A Floresta Proibida



Olá, meus adorados leitores. Desta vez não demorei tanto, olha só, quase um milagre!


Mais um capítulo, este tem um pouco mais de Drama e mais ação, para quem estava sentindo falta! Eu estava sentindo falta! (acho que gosto de maltratar um pouco os personagens, isso me torna uma pessoa má?). Mas foi um capitulo mega divertido de escrever, espero sinceramente que seja divertido de ler também!


Bom, torço para que gostem deste capítulo, comentem para eu saber se preciso mudar algo. A opinião de vocês é mais que bem vinda e muito importante!


Agradecimentos mais que especiais:


Ana Marisa Potter – Obrigada pelo elogio! Eu acho que este capítulo esta mais para lenços, não sei... Que bom que você gostou, tenho um fraco por cartas, confesso! Bom saber que ainda tenho leitores, perdoe esta autora demorada. Beijos e boa leitura.


Bella Witch – Claro que aceito sugestões, vou tentar melhorar, este capitulo ainda esta um pouco como o anterior, mas adorei sua sugestão. Vamos fazer assim, quando os acontecimentos forem iguais ao livro simplesmente vou citá-los, se diferenciar eu descrevo, ok? Que bom que você continuou esperando por mais um capítulo, desculpa a demora, fase enrolada na vida, sabe como é? Espero que goste deste capitulo, e não desista desta autora que muito adora seus comentários, mas é muito lenta mesmo!! Beijos e aproveite.


Luiza Snape – Bem vinda, que bom que você esta gostando da fic!! Vou continuar, mas você sabe, capítulos grandes requerem tempo, então não prometo nada... Mas este capítulo eu garanto, é grande, e nem foi tão demorado, vai... Beijo grande, espero que continue gostando.


 


Boa leitura, a todos!


 


A Floresta Proibida


 


A aula de poções da sexta feira se mostrou horrível, Harry tinha razão, Snape o odiava. O jeito como ele dizia “Potter” lhe causava calafrios até agora, e para piorar Harry não tinha nem o dom para Poções como a mãe ou transfiguração como o pai. Resumo, a semana foi incrível, porém cheia e assustadora.


Não conseguiu fazer o bendito palito de dente de McGonnagall se transformar em agulha e as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, não foram de longes tão legais como Remo fazia questão de citar, professor Quirrel tinha medo da própria sombra, quem dirá da própria matéria. Mas Snape, Snape foi o campeão, perguntou a Harry coisas que mal sabia, tratou Hermione mal, como se ela não existisse, e ainda garantiu as primeiras perdas de pontos dos primeiranistas da Grinfinória, pois Harry não pode se controlar e o respondeu irritado. Ótima maneira de começar as aulas sem animosidade, como sua mãe dissera para fazer.


Estava agora ali sentado no salão comunal olhando para o pergaminho em branco, sabia que teria que escrever aos pais, mas não sabia como. Se mencionasse o tratamento de Snape, Sirius e James iriam tirar satisfação, se não mencionasse, eles iriam desconfiar.


Era manhã de sábado e nem a visita Hagrid ontem o animou. Teria que escrever antes que seu pai aparecesse no domingo, se é que eles viriam, Harry achava que Lily não permitiria.


- Harry você deveria estar fazendo a redação de História da Magia – disse Hermione que estava ao lado dele consultando uma infinidade de livros – Se você não consegue escrever esta bendita carta.


- Mas eu preciso escrever! – disse Harry quase choramingando – Você não conhece o papai, se eu não escrever ela vai invadir esta escola para exigir que eu conte o que aconteceu.


- Não seja dramático, Harry! – disse Rony que tentava montar um castelo de cartas.


- Eu não estou sendo dramático. – Harry emburrou largando a pena frustrado – Eu conheço meus pais, ok? E eles, sim, são dramáticos.


- Então não escreva. – disse Hermione – Fale com ele amanhã.


- Digo o que? – resmungou Harry – “Oi pai, tudo bem? Então sabe aquele seu antigo colega que você odeia, ele é meu professor e literalmente me odeia também”?


- Exatamente – disse Rony – Seus pais tem que saber, Snape abusou ontem.


- Eu não vou dizer isso, ok? Não preciso do meu pai atacando um professor.


- Então diga que a aula foi ok, e que realmente ele não parece gostar de você, mas isso pode mudar no futuro. – sugeriu Hermione soprando a tinta da sua redação.


- Pode ser – disse Harry.


Houve um toque leve na janela, Harry virou e reconheceu a imponente coruja parda.


- Artêmis – ele suspirou.


- A coruja de seus pais? – perguntou Rony curioso.


- Sim – disse ele baixinho.


- Harry, você esta reagindo muito drasticamente – disse Hermione.


Harry bufou e se levantou para abrir a janela para que Artêmis entrasse, ela fez um voo gracioso pela sala, imponente e pousou na poltrona onde Harry estava sentado estendendo a pata.


Harry agarrou a carta e esperou a coruja, mas ela o ficou olhando inquisidoramente.  “Maldita Coruja” – pensou Harry –“Ate ela vai ficar me cobrando uma carta”.


“Harry James Potter”


A letra da sua mãe estava firme e ela o tinha chamado pelo nome concreto, e só haviam duas possibilidades quando isto ocorria, ou ele estava encrencado ou ele estava muito encrencado.


- Eu disse para vocês – disse Harry suspirando antes de ler a carta em voz alta.


“Uma semana sem receber noticias suas, você quer me matar ou matar seu pai, tivemos que recorrer a Alice e Fank para saber se tudo estava bem, graças a Merlim, Neville não é um filho tão desnaturado quanto o meu.”


- Mas foi só uma semana – disse Hermione assustada – Nem eu escrevi para os meus pais ainda. Nem Rony.


- Por isso ela pediu aos Longbottons, não é? – disse Rony.


- Eu disse a vocês, paranoicos - resmungou Harry.


“Eu juro, Harry, eu realmente juro que tento ser uma mãe legal, te dar espaço. Mas você precisa me ajudar, filho. Não ter noticias suas é um verdadeiro martírio, imagino mil coisas.”


- Louca – sussurrou Rony para Hermione.


“Seu pai pediu para avisar que vai à Hogwarts domingo, apesar de eu ter certeza que não era para você saber disso, mas quero que ele dê uma boa olhada em você.”


“Sirius pediu para perguntar como foi a aula de Snape, tenho certeza que foi excelente, poções é uma matéria bem divertida, você deve ter sido ótimo.”


“Remo acha que eu e seu pai estamos reagindo muito exageradamente, eu discordo. Você deveria ter nos encaminhado uma carta antes. A culpa é sua, mocinho.”


“Harry Potter, Artêmis irá esperar uma resposta sua, não demore em responder. E não fique assim tanto tempo sem me mandar cartas, ou eu vou ai pessoalmente”


“Com carinho, mamãe”


- Ótimo – disse Harry bravo – realmente ótimo. Não confiam que eu possa passar uma semana bem e sozinho, agora, papai vem para dar uma olhadinha em mim.


- Você não queria que ele viesse? – perguntou Hermione.


- Queria que ele viesse com os amigos dele, se divertir – disse Harry exasperado – E não dar uma olhadinha em mim.


- Você vai responder à sua mãe? – perguntou Rony.


- Terei, Artêmis não sairá daqui enquanto eu não fizer – disse Harry pegando o pergaminho vazio mais uma vez – Ela fica violenta com o tempo. Se eu não escrever rápido ela vai me bicar até que eu termine.


“Mãe,


Você está exagerando, sério, Remo tem razão, estou bem, ok? Eu estava escrevendo para vocês quando Artêmis chegou, juro!


Diga ao papai que eu não preciso que deem uma olhadinha em mim, ele pode vir se quiser, mas desde que seja para se divertir com Sirius e Remo.


Estou magnificamente bem, nem de longe sou tão brilhante quanto você e papai. Achei poções extremamente complexo e não consegui transfigurar a porcaria do meu palito, satisfeita? Mas adivinha, sobrevivi. Contrariando todas as expectativas.


Mande um olá para Sirius, e diga que poções foi ok. Snape não gosta de mim, mas ele parece não gostar de ninguém, exceto os alunos da Sonserina. Gostaria que McGonnagall nos favorecesse também, mas não.


Bem, preciso terminar minhas tarefas agora.


Até,


Harry”


 


- Você acha que ele esta bravo? – perguntou Lily para James.


Tinham acabado de receber a carta de Harry, a noite já havia a muito chegado. Sirius e Remo haviam já voltado para a Ordem depois de um dia exaustivo em Godric Hollows realizando o confuso planejamento de horários das vigias a Hogwarts. A primeira semana havia ficado com James e Sirius, e depois seria a vez de Lily e Remo. Os quatro eram os únicos que não trabalhavam em empregos fixos. Sirius, Lily e James, por terem dedicado a vida a Ordem e a manter Harry a salvo. Remo, por outro lado, não parava emprego nenhum por conta da sua Licantropia.


Assim que Artêmis chegou, Lily correu em direção a janela, quase esganando a coruja para ler a carta de Harry. Ela leu em voz alta para que James também ouvisse, se embolando com as palavras. Agora, ambos os pais sentavam, mais preocupados que estavam antes, em sua sala de estar.


- Ah, com certeza não – disse James debochado – Me deixa ver!


James tomou a carta que ela tinha acabado de ler, franziu a testa e entortou a boca em sorriso sem felicidade.


- Acho que “nem de longe sou tão brilhante quanto você e papai” ou “sobrevivi, contrariando todas as expectativas” não me parecem frase de quem está bravo. – a ironia era perceptível em sua fala. Ele sorriu, mas parecia mais uma careta.


- James! – Lily bufou – Estou falando sério.


- Ele está completamente irritado, Lily – James suspirou – Acho que colocamos muita pressão nele, que ele teria nossos dons. Mas acho que não...


- E você esta chateado com isso? – perguntou Lily preocupada.


- O que? Harry não ser bom em transfiguração? Nunca, ele não precisa ser eu, muito pelo contrario, tenho muito orgulho dele, ele é esperto, gentil e educado. Coisas que eu nunca imaginei em ser na idade dele. Tenho muito orgulho de Harry, ele vai ser bom em alguma outra coisa, tenho certeza.


- Então por que você parece chateado? – perguntou Lily.


- Acho que fiz pressão demais a ele contando minhas histórias – ele respondeu triste – Tenho medo que ele esteja se sentindo mal com isso. E ainda tem o lance de Quadribol. Ah, como eu fui idiota! Harry vai ficar completamente frustrado se não for bom nisso, eu pressionei tanto.


- James, não se sinta culpado – disse Lily chorosa.


- Lils, você leu – disse ele balançando a carta de Harry – Ele jogou tudo na nossa cara.


O silencio dominou a sala, Lily se remexeu no sofá, e James puxava o cabelo dele com força, afundando a cabeça entre as mãos.


- Exageramos, não foi? – disse ela baixinho.


Ele resmungou concordando.


- Você vai conversar com ele amanhã. Não vai? – Lily olhou esperançosa.


- E dizer que não vamos mais escrever, que esta tudo bem? – disse ele se jogando para trás frustrado – Para que? É mentira, mal nos aguentamos uma semana para receber noticias dele.


- Diga o que você disse para mim, que nos orgulhamos dele, que ele não precisa ser incrível em transfiguração ou gostar de poções. E que estamos preocupados com ele.


-Ahhh – reclamou James – era tão mais fácil quando ele era só um bebê! E toda esta bagunça com Voldemort não existia.


- James – Lily suspirou e acariciou o seu cabelo – Foi para isso que lutamos, que ficamos trancados em casa depois, para que Harry crescesse e tivesse uma vida normal.


- Mas ele não tem, Lils – ele chiou frustrado – Voldemort ainda não desistiu dele, ele ainda quer matar meu filho. E ele é só um menino de onze anos que se acha homem suficiente para enfrentar tudo sozinho.


- Não exagere, Jay – Lily sorriu – Não é como se ele estivesse indo atrás de Voldemort...


- Você não entende, Lil. A gente fez tudo errado, tudo! Harry esta cada vez mais distante de nós, você acha mesmo que ele vai falar se encontrar alguma coisa esquisita, ele vai buscar sozinho, ele vai querer mostrar que pode, que é bom o suficiente. E a gente não vai poder fazer nada, porque a gente não vai saber o que esta acontecendo. Olha esta carta, ele não nos contou nada, a não ser suas frustrações. Não sabemos onde ele foi, se ele brigou com alguém, se viu algo estranho. Não sabemos nada e nem saberemos.


- Oh, Merlim ! Você está certo – disse Lily com a mão na boca - Ele não vai nos contar nada!


- E agora, Dumbledore tem algo de valor no castelo e a Ordem esta toda direcionada a fazer patrulha ao redor de Hogwarts. Você acha não tem nada ameaçando o castelo? Que Voldemort ou qualquer outro não queira? Tem algo que Dumbledore não nos disse, e Harry também não vai nos dizer.


- Você acha? – perguntou Lily de olhos arregalados – Você acha que Voldemort ousaria?


- Não sei se ele pessoalmente, mas Aluado concorda comigo. Vamos ficar de olho, eu e Sirius vamos dar uma boa vasculhada na floresta proibida domingo. Terei que convencer Almofadinhas a levar isto a sério.


- E Harry? – a voz de Lily Tremeu.


- Harry, ficará seguro enquanto permanecer no castelo. – Terminou ele sombrio – Se ele permanecer no castelo.


 


 


- Ahh, como é bom voltar para casa – disse Sirius caminhando pela orla da floresta – Olha o bom e velho salgueiro lutador, esta maior do que era ou é só impressão? James... James... Você esta me ouvindo?


- Aham...  - disse James olhando para a floresta – Você não tem alguma coisa estranha nesta floresta? Ele esta muito quieta.


- Você está paranoico – disse Sirius rindo loucamente – Vamos se acalme, não tem nada fora do normal. Além disso, Harry deve estar chegando daqui a pouco, ele n...


- HARRY, O QUE? – perguntou James – Harry está vindo para cá?


- Claro, você queria dar uma olhada nele, então mandei uma nota avisando para ele vir as 8 horas, é antes do toque de recolher então no vi prob... Que foi James? Pare de me olhar assim


- Eu vou te matar, Sirius – disse James entredentes – Trazer Harry, a noite na beirada da floresta proibida? Ficou maluco?


- Estamos aqui, não estamos – disse Sirius – O que pode acontecer?


- Ah, não sei – James era pura ironia. Estava vermelho do pescoço até a raiz dos cabelos – Voldemort, por exemplo.


- Em Hogwarts? Me poupe, Pontas – Sirius bufou indignado – Acho melhor você se acalmar, vejo alguém vindo lá...


Harry descia o gramado sozinho desanimado, olhando para o chão e suspirou. James não se aguentou parado e foi em direção ao menino saindo um pouco da orla da floresta e deixando Sirius para traz. O maroto se ajoelhou ao encontrar com Harry, que se manteve calado e cabisbaixo. James abraçou o menino, escondendo seu rosto desesperado nas costas dele tentando segurar as lágrimas de alivio de vê-lo bem. Harry não esboçou nenhuma reação.


- Filho! – disse James tentando recuperar a compostura e saindo do abraço tentando olhar para o rosto do menino – Esta tudo bem, Harry?


Harry assentiu sem olhar para o pai.


- Onde estão Hermione e Rony? – James mudou a expressão, relaxando os ombros tenso e olhando confuso para o filho – Achei que vocês eram inseparáveis.


- Brigados – disse Harry dando de ombros – Brigaram e não quiseram vir.


- Sei... – disse James – Sirius esta ai...


Harry assentiu novamente, mas não mudou a expressão.


- O que aconteceu, Harry? – disse James frustrado – Olhe para mim... Aconteceu alguma coisa. Me diga, filho. – Harry permaneceu com a cabeça baixo e os punho cerrados, James perdeu um pouco da paciência que havia lhe sobrado depois de brigar com Sirius – Harry olhe para mim, estou mandando!


Harry levantou o rosto, lívido, as bochechas vermelhas de raiva.


- Você está bravo. – disse James, não era uma pergunta – Você está bravo com a carta de ontem. – Harry fez a menção de falar, mas James o cortou – Está com raiva de estarmos preocupados com você? Olhe Harry, só queremos seu bem, você é muito novo para entender, quando for mais velho...


- Não diga isso, Pai: – disse Harry rápido – “Quando eu for mais velho”. Ouço isso desde os três anos, então só não diga novamente...


- Harry...


- Ouça, pai – disse Harry encarando o lívido James, ele ignorou o olhar assustado do pai devido ao repentino aceso de raiva do menino. Harry tremia de raiva, mas manteve a voz calma e – Eu sei que sou um fardo para vocês, sempre soube. Você e mamãe deixaram suas vidas para cuidar de mim, e eu achei que quando eu viesse para Hogwarts finalmente vocês poderiam viver em paz, pelo menos enquanto eu tivesse aqui, mas vocês continuam achando que precisam viver em função de mim. Vocês não precisam, eu sei me cuidar, eu...


- Quieto! – disse James impassível, os olhos haviam perdido o brilho e os óculos ofuscaram impossibilitando que Harry visse a expressão por traz das lentes – Você não é um fardo, da onde tirou isso? Somos seus pais, nossa obrigação é cuidar de você...


- Não quero obrigar ninguém a fazer nada, pai – disse Harry amargo desviando o olhar.


- Merda, não, não foi isso que eu quis dizer. Olha filho, a gente te ama...


- Eu sei pai – disse Harry o cortando e desvencilhando de James – Sirius esta ai, vou falar com ele, depois eu preciso voltar, tenho que terminar minhas tarefas, ou Hermione me mata.


- Harry – disse James se levantando e indo atrás do menino que estava se embrenhando na floresta atrás de Sirius – Ainda não terminei, preciso falar com você sobre, isso...


- Olha pai, eu não quero falar sobre as aulas, ok? – Harry suspirou – Estou bem com isso, sério. Sempre soube que eu não seria brilhante. – quando viu o padrinho a entonação mudou e ele encarou o padrinho contente - Sirius...


Harry deu o primeiro sorriso da noite ao ver o padrinho rindo para ele, correu e foi abraça-lo. James se corroeu com ciúmes e indignação. Ele crispou o olhar para Sirius e Harry, que estavam se abraçando, o estomago dele virou e ele sentiu algo muito parecido com raiva pelo amigo.


- Filhote! – disse Sirius rindo – Você esta incrível neste uniforme. Como foram as aulas? Já aprontou alguma coisa? Você não respondeu minha carta. Como ficou Malfoy? Qual azaração você lançou?


Harry gargalhava com a chuva interminável de perguntas.


- Você parece bem abatido. A velha McGonnagall esta te dando muito trabalho? Ou Ranhoso? Ele não te fez nada, fez? Você sabe que eu acabo com ele, se ele fez.


- Sirius – disse James um pouco amargo – De um tempo para que Harry responda.


Harry fez uma careta, ele não queria responder ao pai, mas não podia deixar Sirius com a cara de expectativa, estava bravo com James e Lily e não com Sirius e Remo.


- Onde está Remo? – perguntou Harry querendo adiar as perguntas, que seu pai queria saber também, causando uma indignação em James.


- Se recusou a vir, o covarde – Sirius sorriu – Mas você não me respondeu, Pontinhas, diga tudo e não esconda nada.


- As aulas foram ok. Não sou tão bom, mas nem tão ruim, Neville consegue ser pior que eu em algumas matérias, mas Hermione é imbatível, então... – Harry deu de ombros.


- Snape? – disse Sirius.


- Ele não gosta de mim, mas não fez nada de mais – mentiu Harry – Eu também não sou bom em poções...


- Poções é um lixo – disse Sirius abanando a mão.


- Vocês não vieram só para me ver, não é? – Harry disse com expectativa se forçando a olhar só para Sirius – quer dizer, se Remo não veio, não teria motivo.


- Não, claro que não – riu Sirius – Questões da Ordem – ele piscou para Harry.


- Sirius – disse James em sinal de alerta para que o amigo não falasse nada.


- Bem, creio que eu tenha que ir então – disse Harry percebendo a troca de olhares.


- Harry – James gravemente segurando o braço do menino – Espere...


- Pai, eu preciso ir... – disse Harry sem encarar James.


- Não eu preciso falar com você. Sua mãe ficou bem triste com sua ultima carta.


- Ela deveria ter ficado contente, não queriam tanto que eu escrevesse? – disse o menino amargo.


- Não me responda assim, Harry – disse James comprimindo a têmpora com a mão que não estava segurando o braço fino de Harry – O que eu quero dizer é que... Percebemos que estávamos agindo errado com você, que a gente...


James parou assustado e olhou para trás, para a floresta proibida, com os olhos e ouvidos atentos. Parecendo muito o cervo que se transformava quando estava em sua forma animaga.


- Pai? – disse Harry tentando ver o que o pai estava vendo.


- Shiu – disse James se colocando na frente do menino institivamente, ainda ohando para a floresta e segundo Harry.


- James o que foi? – Sirius tentou perguntar, mas levou um susto. O amigo girou para e lhe com olhos esbugalhados, arrancando varinha do bolso com a mão que estava livre.


- HARRY, CORRE! – Disse James empurrando o menino – Volte para o castelo, agora!


- Pai, o que esta acontecendo eu não v...


- Não é hora de discutir – disse a Harry e depois, virando para Sirius, James disse nervoso e apressado – Leve Harry, Almofadinhas, não desgrude dele até que ele esteja seguro no salão comunal da Grinfinória.


- James...


- Sirius. AGORA!


Tudo foi muito confuso, James empurrou Harry, Sirius olhou assustado e estampilhos na floresta proibida começaram a acontecer. Sirius pareceu preocupado, mas saiu do seu estupor puxou Harry pelo braço para o castelo, ignorando a resistência do menino e sem olhar para trás, pois se olhasse iria voltar para resgatar James.


Já estavam quase chegando às estufas quando Sirius ouviu o grito de dor de James. Sirius parou, Harry teve o instinto de voltar, mas Sirius se forço a segurar o menino e o arrastar junto, correndo cada vez mais rápido em direção ao castelo.


Mais um grito. Harry fincou os calcanhares no chão estremecendo de nervoso, Sirius trancou a mandíbula, apertando mais ainda o braço do afilhado a ponto de machucá-lo.


- Vamos, Harry, por favor – disse Sirius com a mandíbula ainda trincada e a voz não mais que um sussurro.


- Mas meu pai...


- Eu vou ajudar James, quanto mais rápido nos chegarmos ao castelo, mais rápido eu volto para ele.


Mais um grito. Este último mais longo e sofrido. Sirius estancou branco sem forças para arrastar o afilhado, a cor esvaiu do seu rosto completamente e ele olhou para traz pela primeira vez desde que havia deixado James, o aperto em Harry soltou quando ele encarou o breu que era a floresta proibida.


Harry, que estava lívido de lágrimas, saiu correndo em direção ao pai, agora que estava livre do aperto de Sirius.


- Harry, não! – Sirius correu atrás do menino aos tropeços, o agarrou pela cintura e levantou-o – Não, vamos para o castelo. Seu pai vai ficar bem, ele vai ficar bem, vamos, não chore.


Ele praticamente carregava Harry em direção ao castelo, em passos rápidos. Os gritos de James cessaram, mas, o medo de Sirius só aumentou. Ele e Harry chegaram ao hall de entrada do castelo e ouviram passos apressados em direção a eles.


- Sirius – disse a professora Minerva McGonnagall, ela tinha o olhar assustado que não impedia seus movimentos firmes e seguros. – O que aconteceu? Ouvimos gritos. Sr. Potter, o que o senhor fazia lá fora a esta hora?


- Graças a Merlim – suspirou Sirius ainda segurando o pulso de Harry – Minerva, James esta lá fora, na floresta proibida, pessoas... do nada... apareceram, tive que trazer Harry para cá.


- Pessoas, do nada? Nos terrenos de Hogwarts? – disse Minerva com a sobrancelha levantada – Este grito foi James?


Sirius assentiu e a professora ficou pálida, seus lábios apertaram em uma linha fina, ela olhou de Sirius para um Harry manchado de lágrimas olhando para o chão, o braço ainda preso no aperto do padrinho.


- Minerva, leve Harry ao dormitório para mim, não deixe ele sair, por favor – disse Sirius desesperado oferecendo Harry a ela – Avise Dumbledore, eu preciso ir até James.


- Claro – disse Minerva segurando Harry pelos ombros, com mãos de ferro.


- Sirius ..– chorou Harry.


- Ele vai ficar bem, eu juro que vai – Sirius girou em seus calcanhares e correndo para fora do castelo.


Minerva praticamente empurrou Harry pelos ombros no sentido contrário. As mãos da professora permaneciam firmes no ombro do menino. Harry mal se viu subindo os sete andares até torre da Grinfinória, quando percebeu onde estava, já atravessava o quadro da Mulher Gorda.


O Salão Comunal inteiro parou ao ver a vice-diretora entrando com Harry em suas mãos, ela silenciou todos com um olhar.


- Srta. Granger, Sr. Weasley – disse ela encarando Rony e Hermione que estavam em um canto do salão provavelmente discutindo sobre alguma besteira – Fiquem com o senhor Potter, e em hipótese alguma deixem ele sair. Entendido?


Ambos assentiram, e Hermione arrastou Harry pelo braço e permaneceu o segurando. Minerva esquadrinhou o salão novamente e achou Percy.


- Sr. Weasley – disse ela – Exerça sua função de monitor. Garanta que todos permaneçam no salão Comunal. Se algum aluno sair desta sala, eu farei questão de eu mesma de aplicar detenção pelo resto do ano letivo. Eu espero que nenhum de vocês desperdicem as minhas noites. Fique de olho particularmente em Potter.


Ela girou em seu calcanhar e voltou pelo buraco do retrato, ainda a tempo de ouvir Percy resmungar.


- Vocês ouviram a professora! – disse ele antes de uma inevitável confusão de alunos tentar adivinhar o que estava acontecendo.


Minerva suspirou e saiu a passos rápidos até o diretor.


 


Sirius deixou Harry com o coração partido, o menino estava lavado em lágrimas, mas ele precisava ir atrás de James. Ele se embananava com suas pernas e suas vestes, resolvendo que seria mais rápido ele se transformou em um grande cachorro negro. A pelagem reluzindo ao nascer da lua cheia.


Ele chegou rápido a orla da floresta, farejando tentou reconhecer o cheiro de James, ele o viu logo depois, jogado, os óculos tortos no rosto, um corte no supercilio. Sirius tremeu ao ver que ele não se mexia, mas ao chegar mais perto sentiu a respiração pesada do amigo.


Transformado novamente em humano, Sirius sacudiu James delicadamente.


- Pontas, fala comigo – sussurrou ele assustado – Vamos, fala, acorde!


James abriu os olhos castanhos, tentando reconhecer onde estava através dos óculos tortos e sujos. A compreensão foi visível em seu rosto e ele rapidamente se desvencilhou de Sirius, se levantando e pondo-se em alerta.


- Harry? – James questionou assustado se apoiando em Sirius, aparentemente havia torcido o tornozelo.


- Deixei com McGonnagall – disse Sirius olhando preocupado para o amigo – O que aconteceu? Ouvi gritos...


- Cruccius – resmungou James – Acho que consegui estuporar um, disse ele apontando para o interior da floresta.


Ambos os amigos adentraram na floresta proibida. James meio cambaleante e Sirius ao lado dele protetor. Estavam quietos, pisando delicadamente nas folhas secas, típicas do começo do outono. James soltou um suspiro quando encontrou o homem caído, não era nenhum dos comensais que conhecia. Parecia ser um bruxo comum, classe média, provavelmente trabalhava no ministério, devido as roupas formais.


Sirius segurou o impulso de estrangular o atacante de James, mas o amigo tocou seu braço delicadamente, seja porque previa que Sirius iria fazer algo por impulso ou seja para se apoiar e aliviar a dor do tornozelo torcido. Talvez ambos.


- Imperio? – questionou Sirius rouco.


- Provavelmente – disse James – Mas de qualquer forma é melhor amarra-lo. – e apontando a varinha James realizou o feitiço – Incarcerus!


- Haviam mais? – perguntou Sirius


- Pelo menos mais dois – disse James olhando mais profundamente na floresta proibida – Acha que já saíram dos terrenos?


- Impossível – disse Sirius olhando pra o mesmo ponto – A não ser que conhecessem profundamente a floresta.


- Pena que não temos ninguém que conheça tão bem a floresta para irmos atrás deles – James deu um sorriso de canto de boca.


- Consegue correr? – riu Sirius.


- Com certeza.


Ambos se transformaram ao mesmo tempo, um cervo adulto de pelos castanhos e um cachorro negro se olharam e correram em direções diferentes. O cervo corria um pouco vacilante, porém sua imponente galhada permitia apenas as trilhas mais largas. Já o cão, mas desengonçado em seu tamanho, lhe serviam as trilhas estreitas. Logo ambos se separavam, mas conseguiram se ouvir o suficiente para não se perderem.


Sirius parou ofegante para farejar, o cheiro da floresta intensificado, a lua cheia deixava apenas poucos rastros de luz entre as copas estreitas das arvores. Havia um ínfimo cheiro humano, Sirius latiu e correu escolhendo uma trilha a esquerda, indo mais distante de James.


Este por sua vez aguçou os sentidos e escolheu uma trilha para o lado oposto do de Sirius. A princípio, não reparou no rastro prateado cobrindo as eras rasteiras da floresta, confundia com a luz calma e prateada da lua, entrando pelos escassos espaços entre as folhas. Mas depois de algum minuto ele diminuiu os passos, não se ouvia mais Sirius, sentiu o cheiro metálico no ar, e um leve farfalhar, como uma capa passando pela grama. James arregalou os olhos, levantando suas orelhas em alerta, as patas se movendo, porém sem que ele saísse do lugar, ele fungou, o vapor da respiração pairou segundos no ar, como uma névoa fantasmagórica.


O farfalhar da capa se tornou mais intenso, James deu dois passos para trás, quebrando alguns galhos que tinha evitado anteriormente. Mas a curiosidade foi maior, o cervo foi em frente, ultrapassando uma moita de urzes ele viu uma das cenas mais tristes, um unicórnio completamente branco, já morto, o sangue prateado manchando a terra fria. James vacilou seu passo, nauseado, seu instinto era fugir, mas ele não conseguia tirar seus olhos da cena grotesca na sua frente.


Ainda com os olhos grudados na cena, James não percebeu o vulto negro, de forma humanoide, com o rosto tampado e bandagens sujas vitas de relance graças as sombras projetadas pela capa. Parecendo mais uma sombra do que um ser humano. As mãos enfaixadas agarraram os pelos do unicórnio para auxilia-lo quando ele, como um vampiro sedento, sugou o restante do licor prateado do animal.


James se atrapalhou andando para trás, o desequilibro fez com que caísse, ele se transformou em sua forma humana novamente, apontou a varinha, mas o vulto apenas o olhou, como se reparasse pela primeira vez que James estava ali, e correu para o outro lado da floresta, sem tempo para que James agisse.


Tremendo-se todo, James ainda teve o ímpeto de seguir o vulto, porém foi interrompido por barulhos de cascos. Um centauro apareceu.


- Fireze! – disse James aliviado.


- Você não é o homem-cervo? – perguntou Fireze olhando fixamente – Faz um tempo que não o vejo.


- Treze anos. – disse James – O que era aquilo?


- Aquilo, homem-cervo, é algo antinatural. Sabe, Marte esta estranho hoje.


- Marte está estranho há 15 anos, Firenze!


- Não, hoje ele está particularmente brilhante.


- Ele estava tomando sangue de unicórnio – disse James – Isso não é bom, é?


- O Sangue de uma criatura tão pura, não – disse ele –não é bom.


- Homens, na floresta, hoje -  disse James desesperado – Você viu mais algum?


- A floresta não é mais segura quanto era no seu tempo, homem-cervo – disse Firenze – Saia daqui, e não deixe seu filhote voltar.


- Como sabe que eu tenho um filho? – disse James preocupado


- Marte está brilhante, James – disse Firenze sério – e a floresta não é segura. Saia!


- Eu preciso achar meu amigo, Sirius, lembra dele? – disse James.


- Homem-cão! Ele deve ter achado os outros humanos.


- FIRENZE – gritou outro centauro – O que você esta dizendo a este humano.


- Apenas que marte esta brilhante, Agouro – disse James rapidamente – Mas você pode me responder, como pelo menos três homens adultos apareceram nesta floresta e o que era aquele vulto?


- Esta guerra é dos homens, Homem-Cervo – disse Agouro – Não diz a respeito aos centauros.


- Mas esta floresta diz – disse James nervoso – é a sua obrigação cuidar dela, homens estão entrando, estavam na borda da floresta, ao lado do castelo. Tem crianças lá, sabia. Meu filho esta lá, não vou permitir que nada ameace a escola.


- Tire seu filhote da escola, James. – disse Firenze rapidamente.


- Firenze, nós não vamos nos intrometer. – disse Agouro nervoso – As estrelas já traçaram o destino, e isso não diz respeito aos centauros.


- Você sabe quem é o filhote dele, Agouro? – disse Firenze.


- O que tem meu filho? – James quase gritou nervoso.


- CHEGA! – Agouro gritou – Chega, não vamos nos intrometer. Vamos embora, Firenze!


- Um dia você terá que se intrometer, Agouro – gritou James frustrado – Esta guerra não é só nossa. Hoje a noite se provou tudo. Eles estão invadindo seus domínios, depois chegarão na escola, passarão por vocês sem dó, para isso.


- A Escola não é nossa responsabilidade! – disse Agouro friamente – Vamos Fireze, Agora! – Agouro saiu rotando rapidamente, frustrando cada vez mais James.


- A floresta não é segura, James Potter – disse Firenze antes de sair – Não deixe seu filhote ficar aqui.


James segurou o ímpeto de perguntar mais. Mais um tempo pensando e olhando para o unicórnio morto, com tristeza James virou de costas. Ouviu um uivo, reconheceu como sendo de Sirius, transformou-se em cervo novamente e galopou na direção do amigo.


James chegou a uma clareira, reconhecendo como um ponto distante da floresta, não muito longe dos limites de anti-aparatação. Sirius estava de pé olhando para ele os olhos cansados e um aliviou distinto. Aos seus pés dois corpos caídos.


- Onde estava? – questionou Sirius.


- Centauros – foi o que James respondeu se transformando em homem novamente.


- Não disseram muita coisa, não é? – disse Sirius olhando estranhamento para a face pálida.


- Não, não muito – murmurou James.


Sirius assentiu e apontou para dois homens enroscados no chão da floresta.


- Achei, eles estavam confusos, não sabiam onde estavam – disse Sirius – Achei melhor estuporá-los até que alguém os interroguem.


- Vamos embora! – disse James encarcerando e levitando um dos homens – Precisamos falar com Dumbledore.


- E com Harry. – disse Sirius seguindo os movimentos do amigo para levitar o outro homem – Ele estava completamente assustado quando ouviu seus gritos, tive que quase carrega-lo para dentro do castelo.


- Encontrei Firenze – disse James sombrio, parecendo não ter prestado atenção ao que o amigo disse.


- Então foi ele que você encontrou? – disse Sirius olhando para o amigo – Menos mal, Firenze sempre foi boa gente, digo, bom Centauro.


- Ele disse para que eu tirasse Harry do castelo. – disse James – Parecia que ele conhecia Harry, e que ele era importante.


- Você sabe como Centauros são – disse Sirius dando de ombros – Nunca dá para confiar.


-  Não sei, ele pediu mais de uma vez para tirar Harry daqui – disse James.


- E o que você vai fazer? – disse Sirius olhando para ele.


- Eu não posso tirá-lo daqui, posso? – disse James – Harry anda revoltando com o excesso de cuidados meu e de Lily, se eu tirá-lo, ele vai fugir, como fez antes, e desta vez não estou muito certo que ele vá voltar. Você viu ele mais cedo, mal olhou para mim, disse que era um fardo...


- Olha, James – disse Sirius – Harry não é burro, ele percebeu que a vida toda vocês viveram em função dele, nós vivemos em função dele. Ele só sente culpado por isso, ok?


- Mas ele não é... – disse James – Eu faria tudo de novo e de novo. Eu amo meu filho.


- Ele também te ama, James – disse Sirius – Você não viu o estado que ele estava quando estávamos voltando para o castelo, ele quis voltar para você o tempo todo, eu te disse, eu praticamente o carreguei. E quando o deixei com McGonnagall... bem, nunca quero ver meu afilhado com aquele olhar de novo.


- Mas como faço ele entender que eu só quero protege-lo? – disse James derrotado.


- Olhe deixe ele viver a vida dele, ok? – disse Sirius – Ele com o tempo vai confiar que pode te contar tudo e que você não vai sair por aí agindo como um idiota e tirando ele da escola ou algo assim.


James assentiu e se calou. E por um bom período de tempo o silêncio reinou entre os dois, somente o farfalhar das arvores e o ruído seco dos galhos e folhas secas quebrando sob os pés dos dois.


- Tem algo muito estranho nesta floresta. – disse James rouco.


- Fora o fato de três pessoas te atacarem com uma maldição imperdoável? – disse Sirius debochado.


- Vi alguém beber sangue de unicórnio! – disse James sério.


- Sangue de unicórnio? – Sirius gaguejou – James você não acha que era ele, acha?


- Vamos falar com Dumbledore, prefiro não tirar conclusões faltas a respeito.


Eles foram em direção ao outro homem na orla da floresta, Dumbledore estava com ele examinando o corpo inerte do atacante. Snape o acompanhava com a cara preocupado, foi o primeiro a vê-los e seu rosto apresentou uma careta ao encarar James.


- James, Sirius – disse Dumbledore visivelmente aliviado de vê-los.


- Professor! – disse James sem olhar para Snape – Achamos os outros dois.


- Como você está? – Perguntou Dumbledore – Minerva me disse que ouviu gritos seus, Sirius havia dito que você estava sendo atacado.


- Estou bem – disse James – Maldição Cruciatus, mas não foi forte o suficiente, já passei por coisas piores. Harry esta bem?


- Esta na torre da Grinfinória – Disse Dumbledore e virando para Snape – Severo, leve os três para o meu escritório e avise Alastor.


- Eu? – disse Snape ignorando o resmungo de Sirius.


- Sim, por favor – disse Dumbledore – E vocês dois venham comigo. Vamos para a sala de Minerva, ela não vai se importar, quero ouvir tudo que aconteceu. Depois podemos chamar Harry, creio que ele vai querer te ver.


Ambos seguiram o diretor sem dizer nada passaram pelas portas do castelo. O tornozelo de James voltou a latejar, ele se contorceu silenciosamente para evitar que os outros o vissem com dor. Sirius pareceu perceber e lhe lançou um olhar preocupado, mas James o ignorou;


Chegaram à sala de Minerva, Sirius suspirou com a lembrança de tantas horas passadas ali no passado, devido as inúmeras detenções e broncas da época em que eram estudantes. Minerva olhou aliviada para Dumbledore e depois com carinho para James e Sirius.


- Oh, Merlim – disse Minerva – Vocês estão bem? James...


- Estamos bem, Minerva – Sirius piscou para ela – Vivos.


- Vou avisar, Lily, só estava esperando noticias...


- Não – disse James rapidamente – Deixa que eu falo com ela.


McGonnagall assentiu.


Será que podemos usar sua sala, Minerva – disse Dumbledore calmamente – A minha esta ocupada no momento.


- Claro – disse ela se levantando e dando lugar para que Dumbledore sentasse.


- Pode buscar, Harry? – completou Dumbledore – Peça que ele espere ai fora?


- Sim – disse ela sorriu e saiu.


- Então – disse Dumbledore quando a porta se fechou – O que aconteceu?


 


- Harry, mas o que houve? – Perguntou Hermione pela milésima vez.


- Não sei, Hermione. – disse Harry incapaz de permanecer sentado.


- Deixe ele em paz, Hermione – resmungou Rony, e Harry fez a menção de sair pelo buraco do retrato – Ei, companheiro, aonde você vai?


- Vou atrás do meu pai – disse Harry.


- Não vai não – interrompeu Hermione com a varinha levantada – Sei umas azarações bem boas que não permitiriam que você saísse.


- Vocês não entendem! – disse ele.


- Você não explica! – disse Hermione.


- Pegaram meu pai, na floresta proibida, ele pode estar mort.. mau agora e eu não posso fazer nada... E eu estava bravo com ele...


- Calma ai – disse Rony – Como assim pegaram seu pai?


Harry contou toda a história. Hermione e Rony ficaram em silêncio, apenas escutando. Quando Harry terminou, Rony se pronunciou com voz rouca.


- Você acha que foi você-sabe-quem?


- Ou Comensais. – disse Harry – Vocês acham que esta hora ele está bem?


- Ele está, Harry, Sirius foi para lá! – Hermione tentou consola-lo – Já passaram por coisas piores. Mês passado, por exemplo, no Beco Diagonal.


- Não queria ver aquilo se repetindo – disse Harry tristemente – Não queria, só queria que eles vivessem um pouco.


- Não é culpa sua, Harry – disse Hermione.


- Eles estavam aqui pela Ordem – disse Rony – Você mesmo disse...


- Potter – a professora McGonnagall chamou-o da porta – Me acompanhe.


- Professora –chorou o menino quase correndo para a porta – Ele esta bem?


A professora assentiu e o indicou a saída. Harry deu uma ultima olhada para os amigos e saiu.


 


Sirius contou a sua versão da historia, como ele tinha convidado Harry para ir até a orla da floresta, como James percebera barulhos estranhos e o pedira para trazer Harry. James explicou que havia rebatido os feitiços entre a floresta, chegando a ouvir a queda de alguém. Mas como sua visão estava obstruída pelas arvores não viu quando foi atacado com Crucius, e caiu ao perceber que havia perdido os atacantes.


A historia voltou para Sirius que informou que entraram na floresta, ocultando o fato de serem animagos, e se separam. Sirius contou como achou os outros homens parecendo assustados e perdidos e como estuporou-os facilmente.


Após Sirius contar sua parte. Dumbledore olhou para James, que tinha um olhar pedido.


- James – disse ele – Algo que você queira acrescentar.


- Encontrei alguém bebendo sangue de unicórnio – disse ele olhando profundamente para os olhos do diretor. Sirius se mexeu em ansiedade para saber a opinião de Dumbledore – Na floresta.


- Imaginei – disse Dumbledore.


- Imaginou? – A voz de James crispou de raiva – Você imaginou que estava acontecendo algo doentio nos quintais da escola e não disse nada. Harry esta aqui, pelo amor de Merlim.


- Harry é mais um estudante , James – disse Dumbledore duramente – E eu não colocaria nenhum deles a perigo. Já te garanti isto mais de uma vez. Quando eu digo que imaginei, foi que Hagrid já havia me dito que algo estava diferente na floresta. Não sei se encontrou os Centauros.


- Claro que sim – disse James ainda irritado – Sempre estão lá para ajudar.


- Venho tentando convencer Agouro a se unir a nós – disse Dumbledore.


- Ele não vai! – disse James – Talvez Firenze, ele sempre foi mais pró humanos.


- Sim - disse Dumbledore.


- Então, Diretor, o vulto? – perguntou Sirius sem conseguir se conter – Você não acha que é Voldemort, acha?


- Não – disse ele – Não diretamente. Mas vamos continuar patrulhando, agora preciso mais do que nunca que a Ordem fique de vigilha. Posso contar com vocês esta semana?


- Sim – disse James – Vou falar com Lily, mas sim..


- Vou pedir para que não interajam com os alunos, não quero levantar pânico. Muito menos com Harry, ele não precisa de mais pânico do que já teve hoje.


- Não iremos – responde James – Harry não vai saber.


- Não? – perguntou Sirius virando a cabeça para o amigo.


- Não – respondeu enfaticamente.


- Bom, muito bom – disse Dumbledore sorrindo e se levantando – Qualquer coisa estranha que virem me avisem. Vou mandar ele entrar agora.


O diretor saiu e Harry foi convidado a entrar. O menino estava sério e assustado ao ver o pai ele respirou, não tinha nem reparado que havia parado esta função vital. O menino correu e o abraçou despejando uma série de perguntas:


- Você esta bem? O que aconteceu? Quando voltaram? Depois do que eu fiz.. Achei que o senhor... – Harry não conseguiu mais falar e afundou a cabeça nos ombros de James e deu um soluço.


- Calma - disse James acariciando o cabelo do Harry – Eu estou bem, estou bem... Olha...


Harry tirou o rosto do ombro do pai e o encarou. James sorria tristemente. Limpou a lágrima de Harry e disse:


- Ouça, Harry, isto é importante, ok? – o menino assentiu. Sirius se afastou um pouco da cena dando privacidade aos dois, mas ficou de olho no que se desenrolava – Tenho três coisas para falar com você. – James levantou o dedo indicador e olhou sério nos olhos de Harry - Um: Quando eu mandar você correr você deve correr. Se Sirius não estivesse lá, não sei o que aconteceria, então não discuta, não volte para trás, não importa o que ouça ou veja, só corra, ouviu?


- Mas...


- Não tem “mas”, filho, não neste caso. – James balançou a cabeça negando.


Relutantemente Harry prometeu. James assentiu solene e continuou, levantando o segundo dedo:


- Segundo: Você não é um fardo, não sei da onde tirou isso, você é a coisa mais importante que aconteceu comigo e eu não vou te perder, nem que eu tenha que morrer no processo. Então nunca mais diga isso! Eu tenho muito orgulho de ser seu pai, mesmo que você não seja bom em transfiguração, poções ou Quadribol, para mim e para sua mãe você é a melhor pessoa que existe. Você é um grande bruxo Harry, acredite ou não, um dos melhores que já conheci.


- Pai, eu não... – disse o menino encabulado.


- Não filho, você é sim. Livros e estudos, são importantes, não vou negar, mas o que faz um grande bruxo é fibra moral, coragem, lealdade e bondade, e isso tudo, Harry, você tem de sobra. Você É um grande bruxo, meu filho, e eu me orgulho muito disso.


Harry sorriu timidamente e James se permitiu a espelhar o gesto do filho, segurou o ímpeto de o abraçar novamente e, ao invés disso, levantou o terceiro dedo.


- Terceiro: eu queria te pedir desculpas. Eu e sua mãe nos perdemos um pouco esta semana, mas vai passar, vamos nos acostumar. Escreva-nos quando sentir vontade, conte-nos o quiser nos contar, mas confie em nós, somos seus pais, te amamos e queremos que você seja feliz e seguro, então eu confio em você para lhe dar com Hogwarts sozinho, e você confia em mim quando precisar de ajuda, ok? Temos um acordo?


Harry sorriu e deu mais um abraço no pai.


- Te amo, papai – murmurou ele.


- Eu sei – Sorriu James.

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Comentários (2)

  • Ana Marisa Potter

    Desculpando ter demorado tanto tempo a responder na realidade li o capitulo no mesmo dia em que o publicas te no entanto não tive tempo para responder.Realmente acertas-te foi mais um capitulo de lenço na mão......kkkk mas foi um ótimo capítulo. 

    2016-03-27
  • Luiza Snape

    Nhoooo, que final mais fofinho!!! O Harry devia ganhar uns irmãozinhos sabe, assim os pais dele dão um pouco de sossego!!! 

    2016-02-11
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