A Porta no fim do Corredor

Capítulo 13
A PORTA NO FIM DO CORREDOR


O dia vinte de agosto chegou numa velocidade incrível, para a sorte de Harry que não via a hora de voltar para Hogwarts. Apesar de ainda sentir um mal estar quando pensava que Hogwarts não ia ser dirigida por Alvo Dumbledore, Harry estava feliz.

Porém muitas perguntas ainda não tinham sido respondidas, afinal quem era R.A.B.? Ele ou ela não tinha morrido conforme o bilhete deixado no medalhão? Porque Dumbledore confiava nessa pessoa? Será que Dumbledore teria se enganado assim como se enganou com Snape?

Muitas perguntas, nenhuma resposta. Mas enfim a manhã do dia vinte de agosto tinha chegado e uma nuvem negra cobria o cenário da Toca. Os malões já estavam todos arrumados e Edwiges já estava em sua gaiola colocada sobre a mesa, longe das garras de Bichento que se debatia no colo de Mione.

Pichitinho, a coruja pequena e abobalhada de Rony estava todo feliz e cantarolando, muito ao contrário de Garu, a pomba negra de Denetra que mantinha a pose de um Lord das Águias em sua gaiola.

- Mas por que afinal vamos sair hoje, mamãe? – Perguntou Rony frustrado por estar perdendo onze dias preciosos de férias.

- Lembra-se do que Minerva disse, Rony? Não podemos usar o Expresso... Não é mais seguro... E nem pense em aparatar!

Rony ficou emburrado. Tinha ficado feliz com a idéia de aparatar em Hogsmeade e depois ir andando para Hogwarts. Mas a sua viagem ia ser bem diferente. Molly e Tonks estavam com Harry, Rony, Mione, Denetra, Luna, Neville e Gina n’A Toca aguardando a chegada de Lupin:

- Lupin, já deve estar chegando. – Disse Molly examinando o céu. – Cada um já está com uma vassoura?

- Vamos para Hogwarts de vassouras? – Perguntou Mione com um cara de visível desespero ao pensar em percorrer a longa distância até Hogwarts sobre uma vassoura.

- Você pode vir comigo, Mione – Comentou Rony pensando seriamente na possibilidade de fazer um longo trajeto agarrado na namorada.

- Não senhor... Cada um em sua vassoura e não! Não vamos fazer todo o caminho de vassouras... Primeiro aparataremos dentro de um lugar usando uma chave de portal. Ficaremos nesse lugar por um ou dois dias e depois iremos em três carros até o Ministério. De lá, usaremos uma Rede Flu particular e segura até uma casa no meio das colinas. Lá, nós jantaremos e esperaremos amanhecer. – A senhora Weasley parecia ter ficado uns dois dias decorando o trajeto. – Ao amanhecer, percorreremos cinco horas de vassouras seguindo os trilhos do expresso de Hogwarts até um povoado chamado Niceville. Depois de dormir em uma hospedaria em Niceville, Arthur vem me pegar pela manhã e vocês pegam um atalho pela floresta guiados pelo Hagrid. Esse atalho levará vocês até Hogsmeade onde ficarão n’O Cabeça de Javali até o início das aulas no dia um de setembro. Não tem erro!

“Não tem erro”, riu-se Harry.

A única coisa que aquela jornada até Hogwarts podia ser era um grande erro. Voando de vassoura, andando em carros trouxas, usando a Rede de Flu, andando sem proteção numa floresta e dormindo em hospedarias estranhas... Eles tinham uma possibilidade de pelo menos noventa e nove por cento de serem encontrados no caminho por Comensais ou qualquer outra coisa.

“Ainda bem que a lua Cheia foi na semana passada”, pensou Harry, que definitivamente não queria fazer aquele trajeto na companhia adorável de Lupin se estivessem sob a lua Cheia.

Depois de longos minutos sentados em cima de sua bagagem, Lupin chegou dos céus em uma vassoura muito antiga trazendo um grande aro de metal. Ao pousar Harry deduziu que o aro era a chave de portal que ia levá-los a um lugar, que Molly tinha preferido não falar qual era.

- Mantenham seus pertences bem encostados aos seus corpos. - Avisou Lupin quando todos tinham uma das mãos presas ao aro. Quando então todos já estavam bem encostados, o aro começou a girar e com ele a sala d’A Toca começou a rodopiar. Harry só podia ver reflexos de coisas passando e girando a sua volta e quando tudo parecia uma grande confusão de cores, ele se soltou do aro.

O corpo de Harry foi lançado para trás e, quando abriu os olhos, percebeu que estava no chão. Gina e Denetra tinham caído uma em cima da outra a um canto daquela grande sala retangular. Rony e Mione caíram juntos sobre um velho sofá e Neville caiu no meio dos dois. Estavam numa casa. Tonks, Lupin e Molly apareceram de pronto no centro da sala segurando o aro. Ao olhar para o lado, Harry viu que Luna tinha batido fracamente a cabeça e estava meio tonta.

Mas afinal onde eles estavam?

- Sejam bem vindos, todos... – Disse Lupin sorridente. - À mansão Potter!

O coração de Harry parou. Todos se entreolharam curiosos e começaram a examinar a casa, mas Harry sentiu-se particularmente estranho. Era realmente uma casa belíssima. Todos os móveis e paredes eram brancos com detalhes acinzentados. No entanto, os móveis estavam envolvidos por uma camada espessa de algo que Harry não sabia identificar o que era. Era a maior mansão que Harry já tinha visto!

- Harry, você deve ter algumas perguntas e suponho que a principal dela seja: por que nós não trouxemos você aqui antes? Bem, você terá as suas respostas. É justo. – Disse Lupin fitando Harry vagamente. – Venha! Eu, Tonks e Molly explicaremos tudo a você.

- Enquanto isso, crianças, – Disse Molly referindo-se a todos os outros. – levem as coisas lá pra cima. Por favor, levem as coisas de Harry e as nossas também. – “Nossas” referindo-se a pequena mala que tinha trazido e aos pertences de Lupin e Tonks.


Enquanto todos obedeceram Molly subindo as belas escadas de mármore branco, Harry seguiu Lupin, Molly e Tonks por uma grande passagem com adornos de vidro que levava a copa dos Potter. Ali, tudo era igualmente branco e limpo e todos os móveis estavam encobertos com uma espécie de capa que Harry não pôde identificar.

Lupin e Tonks sentaram-se à bela mesa com tampo de vidro que se postava ao centro da copa. Molly sentou-se do outro lado indicando a Harry que ele deveria ficar na ponta da mesa. Harry sentou-se e, naquele momento, sentia-se meio mal. Parecia um inquérito, só que ele ia fazer as perguntas.

A mesa também estava encoberta pelo mesmo material estranho que encobria os outros móveis. Seja lá o que fosse aquilo, parecia maleável e deixava os móveis com uma aparência distorcida como se um gás os envolvesse. A um toque de sua varinha, Lupin livrou a mesa da capa nebulosa e encarou Harry.

- O que é isso... Que está em todos os móveis? – Perguntou Harry curioso.

- Facto Sumblimium, Harry... – Disse Tonks como se o garoto soubesse o que era “Facto Sumblimium”. Ao ver a expressão de interrogação do garoto, Tonks explicou: – Para proteger os móveis da ação do tempo e de sujeira...

- Cada um desses móveis que você vê, Harry, estão nessa casa desde que seus pais vieram para cá. Dumbledore decidiu... Digamos... Preservar os móveis pra que você pudesse usá-los um dia.

Harry ficou mais uma vez agradecido a Dumbledore, mas não podia pensar muito nisso. Queria antes entender o motivo que fizera a todos esconderem a mansão dele por todo esse tempo. Pela sua expressão, Lupin entendeu o que ele queria perguntar:

- Bem, Harry... Quer saber o porquê de você só ficar sabendo desse lugar hoje, não é? – Harry assentiu ao que Lupin, após um longo suspiro, explicou. – A herança de seus pais ficou toda para você, Harry. Isso inclui a caixa da sua mãe, o dinheiro no banco e essa mansão. Até que você completasse a maioridade, tudo isso deveria ficar em posse de Sirius, que era seu padrinho.

- Mas Sirius estava em Azkaban! – Concluiu Harry pensativo ao que Molly retomou:

- Por Sirius estar em Azkaban, o Ministério procurou pelo parente mais próximo a você, Harry. Mas o parente mais próximo era sua Tia Petúnia...

- Só que Dumbledore interveio dizendo que o Sr. Dursley poderia resolver gastar o seu dinheiro ou vender a sua casa. – Disse Tonks continuando. – Afinal, ele é um trouxa trouxa!

- Nesse caso, o Ministério deixou a guarda de todos os seus bens com Dumbledore, que te deu a chave do cofre de Gringotes pouco antes de você entrar na escola. – Disse Lupin – Mas a mansão ele só poderia entregar a você quando você completasse dezessete anos.

- Por que? – Perguntou Harry um pouco agressivo.

- Muitos motivos... – Disse Lupin com um olhar sério - Primeiro porque, por lei, você não poderia ficar na casa sozinho, o que não adiantaria de nada te entregar as chaves. Segundo porque você podia querer morar nela e não era seguro, uma vez que a casa de sua tia oferecia mais proteção. E terceiro, Harry... Porque se soubesse que a casa tinha passado às suas mãos, Voldemort poderia querer destruí-la... E Dumbledore quis mantê-la para você.

- A sua sorte, querido – Disse Molly amavelmente como de costume – é que Ele esqueceu dessa casa uma vez que você tinha ido morar com seus tios.

- Mas agora que completou a maioridade – Disse Tonks sorridente e entregando-lhe um molho de chaves. – a casa é sua. Antes de ir para Hogwarts eu, Lupin e Molly queríamos lhe mostrar a mansão que esperou todo esse tempo pelo retorno de um Potter. Vamos ficar aqui hoje e amanhã. No dia vinte e dois, pela manhã, os carros do Ministério vêm nos buscar.

- Nós podíamos ter saído da toca só amanhã de manhã, Harry. Mas achamos que você gostaria de conhecer a casa que por direito é sua.

Harry abriu um largo sorriso enquanto segurava o enorme molho de chaves que deveria abrir as portas da casa e de cada um dos cômodos da Grande Mansão. Harry então subiu os quartos para conhecer cada milímetro da casa de seus pais. A casa tinha dois longos andares. Ao subir as escadas de mármore, Harry sentiu-se estranho novamente.

Voldemort tinha andando nessa escada na noite em que meus pais morreram.

Harry então entrou num corredor onde ouvia-se vozes exaltadas. As meninas, que eram em maior número, ocuparam um grande quarto à direita. Rony e Neville ocuparam um aposento que Harry deduziu ser um quarto de hóspedes. No entanto, todos os quartos da casa pareciam quartos de hóspede em razão do seu número.

Os pertences de Lupin, Tonks e Molly tinham sido colocados em um outro quarto ao lado do quarto das meninas, mas passando pelo longo corredor, Harry viu mais três quartos vazios até chegar ao fim do corredor. Uma última porta, – maior que todas as outras – estava no fim do corredor.

“Aquele era o quarto de meus pais”, pensou Harry.

Harry Potter seguiu corajosamente a passos firmes até a porta no fim do corredor e colocou sua mão na maçaneta. Muitos pensamentos percorreram a cabeça de Harry, nesse momento. Frases estavam sendo sussurradas em seus ouvidos, indo e vindo, como se estivesse sendo aturdido por milhões de morcegos.

É o quarto de seus pais.
Voldemort esteve nesse quarto.
Sua mãe morrera tentando protegê-lo nesse quarto.
Sua cicatriz tinha sido feita nesse quarto.


Harry enfim girou a maçaneta. O quarto estava bem claro porque uma grande janela estava aberta deixando a luz invadir todo o aposento. A cama de seus pais estava a um lado protegida pelo Facto Sumblimium. A colcha era vermelha de um vermelho tão vivo que doía os olhos em contraste com a brancura da madeira no chão e das paredes que pareciam ter sido pintadas há alguns dias.

Ele então virou-se e viu um armário bonito, branco também, em patina. E no canto do quarto, um berço. Um berço branco, com um estofado interno de cor alaranjada. Harry foi até o pequeno berço que um dia o abrigara. O berço era rico em detalhes, parecia trabalho artesanal, pensou Harry.

Harry passou as mãos pelo móvel branco, mas então não viu mais nada...

Seu corpo pareceu se fundir ao cenário e, quando olhou novamente o berço, ele pôde ver a si próprio. Um bebê de pele branca e com os cabelos bagunçados, mas sem cicatriz nenhuma na testa. Virou-se então para trás e viu sua mãe parada próxima à porta de onde um homem negro surgiu, invadindo o aposento.

Ela entrou na frente do berço para proteger o menino e soltou um grito. O homem encapuzado atingiu-a com um feitiço fazendo-a cair no chão diante do berço. Harry olhava do bebê para o homem encapuzado, que, por sua vez, apontou a varinha para a indefesa criança.

Harry então viu o homem murmurar um feitiço ao que um raio verde irrompeu da ponta de sua varinha. A maldição atingiu o menino marcando-o na cabeça, mas refletiu no homem fazendo-o desaparecer no ar. O menino começava a chorar e Harry sentiu sua cicatriz arder muito nesse momento. Ele olhou mais uma vez para o corpo de sua mãe estirado no chão e as imagens voltaram a se contorcer. Harry voltou a sentir seu corpo, mas fechou os olhos devido a dor que sentia.

Quando voltou a abrir os olhos, estava sentado numa cama e todos o olhavam curiosamente.

- Finalmente você acordou, Harry – Gina o abraçou esmagando-o, mas Harry pode sentir o corpo dela contra o seu e isso lhe provocou uma sensação de alívio. Tudo não passara de um sonho.

- Agora tome toda a sopa, Harry – Disse a Sra. Weasley precoupada.

Sobre o colo de Harry, uma bandeja de metal foi posta e suportava um prato fundo de sopa e um copo de suco. Quanto tempo ele dormira? A resposta veio de imediato. Ao olhar o fundo do quarto entre o corpo dos amigos, viu que já tinha anoitecido. O que aconteceu, afinal?

- Você dormiu a tarde inteira, Harry! – Disse Rony. - Já são quase sete horas.

- Eu e o Rony encontramos você estirado sobre o chão do quarto dos seus pais, Harry... – Disse Mione apreensiva – Aconteceu alguma coisa?

Harry ponderou se devia contar o que vira no quarto de seus pais. Decidiu que sim, mas só quando estivesse a sós com Mione, Rony e Gina. Depois de bajulá-lo um pouco mais, a Sra. Weasley se retirou. Logo, as pessoas foram esvaziando o quarto e Harry pôde tomar toda a sua sopa em paz. Já estava sozinho no quarto quando terminou a sopa e ouviu a senhora Weasley conversar com Lupin no corredor:

- Será que deveríamos tê-lo trazido pra cá, Molly?

- Não sei Remo. Isso só ele poderá nos dizer...

- Essa casa deve trazer lembranças ruins ao Harry... Não sei se deveríamos ter entregado as chaves...

Nesse momento, Rony, Mione e Gina entraram no quarto e sentaram-se ao lado da cama de Harry. Eles estavam preocupados com ele. Enquanto Gina tirava a bandeja cuidadosamente do colo do menino, Mione o fitou com uma expressão amiga de “Quer se abrir, Harry?”. Ele queria.

Mais que querer, Harry precisava.

- Eu revi a cena da morte da minha mãe.

Gina tampou a boca numa expressão de susto e Rony e Mione fizeram uma expressão preocupada. Uma cena daquela, pensaram os amigos, tinha que ficar no esquecimento para sempre:

- Revi como se tivesse entrado numa penseira: vi tudo como se fosse uma terceira pessoa. Minha mãe entrou na frente do berço e ele... Ele a matou. Depois lançou a maldição em mim. O feitiço me marcou, mas ricocheteou contra ele... E ele desapareceu no ar...

- Harry, não fica repetindo isso não! – Disse Rony preocupado.

- Rony tem razão, Harry... Sabe... Ficar repetindo só vai te machucar ainda mais.

Gina concordou com a cabeça e, embora fosse muito difícil esquecer, Harry sabia que era preciso. Depois os três entraram em outros assuntos como a carta de Dumbledore.

- Ele falou de você na carta, Harry – Disse Gina tentando animá-lo – o professor Dumbledore tinha um carinho especial por você. Ele era realmente seu amigo.

- E nos incumbiu de ajudá-lo, Harry... – Disse Mione – não que fosse preciso ele nos incumbir disso, mas... O Elo que você refez... Acho que o professor Dumbledore queria isso... Queria te ver unido aos seus verdadeiros amigos.

- Sim, Mione. A Rosa Branca veio para reunir um grupo que já existia. – Disse Harry lembrando. – Os anéis só servem para indicar que cada um de nós pertence a um grupo que já existia antes do Elo. A Armada de Dumbledore.

- Nós vamos ter que discordar de você, Harry... – Disse Gina sorridente.

- É, Harry. Sabe, enquanto você dormia... Eu, a Mione, a Gina e os outros do Elo descobrimos um poder dos anéis e o motivo pelo qual se chama “Elo” da Rosa Branca – Disse Rony misterioso – veja...

Rony afastou-se de Mione indo até a janela do outro lado do quarto. O ruivo fechou os olhos concentrando-se no anel em seu dedo e disse bem alto “Mione!”. A amiga que, por um instante estava bem ao lado de Harry, desapareceu e reapareceu ao lado do amigo.

- Aparatação! – Disse Harry enquanto Rony e Mione voltavam para perto do dele.

- Não, Harry... – Disse Gina sorrindo mais uma vez. – A sensação é diferente de aparatar. É melhor... E funciona como um comunicador. Quando uma pessoa precisa de ajuda, ela pode chamar por outra e, se quiser, a pessoa chamada aparece ao seu lado em um instante!

- E não pode ser simples aparatação, Harry. – Disse Mione – É ainda melhor!

- Melhor? – Disse Harry não podendo imaginar o que poderia ser melhor que aparatar confortavelmente.

- Melhor, Harry! – Disse Rony explicando-o – Porque se você disse que sua mãe usava os anéis num Elo em Hogwarts... Então a mágica do anel é mais forte que a aparatação... Tanto que pode ser feita em Hogwarts!

Harry ficou maravilhado. Finalmente tinha encontrado um tipo de “arma” útil naqueles tempos. Os anéis formavam mesmo um elo que permitia os componentes desse se unirem. Uma mágica tão poderosa que superava os limites das proteções de Hogwarts.

Depois de ficarem os quatro imaginando sobre as possíveis implicações daquela mágica e sobre os outros poderes que os anéis pudessem ter, voltaram a discutir a carta de Dumbledore. Denetra, Luna e Neville entraram no quarto e começaram a conversar com eles sobre o assunto. Até que o tema do diálogo chegou em R.A.B.

- O que o professor Lupin te disse afinal sobre essa tal de R.A.B., Harry? – Perguntou Luna.

- Lupin tinha uma suspeita de que R.A.B. pudesse ser um irmão de Sirius. Um Comensal.

- Régulo Black? – Perguntou Mione ao que Harry confirmou com a cabeça – Lembro de Sirius ter comentado dele.

- Sim... Mas, segundo Lupin, ele tinha problemas mentais... Não sabia nem escrever.

Todos pareceram conformados ao ouvir aquela notícia, menos Mione que ficou intrigada.

- Mas Harry... Lembra-se que Slug comentou uma vez que Régulo tinha freqüentado Hogwarts? E que era da Sonserina? – Harry não soube responder. – Como poderia se Lupin disse que Régulo era retardado?

Harry realmente não soube responder. Ele não se lembrara desse comentário que Slughorn tinha feito a respeito de Black. Se Régulo era da Sonserina, então Lupin tinha se enganado. Mas a resposta a essa questão atravessou a porta nesse momento. Lupin, com um ar bem sério, entrou no quarto e, encarando a todos, decretou:

- Eu menti, Hermione. – Todos ficaram perplexos e encararam Lupin com uma expressão de dúvida e indignação. – Desculpe, Harry. Mas eu sabia que, com a carta de R.A.B., você ia chegar rapidamente ao nome Régulo Black... Como eu não tinha idéia de quem era, preferi inventar que ele era demente. Uma mentira deslavada, eu sei, mas foi preciso para evitar que você fosse atrás dele. – Lupin fez uma breve pausa para encarar a todos e então retomou - Régulo nunca foi demente, aliás, era esperto demais. Para a minha sorte, a identidade verdadeira de R.A.B. foi revelada na carta de Dumbledore.

- Uma mulher não é? – Perguntou Neville que tinha uma memória fraca.

- Isso mesmo, Longbottom... Raviolla Arqueduk Baron! Uma mulher que ninguém conhece... Nem mesmo a professora Minerva. Mas ela prefere ser chamada de R.A.B... Eu também odiaria se meu nome fosse Raviolla...

Harry estava meio confuso. Por que Lupin tinha mentido pra ele? Harry não era nenhum louco que ia sair procurando um Comensal da Morte por aí... Lupin percebeu que Harry ficara um pouco transtornado e resolveu pedir desculpas mais uma vez.

- Harry... Tudo o que eu, Molly, Dumbledore, Tonks... Tudo o que nós fazemos é para te proteger. Para que você não se arrisque e tenha mais chances de enfrentar Voldemort. Você entende isso Harry? – Harry não respondeu – O.K. não vou pedir para que entenda isso agora, mas... Você perdoa?

Harry não esperava que Lupin fosse pedir perdão. Nesse momento, o menino sentiu-se um pouco envergonhado. O último dos marotos, melhor amigo de seu pai, estava na sua frente lhe pedindo perdão por ter tentado protegê-lo. Extremamente envergonhado, Harry soltou um “Claro, professor Lupin”.

O rosto de Lupin enrubesceu e Harry sabia o porquê: Remo Lupin adorava continuar a ser chamado de “professor” mesmo depois de tanto tempo... Mesmo depois de mais de três anos. Lupin pediu licença e saiu.

Durante todo o resto da noite, a Rosa Branca, como já estavam se acostumando a se chamar, ficou discutindo sobre a função de cada um dentro do Elo. Rony tentava insistir para que Harry contasse a ele os seus planos para o último anel, mas Harry dizia que era surpresa. Depois de ficarem por muito tempo tentando descobrir os “poderes” dos anéis, Molly entrou no quarto e mandou todos para a cama.

***

No dia seguinte, todos acordaram bem tarde. Quando Harry desceu, todos já estavam na copa tomando café da manhã e Harry juntou-se a eles. Animados, eles discutiam sobre assuntos diversos que sempre convergiam para planos secretos da Rosa Branca.

Harry percebeu que Denetra estava quieta a muito tempo. Na conversa da noite passada ela tinha falado muito pouco e isso era estranho visto que, nos primeiros dias, ela não parava de falar e dar suas opiniões em tudo. No entanto, Harry achou melhor não conversar com ela a sós pois isso poderia causar ciúmes em Gina e ele não queria isso.

Lupin e Tonks tinham saído da mansão para resolver alguns assuntos antes de viajarem e Molly passava o dia todo arrumando a casa e organizando tudo em sua grande mania de dona de casa. Para ela isso não era serviço, era prazer. Conforme as recomendações de Lupin, mesmo a mansão Potter não se localizando num local de grande movimento, estavam proibidos de fazer mágicas muito chamativas ou de sair da mansão.

Com isso o dia passou bem tranqüilo e Harry tinha gostado bastante da casa de seus pais, embora a tenha achado grande demais. Além disso, aquela casa o fazia pensar em coisas que ele preferia esquecer. O sol de pôs e logo Lupin e Tonks retornaram. “Tudo está pronto para sairmos amanhã bem cedo”, afirmaram eles.

Depois do jantar, a Rosa Branca se reuniu na lareira na sala dos Potter. Enquanto Mione e Rony namoravam numa poltrona, Harry explicava para Luna e Neville sobre os últimos acontecimentos incluindo os Pellagium e o Chrono Equalium de Lúcio Malfoy. Denetra também estava prestando atenção em Harry, mas Gina é quem estava ao lado dele fuzilando-a com o olhar.

Pouco a pouco, as pessoas foram subindo para se deitar. Primeiro Rony e Mione, depois Luna e Neville. Gina, apesar de estar com sono, não foi se deitar para não deixar Denetra sozinha com Harry, mas, para sua sorte, a garota logo subiu. Harry viu que Gina estava sonolenta, mas ele ainda queria ficar um pouco ali, então sugeriu que ela fosse se deitar.

- Não, Harry... Eu fico aqui com você. Não tem problema, não.

- Gina... – Harry estava feliz por mais essa demonstração de carinho de Gina, mas não queria dar esperanças a ela.

- Eu vou te esperar, Harry Potter. Eu vou esperar essa guerra acabar para ficar com você e nada do que você diga vai me fazer mudar de idéia.

Harry ficou muito feliz. Gina o amava de verdade, mas ele não sabia como tudo aquilo ia acabar. Depois de um tempo ele dormiu ali mesmo, na poltrona. Quando o dia clareou, ele abriu os olhos e sentiu seu corpo aquecido. Gina tinha mudado de poltrona à noite e dormido junto com ele. Quando acordou, a caçula Weasley estava dormindo com seus braços envolvendo o corpo de Harry.

Logo todos acordaram e arrumaram suas malas. Era manhã do dia vinte e dois de agosto. Faltavam nove dias para o início das aulas, mas já era hora de sair.

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N/A: Bom, eu prometo que no fim do prox capítulo eles chegam em Hogwarts, ok?

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Grande abraço,
O_arteiro

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