Pressentimentos Ruins



Capitulo 1

Pressentimentos Ruins



- É MENTIRA, diz que é mentira! Por que ele? Ele é tão novo ainda, nem sebe o que é viver... VAMOS DIGA QUE ISSO È UMA BRINCADEIRA! Diga, por favor...
- Bem que eu queria, só Merlim sabe o quanto eu queria lhe dizer que é mentira, mas você sabe que não é. Eu sinto muito...
Parecia um sonho, as coisas não estavam certas, não podiam estar. Como se pode perder assim, de uma hora para outra, uma felicidade tão plena? Essa pergunta não saia da mente da jovem mulher, ela não entendia como nem o porque, aquela noticia a corroia por dentro.
- Nós vamos salva-lo, vamos protegê-lo, ele e a vocês, eu prometo fazer de tudo.
Sentado de frente pra jovem, o velho homem, tão experiente sentia que naqueles ultimo cinco minutos que ele envelhecera dez anos. Já tinha presenciado coisas terríveis na vida, mas ver vidas inocentes sendo perdidas ainda lhe causava muita dor, sentia que era preciso agir, e rápido, precisava salva-lo de qualquer maneira.
Assim que recebera a noticia, viera pra casa dos seus, antes que mais nada, amigos. Eles precisavam saber que corriam perigo, precisavam se proteger, protege-los.
Nesse momento, um pequeno choro infantil despertou todos os presentes naquela sala de seus devaneios. O bebe, que estivera antes olhando com seus olhinhos curiosos toda a cena que se passara na sala, agora chorava por estar incomodado com o aperto do abraço e das lagrimas que molhavam a face do bebe. A mãe pareceu se assustar com aquele pequeno choro, como se ela confirmasse que seu filho ainda estava vivo, ela então afrouxou o aperto, secou as lagrimas e beijou seu pequeno. Ela devia ser forte por ele, por ela e por toda a sua família, seu filho dependia dela e ela precisava ser forte.
O Pai que permanecia calado olhou com os olhos marejados pra a face da esposa que permanecia marcada pelas lagrimas e para o seu filho querido que agora, depois que a mãe aliviara o aperto do abraço, passava as mãzinhas na face da mãe, como se dissesse que tudo iria ficar bem. O pai então abraçou a sua mulher e seu filho e sussurrou no ouvido deste que tudo se resolveria, que ele estaria ali pra protegê-lo, e que nada de mal iria acontecer ao seu meninão. Deu um beijo na esposa, que agora voltava as lagrimas só que dessa vez silenciosas, olharam-se, os dois, com um olhar cúmplice:
- Tudo vai dar certo meu amor, eu prometo, - sussurrou o jovem pai.
- O que temos que fazer Dumbledore? – disse ele agora com a voz firme e decidida, como se tomasse pra si toda a responsabilidade da segurança daquela criança.
- Eu vou lhe explicar meu plano James...


Neste mesmo momento uma mãe também chorava, passava a mão na sua barriga como se acarinhasse um de seus filhos. As coisas não andavam nada boas, estava grávida novamente, e isso era maravilhoso, mas os tempos eram terríveis, não se podia sair de casa, o medo assolava as pessoas, não se pensava no futuro, pois este era incerto, e ela ali com todos os seus filhos pequenos ainda, e sem perspectiva de um futuro bom.
Olhava agora seu filho casula sentado no tapete da sala que colocava uma torre de xadrez de bruxo dos seus irmãos mais velhos na boca, e a olhava para a janela com o olhar perdido. Ela queria acreditar que seus filhos seriam felizes e que logo logo aquela guerra iria acabar. Seu filho agora a fitava, com um sorriso fraco respondeu aos olhares do filho e este, por sua vez, tirou a peça de xadrez da boca e lhe sorriu com um sorriso gigante ainda sem muitos dentes, ela sentiu seu coração se encher de esperança e alegria, ainda mais agora que ela ouvia um:
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃEEEEEEEEE!!! OLHA SÓ O QUE O FRED E O JORGE FIZERAM COMIGO!!!!!
Mesmo com uma perspectiva tão ruim eles continuavam a ser arteiros e alegres, sem perder a esperança.


O mundo ultimamente andava muito estranho, principalmente a Inglaterra, o jornal acabava de mostrar um assassinato misterioso de uma família no subúrbio, ao que tudo indicava não havia sido roubado nada e nem se conhecia nenhum inimigo daquela família, segundo os visinhos, era uma família um pouco extravagante, mas eram ótimas pessoas sempre muito simpáticas e atenciosas. Mas o mais estranho era que não se sabia a causa da morte daquela família, não se tinha achado nenhuma ferida de revólver ou faca, hematomas ou sinal nenhum de envenenamento. Mas aquelas mortes não eram as primeiras, muitas outras já vinham acontecendo nos últimos tempos em circunstâncias idênticas, a policia achava que poderia ser um Serial Killer, ou algum grupo neonazista.
O fato era que mesmo se entender muito bem aqueles acontecimentos ela tinha medo por ela, pelo seu marido e pela sua jóia mais preciosa, que agora estava deitada no seu colo com um livrinho de contos de fadas onde podia se ver o desenho de castelo que ela olhava curiosa, ela ainda era tão pequena, tão frágil, mas com a capacidade de transformar o humor da casa, a vida dos pais e ate os receios da mãe que agora fazia carinho com as pontas dos dedos nos cabelos cacheados da filha que dormia sono solto com um leve sorriso em seus lábios alheio a qualquer acontecimento no mundo.



- Vocês vão ter que parar de enfrentar pessoalmente o Voldemort, precisam ficar em casa e sob hipótese nenhuma devem tirar o Harry de lá, ouviram? Em casa, vocês estarão seguros, eu posso ser o fiel de vocês.
- Obrigada Dumbledore, mas eu prefiro que o Sirius seja o fiel, eu tenho certeza que ele vai aceitar.
- James é muito arriscado, você sabe o que penso...
- Não Dumbledore, já te disse que o Sirius não é nunca vai ser do partido das trevas, aliás, nenhum dos meus amigos é o tal espião, eu confio plenamente nisso.
- Nós já conversamos sobre isso James, tenho plena certeza de que há um espião entre nós, e ele é uma pessoa muito próxima de vocês.
- As vezes desconfio dessa sua fonte Dumbledore, tão misteriosa, será que nunca vamos saber quem é ela ?
- Talvez um dia James, talvez um dia... Mas eu posso garantir que é uma fonte segura e acredito piamente nela.
- Mas já que esta fonte é tão boa que não possa dizer quem é o tal espião? Se é que ele existe.
- Ele não sabe quem é. Voldemort guarda essa fonte de informação preciosa a sete chaves.
- Professor quando o feitiço será feito?
Dumbledore olhou para aquele par de olhos verdes que lhe fitavam com uma expressão de grande medo, mas com uma coragem que só surge nos momentos mais adversos.
- O mais rápido possível Lily, assim que vocês escolherem o fiel do segredo, daremos um jeito de proteger o fiel também.
- Vou falar com o Sirius hoje. Precisamos ir Lily, está na hora do Harry ir para cama.
Mas o menino sapeca aproveitava o momento de distração dos pais e pegava um dos finos instrumentos do diretor e brincava com ele como se fosse um de seus brinquedos. Dumbledore assistia aquilo com um sorriso no rosto, enquanto Lily tentava tirar o frágil instrumento das mãos do filho. Quando finalmente conseguiu, o que custou um pequeno choro da criança e um caramelo da mãe, eles levantaram e se encaminharam para a porta.
- Não precisa nos acompanhar professor, muito obrigada – disse Lily se despedindo – obrigada por nos avisar.
- Não fiz mas do que minha obrigação Lily, eu só preciso que vocês tomem todos os cuidados que eu recomendei, é para o bem de vocês e do pequeno Harry.
- Nós faremos – disse um James cansado, aquela conversa havia o desgastado muito.
- Ahhh uma ultima coisa James, pense muito bem no fiel do segredo, a vida de vocês e a do Harry estará nas mãos dele.
- Pode deixar Dumbledore, eu confio plenamente em Sirius, a ele eu entragaria aminha vida.
Os Potters saíram pela escada em espiral do escritório do diretor onde se encontravam já há algumas horas em direção à entrada principal onde pegariam uma carruagem para saírem dos terrenos do castelo para poder aparatar de volta para casa.
- Eu espero que você esteja certo James, não sei por que mas eu estou com um pressentimento ruim. – sussurrou o velho diretor quando já se encontrava sozinho em sua sala.

James e Lily percorriam devagar pelos corredores de Hogwarts, relembrando dos seus tempos de escola, quando Voldemort ainda era tão distante de suas vidas, onde as únicas coisas com que tinham que se preocupar eram os exames e as lições de casa, com o campeonato das casas e de quadribol.
- Ahhh James eu queria tanto que o Harry viesse um dia estudar em Hogwarts, desde o dia que ele nasceu eu sonho que ele vira para cá viver tudo o que nós dois vivemos, mas agora esse sonho parece tão distante – falou Lily com as lágrimas voltando a cair, parando na frente do salão de entrada do castelo.
James parou também ao ouvir as palavras da sua mulher, era seu sonho também ver o pequeno Harry estudando naquela escola que lhe dera tanta alegria, sendo jogador de quadribol pela Grinfinória, se possível apanhador que nem ele um dia foi, sonhava com um futuro que agora parecia distante. Olhou para seu filho, que ainda nem completara um ano, agora dormindo a sono solto no colo da chorosa Lily, o amor da sua vida que ele lutou tanto para conquistar nos tempos de escola.
- Ele vai estudar aqui Lily, você vai ver, ele ainda vai ser o melhor apanhador da Grinfinória que essa escola já viu, e vai nos dar muito orgulho. – disse um James abraçando com o braço direito sua esposa enquanto voltavam a se encaminhar para a porta principal do castelo aonde uma carruagem conduzida por Testrálios, James e Lily podiam vê-los pois nesses últimos anos tinham visto muito a morte de perto.
Lily deu uma risada por entre as lagrimas, o que fez com que o pequeno Harry mexesse incomodado por entre a manta que o envolvia. O céu do lado de fora estava estrelado e fazia uma noite agradável.
- Só você mesmo James pra pensar em quadribol numa hora como essa. – disse Lily animada pelas palavras do marido que tanto lhe passavam confiança.
- Sinto muito ruivinha, mas em questão de quadribol ele me puxou, tenho certeza, ele vai ser ótimo apanhador, só vai ser melhor do que eu por que vai ter um técnico maravilhoso desde criança: EU!
- Hahahaha convencido. E se ele não quiser jogar quadribol, e se ele quiser fazer parte do grupo de poções que nem a mãe dele, ser monitor e quem sabe até monitor chefe?
- Não fala uma coisa dessas Lily, se não terei pesadelos esta noite, meu filho vai ser maroto que nem o pai. Você vai ver!
E assim fazendo planos para o futuro o casal atravessou os terrenos da escola chegaram a Hogsmeade e aparataram para a porta da sua casa em Godric's Hollow.
Enquanto Lily levava Harry para o berço, James jogava pó de flu na lareira e gritava pó Sirius. Sirius morava em um apatarmento em Londres desde que eles terminaram Hogwarts.
Não demorou muito e o homem de cabelos negros na altura das orelhas aparecesse através da lareira.
- O que houve Pontas, aconteceu alguma coisa com a Lily ou com Harry? – perguntou preocupado.
- Não Almofadinhas, eles estão lá em cima, a Lily foi levar o Harry para dormir. – responde James agora sentando no sofá e esperando Sirius sentar na poltrona na sua frente – Estávamos em Hogwarts até agora, Dumbledore nos chamou lá.
- Não vai me dizer que o Harry... Não, não é possível James.
- Sim ele é o escolhido. Voldemort escolheu o Harry, Dumbledore tem certeza. Ele sugeriu que fizéssemos o Feitiço Fidelius, eu quero saber se você quer ser nosso fiel do segredo, será muito arriscado Sirius, mas eu confio em você, você sabe que eu não colocaria vida da mulher que eu amo e do meu filho nas mãos de qualquer um.
- James, é claro que eu aceito, Dumbledore esta certo, é o melhor jeito de protege-los mas eu acho que eu sou uma escolha obvia demais, com certeza eu sou a primeira pessoa que Voldemort iria procurar, eu nunca iria contar onde vocês estavam, preferiria mil vezes morrer ao invés de entregar vocês, mas caso eu morra o segredo fica desprotegido, seria mais fácil dele te achar. E se a gente escolhesse alguém menos obvio? Ah já sei que tal se fosse o Rabicho? Ninguém nunca iria imaginar que ele seria o escolhido por vocês para ser o fiel do segredo, todos iriam achar que eu sou o fiel, e enquanto Voldemort iria atrás de mim, o Rabicho estaria são e salvo.
- Não sei Almofadinhas, Dumbledore tem certeza de que o traidor é um de nossos amigos. Ele queria até ser o fiel do segredo, mas eu confio piamente em você, mas eu não sei Sirius a idéia parece ótima, mas eu já não sei mais quem é de confiança e quem não é.
- Nós já conversamos sobre isso James, se é que esse traidor existe e é um dos marotos, o que eu não acredito que seja, deve ser o Aluado, ele anda incrivelmente estranho nos últimos tempos, quase não vem aqui. Rabicho é covarde demais para fazer parte dos comensais.
- O Remo não é o traidor, tenho certeza. – disse Lily descendo as escadas – você sabe como ele tem complexo de inferioridade por causa do problema dele, ele deve ter se afastado por medo de nos prejudicar.
- Eu sei Lily, eu também não posso acreditar que o Remo seja um traidor, mas não tem alternativa, deve ser ele. – exclamou Sirius.
- Não sei Sirius, não sei de mais nada. – James se colocou de pé passando as mãos no cabelo, como sempre fazia quando estava preocupado com alguma coisa.
Sirius também levantou, deu tapinha nas costas do amigo, sério de uma maneira que quase nunca se observava no maroto que andava sempre sorrindo.
- James eu preciso terminar um relatório da Ordem, preciso ir, pensa no que eu te disse, amanhã eu venho bem cedo para irmos junto para a sede da Ordem e ver meu afilhado. Até amanha Lily, dá um beijo no Harry por mim.
- Pode deixar almofadinhas, boa noite e até amanhã.
- Noite. Tchau Pontas e pensa muito bem.
- Boa noite meu irmão, cuidado e até amanha.
Sirius foi até a lareira jogou pó de flu e foi para seu apartamento em Londres. James virou para Lily, deu-lhe um beijo e lhe abraçou.
- O que ele disse James?
- Falou para escolhermos Rabicho, que é menos obvio que ele. É uma ótima idéia Lily, Voldemort nunca iria desconfiar.
- Não sei não James, estou com um pressentimento ruim sobre isso.
- Eu também.
E assim os dois foram se deitar, pra ver se aquele dia que pareceu tão longo e cheio de noticias ruins terminava.

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