Capítulo 8



Capítulo 8

Estava de volta. Estava novamente no mesmo cemitério do dia anterior. Assim que sentiu seus pés no chão, algo se atirou em seu pescoço. Olhou para baixo. Lá estava ela. Narcisa Amèlie Malfoy. Aparentemente sóbria. Mas desesperada por uma garrafa de vinho.

-Draco! Meu filho!

-Olá, Narcisa.- foi a resposta frívola. Ele não a chamava de mãe desde os dezesseis anos. Afinal, por que chamá-la de algo que nunca fora?

-Narcisa, controle-se, sim?- Lúcio mostrava-se enojado pela atitude da esposa.- O Mestre proibiu-a de beber, lembra-se?

A mulher finalmente recompôs-se. Tinha os olhos injetados pela abstinência de álcool. Narcisa recuou para o lado de seu marido. Lúcio Edward Malfoy ainda tinha os olhos brilhando insanamente. Mas parecia mais controlado. Não parecia o mesmo homem que destruíra o escritório em um acesso de fúria. O que o denunciava eram os olhos. Antes que Lúcio Edward Malfoy pudesse provocá-lo, ele apareceu. O criador daquele inferno.

-Vejo que estão todos aqui.- ele sibilava.

O círculo de seus seguidores estava formado. Estavam todos ali. Ao menos, todos os que haviam escapado da morte e de Azkaban.

-A batalha se aproxima. A batalha decisiva. Minhas fontes no Ministério garantiram que o maldito estará lá. Quero todos lá. Vocês saberão quando a batalha estiver prestes a começar. Quero todos lá, menos o jovem Malfoy.

Ele deu de ombros. Era sempre assim. Sempre ficava fora da ação real. Sabia por que. O Mestre não queria arriscar perdê-lo. Não queria arriscar-se a perder seu sucessor. Ele nascera para isso. Fora gerado para isso.

A reunião estava terminada. Todos já haviam partido. Menos ele. Sentou-se em uma sepultura, apoiando as costas na lápide gélida. Um rato passou rapidamente à sua frente. Por que não? Precisava treinar as Imperdoáveis. Afinal, apreciava a agonia de outros. Começou com a mais suave. Em segundos o animal revirava sepulturas. Roía caixões. Lhe trazia ossos. Ele cansou-se daquilo. Agora o animal contorcia-se no chão. As pausas eram cada menores. Finalmente, o animal jazia morto a seus pés. Com um olhar, fez com que os ossos voltassem aos caixões. Selou novamente as sepulturas. Era tão prático não precisar de varinha.

Sua habilidade com o olhar era, ironicamente, fruto da mistura em seu sangue. Black e Malfoy. O sangue mais puro do mundo bruxo. Por isso fora destinado a ser o sucessor do Mestre. O próprio Mestre lhe dera algumas aulas para treinar o olhar. nenhum de seus professores na escola sabia disso. Mas, fora do círculo de seguidores do Mestre, usava a varinha. Apenas para manter as aparências. Ordens do Mestre. Apesar disso, Lúcio insistia em provocá-lo, fazendo com que ele, intencionalmente, usasse de seu poder contra Lúcio. Parecia que Lúcio apreciava o impacto violento de costas contra algo. No entanto, ele sabia que toda aquela provocação por parte de Lúcio não passava de ressentimento. Ressentimento por ter perdido a posição de segundo em comando do Mestre. Mas Lúcio sabia que isso aconteceria desde que o Mestre lhe ordenara que tivesse um herdeiro com Narcisa. Isso estava tão claro na mente de Lúcio. Ele soubera disso quando pusera-se a esquadrinhar a mente de Lúcio com Legilimência.

Estava escurecendo. Estava esfriando. O vento uivava no cemitério. Ele levantou-se. Hora de voltar. Um estalo e ele se fora.

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