A Ultima Carta



Capítulo 12
A ÚLTIMA CARTA


Fleur e Gui já não estavam mais no sofá e na poltrona, mas também não ocupavam um lugar à mesa dos Weasley. Harry deduziu que, no tempo que estivera com a caixa, eles já tinham saído.

Harry encarou Mione, Rony e Gina. O coração deles, assim como o seu, tinha disparado. Qualquer resquício da cara amarrada de Gina, já tinha sumido completamente diante daquela notícia. Molly estava branca assim como Tonks. Harry olhou para Lupin, que tentou passar um pouco de segurança para Harry, mas não conseguiu. Ele também estava muito nervoso. A única pessoa que, apesar de ansiosa, parecia mais tranqüila era Denetra.

Harry perguntou-se se Neville ou Luna tinham idéia do que dizia o testamento mais logo viu que não pela expressão de ansiedade, particularmente de Luna. Minerva fitou a todos com o olhar entendendo que o café da manhã podia esperar. Naquele momento o silêncio total se instalou na cozinha dos Weasley e só foi quebrado por um “Bem...” de Molly que os convidou a se sentar na sala.

Todos ocuparam seus lugares nos grandes sofás e nas poltronas da sala dos Weasley, mas Minerva preferiu ficar de pé. Ela então encarou a todos com um olhar misterioso e enfim falou:

- Sentada a minha janela do castelo eu vi Fawkes, a fênix de Dumbledore, aproximando-se do castelo. Isso já faz duas semanas. Da minha janela eu pude ver que ela se aproximava cada vez mais até chegar até mim. O professor Dumbledore deixou um testamento endereçado a mim, mas pedindo que, depois de ler, eu mostrasse a toda a Ordem e amigos, – Nesse momento Minerva fitou Harry com o olhar. – a carta é bem longa, então peço que prestem muita atenção.

Depois de um longo suspiro, Minerva abriu o envelope tirando de dentro um pergaminho já velho. Pelo visto, Dumbledore o escrevera HÁ muito tempo. Colocando os óculos, ela leu:

“Cara Minerva,

Hoje o céu está feio.

Esses dementadores idiotas estão sujando o céu da Inglaterra, mas certamente não é para falar da limpeza do céu que estou escrevendo esta carta. Depois de ler, peço que a mostre a todos da Ordem e amigos.

A cada vez que eu for atrás de uma horcrux, eu vou escrever um testamento como este e vou pedir para Fawkes guardá-lo em lugar seguro e entregá-lo a você no caso de eu resolver ir dessa para uma melhor. Dessa forma, se você está lendo essa carta, é porque eu já parti.

Neste caso gostaria de dizer algumas coisas:

Hogwarts é um castelo maravilhoso cheio de salas fantásticas e segredos encantadores que, nem numa vida inteira, podem ser completamente desvendados. No entanto, acima de um castelo, Hogwarts é uma escola de Mágica e Bruxaria, onde nós, os professores formamos mais que simples feiticeiros: formamos seres humanos.

Como eu já estou morto, muitos vão pensar que Hogwarts vai fechar. Felizmente, eu devo discordar dessas pessoas e digo que a última coisa a acontecer no mundo é o fechamento da escola. A profecia está para se concluir, Minerva. O dia em que ela vai se completar está muito próximo e Hogwarts, com ou sem Dumbledore, é o lugar mais seguro para os nossos alunos. (a não ser, é claro, que alguém queira se enclausurar em algum dos cofres de Gringotes. Nesse caso sugiro o mesmo que eu guardei a Pedra Filosofal há quase sete anos... É muito seguro!)

Sobre os meus pertences... Bom, os livros vão ficar todos em minha sala, sendo passados a diante aos novos diretores de Hogwarts assim como a minha querida e velha Fawkes, que vai continuar a se incendiar naquela sala por muitos e muitos séculos.

Sobre a minha penseira, gostaria que ficasse naquela sala também, afinal algum diretor pode querer usá-la. O meu espelho de Ojesed, que mantive escondido todo esse tempo nas masmorras... Bom, gostaria que alguém destruísse aquela porcaria... Só servia para os meus delírios de me imaginar numa fábrica trouxa de sorvete de limão.

Mas agora vem um assunto muito delicado: a posse da escola. É claro que, por hierarquia de cargo, a escola agora é sua, Minerva. Porém, no próximo ano em especial, gostaria que fosse dirigida por minha amiga Raviolla Arqueduk Baron. É claro que nenhum de vocês conhecem R.A.B., mas ela certamente já ouviu falar muito de vocês. Atualmente ela está num país distante, mas gostaria que ela dirigisse a escola neste ano por motivos que poucos vão entender.

Por fim minha cara Minerva,quero que garanta que a escola vai continuar a funcionar como sempre. E gostaria também que pedisse ao Hagrid que, mesmo com a minha morte, continuasse morando na escola e ministrando as fantásticas aulas de Trato com Criaturas Mágicas.

Sobretudo, cabe a você Minerva, uma missão que eu deixei incompleta: faça tudo o que puder para que Harry faça aliados e destrua as Horcruxes restantes. Esse ano Harry carregará um fardo maior e ele vai precisar de uma grande ajuda e seus amigos Weasley, Granger, Longbottom e Lovegood serão extremamente necessários, assim como a srta. Weasley.
Grande Abraço,
Alvo Dumbledore

Obs: Demita o Slughorn... Ele é um péssimo funcionário!
Obs2: Tonks é ótima em poções!
Obs3: Lupin tem que voltar para Hogwarts esse ano.
Obs4: Diga ao Pirraça que eu o liberto de sua pena.
Obs5: A aluna Denetra vai para a Sonserina
Obs6: Chega de Obésses!”


- Antes que me façam qualquer pergunta – Disse Minerva contendo as lágrimas – gostaria de dizer que ninguém poderá voltar para Hogwarts de trem esse ano. Já não é mais seguro. Também gostaria de dizer que o material daqueles que pretenderem voltar já vai ser comprado e levado para a escola, evitando que todos saiam de casa. E antes que me perguntem... Eu nunca vi essa R.A.B., mas a pedido de Alvo, ela dirigirá Hogwarts esse ano.


Minerva se foi deixando Luna e Neville na Toca.

Os dias então começaram a passar mais rápidos do que nunca. Até aquele dia dezessete de julho, as férias tinham sido conturbadas, mas depois não puderam ser mais tranqüilas. Harry ainda não tinha contado para ninguém sobre o conteúdo da caixa.

Denetra estava se mostrando mesmo ótima em “Proteção Mágica Contras as Trevas”, como ela dizia, e Gina ficava cada vez mais com ciúme. De brincadeira, eles realizavam duelos, mas obviamente Denetra e Harry sempre ficavam para o duelo final e isso, de alguma forma, irritava Gina que estava tentando cada vez mais se destacar.

Neville e Luna sempre perdiam no primeiro duelo porque sempre ficavam nervosos ao tentar lançar um feitiço. A melhor habilidade de Neville era com o feitiço de Plantas Carnívoras faziam surgir vegetais que esmagavam o adversário, mas preferiu não praticá-lo mais com Mione depois do soco que recebera de Rony na última quinta feira.

No dia trinta de julho, à noite, todos já tinham ido dormir exceto Harry que estava pensando em dar os anéis da Rosa Branca do dia seguinte, durante o seu aniversário. Não seria uma festa propriamente dita, mas apenas um bolo de Molly com alguns salgados que Gina e Mione ajudaram a preparar.

Harry estava sentado já com roupas de dormir. Estava no sofá encarando o fogo da lareira. Seu corpo estava ali, mas seu pensamento estava bem distante. Nesse momento Mione e Rony entraram na sala abraçados vindos do andar superior. Ao perceber Harry ali, eles deixaram os risinhos maliciosos que vinham dando ao descer as escadas e sentaram-se perto do amigo:

- Harry? – Chamou Mione preocupada.

- Oi Mione... Oi Rony...

- Por que está tão desanimado, cara? A partir de amanha você vai ser um homem livre! Poderá lançar feitiços à vontade! Poderá aparatar sem a permissão de ninguém! Anime-se... – Disse Rony tentando animar, mas Mione viu que o problema não era só falta de ânimo.

- Harry, ultimamente você tem estado estranho. Não nos conta mais o que está acontecendo e...

- O.K. ... Você tem razão, Mione... – Disse Harry. – Vou contar...

Durante toda aquela noite Harry contou sobre os anéis e os outros pertences na caixa da Rosa Branca. Mas então, ao chegar às cartas, o tema foi abordado com cuidado. Harry então subiu e mostrou a Rony e Mione todos os pertences de sua mãe. E então leu as cartas para eles...

- “Violeta” então... Deve ser a Sra. Longbottom, Harry… – Disse Mione, concluindo.

- E pelo jeito ela odiava o seu pai… - Lembrou Rony.

- Acho que ninguém gostava muito dele, além da minha mãe, de Sirius e do Lupin – Disse Harry cabisbaixo. – Eu já decidi... Vou refazer o Elo da Rosa Branca!

Rony olhou meio assustado pensando na possibilidade de discutir assuntos femininos e receber um apelido de Flor. Qualquer coisa menos Maragarida, pensou ele!

- Mas é claro que será um novo tipo de Elo, – Completou Harry ao que Rony aliviou-se – ninguém terá apelidos. Só usarei os anéis como forma de criar um Elo entre os integrantes. Um elo de pessoas dispostas a me ajudar e vocês já estão comigo não é?

Rony e Mione confirmaram com a cabeça ao que Harry começou a guardar todas as suas coisas de volta na caixa. O fogo estava diminuindo e ele começara a ficar com frio decidindo assim ir se deitar e deixando Rony e Mione namorando ao fogo baixo da lareira.

***


O dia seguinte foi bem calmo. A senhora Weasley encheu a casa de balões pretos e laranjas feitos com um toque da varinha e a palavra “Bobolhandus”, que Harry achou muito eficiente comparados as horas que ele tinha que ficar enchendo as bexigas das festas de Duda.

O seu bolo tinha sido em formato de pomo, o que fez Harry lembrar-se do pomo transparente guardado na caixa de sua mãe. Melhor não tirá-lo de lá, pensou Harry. Muitas pessoas tinham vindo mesmo a festa sendo numa segunda feira. Arthur tirou folga do trabalho e os gêmeos tinham deixado uma funcionara cuidando da loja naquele dia. Segundo eles, o medo das pessoas em saírem de casa estava atrapalhando as vendas.

Percy Weasley finalmente aparecera. Ele estava acompanhado de uma menina que Harry tinha certeza que provinha no cruzamento de um humano com uma égua, uma vez que a menina conseguia superar a tia Petúnia no quesito: cara de cavalo. Aliás a namorada de Percy lembrava tia Petúnia em muitos aspectos, mas principalmente pelos cabelos loiros.

Se perguntassem a ele, Harry com certeza diria de que a menina se tratava de uma forma retrógrada de tia Petúnia e pelo estilo de roupas da garota, diria que se trava de uma “Petúnia versão anos Dourados.”.

Gui e Fleur, porém, não apareceram. Harry pensou que Gui pudesse ter ficado um pouco envergonhado pelo o que aconteceu, o que era bobagem, segundo Lupin. Tonks estava com o cabelo metade preto, metade branco dando um ar importante a ela. Lupin estava vestindo uma roupa pomposa comprada por Tonks que por um minuto fez Harry achar que o pobre Aluado era o retardado do professor Lockhart.

Carlinhos não saía de perto de Molly e Arthur que estavam sempre discutindo sobre a abertura de Hogwarts. Hagrid mandara um presente de aniversário anexado a um pedido de desculpas pois não podia sair de Hogwarts. Como Neville e Luna estavam cada vez mais próximos e Ron e Mione não se desgrudavam, Gina e Denetra ficavam disputando a atenção de Harry.

A um ponto da festa, Harry decidiu que era a hora. Pegou os oito anéis na caixa de sua mãe e os colocou no bolso. Harry então subiu em cima de uma cadeira e disse, gritou um “Ei” de modo que todos olharam pra ele:

- Eu queria falar uma coisa... Não é discurso nem nada, é só que eu acho que não vou ter outra oportunidade para fazer isso... – Todos os olhares curiosos fuzilavam Harry da cabeça aos pés. – Minha mãe, em sua época de colégio, tinha uma sociedade secreta chamada o Elo da Rosa Branca. Esse elo era um grupo de amigas dela que possuíam anéis que, de alguma forma, o tornavam ligados. – Os olhares estavam cada vez mais curiosos. Ninguém tinha idéia do que Harry estava falando nem o porquê de estar falando aquilo tudo. Mesmo assim ele continuou. – Esses anéis foram feitos há muito tempo e passados de mãe para família em toda a família da minha mãe... Mas minha mãe não teve tempo de ter uma filha... E esses anéis vieram a mim... Numa carta que eu li, descobri que minha mãe queria que o Elo continuasse a existir... Então esse ano eu vou refazer esse elo, dando os anéis a amigos meus que eu acredito que podem me ajudar a concluir o meu destino.

Harry então abriu a caixa contendo as jóias e vestiu a primeira.

- Os adultos aqui fazem parte da Ordem da Fênix, mas compartilham entre si segredos e assuntos que dizem respeitos a eles. O elo da Rosa Branca é um grupo meu, formado pelos meus amigos... E então os dois primeiros anéis, é claro, vão pro Rony e pra Mione – Harry retirou dois anéis de dentro da caixa e entregou um pra Mione e um pro Rony que vieram receber seus presentes – O outro vai pra Gina Weasley, porque sempre vai ser a minha flor! – todos soltaram um longo “óóóhh” e Gina ficou tão rubra quanto seus cabelos. Então a menina veio receber emocionada o presente que Harry tinha dado. – O outro anel eu dou pra Luna e pra Denetra, por puro merecimento, de serem ótimas bruxas. – Luna fez cara de quem tinha recebido um Oscar e foi de encontro a Harry, pegou seu anel e saiu pulando de alegria. Denetra foi mais discreta e agradeceu a Harry pela confiança, Gina, no entanto, não ficou com ciúmes desta vez – e me sobram dois anéis. Um deles não está aqui e então eu vou guardar... O outro é pra uma pessoa também especial, cuja mãe já fez parte do Elo um dia, e que vai receber o anel parte por herança e parte pelo esforço de ser um bom bruxo: esse anel é seu Neville.


Todos então aplaudiram as decisões de Harry. Percy pareceu ficar extremamente ofendido por não ter recebido um anel e saiu rapidamente da festa carregando seu protótipo de Petúnia Versão Anos Dourados. E então, Luna, Neville, Rony, Mione, Gina e Denetra reuniram-se a Harry:

- Eu não conheço a mágica desses anéis, mas eu quero que saibam o seguinte: – Harry olhou a todos severamente. – aceitar esse anel é correr um risco enorme. Ele cria um elo automático comigo e Voldemort quer me atingir por todos os lados... Vocês estão dispostos a me ajudar?

Harry encarou a todos um a um. Mione e Rony automaticamente fizeram que sim com a cabeça. Em seguida Gina também confirmou. Denetra sorriu para Harry e confirmou. Luna também deu sua confirmação e então todos os olhares se voltaram para Neville:

- Mas Vocês-Sabem-Quem... – Foi dizendo o menino, ao que Harry o interrompeu:

- Primeira Regra do Elo da Rosa Branca: sem esse de Lord, ou você sabem quem ou aquele que não deve ser nomeado: digam o nome dele!

- O.K. ... V... Voldemort... Mas Voldemort será destruído não será...? – Perguntou Neville inconscientemente

- Neville: ele será destruído. – Disse Harry com segurança. – Mas tem que entender que todos aqui correm riscos... Está de acordo?

- Estou – Disse o garoto trêmulo e incerto.

Harry colocou sua mão com o anel no meio da roda. Ao seu movimento, todos fizeram o mesmo e apertaram-se as mãos. O Elo estava formado.

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