, e tenho orgulho de ser uma sangue-ruim, você deveria parar de se importar com isso.
- Nunca vou parar de me importar – disse ele emburrado.
- Bem, se o problema é dinheiro – disse Sirius se levantando – Você pode ficar comigo, Lils. Mas terá que fazer panquecas todos os dias.
Lily gargalhou com Remo, James fez uma careta para o amigo e todos foram para a cozinha finalmente tomar café.

- Obrigada, Remo – disse Lily andando observando ao longe os gramados de Hogwarts – James esta pregado, mal dormiu 4 horas por dia esta semana. Fico feliz de deixa-lo descansar mais um pouco hoje.
- Imagina Lily – disse ele sorrindo cansado – Já estamos na quinta-feira, mais um dia e estou livre. Não me custava nada, já que venho sendo de pouca valia nestes últimos dias.
- Você não é de pouca valia – disse ela segurando a mão do amigo – Vem ajudando tanto lá em casa, mal posso agradecer. Estes dias estão meio turbulentos.
Ela olhou para o céu outonal. O Sol brilhava e uma brisa leve, sacodia seus cabelos ruivos. Desde segunda vinha para Hogwarts todos os dias, encontrando-se com James na parte da tarde e depois sendo substituída por Sirius. Porém hoje, James chegou em casa mal falando com ela, não tinha forças para caminhar até o quarto, cochilando na poltrona. Lily pediu para que Remo o substituísse aquela tarde.
Lily acreditava que Remo deve ter discutido com o amigo para cumprir a promessa feita a ela, mas não se preocupou muito, no estado que James se encontrava, qualquer peteleco mais forte de Remo o derrubaria de volta no sofá. Então lá estava ela, apreciando a linda tarde de Hogwarts juntamente com Remo.
- Queria ver Harry – ela suspirou.
- Não o viu ainda? – remo olhou para ela com as mãos no bolso.
- Vi, outro dia, de relance, enquanto ele ia para a aula de Herbologia – ela respondeu sorrindo – Ele parecia tão magrinho.
- Lily – riu Remo – Harry é magro.
- Estou exagerando de novo, certo? – disse ela gargalhando.
- Com toda a certeza – Remo sorriu – Sabe, você e James deveriam ter outro filho, quem sabe assim Harry ficaria mais livre?
- Que? – disse ela de olhos arregalados se engasgando com a saliva – Outro filho? Nem sonhando, Harry já quase me mata de preocupação. Não, enquanto Voldemort ainda achar que minha família é a maior ameaça do mundo, não vou por outra criança nisso, basta Harry.
- Você é quem sabe – disse Remo rindo – Mas se mudar de ideia, deixo aqui minha candidatura a padrinho.
- Você será – Lily sorriu radiante e apertou a mão do amigo mais uma vez. Passaram mais alguns minutos caminhando preguiçosamente pelos terrenos e se viraram quando uma pequena tropinha de alunos uniformizados saia do castelo, os cabelos vermelhos de Rony chamaram logo a atenção de Lily quando foram iluminados pelo sol.
- Oh, olhe, Harry – disse ela apontando encantada para o menino de cabelos espetados do lado de Rony.
- Aula de voo – sorriu Remo – James vai me matar por ter o feito perder isto.
- Vamos assistir a uma aula de Harry – disse Lily sorrindo e quase batendo palmas de excitação.
- Espero que de tudo certo – disse Remo – Temos alunos da Sonserina junto e... – Remo apontou para um garoto loiro no meio da massa de alunos sonserinos –... Malfoy.
- Desde que a professora mantenha os ânimos dos alunos. – disse Lily dando de ombros. Ela segurou a mão de Lupin e saiu correndo pelo gramado – Vem, vamos ficar mais perto.
- Lily – disse Remo rindo e praticamente sendo arrastado pela amiga – assim ele vai nos ver!
- Quem liga – disse ela gargalhando e correndo com os cabelos ao vento, como uma criança – Ele vai aprender a voar! Voar, Remo! Ele vai ficar tão feliz, ele gostava tanto quando era mais novo.
Remo não conseguia se segurar e começou a rir dela. Ela parou em uma área sombreada, muito mais perto da onde os alunos estavam enfileirados olhando para as vassouras da escola no chão. Ela tirou a mão da de Remo e a pôs na boca, contendo sua ansiedade.
- Olha Lils, ele conseguiu convocar a vassoura – disse Remo se empolgando também – de primeira.
- Muito bem filho! – disse ela batendo palma.
- Pobre Neville e Hermione – disse Remo balançando a cabeça – Frank e Alice nunca foram bons com vassouras e Hermione morre de medo de altura, a vassoura nunca vai obedece-la.
- Parece que eles vão voar – disse Lily sorrindo – James ia adorar estar aqui, ele se arrepende de não ter visto Harry voar de verdade ainda.
- O que Neville esta fazendo? – perguntou Remo olhando para o alto – ele vai cair, não esta se segurando direito.
- Oh, meu Merlim, Remo. Ele esta caindo – Lily apertou a mão de Remo.
- Alice não vai ficar nada bem com isso – disse Remo preocupado – Pobre e desastrado Neville.
Remo e Lily assistiram Madame Hoock prestar auxílio ao jovem Neville, que havia caído da vassoura. Eles assistiram ela o examiná-lo e ir em direção ao castelo para, provavelmente leva-lo a Ala Hospitalar.
- Ela não deveria deixa-los sozinho – Remo franziu a testa – Grinfinória e Sonserina.
- São alunos do primeiro ano, o que podem fazer? – perguntou Lily despreocupada.
- Temos vassouras, Lily – disse Remo levantando a sobrancelha – Algum aluno pode se achar engraçadinho... Bem olha o Malfoy, por exemplo, se exibindo com alguma coisa... Sabe o que é? Não enxergo daqui.
- Parece uma bolinha de vidro – disse Lily fazendo força para enxergar, apertando os olhos – Deve ser alguma coisa que o pai deu para ele, para se exibir...
- Então por que Harry esta indo até ele bravo daquele jeito? – apontou Remo.
Lily olhou assustada, estava tão concentrada em descobrir o que Malfoy segurava, não percebeu o filho encarando furiosamente Draco.
- Acho que o objeto não é do Malfoy – disse Remo observando a pequena discussão que se seguiu - Devia ser de Neville.
- Não caia nas provocações dele, Harry – disse Lily, com as bochechas vermelhas de raiva. Ela assistiu quando Malfoy subiu na vassoura e Harry fez o gesto de pegar outra e ir atrás do menino – Harry James Potter – ela disse entredentes – Não ouse subir nesta vassoura.
Remo a segurou pelo braço, quando ela fez menção de ir atrás do filho.
- Deixe ele resolver, Lily – disse ele a segurando.
- Ele não sabe voar, Remo – ela disse olhando desesperada para ele.
- ele não vai fazer nada perigoso, ele precisa resolver isso sozinho, se não Malfoy não o deixará em paz – ele disse – Você gostaria que sua mãe se intrometesse nas suas brigas quando jovem?
- Não – disse ela – Mas e se ele cair, olhe lá ele está indo atrás do Malfoy.
- Sim – respondeu Remo sorrindo – Voando perfeitamente bem, como se fizesse isso todos os dias.
- Ele é bom, não é? – perguntou ela contente.
- Sim – ele gargalhou – Olha como ele disparou atrás de Malfoy, aposto como Draco não sabia o que estava por vir.
- Boa, filho! – Lily comemorou – Mostra, para este menino, filho de quem você é. James ficará tão orgulhoso.
- Covarde – resmungou Remo quando Malfoy jogou seja lá o que estava em sua mão e voltou para o chão.
- O que Harry esta fazendo? – Lily olhou assustada enquanto via o filho disparando em direção ao chão atrás da bolinha transparente.
- Ele esta tentando apanhar aquilo? – Remo estava boquiaberto.
- Ele vai bater no chão – Lily tremeu e se segurou em Remo incapaz de desviar o olhar do filho.
- Não, ele não vai, olhe ele pegou, Lily, ele pegou, depois de um mergulho de que? Quinze metros? – Remo quase gritava de alegria – Não acredito! É como seu tivesse vendo James voar.
- Ele é bom, é muito bom – os olhos dela brilhavam – James deveria estar aqui para ver isso.
- Ah, não... – disse Remo olhando um pouco mais a direita de onde estava Harry.
- Que foi? – perguntou ela procurando algo estranho.
- McGonnagall – disse ele apontando.
- Ela vai esfolá-lo vivo – disse Lily nervosa.
- Bom, não tem muito o que fazer não é – Remo parecia medir as palavras – Ele meio que descumpriu as regras...
- Mas é tão injusto, Malfoy começou – disse ela batendo o pé frustrada.
- Lily, deixe Harry se entender com os professores – disse Remo voltando para a floresta quase arrastando a amiga com ele.
Ao chegarem a um ponto perto da cabana de Hagrid James apareceu junto com Sirius encarando as mãos dadas dos dois.
- Onde vocês estavam? – disse ele anormalmente emburrado – Era para ficar aguardando a floresta e não passeando por ai.
- James, você esta bem? – perguntou Lily estranhando o marido – Por que não dormiu por mais tempo, ainda falta um pouco para o por do sol?
- Resolvemos render vocês, Remo deve estar cansado... – respondeu Sirius, mas foi cortado por James...
- Mas nos enganamos. Vocês parecem bem felizes.
Remo olhou preocupado para o amigo e depois soltou delicadamente a mão de Lily e se preparou para explicar, mas Lily foi mais rápida.
- James, você não vai adivinhar o que vimos... – ela sorriu os olhos brilhando.
- Passarinhos verdes, provavelmente, só isso explicaria este seu sorriso.
- Oh não, muito, muito melhor – ela quase gargalhava de êxtase. Sirius sorriu de canto e James a encarou mais curioso.
- Assistimos à primeira aula de voo de Harry – respondeu Remo sorrindo não querendo irritar mais James.
- Vocês assistiram? – ele perguntou encarando uma Lily animada e um sorridente Remo.
- Não acredito que perdemos – disse Sirius – Como ele foi? Ele voa bem? Foi o melhor da aula?
- Calma, Sirius – disse Remo rindo – Na verdade não teve aula...
- Como assim? – questionou James.
- Neville caiu da vassoura – disse Lily tirando um pouco do sorriso do rosto – Madame Hoock teve que sair com ele.
- E deixou os outros sozinhos... – Sirius sorriu maroto.
- Sim, você pegou o espirito, Almofadinhas – Remo sorriu e James olhou ainda preocupado.
- E Harry saiu pegando a vassoura assim que a professora saiu, sem mais nem menos? – perguntou ele encarnado Lily, se fosse isso ela deveria estar irada, mas ela sorria.
- Não! – ela disse abrindo mais o sorriso – O pequeno Malfoy o provocou...
- Pegou algo que, provavelmente, Neville deixou cair – disse Remo.
- Malfoy voou primeiro –completou Lily – E Harry foi atrás.
- Você não tem ideia, James – Remo tinha os olhos brilhantes – Como ele voou, eu poderia jurar que era você naquela vassoura.
- Ele é rápido – disse Lily – Muito rápido.
- E o mergulho? – respondeu Remo animado olhando para ela.
- Vocês não estão fazendo sentido nenhum – reclamou Sirius.
- Malfoy pegou o objeto de Neville e voou – disse Lily tentando explicar o que aconteceu – Harry foi atrás, literalmente, como se voasse todos os dias, tentou pegar o objeto das mãos de Malfoy, mas o menino foi mais rápido e jogou para longe o que ele estava segurando. Então Harry foi atrás da bolinha.
- Ele deu um mergulho James, de mais de 15 metros, disputando a velocidade com a bolinha.
- Com uma vassoura da escola? – questionou Sirius animado.
- Sim – sorriu Remo em retorno – E pegou a bolinha a uns três metros do chão, pegou e pousou graciosamente, como se não houvesse o mínimo esforço.
- Ele é bom então? – perguntou James não acreditando.
- Bom? Bom? – disse Remo contente – Ele é excelente!
- E onde ele está? – disse James contente – Por que não estamos comemorando?
- McGonnagall o viu voando sem supervisão – disse Lily triste – E o levou antes que eu pudesse falar com ele.
- E você não faz nada? – James perguntou para Lily.
- Era previsto não intervimos. Não foi isso que você prometeu para ele? – disse Lily arrogante, apensar dela mesmo estar querendo intervir a minutos atrás.
- Sim, mas... – disse ele sem jeito e argumentos.
- Sem "mas", James – disse Sirius apoiando o braço nos ombros do amigo – Você prometeu. Fique feliz, homem, Harry voa bem, igual a você.
- Estou feliz – ele respondeu dando um sorriso – Não acredito que perdi isso. O primeiro voo de verdade do meu filho, e ele foi incrível.
- Você ainda vai vê-lo voar – disse Lily sorrindo.
- Vamos construir um campinho de Quadribol em casa, acho que da para fazer um bem pequeno... – ele disse animado – ele vai precisar treinar para tentar a vaga no time de Quadribol ano que vem.
- Claro que não vamos construir nada – Lily disse rindo – Como não construímos mais cedo, muito arriscado, James.
- Ei, eu sei, mas um pai pode sonhar, não pode? – disse ele sorrindo.
Os quatro riram, mal perceberam uma coruja de Igreja descendo voando em direção a eles. Somente quando ela pairou nos olhos de Lily, que eles se viram curiosas. A ruiva retirou uma carta de aspecto oficial.
- Para quem é esta carta? – perguntou Sirius curioso.
- “Sr. e Sra. Potter” – leu Lily curiosa. Virando a carta deparou-se com o brasão de Hogwarts – Acho que deve ser a respeito da detenção de Harry.
- Provavelmente – Sirius puxou a carta das mãos dela – Sempre quis saber como era uma dessas. Meus pais a recebiam sempre, mas queimavam, eu acho, nunca se importaram com as minhas arruaças na escola.
- Teremos que dar bronca nele? – perguntou James para Lily, enquanto ela retirava a carta das mãos de Sirius – Quer dizer, estou tão orgulhoso, e ele não fez por mal...
- Não podemos incentivar, James – disse Lily – São as regras da escola, se dissermos que esta tudo ok ele vai se sentir confortável de quebrar outras.
- E qual o problema nisso? – disse Sirius animado – Não é como se fosse o fim do mundo...
- Não se esqueça, Almofadinhas – disse Remo sério – Que algumas regras são para a segurança de Harry.
- Bobagem... – começou Sirius, mas foi cortado por James.
- Remo está certo, Sirius. Vimos o que aconteceu do menino só chegar perto da floresta proibida, imagina se ele descobre as passagens do castelo para Hogsmead.
- Ok, mas que mal um voozinho de vassoura pode fazer? – disse Sirius.
- Porque não lemos o que McGonnagall tem a dizer e depois vocês decidem? – disse Remo apontando para o envelope.
- Boa ideia, abra Lily – disse James.
Lily engoliu em seco e abriu o envelope, quebrando o lacre verde característico. Ela leu em voz alta.
“Sr. e Sra. Potter.
Por meio desta missiva venho informar que o filho de vocês, Harry James Potter, foi selecionado para o time de Quadribol da Grinfinória.”
- Harry, o que? – gritou James assustado – Ele vai jogar?
- Mas, mas, ele esta no primeiro ano – disse Lily.
- Incrível – gargalhou Sirius – McGonnagall é incrível, ela não deu uma detenção a ele, o selecionou para jogar no time da Grinfinória.
Remo sorriu mostrando todos os dentes e gargalhou com Sirius da cara de bobo de James.
- Isso o torna o jogador mais jovem... – disse Remo.
-... do ultimo século – completou James deslumbrado – Meu filho, o jogador mais jovem do ultimo século.
- Ele deve estar tão feliz – disse Lily com os olhos brilhando. Ela continuou lendo.
“Por se tratar de um aluno do primeiro ano e as regras da escola não permitirem a associação esportiva nestes casos, precisamos de uma autorização especial de vocês. Com relação às regras, o professor Dumbledore aprovou, devido às condições especiais do aluno.”
Caso haja a autorização positiva, peço que preencham o formulário anexo com suas devidas assinaturas e encaminhem ao aluno junto com uma vassoura pessoal, peço que façam isso a tempo dos treinos e de forma discreta, para não amotinar os demais alunos.
Atenciosamente,
Minerva McGonnagall
Vice-Diretora da Escola de Bruxaria e Magia de Hogwarts.”
- Vocês vão autorizar, não vão? – Sirius pediu como se fosse uma criança pedindo doces.
- Claro que sim – riu James – Obvio que sim!
- Vocês vão mandar a vassoura que dei, não é? – disse Sirius meio temeroso.
- Claro que sim, Sirius – disse Lily – Você não disse que era melhor do mercado? Harry a amou, pelo menos não ficará em casa pegando pó.
- Seria realmente um sacrilégio – resmungou Sirius.
- Precisamos comemorar – disse James.
- Precisamos guardar Hogwarts – respondeu Lily risonha.
- Preciso ir – disse Remo – Lua cheia.
- Não, não, Reminho, ficaaaa – disse Sirius pidão – em nome dos velhos tempos.
- Nem sonhando, Sirius – riu em resposta – Já disse, não enquanto Hogwarts estiver com aula.
- Decidido, sem comemorações por hoje – sorriu Lily – Vamos, Aluado?
- Vamos aonde? – disse James sério.
- Para casa – Lily respondeu confusa – O que foi, James, você esta estranho?
- Por que Remo vai para casa com você? – perguntou James raivoso – Ele não tem que se transformar?
- Sim, mas tem que beber a poção dele – respondeu ela com simplicidade.
- Acho que posso passar sem ela hoje, Lils – respondeu ele encarando o amigo com a testa franzida.
- Claro que não pode – ela respondeu – Você se machuca, sofre, quando não toma a poção. Além disso, ela esta pronta, lá em casa.
- James... – disse Remo encarando o amigo – Algum problema?
James olhou para o amigo, que fazia uma cara desafio, depois para a esposa, interrogativa, olhava para ele confusa, com uma pequena ruga entre os olhos. Depois olhou para Sirius a tempo de ver o amigo sibilar mudamente a palavra IDIOTA. James suspirou frustrado.
- Claro que não tem problema. Só estou cansado, me ignorem.
- Então vamos indo – disse Lily sorrindo e dando um beijo no marido – Tem certeza que esta mesmo tudo bem? – ela franziu a testa olhando nos olhos de James – Você não parece bem, James, não quer que eu fique com Sirius?
- Não, não, eu estou bem. Vá descansar você – disse ele se despedindo dela.
- James, você não esta legal...
- Lily, só vá – disse ele brusco – Te vejo amanhã.
Ele assistiu o amigo e a esposa saírem rumo aos portões da escola. Ela lhe olhava de cinco minutos com a testa franzida. Já Remo olhava para frente, as mãos no bolso do sobretudo surrado, mantendo uma distancia razoável de Lily.
- Você esta sendo idiota – resmungou Sirius, cortando os pensamentos de James.
- O que? – respondeu ele se fazendo de desentendido.
- Você esta com ciúmes de Aluado – não foi uma pergunta.
- Não estou, não.
- Claro que está, James. Faltou você voar no pescoço dele quando os viu de mãos dadas. Eles são só amigos, você sabe.
- Sei, mas você não achou que eles andam meio “íntimos”.
- Não, não achei. Lily e Aluado sempre foram mais chegados – disse Sirius dando de ombros – Ele era amigo dela, mesmo quando ela nos odiava.
- Eu sei, é que... – James suspirou – Fiz merda, não fiz?
- Fez! – respondeu Sirius suspirando.
Os dois ficaram em silêncio contemplando o inicio de crepúsculo. James ocasionalmente chutava pedrinhas. Sirius suspirou pesado e resolveu mudar de assunto:
- Harry vai ser jogador de Quadribol – disse ele olhando para o amigo.
- Sim – sorriu James.
- Com onze anos – disse Sirius mais animado.
- Apanhador? – perguntou James olhando para ele com os olhos brilhando.
- Com certeza – disse Sirius – Pelo o que Rem... Lily disse.
- Um mergulho de 15 metros – sorriu James .
- Nem você foi capaz de fazer isso no seu primeiro voo – disse Sirius animado.
- Eu tinha seis anos quando voei pela primeira vez de verdade, Almofadinhas – disse James emburrado.
- Mas conseguiu dar um mergulho de quinze metros? – Sirius debochou.
- Claro que não! – responde James ainda emburrado.
- Então isto torna Harry melhor! – Sirius sorriu vitorioso – Meu afilhado, o melhor, puxou o padrinho, que orgulho.
- Sirius, você sabe que Harry não pode ter puxado nada de você, não sabe? – James sorriu para ele.
- Claro que pode, sou o Padrinho dele – respondeu Sirius indignado.
- Sirius – James deu um suspiro que ficou entre o riso e o cansaço – Não são bem assim que as coisas funcionam...
Os dois gargalharam e passaram a noite discutindo quem Harry tinha puxado, ou se ele seria melhor ou não que James.

James chegou em casa cansado pela noite sem dormir, nada mais acontecia no castelo. Toda noite eles exploravam uma parte da floresta proibida, mas sem sucesso. Encontraram indícios de mais um unicórnio ferido, mas não localizaram o animal ou a criatura que estava fazendo aquilo.
Sirius desabou imediatamente em seu sofá. Dormindo antes mesmo de colocar a cabeça no travesseiro. James foi procurar a esposa, queria pedir desculpas do comportamento dele de ontem com ela e Remo. Olhou para escada que levava aos quartos, estava desanimado em ter que subir tudo aquilo, mas quem sabe não poderia deitar na sua cama ao lado de Lily, fazia uma semana que não dormiam juntos. Mas antes que começasse a subir, ouviu um xingamento vindo da cozinha.
Ele foi até lá apreensivo e encontrou Lily com o dedo indicado na boca e um tesoura no chão e um emaranhado de papel na frente dela.
- Quando foi que desaprendi a fazer as coisas do modo trouxa? – ela perguntou olhando para ele, os olhos estavam brilhantes de felicidade em vê-lo.
- Você sabe que um feitiço resolveria isso – ele apontou para o dedo dela. Ela sorriu e estendeu a mão para ele.
Ele pegou as mãos delicadas da esposa, olhou o corte profundo no dedo dela, pegou a varinha, e com um toque delicado balbuciou “Epskey” e o corte se fechou magicamente. Ele levou o dedo dela aos lábios e deu um beijinho, onde antes havia o machucado.
- O que esta fazendo?
- Estava tentando embrulhar a vassoura de Harry – disse ela olhando frustrada para a bagunça a sua frente – Pensei em entregar hoje antes do café da manhã. Mal consegui dormir imaginando a cara dele de felicidade.
- Lily é melhor não entregarmos pessoalmente – disse ele frustrando a felicidade dela – Dumbledore me pediu que não revelássemos que estamos vigiando Hogwarts.
- Mas não é justo – disse ela – Quero ver como ele esta, quero ver ele feliz, James, de verdade, a quanto tempo não vemos isso, hã?
- Eu sei, amor! – ele disse a ela também frustrado e depois sorriu maroto – Eu disse que não iriamos entregar pessoalmente, mas isto não vai impedir você de assistir.
- Como assim? – ela olhou para ele confusa. Ele continuava a sorrir como se tivesse um plano. Ela o observou e leu nos olhos dele e sussurrou abrindo um sorriso. – A capa? Você vai me emprestar a capa?
Ele sorriu e assentiu. Ela pulou no pescoço dele lhe dando um beijo profundo.
- Lily, não faça isso – disse ele a afastando um pouco – Ou não deixarei você voltar para Hogwarts hoje.
Ela riu gostosamente, lhe dando mais um beijo, enquanto apontava para a vassoura meio empacotada, ela disse “Lapio Fyny” e a vassoura se arrumou em um pacote liso e bem arrumado de papel pardo.
- Viu, muito mais fácil – disse ele rindo dela. Ela mostrou a língua para e ele e lhe deu mais um beijo demorado.
- Estou com saudades – ela sussurrou no ouvido dele. Depois se levantou e o deixou atordoado, ela riu da cara do marido – Mas tenho que ir, se quero ver nosso filho hoje. Você faz o almoço?
- Remo não virá hoje? – ele perguntou. Remo geralmente era o mais prendado dos três, se virava sozinho desde novo. Como James havia se casado e antes era mimado pelos pais nunca aprendeu a cozinhar direito, sabia fazer apenas o básico e Sirius nunca se dignificou a aprender, se queria comer ia a um restaurante ou comia besteiras.
- Depois da sua cara ontem – ela disse, tirando o sorriso do rosto – Duvido muito, que queira vê-lo.
- Não fiz cara nenhuma – ele resmungou.
- James, faltou você voar no pescoço dele! – disse ela brava olhando de esguelha para ele – Apesar de eu ainda não entender o motivo. Aconteceu alguma coisa entre vocês?
James a encarou tentando decifrar se Lily não estava se fazendo de sonsa, mas havia sinceridade nos olhos dela, como se não soubesse o motivo do mau humor de James. Não estava claro que ele estava com ciúmes dela com Remo? Bom, não seria ele que iria confirmar.
- Não aconteceu nada – ele respondeu passando as mãos no cabelo e olhando estranho para ela – Só estou cansado.
Ela sorriu fraquinho e lhe deu um ultimo beijo e foi em direção as escadas murmurando um “vou trocar de roupa”. James ficou estático e pensativo se ele tinha razão para tanto ciúmes depois de tanto tempo casado, afinal Lily escolhera a ele, não? Ela gostava dele. Remo sempre estivera lá. Por outro lado havia Remo, ele nunca se quer namorara sério, tinha casos, obvio, mas nunca deixava ultrapassar mais de um encontro. Não que fosse descompromissado como Sirius, que não queria se apegar ou deixar a garota se apegar a ele. Remo não queria sofrer quando alguma mulher soubesse do probleminha peludo dele e o rejeitasse.
Pelo menos isso era o que James sempre achava que acontecia com Remo. Mas e se na verdade ele sempre fora apaixonado por Lily? Eles eram próximos, isso era fato. Mas da mesma forma que Lily era próxima de Sirius? A cabeça de James iria explodir. Mal percebeu que Lily voltou, o olhando esquisito.
- James, você esta bem mesmo? – ela perguntou franzindo a testa.
Ele assentiu distraidamente. Ela o olhou esquisito mais uma vez e depois pegou a vassoura na mesa a colocando na sua bolsa magicamente estendida.
- Eu vou indo, amor. Você tem certeza que esta bem? – ela o viu concordar e com um suspiro continuou – Se Remo aparecer por aqui, avise que ultima dose da poção dele está naquele caldeirão – ela apontou para um caldeirão ainda em fogo brando no canto da cozinha.
James concordou distraidamente ela aparatou, deixando o marido olhando estranho para os padrões do azulejo da cozinha.

Lily correu para o castelo, o sol ainda estava nascendo, era muito cedo, provavelmente não correria o risco de nenhum aluno a ver, porém preferiu não arriscar, colocou a capa da invisibilidade de James assim que ultrapassou as portas de entrada. Ela deu um suspiro nostálgico ao admirar o castelo novamente e seguiu o caminho que tanto percorrera na sua juventude.
Se direcionou o mais silenciosamente que pode rumo ao Corujal, de fato não encontrou nenhum aluno madrugador no caminho.
Ao chegar ao topo da torre logo avistou a coruja de Harry empoleirada não tão longe.
- Ei, Edwiges – ela chamou a coruja que olhou para ela com os olhos abertos. Lily chegou mais perto e passou a mão nas penas alvas – É para Harry – ela levantou o pacote – Acha que consegue entregar, você mais algumas corujas?
Edwiges estalou o bico, como se dissesse “não preciso de mais ninguém”. Mas Lily amarrou o pacote, juntamente com uma carta escrita por ela, em Edwiges e mais três duas corujas, formando um cortejo engraçado. Lily demorou um pouco mais antes de liberar as corujas, aguardando o tempo necessário para que Harry tomasse seu café.
Assim que as corujas partiram, ela desceu depressa as escadas que levavam ao Corujal, com a capa bem presa ao corpo. Ela estava animada e queria ver o rosto empolgado do filho. Eram tão raros os momentos de pura felicidade de Harry, ela se orgulhava de quase não perder nenhum.
Chegou ao salão junto com a horda matinal de corujas, trazendo o correio. Ela logo avistou o pacote de Harry e teve que se segurar para não dar um gritinho de excitação.
Ela foi para perto da onde o filho estava sentada. Fora do caminho dos transeuntes, mas perto suficiente para ouvir o filho. Lily viu Harry olhar confuso para o pacote, ela cruzou os dedos para que ele abrisse primeiro a carta. E foi o que ele fez, lendo em um sussurro para os amigos:
Querido, Harry.
Ficamos sabendo que você entrou para o time de Quadribol. Você não faz ideia como seu ai ficou, levou minutos para acreditar no que estávamos lendo.
Sirius e Remus comemoram também, então só me resta dar os parabéns, meu filho, você vai ser incrível, tenho certeza.
Seu pai pede para perguntar em que posição você vai jogar, a carta da Professora McGonnagall não dizia. E pede ainda para você não esquecer de avisá-lo de quando será seu primeiro jogo, ele não te perdoará se ele perder isso.
Estamos te mandando a vassoura que Sirius lhe deu, foi uma concessão excepcional de Dumbledore, por isso NÃO ABRA NA MESA! Os outros alunos vão implicar se isso ocorrer.
Te amo, sinto sua falta.
Mamãe.
- Não acredito – sussurrou Harry para Rony. Não estava falando com Hermione, pois a amiga ficou irada de saber que ele ganhara um premio por desrespeitar as regras – Mamãe me mandando a vassoura. Esperava isso do meu pai, ou Sirius, até mesmo Remo, mas a minha mãe...
Lily fez uma careta. Será que ela era tão chata assim?
- Isso é porque ela não sabe em que condições você ganhou a vaga – disse Hermione se intrometendo no assunto.
Lily se controlou para não rir. Ela não gostava de Harry arranjando confusões, mas era com Malfoy e para defender um amiguinho. Que mãe não se orgulharia disso? Principalmente uma casada com o incorrigível James Potter.
- Achei que não estava falando conosco – disse Rony.
Hermione bufou e virou a cara para eles. Lily teve que se segurar muito para não gargalhar. “Já vi este filme”, ela pensou.
- Você vai deixar eu dar uma voltinha? – disse Rony cobiçoso para o pacote.
Lily se espichou para ver o que o filho iria dizer, e ela não se decepcionou. Harry abriu um sorriso lindo e respondeu:
- Claro que sim! – ele disse contente – Podemos voar depois do meu treino esta semana. Vai ser depois da aula.
Rony concordou devolvendo o sorriso. Lily fez uma anotação mental de não deixar James se esquecer de supervisionar o treino de Harry esta semana, ele acabaria voltando ao castelo depois de escurecer. Lily sorriu, ela não teria que pedir isto duas vezes.

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Comentários (1)

  • Luiza Snape

    Que honra, vc fazer o Reminho perguntar a minha pergunta!!! <3Agora se a Lily concordar com a sugestão do Reminho ia ser bem engraçado se ela ficasse grávida de duas ruivinhas de olhos castanhos que fossem mais marotas que os marotos juntos, pq o que o Harry tem da Lily as Gurias teriam do Pai, tipo Fred e Geoge seriam fichinha perto delas. Adorei ver os Potters com orgulho do Harry, e esse ciúme louco do James???? Que bobo ele!A Fic está TOP, Fantástica!!! Aguardo o próximo capítulo o/ Bjs <3  

    2016-03-31
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