O Último Longbottom



Capítulo 29
O ÚLTIMO LONGBOTTOM


Varinhas em punho, vassouras às mãos.

Rony, Mione, Denetra, Neville, Luna e Gina saíram em quatro vassouras – sendo uma delas a Firebolt de Harry – e então deixaram os terrenos de Hogwarts para trás. Rony se lembrou que a mansão dos Potter ficava em Londres e era muito distante de Hogwarts, por isso poderiam demorar um dia todo para chegar até lá.

- Ninguém vai demorar um dia todo, Rony! – Disse Gina em um tom autoritário. – Vamos descer.

Ao seu sinal, as quatro vassouras pousaram poucos metros fora dos terrenos de Hogwarts. Ninguém parecia entender qual era o plano de Gina para chegar rapidamente à mansão Potter, exceto Denetra que olhava orgulhosa para a ruiva.

- Denetra, você sabe o que fazer! – Disse Gina ao que Denetra desapareceu no ar num forte estampido.

- Aparatação? É esse o seu plano brilhante, Gina? Você por acaso sabe fazer isso? – perguntou Rony em tom de dúvida.

- Eu já entendi! – Disse Luna com um sorriso – Nós precisávamos somente sair do território de Hogwarts para que um de nós pudesse aparatar até a mansão. Depois...

- É só usar o anel. – Concluiu Rony entendendo enfim o plano.

- Com os anéis, basta que uma pessoa vá para um lugar para que todos possam estar lá. – Comentou Mione sentindo seu anel brilhar e se aquecer. – Vamos!

Sumiram.

No momento seguinte, os seis integrantes da Rosa Branca estavam juntos atrás de um carro esporte azul muito bonito. Olharam então por trás do carro e avistaram a mansão Potter que, naquele momento, parecia vazia devido ao escuro e ao silêncio.

- Não devemos nos enganar. – Murmurou Denetra num tom quase inaudível - Eles estão a nossa espera.

- Acho que um de nós deveria ir com a capa do Harry até o porão. – Murmurou Rony quase tão baixo quanto Denetra. – Uma vez lá dentro, essa pessoa pode chamar pelos outros.

- O plano é bom, mas discordo que alguém deva andar sozinho... – Explicou Mione olhando a mansão por cima da lataria azul. – Os dois menores que cabem na capa devem ir sorrateiramente e abrir o porão.

Do lugar onde estavam, não conseguiam ver o porão. Um alto muro com portão de ferro protegia a mansão. Esse era mais um obstáculo.

- E o muro? – indagou Neville – Como passaremos por ele?

- Há um portão Neville! – Indicou Luna fazendo parecer óbvio.

- Não, Luna. O portão é de ferro, vai ranger com cert...

Denetra sentiu seu corpo levitar.

Olharam para a menina e ela agora pairava a quase um metro do chão. Os seis olharam novamente para a mansão dos Potter e viram que dois comensais vinham na direção deles e um apontava a varinha para Denetra: era Narcisa com sua maldição Império. Os dois comensais pararam a mais ou menos sete ou oito metros deles na ruela escura.

Os seis saíram de trás dos carros ficando ao lado do corpo de Denetra no meio da rua. Todos apontavam as varinhas para Narcia e o outro comensal que logo reconheceram como sendo Greyback – o bruxo lobisomem. Rony olhou para o céu: lua crescente. Aliviou-se por um breve momento, mas o silêncio foi quebrado pela voz áspera de Narcisa.

- Abaixem suas varinhas ou eu jogo a sua amiguinha de cabeça no muro de pedra.

Vagarosamente eles obedeceram, mas Greyback continuava a apontar a varinha para eles. Eles estavam com medo e Neville deu a mão para Luna, que suava frio. A voz de Narcisa voltou a ecoar.

- Ouçam com atenção e ninguém se machuca: Nós não temos interesse em nenhum de vocês. Este aqui é um bairro desértico e ninguém nos ouviria matá-los, mas nós não temos a intenção de fazer isso porque, é claro, nós não somos bobos.

- Como saberemos se estão falando a verdade? – Inquiriu Gina astuciosamente.

- Menina, nós sabemos muito bem que vocês são todos treinados por aquela velha maluca. Embora eu e Greyback sejamos mais poderosos que vocês, vocês estão em maioria e então nós dois aqui teríamos problemas se desafiássemos vocês.

- Eu não saio daqui sem a Horcrux! – Berrou Neville desafiando Narcisa.

- No entanto, - Continuou ela sem dar ouvidos ao menino - eu tenho nas mãos a vida da amiguinha de vocês e então, façamos um trato: Vocês vão embora daqui e nós não a machucamos. Daí quando estiverem bem longe podem usar o anel e chamá-la libertando-a do meu feitiço. – Pequena pausa. Os seis entreolharam-se. - O que me dizem?

Eles não tinham escolha.

Neville estava muito nervoso, mas os outros pareciam inclinados a concordar com Narcisa pela vida de Denetra. Neville suava agora muito mais que Luna. O menino apertou a mão da namorada e olhou rapidamente para ela. Nem Narcisa nem Greyback perceberam a troca de olhares, mas Neville tinha um plano e Luna já tinha entendido. Sem pensar nem mais um minuto, Neville e Luna agiram.

- Estupefaça! – gritou Neville acertando Narcisa no peito, lançando para trás e libertando Denetra.

- Estup...

- Refleccis – berrou Luna antes que Greyback terminasse seu feitiço. Da ponta da varinha da menina surgiu um escudo de luz prateada que fez o Estupefaça de Greyback voltar contra ele e o bruxo cair estuporado.

Denetra caiu no chão, mas logo segurou sua varinha. Ela agradeceu os amigos e parabenizou a ação rápida de Luna e Neville. Os seis avançaram sobre os dois corpos estirados no meio da rua.

- Devemos amarrá-los.

- Mas estão estuporados! – Disse Luna apressando-se.

- Sinto muito Luna, mas o Refleccis não reflete o feitiço com a mesma força com que foi mandado. – Explicou Denetra que tirava a varinha da mão dos bruxos e colocava no bolso interno da capa. – E não sabemos por quanto tempo o feitiço de Neville deixará Narcisa nesse estado.

- Incarcerous!– Rogou Mione prendendo os corpos de Narcisa e Greyback um no outro.

O grupo abriu o portão dos Potter e usando o “Mobili Corpus” levaram Narcisa e Greyback para dentro dos jardins da mansão, mas não tiveram muito tempo para pensar porque, assim que entraram nos jardins dos Potter, muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo.

Vários estampidos denunciaram a chegada de mais dois comensais que se postaram na frente da mansão Potter. Eram eles Lúcio Malfoy e o quase-carrasco de Bicuço, McNair. Ao mesmo tempo que chegou, Malfoy já libertou Narcisa e Greyback trazendo seus corpos para perto de si e desamarrando-os.

Os dois acordaram-se vagarosamente do estupor. Rony pensou ouvir Lúcio murmurar “Vexame”, mas estava mais preocupado com as duas varinhas apontadas para eles.

Uma batalha então começou quando vários feixes de luz começaram a ser lançados por todo o jardim da mansão Potter. Usando o “Accio”, McNair recuperou as varinhas de seus amigos e a batalha se intensificou. Mione combatia sozinha contra McNair enquanto Rony combatia Narcisa. Luna e Gina encaravam juntas o grandalhão Greyback e Denetra lutava contra Malfoy.

- Estupefaça! – Gritava Malfoy com sua voz de serpente lançando o feitiço do qual Denetra se defendia usando o “refleccis”, embora ainda não tivesse conseguido acertá-lo.

- Expelliarmus! – Rogava Gina dentando desarmar Greyback que, além de se esquivar do feitiço, ainda tentava – mesmo que em vão – acertar Luna com seus feitiços de queimadura.

Narcisa insistia em querer amaldiçoar Rony com seu “Império”, mas ele era mais rápido e refletia o feitiço. O problema é que como não tem caráter físico, a maldição Império não pode ser refletida e as investidas de Narcisa eram em vão. Mione e McNair travavam uma batalha tensa porque enquanto Mione insistia em seus feitiços de Desarmar e Estuporar, McNair tentava derrubar as pesadas árvores do extenso jardim dos Potter em Mione.

O único que ficou livre de qualquer ameaça foi Neville que fora automaticamente incumbido de procurar a Horcrux. O menino aproveitou a brecha e esgueirou-se pelo jardim dos Potter e, sem ser percebido, conseguiu chegar à lateral da casa onde encontrou um alçapão.

O alçapão era de madeira com um grande feche de metal. Estava trancado, mas Neville tinha certeza que dava acesso ao porão. O simples “Alorromora!” ele tentou diversas vezes, mas foi em vão. É claro, pensou ele, Voldemort não iria proteger a sua alma com um Alorromora!

Tentou então arrombar a fechadura com feitiços mais ofensivos como “Reducto” e “Bombarda”, mas não obtivera resultados. Passou suas mãos pela fechadura, que logo começou a se mexer. Um rosto de metal surgiu do aço da fechadura e disse:

“A Senha de Lillian dirá
Se no porão quiser entrar...
A palavra é o nome de uma amiga,
Se comer terá dor de barriga!”


Neville então pensou por alguns instantes. É o nome de uma amiga de Lilian, então Voldemort tinha descoberto, mas não tinha alterado a senha. Amiga de Lillian só podia ser... A sua mãe! Neville então murmurou baixinho para a fechadura o nome de sua mãe, que, segundo Harry, era a melhor amiga de Lilian. Porém nada aconteceu, além da fechadura que resmungava: “senha incorreta!

Neville então pensou no último verso: “se comer terá dor de barriga”. Lembrou-se então das ervas e plantas que a professora Sprout tinha dito que, ao serem ingeridas, davam dor de barriga: Cactáceas, Briófitas, folhas de alguns cocais, dente de leão e... Violeta! É claro! O nome da amiga de Lillian era mesmo a sua mãe, só que o apelido!

Neville então disse à fechadura a palavra “Violeta” e o alçapão se abriu. Por um momento agradeceu a si mesmo por prestar tanta atenção nas aulas de Herbologia. Neville entrou no breu descendo por escadas de concreto.

O alçapão estava imundo e cheio de tralhas: Artigos mágicos – dos quais Neville nunca tinha ouvido falar – e artigos trouxas também. Espelhos, armários, cômodas... Vários objetos envoltos pela capa mágica de Facto Sublimium, mas nenhuma taça. Segundo o que Harry tinha visto na penseira e explicado, era um objeto pequeno e bem trabalhado.

O menino começou então a procurar desesperadamente em todas as gavetas: não encontrava nada. Removia móveis, objetos e, sem querer, acabou quebrando um espelho... Ainda assim, nada de Horcrux. Neville teve então um idéia. Levantou a sua varinha ao ar e disse: “Accio Horcrux”. Nada aconteceu.

Se a Horcrux estava próxima ela deveria vir para a sua mão, pensou ele.

Neville Longbottom insistiu naquele feitiço diversas vezes apontando para diferentes lugares na sala e quando enfim aproximou-se de um quadro, ele ouviu um barulho. Podia ouvir que algo se debatia atrás do quadro.

A taça deve estar presa em algum lugar, pensou ele. Neville rapidamente tentou remover o quadro dali, mas a imagem de uma máscara de vidro surgiu na pintura que antes mostrava natureza morta.

- Diga a senha! – Ordenou a máscara.

- Senha? Que senha?

Neville não tinha idéia da senha. Podia ser qualquer palavra nesse mundo e Voldemort saberia escolher uma bem difícil para proteger a taça. O tempo estava passando. Neville tentou tudo o que podia, desde “Horcrux” até “Lord das Trevas”, mas falhou. Decidiu então apelar para a força, mas infelizmente o quadro não se movia.

- Me desculpe senhor, mas o quadro que protege o cofre é indestrutível. Só se abre com a senha.

- “Indestrutível”! Que ótimo! – Murmurou Neville colocando as mãos no bolso e tirando de dentro um frasco – Destruir o Indestrutível.

Neville abriu o frasco e jogou o sangue de Dragão na tela.

Vagarosamente, a tela, juntamente com sua moldura, começaram a derreter até cair. Neville se ressentiu um pouco de ter destruído o quadro, mas logo superou sua angústia quando viu um buraco na parede contendo a Taça de Hufflepuff. Neville ia pôr a taça em seu bolso quando ouviu um grito: “Pegamos todos?” “Não falta um!”.

Rapidamente, Neville apontou a sua varinha para a taça e murmurou alguma coisa inaudível recolocando a taça no bolso. Narcisa então chegou até o porão e apontava a varinha para Neville.

- Entregue-me isso, já!

- O.K. – Neville não relutou. Colocou a mão em seu bolso e puxou uma taça de ouro muito linda e bem confeccionada. Ele apontou a varinha para a taça. – Se eu entregar você liberta meus amigos?

- Os que estão vivos...

Neville engoliu em seco. Quem teria morrido?

- Vivos ou mortos eu os quero, todos!

- Accio! – Gritou Narcisa retirando a taça das mãos de Neville. – Sua mãe ficaria envergonhada de você, Longbottom! Mais um Longbottom retardado! O último deles!

- Cale a boca!

- Mas sabe... Foi divertido ajudar Belatriz a crucificar seu pais...

- Já disse para se calar... – Neville reunia dentro de si uma raiva imensa enquanto Narcisa falava com a taça na mão.

- Seus pais sempre foram uns tolos. E você é mais tolo que eles! Perdeu a Horcrux que estava em sua mão! Você é mais um Longbottom filho de uma vadia!

- CRUCIO!!! – Berrou Neville que apontava a varinha para Narcisa.

A bruxa, ainda com a taça nas mão, caiu de joelhos no assoalho. Narcisa começou a se contorcer no chão. Os olhos de Neville estavam marejados: ele não queria fazer aquilo, mas seu ódio era maior que ele. Ela chamara sua mãe de vadia e acusara sua família de ser tola!

Neville então sentiu seu anel brilhar. Narcisa ainda estava no chão com a taça nas mãos. O corpo de Neville começou a voar. Ficou cada vez mais leve e então... Estavam de volta à casa de Hagrid!

***


Os seis chegaram – a exceção de Neville – feridos na cabana de Hagrid, porém apesar de Luna ter desmaiado, ninguém tinha morrido. É claro que Narcisa só tinha dito aquilo para assustar Neville que agora estava, sem a taça nas mãos, soando frio no centro da casa de Hagrid.

Sem fazer pergunta alguma, Hagrid levou-os à ala hospitalar de Hogwarts. Denetra era a menos ferida entre todos e ela e Neville foram os únicos que não tiveram de ser transportados com Magia. Ao chegar à grande ala, Madame Ponfrey com uma cara de desaprovação recebeu a todos. Harry já estava dormindo e a história do que aconteceu na mansão dos Potter teria que esperar por aquela noite. A Rosa Branca precisava descansar.


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NOTA DO AUTOR: Espero q tenham gostado do capítulo e desculpem os milhares de erros de portugues! Não deixem de VOTAR e COMENTAR, ok?
Grande abraço,
o_arteiro

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