A Rua dos Alfeneiros



Ana Marisa Potter : Obrigada pelo comentário. Seja bem vinda a Fic, e não vou desistir. Esta Fic é antiga, mas resolvi voltar pq ela sempre morou em meu coração. Este capitulo demorou, mas os próximos será mais rápidos. Prometo!


Obrigada pelo apoio, e aproveite a leitura!

Espero que gostem do capitulo, desculpem os erros.

Bjos, Nati 


 


 


 


A Rua dos Alfeneiros


 


 - Ok, Lily, vamos protegê-los, mas vamos rápido, não estou com bom pressentimento. – James disse preocupado.


- Não vão, não – gritou Valter Dursley cuspindo na cara de James – Não quero gente da sua laia mexendo na minha casa.


- Gente da minha laia, Dursley? – Disse James tremendo – eu vou te mostrar o que gente da minha laia, faz com trouxas mal-educados como você.


James apontava a varinha em direção ao pescoço de Valter encarando perigosamente os olhos miúdos do trouxa, ignorando completamente a diferença entre ambos, Valter expressava uma carranca vermelha e todo o seu corpanzil, duas vezes maior que o magrelo James, e tremia.


- Não aponte esta coisa para meu marido, seu... seu... – Petúnia gaguejava.


- James, pare, ignore – disse Lily temerosa.


- Sua aberração – Petúnia virou para Lily – Tire esse maníaco de cima do meu marido.


James virou vidrado, com a varinha para Petúnia.


- Não chame Lily assim, trouxa.


- Pare com isso – gritou Lily – PAREM AGORA – Lily ignorou que Petúnia ia exclamar algo – Vamos fazer os feitiços de proteção, e isso não é uma opção, Dursley, vocês correm risco, e muito. Pensem no Dudley.


Petúnia, assustando a todas, com seus olhos azuis aguados vidrados de medo encarando os tão diferentes olhos verdes da irmã, acenou afirmativamente para Lily.


-  Venha, James – Lily apontou para as paredes da casa murmurando feitiços de proteção.


James se encaminhou até o lado oposto e seguiu conjurando as proteções.


 


 


- Tio Remo – disse Harry – posso pegar algo para comer?


Remo olhou para o relógio da cozinha, suspirou cansando. Sirius estava estatelado no sofá entediado, enquanto Harry largava a história em quadrinho trouxa que vinha lendo.


- Já esta tarde – disse Remo contente pela lua estar no primeiro dia da fase minguante – Quer que eu lhe prepare alguma coisa, Harry?


Harry sorriu negando, era a oportunidade perfeita para substituir o jantar pelas besteiras que geralmente Lily o proibia.


Remo sorriu e deixou o menino passar para a cozinha.


- Sirius – disse Remo olhando para o amigo que estava entediado folheando a história em quadrinho que Harry acabará de largar, Sirius olhou para o amigo assim que ele o chamou – Acho que eles estão demorando demais, acha que aconteceu alguma coisa?


- Não se preocupe, Aluado – Sirius voltou a ler – Petúnia deve estar perturbando Lily, ou com muita sorte, aquele marido dela perturbou James tanto a ponto de ele ter perdido a cabeça – Sirius sorriu imaginando a possibilidade de James azarar o idiota do Dursley, ele odiava o jeito como eles tratavam Lily.


- Espero que você esteja certo, Almofadinhas – disse Remo, porém sem a confiança no que dizia.


 


 


- Protego Totalum – sussurrou Lily finalizando os feitiços e proteção.


- Acho que é isso – Disse James observando o lugar – É o máximo que sei fazer.


Lily pensou que tinha coberto toda a gama de feitiços protetores no lugar e então acenou positivamente para o marido.


- Evitem sair de casa – disse Lily ignorando a carranca vermelha de Valter – Isso não é mais uma brincadeira, tem uma guerra lá fora e vocês correm perigo.


- Ora – disse Valter – O que a guerra de vocês tem a ver com a gente?


- Tudo – foi a vez de James responder – Voldemort quer a supremacia bruxa, acabar com todos os não mágicos, trouxas como vocês e nascidos trouxas como Lily – Lily assentiu – Estamos lutando mas não podemos estar em todos os lugares, então, pelo amor de Merlim, façam o que Lily disse e FIQUEM EM CASA – James gritou esta última frase, estava cansado, frustrado e com um pressentimento ruim. Queria voltar pra casa, ver se Harry estava bem, queria tirar Lily dali e, se possível, nunca mais ver os Dursley.


- Ora, vocês tem magia, podem fazer qualquer coisa – disse Valter.


- O outro lado também pode – disse Lily séria, ignorando o olhar indignado de James.


Novamente Petúnia assentiu, por um segundo Lily achou que ela ia lhe abraçar ou dizer algo, mas sua irmã permaneceu calada e assustada. Lily deixou-se suspirar.


- Vamos, James – Lily virou-se para o marido cansada – Já estão o mais protegidos que pudermos. Petúnia – Lily voltou-se para a irmã e encarou os olhos azuis aguados – Me ligue, se acontecer algo, nenhum bruxo tem a permissão de aparatar aqui dentro, e estarão protegidos enquanto estiverem aqui.


James assentiu e segurou nas mãos de sua esposa para saírem do número 4. Lily deu uma última olhada esperançosa em Petúnia, esperando um agradecimento ou um gesto de carinho que fosse, mas se decepcionou mais uma vez. Suspirando virou-se para a porta pronta para sair e aparatar em sua casa. Abriu a porta e neste mesmo instante várias luzes voaram em sua direção, acertando uma barreira invisível a centímetros dos seus olhos.


James, agindo instintivamente, puxou Lily de volta e fechou a porta. Passando as mãos nos cabelos.


- Ótimo, Comensais da Morte – disse irritado – obvio, era uma armadilha.


- Lil... Lily, o que foi? – Petúnia sussurrou para a irmã que estava pálida e calada.


- Estamos presos aqui – disse Lily piscando e tentando absorver – Comensais, muitos deles... O que vamos fazer, James?


Mas James já estava retirando o espelho de dois sentidos do bolso.


- Sirius – disse o moreno ao espelho.


 


 


Sirius, Remo e Harry estavam na cozinha, lanchando até que:


- Sirius...


Os três estacaram em suas posições, Harry arregalou os olhos extremamente verdes na direção do padrinho, enquanto Remo franzia a testa, Sirius, por sua vez, parou com o sanduíche que vinha comendo suspenso no ar até que a ficha finalmente caiu, largando apressadamente a comida e se enrolando todo tirou o espelho de duas faces do bolso da capa.


- James – disse Sirius temeroso.


- Sirius – veio a resposta aliviada d outro lado – graças a Merlim você ainda carrega este espelho. Remo esta ai?


- Claro que carrego – disse Sirius franzindo a testa preocupado – Aluado esta do meu lado, aconteceu alguma coisa, Pontas?


- Passe o espelho para ele, Sirius – respondeu James apressado.


- O que aconteceu, James? – insistiu Sirius.


- Só passe para Remo, Sirius – respondeu James. Sirius ia retrucar mas Aluado arrancou o espelho das mãos do amigo e se dirigiu para sala com ele nas mãos.


- Aluado, era uma armadilha – sussurrou James.


Sirius estava magoado por James não falar com ele e sim com Remo. Segurou Harry, que fez a menção de ir atrás de Aluado, e fazendo sinal com o dedo sob os lábio pedindo silêncio e se pôs a ouvir a conversa dos amigos.


- A casa está cercada, deve ter de 15 a 20 comensais lá fora – disse James do outro lado – A sorte é que eu e Lily conseguimos proteger a casa. Porém não conseguimos desaparatar também, e o que adiantaria, eles são capazes de destruir o bairro inteiro para nos comover.


- Vou chamar a Ordem – disse Remo preocupado – e vocês não saiam de casa, fiquem ai.


- Remo – James sussurrava ainda mais – Não deixe Sirius vir, deixe ele com Harry.


Remo apenas assentiu. E a imagem do amigo sumiu.


- Sirius, eu sei que estava ouvindo – disse Remo mais alto em direção a cozinha.


Sirius saiu com uma cara indignada da cozinha.


- Eu vou com você – disse Sirius decidido – Eu vou sim, to cansado de ficar em casada, to cansado de ver todo mundo em perigo e eu não. Eu vou, Aluado, não tenha nada que você diga que me faça ficar em casa.


- Harry – disse Aluado simplesmente, Sirius passou o seu olhar de indignado para confuso e olhando do amigo para Harry e de Harry para Aluado, que voltou a falar – Você precisa cuidar de Harry, não podemos deixa-lo aqui sozinho.


- Você cuida de Harry – disse Sirius e depois olhando pra Harry – Foi mal, amigão.


- Sirius... – disse Remo frustrado.


- Remo – respondeu o outro no mesmo tom.


- Escuta – Remo se irritou – Você é o fiel do segredo, você sabia que teria que se esconder quando aceitou, não faça isso com James, Almofadinhas. Fique, cuide de Harry, logo trago eles pra casa.


- Você sempre fica com toda a diversão – disse Sirius emburrado.


Remo considerou esta última frase com uma concordância de Sirius e se encaminhou para fora da casa para aparatar para a Ordem.


 


Sirius ficou olhando o amigo desaparecer e voltou irritado, nem se quer percebeu que Harry observava atentamente as atitudes do padrinho.


- Bosta de dragão – xingou Sirius.


- Sirius... – Harry disse baixinho tomando coragem – Sirius, você não vai ajudar meus pais?


Sirius piscou em direção ao menino como se o visse pela primeira vez.


- Seu pai me mataria – disse Sirius – além disso, hoje sou sua babá – ele deu um leve sorriso a careta que Harry fez.


- Já sou grande o suficiente, não preciso de babá – disse Harry emburrado – Papai e mamãe que precisam de você.


- Mas, Harry... – Sirius quis argumentar – Eu preciso proteger você, James não iria me perdoar, Lily então... – Sirius passou o dedo pela garganta indicando uma possível morte dolorosa – Vem, vamos jogar Snap Explosivo.


- NÃOOO – Harry disse com raiva – NÃO. Não sou mais criança, Você mesmo disse que Voldemort me quer, vai ser bem mais fácil sem meus pais, Sirius por favor...


- Harry... – Disse Sirius temeroso, podia sentir a energia mágica e incontrolável do menino, a mesma energia que o fez quebrar as janelas de casa mais cedo.


- Por favor, Sirius – os olhos do menino arderam, mas ele se recusou a chorar, não queria que Sirius tivesse a certeza que era uma criança assustada. – Ajuda meus pais.


Sirius olhou para o menino, sentia que ele queria chorar, mas estava sendo tão corajoso. Tão parecido com o pai. O coração de Sirius se apertou em pensar em James morto. Não tinha como sair daquela casa. Olhou novamente para Harry o avaliando.


- Promete se comportar?


- Sim -  disse Harry esperançoso.


- Promete não sair de casa? – Sirius olhava seriamente para o menino, se ajoelhou emparelhando seus olhos com os olhos do afilhado, vendo o aceno positivo dele continuou – Você sabe que colocarei um feitiço na casa para que você não possa sair por nenhuma porta ou janela, não sabe?


Harry acenou novamente, porém não deixou o padrinho ver seus dedos cruzados nas costas.


 


 


James passava as mãos pelos cabelos nervoso, até que um lobo prateado apareceu e quando abriu a boca tinha a voz de Aluado.


- James, estou na Ordem, convoquei o máximo de membros que achei, estou aguardando eles chegarem para irmos. Não faça nenhuma besteira, não saia daí. Deixei Harry com Sirius.


O lobo desapareceu, e James suspirou aliviado. Lily acenou o dando coragem. Os Dursley estavam encolhidos no sofá, e bufaram com o patrono, porém não disseram nada.


 


 


- Ok. – disse Sirius se levantando – Tenho que pensar em como ir para lá. Se eu for aparatar sozinho, sem chances. Se for para a Ordem, Remo provavelmente vai me azarar e me mandar de volta pra cá. Tem que ter alguma forma de eu chegar dentro da casa deles, sem que os comensais me vejam. – Sirius caminhava pela sala murmurando alternativas e parando pensativo olhou para a lareira e um sorriso incrivelmente maroto apareceu nos seus lábios. – Flu, é isso, Harry, flu.


O garoto sorriu. Sirius foi até a lareira, e jogou o pó de flu.


 


Sr. Weasley estava sentado em sua velha e confortável poltrona descansando de mais um dia atribulado no ministério. A casa estava anormalmente silenciosa, com os três filhos mais velhos em Hogwarts, os gêmeos deveriam estar aprontando alguma coisa, provavelmente era melhor ela ir verificar, antes que os pestinhas pudessem perturbar os outros dois irmãos. Quando estava prestes a se levantar para olhar Fred e Jorge, ouviu o estalo na lareira e viu uma cabeça flutuando.


- Sirius! – disse o Sr. Wesley se aproximando da lareira – Aconteceu alguma coisa?


- Não, Artur – respondeu Sirius – Desculpa a hora, mas será que você poderia conseguir um favor pra mim?


- Qual favor? – Sr. Wesley estava desconfiado, costumava a ver a mesma cara e voz de hesitação em seus gêmeos quando aprontavam.


- Bem, Lily e James ficaram presos na casa da irmã trouxa dela – Sirius media as palavras – e queria ir até lá, sabe, para ajuda-los. Então pensei se você não conseguiria pedir para alguém do uso e regulamentação de transportes mágicos para ligar a lareira da rua dos Alfeneiros número 4, por 5 minutinhos?


- Bem isso é fácil de ser arranjado – disse Artur – Mas Sirius, você não está aprontando nada, não é?


- Claro que não, Artur – respondeu Sirius forçando sua maior cara de inocente – Foi ideia de Lily que te pedisse.


- Ok. – respondeu o sr. Wesley – me dê 10 minutos. Eu te aviso quando estiver liberado.


Sirius assentiu e retirou sua cabeça da lareira, encontrando o olhar ansioso do afilhado. Sirius sorriu e levantou os polegares em sinal de joia,


Os dois esperavam olhando fixamente para a lareira, esperando a autorização de Artur. Até que uma doninha prateada apareceu em sua frente, ao abrir a boca disse com a voz de Artur Weasley:


- A lareira está ligada, Sirius. Você só tem 5 minutos.


Sirius piscou juntamente com o patrono que desapareceu e depois sorriu se pondo de pé. Olhou para Harry que não parecia sorrir, estava com cara de concentrado, devia estar preocupado com o padrinho, Sirius ignorou e se aproximando do menino disse:


- Harry, preciso ir. Promete se comportar? – o menino acenou positivamente – Tem certeza que não se importa de ficar sozinho? – um novo aceno – Vou voltar logo trazendo seu pais comigo, ok?


Harry tentou forçar um sorriso, e acenou pela terceira vez. Sirius foi em direção a lareira e apanhando em um vaso o pó de flu, o jogou na lareira e disse em alta voz – Rua dos Alfeneiros número 4 – E, com um último olhar para Harry, entrou nas chamas e foi engolido por elas.


 


 


- AHHHHHHHHHHHHH


Todos que se encontravam na sala de se sobressaltaram com o grito de Petúnia, que apontava o dedos ossudo e tremulo para a lareira. Duda se encolheu no sofá e Valter se pôs de pé em guarda e virando para todos os lados em busca daquilo que assustou a sua mulher.


- O que aconteceu? – disse uma Lily assustada correndo pra sala acompanhada por James já com a varinha em punho – O que aconteceu, Petun... – Mas foi interrompida por batidas na lareira.


-JAMES, LILY. TEM ALGUÉM AI? – a voz gritava – ACHO QUE ESTOU PRESO.


- Quem está ai? – perguntou Lily apontando a varinha para a Lareira tentando fazer com que sua mão não tremesse tanto.


- Vamos, Lil’s sou eu, Sirius. Cai de mau jeito – respondeu a voz meio abafada – Me tire daqui. Que idiota fecha uma lareira?


James passou pela sala ficando de frente para a lareira, protegendo Lily com seu corpo.


- Sirius – James chamou quase em um sussurro sendo interrompido por Sirius – James, Jamie me tira daqui, anda, meu pescoço está doendo, não consigo pegar a varinha.


- Sirius, cala a boca – disse James desconfiado – é você mesmo?


- Claro que sou eu, Sirius Black, Almofadinhas para os íntimos – disse Sirius exasperado – Ok, ok. Quer uma prova? Quem mais saberia que seu doce favorito é acidinhas, somente porque Lily te deu uma no nosso segundo ano? Aposto que você guarda o pacote até hoje.


Lily olhou para James entre o divertida e surpresa. E sorriu ainda mais ao ver o marido corar, o que raramente ocorria.


- Não guardo não, Almofadinhas – disse James constrangido – Agora cuidado, vou explodir o que está bloqueando a lareira. – E olhando para os Dursley disse – Acho melhor vocês se protegerem, BOMBARDA!


A lareira explodiu, fazendo Valter gritar e Petúnia perder a voz. Sirius saiu rolando pela lareira, sendo ajudado a levantar por James enquanto Lily reparava os estragos deixando a lareira deixando-a sem a obstrução inicial.


- Sirius, o que você está fazendo aqui? – disse James olhando para o amigo espanar o pó da capa.


- Vim te ajudar, caro amigo – respondeu Sirius no seu sorriso mais inocente – Não achou que passaria essa sem mim, achou?


- Ótimo – resmungou James - mais um para eu me preocupar.


- Falando em se preocupar – Disse Lily ignorando a cara de ofendido de Sirius – Com quem você deixou Harry?


- Harry? – piscou Sirius e se fazendo de desentendido – Que Harry?


- Harry, meu filho, seu afilhado, Sirius Black – Lily assumiu uma expressão furiosa e cada uma das palavras foi pontuada por um passo em direção ao maroto, enquanto este ia inconsciente para trás. James só observava – Com quem você deixou Harry?


- Bem, sabe o que é, Lily. Harry, esta grandinho, você não acha? – Sirius tentava se explicar mas só deixava Lily mais furiosa e mais perto dele – E bem, ele puxou a você, então é responsável e tudo mais, então eu achei...


- Almofadinhas, só pare de enrolar e diga com quem deixou Harry – disse James impaciente.


- Sozinho – disse Sirius quase em um sussurro.


- O QUÊ? – Lily gritou raivosa.


- Deixei ele sozinho – disse Sirius tentando ser corajoso – Ele que pediu para eu vir, cuidar de vocês.


- ELE TEM 7 ANOS, POR MERLIM – Lily gritava e pontuava cada palavra com um tapa em Sirius que tentava se proteger com as mãos – SIRIUS BLACK, EU VOU TE MATAR.


- James, faça alguma coisa – Sirius suplicou para o amigo ainda protegendo dos tapas de Lily.


- Sirius, se Lily se afastar eu não sei o que EU faria com você – disse James nervoso – O que tem na sua cabeça, Black, titica? Deixar Harry sozinho, achei que pudesse confiar em você.


- James – Sirius suplicou.


- Como você veio, que eu saiba a lareira da minha irmã não é ligada ao sistema flu? – disse Lily parando de bater no amigo – Quem sabe podemos te mandar de volta.


- Pedi a Artur – apressou Sirius em responder – Mas não tenho como voltar, a ligação ficaria ativa só por 5 minutos e mesma que ainda desse tempo não trousse pó de flu comigo.


- Ótimo – resmungou James passando as mãos pelos cabelos – Ótimo, vou mandar um patrono a Remo, vou pedir para ele voltar pra Godric’s Hollow.


- Não precisa, papai.


 


 


Remo já estava ansioso do lado de fora da Ordem da Fênix, Moody, Emelina, Esturgio e Shacklebolt, um Auror que acabara de entrar para a Ordem, estavam aguardando junto com ele. Preferiram não chamar Artur, ele vinham trabalhando dobrado como agente duplo entre a Ordem e o Ministério.


- Estamos aguardando quem mesmo? – Perguntou Emelina traduzindo a ansiedade de Remo.


- O “ok” de Dédalo – disse o rabugento Moody – O ministério vai nos ajudar hoje, Shacklebolt selecionou uns Aurores de confiança.


O Auror assentiu. Remo não conseguia ficar parado, cada minuto perdido era um minuto a mais para os comensais acharem um jeito de quebrar os feitiço protetores de James e Lily. Remo foi despertado de seu devaneio com a exclamação de Emelina.


- Luzes verdes – disse ela se empunhando a varinha e sorrindo sadicamente – Vamos pegar alguns Comensais – E dizendo isso os quatro desaparataram.


 


 


- Harry? – James olhou para trás e Harry Potter estava olhando timidamente para ele aos pés da lareira – Como? O que?


James não conseguia terminar nenhuma frase desacreditando que o menino estava ali, Lily abriu a boca, depois fechou como se decidindo se falava ou não, mas a expressão mais engraçada era a de Sirius, que piscava e passava os punhos serrados nos olhos decidido que Harry era apenas uma alucinação. Petúnia segurou o grito por mais uma pessoa aparecer em sua sala, a carranca de Valter não podia estar mais vermelha e Duda olhava para o menino curioso e temeroso ao mesmo tempo.


O que você está fazendo aqui, Harry Potter? – Lily foi a mais rápida a se recuperar - Deixa eu adivinhar, veio atrás do seu padrinho pela lareira?


Lily não esperou Harry responder e olhou feio para Sirius, que ainda não acreditava que o menino estava ali.


- Ele prometeu, Lily, prometeu que não ia sair de casa – Sirius olhou para Harry bravo – Você me prometeu, Harry, confiei em você.


Harry olhou para os pés e murmurou um “desculpa” ininteligível.


- E você acreditou, Sirius? – respondeu Lily exasperada – Ele é filho de James.


James, por sua vez, não pareceu se ofender e concordou efaticamente com Lily.


- Harry James Potter, vem aqui agora – Lily ordenava nervosa enquanto o pequeno Harry ia de cabeça baixa em direção aos sofá da sala – Sente ai, mocinho – disse apontando para o sofá – Você também, Sirius, sente-se do lado dele.


- EU? O que eu fiz? – mas Sirius calou a boca ao olhar assassino de Lily e o de bravo de James.


- Por que, Harry? O que achou que faria aqui? Combater Comensais da Morte? – perguntava Lily desapontada – Você só tem 7 anos, Harry, caramba, nem varinha você tem. Não pensou que seu pai e eu estaríamos mais preocupados com você aqui do que em nossa casa? VAMOS RESPONDA!


- Eu – Harry olhou nos olhos da mãe, tão verdes e tão desaprovadores e sussurrou – eu não pensei na hora.


- É logico que não pensou – completou Lily – Seu padrinho não estava lá para te impedir e nem deixou ninguém no lugar. – Sirius olhou arrependido para os próprios pés arrependido mas Lily continuou, agora para o marido – O que vamos fazer, James, precisamos tirar Harry daqui.


- Não sei – James passou as mão pelos cabelos os bagunçando mais e tentando ter uma ideia – Podíamos pedir para Artur religar a lareira.


- Não temos flu para voltar para casa – disse Lily frustrada – não adiantaria nada. Podíamos fazer uma aparatação acompanhada.


- Teríamos que sair fora da zona de feitiços protetores que colocamos na casa – completou James – Ou desfazer os feitiços.


- Não podemos – respondeu Lily – Se abrimos qualquer brecha nos feitiço, entrariam aqui no mesmo minuto, não teríamos como salvar a todos – completou ele olhando para a família da irmã encolhida no sofá.


James se calou enquanto olhava para Lily tentando pensar de todas as formas possíveis de tirar Harry de lá. No sofá da sala, enquanto isso, rolava uma conversa aos sussurros entre padrinho e afilhado.


 


- Você prometeu, Harry – sussurrou Sirius –confiei em você.


- Desculpa, Sirius – respondeu o menino de cabeça erguida – mas eu precisava vir. Além do mais você também prometeu pra Remo que não viria.


- Não prometi coisa nenhuma – respondeu Sirius – Remo pediu que eu ficasse, e eu não disse que ficaria. Não prometi nada ao seu pai também – apressou-se em dizer vendo que o menino ia retrucar – Além do mais, você que pediu para eu vir.


O menino encarou o padrinho. Não queria que ele percebesse que o que mais o motivou para ir é que no momento que a casa fiou vazia ele se sentiu vazio, e começou a pensar na possibilidade da mortes dos pais e do padrinho, de alguma forma ele achava que se ele estivesse perto dos pais eles se forçariam a se proteger melhor. Mas infelizmente, para Harry, Sirius o conhecia muito bem e leu no olhar do menino o medo dele de ficar sozinho


- Não deveria ter contado de Voldemort mais cedo. – disse Sirius – Você se assustou.


- Não me assustei – disse Harry bravo e levantando um tom a mais a voz que estava apenas como um sussurro – Você não entende.


- Entendo sim – disse Sirius no mesmo tom e com cara de bravo, Harry tinha passado do limite indo até lá e a culpa era dele – Você estava assustado, não queria ficar sozinho em casa. Por que não me disse? Você sabia de Voldemort – Sirius voltou a sussurrar – eu mesmo te contei, e agora vem a campo aberto, onde estamos cercados por Comensais da Morte. Você não entende, Harry, Voldemort está atrás de você, se ele souber que você está aqui não teremos chance.


- Você está errado, Sirius – disse Harry trincando os dentes – Voldemort vai atrás de você e dos meus pais. O jeito mais fácil de matar um filhote é eliminando o bando dele primeiro. Voldemort vai matar vocês antes de chegar em mim.


Sirius abriu e fechou a boca como um peixe, mas sem emitir nenhum som. Não tinha argumentos.


- Você é novo demais pra se preocupar com isso – surrou Sirius esquecendo que estava bravo.


- Sou novo demais pra muitas coisas – resmungou Harry.


 


- Shiu, vocês dois – disse Lily interrompendo padrinho e afilhado, não tinha ouvido a coversa, apenas os sussurros e o alteração de humor de ambos – estamos tentando pensar aqui e como fazer pra desfazer a besteira dos dois.


- Não tem jeito, Lily, vamos ter que enfrenta-los. – disse James sério – Pra tirar Harry daqui, só se derrotarmos os Comensais.


- Isso quer dizer que Harry ficará aqui? – Lily olhava profundamente para James como se dizendo todas as coisas que implicavam naquela decisão. Com a batalha tão próxima, se algo desse errado teriam minutos para tirar Harry dali.


James acenou e segurou a mão da esposa para lhe dar força. Mas foram interrompidos pelo patrono de Remo, James segurou mais forte a mão de Lily enquanto o lobo abria a boca e dizia:


- Estamos aqui, James. Ao sinal das luzes verdes vamos atacar.


O patrono desapareceu, James largou Lily e assumiu uma postura mais altiva e de liderança.


- Sirius – disse James – fique de olho na rua, nos avise quando o sinal de luzes vezes aparecer. Lily, preciso de você lá fora comigo, Harry ficará aqui.


Sirius se levantou e foi pra janela. Lily chegou perto de Petúnia.


- Tuney – Lily disse calma e tão baixo que só a irmã podia ouvir – Tulney, preciso de você. Cuide de Harry, pra mim. Não deixe ele sair.


- Seu filho? E se essa aberraçãozinha fizer alguma coisa pra mim ou meu filho? – disse Lily rancorosa.


- Não seja tola, Petúnia – disse Lily ofendida – Harry é só uma criança, não vai te fazer mal. Eu nunca te fiz mal.


- Você não – respondeu Petúnia – mas aquele moleque...


- Olhe – cortou Lily – Só não deixe Harry sair de casa, cuide dele, como um... como um último favor. E se eu morrer – Lily olhou séria para a irmã pensando seriamente no que diria a seguir, os olhos azuis encontraram os verdes e Lily não viu o que desejava e então se calou com o aceno da irmã.


James estava agora no sofá olhando para Harry, que ainda não tinha coragem de olhar para o pai. James levantou o rosto do menino a forma de encarar seus olhos verdes, tão decididos, tão sinceros, tão parecidos com os de Lily.


- Harry, você vai ficar aqui dentro – não era um pedido e sim uma ordem – Não vai sair, não importando o que você veja ou ouça. Fique aqui.


- Pai... – Harry tentou argumentar.


- Harry, não discuta – James passou as mãos nos cabelos – Me obedeça pelo menos uma vez na vida e fique aqui seguro.


Harry olhou para o pai e fez sim com a cabeça. Sabia que só ia atrapalhar lá fora, sabia que estava atrapalhando ali. Queria pedir desculpas, queria contar para o pai que estava com medo de eles morrerem, mas foi interrompido por Sirius.


- Pontas, o sinal – disse Sirius apontando para a janela.


- Está na hora – James se levantou – Lily, Sirius, vamos!


- Vai querer que eu vá agora, James – disse Sirius em tom de troça – não quer que eu fique com Harry.


- Não cometo o mesmo erro duas vezes, Almofadinhas – respondeu James com uma piscadela.


O som lá fora já era de batalha, James aproveitou a distração e abriu a porta e saindo com Lily e James no seu encalço.


 


Haviam meia dúzia de Comensais, o que fazia volume era a quantidade mercenários, geralmente indignos demais para fazer parte do ciclo de Voldemort, não lutavam por idealismo, paixão ou medo, como os Comensais, lutavam por dinheiro e por quem pagasse mais. Nem por isso eram menos cruéis, acostumados com marginalidade, sempre excluídos da sociedade, não tinham empatia com ninguém.


Remo e os demais membros da Ordem vinham correndo e lançando feitiços do fim da rua, quando James, Lily e Sirius se esgueiraram pela porta, toda atenção dos Comensais e mercenários estava voltada para a nova ameaça. Não demorou o trio se juntou a Ordem.


- Sirius – disse Remo ofegante ao derrubar um mercenário particularmente estupido – O que você está fazendo aqui?


- O idiota veio pela Lareira – quem respondeu foi James, enquanto abatia mais um mercenário – Convenceu Artur – terminou respondendo a cara pasma de Remo.


- E Harry? – Perguntou Remo desviando de um feitiço.


- Aqui não, Aluado – desta vez foi Lily quem disse enquanto criava um feitiço escudo. Remo olhou para a amiga e se esqueceu que estava lutando, só tinha um motivo pra Lily não dizer ali. Ela não queria que ninguém ouvisse o que era obvio com o quatro amigos ali fora, Harry estava sozinho, ou pior, Harry estava ali.


A distração custou caro a Remo, ele foi jogado por um feitiço na parede da casa ais próxima e acabou perdendo a varinha. Ouviu alguém gritar seu nome, Sirius provavelmente. Remo tentava limpar o sangue que jorrava de um corte no supercilio e procurar sua varinha, ainda ajoelhado no chão e tentando enxergar na escuridão. Sentiu alguém o levantar pela gola das vestes. Virou assustado, sentiu então o hálito de Fenrir Greyback muito perto da sua jugular.


- Ora, o que temos aqui – disse Greyback – Se não é o velho lobo Lupin. Ainda tentando ser um bruxo comum, Lobinho?


Remo crispava de raiva e tentava se desenvincilhar das garras do lobisomem. Ferir agarrou seu casaco com mais força.


- Acho que não te mordi forte o suficiente, da última vez – A voz de Greyback era irônica, ele ria com esforço de Remo de se soltar – Posso repetir a dose, se você ainda não aprendeu o que é ser um Lobisomem de verdade.


Remo conseguiu se desvencilhar, com toda a força e caiu na grama, enquanto Grayback ria loucamente. Aluado entrou em desespero e ainda tateando o chão e se deslocando para o mais longe do lobisomem não acreditou na sua sorte ao se depara com a varinha e levantado direcionou um feitiço estuporante diretamente em seu atacante ao mesmo tempo que outro raio de luz também atingia Greyback. James veio correndo.


- Aluado, você está bem? – James ficou assustado com o sangue no rosto do amigo e o ajudando-o a levantar – Ele te fez alguma coisa?


- Estou bem, Pontas – respondeu Remo tentando limpar o sangue do rosto – foi só um corte.


James sorriu, mas logo o sorriso morreu e antes que Remo pudesse reagir foi empurrado por James para o chão novamente, um feitiço atingiu o espaço que segundos antes Remo estivera, porém este espaço não estava vazio, James se colocou na linha de fogo ao tirar Remo de lá.


- JAMES – gritou Remo se levantando e amparando o amigo que caia desacordado.


- JAMESSSS – Sirius e Lily gritaram juntos e tentaram atravessar a rua para chegar onde estava o maroto caído.


 


Harry ouviu a voz da mãe e do padrinho gritarem pelo seu pai, foi até a janela mas não conseguia ver nada, então fez a menção de ir até a porta, mas viu a tia sair do seu estupor.


- Onde você vai? – perguntou Petúnia.


- Ver meu pai – disse o menino se encaminhando a porta, mas a tia foi mais rápida e se postou na saída – A senhora ouviu, meu pai ta machucado.


- Você não vai sair – disse Petúnia secamente.


- A senhora não pode me impedir – disse o menino altivo.


- Arrogante igual a mãe – respondeu Petúnia – Já disse que não vai sair.


Harry ficou nervoso, queria saber do seu pai, estava com raiva porque estava com medo, estava com raiva por que se acontece algo seria sua culpa. O menino tentou passar pela tia, mas foi seguro pelo cangote. Valter resolvera intermediar, queria o menino fora da sua casa, mas Petúnia parecia ter decidido proteger o menino.


- O que faço com ele? – perguntou Valter segurando o menino pela gola da blusa, como se fosse um gatinho.


- Tranque ele no armário – disse Petúnia – Ele não vai nos incomodar lá.


Valter carregou Harry até o armário sobre as escadas, o menino esperneou e gritou, mas foi em vão, o tio era muito maior que ele, o primo Duda ria do menino magrelo, enquanto esquecia que há pouco corria risco de vida e comia sorvete sentado na sala. Tia Petúnia foi espiar o lado de fora na rua, tentando se esconder o máximo que podia.


Harry tentou se controlar, mas agora naquele armário, cheio de brinquedos quebrados de Duda ele não se aguentou e começou a chorar silenciosamente, o choro que vinha guardando desde que Sirius lhe contara sobre Voldemort, desde que os pais saíram para combater os dementadores, desde que o padrinho o deixara sozinho.


As grossas lágrimas caiam pela face do menino, embaçando seu óculos redondos, enquanto Harry batia na porta implorando para sair dali.


 


 


- Vamos, James – disse Lily sacudindo o marido desacordado – Fale comigo. Vamos, meu amor, acorda. JAMES.


Remo ainda desviava os feitiços e tentava proteger os amigos ao mesmo tempo, Lily estava ocupada demais tratando de James, e Sirius estava atônito demais para lutar.


- Sirius – gritou Remo controlando, com esforço, dois Comensais – Pode me dar uma ajuda aqui.


Sirius correu, ainda olhando para o amigo desacordado e Lily chorosa gritando feitiços para acordá-lo.


- Sirius, cuidado – Remo puxou o amigo o desviando de um feitiço. Sirius piscou, não estava com cabeça para duelo, não enquanto James não levantasse. – Foco, Sirius. Não vai ajudar James se não prestar atenção, temos que mantê-los longe de Lily e Pontas.


Remo derrubou um dos comensais e era tarde demais para desviar do outro, mas Sirius conseguiu estuporá-lo antes de que ele atingisse Remo. Aluado olhou agradecido para o amigo, mas foi interrompido por um grito de Lily.


- JAMES – gritou a ruiva – você está bem? Fale comigo.


James que havia acordado foi sufocado por cabelos acajus enquanto Lily se jogava nele.


- Estou bem, Lily – disse ele enquanto a esposa se afastava para ele se levantar, o que foi uma péssima ideia já que sentiu uma tontura imediata quando o fez e, com uma careta de náusea, deitou de novo – Eh, não tão bem. E os outros? Estão todos bem.


Lily aconchegou a cabeça do marido no colo, para que ele ficasse deitado e disse:


- Estão todos bem, estamos vencendo.


E era verdade, a batalha estava bem dispersa, restavam poucos comensais, que mal poderiam controlar os mercenários, para que estes não se dispersassem. Lily encarou Sirius, que acabara de desarmar um comensal, e sorriu com a felicidade evidente do amigo ao ver que James estava acordado. Remo acenou positivamente, ao se desviar de um feitiço, para amiga indicando que tinha visto que James estava bem. Lily tentativa acertar algum Comensal da onde estava sentada, mas era difícil e provavelmente podia denunciar a sua frágil posição.


Um dos Comensais percebeu que a situação não estava favorável e desaparatou, o que gerou uma reação em cadeia. Vários mercenários se atentando da fragilidade que estariam, fugiram também, ao gritos de comemoração da Ordem, os Comensais restantes tentavam fugir, mas Moody estava implacável, tentando prendê-los.


Sobrou um, acuado, porém viu, enquanto os demais membros da Ordem comemoram, Lily e James sentados meio escondidos pelos arbustos do número quatro. Sorriu por baixo da máscara e mirou sua varinha no casal.


- AVADRA – gritou o comensal, porém não conseguiu terminar. Algo o atingiu no rosto quebrando a sua máscara e, possivelmente, parte do seu maxilar.


Sirius percebeu o movimento e correu com toda a força de suas pernas e meteu um soco no Comensal que ameaçava seus amigos. Socava cada parte do indivíduo, com toda raiva que vinha guardando por meses a fio, socava por James, por Lily, por sua liberdade e pelo pequeno Harry.


Remo teve que tirar o amigo de cima do Comensal que acabou se revelando ser Igor Karkaroff, agora com o rosto desfigurado e sem sentidos.


- Por que me segurou, Remo – disse Sirius ainda nervoso, massageando o nós dos dedos e deixando que Shacklebolt prendesse Igor.


- Por que você ia mata-lo, Sirius – respondeu Remo se encaminhado para Lily que tentava levantar James.


- Era o que eu queria. – respondeu Sirius amargamente – Era o que ele merecia, pelo menos. - Remo o encarou de canto de olho e balançou a cabeça em negação.


Remo ajudou James a levantar, segurando o amigo pela axila para mantê-lo em pé. Lily vacilou pelo peso do marido, e foi substituída por Sirius.


- Vamos pra casa – disse Lily aliviada.


- Só precisamos pegar, Harry – disse James á conseguindo se apoiar melhor e andando só com a ajuda de Sirius.


 


O quarteto entrou na número quatro da rua dos Alfeneiros, a casa estava silenciosa, por um momento eles temeram que algo tivesse acontecido, mas a carranca de Valter apareceu na escada com a entrada dos quatro amigos.


- Mais um desses na minha casa, isso já passou do limite – disse Valter olhando para Remo com desdém.


- Onde está Harry? – perguntou Lily e depois olhando para a irmã que vinha descendo também as escadas já vestida com seu robe – Onde está meu filho, Petúnia?


No armário – respondeu Petúnia secamente. – Sob as escadas.


- VOCÊ TRANCOU MEU FILHO NO ARMÁRIO, PETUNIA – Lily gritou com a irmã – Ele é uma criança, é só um menininho.


- ELE QUERIA SAIR, O QUE QUERIA QUE EU FIZESSE? – respondeu Petúnia indignada


- QUE TRATASSE COMO UMA CRIANÇA ASSUSTADA – Lily chorava enquanto se encaminhava para o armário sob as escadas.


James olhava com raiva para Petúnia, porém como mal conseguia se manter de pé, sua varinha faiscava juntamente com sua raiva. James sentia Sirius tremer de nervoso enquanto o segurava, mas sabia que não faria nada, por Lily. Remo se encaminhou para o armário junto com Lily.


- Alohomora – sussurrou Remo ao se aproximar do armário. Foi o primeiro a entrar no cubículo,  Harry dormia sobre algumas caixas cheias de pó, aranhas andavam em seus cabelos desalinhados e o rosto estava marcado com as lágrimas. Tentou chamar Harry e evitar que Lily visse o filho, mas tarde demais.


- Harry, meu amor – ela disse com suavidade, a mão tremendo de raiva balançando o menino que acordou.


- Mamãe – Harry levantou desajeitado – Você está bem? E papai, ouvi seu grito, queria saber, mas não deixaram, me trancaram aqui – Harry não conseguiu segurar o choro.


- Eu vou matar Petúnia – disse Lily saindo do armário nervosa.


Remo retirava uma aranha do menino e depois o segurava pelo ombro. Lily ia decidida até Petúnia e lhe dava um tapa no rosto.


- Isso é por jogar meu filho em um armário, cheio de aranhas – disse Lily nervosa.


- Da próxima vez jogo a aberraçãozinha na rua – Petúnia respondeu ofendida com a mão no rosto.


Lily fez a menção de dar mais um tapa na irmã, mas Valter a segurou pelo pulso.


- Minha mulher não, sua cadela – Valter cuspiu o xingamento e jogou Lily no chão.


Harry fez a menção de acudir a mãe, mas Remo o segurou instintivamente. James ergueu a varinha, mas cambaleou na tentativa de chegar a Valter, que percebeu o movimento e virou para o maroto gritando.


- Não é homem suficiente para enfrentar sem esta vareta? – disse Valter cheio de uma coragem que geralmente não possuía.


- James não precisa de varinha para te atingir – respondeu Sirius colocando o amigo delicadamente sentado na poltrona – E nem eu.


Dizendo isso partiu para cima de Valter, largando a varinha, aos socos e pontapés. Valter era grandalhão, mesmo Sirius sendo alto e forte, não chegava ao tamanho colossal do trouxa, mas batia como nunca.  Lily olhou assustada ainda no chão e fez a menção de fazer algo, porém Remo passou por ela em direção a briga, mas não para separar, conforme Lily pensava, e sim ajudar a Sirius, socando o cunhado da ruiva.


- FAÇA ALGUMA COISA, VÃO MATAR MEU MARIDO -  Gritou Petúnia para a irmã.


Lily olhou lentamente para ela, Petúnia estava apavorada e nervosa.


- Não – disse a ruiva se levantando e indo em direção a Harry, segurou o menino pela mão e o levou para junto de James que sorria ver a briga dos amigos, que obviamente levavam a melhor. – Não vou fazer nada, Petúnia. Nunca mais, não conte comigo. – Virando para o marido sorriu tristemente – James, por mais que esteja adorando isso – indicou a briga – quero voltar pra minha casa.


James assentiu.


- Sirius, Remo – disse ele – Já chega.


Os marotos pararam com os punho no ar, ainda segurando Valter pelo colarinho. E olharam para o amigo. Assentindo. Largaram Valter estatelado no chão e saíram em direção ao casal e Harry, Remo alisou seu casaco e alinhou a camisa e Sirius sorriu arrogante, tipicamente como um Black, e ajudou James a se levantar.


- Até nunca mais, Petúnia – disse Lily triste.


- Até nunca mais – fizeram coro os marotos.


 


Lily fez uma aparatação acompanhada com Harry e Remo ajudou Sirius e James no mesmo processo. Entraram em casa cansados e, no caso de Lily, triste, ela sentira que o resto do laço que a vinculava a Petúnia havia se desfeito completamente. Olhando para os amigos do marido, que, com o tempo, se tornaram seus também, e pensando o que tinham feito hoje uns pelos outros, entrando na frente de feitiços, defendendo-se uns aos outros até o limite, entrando em brigas para defende-la, não pode deixar de se sentir triste por não ter aquela amizade de infância, nem de Petúnia e nem de Severo.


Naquele momento invejou James.


O marido percebeu a tristeza da esposa e a abraçou ainda sentado no sofá, puxou Harry para o abraço também. Sirius sorriu e com sua risada rouca se juntou ao trio, puxando Remo. Lily se permitiu sorrir entre as lágrimas e pensou:


- Finalmente estou em casa. Com a minha família.


 


 

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