Capítulo 5



Saiu do banheiro. Os cabelos ainda estavam molhados. Empapavam as costas da camisa de seda negra que vestia. A manga da camisa era fechada nos punhos. A calça negra descia reta até os pés descalços. Um aceno de sua varinha e a toalha e as roupas que usava antes do banho se foram.

Girando a varinha entre os dedos, postou-se em frente à janela. O que diriam se o vissem ali? Naquele apartamento de dois quartos? Provavelmente ririam dele. Eram bons sonserinos.

Seus pensamentos foram interrompidos. Uma pontada aguda em seu crânio. Seguida por um latejar contínuo. Estavam tentando invadir seus pensamentos. No entanto, eles estavam fechados. Após proteger o que não queria que fosse visto, permitiu a invasão. Não podia permitir que soubessem onde ele estava. Ou com quem estava.





-Malfoy.- aquela voz se fez ouvir em seu cérebro.



-O que deseja Mestre?- tinha início um diálogo telepático.



-Por que foge?



-Eu? Não estava fugindo.



-Como não? Não sentiu?



-Sim. Senti. Mas estava ocupado.



-Não me interessa. Não agora. Venha para cá imediatamente e não será morto. Eu lhe garanto. Mas venha. Isso é uma ordem. Se a desacatar, será morto apesar de minha afeição por você em especial.



E a voz se fora. Não havia como fugir. Tinha de ir para o inferno em larga escala. Não seria morto. Quem sabe torturado? Um estalo e ele se fora.



-"-



Estava em um cemitério. O cemitério de sempre. Assim que sentiu que tocava o granito frio de uma lápide, um lampejo veio em sua direção. Tombou de joelhos. Apoiou a testa na pedra fria. Aquilo o mantinha lúcido. Sentia facas sendo atiradas em seu peito. Facas depois tiradas da forma mais dolorosa possível. Cruciatus. Quem era o desgraçado? No entanto, não funcionava mais com ele. Seria preciso um tempo de tortura muito maior que o normal para que ele perdesse a sanidade. Fora condicionado à dor. Não durou muito. Ouviu um feitiço sendo sibilado. Ouviu o lampejo passar cortando o ar acima de sua cabeça. A dor cessou. O outro estava morto. Deu-se conta da posição em que se encontrava. De joelhos no chão. Os cotovelos no chão. As mãos cerradas em punhos. A testa na pedra fria. Os dentes cerrados. Os cabelos jogados para a frente.

Após segundos ergueu-se. Nem parecia que sofrera uma Cruciatus. Não conhecia o companheiro morto. Novato com certeza. Não sabia da importância de Draco Alexander Malfoy no círculo do Mestre. Pobre tolo. Pagara com a vida. Mas estava livre para a eternidade.



-Finalmente.- era a voz sibilante. A mesma voz sibilante que o convocara minutos antes.



Ele voltou-se para a voz. Viu o rosto familiar. O rosto que conhecia desde seus catorze anos. Atrás dele estava Lúcio Edward Malfoy. E Narcisa Amèlie Malfoy. Escorada por Lúcio Edward Malfoy. Visivelmente embriagada. Casal patético. Lúcio lhe deu um olhar assassino. Não havia esquecido o impacto duplo contra a parede. Não fosse por isso. Queria se chocar contra uma lápide, então? Variar um pouco? Seria só pedir. Seria só manter aquele olhar superior. O olhar de Lúcio foi sustentado. Um duelo era travado nas esferas mental e visual.



-Aí está você. Moleque ingrato. Achei que tivesse desertado.



-Não lhe daria tamanho desgosto. Ainda.



-Insolente.



-Que foi? Lápides não faltam.- ao receber a mensagem do filho, o olhar de Lúcio aprofundou-se. Era como se tentasse perfurar o filho com os olhos.



-Não te criei para que você me desafiasse.



-Ah é? Foi para quê então?



-Para atender ao desejo do mestre. Ele me exigiu um herdeiro Malfoy e eu lhe dei. Não esperava que fosse tão ingrato. Devia ter te afogado quando nasceu.



Um cintilar de olhos do herdeiro Malfoy. Um estrondo. Uma lápide quebrada. Um baque. Narcisa caindo ao chão. Lúcio acabara de se chocar contra uma lápide violentamente. A lápide quebrou. Ele voltou o olhar para a causadora do baque. Sua mãe. Um monte de vestes no chão. Bêbada. Quando o marido fora jogado para longe ela desequilibrou-se e caiu. Ele fez, com um movimento dos olhos prateados, com que Narcisa Malfoy erguesse-se. Ela conseguiu se manter de pé. Oscilando. Os cabelos desgrenhados. Limpos pelo menos. Percebeu finalmente o burburinho dos Comensais ao seu redor. O ódio o preenchia novamente. Pousou o olhar sobre uma lápida de mármore negro. Após segundos, a lápide se desfazia em pó. O burburinho cessou.





-Impressionante.- a voz do Mestre invadia seus pensamentos. De novo.



-Não foi nada de mais.



-Como não? Você tem poder. Use-o. Muitos matariam para ter esse poder no olhar.



-Já disse que não foi nada de mais.- ele estava ficando impaciente.



-Tudo bem. Não falemos mais nisso.



Ele olhou ao seu redor. Lúcio Malfoy havia voltado ao círculo de Comensais. Lúcio assumiu seu lugar, ao lado da esposa. No entanto, Draco Malfoy postou-se o mais afastado possível dos pais. Desprezava-os.

A missão dos Comensais foi transmitida. Deveriam torturar uma família até beirarem a sanidade. Depois matá-los. Ele não iria. Como sempre. O Mestre parecia ter planos maiores para ele. Ele sempre ficava fora de missões como essa. Ótimo. Ficaria novamente treinando as Imperdoáveis em aranhas ou cobras. Inferno. Logo ele. Ele fazia parte da elite dos Comensais. Ao seu redor, apenas jovens Comensais, sem treinamento suficiente para realizar missões. Eles ficavam confinados naquele cemitério enquanto recebiam seu treinamento.

Ele sentou-se entediado em uma sepultura. Não demorou muito. Logo, um escorpião encontrava-se sob seu controle total e absoluto. Imperius. Decidiu divertir-se com o escorpião. Controlava-o com o olhar, fazendo com que o escorpião fosse na direção de seu olhar. Cansou-se. Avada Kedavra. O escorpião estava morto. Olhou ao seu redor. Os outros treinavam duelos. Usavam feitiços inofensivos. Imbecis. No entanto, havia um que o olhava, desafiador. Sabia o que o outro queria. Queria matá-lo para assumir a posição de Draco Malfoy. Pobre tolo. Ele levantou-se. Sequer deu-se ao trabalho de limpar a calça. Usaria a varinha? Ou não? Achou melhor usar a varinha. Pareceria mais justo. O rapaz já estava condenado.

Postou-se a cinco metros do rapaz. Esperava que o rapaz tomasse a iniciativa. O rapaz, percebendo o que fizera, denunciava medo em seu olhar. Estava condenado. Ele pôs-se a girar sua varinha negra entre os dedos.

O rapaz puxou a varinha do bolso. Executou um feitiço. O adversário nem sequer se moveu. Péssima pontaria. O jorro de luz verde passou a trinta centímetros dos cabelos loiros do oponente. O feitiço de Draco Malfoy acertou seu alvo em cheio. Após alguns jorros de luz, ele cansou-se. A pontaria do rapaz era péssima. Um movimento da varinha negra. Seu feitiço predileto. Serpensortia. Uma serpente negra foi lançada. O animal atingiu o rapaz no peito. A agonia seria lenta.

Foi distraído do espetáculo pelos Comensais que voltavam. Lúcio Edward Malfoy estava vivo. Narcisa Amèlie Malfoy também. Milagrosamente. Ambos intactos. Reportou ao Mestre as baixas e foi-se com um estalo.



N/A



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