O Dever de Godwin




Capítulo 18
O DEVER DE GODWIN


Aquela era a primeira aula do ano, do último ano de Harry Potter em Hogwarts. Os alunos da Grifinória e uns poucos da Sonserina – inclusive Denetra – dirigiram-se às masmorras para a primeira aula dupla de Poções. Para o alívio de Harry, essa aula não ia ser ministrada por Snape, nem pelo puxa-saco-Slughorn, até porque sem o livro do Príncipe Mestiço que Harry fez questão de destruir, ele não teria como bajular o professor.

Não. Desta vez esperavam outra pessoa. Loyd Godwin ia ministrar as aulas de poções esse ano. Tratava-se de um velho bruxo magricela com cara de cientista maluco e que era muito mal encarado.

Como dissera Minerva, todo o material escolar já tinha sido comprado pela própria escola para que os alunos não precisassem ir até o Beco Diagonal, de modo que, ao entrar na sala, Harry viu um novo livro de Poções de título: “Elementalismo e Química Mágica Avançada” e mais um caldeirão novo em folha.

Os alunos já estavam em seus lugares quando o professor irrompeu pela porta como um trovão. Entrou rapidamente e logo abriu todas as janelas da Masmorra com um toque de sua varinha. Postou-se então em sua mesa, mas preferiu não se sentar. Com uma voz áspera e incômoda o professor disse:

- Abram o livro de vocês na página 28. Começaremos o ano estudando um dos Elementos Mágicos mais raros e poderosos no universo: o sangue de dragão. Não preciso perguntar, é claro, o descobridor dos doze usos desse elemento, porque é óbvio que foi o próprio Alvo Dumbledore que o fez. O professor Dumbledore entrará, entre outros motivos, para a história bruxa por ter ajudado na Elaboração da Pedra Filosofal e por ter descoberto os usos do Sangue de Dragão. Srta. Lopez dê me o primeiro uso.

Sem ler Denetra encarou o professor e disse: “Fazer visível o invisível”. Harry então rapidamente passou o olho na página para o caso de Godwin perguntar algum dos usos, mas Neville foi a próxima vítima do professor.

- Sr. Longbottom, o segundo!

Para a surpresa de Harry, Neville não precisou ler. Ele parecia saber muito bem qual o segundo uso do sangue de Dragão. Com a boca um pouco trêmula, Neville falou: “Amenizar a dor, senhor.” E então Harry entendeu porque Neville sabia o segundo uso: porque seus pais deveriam ter precisado do sangue já que sofriam a anos com o efeito do Crucio.

Harry voltou a passar os olhos dos usos tentando decorá-los de última hora e viu que Rony também estava fazendo isso.

- Me dê o terceiro e o quarto, Srta. Granger.

- Cicatrização de grandes ferimentos e poderoso ingrediente da Pedra Filosofal, pois serve de Elixir para pessoas doentes.

- Sr. Weasley o quinto e o sexto.

A voz de Rony tremia um pouco. Harry achava que o amigo não ia conseguir responder, mas no fim ele disse: “Ingrediente imp-portante para po-poções do esquecimento e para poç-ç-ções da Verdade, senhor.” Harry então percebeu que a hora dele em falar estava próxima – todos os seus amigos já tinham respondido.

Os próximos foram dois alunos da Sonserina que disseram: “o sangue de dragão serve para qualquer tipo de pessoa, no caso de transfusão” e o outro disse “serve de alimento para fênix e como bebida pura, purifica o corpo de doenças incuráveis”.

Depois, Godwin ignorou uns outros alunos da Grifinória e voltou-se a Denetra:

- Srta. Lopes me dê o décimo e o décimo primeiro.

- Traz um animal mágico de volta a vida e cura deficiências como cegueira, surdez, mudez, etc...

Faltava só um. Faltava só o último uso do Sangue de Dragão que Harry rapidamente leu em seu livro. Era ele. Era ele a próxima pessoa para a qual Godwin ia fazer a pergunta. Godwin então virou a rosto magricela e encarou Harry Potter.

- Quero um trabalho sobre o último uso do Sangue de Dragão na minha mesa para a próxima aula.

Harry aliviou-se. Mesmo que soubesse o último uso por ter lido em seu livro, só o fato de ser chamado pelo sinistro professor já lhe causava dor de barriga. O restante da longa e fatigante aula dupla correu tranqüilamente. O professor passara o resto da aula explicando minuciosamente cada um dos onze primeiros usos do sangue de dragão. Depois, deu a cada aluno, uma amostra de duas gotas de sangue de Dragão.

É raríssimo e caríssimo, disse Godwin. Segundo o professor, cada um daquelas dozes de duas gotas custava três galeões. Mais caro que uma varinha, que um caldeirão, que uma veste e até mesmo... Mais caro que algumas vassouras.

Harry então guardou seu frasco de sangue de dragão no bolso quando a aula acabou. Todos guardaram o seu material e estavam prontos para sair da sala quando Godwin anuniciou: “20 pontos para cada casa por terem sabido os usos”. Quando Harry deu de costas para sair, uma mão o puxou. Era Godwin:

- Não pense que eu me esqueci de você, Potter. Estude muito bem esse último uso para a próxima aula.

Mais que qualquer coisa, Harry tinha quase certeza de que aquilo não se tratava de um dever de casa de Godwin, mas sim de uma ameaça e por isso Harry decidiu se empenhar. Como seu próximo tempo era livre, ele, Ron e Mione decidiram fazer a tarefa juntos. Num livro muito antigo de autoria de Alvo Dumbledore, Harry encontrou o seguinte texto que leu para os amigos.

“Sim sim... Onze foram os usos que para o sangue de dragão encontrei, mas nenhum deles é mais interessante que o que chamo de último Uso. Esse último é o mais poderoso e mais fascinante de todos. O sangue de dragão cujos usos estão envolvidos com cura e benevolência tem como último uso a destruição.
Décimo Segundo Uso: Destruir o Indestrutível.

Sim, sim, meus caros... O sangue de dragão cura, dá elixir, reanima, revive, cicatriza... Mas também destrói! Foram quase dez anos descobrindo os onze usos, para esse último precisei só de uma semana... Uma semana para descobrir que não são necessárias mais de dez gotas de sangue de dragão para destruir qualquer coisa que se diga indestrutível.

Seja ela uma proteção mágica. O um objeto mágico... Qualquer coisa! Destruam o indestrutível com apenas dez gotas de sangue de dragão! É lindo ver como as dez gotas juntas começam a borbulhar e derreter tudo que esteja em baixo dela. É como um ácido. Um ácido tão poderoso que deteriora com facilidade, uma pedra de diamante!”


Nesse momento, Harry, Ron e Mione começaram a escrever os seus trabalhos. Depois de um tempo Mione tirou alguns livros que informavam alguns dados específicos como datas, números e fórmulas e enfim os três terminaram seus trabalhos antes da hora do almoço.

Rapidamente, tiraram seus livros e materiais de cima das mesas e os alunos entraram no Grande Salão para o almoço. Neville e Gina juntaram-se a eles. Harry recebeu Gina com um longo e demorado beijo ao que muitas corujas invadiram o salão. No meio das tantas corujas, um pombo negro que Harry reconheceu muito bem, trouxe-lhe um bilhete:

Acho que a Rosa Branca deve se encontrar hoje depois das aulas. Precisamos começar a treinar.

Harry viu que era Denetra quem tinha lhe mandado o bilhete. Rapidamente ele mostrou aos outros que concordaram em se encontrar às seis horas na Sala Precisa que, segundo RAB, estava disponível para o uso deles. Harry pegou um pedaço de pergaminho e escreveu “O.K.” e em seguida, num outro pergaminho escreveu: Luna. Reunião hoje as seis na Sala Precisa. E pediu que Garu levasse o bilhete para Luna antes de entregar o “O.K.” a Denetra.

***


O dia passou tranqüilamente. Rony ajudou Neville com o trabalho de poções durante a aula de Transformações. Mione e Harry estavam discutindo sobre a reunião daquela tarde de modo que nenhum deles estava prestando atenção no que Minerva falava. Denetra então chamou a atenção dos dois, para que prestassem a atenção no que McGonagall dizia:

- Girem a varinha do sentido horário e terão transformado cristal em papel. Girem no anti-horário e o concreto, vira papel! De todo jeito o feitiço é... Repitam... Celulos Agari!

Todos repetiram o feitiço, mas Harry não sabia porque Denetra queria que ele prestasse atenção numa aula sobre transformação de qualquer coisa em papel. As aulas da tarde passaram e enfim, eram quinze para às seis.

Harry, Rony e Mione chegaram na sala precisa mais cedo para irem arrumando as coisas. Mas quando chegaram lá, Denetra já se encontrava na sala. Ficaram então os quatro conversando por alguns minutos até que Luna, Neville e Gina chegaram. Obviamente, Gina detestou o fato de que Harry e Denetra estavam numa mesma sala sem ela, mas preferiu não comentar:

- O Hagrid não vem? – Perguntou Luna.

- Não, – Respondeu Harry – antes de mais nada, temos que nos lembrar que ele é funcionário de Hogwarts. Tem afazeres principalmente durante a noite, não podemos ficar querendo que ele compareça aos treinos de Defesa Contra Artes das Trevas.

- Bom, – Adiantou-se Denetra. – acho que deveríamos começar... Por cada um ensinando um feitiço que sabe bem para que os outros treinem, – Todos concordaram e Denetra começou. – conhecem o feitiço “Epotenus Migliari”?

Ninguém conhecia e acharam muito estranho o nome do feitiço. Então Denetra pediu que se afastassem. A menina mirou a parede a sua frente e rogou “Epotenus Migliari!”. Um trovão alaranjado emanou da ponta de sua varinha fazendo um barulho de fusível em curto-circuito. Era como um relâmpago só que vindo da ponta de uma varinha.

Quando atingiu a parede oposta, o trovão marcou a parede com um desenho de um raio de fuligem. A parede de pedra atingida, ficou mais escura e todos se impressionaram.

- É um feitiço bem complicado, principalmente porque depende da coordenação motora do bruxo. Contra uma pessoa ele a deixe em estado de choque, paralisada e dura por alguns minutos. Mas a grande vantagem dele é quando é feito sem a voz.

Por um longo tempo, todos tentaram conjurar o feitiço. Luna, para grande surpresa, foi a primeira a conseguir conjurá-lo com perfeição sem o uso da voz. Depois dela Mione e Harry também conseguiram. Gina e Rony conseguiram conjurá-lo, mas com o uso da voz e Neville, nem isso.
Passaram-se quase duas horas até que todos conseguissem conjurar o feitiço. No fim, Gina conseguiu conjurá-lo uma vez sem o uso da voz. Rony e Neville também conseguiram, mas ainda dependiam de falar “Epotenus Migliari”.

Quando deram oito horas, Harry achou melhor que todos fossem para suas casas. RAB tinha permitido que eles treinassem, mas era melhor não abusarem das normas do colégio que – conforme Minerva não se cansava em repetir – continuavam tão rigorosas como sempre foram.

Harry disse que na próxima aula ele ia ensiná-los a conjurar um feitiço e estava pensando no Sectumsempra que era bem poderoso contra os Comensais. Todos então foram para suas casas e adormeceram. Tinham que esperar pelo dia seguinte.

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